Para suas amizades mais próximas ele disse numa certa manhã: “Assumo a APAE, mas sei que falar de inclusão, em nossa sociedade, é um desafio”. Questionado sobre a razão de falar assim, ele respondeu com a voz rouca: “Porque simplesmente, uma sociedade possui barreiras; não possui entendimento sobre as necessidades especiais destes seres tão queridos”. Tanto era sua missão que Nenê buscava incansavelmente dar à APAE, uma estrutura física capaz de atender cada vez mais e melhor aos necessitados, sabendo no seu interior que com o poder público pouco poderia contar. E se a APAE hoje é vista como modelo entre as entidades sociais, muito se deve a ele, que parte ciente da obra que deixa para vida eterna de uma cidade. SUA VIDA Pedro Paulo Ferrenha, o Nenê, nasceu em 12 de março de <strong>19</strong>50, filho de Darcy e Maria, uma família composta por mais cinco irmãos: Lázaro, Francisco, José Laerte, Jair e Hélio. Nenê que gostava de jogar futebol, estudou no Florestano Libutti, no “Sua vida cheia de histórias é algo que emociona pois poucos são os que se deram tanto por uma causa. Implacável nas decisões, era uma espécie de comandante em um barco exposto a tempestades em alto mar” IEBA, no Poli, desfrutando do respeito e da admiração de todos. Frequentou o ensino superior no Colégio São Bento, onde cursou Filosofia. Ele foi por oito anos funcionário Doce lembrança da APAE onde Nenê passou parte da sua vida das Casas Texidal, uma importante loja de tecidos nos anos 60. Trabalhou dois anos em São Paulo e, em <strong>19</strong>73, se tornou empresário, fundando a Nenê Escapamentos, tendo ao seu lado o inestimável amigo e irmão Arthur Wormhoudt. Casou-se com Dóris Teresinha em <strong>19</strong>77 e deixa três filhos: Rodrigo, Diego e Gustavo. Nenê foi diretor da Associação Comercial e Industrial de Araraquara (ACIA) e diretor adjunto na Associação Ferroviária de Esportes (AFE). Fazia parte do Rotary Club Oeste, onde ocupou vários cargos. Através do Rotary, chegou à APAE prestando serviços voluntários em eventos e, em 2014, tornou-se presidente da entidade. Ele teve um envolvimento expressivo com o esporte, atuando em clubes amadores e participando das atividades em clubes sociais. Isso tudo se junta na formação de uma pessoa querida e respeitada pela sua visão empresarial. Em fevereiro, Nenê chegou a ficar internado no Hospital São Paulo, