Revista Apólice #244
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Ano 24 - nº 244<br />
Junho 2019<br />
>><br />
ESPECIAL INOVAÇÃO<br />
As tendências<br />
das empresas de<br />
tecnologia em seguros<br />
Rosimario Pacheco,<br />
Leandro Poretti e<br />
Rafael Leonel<br />
PRODUTOS CUSTOMIZADOS EM<br />
PARCERIA COM O CORRETOR<br />
Sancor Seguros opera no Brasil há seis anos e cresce construindo<br />
produtos em parceria com o corretor de seguros
editorial<br />
Ano 24 - nº 244<br />
Junho 2019<br />
Esta revista é uma<br />
publicação independente<br />
da Correcta Editora Ltda<br />
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Os artigos assinados são de<br />
responsabilidade exclusiva de<br />
seus autores, não representando,<br />
necessariamente, a opinião desta<br />
revista.<br />
Todo cuidado é pouco<br />
Sabe aquela história do Big Brother, que a gente é vigiado o tempo<br />
todo e blá, blá, blá? Não é mais história, é realidade. Esta vigilância não<br />
se dá apenas com câmeras, mas também com GPS, dados de voz,<br />
preferências e cadastros que vamos preenchendo de forma voluntária.<br />
A partir de agosto de 2020, com a entrada em vigor da nova Lei Geral<br />
de Proteção de Dados, a utilização e divulgação destas informações<br />
será mais controlada. Utilizar informações que possam identificar um<br />
indivíduo passa a ser crime, caso isso aconteça sem permissão.<br />
Tanto empresas quanto pessoas físicas buscarão formas de<br />
proteção contra a atuação de hackers. Qualquer empresa que tenha<br />
dados dos clientes estará exposta ao risco de invasão e roubo de<br />
dados. Neste novo cenário, o seguro para riscos cibernéticos será<br />
uma commodity. Todos irão precisar da sua proteção. Esta é uma<br />
oportunidade de negócio como há muito tempo não se via. Por isso,<br />
é preciso estar preparado.<br />
Nesta edição também trazemos um especial sobre inovação.<br />
É impossível falar do tema sem jogar luz sobre as startups de<br />
seguros que começam a ganhar tração, como elas próprias dizem.<br />
É interessante observar que a maior dificuldade destas empresas é<br />
encontrar interlocução com as seguradoras. Este quadro deve mudar<br />
em breve. Mais do que nunca, as seguradoras acordaram para a<br />
realidade de que terão que buscar parceiros para fazerem frente às<br />
novas necessidades dos consumidores, principalmente no que tange à<br />
velocidade do relacionamento com o cliente.<br />
Para os nativos analógicos, esta é mais uma prova de resiliência.<br />
Temos que mostrar que não perdemos nossa vontade de tentar fazer<br />
coisas novas.<br />
Boa leitura!<br />
Diretora de Redação<br />
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entrevista<br />
John Drzik, presidente da Marsh Global Risk e Digital, explica que os<br />
corretores de seguros ainda terão espaço nas apólices mais complexas.<br />
Porém, ele lembra também da nova geração que prefere as telas ao<br />
relacionamento interpessoal<br />
painel<br />
gente<br />
capa<br />
Com seis anos de atuação no Brasil, a Sancor Seguros busca expandir seus<br />
negócios com o lançamento de novos produtos de seguros de pessoas,<br />
ramo que já lidera as vendas da companhia<br />
riscos cibernéticos<br />
Na era digital, dados de pessoas e empresas circulam expostos a novas e<br />
amplas possibilidades de crimes, por isso o seguro para este nicho deve<br />
crescer exponencialmente<br />
Lgpd<br />
Com as mudanças trazidas pela nova lei, as empresas devem ser mais<br />
transparentes sobre as informações de seus clientes e incluir medidas<br />
protecionais atualizadas na gestão dos dados<br />
evento<br />
Sincor-PR realiza o seu 9º Simpósio Paranaense de Seguros e mostra que<br />
a nova realidade do mercado exige que a entidade ofereça benefícios<br />
tangíveis aos associados.<br />
especial inovação<br />
tendências<br />
Para onde caminham as insurtechs brasileiras? Muitas delas ficarão pelo<br />
caminho, mas as que avançam buscam a oportunidade de melhorar a<br />
jornada do consumidor, ou ainda aprimorar os processos das seguradoras<br />
qlick<br />
Com o objetivo de agilizar o processo de contratação do seguro, empresa<br />
de tecnologia oferece ferramenta com a qual o próprio corretor faz a gestão<br />
de dados dos seus clientes<br />
hCentrix<br />
Antecipando ação de operadoras, plataforma gera, através de IA, alarmes<br />
que apoiam a decisão e direcionamento de pacientes para Programas de<br />
Saúde Populacional no momento da autorização de eventos de alto risco<br />
geo<br />
A empresa oferece soluções que permitem auxiliar um número maior<br />
de seguradoras na entrada em segmentos de alto risco. Nesse cenário, a<br />
tecnologia pode servir como importante aliada na resolução do problema<br />
brochweld<br />
Com o uso de um app, segurado pode fotografar o veículo e enviar as<br />
informações usando apenas o seu celular. Ferramenta analisa os dados e<br />
fotos de acordo com as políticas de aceitação de cada seguradora<br />
sistran<br />
Artigo mostra que em seguros, especialmente nos ramos massificados,<br />
mudanças já estão sendo desenhadas, em geral na direção de precificação<br />
atrelada ao uso efetivo e individualização do risco<br />
infocar<br />
Empresa aplica Inteligência Artificial para apresentar informações sobre a<br />
procedência de veículos e a análise do casco para aceitação e regulação de<br />
sinistros. A novidade chega ao mercado em dois produtos complementares<br />
22<br />
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26
entrevista | john drzik<br />
Setor ainda é lento na<br />
adoção de novas tecnologias<br />
O presidente da Marsh Global Risk e Digital,<br />
John Drzik, mostra que os clientes ainda buscam<br />
o atendimento presencial dos corretores,<br />
porque encontrar uma proteção adequada é<br />
um evento complexo. Entretanto, eles também<br />
estão interessados em obter informações e<br />
produtos pelos meios digitais<br />
<strong>Apólice</strong>: Como é possível inovar<br />
no mercado de seguros?<br />
A indústria de seguros sempre foi<br />
bastante inovadora, desenvolvendo novos<br />
produtos em resposta às mudanças das<br />
necessidades dos clientes. O desenvolvimento<br />
do mercado de risco cibernético é<br />
um exemplo. No entanto, o setor tem sido<br />
muito mais lento do que outros setores da<br />
indústria para adotar tecnologia e fornecer<br />
plataformas digitais que os clientes<br />
Kelly Lubiato<br />
possam usar para obter mais rapidamente<br />
as informações de que precisam.<br />
Isso começou a mudar com o<br />
advento das insurtechs - não apenas<br />
devido ao crescimento de novas startups,<br />
mas também devido aos investimentos<br />
feitos por muitas empresas tradicionais.<br />
Embora a experiência do cliente seja<br />
o maior foco na questão de inovação<br />
digital, outra área onde a inovação está<br />
ganhando força é na relação com os<br />
dispositivos da Internet das Coisas e da<br />
telemática, que conecta melhor o risco<br />
com a solução de seguro e ajuda os clientes<br />
a reduzir o risco em primeiro lugar.<br />
<strong>Apólice</strong>: As vendas de seguros<br />
continuam as mesmas do passado?<br />
Os corretores ainda são o principal<br />
mecanismo para as vendas de seguros.<br />
Embora tenha ocorrido uma certa penetração<br />
da distribuição digital direta<br />
em algumas áreas, como o seguro de<br />
automóveis, esperamos que os corretores<br />
sejam a maneira pela qual a maioria dos<br />
seguros será vendida no futuro.<br />
<strong>Apólice</strong>: O que mudou nas vendas<br />
de seguros?<br />
A experiência do cliente está mudando.<br />
Os clientes ainda buscam muito<br />
o atendimento presencial, do corretor,<br />
porque cobrir o risco é uma coisa<br />
complexa, mas eles também estão mais<br />
interessados em utilizar os meios digitais<br />
6
john drzik<br />
O Reino Unido é o mais avançado na venda digital<br />
de pequenos seguros comerciais. Os EUA são líder<br />
em investimentos de capital de risco em insurtechs<br />
orientadas para a distribuição digital.<br />
para obter cotações, comprar seguros e<br />
gerenciar suas contas. Isso é uma realidade<br />
especialmente para o seguro de<br />
indivíduo, mas também está se tornando<br />
mais desejado no seguro comercial. Para<br />
responder a essas necessidades, nós da<br />
Marsh estamos introduzindo soluções<br />
como o Certificates-on-Demand, uma<br />
plataforma alimentada pela nossa solução<br />
de blockchain que permite aos nossos<br />
clientes empresariais nos EUA fazerem<br />
o download rápido de documentos do seu<br />
seguro. É uma necessidade particular do<br />
mercado dos EUA - empresas brasileiras<br />
e latino-americanas geralmente não têm<br />
esses requisitos -, mas menciono isso<br />
como um exemplo do que pode ser feito<br />
para digitalizar seguros comerciais.<br />
<strong>Apólice</strong>: Quais riscos são mais<br />
vendidos por dispositivos eletrônicos?<br />
Embora nossos clientes comerciais<br />
desejem acesso digital a seus seguros -<br />
inclusive em seus smartphones -, ainda<br />
acredito que a maior aplicabilidade para<br />
compra ou gerenciamento de seguros<br />
por meio de computadores ou dispositivos<br />
móveis seja para os consumidores.<br />
É por isso que criamos o Bluestream,<br />
nossa plataforma de corretores digitais<br />
que nos permite ajudar os profissionais a<br />
venderem online seguros relacionados às<br />
suas ofertas. Também ajuda os clientes a<br />
garantirem fornecedores, prestadores de<br />
serviços e parceiros - tudo isso como parte<br />
de sua interface de usuário online. Gostaríamos<br />
de nos associar a alguns negócios<br />
no Brasil para começar a estabelecer essa<br />
capacidade também na América Latina.<br />
8<br />
<strong>Apólice</strong>: Os telefones celulares<br />
são o caminho mais curto para alcançar<br />
o cliente?<br />
Sim, estamos todos conectados o<br />
tempo todo. Se você não está vendendo<br />
por este meio, está perdendo um grande<br />
mercado.<br />
<strong>Apólice</strong>: Qual país é o mais desenvolvido<br />
em termos de inovações<br />
relacionadas ao mercado de seguros?<br />
Você pode nos contar alguns exemplos<br />
de insurtechs?<br />
Difícil dizer, mas acho que nenhum<br />
país esteja particularmente à frente na<br />
inovação como um todo. Dito isso, alguns<br />
países estão notavelmente à frente<br />
ao usar alguns aspectos da tecnologia de<br />
maneira mais avançada. O Reino Unido<br />
é o mais avançado na venda digital de<br />
pequenos seguros comerciais. Os EUA<br />
são líder em investimentos de capital de<br />
risco em insurtechs orientadas para a<br />
distribuição digital. Em uma recente viagem<br />
à Alemanha, fiquei impressionado<br />
com o grau de uso da Internet das Coisas<br />
no setor manufatureiro. Ao incorporar<br />
sensores nos principais estágios do processo<br />
industrial, algumas organizações<br />
estão chegando a um ponto em que estão<br />
essencialmente reduzindo o risco a uma<br />
quantidade muito pequena. É muito<br />
promissor e é um exemplo de como a<br />
inovação digital está transformando o<br />
gerenciamento de riscos.<br />
<strong>Apólice</strong>: A corretora convencional<br />
está fadada a desaparecer?<br />
Não, eu não penso assim. O seguro<br />
comercial, especialmente para grandes<br />
organizações, é muito complexo e as<br />
empresas contarão com consultoria de<br />
corretores para gerenciar o processo. Em<br />
tal sistema, um corretor pode trazer um<br />
valor significativo - especialmente se<br />
eles também estão inovando e usando sua<br />
posição exclusiva no meio do fluxo de<br />
distribuição para criar novos produtos<br />
e plataformas que ecoam com as partes<br />
tanto para cima quanto para baixo da<br />
cadeia.<br />
<strong>Apólice</strong>: Você poderia comparar<br />
o Brasil com outros países em termos de<br />
inovação em seguros?<br />
O Brasil é obviamente um líder<br />
econômico na América Latina e uma<br />
importante economia global. As insurtechs<br />
também estão sendo desenvolvidas<br />
com muita força.<br />
<strong>Apólice</strong>: É comum as insurtechs<br />
trocarem experiências globalmente?<br />
Eu não acho que as insurtechs estejam<br />
divididas pela geografia ou pela<br />
solução na qual eles estão se concentrando,<br />
mas acho que ainda é muito raro que<br />
todos nos juntemos e troquemos ideias.<br />
<strong>Apólice</strong>: Como você vê o futuro do<br />
mercado de seguros?<br />
O cenário global de riscos está<br />
mudando rapidamente, com muitos<br />
riscos emergentes para os quais os seguros<br />
podem ser uma solução. Dado o<br />
dinamismo do cenário de risco e todas<br />
as inovações digitais e de produtos,<br />
acho que o mercado de seguros está<br />
muito empolgante agora e tem um futuro<br />
brilhante. No entanto, os seguros<br />
que conhecemos serão alterados para<br />
sempre pela nossa capacidade de mitigar<br />
e prever riscos por meio de tecnologias<br />
avançadas e conectá-los à subscrição de<br />
uma maneira que permita uma cobertura<br />
dinâmica. O fluxo de capital alternativo<br />
de fundos de pensão e outros agentes<br />
do mercado financeiro também está<br />
mudando o panorama tradicional de<br />
seguros. Todos esses desenvolvimentos<br />
apontam para muita inovação no setor<br />
de seguros no futuro.
painel<br />
• ninclusão<br />
Seguradora entrega certificado<br />
de seguros em braile<br />
A Sabemi Seguradora<br />
realizou no último dia 29<br />
de abril, a primeira entrega<br />
de certificado em<br />
braile para segurado. O<br />
cliente Jaime Cremonini<br />
Cavalheiro, aposentado da<br />
Marinha, recebeu o documento do seu seguro contratado<br />
na sede da empresa, em Porto Alegre.<br />
De acordo com o Cavalheiro, existem hoje no Brasil<br />
cerca de 500 mil deficientes visuais e uma atitude como<br />
essa não deve ser única no mercado. “Por isso, agradeço<br />
muito pelo gesto e parabenizo a companhia por esta<br />
ação”, afirmou. O segurado sofreu um acidente há 30<br />
anos, quando em um assalto, no Rio de Janeiro, perdeu<br />
a visão. Atualmente trabalha plantando soja e arroz em<br />
Santa Catarina, construindo sua história sem aceitar os<br />
limites impostos pela deficiência.<br />
Esta foi a primeira vez que a empresa produziu um<br />
certificado de seguros em braile, especificamente para<br />
atender a um cliente deficiente visual e, para o diretor<br />
executivo da empresa, Antonio Carlos Pedrotti, deve<br />
ser um exemplo a ser seguido pelo mercado.<br />
• neducação<br />
Graduação tecnológica<br />
terá curso online<br />
A novidade foi anunciada em maio pela ENS, que já oferecia<br />
a Graduação Tecnológica em Gestão de Seguros na modalidade<br />
presencial, nas capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo. De<br />
acordo com o diretor de Ensino Superior da ENS, Mario Pinto,<br />
esta é mais uma resposta da instituição às demandas de formação<br />
e qualificação dos profissionais de seguros, identificadas junto aos<br />
diversos segmentos<br />
do setor. “O<br />
curso online terá<br />
a mesma estrutura<br />
e excelência do<br />
presencial, só que<br />
com investimento<br />
mais baixo e todas<br />
as facilidades e<br />
conveniências que<br />
só esta modalidade<br />
consegue proporcionar”, antecipa.<br />
Ainda na opinião do diretor, a conquista consolida um<br />
antigo anseio da ENS, de ofertar todo o leque de produtos<br />
educacionais também em plataforma digital. “Já tínhamos na<br />
modalidade online o Curso para Habilitação de Corretores de<br />
Seguros, diversos cursos técnicos, cursos de extensão e MBAs.<br />
Agora preenchemos a lacuna que faltava com a Graduação<br />
Tecnológica”, comemora.<br />
• nevento<br />
21º Congresso: Claudia Leitte fará abertura<br />
A Fenacor confirmou<br />
a principal novidade para<br />
quem for participar do<br />
21º Congresso Brasileiro<br />
dos Corretores de Seguros,<br />
que será realizado<br />
no complexo da Costa do<br />
Sauípe (Bahia), nos dias<br />
10, 11 e 12 de outubro.<br />
A Federação finalizou<br />
o acordo e assinou<br />
contrato com Cláudia<br />
Leite, que fará o show<br />
de abertura do evento, no<br />
dia 10. No dia 11, já está<br />
confirmado um stand up com Rafael Cortez e, logo em seguida,<br />
um show com a cantora Ju Moraes. Para comemorar o “Dia<br />
do Corretor” (12 de outubro), em grande estilo, a Fenacor<br />
contratou um trio elétrico, que fará mini-micareta a cargo da<br />
Banda Araketu. “Além disso, teremos outra surpresa para o<br />
dia 12, podem aguardar”, promete o presidente da Fenacor,<br />
Armando Vergilio.<br />
Além dos shows com artistas que reúnem uma imensa<br />
legião de fás de todas as idades, por todo o Brasil, e das atrações<br />
do local do Congresso, haverá também uma programação<br />
técnica com temas relevantes, como o cenário econômico e<br />
seus reflexos no mercado de seguros e a efetiva participação<br />
do corretor nesse processo. “Vamos debater as alternativas<br />
na distribuição, as insurtechs, plataformas digitais e a venda<br />
por meio remoto, porém com protagonismo do corretor de<br />
seguros, e outros temas relevantes, incluindo a Reforma da<br />
Previdência, o Seguro Saúde e o Mercado Marginal, que<br />
está se espalhando por outros ramos, além da carteira de<br />
automóveis”, adianta o presidente da Fenacor.<br />
A confirmação de presença no evento deve ser feita exclusivamente<br />
através de aquisição de “pacote” pelo site da Fenacor.<br />
10
• ncultura<br />
Teatro Adolpho Bloch é reaberto<br />
com patrocínio de seguradora<br />
O espaço do novo Teatro Prudential foi todo reformado e<br />
ocupa o antigo teatro Adolpho Bloch, no Rio de Janeiro. Há<br />
um ano, Luiz Calainho e Aniela Jordan, sócios da produtora<br />
Aventura, identificaram o potencial do teatro e correram atrás<br />
de um investidor para o naming rights. “Dividindo o sonho,<br />
encontramos a Prudential, que apostou e que acreditou na arte<br />
e na cultura. É um setor que pode gerar dividendos, turismo<br />
e que molda o que somos como indivíduos”, disse Calainho<br />
na inauguração.<br />
Aura Rabelo, vice-presidente de Marketing e Digital da<br />
Prudential, disse que esta é uma forma de agradecer o Brasil<br />
por tudo que conseguiram aqui nos últimos 21 anos. “Temos<br />
muito orgulho de devolver dividendos à sociedade e de proporcionar<br />
a possibilidade de continuidade da vida”. A seguradora<br />
possui uma carteira de 2,4 milhões de vidas seguradas no<br />
corporativo e mais de 450 mil clientes individuais.<br />
Neste ano, a empresa terá participação no Rock n Rio, com<br />
objetivo de falar com o jovem e trazer a sensibilização para a<br />
importância da proteção. “O teatro se junta a estas iniciativas<br />
para devolver o patrimônio e cuidar de nosso legado no país<br />
e no planeta”, alertou Aura.<br />
De acordo com informações dos envolvidos, o investimento<br />
foi de R$ 1,2 milhão, da Aventura, mais R$ 3 milhões<br />
de investimento da Prudential, sendo 60% em lei Rounet.<br />
O contrato tem duração de dois anos, com preferência de<br />
renovação para a seguradora. “Tudo que pudermos fazer para<br />
resgatar o orgulho do carioca de poder viver aqui é o mínimo<br />
para a empresa que tem sede na cidade”, ressaltou a executiva.<br />
11
painel<br />
• nconhecimento<br />
Ciclo de palestras para<br />
corretores parceiros<br />
Em maio, Geniomar<br />
Pereira, diretor Comercial<br />
da Lojacorr, deu início<br />
ao Ciclo de Palestras<br />
2019. Com o tema “Gestão<br />
& Cia”, os eventos<br />
itinerantes percorrerão<br />
todo o País. A primeira<br />
unidade a receber a<br />
palestra deste ano será<br />
Florianópolis, no dia 26<br />
de junho. “Com duração<br />
máxima de uma hora, a<br />
apresentação será bem<br />
leve e recheada de cases<br />
vivenciados durante<br />
minha carreira”, relatou Pereira.<br />
“A proposta é diferente do ano anterior, pois queremos<br />
que nossa empresa passe a ter uma visão muito<br />
especial voltada à gestão. Por isso, elaboramos a palestra<br />
Gestão & Cia, que trará dicas preciosas aos profissionais<br />
que constroem a corporação, vindas através de uma<br />
forma estruturada de gestão, que permitirá um desenvolvimento<br />
tanto no âmbito profissional quanto pessoal”,<br />
afirma o diretor.<br />
• nproduto 2<br />
Seguro para bikes: vale a pena adquirir?<br />
Junto com o aumento do uso da bike, o índice de roubo<br />
das magrelas também cresceu. Só no 1º trimestre de 2018, em<br />
relação ao mesmo período do ano anterior, o número de furtos<br />
12<br />
• nproduto<br />
Corretores podem oferecer seguro<br />
para festas juninas<br />
A Chubb diz que, a exemplo do carnaval, as festas juninas<br />
estão demandando proteções securitárias de modo crescente<br />
em todo o Brasil. As apólices cobrem riscos como ferimentos<br />
por fogos de artifício, quedas de estruturas retráteis, choques<br />
elétricos, danos corporais por conta de tumultos, intoxicação<br />
com alimentos e bebidas, danos a equipamentos, incêndio e<br />
vários outros episódios que podem ocorrer ao longo de eventos<br />
organizados em recintos abertos e fechados.<br />
“As ameaças presentes<br />
nas festas juninas não são<br />
menores em relação ao carnaval,<br />
pois as festividades<br />
hoje chegam a durar mais<br />
de 30 dias, dentro de uma<br />
programação bastante intensa<br />
de brincadeiras com<br />
diferentes graus de risco”,<br />
diz Juliana Santos, responsável<br />
pela área de Seguros<br />
de Entretenimento da empresa. De acordo com a executiva,<br />
as festas são tradicionalmente organizadas por milhares de<br />
instituições de todo o Brasil, considerando entidades públicas,<br />
associações, empresas, escolas, igrejas e outras.<br />
Como as oportunidades vão surgir até a véspera do período<br />
junino, Juliana destaca que a seguradora dispõe de um sistema<br />
que emite boleto, certificado e apólice em até 24 horas antes<br />
do inicio da montagem do evento.<br />
de bike em São Paulo cresceu 43%, considerando apenas os<br />
números oficiais, ou seja, aqueles em que foram registrados<br />
boletim de ocorrência.<br />
Segundo Daniel Camargo, property underwriter<br />
da Argo Seguros, as vantagens do seguro bike para o<br />
consumidor não é apenas o fato de receber de volta o<br />
valor do produto em caso de sinistro. “Quem adquire<br />
o produto procura a proteção para a bike porque a sua<br />
falta faz diferença na sua rotina”, afirma.<br />
É fundamental garantir que sua bicicleta esteja<br />
segura, para que em caso de furto, por exemplo, você<br />
não acabe saindo no prejuízo. “A chave aqui é conhecer<br />
profundamente não apenas as condições gerais e<br />
específicas, mas saber como cada seguradora regula<br />
o sinistro. Aqui mora o perigo de não ser uma corretora<br />
de nicho, voltada para neste tipo de produto”,<br />
diz Duilly Cicarini, CEO da Velo Seguro, corretora<br />
especializada em seguro bike.
• nbalanço<br />
Sincor-SP divulga ranking das seguradoras 2018<br />
As mais de 70 seguradoras que atuam<br />
no Brasil conseguiram registrar lucro de R$<br />
154,4 bilhões em 2018, uma variação de<br />
7,5% em relação ao ano anterior. Os dados<br />
constam na nova edição do Ranking das<br />
Seguradoras, produzido pelo Sincor-SP.<br />
Segundo o levantamento, que consolida<br />
os dados da Susep e da ANS, as cinco<br />
primeiras colocações pertencem aos grupos Bradesco,<br />
SulAmérica, BB Mapfre, Porto Seguro e Zurich, que somaram<br />
mais de R$ 90 bilhões em prêmios.<br />
“O ranking das seguradoras é bastante aguardado pelo<br />
mercado, porque serve de orientação sobre os caminhos<br />
do setor. Os números atestam a resiliência, o empreendedorismo<br />
e a capacidade de inovação do mercado de<br />
seguros, através da força de trabalho tanto dos seguradores<br />
quanto dos corretores, responsáveis pela produção<br />
e distribuição”, afirma o presidente do<br />
Sincor-SP, Alexandre Camillo.<br />
O ramo de saúde obteve maior faturamento<br />
durante o ano passado, registrando<br />
lucro de R$ 42,5 bilhões e avanço de 9%.<br />
Duas companhias concentram a receita do<br />
segmento, com 78% do total. Os seguros<br />
de pessoas, que englobam vida, acidentes<br />
pessoais, prestamista, educacional, entre outros, vem logo<br />
em seguida, com total de R$ 42 bilhões e crescimento de<br />
9% no período.<br />
O Ranking aponta que o segmento de automóvel, sem<br />
contar o seguro DPVAT, teve aumento de 3% em relação<br />
ao ano anterior, com faturamento de R$ 35,8 bilhões. Já<br />
o ramo de transportes foi o que mais surpreendeu, conseguindo<br />
registrar lucro de R$ 3,6 bilhões em 2018, com<br />
avanço de 14% na comparação com 2017.
painel<br />
• nresultado<br />
Empresa anuncia lucro de US$ 71 mi no primeiro trimestre de 2019<br />
A TransUnion anunciou os resultados financeiros do 1º<br />
trimestre de 2019. A empresa fechou o período com uma receita<br />
de US$ 619 milhões, um crescimento de 15% comparado ao<br />
1T18. O lucro líquido atribuído à companhia foi de US$ 71<br />
milhões no 1T19, comparado aos US$ 73 milhões no mesmo<br />
período de 2018.<br />
O Ebitda ajustado do 1º trimestre foi de US$ 239 milhões,<br />
registrando um aumento de 18% em comparação ao mesmo<br />
período no ano anterior. A margem de Ebitda ajustada foi de<br />
38,3%, contra 37,7% do 1T18.<br />
“A TransUnion entregou mais um trimestre com bons resultados<br />
nesse começo de ano, posicionando-se para um 2019<br />
forte. Continuamos a ver crescimento em todo o portfólio,<br />
impulsionado pela inovação. Nesse trimestre, nossas operações<br />
internacionais entregaram uma performance forte, destacada<br />
pelos resultados da Índia, Canadá, América Latina e Ásia-<br />
-Pacífico em câmbio constante”, afirma Jim Peck, presidente<br />
e CEO da empresa.<br />
• ntecnologia<br />
São Paulo recebe mais um espaço de inovação<br />
A Liberty Mutual, juntamente com<br />
a Liberty Seguros, anunciou o lançamento<br />
da nova unidade do Solaria Labs,<br />
laboratório de inovação da companhia,<br />
em São Paulo. O novo local, além de<br />
iniciar relacionamento com o ecossistema<br />
brasileiro de inovação, vem para<br />
expandir o investimento do laboratório<br />
em novos mercados globais atendendo<br />
às operações na América Latina e Europa<br />
Ocidental.<br />
O Solaria Labs tem uma presença<br />
global, com espaços em Boston, Singapura<br />
e, agora, na capital paulistana, desenvolvendo<br />
soluções para atender às<br />
necessidades de consumidores em um<br />
mundo em constante transformação.<br />
“O mundo está mudando rapidamente<br />
e a forma como as pessoas se<br />
movem, vivem e conduzem seus negócios continua a<br />
evoluir e se transformar. Os consumidores estão procurando<br />
novas maneiras de proteger o que mais importa<br />
para eles, e suas expectativas estão maiores do que<br />
nunca”, afirma Adam L’Italien, diretor do Solaria Labs e<br />
vice-presidente de Inovação e Global Retail Markets da<br />
Liberty Mutual. “O laboratório em São Paulo irá explorar<br />
como essas tendências em evolução moldarão o futuro e<br />
desenvolver soluções para os consumidores na América<br />
Latina e Europa Ocidental”, completa.<br />
14
GENTE<br />
China Desk para<br />
América Latina<br />
A Willis Towers Watson contrata Daniel Lau como<br />
diretor executivo do China Desk para a América Latina.<br />
Lau terá forte atuação no desenvolvimento de relacionamento<br />
e novos<br />
negócios com empresas<br />
chinesas que<br />
operam na América<br />
Latina.<br />
O executivo<br />
possui 19 anos de<br />
experiência em estratégia<br />
de mercado<br />
internacional, tendo<br />
assessorado diretamente<br />
os maiores<br />
investimentos realizados<br />
pela China<br />
desde 1999.<br />
Líder em tecnologia<br />
Lucas Húngaro chega à Pitzi para liderar o time de tecnologia<br />
e intensificar a busca por soluções inovadoras de arquitetura<br />
de plataforma. Isso deve tornar a integração entre sistemas ainda<br />
mais eficiente, modular e escalável, além de reforçar o papel da<br />
empresa como um provedor de dados confiável para seus parceiros.<br />
“Vejo que estamos diante de mais um ponto de virada nesses<br />
oito anos de história. Acredito que a tecnologia tem um papel fundamental<br />
nesse momento, garantindo a escala e se tornando um<br />
verdadeiro catalisador de negócios”, analisa o novo lead architect.
GENTE<br />
Evolução com executiva<br />
de RH<br />
Daniela Dall’Acqua é a nova diretora de RH da MetLife<br />
Brasil, posto recém deixado por Andrea Barradas, que foi promovida<br />
para uma posição-chave na área de desenvolvimento<br />
de talentos para a América Latina.<br />
Daniela chega com a missão de continuar a evolução da<br />
companhia no setor, contribuindo com sua sólida formação<br />
e experiência obtida ao longo dos 20 anos em diferentes funções<br />
em Recursos Humanos. A profissional tem também uma<br />
história de liderança de diversos projetos de transformação<br />
cultural, incorporando metodologias de inovação e agilidade<br />
organizacional.<br />
Diretor de e-commerce<br />
e canais digitais<br />
A Regula Sinistros ampliou<br />
sua equipe com a chegada<br />
de Rogério Mesquita,<br />
publicitário com 20 anos de<br />
atuação no mercado segurador,<br />
como novo diretor de E-<br />
-Commerce e Canais Digitais.<br />
“Tenho expertise em Gestão<br />
de Pessoas e Canais Digitais<br />
e estou com um projeto de integração<br />
dos produtos distribuídos<br />
pela Regula, para que<br />
sejam comercializados 100%<br />
online”, afirma Mesquita.<br />
Segundo o CEO da empresa,<br />
Daniel Bortoletto, a Regula é apoiada em conceitos<br />
contemporâneos de gestão e investe em pessoas. “Acreditamos<br />
que para trilhar a rota do sucesso se fazem necessários educadores,<br />
que sejam líderes por conhecimento. Ter o Rogério<br />
como nosso diretor de Canais Eletrônicos é uma conquista<br />
para todos”, declara.<br />
Consultoria recebe reforço<br />
A Moraes Velleda –<br />
consultoria em gestão de<br />
risco para as operações de<br />
toda a cadeia logística –<br />
anuncia a contratação de<br />
seu novo diretor Comercial<br />
e Marketing, Vitor Hugo<br />
Marques, que traz a visão<br />
do mercado segurador para<br />
a atividade de prevenção de<br />
perdas.<br />
“Quase toda minha<br />
carreira atuei em seguradoras,<br />
tendo a visão das<br />
companhias sobre como<br />
aprimorar a gestão de um risco. Também tive muito contato<br />
com corretores de seguros, realizava treinamentos, ajudava os<br />
profissionais a viabilizar seus negócios com a seguradora e tive<br />
uma experiência atuando deste lado do balcão. Trago toda esta<br />
bagagem para agregar à empresa, aproveitando a inteligência<br />
do gerenciamento de riscos para viabilizar a melhor condição<br />
para o cliente final”, afirma Marques.<br />
Executivo de contas<br />
para São Paulo<br />
Ricardo Astorino chega à Affinity para reforçar o<br />
time de São Paulo. O novo executivo de contas tem larga<br />
experiência em turismo e já passou por agências corporativas<br />
como Carlson Wagonlit Travel, Maringá e Alatur.<br />
“Me sinto muito feliz em poder fazer parte desse<br />
time, que conta com alguns dos profissionais que fizeram<br />
e fazem parte da história do ramo de assistência de<br />
viagem no Brasil. Estou ciente dos desafios, mas tenho a<br />
certeza de que com muito trabalho e dedicação, com o<br />
apoio de todos, poderei contribuir com o crescimento<br />
da empresa”, afirma Astorino.<br />
16
capa | sancor seguros<br />
Uma construção em<br />
parceria com o corretor<br />
No Brasil há seis<br />
anos, Sancor<br />
Seguros montou<br />
sua operação<br />
multiprodutos<br />
a partir da<br />
necessidade dos<br />
corretores de<br />
seguros e agora<br />
expande negócios<br />
para novas regiões<br />
18<br />
Kelly Lubiato<br />
Na contramão da economia<br />
brasileira e muito superior<br />
aos números do mercado de<br />
seguros nacional, a Sancor<br />
Seguros mostra os resultados do investimento<br />
em locais e produtos mais afastados<br />
do centro das atenções. Em 2018,<br />
a seguradora cresceu cerca de 23% em<br />
relação ao ano anterior, em um momento<br />
no qual o setor avançou aproximadamente<br />
8% (seguros patrimoniais e de<br />
riscos de pessoas). A companhia agora<br />
é multiprodutos, com o predomínio do<br />
seu faturamento oriundo dos seguros de<br />
pessoas, passando também pelos produtos<br />
de automóveis, patrimoniais e rurais.<br />
A operação brasileira foi iniciada em<br />
2013 e, no ano seguinte, em 18 meses,<br />
foram abertas sete sucursais, seis delas<br />
na região Sul. Em 2016 foi a vez do Triângulo<br />
Mineiro receber um escritório,<br />
na cidade de Uberlândia e, em 2018, a<br />
operação foi estendida para o Centro<br />
Oeste, avançando para o Mato Grosso<br />
do Sul e, em seguida, para o interior do<br />
estado de São Paulo (São José do Rio<br />
Preto, Marília, Ribeirão Preto e Bauru).<br />
Excetuando-se os serviços financeiros<br />
do seu banco na Argentina e o ramo de<br />
Acidentes de Trabalho, a unidade brasileira<br />
da Sancor Seguros representa 12%<br />
do faturamento de todo o Grupo Sancor<br />
Seguros, que além da Argentina possui<br />
unidades também no Paraguai e Uruguai.<br />
Início pelo interior<br />
A estratégia de começar a operação<br />
da companhia de seguros pelo interior<br />
tem sua razão de ser. De acordo com<br />
Leandro Poretti, diretor Geral, nestas
“Estamos seguindo em<br />
uma linha estratégica<br />
de agregar valor ao<br />
serviço que entregamos.<br />
Não vendemos seguro,<br />
vendemos proteção”<br />
Leandro Poretti<br />
localidades os corretores de seguros<br />
ainda sentem falta do relacionamento<br />
interpessoal mais próximo, com a possibilidade<br />
de troca maior de informações.<br />
Desta forma é possível investir na criação<br />
conjunta de produtos que realmente<br />
atendam às expectativas dos corretores e<br />
segurados. “Temos um viés de customização<br />
para microrregiões. A única maneira<br />
de colocar isso em prática é através<br />
das parcerias, o que agrega muito mais<br />
valor aos produtos que comercializamos”,<br />
aponta o diretor Geral. Ele adianta que<br />
a expectativa da empresa é continuar<br />
atuando no interior enquanto se aproxima<br />
dos grandes centros.<br />
A estratégia para o início das operações<br />
brasileiras foi parecida com a história<br />
da seguradora na matriz argentina,<br />
que remete à produção rural e ao cooperativismo.<br />
Após a instalação de um<br />
escritório no Brasil, a empresa identificou<br />
algumas oportunidades, principalmente<br />
porque o setor agropecuário não<br />
era explorado em sua totalidade, com a<br />
demanda concentrada em apenas uma<br />
seguradora. Dessa maneira, trazendo<br />
sua expertise em seguros rurais obtida<br />
nos demais países onde atua, a Sancor<br />
Seguros obteve destacado crescimento,<br />
alcançando o topo das maiores seguradoras<br />
a operarem nesse ramo.<br />
“Nossa estratégia foi iniciar próximos<br />
de onde estavam nossos parceiros<br />
corretores de seguros e nossos segurados,<br />
os produtores rurais, por isso a escolha<br />
de Maringá, no Paraná, para receber a<br />
sede da empresa, uma região que se destaca<br />
por ser lar de grandes cooperativas<br />
agroindustriais, explica Poretti. “Quando<br />
se fala em customização de produtos,<br />
estas cooperativas têm papel muito<br />
importante, porque garantem o crédito<br />
de pré-custeio de aproximadamente 45<br />
cooperativas de todo o Brasil, comenta.<br />
Além de possuir uma estrutura e<br />
equipe exclusiva para os produtos rurais,<br />
o sucesso no ramo de agronegócios se<br />
deve também ao estabelecimento de<br />
grandes parcerias com cooperativas<br />
financeiras, como o Sicredi e o Sicoob.<br />
A seguradora possui parcerias com<br />
corretores de todas as regiões do país, e<br />
uma rede para atendimento de sinistros<br />
formada por uma equipe de mais de<br />
300 engenheiros agrônomos em todo<br />
o Brasil.<br />
Jeito diferente<br />
Os altos investimentos em tecnologia,<br />
a digitalização de processos e o<br />
enxugamento das despesas administrativas<br />
em algumas empresas do mercado<br />
mostraram uma nova realidade,<br />
de relacionamento interpessoal mais<br />
distante. Foi justamente na contramão<br />
deste conceito, sem deixar de lado a<br />
tecnologia dos processos, que a Sancor<br />
Seguros optou por ocupar espaço. “As<br />
seguradoras acabaram se modernizando<br />
muito e se tornando muito impessoais<br />
em suas relações. Nós queremos personalizar<br />
os produtos e entender os<br />
motivos que despertam as necessidades<br />
dos clientes”, avalia Rosimario Pacheco,<br />
Superintendente Comercial, responsável<br />
pelo atendimento aos cerca de dois mil<br />
corretores cadastrados na seguradora.<br />
Esta prática, de conversar com as pessoas,<br />
ajuda a desenvolver produtos com<br />
itens parametrizados, que eventualmente<br />
podem ser customizados de acordo com<br />
as solicitações dos corretores.<br />
A estratégia da empresa, segundo<br />
Pacheco, foi montar um Clube de Corretores,<br />
grupo que reúne mensalmente<br />
profissionais na matriz da companhia no<br />
Norte do Paraná com toda a diretoria da<br />
Sancor, além dos superintendentes e gerentes.<br />
“Com isso, realizamos adequações<br />
19
sancor seguros<br />
constantes de produtos, para que sejam<br />
moldados pelas (e para) necessidades dos<br />
segurados”. Os exemplos de mudanças<br />
vão desde coisas mais simples, como alterações<br />
na forma de pagamento, até trocas<br />
nas condições gerais, que precisam ser<br />
submetidas à Susep. “Tudo é registrado<br />
em ata, mapeado e reportado aos corretores,<br />
para que eles vejam que suas opiniões<br />
são levadas a sério”, ressalta Pacheco.<br />
Seguros de pessoas<br />
Se no princípio as atividades da Sancor<br />
foram concentradas nos produtos de<br />
seguros rurais, hoje a nova realidade é a<br />
diversificação. Os seguros de automóveis<br />
estão crescendo na companhia, atendendo<br />
clientes de vários grupos econômicos.<br />
A companhia alcançou no último<br />
ano cerca de 80% de crescimento de<br />
seguros para pessoas, uma proporção<br />
que a concedeu premiações por tal feito,<br />
❙❙Rosimario Pacheco<br />
em um mercado que apesar das boas<br />
perspectivas cresceu pouco mais de dois<br />
dígitos. Vale pontuar que já no primeiro<br />
quadrimestre de 2019 a Sancor Seguros<br />
superou a média de crescimento de todo<br />
o último ano. “Esta é uma carteira que<br />
chama a atenção do mercado e ela cresceu<br />
porque os corretores passaram a ver<br />
neste ramo a possibilidade de trazer novas<br />
contas de pessoas em grupo para a nossa<br />
casa”, comemora Pacheco. Os seguros<br />
de pessoas PME´s já foram atualizados e<br />
estão disponíveis no Portal do Corretor.<br />
“Nos últimos dois anos crescemos<br />
mais de 100% nos seguros de pessoas.<br />
Contratamos uma equipe atuarial com<br />
grande conhecimento de notas técnicas<br />
desta carteira, aprovamos os produtos na<br />
Susep e colocamos a equipe comercial<br />
e especialistas na rua”, conta Leandro<br />
Poretti. Estas ações possibilitaram a<br />
criação de produtos aderentes tanto ao<br />
cliente quanto ao corretor. A grande novidade<br />
da companhia é o seguro viagem,<br />
produto que está sendo comercializado<br />
por 12 mil agentes de viagens, através<br />
de uma corretora de seguros. O produto<br />
História<br />
Há 74 anos, em Sunchales na província de Santa Fé,<br />
na Argentina, a Sancor Seguros foi criada para atender as<br />
necessidades dos produtores agropecuários locais. A região<br />
representa o maior centro leiteiro de toda a América Latina,<br />
e é considerada a Capital do Cooperativismo naquele país.<br />
Com alguns anos de atuação, a companhia expandiu seus<br />
produtos para outros ramos.<br />
Em 1995, após um decreto presidencial, houve a privatização<br />
dos seguros de acidentes do trabalho, ramo no<br />
qual a companhia passou a atuar juntamente com outras 13<br />
seguradoras privadas. A Sancor Seguros é a maior operadora<br />
deste mercado, detendo 20% de market share no seu país<br />
de origem.<br />
Vale ressaltar que a Argentina é um país com<br />
44 milhões de habitantes e uma economia<br />
instável há alguns anos. 11% de todo o mercado de seguros<br />
é a fatia da seguradora em sua terra natal.<br />
Em 2002, a empresa iniciou seu processo de expansão<br />
internacional, tendo em vista que o mercado argentino já<br />
estava consolidado. Em 2006 foi aberta a filial no Uruguai,<br />
seguida em 2008 pela unidade de negócios no Paraguai.<br />
Nos dois países ela ocupa a 5a. colocação nos rankings<br />
do setor. No Brasil, a chegada aconteceu em 2008, com<br />
a instalação de um escritório de pesquisa e avaliação de<br />
mercado.<br />
20
❙❙Rafael Leonel<br />
foi desenvolvido com a empresa de assistência<br />
colombiana WTA. Ele é uma<br />
nova opção de produto para os brasileiros<br />
que viajam dentro e fora do País e tem<br />
se somado aos números de crescimento<br />
de seguros de pessoas da companhia.<br />
“Em se tratando de seguros de<br />
pessoas, nosso crescimento é baseado<br />
em três pilares: eficiência operacional,<br />
como a emissão em dia, cotador fácil,<br />
pagamento ágil de indenizações; além<br />
do relacionamento comercial, com um<br />
time qualificado que oferece a melhor<br />
assessoria ao corretor; e rentabilidade<br />
maior para os nossos parceiros corretores”,<br />
destaca Rafael Leonel, gerente<br />
Comercial Nacional de Seguros de<br />
Pessoas da Sancor Seguros. Além<br />
disso, ele aponta outras vantagens da<br />
comercialização dos produtos de pessoas,<br />
como as campanhas de incentivo<br />
Desafie-se+, que pontuam em todas as<br />
parcelas da apólice.<br />
“Temos também acordos comerciais,<br />
de remuneração variável e parcerias<br />
para alavancar os ganhos, além de<br />
estarmos sempre em busca da excelência<br />
do atendimento”, enumera Leonel.<br />
Neste ano, a seguradora fará uma<br />
reformulação completa da carteira de<br />
pessoas individual, que hoje é voltada<br />
para produtos simplificados. “A partir<br />
do segundo semestre, vamos operar com<br />
capitais mais elevados, com processos<br />
mais automatizados, com telesubscrição<br />
e outros caminhos mais ágeis para<br />
facilitar a venda do corretor”, adianta<br />
Leonel.<br />
A Sancor Seguros tem aumentado<br />
também sua carteira de seguros patrimoniais,<br />
que cresce a taxas de 60% ao<br />
mês, com a fundamental participação<br />
dos corretores, que comercializam produtos<br />
de seguro residencial, empresarial<br />
e condomínio.<br />
Enio Fukai, diretor de Operações da<br />
companhia, explica que alguns processos<br />
são fundamentais para garantir os bons<br />
resultados, tanto em Pessoas como em<br />
Patrimonial, o que se reflete em resultados<br />
financeiros e de avaliação do atendimento.<br />
“Temos um olhar especial para a subscrição,<br />
porque ela determina a qualidade do<br />
risco e o consequente resultado da carteira”.<br />
Ele continua: “além disso, a boa análise<br />
prévia é fundamental para que o sinistro<br />
seja bem regulado, com rapidez, pois ele<br />
é a tangibilização do contrato de seguro”.<br />
Leandro Poretti ressalta que o bom funcionamento<br />
da área de Operações reflete<br />
também em bons índices de satisfação dos<br />
clientes. “Temos muitas oportunidades de<br />
crescimento no Brasil. Quando olhamos<br />
para indicadores como do Reclame Aqui,<br />
por exemplo, estamos entre as seguradoras<br />
com melhores índices de satisfação dos<br />
clientes, com atendimento de 100% das<br />
reclamações, com um índice de solução de<br />
quase 90%, e com altos índice de voltaria<br />
a fazer negócios." Dentro da pesquisa de<br />
sinistros com usuários finais, que fazemos<br />
no seguro de automóveis, estamos com<br />
nota 4,7, numa escala que vai até 5, na qual<br />
consultamos a satisfação com cada etapa<br />
deste processo”, esclarece o diretor Geral.<br />
Tecnologia e inovação<br />
Poretti avalia ainda que atualmente<br />
as empresas devem se adequar a um modelo<br />
de elaboração de produtos ágil, para<br />
colocá-los na rua o mais rapidamente<br />
possível. “Todas as empresas de serviços<br />
utilizam o conceito de Mínimo Produto<br />
Viável, para iniciar a prototipagem.<br />
Depois começam a aperfeiçoar e têm o<br />
produto perfeito ao final de um ano. Para<br />
encontrar o ponto ideal, é preciso ouvir<br />
o cliente”, comenta.<br />
Para manter o negócio sustentável,<br />
Poretti acredita que a companhia deve<br />
agregar serviços à proteção, com o<br />
objetivo de facilitar a produtividade do<br />
seu cliente no dia a dia. “Por exemplo,<br />
A voz do corretor<br />
“A Sancor é uma companhia voltada<br />
para o cliente, facilitando, desta forma,<br />
as negociações e o acesso a seu corpo<br />
diretivo. Todos estão dispostos a entender<br />
e atender as demandas de nossos<br />
parceiros corretores, desde o analista até<br />
o CEO da empresa.<br />
Como qualquer outra empresa, há<br />
processos a melhorar, principalmente<br />
quando entramos em novos mercados<br />
e outras regiões. Mas o que os diferencia<br />
atualmente no mercado é a humildade<br />
em ouvir as demandas dos corretores<br />
e clientes e atendê-los, sempre que<br />
possível e alinhado com sua estratégia<br />
de negócios.<br />
O corretor pode confiar na Sancor<br />
como uma empresa que veio para crescer<br />
e fincar raízes em nosso País, sendo<br />
uma excelente opção para os negócios<br />
de seguro de pessoas.”<br />
Renata Ferraz,<br />
sócia da PR7 Consultoria<br />
em agronegócio, como posso ajudar o<br />
segurado rural a gerenciar e cuidar do seu<br />
patrimônio? Desenvolvemos uma plataforma<br />
de controle satelital meteorológico,<br />
para fornecer informações imediatas por<br />
meio de uma ferramenta digital, de como<br />
está indo a curva do crescimento do seu<br />
plantio, se pode estar sofrendo algum<br />
problema de pragas, de doenças etc,<br />
identificada por alguma mancha na massa<br />
verde. Isso é nosso compromisso: aportar<br />
à economia brasileira e aos nossos consumidores<br />
serviços de valor para que eles<br />
sejam mais produtivos”, garante o diretor.<br />
Além disso, é preciso disponibilizar<br />
ferramentas para o corretor de seguros<br />
possa ter mais agilidade. Rafael Leonel<br />
conta que a Sancor entrou em todas as<br />
linhas de negócios de pessoas: prestamista,<br />
seguro corporativo PME e<br />
grandes contas. “Lançamos o cotador<br />
online, que é o que o corretor precisa<br />
para atuar no PME. Prático e rápido, em<br />
poucos minutos oferece a cotação para<br />
o cliente. Com menos tempo ainda ele<br />
consegue transmitir estas propostas”,<br />
completa Leonel.<br />
21
tecnologia | riscos cibernéticos<br />
Ameaças cibernéticas:<br />
a globalização do risco<br />
Na era digital, dados de pessoas e empresas<br />
circulam expostos a novas e amplas<br />
possibilidades de crimes e o seguro para este<br />
nicho deve crescer exponencialmente<br />
Crimes cibernéticos já passaram<br />
da ficção e hoje são mais reais<br />
do que nunca. O risco está em<br />
todo lugar, cercando empresas<br />
e pessoas. A todo tempo há bandidos<br />
tentando roubar dados eletrônicos, desde<br />
golpes enviados por emails, que podem<br />
ser dos mais amadores, com informações<br />
absurdas e crassos erros de português,<br />
aos profissionais, capazes de enganar os<br />
mais preparados.<br />
Thaís Ruco<br />
No Brasil, este é um assunto cada<br />
vez mais discutido, visto que o País<br />
está na mira de hackers que podem<br />
causar enormes prejuízos. O Relatório<br />
de Ameaças à Segurança na Internet, da<br />
empresa de segurança digital Symantec,<br />
mostra que o Brasil é o sétimo país<br />
que mais gerou ciberataques no mundo<br />
em 2017. O estudo de 2018 da Norton<br />
Security Report revela que 46% dos<br />
brasileiros entrevistados (entre 16 mil<br />
pessoas no mundo) sofreram algum tipo<br />
de dano ligado a ataques hackers no<br />
ano anterior; 71% deles acreditam que<br />
podem ser vítimas de algum crime nas<br />
redes ao longo deste ano.<br />
Segundo o corretor de seguros especialista<br />
em riscos cibernéticos, Claudio<br />
Macedo Pinto, esta apólice está para as<br />
empresas como o plano de saúde está<br />
para as pessoas – mais cedo ou mais tarde<br />
terão algum problema e precisarão usar.<br />
“A exposição ao risco virtual é muito<br />
maior. Se você vai a um prédio e deixa<br />
sua foto e seu RG, existe a possibilidade<br />
de um hacker atacar o sistema de segurança<br />
do prédio e roubar esses dados.<br />
A dimensão do ataque também é muito<br />
maior do que um risco tangível, pois<br />
você pode ser roubado por alguém que<br />
está em seu próprio bairro ou do outro<br />
22
❙❙<br />
Tiago Lino, da AIG<br />
lado do mundo”, aponta. Sua empresa,<br />
a Clamapi Corretora de Seguros, atua<br />
somente no incipiente ramo, por acreditar<br />
nas perspectivas de crescimento e<br />
já atende muitas empresas preocupadas<br />
com este risco.<br />
Existem variadas formas de ameaças,<br />
tanto internas como externas. “As internas,<br />
por exemplo, podem ser resultantes<br />
de atos dolosos e/ou negligentes de funcionários.<br />
Já as ameaças externas são baseadas<br />
em ações de terceiros que tentam<br />
invadir sistemas para obter informações<br />
ou paralisar as operações das empresas”,<br />
afirma Tiago Lino, especialista em Riscos<br />
Cibernéticos da AIG Seguros. Segundo<br />
ele, tem sido cada vez mais frequente<br />
também o aumento das extorsões cibernéticas<br />
por meio do que é chamado de<br />
“ransonware”, em que o hacker restringe<br />
o acesso às informações ou ao sistema<br />
infectado, cobrando um “resgate” para o<br />
restabelecimento do sistema ou devolução<br />
das informações “sequestradas”.<br />
Outro perfil dos ataques maliciosos<br />
são os realizados por grupos politicamente<br />
motivados, o que são chamados<br />
de hacktivistas e cyber terroristas. “Estes<br />
buscam causar ruptura na realização das<br />
atividades das empresas e usam a tecnologia<br />
para criar problemas em que sistemas<br />
ficam indisponíveis e, consequentemente,<br />
há uma perda financeira direta à empresa,<br />
assim como danos à reputação e possíveis<br />
danos físicos”, explica Marta Schuh, líder<br />
de Cyber da Marsh Brasil.<br />
Segundo a especialista, as principais<br />
consequências de um incidente a uma<br />
empresa vão de prejuízos relacionados<br />
aos custos de restaurar/reconstruir sistemas<br />
e bancos de dados, custos com<br />
notificação a indivíduos, honorários advocatícios,<br />
consultorias, danos à reputação<br />
da empresa e perda direta de receita.<br />
“Recentemente houve uma empresa que<br />
teve inclusive sua nota de crédito rebaixada<br />
pela Moodys diante do impacto de<br />
um incidente”.<br />
Por mais que seja oriundo deste<br />
meio, o risco cibernético não pode ser reduzido<br />
a uma preocupação exclusivamente<br />
de tecnologia. “Devemos entendê-lo<br />
como um problema que envolve pessoas,<br />
cultura, processos, dados, identidades e<br />
ambiente físico. Resiliência cibernética<br />
requer apoio das áreas de negócios e dos<br />
executivos da empresa”, afirma Fernando<br />
Saccon, Head of Financial Lines da<br />
Zurich Seguros. “A revolução digital e<br />
a transformação nos negócios requerem<br />
disciplina de gestão de riscos, já que<br />
gerenciar o risco é imperativo para a<br />
continuidade dos negócios”.<br />
1) Questões de responsabilidade<br />
civil perante as pessoas afetadas<br />
(clientes ou funcionários, enfim,<br />
terceiros) ou instituições que os representem<br />
por conta da vazamento<br />
indevido de seus dados pessoais,<br />
tendo como exemplos os custos de<br />
ação civil, coletivas ou individuais, incluindo<br />
os honorários dos advogados<br />
para a defesa da instituição e prejuízos<br />
financeiros causados às pessoas<br />
afetadas, inclusive de danos morais;<br />
2) Também possibilita o pagamento<br />
de custos, encargos, honorários<br />
e despesas para ajudar os segurados<br />
a lidarem com a crise causada<br />
por esse vazamento de dados. Nesses<br />
casos, há a necessidade de contratação<br />
de especialistas para determinar<br />
a extensão desse dano em aspectos<br />
contábeis ou técnicos de TI, de planejar<br />
uma campanha na mídia, a fim<br />
de minimizar os efeitos negativos à<br />
reputação da instituição. Abrange<br />
coberturas do próprio segurado, ou<br />
❙❙Claudio Macedo Pinto, da Clamapi<br />
Criminosos da internet<br />
Diferentemente das pessoas que têm<br />
a intenção de fraudar uma seguradora,<br />
o criminoso virtual tem a intenção de<br />
tirar proveito do alvo direto do ataque<br />
(a empresa ou governo atacado), obtendo<br />
dados ou acesso privilegiado.<br />
seja, danos suportados por ele mesmo,<br />
que são adicionais às coberturas<br />
de responsabilidade civil do item anterior.<br />
No exemplo, já que ocorreram<br />
vazamentos de dados pessoais, pode<br />
ser necessário o monitoramento de<br />
crédito de pessoas físicas afetadas<br />
e até uma notificação formal a cada<br />
indivíduo envolvido nesse evento.<br />
Alguns dos custos que o segurado<br />
poderia incorrer:<br />
- Custos para determinar a extensão<br />
do dano (como investigação<br />
forense, TI ou contabilidade);<br />
- Custos com campanha de Relações<br />
Públicas;<br />
- Custos de monitoria de crédito<br />
de pessoas físicas afetadas, tanto<br />
clientes quanto não clientes;<br />
- Custos para notificar as pessoas<br />
físicas afetadas, autoridades nacionais<br />
e/ou as agências reguladoras;<br />
- Honorários de especialista em<br />
extorsão para suportar a tomada de<br />
decisão.<br />
23<br />
A apólice de riscos cibernéticos<br />
atua basicamente em duas frentes:
iscos cibernéticos<br />
❙❙Fernando Saccon, da Zurich Seguros<br />
“Quando falamos de crime, é possível<br />
encontrar sofisticadas organizações<br />
criminosas atuando nesse meio ou mesmo<br />
indivíduos oportunistas, mas com<br />
grande conhecimento técnico para que<br />
possam navegar com facilidade e romper<br />
as barreiras necessárias para efetivação<br />
de suas ações”, diz Fernando Saccon,<br />
da Zurich. Contudo, ele ressalta que<br />
outras ameaças também estão presentes,<br />
podendo elas serem maliciosas (ex. crime<br />
organizado, hacktivismo etc) e não<br />
maliciosas (ex. erros humanos, falta de<br />
gestão adequada na guarda de dados etc).<br />
Mundialmente, os crimes cibernéticos<br />
já estão quase do tamanho do mercado<br />
de drogas, de acordo com o corretor<br />
de seguros Claudio Macedo Pinto. “Soma<br />
alguns bilhões de dólares ao ano e a previsão<br />
é chegar a dois trilhões de dólares<br />
em 2030”, revela. “Os bandidos começam<br />
a perceber que é mais fácil estar em uma<br />
sala com ar condicionado do que sair<br />
na rua armado, drogado, correndo risco<br />
de tomar um tiro. Recentemente, houve<br />
uma notícia de que a polícia prendeu<br />
uma célula do PCC focada no ataque a<br />
criptomoedas”, conta.<br />
Setores para atuação<br />
do corretor<br />
A maioria das indústrias tornou-se<br />
dependente da tecnologia e de uso de<br />
dados. Por um lado, isso representa uma<br />
oportunidade para melhorar a eficiência<br />
e a lucratividade. Por outro, traz consigo<br />
uma série de riscos emergentes. Nem<br />
todas as empresas enfrentam as mesmas<br />
❙❙Marta Schuh, da Marsh Brasil<br />
ameaças de riscos cibernéticos, mas<br />
todas estão sujeitas a prejuízos diante de<br />
uma violação.<br />
“Se sua empresa captura ou armazena<br />
dados de clientes, funcionários e<br />
fornecedores, você possui risco cibernético”,<br />
declara Marta Schuh, da Marsh<br />
Brasil. Segundo ela, os dados que geralmente<br />
são alvo de um ataque cibernético<br />
são informações pessoalmente<br />
identificáveis de funcionários ou clientes,<br />
Sinistros recentes<br />
Alguns exemplos de sinistros,<br />
divulgados amplamente pela mídia,<br />
foram registrados nos últimos anos.<br />
A Netshoes, empresa de e-commerce<br />
no Brasil, teve exposição de<br />
dados pessoais de clientes. Nesse caso,<br />
mesmo antes da aprovação da nova Lei<br />
Geral de Proteção de Dados, o Ministério<br />
Público do Distrito Federal foi bastante<br />
atuante. A informação divulgada na mídia<br />
foi de que a empresa fez um acordo<br />
com o Ministério Público para notificar,<br />
por meio de contato telefônico, todas<br />
as pessoas que foram atingidas pelo vazamento,<br />
que era um número próximo<br />
a 2 milhões de clientes. Além disso, foi<br />
fechado um acordo extrajudicial com o<br />
Ministério Público para evitar uma ação<br />
coletiva, no valor de R$ 500 mil como<br />
indenização por danos morais. Tanto os<br />
custos com a Notificação, como a contratação<br />
de um Call Center para efetuar<br />
todas as ligações e a indenização por<br />
danos morais acordada com o Ministério<br />
Público, poderiam ser passíveis de<br />
cobertura. Além disso, todas as custas<br />
com a investigação, contratação de<br />
peritos técnicos, forenses, advogados e<br />
também contratação de um profissional<br />
de Relações Públicas para gerenciar a<br />
crise de imagem da empresa poderiam<br />
ser amparadas na apólice.<br />
Outro caso recente foi de uma<br />
montadora que, após detectar invasão<br />
aos sistemas na Europa, suspendeu as<br />
atividades da fábrica na França e acabou<br />
afetando a operação no Brasil. Este<br />
ataque poderia paralisar a operação<br />
inteira da empresa, ocasionando assim<br />
Lucros Cessantes por todo período da<br />
paralisação, além dos custos com todos<br />
os profissionais citados acima.<br />
Uma situação que não estaria<br />
amparada pelo seguro de Riscos Cibernéticos,<br />
hoje, são os danos corporais e<br />
materiais causados por ataque cibernético.<br />
Um exemplo<br />
disso é o caso do<br />
Stuxnet, famoso vírus<br />
de computador<br />
descoberto em 2010 e que foi projetado<br />
especificamente para atacar o sistema<br />
operacional usado para controlar as<br />
centrífugas de enriquecimento de urânio<br />
iranianas, fazendo com que estas<br />
centrífugas girassem fora do controle.<br />
O vírus não chegou a causar nenhum<br />
nado, mas tinha potencial para destruir<br />
máquinas fisicamente ou até provocar<br />
um desastre nuclear.<br />
Nos Estados Unidos, a loja de departamentos<br />
Target sofreu um ataque<br />
cibernético que causou vazamento<br />
dos dados de 47 milhões de cartões de<br />
crédito de clientes. Somente para a reemissão<br />
dos cartões foram gastos USD<br />
19 milhões. Este, felizmente, num país<br />
com a conscientização do seguro mais<br />
avançada, contava com a proteção.<br />
24
❙❙Caroline Ayub, da Tokio Marine<br />
informações confidenciais de outros negócios<br />
compartilhados sob um contrato<br />
de confidencialidade ou dados confidenciais<br />
da própria empresa, como segredos<br />
comerciais, protocolos de negócios ou<br />
lista de clientes. “O conteúdo de mídia<br />
publicado no ciberespaço também cai no<br />
escopo e pode resultar em alegações de<br />
difamação ou infração de propriedade<br />
intelectual”.<br />
De acordo com a pesquisa “Segurança<br />
Cibernética”, realizada em<br />
2015 pela Federação das Indústrias do<br />
Estado de São Paulo (Fiesp), 59% dos<br />
ataques cibernéticos registrados no Brasil<br />
visam as finanças da empresa, sendo<br />
que mais de 60% ocorrem em indústrias<br />
de pequeno e médio porte, menos preparadas<br />
para impedir as fraudes. “Esse<br />
dado reforça o potencial a ser explorado<br />
dentro desse mercado e, principalmente,<br />
o trabalho de conscientização a ser<br />
feito para destacar com esse público a<br />
importância de estar protegido”, analisa<br />
Caroline Ayub, gerente de Garantia e<br />
Linhas Financeiras da Tokio Marine.<br />
Para Claudio Macedo Pinto, da<br />
Clamapi Corretora de Seguros, existem<br />
alguns setores mais expostos, como bancos,<br />
mercado financeiro e empresas de<br />
tecnologias. “Temos falado com muitos<br />
bancos mas, da padaria à Petrobrás, todo<br />
mundo está exposto”. Macedo afirma<br />
que “Quanto mais corretores tivermos<br />
no ramo, será melhor para todo mundo.<br />
A carteira precisa crescer, pois hoje está<br />
muito pequena e qualquer sinistro pode<br />
causar problema para a seguradora.<br />
Estima-se que haja apenas 200 apólices<br />
no Brasil e a possibilidade de emitir<br />
milhares nos próximos anos. Mas é<br />
preciso se preparar, entender um pouco<br />
de leis e de tecnologia para convencer<br />
o cliente”. Segundo ele, para quem<br />
decidir apostar, a rentabilidade é boa.<br />
“O comissionamento segue os moldes<br />
do automóvel, e também é uma apólice<br />
renovável anualmente. Com o diferencial<br />
do enorme campo para fechamento<br />
de negócios”.<br />
Evolução da cultura<br />
No Brasil existe grande desafio de<br />
trabalhar a cultura do seguro e isso fica<br />
ainda mais forte quando se trata de um<br />
novo produto, voltado para um nicho tão<br />
específico. “Antes, este tipo de risco era<br />
visto como uma ameaça somente no<br />
exterior, mas nos últimos anos o Brasil<br />
entrou na mira desses ataques e cada dia<br />
aumentam os casos de cyber extorsão,<br />
fazendo assim com que as empresas<br />
fiquem mais atentas para a segurança<br />
de suas informações”, afirma Caroline<br />
Ayub, da Tokio Marine. “Somos o<br />
segundo país com o maior número de<br />
crimes cibernéticos no mundo e fazer a<br />
aquisição do seguro cibernético pode ser<br />
um exercício de auditoria de processos<br />
para algumas empresas. Identificar suas<br />
exposições e o impacto comercial pode<br />
demonstrar o valor do seguro cibernético<br />
de maneira positiva”.<br />
As leis de proteção de dados já em<br />
vigor nos Estados Unidos e Europa, e a<br />
brasileira, que passará a vigorar em 2020,<br />
estão deixando os empresários brasileiros<br />
em alerta e cada vez mais cientes da<br />
importância do seguro de riscos cibernéticos.<br />
“Notamos que a procura pelo<br />
seguro que cobre vazamentos de dados e<br />
ataques hackers mais que dobrou desde o<br />
segundo semestre de 2018, quando a Lei<br />
Geral de Proteção de Dados foi sancionada<br />
no Brasil”, afirma Tiago Lino.<br />
Para Fernando Saccon, da Zurich,<br />
as regulamentações também impulsionam<br />
as empresas a buscar gerir de<br />
maneira mais eficiente essa questão,<br />
buscando conhecimento e proteções<br />
que julgarem adequadas para seus negócios,<br />
já que o descumprimento pode<br />
gerar significativas perdas financeiras<br />
às empresas.<br />
SOM.US ONLINE APRESENTA<br />
NOVIDADES E MELHORIAS NO<br />
ATENDIMENTO AO CORRETOR<br />
O Som.us online, ferramenta de gestão<br />
de atendimento a corretores de seguros<br />
da Som.us Assessoria, completa um ano<br />
e, desde que foi implementado, passa por<br />
vários processos de melhorias. Ao todo, já<br />
foram registrados mais de 24 mil atendimentos<br />
e mais da metade foram solucionados<br />
em menos de 24hs. “Nossos clientes<br />
possuem perfil variado e com necessidade<br />
de urgência. Essas ações permitem priorizar<br />
corretamente as solicitações, garantindo<br />
um retorno eficiente aos nossos corretores”,<br />
afirma Luciano Scatamacchia, COO<br />
da Som.us Brasil.<br />
A nova versão da ferramenta permite<br />
o acompanhamento da performance de<br />
atendimento em tempo real, apresenta<br />
indicadores de espera, tempo médio de<br />
cada ligação, o melhor horário para ligar,<br />
taxa de abandono e quando o problema foi<br />
solucionado. “Esses indicadores auxiliam a<br />
empresa a ser mais proativa, entregando<br />
uma experiência melhor e mais assertiva”,<br />
explica Diovanni Simim, Diretor do Som.us<br />
Online. Além do investimento em tecnologia,<br />
a empresa investiu na capacitação da<br />
equipe visando a formação técnica, pessoal<br />
e comportamental, para melhor atender às<br />
demandas da rede.<br />
Com atuação junto a diversas seguradoras,<br />
todas as ações visaram adequar-se<br />
às particularidades sistêmicas e processuais<br />
de cada uma. “Nossa central técnica possui<br />
equipes diferenciadas para atendimento<br />
das companhias e uma liderança familiarizada<br />
com o atendimento a corretores e<br />
processos do mercado securitário. Assim,<br />
tornamos o atendimento ao corretor ainda<br />
mais ágil e eficaz”, conclui Simim.
tecnologia | Lgpd<br />
Lei Geral de Proteção<br />
de Dados: avanços para<br />
o setor de seguros<br />
Com as mudanças trazidas pela nova lei, as empresas devem<br />
ser mais transparentes sobre as informações de seus clientes e<br />
incluir medidas protecionais atualizadas na gestão<br />
Thaís Ruco<br />
26
A<br />
globalização e a informatização<br />
das empresas gerou<br />
um aumento significativo<br />
de dados em circulação na<br />
internet que, por mais que existam<br />
programas antivírus e outras proteções,<br />
estão expostas a ataques cibernéticos<br />
que podem causar grandes danos. Neste<br />
cenário, os seguros de diversos ramos<br />
que previam como risco excluído os<br />
ataques cibernéticos deram espaço a<br />
um novo ramo a ser comercializado: o<br />
seguro contra riscos cibernéticos. Com o<br />
desenvolvimento da plataforma virtual,<br />
tanto como fonte de venda, quanto de<br />
informatização das empresas, até mesmo<br />
os estabelecimentos de médio e de pequeno<br />
portes começaram a sofrer ataques<br />
cibernéticos pela falta de segurança de<br />
seus sistemas.<br />
Em razão do crescimento exponencial<br />
do risco, houve a necessidade de uma legislação<br />
que regulamentasse e sancionasse<br />
as empresas em razão do mau tratamento<br />
de dados. A Lei Geral de Proteção de<br />
Dados, Lei 13.709/2.018, conhecida também<br />
como LGPD, entrará em vigor em<br />
agosto de 2020 e determina que qualquer<br />
informação relacionada a pessoa natural<br />
identificada ou identificável é considerada<br />
dado pessoal e toda operação realizada<br />
com dados pessoais, sensíveis e/ou pseudonomizados,<br />
considerada “tratamento de<br />
dados” (Artigo 5º, inciso I e X).<br />
Segundo a advogada especialista<br />
em direito securitário e do consumidor<br />
Luciana Paola Mussa, isso significa que<br />
a empresa que coleta, produz, recebe,<br />
classifica, utiliza, acessa, reproduz,<br />
transmite, distribui, processa, arquiva,<br />
armazena, elimina, avalia ou controla<br />
informação, modificação, comunicação,<br />
transferência, difusão ou extração está<br />
“tratando dados” nos termos da Lei.<br />
“Considerando o alcance da Lei, uma<br />
farmácia de pequeno porte, padaria,<br />
até mesmo pizzaria que realize vendas<br />
‘online’ e possua um sistema de cadastro<br />
de clientes operando na internet tem o<br />
dever de garantir a proteção dos dados<br />
que possui, como, por exemplo, nome,<br />
endereço e dados bancários utilizados<br />
no pagamento”, alega.<br />
Em razão do dever de preservar dados,<br />
imposto pela Lei 13.709, toda empresa<br />
de direito público ou privado que tratar<br />
dados tem também o dever de reparação<br />
civil caso, no exercício de atividade de<br />
tratamento de dados, tal manipulação<br />
causar a outrem dano patrimonial, moral,<br />
individual ou coletivo, nos termos do<br />
Artigo 42 da Lei 13.709 de 2.018. “Art.<br />
42. O controlador ou o operador que, em<br />
razão do exercício de atividade de tratamento<br />
de dados pessoais, causar a outrem<br />
dano patrimonial, moral, individual ou<br />
coletivo, em violação à legislação de<br />
proteção de dados pessoais, é obrigado<br />
a repará-lo”.<br />
Além da reparação civil, a Lei prevê<br />
a aplicação de sanções administrativas.<br />
❙❙Luciana Paola Mussa, advogada<br />
27<br />
“As sanções impostas pela Lei, descritas<br />
no Artigo 52, variam conforme a infração<br />
e são listadas como advertência, multa<br />
simples (de até 2% do faturamento da<br />
empresa, limitado a R$ 50.000.000,00<br />
por infração), multa diária, além de publicidade<br />
da infração, bloqueio e eliminação<br />
dos dados que se refere a invasão”,<br />
explica a advogada Luciana.<br />
Novidades trazidas pela Lei<br />
Uma das maiores inovações da LGPD<br />
está na obrigação das empresas adequarem<br />
suas atividades que envolvem coleta,<br />
uso, armazenamento, e compartilhamento<br />
de dados pessoais, até agosto de 2020, sob<br />
pena de, não o fazendo, poderem sofrer<br />
sanções por parte da futura Autoridade<br />
Nacional de Proteção de Dados. “A<br />
LGPD vem principalmente para aumentar<br />
o controle sobre os dados de usuários<br />
que hoje são utilizados de forma muito<br />
irresponsável. Agora, além de o usuário<br />
ter que autorizar o uso de seus dados, ele<br />
deverá também saber qual a finalidade de<br />
uso desses dados”, alega Mariana Ortiz,<br />
Financial Lines, Cyber & Liability Manager<br />
na Generali Brasil Seguros.<br />
Outro ponto interessante é que a<br />
partir da agora, o controlador dos dados<br />
será obrigado a comunicar à autoridade<br />
nacional, e ao titular dos dados, a ocorrência<br />
de incidente de segurança que<br />
poderá acarretar riscos ou danos aos seus<br />
titulares. “Isso até hoje não é feito por<br />
nenhuma empresa brasileira e pode ser<br />
um grande passo para a conscientização<br />
da população e das empresas”, analisa<br />
Mariana. “Também chama atenção que
Lgpd<br />
❙❙Mariana Ortiz, da Generali Brasil<br />
as empresas responsáveis por tratamentos<br />
de dados deverão nomear um<br />
‘Encarregado de Proteção de Dados’,<br />
que terá dentre as suas atribuições<br />
aceitar reclamações e comunicações dos<br />
titulares dos dados, bem como receber<br />
comunicações da autoridade nacional e<br />
adotar providências”, pontua.<br />
Pela LGPD, o titular passa a ter uma<br />
série de direitos sobre os seus dados, que<br />
serão tratados como bens tangíveis. Terão<br />
garantidos informação, acesso, privacidade,<br />
possibilidade de cancelamento,<br />
portabilidade, retificação, e revogação<br />
do consentimento para uso dos dados.<br />
“Como principais direitos, podemos<br />
citar o direito de acesso facilitado às<br />
informações sobre o tratamento de<br />
seus dados, além dos direitos de confirmação<br />
da existência de tratamento de<br />
dados, acesso, correção, anonimização,<br />
bloqueio, eliminação, e portabilidade<br />
de dados, informações sobre o eventual<br />
compartilhamento de seus dados, informações<br />
sobre a possibilidade de negar<br />
consentimento e as consequências, além<br />
do direito de revogar o seu consentimento<br />
dado anteriormente, entre outros”, explica<br />
Marcos Bruno, advogado sócio do escritório<br />
Opice Blum.<br />
De acordo com Bruno, há intenso<br />
esforço de boa parte das empresas brasileiras<br />
para adequação de suas atividades<br />
à LGPD. “Esse esforço engloba mapear<br />
todos os processos da companhia que<br />
envolvem dados pessoais, criar uma estrutura<br />
interna de governança relacionada<br />
à proteção de dados, adequar contratos e<br />
políticas de privacidade, adotar medidas<br />
28<br />
para permitir que titulares exerçam seus<br />
direitos relacionados aos dados pessoais<br />
perante a empresa, além da necessidade<br />
de treinar os colaboradores quanto a essa<br />
nova era de proteção de dados que se<br />
inicia”, relata.<br />
Mariana Ortiz, da Generali, conta<br />
que as empresas estão se readequando<br />
em todas as áreas. “Não é um trabalho de<br />
um único indivíduo. São aplicadas novas<br />
políticas aos usuários internos e externos,<br />
investimento em treinamentos, segurança<br />
da informação, inserção de cláusulas em<br />
contratos que preveem responsabilidades<br />
sobre o uso de dados e contratação de<br />
seguros de riscos cibernéticos, além de outras<br />
medidas requeridas pelas legislações”.<br />
Para a executiva, no que diz respeito<br />
às mudanças nas seguradoras, as responsabilidades<br />
não serão diferentes em relação<br />
aos outros tipos de indústrias. “Muito<br />
pelo contrário, nossa responsabilidade é<br />
ainda maior, já que sobre nós recai mais<br />
de uma normativa. Em termos de negócios,<br />
especificamente sobre o seguro de<br />
riscos cibernéticos, as seguradoras terão<br />
que se adequar para atenderem os segurados<br />
de forma imediata, satisfatória e com<br />
profissionais capacitados a atenderem<br />
esse tipo de demanda”, aponta.<br />
Impactos nos seguros<br />
Para o mercado de seguros, a LGPD<br />
representa uma oportunidade de negócios,<br />
sobretudo para a oferta de produtos<br />
que cubram “riscos cibernéticos”, que<br />
visam transferir riscos associados ao<br />
tratamento de dados pessoais. “Tanto a<br />
Lei Geral de Proteção de Dados quanto<br />
a “General Data Protection Regulation<br />
(aplicável aos países europeus)<br />
são importantíssimas para o mercado<br />
securitário. A própria aplicação da Lei<br />
à nossa indústria vem a ser um desafio<br />
importantíssimo, já que a anonimização<br />
dos dados é o nosso maior desafio, em<br />
termos de negócios, já que o mercado<br />
global tem uma expectativa de prêmios<br />
entre USD 8 e USD 9 bilhões, somente<br />
para o seguro de riscos cibernéticos”,<br />
analisa Mariana.<br />
Maria Fernanda Moura Andrade,<br />
especialista responsável pelo produto<br />
de Riscos Cibernéticos da Chubb, conta<br />
que empresas dos mais variados portes<br />
❙❙Marcos Bruno, da Opice Blum<br />
aumentaram a procura por seguros cibernéticos<br />
no Brasil depois que esse tipo de<br />
legislação passou a valer em toda a Europa,<br />
a partir de maio de 2018. O aumento<br />
da demanda foi também influenciado pelo<br />
fato de que, três meses depois, a presidência<br />
do Brasil publicou uma lei nos mesmos<br />
moldes, para vigorar em 18 meses.<br />
Conforme Maria Fernanda, as novas<br />
regras elaboradas na Europa e no Brasil<br />
impactam profundamente o modo como<br />
as empresas gerenciam cadastros de<br />
pessoas, prevendo penalidades severas<br />
em caso de descumprimento. Segundo<br />
ela, os incidentes com a segurança desses<br />
dados, em especial, precisam ser comunicados<br />
com rapidez para as autoridades<br />
competentes. “No Brasil, a lei diz que as<br />
medidas tomadas para mitigar ou reverter<br />
os efeitos do prejuízo nesses episódios<br />
precisam ser relatadas já no primeiro<br />
comunicado”, comenta, acrescentando<br />
que o seguro para Riscos Cibernéticos se<br />
destaca como um instrumento fundamental<br />
nessas ocasiões. Por isso, a empresa<br />
lançou no ano passado seu seguro para<br />
riscos cibernéticos, assim como outras<br />
seguradoras entraram ou estão entrando<br />
agora para o ramo.<br />
“Certamente, haverá demanda cada<br />
vez maior por produtos que possam<br />
transferir riscos associados às atividades<br />
de tratamento de dados pessoais.<br />
Muitas seguradoras já oferecem, em<br />
suas apólices, coberturas específicas<br />
para os riscos advindos da Lei Geral de<br />
Proteção de Dados, inclusive eventuais<br />
multas da futura Autoridade Nacional<br />
de Proteção de Dados, sendo importante
❙❙Maria Fernanda M. Andrade, da Chubb<br />
mecanismo de transferência de risco”,<br />
aponta Bruno. “A LGPD traz ao seguro<br />
uma força maior para a contratação do<br />
seguro contra riscos cibernéticos. O seguro<br />
é importante, não só para garantir<br />
ao segurado um serviço de rapidez de<br />
respostas aos incidentes de segurança<br />
cibernética como para pagamento das<br />
multas regulatórias”, completa a executiva<br />
da Generali.<br />
“Tal cenário faz com que o interesse<br />
em proteção e diluição de risco pela<br />
contratação de seguro específico para<br />
ataques cibernéticos aumente, pois o<br />
seguro passa a ser desejado por empresas<br />
independentemente de seu porte e<br />
potencial econômico”, analisa Luciana.<br />
“Importante lembrar que após o ataque<br />
cibernético danoso, sem prejuízo<br />
das sanções citadas, a empresa tem o<br />
dever de reparação de seus sistemas de<br />
segurança, bem como de informar os<br />
clientes que tiveram os dados vazados<br />
e monitorá-los para verificar se estes<br />
foram utilizados pelos hackers (Artigo<br />
48 da LGPD)”.<br />
Segundo a advogada, esses desdobramentos<br />
possuem elevados custos e as<br />
despesas também estariam cobertas pelo<br />
seguro, caso a cobertura seja contratada.<br />
“As coberturas do seguro cibernético são<br />
variadas e devem levar em consideração<br />
o ramo de atividade e a vulnerabilidade<br />
da empresa segurada, para que haja uma<br />
cobertura ampla”, enfatiza.<br />
A nova Lei também deve impactar<br />
o setor de seguros em outros aspectos,<br />
como no uso de informações dos segurados<br />
para fins estatísticos, por exemplo.<br />
“Esses dados deverão, preferencialmente,<br />
passar por um processo irreversível de<br />
anonimização, o que lhes tiraria a característica<br />
de dado pessoal. No entanto, nos<br />
casos em que a anonimização não seja<br />
possível, os processos deverão ser bem<br />
documentados, e cautelosos, de acordo<br />
com os requerimentos da LGPD”, analisa<br />
o Dr. Marcos Bruno. “Todos os dados<br />
deverão ser anonimizados de forma a<br />
não tornar as pessoas identificáveis ou<br />
identificadas. As estatísticas deverão<br />
ser construídas sobre dados genéricos e<br />
agrupados de forma que se possa definir<br />
classificações sem restringir as informações<br />
a grupos muito específicos de<br />
pessoas. Será sem dúvidas o passo mais<br />
difícil”, reforça Mariana Ortiz.<br />
Poderá haver, ainda, o uso de<br />
informações por aplicativos para dar<br />
desconto no seguro auto, por exemplo,<br />
de acordo com critérios de cada<br />
seguradora. Mas é preciso ficar atento<br />
à utilização desse conteúdo. “O uso<br />
dos dados pessoais, para quaisquer<br />
finalidades, deverá sempre observar os<br />
princípios da LGPD. Neste sentido, será<br />
importante observar, em especial, os<br />
princípios da necessidade, finalidade, e<br />
adequação que induzem à obrigação de<br />
minimização da coleta, ou seja, a coleta<br />
da menor quantidade de dados que seja<br />
necessária para atingir a finalidade pretendida,<br />
havendo que se ter cautela para<br />
evitar a coleta excessiva de dados, sob<br />
o pretexto de um desconto ou benefício<br />
comercial”, alerta Bruno.<br />
Percebemos então que, com a abrangência<br />
da LGPD, diante das sanções e<br />
responsabilidades impostas, a proteção<br />
para os riscos cibernéticos, e para dados,<br />
passam a ter um aumento de público-<br />
-alvo. Das startups às grandes empresas<br />
já consolidadas, passando por pequenos<br />
comércios que armazenam informações<br />
dos consumidores, todas devem contar<br />
com medidas protecionais, sob pena de<br />
multas, a partir da entrada em vigência<br />
da Lei de Proteção de Dados, em 2020.<br />
Por esse motivo, corretores de seguros e<br />
empresários de diferentes setores estão<br />
cada vez mais cientes dos riscos e em<br />
busca de ferramentas que protejam seus<br />
negócios, entre elas o seguro de riscos<br />
cibernéticos.
evento | simpósio paranaense<br />
Conhecimento e<br />
novas propostas<br />
500 corretores participaram do encontro que discutiu desde<br />
questões econômicas até produtos específicos, como riscos<br />
cibernéticos e seguro garantia<br />
Kelly Lubiato<br />
Em tempos de recursos mais<br />
escassos, o Sindicato dos Corretores<br />
de Seguros do Paraná,<br />
sob o comando de Wilson<br />
Pereira, busca novas alternativas de<br />
financiamento e de posicionamento.<br />
Estas informações foram transmitidas<br />
pelo presidente do Sincor-PR em vários<br />
momentos diferentes do evento.<br />
Na abertura, Pereira reafirmou a<br />
dificuldade que as entidades patronais<br />
enfrentam atualmente. Apesar disso, ele<br />
destacou que há um esforço dos diretores<br />
voluntários para fazer valer a pena a sindicalização.<br />
“A busca de patrocínio é um<br />
trabalho, mas que trouxe uma parceria<br />
30<br />
no que se refere ao desenvolvimento e<br />
capacitação dos corretores”.<br />
Ele acrescentou que é necessário o<br />
desenvolvimento de novos mercados. É<br />
um investimento de trabalho dos corretores<br />
para buscar, junto com as seguradoras,<br />
soluções para enfrentar o que vem pela<br />
frente. “Este é um momento de reflexão<br />
e análise, para medir o próximo passo”,<br />
afirmou Pereira, acrescentando que este é<br />
um momento de transformação, por isso<br />
o mote do evento é Inovar, Participar e<br />
Trabalhar em um novo cenário.<br />
Para representar o prefeito de Curitiba,<br />
Rafael Greca, o presidente da Câmara<br />
dos Vereadores, Sabino Picolo, lembrou<br />
em seu discurso o esforço que foi realizado<br />
na gestão anterior para regularizar a<br />
situação fiscal dos corretores de seguros.<br />
Em parceria com o Sincor-PR, e com o<br />
Sindseg-PR, a administração pública reduziu<br />
alíquota do ISS destes profissionais<br />
de 5% para 2,5%. “Havia um índice de<br />
inadimplência de 62%, que foi reduzida<br />
a 0. Baixamos a alíquota e passamos a<br />
cobrar o imposto das seguradoras, que<br />
antecipavam o pagamento. Foi um marco<br />
em termos de arrecadação. Os corretores,<br />
em dia com o Fisco, puderam aderir ao<br />
Simples Nacional”, completou Picolo.<br />
Pereira pretende transformar o Sindicato<br />
em um polo de negócios para os cor-
etores de seguros. “Temos que devolver<br />
aos associados benefícios tangíveis, seja<br />
em termos de poder de negociação ou<br />
em capacitação profissional”, reforçou,<br />
acrescentando que os associados devem<br />
contar também com um bom plano de<br />
saúde, o RC Profissional e seguro de vida<br />
com cobertura para Diária de Incapacidade<br />
Temporária.<br />
Também será feito um esforço pela<br />
diretoria para trazer mais associados ao<br />
Sindicato. Atualmente, há seis mil corretores<br />
(física e jurídica) cadastrados no<br />
Estado. Destes, 1,5 mil fazem parte do<br />
Sindicato, mas nem todos pagam as taxas<br />
associativas. Para estimular o retorno<br />
destes profissionais, Pereira contou que<br />
foi formalizado um Programa de Refinanciamento<br />
e Contribuições, para estimular<br />
a regularização das contribuições<br />
atrasadas. “Quando o corretor conhece o<br />
trabalho do Sindicato ele acaba voltando<br />
para a associação. Nossa meta é que<br />
tenhamos 1000 corretores contribuindo<br />
mensalmente, hoje apenas 600 dos associados<br />
contribuem financeiramente”,<br />
lamenta Pereira.<br />
A ordem é diversificar a carteira<br />
No 9º Simpósio Paranaense de<br />
Seguros os líderes do mercado tiveram<br />
oportunidade de conversar com os corretores<br />
de seguros sobre o tema central do<br />
evento “Inovar, Participar e Colaborar”.<br />
Líderes das seguradoras patrocinadoras<br />
participaram de várias discussões, com<br />
temas variados.<br />
A discussão sobre riscos cibernéticos<br />
e Lei Geral de Proteção de Dados<br />
surpreendeu os participantes, pois a<br />
advogada Gabriela Glitz mostrou como<br />
os corretores de seguros podem ser<br />
responsabilizados pelo vazamento das<br />
informações que possuem de seus segurados.<br />
A presença maciça dos corretores<br />
para conhecer melhor algumas carteiras<br />
do mercado mostrou que há interesse<br />
dos profissionais em diversificar sua<br />
carteira de negócios, com produtos de<br />
garantia e benefícios, por exemplo.<br />
Brasesul<br />
Em 2020, o evento dos sindicatos<br />
da Região Sul será em Foz do Iguaçu,<br />
nos dias 14 e 15 de maio. O lançamento<br />
oficial aconteceu no Paraná, no evento<br />
do Sincor-PR.<br />
O lançamento foi comandado pelo<br />
Presidente do Sincor-PR, Wilson Pereira,<br />
em parceria com o Sincor-SC, do presidente<br />
Auri Bertelli; e Sincor-RS, do presidente<br />
Ricardo Pansera, e pelo coordenador do<br />
Brasesul 2020, o 1º vice-Presidente do<br />
Sincor-PR, José Antonio de Castro.<br />
A equipe organizadora apresentou<br />
dois vídeos, um da edição de 2018, realizada<br />
em Florianópolis, que reuniu cerca<br />
de 2,5 mil pessoas, e outro da próxima,<br />
com imagens ressaltando as belezas da<br />
cidade sede, Foz do Iguaçu, e o mote do<br />
evento, “Customer Success – Fidelize,<br />
Diversifique e Monetize”.
ino va<br />
ção<br />
TENDÊNCIAS<br />
Todos querem<br />
ser um unicórnio<br />
32
v<br />
Apesar de todas as startups nascerem com<br />
este sonho, poucas conseguem ficar de fora<br />
do índice de 70% a 75% de mortalidade. Para<br />
os empreendedores, isso não é um problema<br />
Kelly Lubiato<br />
Marcio Gropillo, da Capgemini<br />
O<br />
Programa Nacional de<br />
Insurtechs, elaborado pela<br />
Câmara Brasileira de Comércio<br />
Eletrônico, levantou<br />
a existência de 79 startups voltadas para o<br />
mercado de seguros, até outubro de 2018.<br />
Este é um levantamento voluntário, que<br />
contou com a boa vontade das empresas<br />
em participar.<br />
Este mapa foi feito em colaboração<br />
com a Conexão Fintech, com o objetivo<br />
de unificar o discurso sobre o tema.<br />
Caetano Altieri, coordenador do<br />
Comitê de Insurtechs da camara-e.net,<br />
explica que estas empresas ainda estão<br />
em nível de startups, sem tração forte.<br />
“Para elas poderem crescer, ainda necessitam<br />
de mais negócios. Mais do que<br />
investimentos, estas empresas buscam<br />
conexão com as seguradoras”.<br />
O canal de comunicação é o mais<br />
difícil. 62% das empresas que participaram<br />
do levantamento disseram ter dificuldades<br />
para apresentar suas soluções<br />
para seguradoras e corretores de seguros.<br />
A maior parte das empresas está<br />
desenvolvendo produtos B2B. “As soluções<br />
de open insurance são tendência,<br />
ou ainda apresentar alguma solução que<br />
traga melhoria de processos para dentro<br />
das seguradoras ou para trazê-las para o<br />
mundo digital. Os projetos para consumidores<br />
somam apenas 28% dos negócios”,<br />
enumera Altieri.<br />
Como a cultura de seguro no Brasil<br />
ainda é baixa, as iniciativas voltadas<br />
diretamente aos consumidores esbarram<br />
na barreira do marketing em maior<br />
escala.<br />
Este setor está crescendo tanto no<br />
Brasil que a Superintendência de Seguros<br />
Privados - Susep já estuda a sua regulação.<br />
“Se isto acontecer, teremos um salto<br />
de qualidade, pois as empresas podem<br />
adequar os investimentos ao compliance<br />
das seguradoras", comenta Altieri.<br />
As insurtechs são um apoio mais<br />
barato e há uma tendência das seguradoras<br />
apoiarem estas empresas para dar<br />
continuidade ao seu negócio. Um exemplo<br />
é que várias seguradoras já investem<br />
em locais para aceleração das startups,<br />
como InovaBRA, Oxigênio, Distrito<br />
Fintech, Solaria Labs entre outros.<br />
Se no Brasil o universo das insurtechs<br />
ainda é relativamente pequeno,<br />
pegando muitas vezes carona no seu<br />
primo mais desenvolvido, o das fintechs,<br />
no exterior existe um número mais volumoso.<br />
Segundo estimativa da consultoria<br />
Capgemini, podem existir mais de mil e<br />
quinhentas empresas ligadas ao setor no<br />
mundo inteiro. Marcio Gropillo, diretor<br />
e líder da unidade de seguros da Capgemini<br />
no Brasil e Argentina, diz que é<br />
difícil estipular quantas destas empresas<br />
conseguem sobreviver.<br />
33
ino va<br />
ção<br />
TENDÊNCIAS<br />
De acordo com dados de startups<br />
de forma geral, ligadas a várias áreas de<br />
atuação, a taxa de “mortalidade” pode<br />
atingir de 70% a 75%. “A sobrevivência<br />
e o crescimento das insurtechs estão<br />
diretamente relacionados à capacidade<br />
de atendimento aos clientes e parceiros<br />
comerciais de forma ágil, inovadora e<br />
BASE TECNOLÓGICA<br />
Produtos - Soluções para empresas<br />
Jornada do usuário - Canais digitais<br />
Produtos - Plataforma<br />
Produtos - Soluções para pessoas<br />
Data & Analytics - Bid Data<br />
Jornada do usuário - Integração da jornada do cliente<br />
Jornada do usuário - CRM<br />
Data & Analytics - Algoritmos inteligentes<br />
Data & Analytics - Inteligência artificial<br />
Future techs - Machine learning<br />
Data & Analtytics - Mitigação de riscos<br />
DORES QUE RESOLVEM<br />
Prospecção de clientes<br />
Soluções de front end<br />
Produtos online<br />
Integração corretores e seguradoras<br />
Comportamento do consumidor<br />
Automação<br />
Serviços online<br />
Ciclo de vida online/Comercialização online<br />
Potencializar negócios para corretores de seguros<br />
Desburocratização<br />
Potencializar negócios para seguradoras<br />
36,21%<br />
36,21%<br />
31,03%<br />
27,59%<br />
27,59%<br />
25,86%<br />
55,17%<br />
53,45%<br />
51,72%<br />
48,28%<br />
46,55%<br />
Fonte: Programa Nacional de Insurtechs - Comitê de Insurtechs/camara-e.net<br />
com real diferenciação na cadeia de valor<br />
para todos os interessados. O cliente<br />
final mudou: boas plataformas digitais<br />
não são mais um diferencial e sim, uma<br />
necessidade. É um caminho sem volta”,<br />
avalia Gropillo.<br />
O levantamento Programa Nacional<br />
de Insurtechs mostra quais são as<br />
62,07%<br />
56,90%<br />
56,90%<br />
50,00%<br />
46,55%<br />
44,83%<br />
44,83%<br />
44,83%<br />
43,10%<br />
41,83%<br />
39,66%<br />
Fonte: Programa Nacional de Insurtechs - Comitê de Insurtechs/camara-e.net<br />
principais necessidades das insurtechs<br />
e por quais desafios passam: 64,15%<br />
apontaram dificuldades nas conexões de<br />
negócios com seguradoras, 54,72%, nas<br />
conexões com corretores e seguradoras,<br />
e 52,83% observaram que o acesso a<br />
capital financeiro é um dos maiores<br />
problemas enfrentados.<br />
O desafio é fazer a conexão com<br />
parceiros que juntem credibilidade, melhores<br />
práticas e eficiência operacional.<br />
Assim, será possível ter uma operação<br />
sólida e com capacidade para crescer,<br />
com poder de escala e confiança. “Se<br />
todos esses fatores, combinados, não<br />
estiverem presentes e equilibrados, a<br />
empresa não tem muito futuro, e isto<br />
independe do setor da economia”, acrescenta<br />
Gropillo.<br />
O executivo explica que as insurtechs<br />
estão saindo do estágio de<br />
confronto para o ponto inicial de trabalhar<br />
em conjunto com as operadoras<br />
tradicionais. “Se as insurtechs trazem<br />
um uso disruptivo da tecnologia que<br />
pode resolver as “dores” do setor, as<br />
operadoras tradicionais ainda têm um<br />
volume muito alto de clientes e muito<br />
capital, algo que é buscado pelas startups<br />
tecnológicas de seguro. Em resumo,<br />
a tendência é que elas atuem juntas, não<br />
por acaso as seguradoras buscam cada<br />
vez mais parceiros entre as insurtechs”,<br />
avalia Gropillo.<br />
A boa notícia é que o setor inteiro<br />
se movimenta de forma positiva, para<br />
dar ganhos de escala, melhores produtos<br />
e serviços, custos mais justos – face<br />
ao valor entregue – e uma experiência<br />
melhor para o cliente. Nesta cadeia<br />
complexa, o cliente é quem sai com os<br />
benefícios finais perceptíveis, ajudando,<br />
com suas escolhas, a manter a espiral<br />
positiva de melhorias contínuas.<br />
As dores que elas curam<br />
Identificar os problemas e criar<br />
soluções que possam diminuir as “dores”<br />
do setor ou melhorar a jornada do<br />
cliente são os grandes propósitos das<br />
startups.<br />
34
v<br />
As insurtechs são um grande catalisador<br />
para redefinir a experiência do<br />
cliente, trazer maior eficiência operacional<br />
para o setor e na criação de novos modelos<br />
de negócios. “Em resumo, a questão<br />
não é em quais segmentos, porque elas<br />
estão em todas as áreas de atuação, e sim<br />
no que elas trazem de avanços para os<br />
players e os consumidores”, salienta Gropillo.<br />
Para as seguradoras tradicionais,<br />
elas trazem maior eficiência operacional<br />
interna (com o uso de modelos mais eficientes<br />
e modernos para mitigar riscos),<br />
mais agilidade para a construção de novas<br />
modalidades de seguro e uso mais dinâmico<br />
dos canais digitais de contato com<br />
o consumidor, entre outros avanços. Para<br />
os consumidores, as insurtechs trazem<br />
uma experiência mais eficiente e rápida<br />
no uso das diversas modalidades de seguros,<br />
menores custos, mais personalização<br />
no atendimento, uso mais eficiente da<br />
comunicação (como o uso massivo dos<br />
canais móveis e redes sociais) e produtos<br />
inovadores, personalizados e inteligentes.<br />
Em comparação com outros países<br />
do mundo, as empresas brasileiras enfrentam<br />
o mesmo nível de dificuldade.<br />
Assim também acontece com as seguradoras.<br />
Elas, de todos os portes – e em<br />
todo o mundo – têm suas estratégias de<br />
diferenciação: ser a primeira a fazer,<br />
ser uma seguidora rápida e ser uma<br />
seguidora dos modelos que deram certo.<br />
Mas não existe estratégia certa ou<br />
errada. Cada empresa tem a sua e acaba<br />
colhendo frutos de acordo com sua<br />
escolha, capacidade de investimento<br />
e ações priorizadas no planejamento<br />
estratégico.<br />
Dentro desta realidade, “buscar,<br />
achar e se conectar” com os interlocutores<br />
corretos é parte do desafio das<br />
insurtechs, bem como um desafio das<br />
grandes seguradoras na captação de<br />
oportunidades para o negócio. Não há<br />
uma fórmula determinada e garantida,<br />
mas o mercado evoluiu muito com a<br />
presença de incubadoras, fundos de<br />
investimentos e grande seguradoras<br />
tradicionais que buscam ter canais<br />
mais dinâmicos e objetivos para conectar<br />
os clientes. É uma tendência que<br />
virou realidade.<br />
Como garantir gestão inteligente<br />
de dados dos clientes<br />
Empresa oferece ferramenta na qual o corretor faz a<br />
gestão de dados dos seus clientes<br />
Nicole Fraga<br />
Cotação, preenchimento de formulários<br />
e análise por parte da seguradora.<br />
Essas são as três etapas que uma pessoa<br />
precisa passar para contratar um seguro<br />
– e geralmente as razões pelas quais<br />
apenas 10% da população brasileira têm<br />
algum tipo de seguro, segundo dados<br />
da Fenacor, que mostram a burocracia<br />
como um obstáculo.<br />
Por isso, aproveitando os avanços<br />
da tecnologia, muitas pessoas optaram<br />
por atacar a burocracia e agilizar todo o<br />
processo para os corretores de seguros.<br />
Neste contexto foi criada a Qlick<br />
Seguros, uma insurtech cujo objetivo é<br />
tornar mais ágeis a cotação, contratação,<br />
pagamento do seguro e abertura de<br />
sinistros, além de realizar a gestão dos<br />
clientes para os corretores de seguros,<br />
oferecendo a opção aos parceiros das<br />
corretoras, como cooperativas, imobiliárias<br />
entre outros, de fazerem as gestões<br />
diretamente na plataforma.<br />
Seu propósito é revolucionar o<br />
mercado segurador por meio de novas<br />
tecnologias capazes de mudar a forma<br />
como os consumidores contratam planos<br />
de seguro. Com o uso de API´s, é possível<br />
ao corretor de seguros colocar a<br />
facilidade da contratação direta na ponta<br />
dos dedos de seus parceiros comerciais.<br />
“O nosso diferencial é que não somos<br />
uma corretora, mas sim uma empresa de<br />
tecnologia focada no segmento de seguros.<br />
Não há conflito de interesses”, afirma<br />
Cristiano Vicentin, diretor de Tecnologia<br />
da Qlick, acrescentando que a empresa<br />
entrega a informação diretamente no<br />
sistema de gestão da seguradora.<br />
O sistema de gestão pode ser operado<br />
por qualquer player da cadeia de valor<br />
do seguro, com facilidades principalmente<br />
para corretores e clientes finais.<br />
Através do app exclusivo, a cotação de<br />
um seguro de vida, por exemplo, pode<br />
ser fornecida em poucos minutos. Todas<br />
as aplicações e ferramentas da plataforma,<br />
entre eles, chatbot, ERP, telemática, ECM,<br />
pesquisa de bot, são facilmente integrados<br />
a qualquer outro sistema de gestão disponível<br />
no mercado e que já possa estar<br />
sendo usada na empresa.<br />
“O corretor que se cadastra na plataforma<br />
da Qlick pode comercializar seus<br />
produtos pagando um percentual das<br />
vendas dele dentro da nossa aplicação”,<br />
explica Vicentin. Além disso, a ferramenta<br />
também pode ser contratada pelas seguradoras<br />
como apoio aos corretores, para<br />
a comercialização de produtos e gestão<br />
de carteira.<br />
35
ino va<br />
ção<br />
TENDÊNCIAS<br />
Um exemplo desta relação é a<br />
Ciclic, uma startup criada há um ano<br />
e meio para comercializar produtos<br />
de forma mais próxima ao consumidor.<br />
O seu maior desafio é encontrar<br />
uma forma de engajar o cliente com<br />
os produtos de seguros e fazê-los<br />
ter o interesse de comprar. “Não há<br />
uma demanda pronta, estabelecida.<br />
As pessoas compram esperando não<br />
usar”, lamenta Raphael Swierczynski,<br />
CEO da Ciclic.<br />
Uma forma de despertar este interesse<br />
é a construção de um caminho:<br />
a jornada do cliente, como fazer a comunicação<br />
e levar o cliente a acreditar<br />
que este é um produto importante para<br />
ele. “O mercado teve pouca inovação de<br />
produto nos últimos anos, a exceção de<br />
alguma perfumaria. Em nossa concepção,<br />
não existe um produto que atenda<br />
toda a população. Por isso, investimos<br />
na pesquisa com o mercado consumidor,<br />
em saber o que o cliente valoriza,<br />
quais são as necessidades que o produto<br />
vai atender, falamos com a seguradora<br />
e depois lançamos o produto”, explica<br />
Swierczynski.<br />
O objetivo desta saga é aumentar<br />
a chance de venda online, mas sempre<br />
lembrando que o modelo não é fechado.<br />
“Este é um cenário em que temos que<br />
Henrique Volpi, da ABI<br />
estar, a todo momento, testando outros<br />
formatos, até que os clientes estejam<br />
aptos a comprar”, avalia Swierczynski,<br />
acrescentando, como exemplo, o seguro<br />
viagem que, apesar de ter sido lançado<br />
há dois meses, já está em sua terceira<br />
versão. A jornada do cliente precisa ser<br />
clara e simples.<br />
Poucas empresas atuam na distribuição<br />
de produtos. A maioria delas<br />
atua no modelo de melhorar ineficiências<br />
operacionais do mercado. “A<br />
construção do caminho de distribuição<br />
é muito custosa e depende de grandes<br />
investimentos. Por isso, vemos poucas<br />
empresas com movimentos neste<br />
sentido”, ratifica Swierczynski, acrescentando<br />
que o público que já adquire<br />
produto na jornada digital é aquele que<br />
não era consumidor de seguros. “Nossa<br />
intenção é sermos agentes relevantes de<br />
aceleração do processo de compra de<br />
seguro digitalmente”.<br />
Regulação<br />
A Susep possui profissionais dedicados<br />
à observação deste mercado,<br />
alinhando interesses de clientes, seguradoras<br />
e corretores de todos os portes.<br />
A nova superintendente da autarquia,<br />
Solange Vieira, já demonstrou, em<br />
vários momentos diferentes, que pretende<br />
dar liberdade ao setor para que<br />
ele possa evoluir de maneira mais livre.<br />
Em entrevista para Miriam Leitão,<br />
a superintendente da Susep disse<br />
que “no futuro, teremos seguradoras<br />
inteiramente digitais. Devemos editar<br />
uma nova norma que vai permitir um<br />
período de teste para as seguradoras<br />
entrarem em nichos de mercado com<br />
exigências menores do que para as<br />
seguradoras tradicionais. Elas terão<br />
tratamento diferenciado”, adiantou.<br />
Para Solange, uma seguradora que<br />
entra no mercado para operar de forma<br />
UNICÓRNIOS DAS AMÉRICAS<br />
Segundo a Wikipedia, Unicórnio é uma startup que possui avaliação<br />
de preço de mercado no valor de mais de 1 bilhão de dólares. O termo<br />
foi criado em 2013 por Aileen Lee. Entre alguns exemplos de empresas<br />
unicórnio estão Nubank, 99, Movile, TFG e PagSeguro, além das insurtechs<br />
latino-americanas abaixo:<br />
>> eColon: RC Motos<br />
>> Iunigo: Auto<br />
>> 123Seguro: Auto<br />
>> WeSura: Vários itens como<br />
tablets, celulares, câmeras etc)<br />
>> Tranqi: Auto<br />
>> Klimber: Vida<br />
>> Zurich Now: Seguro sob demanda<br />
para tablets, celulares e câmeras)<br />
>> Kimmo: Seguro auto “pay as you go”<br />
>> WeeCompany: Saúde<br />
>> Pitzi: Proteção para celulares<br />
>> Teambrella: Cobertura Peer to<br />
Peer para pets e bicicletas<br />
>> Micro: Seguros catastróficos<br />
parametrizados<br />
>> Miituo: Seguro auto<br />
“pay as you go”<br />
>> HelloZum: Tecnologia que<br />
organiza informações de<br />
seguros para vários steakholders<br />
Fonte: Celent<br />
36
ino va<br />
ção<br />
TENDÊNCIAS<br />
100% digital não consegue cumprir as<br />
exigências de aporte de capital de uma<br />
empresa tradicional, por exemplo.<br />
Na outra ponta, para dialogar com<br />
o órgão regulador, foi criada, no mês<br />
de abril, a Associação Brasileira de<br />
Insurtechs, que atualmente conta com<br />
quatro associadas, mas que deve receber<br />
novos membros em breve. Segundo<br />
o seu presidente, Henrique Volpi, a iniciativa<br />
surgiu a partir de uma demanda<br />
do regulador, que gostaria de ouvir o<br />
mercado, mas de forma institucional.<br />
“Com a ajuda de um escritório de<br />
advocacia, a Associação foi formada<br />
e criamos uma interação positiva com<br />
a Susep”.<br />
Volpi reconhece que a entidade necessita<br />
ganhar corpo. Hoje, fazem parte<br />
dela a Kakau, Mutual Life, Pier e Komus.<br />
“Seremos um polo para discussão<br />
e disseminação de informações. Precisamos<br />
ganhar corpo e nos expandir. Já<br />
há diversas empresas nos procurando.<br />
Não há restrição e certamente teremos<br />
novos membros em breve”.<br />
Um dos objetivos da Associação<br />
será trabalhar pelo desenvolvimento do<br />
mercado, que é um ponto fundamental<br />
para o crescimento das empresas associadas.<br />
“Estamos com visão convergente<br />
com a administração atual, trabalhando<br />
para criar novos modelos de negócios,<br />
novos produtos e novos mercados, aumentando<br />
a participação de seguros na<br />
economia e disseminando o conceito<br />
entre a população”, adianta Volpi.<br />
Um bom exemplo para o mercado<br />
de seguros vem do setor financeiro, que<br />
estabeleceu, de acordo com o Banco<br />
Central, uma Associação Brasileira de<br />
Crédito Digital para criar um ambiente<br />
com normas e regras para empréstimos<br />
cedidos online.<br />
Tendências 2019<br />
A tendência para 2019 é de ampliação<br />
de negócios. Segundo dados<br />
do estudo Quarterly Insurtech Briefing<br />
Q1 2019, realizado pela Willis Towers<br />
Watson, não há escassez de capital de<br />
Juan Mazzini, da Celent<br />
investimento no universo das insurtechs.<br />
O último trimestre de 2018 representou<br />
o segundo maior trimestre de<br />
investimento. No primeiro trimestre de<br />
2019 foi observado o maior volume de<br />
rodadas de financiamento para este tipo<br />
de empresa, em nível global. Um total<br />
de US$ 1,42 bilhão foram anunciados<br />
no período, representando um aumento<br />
de 35% em relação ao último trimestre<br />
de 2018.<br />
“Mas o que estamos realmente<br />
vendo em troca desse dilúvio de dinheiro?”,<br />
questiona o Dr. Andrew Johnston,<br />
Global Head of Willis Re, editor do<br />
estudo. Pode-se argumentar que grande<br />
parte do espaço da insurtech é, de fato,<br />
semelhante à fábula das roupas novas<br />
do Rei. Em outras palavras, há muito<br />
poucas pessoas se sentindo corajosas<br />
o suficiente para dizer: “Onde está a<br />
mudança ou a melhoria?”.<br />
Juan Mazzini, analista sênior da<br />
Celent, acredita que a tendência das<br />
insurtechs é de ampliar seus negócios.<br />
“Do ponto de vista dos players digitais<br />
nativos que estão no mercado há algum<br />
tempo, o próximo passo é a internacionalização.<br />
Os investimentos suportados<br />
por essas empresas exigem que os<br />
mercados regionais e/ou globais façam<br />
sentido. Do ponto de vista dos atores<br />
estabelecidos (por exemplo, seguradoras<br />
tradicionais), a tendência será consolidar<br />
seus esforços de digitalização, fazendo<br />
melhor o que eles fazem hoje”.<br />
Todos os segmentos da cadeia já<br />
estão representados no ecossistema<br />
das insurtechs: empresários, fundos<br />
de investimento, seguradoras, resseguradoras,<br />
corretoras, incubadoras,<br />
aceleradores, consultores e fornecedores<br />
da indústria, reguladores e meios de<br />
comunicação. “Este nível de maturidade<br />
nos faz presumir que estamos em um<br />
ponto de virada, onde veremos todas<br />
as iniciativas em torno das insurtechs”,<br />
antecipa Mazzini.<br />
Os investidores gastaram cerca de<br />
US$ 1,3 bilhão em financiamento de<br />
insurtechs no terceiro trimestre de 2018,<br />
de acordo com os números da Willis<br />
Towers Watson, o dobro da quantia<br />
injetada um ano antes. “Tais aumentos<br />
nos gastos com insurgência se tornaram<br />
a norma, mas ainda não se traduzem em<br />
tantos unicórnios quanto se esperaria<br />
agora. Casos como Lemonade, Policybazaar,<br />
Oscar Health, Clover Health,<br />
Credit Karma, Ant Financial e ZhongAn<br />
(colaborações entre Ping An Insurance,<br />
Tencent e Alibaba) vêm à mente quando<br />
se pensa em unicórnios insurtech”, enumera<br />
Mazzini.<br />
O executivo conta que as seguradoras<br />
estão em rápida expansão no<br />
desenvolvimento e na aplicação de novas<br />
tecnologias e modelos operacionais,<br />
com o objetivo de mudar os modelos de<br />
negócios atuais, modelos financeiros e<br />
os ecossistemas da indústria. “Vemos<br />
que os negócios mais bem-sucedidos no<br />
primeiro estágio são aqueles que apontam<br />
para os modelos de negócios B2B<br />
porque permitem gerar escala de forma<br />
mais eficiente e mais rápida”.<br />
É preciso também prestar atenção<br />
em gigantes de outras indústrias que começam<br />
a estender seus domínios para o<br />
setor de seguros, como a Tesla. No futuro,<br />
o segurado vai comprar exatamente o que<br />
precisa, através de produtos customizados,<br />
com rapidez e conveniência, pagando<br />
apenas o preço justo para o seu risco.<br />
38
v<br />
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E<br />
APRENDIZADO DE MÁQUINA<br />
Em 2018, mais empresas de seguro<br />
e insurtech começaram a usar Inteligência<br />
Artificial integrada. Em 2019, as<br />
empresas concluirão sua estrutura de<br />
tomada de decisão e precificação com<br />
análise de dados de IA.<br />
Os consumidores também estão<br />
procurando por uma experiência<br />
personalizada ao comprar um seguro<br />
patrimonial ou pessoal. A Inteligência<br />
Artificial oferece a possibilidade de atingir<br />
essas demandas, acessando dados<br />
mais rapidamente e encurtando o ciclo<br />
TENDÊNCIAS 2019<br />
de retorno das reclamações. De acordo<br />
com um relatório da PwC, inicialmente,<br />
a IA será usada para melhorar a eficiência,<br />
automatizando os processos de<br />
subscrição e reclamação do cliente.<br />
Depois de algum tempo, será capaz<br />
de identificar, avaliar e garantir riscos<br />
e identificar novas fontes de receita.<br />
De acordo com a Forbes, “Aprendizado<br />
de máquina é tecnicamente um<br />
ramo da IA, mas é mais específico… O<br />
aprendizado de máquina é baseado na<br />
ideia de que podemos construir máquinas<br />
para processar dados e aprender<br />
sozinhos, sem a nossa supervisão constante”.<br />
O aprendizado de máquina não<br />
é apenas uma questão de melhorar as<br />
declarações, mas também de automação,<br />
além de ajudar na administração<br />
de políticas e na avaliação de riscos.<br />
AUTOMAÇÃO DE PROCESSO<br />
ROBÓTICA<br />
O Robotic Process Automation (RPA)<br />
é uma das tendências tecnológicas mais<br />
amplamente aceitas a serem usadas em<br />
2019. O RPA é usado para automatizar<br />
fluxos de trabalho e operações. Ele pode<br />
reduzir o tempo de registro e processamento<br />
de solicitações em até 50%.<br />
Fonte: The Top 10 Global Trends you need to follow about insurtech in 2019, Ergomania UX, Medium<br />
Gestão de saúde em tempo real para<br />
suporte a decisão de operadoras<br />
Antecipando ação de operadoras, plataforma gera, através de IA, alarmes que<br />
apoiam a decisão e direcionamento de pacientes para Programas de Saúde<br />
Populacional no momento da autorização de eventos de alto risco<br />
Nicole Fraga<br />
A preocupação constante das empresas<br />
quanto ao crescimento dos custos com<br />
assistência à saúde, além da necessidade<br />
de buscar a sustentabilidade financeira do<br />
setor, fez com que, em setembro de 2012,<br />
fosse lançada para o mercado a Aliança<br />
para a Saúde Populacional (Asap).<br />
A iniciativa foi pensada por um<br />
grupo de empregadores que desejavam<br />
disseminar conhecimento, compartilhar<br />
práticas e engajar empresas, prestadores<br />
de serviços e operadoras de planos<br />
de saúde em prol da Gestão de Saúde<br />
Populacional – GSP, que tem como objetivo<br />
o combate a doenças crônicas. Tal<br />
conceito visa a melhoria da qualidade<br />
de vida da população, ou seja, ganha-se<br />
nos serviços prestados na área da saúde<br />
e no bem-estar do cidadão.<br />
Para contribuir com a gestão dos<br />
pacientes das operadoras de saúde que<br />
muitas vezes ocorre baseada em dados<br />
e situações identificadas no passado,<br />
surgiu a hCentrix. A empresa é uma<br />
insurtech que, através de uma plataforma<br />
tecnológica, consegue integrar os<br />
dados dos pacientes hoje fragmentados,<br />
aplicando uma série de algoritmos, ou<br />
seja, utilizando tecnologia baseada em<br />
estatísticas de riscos sobre a carteira da<br />
operadora e riscos dos procedimentos<br />
que estão sendo solicitados, em tempo<br />
real, permitindo que as ações ocorram<br />
no momento presente.<br />
Segundo Fabio Boihagian, cofounder<br />
e COO da empresa, o mercado<br />
precisa desse tipo de tecnologia para<br />
obter insights rápidos dos pedidos de<br />
autorizações, para gerar um melhor<br />
relacionamento entre operadoras e seus<br />
prestadores, além de preocupar-se em<br />
realizar o melhor atendimento do paciente<br />
de acordo com seu risco e a sua necessidade<br />
no momento da autorização. “A<br />
plataforma possibilita a identificação de<br />
riscos através de insights gerados por meio<br />
de alarmes e sentinelas. As operadoras,<br />
através de suas equipes médicas, tomam<br />
conhecimento no momento que o usuário<br />
utiliza a rede e podem agir em tempo real<br />
encaminhando para programas e ações de<br />
saúde populacional”, afirma.<br />
As operadoras podem evoluir o produto<br />
de acordo com suas necessidades,<br />
através de feedbacks contínuos durante o<br />
uso da plataforma. “Nosso grande objetivo<br />
não é substituir o que as operadoras já possuem<br />
em relação aos seus sistemas, mas<br />
sim trazer informação pronta e qualificada<br />
para a ação”, ressalta o executivo.<br />
39
ino va<br />
ção<br />
TENDÊNCIAS<br />
Com esta produtividade de tecnologia,<br />
tempos de ciclo reduzidos e melhor<br />
precisão podem ser alcançados.<br />
CHATBOTS<br />
Por definição, um chatbot é “um<br />
programa de computador projetado<br />
para simular uma conversa com usuários<br />
humanos, especialmente pela<br />
internet”. Em 2017-18, a tecnologia chatbot<br />
na indústria de seguros foi uma<br />
grande vitória. Os chatbots também<br />
são usados em muitos outros setores<br />
e prevê-se que, em 2023, o uso de<br />
chatbots nas interações com clientes<br />
aumentará drasticamente.<br />
Como uma extensão da IA, os<br />
chatbots podem ser usados para obter<br />
cotações de seguro, iniciar o processo<br />
de solicitações ou fornecer políticas<br />
escritas aos clientes. Os chatbots estão<br />
tornando a jornada do cliente mais<br />
fácil, envolvente e suave.<br />
INTERNET DAS COISAS (IOT)<br />
A adoção da IoT tem maior probabilidade<br />
de crescer em 2019 no setor<br />
de seguros. Ele permite a coleta de<br />
dados em tempo real e as seguradoras<br />
podem calcular preços mais<br />
precisos em seguros de acidentes,<br />
patrimônio e saúde. É mais provável<br />
que as pessoas forneçam informações<br />
pessoais adicionais se puderem reduzir<br />
seus custos.<br />
TECNOLOGIA VESTÍVEL<br />
Alguns líderes de mercado já começaram<br />
a usar tecnologia vestível<br />
para garantir os seguros baseados em<br />
uso para os clientes. Essas empresas<br />
usam essa tecnologia para receber<br />
dados personalizados para poderem<br />
decidir sobre a taxa de seguro, com<br />
TENDÊNCIAS 2019<br />
base no estilo de vida, hábitos de<br />
direção etc. Em 2019 essa tendência<br />
ganhará mais espaço e também incentivará<br />
os segurados a viver uma<br />
vida mais saudável e segura.<br />
TELEMÁTICA<br />
Em tecnologia de seguros, a<br />
telemática significa uma tecnologia<br />
vestível para carros. Os veículos podem<br />
ser equipados com dispositivos<br />
de monitoramento que podem medir<br />
vários valores, como velocidade,<br />
locais, número de acidentes e muito<br />
mais. Os dados coletados são examinados<br />
e processados por software<br />
de análise e dão a oportunidade de<br />
uma taxa de seguro personalizada.<br />
Uma subcategoria disso é o seguro<br />
baseado em smartphone (UBI), no<br />
qual um aplicativo rastreia o comportamento<br />
do motorista e coleta dados<br />
em tempo real.<br />
DRONES<br />
Os drones podem ser as novas<br />
ferramentas de tecnologia usadas na<br />
indústria. Eles podem ser usados em<br />
vários estágios do ciclo de vida do<br />
seguro: podem coletar informações<br />
sobre riscos de propriedade, avaliar<br />
danos após eventos catastróficos ou<br />
auxiliar na manutenção preventiva.<br />
BLOCKCHAIN<br />
A tecnologia por trás das criptomoedas<br />
também será implementada<br />
no setor de insurtech. Suas características<br />
otimizarão os processos de<br />
negócios como a coleta de dados<br />
descentralizada e contratos inteligentes.<br />
Provavelmente, a tecnologia<br />
de blockchains não será totalmente<br />
implementada, mas as seguradoras<br />
já estão testando como ela pode ser<br />
aplicável e eficaz.<br />
ENGAJAMENTO DIGITAL E<br />
DADOS DE MÍDIA SOCIAL<br />
Em 2019, prevê-se que o uso de<br />
aplicativos móveis e mídias sociais<br />
atingirá um pico. Com essa tendência,<br />
as seguradoras não podem evitar o<br />
foco no engajamento digital com seus<br />
clientes. Mais e mais companhias de<br />
seguros investirão em seus próprios<br />
aplicativos móveis e de web. Eles se<br />
concentrarão na criação de soluções<br />
digitais personalizadas para maximizar<br />
o número de clientes.<br />
O papel da mídia social no setor<br />
de seguros em 2019 também deve<br />
ser destacado. Os dados de mídia<br />
social estão melhorando a avaliação<br />
de riscos, ajudando nos recursos de<br />
detecção de fraudes e possibilitando<br />
novas experiências para o usuário. As<br />
seguradoras também podem analisar<br />
as atividades de mídia social de seus<br />
clientes e compará-las com os registros<br />
de reivindicações, procurando por<br />
diferenças.<br />
REALIDADE AUMENTADA<br />
A realidade aumentada começou<br />
a ser aplicada em insurtech. Ela já é<br />
usada para avisar os segurados de<br />
certos riscos de danos, para explicar<br />
políticas e planos de seguro ou para<br />
aumentar o reconhecimento da marca.<br />
Em alguns outros casos de uso, o RA<br />
foi implementada para estimar danos<br />
e para orientação e treinamento remotos.<br />
A realidade aumentada também<br />
criou novos segmentos de mercado.<br />
Como ela pode ajudar a atingir a nova<br />
geração de clientes, vale a pena para as<br />
seguradoras investirem em RA.<br />
Fonte: The Top 10 Global Trends you need to follow about insurtech in 2019, Ergomania UX, Medium<br />
40
ino va<br />
ção<br />
GEO<br />
Como a análise de dados pode auxiliar<br />
as seguradoras a calcular os riscos em<br />
seguros imobiliários<br />
Empresas como a GEO oferecem soluções<br />
que permitem auxiliar um número maior de<br />
seguradoras na entrada em segmentos de<br />
alto risco<br />
Um dos maiores desafios para<br />
as seguradoras quando analisam<br />
a entrada em novos<br />
segmentos é o de identificar<br />
corretamente os riscos que devem ser<br />
cobertos. No caso dos seguros imobiliários<br />
e voltados para a construção<br />
civil, o cenário não é diferente. Tanto<br />
que a dificuldade em mensurar os riscos<br />
relacionados chega a ser um fator<br />
determinante para o baixo número de<br />
empresas seguradoras envolvidas neste<br />
modelo de risco no mercado brasileiro,<br />
resultado que se repete na pequena participação<br />
dos corretores que trabalham<br />
diretamente com a indústria da construção<br />
civil, uma das mais importantes<br />
do país.<br />
Parte dessa dificuldade tem como<br />
origem a combinação entre a ausência<br />
de dados históricos por parte das<br />
seguradoras e o desconhecimento das<br />
especificidades que envolvem esse tipo<br />
de cobertura. Por exemplo, o fato de<br />
que muitas das ofertas de seguros disponíveis<br />
exigem vistorias presenciais<br />
acarreta um aumento do tempo necessário<br />
para a aprovação das apólices e<br />
um aumento do custo para as seguradoras<br />
operacionalizarem estes seguros.<br />
Em um cenário como esse, a tecnologia<br />
pode servir como importante<br />
aliada na resolução do problema. A<br />
aplicação de conceitos como Big Data,<br />
algoritmos, estruturação e análise de<br />
bancos de dados podem ser úteis para<br />
calcular previamente os riscos envolvidos<br />
de uma forma precisa, antes mesmo<br />
da necessidade de pôr os pés no local<br />
da obra.<br />
42
Porém, devemos ir além da tecnologia<br />
para potencializar os resultados obtidos<br />
pelas ferramentas de tratamento e<br />
análise de dados. A experiência no setor<br />
em conjunto com um histórico relevante<br />
de informações fazem a diferença no<br />
momento de atuar no mercado. Neste<br />
momento é fundamental a identificação<br />
de parceiros como a GEO, empresa de<br />
tecnologia fundada em 2001 em Porto<br />
Alegre e que atua com mais de 17 anos<br />
de experiência e inovação na gestão<br />
e comercialização de seguros digitais<br />
para os setores de Construção Civil e<br />
imobiliário.<br />
A trajetória de sucesso da empresa<br />
não permitiu apenas a construção de<br />
um relacionamento de confiança com<br />
parceiros corretores de seguros, mas se<br />
provou essencial no acúmulo de dados<br />
e informações críticas para o desenvolvimento<br />
de uma ferramenta única<br />
e direcionada para quem necessita de<br />
uma consultoria em sintonia com o<br />
atual cenário do mercado imobiliário e<br />
de construção.<br />
“Foram quase duas décadas coletando<br />
informações, observando o<br />
comportamento dos dados de sinistro,<br />
analisando as principais demandas e<br />
os principais gargalos que prejudicam<br />
a performance de entrega e a qualidade<br />
dos empreendimentos. Em decorrência<br />
desse conhecimento a empresa conseguiu<br />
desenvolver para o segmento<br />
apólices específicas e personalizadas,<br />
com características não encontradas no<br />
restante do mercado segurador, trazendo<br />
assim maior confiabilidade ao seu<br />
portfólio de produtos”, afirma Rossana<br />
Costa, diretora e fundadora da GEO.<br />
Entre outras vantagens da convergência<br />
entre análise de bancos de dados<br />
e a expertise de décadas de atuação em<br />
um segmento estão a oferta de melhores<br />
taxas de seguro, qualificação mais<br />
precisa das coberturas para cada tipo de<br />
obra e a operação de seguros para a área<br />
de construção civil de forma totalmente<br />
digital, tudo isso sem perder a especificidade<br />
da subscrição correta do risco.<br />
No fim, todas essas inovações têm<br />
como principal objetivo oferecer maior<br />
respaldo para as seguradoras poderem<br />
cobrir esse tipo de risco, facilitando a<br />
sua entrada no mercado com o suporte<br />
de estudos relevantes no momento da<br />
tomada de decisão. Além disso, os setores<br />
imobiliários e construtivo também<br />
podem se beneficiar no atual momento<br />
de retomada de obras no país, ao utilizar<br />
a estrutura de seguros como o de Garantia<br />
de Entrega de Obra no Prazo e o<br />
DFI Sistema Financeiro como elemento<br />
de garantia no momento da obtenção<br />
de crédito para a construção de futuros<br />
empreendimentos.<br />
Para discutir mais este assunto e<br />
apresentar de forma aprofundada a visão<br />
da companhia, Rossana Costa participará<br />
do painel “Risks & Tech: Prevenção e<br />
Proteção” na próxima edição do CQCS<br />
Insurtech, que acontece nos dias 12 e<br />
13 de junho em São Paulo. O painel<br />
abordará iniciativas que oferecem um<br />
novo olhar para as áreas de prevenção<br />
e proteção no primeiro dia do evento, às<br />
17 horas no Pilar Soluções.<br />
Em momento de expansão,<br />
GEO reforça a importância<br />
do corretor na cadeia<br />
Com quase duas décadas de atuação<br />
no setor imobiliário e mais de 1000 corretores<br />
registrados em sua plataforma<br />
digital, a GEO identificou que pode levar<br />
o mesmo modelo que alia conhecimento<br />
técnico com tecnologia e inovação para<br />
outras áreas do seguro. Em 2019 anunciou<br />
a intenção de expandir sua atuação<br />
em seguros digitais ao buscar operações<br />
no segmento de crédito consignado,<br />
como os voltados para segmentos agrícola<br />
e de bens de consumo.<br />
O foco principal das suas operações<br />
seguirá no mercado construtivo, com<br />
movimentos no caminho de manter o<br />
portfólio e também escalar novos serviços<br />
digitais em conjunto com suas seguradoras<br />
parceiras, como a AXA (para a<br />
oferta do seguro Riscos de Engenharia)<br />
e Zurich (para as ofertas de seguro<br />
Habitacional – MIP/DFI e DFI Sistema<br />
Financeiro - Danos Físicos ao Imóvel).<br />
Porém, a empresa entende que a<br />
possibilidade de ofertar capacidade de<br />
controles e relatórios na gestão de dados<br />
de seguros no atual cenário motiva a expectativa<br />
de um crescimento expressivo<br />
no faturamento para os próximos dois<br />
anos. Somente no primeiro trimestre<br />
de 2019, a companhia registrou um<br />
crescimento de 9% no seu faturamento<br />
em comparação com o mesmo período<br />
do ano passado.<br />
Atualmente, a empresa oferece<br />
ao mercado construtivo os seguintes<br />
seguros: seguro de DFI Sistema Financeiro;<br />
seguro Habitacional <strong>Apólice</strong><br />
de Mercado; (MIP - Morte e Invalidez<br />
Permanente | DFI - Danos Físicos ao<br />
Imóvel); e seguro Riscos de Engenharia<br />
e Responsabilidade Civil. A<br />
empresa também conta com outros<br />
dois produtos em desenvolvimento<br />
para serem ofertados futuramente:<br />
seguro Garantia de Entrega de Obra no<br />
Prazo e Seguro Imobiliário – voltado<br />
para a locação.<br />
Mesmo em um momento de expansão,<br />
um compromisso da empresa se<br />
mantém inalterado. Independente do<br />
seguro ofertado e da sua área de atuação,<br />
a GEO entende como primordial o papel<br />
do corretor de seguros como elemento<br />
central da cadeia do seguro. Com o<br />
aumento da demanda pelo seu papel de<br />
consultor, ele deve contar com a tecnologia<br />
para reduzir o impacto no dia a dia<br />
de rotinas burocráticas e recorrentes.<br />
“Apesar das ameaças provenientes<br />
de modelos de negócios focados somente<br />
em processos automatizados,<br />
entendemos que o corretor de seguros<br />
não deve ser substituído pelas inovações<br />
tecnológicas. Na verdade, o corretor<br />
deve usufruir de maior liberdade para<br />
conseguir focar a sua atuação nas<br />
necessidades dos seus clientes e para<br />
estar presente em momentos de maior<br />
urgência, como no caso das situações<br />
de sinistros”, conclui Rossana.<br />
43
ino va<br />
ção<br />
BROCHWELD<br />
Elimando a distância entre<br />
o segurado e a vistoria<br />
Com o uso de um app,<br />
segurado pode fotografar<br />
o veículo e enviar as<br />
informações usando apenas<br />
o seu celular. Ferramenta<br />
analisa os dados e fotos<br />
de acordo com as políticas<br />
de aceitação de cada<br />
seguradora<br />
Ao iniciar a contratação de um<br />
seguro, não é tão agradável<br />
ter que encontrar tempo e<br />
disposição para ir até um local<br />
de realização de vistorias veiculares.<br />
Graças à tecnologia móvel, porém, isso<br />
não é mais necessário. A Brochweld,<br />
empresa catarinense de vistorias veiculares,<br />
lançou em 2018 o Auto Vistoria,<br />
aplicativo para smartphones que permite<br />
ao usuário realizar sozinho e online a<br />
vistoria de seu próprio veículo.<br />
O app surgiu após anos de estudo.<br />
Desde 1993, a Brochweld se coloca na<br />
vanguarda de inovações digitais para<br />
o setor. Após ser a primeira empresa<br />
do segmento no país a realizar laudos<br />
digitais e, posteriormente, vincular fotografias<br />
digitais a esses laudos, o passo seguinte<br />
foi a aposta no mobile. Isso porque<br />
atender a todos os clientes de seguradoras<br />
parceiras, inclusive de regiões afastadas<br />
e cidades pequenas, sempre tornava os<br />
custos operacionais desse ramo muito<br />
altos, muitas vezes até inviáveis.<br />
Com o apoio das seguradoras e a<br />
experiência de mais de duas décadas<br />
no mercado de vistorias, a Brochweld<br />
pode, enfim, atender com eficiência e<br />
segurança a esses públicos distantes.<br />
Aos usuários, basta realizar o download<br />
do aplicativo, cadastrar as informações<br />
de acordo com o que é mostrado na tela<br />
do smartphone e, após finalizar o processo,<br />
aguardar a validação dos dados<br />
por parte da Brochweld.<br />
Caso seja encontrada alguma inconsistência<br />
nas informações, a empresa<br />
abre a possibilidade de enviar um vistoriador<br />
preparado para conferir ao vivo as<br />
condições do veículo. O departamento<br />
de conferência da empresa tem conhecimento<br />
e métodos seguros para atestar<br />
a veracidade das informações enviadas<br />
pelos usuários através do aplicativo.<br />
Essas situações, no entanto, são<br />
raras. O aplicativo traz consigo uma<br />
tecnologia de inteligência artificial que<br />
consegue evitar fraudes durante a realização<br />
do processo. Depois de enviadas<br />
as informações, a Brochweld analisa os<br />
dados e fotos de acordo com as políticas<br />
de aceitação de cada seguradora. O processo<br />
é rápido, seguro e tem baixo custo<br />
durante toda a operação. Isso representa<br />
economia para o segurado e vantagem<br />
competitiva para as seguradoras.<br />
O aplicativo Auto Vistoria, disponível<br />
na App Store e na Google Play,<br />
possui todos os requisitos de segurança<br />
exigidos para garantir a privacidade<br />
de todos os dados que passam por ele.<br />
Tornar o processo seguro é primordial<br />
tanto para as seguradoras quanto para<br />
os segurados. Em um universo em que<br />
os ataques cibernéticos praticamente<br />
dobraram de um ano para o outro, fica<br />
evidente que informações digitais são<br />
valiosas. Fica claro, também, que o<br />
investimento em segurança digital deve<br />
ser tão significativo quanto o valor de<br />
cada um dos dados gerados e armazenados<br />
pelas ferramentas digitais.<br />
Estar preparado para a transformação<br />
digital é uma característica que,<br />
cada vez mais, precisa estar presente<br />
em todos os mercados, inclusive no de<br />
seguros. Ainda existem muitos processos<br />
que necessitam ser viabilizados<br />
para que o setor consiga se transformar<br />
digitalmente de forma plena. Graças à<br />
percepção dessa necessidade por parte<br />
das seguradoras, novas ideias e apoio a<br />
novos projetos surgem a cada dia.<br />
Parte fundamental da realização desses<br />
projetos é a atuação de empresas como<br />
a Brochweld. Cada vez mais, a empresa<br />
volta os cuidados à prevenção de riscos<br />
e garantia da veracidade e integridade<br />
das informações nas vistorias. Assim, as<br />
seguradoras conseguem dar foco à parte<br />
comercial do negócio de vendas de seguros<br />
automotivos, enquanto a tecnologia<br />
aliada à experiência da Brochweld cuida<br />
da parte operacional. Tudo com eficiência,<br />
praticidade e segurança.<br />
44
ino va<br />
ção<br />
ARTIGO • SISTRAN<br />
Quem tem medo do Seguro Digital?<br />
Reflexões sobre um cenário em transformação<br />
Joel de Oliveira*<br />
Num CIAB há cerca de cinco anos, o palestrante<br />
Silvio Meira foi questionado: “Qual a melhor<br />
reação dos bancos face às inovações e iniciativas<br />
em meios de pagamento que surgem pelo mundo<br />
afora?”. A resposta foi direta: “Ter medo!”. Ele tinha razão<br />
– mudanças estão batendo a nossa porta e precisamos de<br />
novas estratégias de negócio.<br />
No caso da transformação digital, motivada pela adoção<br />
de tecnologias inovadoras, disruptivas, na busca de<br />
vantagem competitiva, simplificação operacional, maior<br />
lucratividade e satisfação dos clientes, o impacto no segmento<br />
de seguros faz parte de algo bem maior: a humanidade<br />
se prepara para novo salto qualitativo, abrangente,<br />
com impactos na forma do cliente adquirir coberturas e se<br />
relacionar com as seguradoras.<br />
Estágio atual x O que vem por aí:<br />
Medicina empírica<br />
Petróleo, eletricidade,<br />
geração em larga escala<br />
Chips e computação digital<br />
Telecomunicações e internet<br />
Diretriz comercial: encantar<br />
o cliente<br />
Biologia genética<br />
Energia eólica e fotovoltaica,<br />
geração individual<br />
Computação quântica<br />
AI & deep reinforcement learning<br />
Diretriz comercial: decidir pelo<br />
cliente<br />
Fonte: BCG, Dawn of Deep Tech Ecosystem, 2019,<br />
Portincaso, de La Tour & Soussan (adaptado)<br />
Em seguros, especialmente nos ramos massificados,<br />
mudanças já estão sendo desenhadas, em geral na direção<br />
de precificação atrelada ao uso efetivo e individualização<br />
do risco:<br />
• Segurado deixa carro na garagem e usa metrô/moto/<br />
patinete para se deslocar, com mochila e notebook; compra<br />
pelo celular coberturas de vida/AP (Pay as you live), Roubo<br />
e Furto, Colisões, RC, tudo averbado instantaneamente,<br />
aceita cotação e paga; carro permanece na garagem, com<br />
custo reduzido nas coberturas habituais; no sinistro, cliente<br />
filma e submete ao software de peritagem, a plataforma<br />
consegue “mensurar” o estrago e comparar com franquia.<br />
O pré-requisito parece basear-se em perfil e comportamento<br />
do usuário muito bem estudados, conhecidos<br />
e complementados por redes sociais e telemetria (GPS,<br />
Triangulação) no celular, nos termos da LGPD – Lei Geral<br />
de Proteção de Dados.<br />
As mudanças no segmento chegaram, porém a transição<br />
para patamares mais relevantes de participação no<br />
resultado financeiro deverá ser lenta. Na visão de Marcio<br />
Paes, CEO da Sistran Informática, o sucesso desta etapa<br />
advirá do grau de conhecimento efetivo sobre processos<br />
do negócio de seguros que possam ser mais alavancados<br />
por tecnologias emergentes (incansavelmente mutantes),<br />
mas nada substitui o entendimento pleno das jornadas dos<br />
clientes, condições dos produtos e operações da seguradora.<br />
Mesmo com tentativas e erros, haverá vantagem para<br />
early adopters, pois reforçarão sua imagem de inovação e<br />
modernidade, com lançamento de novidades relevantes, em<br />
geral apoiados por consultorias especializadas combinando<br />
tecnologia e soluções de negócio.<br />
Veremos a chegada ao mercado de novos elementos:<br />
operadoras, clientes, produtos e tecnologias - Assets e<br />
outras instituições financeiras abrirão seguradoras, millenials<br />
comprarão seguro pela primeira vez, coberturas<br />
de mobilidade serão ligadas mais ao cliente que ao bem<br />
protegido - tudo em novos modelos combinados de ofertas,<br />
vendidas nos canais usuais e em Market Places.<br />
As pressões e oportunidades de inovação estão vindo<br />
de fora (demandadas por clientes mais exigentes, treinados<br />
nas interfaces de dispositivos móveis), sem todavia alterar<br />
a essência do negócio: produtos requerem notas técnicas,<br />
coberturas demandam reservas compatíveis, sinistros<br />
precisam de regulação. E o resultado final (combined) em<br />
longo prazo tem de ser positivo (< 100 %).<br />
Até aqui, 2019 mostra resultados acima do esperado<br />
– esse ano marcará o início da revolução das ofertas, com<br />
menores custos de operação para as seguradoras?<br />
*Joel de Oliveira<br />
é diretor Comercial/<br />
Novos Negócios da Sistran,<br />
especializada em soluções e<br />
projetos para seguradoras<br />
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ino va<br />
ção<br />
INFOCAR<br />
Apoio à aceitação de veículos e<br />
à regulação de sinistros<br />
Infocar aplica IA para apresentar informações<br />
sobre a procedência de veículos e a análise do<br />
casco para aceitação e regulação de sinistros<br />
Duas novidades chegam ao<br />
mercado para contribuir<br />
com a política de aceitação<br />
e regulação de sinistro das<br />
seguradoras: Parecer Técnico Comercial<br />
de veículos baseado em IA e o aplicativo<br />
InfoVist (autovistoria).<br />
A Infocar sempre teve foco em<br />
pesquisas voltadas para o mercado<br />
de seguros, como o Decodificador de<br />
Chassis, a Base de Veículos Ofertados<br />
em Leilão e a Pesquisa de Débitos e<br />
Restrições Veiculares. Agora, a pesquisa<br />
Parecer Técnico Comercial baseada em<br />
IA já está disponível para as empresas e<br />
traz uma nova aplicabilidade: informações<br />
que rastreiam a vida pregressa do<br />
veículo. Usando técnicas de mineração<br />
de dados e Machine Learning, o Parecer<br />
reflete os riscos comerciais do veículo<br />
no momento da consulta. Com ele, é<br />
possível prever fraudes e as desvalorizações<br />
por conta do histórico e pelas<br />
características do veículo.<br />
A pesquisa devolve o grau de risco<br />
para o veículo contemplando as informações<br />
de automóveis ofertados em<br />
leilão e diversas outras informações<br />
restritivas, como histórico de vistoria negada,<br />
vinculação com loja de automóveis<br />
batidos, possíveis sinistros e quaisquer<br />
outros dados internos relevantes. Com<br />
estas informações aliadas à Inteligência<br />
Artificial, é estabelecida uma régua de<br />
risco, com índices que variam de mínimo<br />
a máximo.<br />
Lançada em dezembro, esta inovadora<br />
ferramenta tornou-se rapidamente<br />
importante para avaliação e aceitação de<br />
risco das seguradoras. Tanto para o momento<br />
do cálculo quanto o da aceitação.<br />
"O objetivo, dependendo do grau de risco<br />
do veículo, pode levar a companhia a<br />
recusar o seguro ou mesmo solicitar uma<br />
vistoria física do veículo", exemplifica<br />
Daniel Figueiredo, diretor Corporativo da<br />
Infocar, acrescentando que ela já integra e<br />
auxilia bancos, seguradoras, consórcios,<br />
financeiras e redes de vistoria.<br />
Autovistoria<br />
Para o segundo semestre, a Infocar<br />
trará ao mercado um aplicativo para<br />
autovistoria, que servirá tanto para vistoria<br />
prévia quanto para regulação de<br />
sinistros. O Infovist é um produto White<br />
Label, que pode ser customizado com a<br />
“cara” da seguradora.<br />
A ideia é que, quando uma seguradora<br />
aceitar um novo segurado ela pode optar<br />
e oferecer ao consumidor a possibilidade<br />
da autovistoria, que é menos custosa para<br />
a companhia e traz menos incômodo para<br />
o cliente, além da rapidez e economia no<br />
trânsito das informações “A seguradora<br />
não precisa criar um aplicativo próprio,<br />
o que demanda grande investimento e<br />
tempo de execução”, alerta Figueiredo.<br />
A intenção da empresa é que a seguradora,<br />
ao aceitar uma proposta, ao invés<br />
de mandar o cliente para a loja física,<br />
envie ao cliente um token (Código SMS)<br />
que dá acesso à autovistoria via web.<br />
Quando o cliente procede com a captação<br />
das fotografias e clica em “salvar”,<br />
o resultado da vistoria é imediatamente<br />
analisado pela IA, que envia os dados<br />
analisados diretamente para a seguradora.<br />
“O aplicativo reduz a quantidade e<br />
os custos das vistorias físicas, reduzindo<br />
a burocracia e o tempo para o cliente<br />
final”, pontua Figueiredo.<br />
Daniel Figueiredo, da Infocar<br />
O Infovist é personalizável (módulo,<br />
cores e interface) e não requer<br />
instalação por parte do cliente, pois<br />
funciona em qualquer celular (Android<br />
ou IOS). Ele realiza a leitura automática<br />
da placa e preenche todos os dados<br />
complementares do veículo. Os ângulos<br />
e a quantidade de fotos são customizáveis,<br />
conforme a necessidade de cada<br />
seguradora. O app possui geolocalização<br />
para confirmação do local da<br />
autovistoria, dupla leitura de OCR que<br />
lê as placas frontais e traseiras, travando<br />
inclusive a realização do processo<br />
em caso de inversão das fotos, pois o<br />
app sabe identificar quando a foto é da<br />
dianteira ou da traseira do veículo, o<br />
que permite maior confiabilidade na<br />
execução. A utilização por parte do<br />
cliente é simples, intuitiva e amigável.<br />
O grande diferencial é poder escolher<br />
os módulos adicionais exclusivos<br />
da Infocar, tais como incluir o Parecer<br />
Técnico Comercial baseado em IA na<br />
autovistoria, validação automatizada de<br />
CRLV, valor FIPE e estimativa de valor<br />
real do veículo, módulo de restrições<br />
online, dentre outras possibilidades.<br />
Isto faz com que a seguradora tenha um<br />
processo rápido e simples para o cliente,<br />
porém robusto e eficaz para seu processo<br />
de aceitação do veículo.<br />
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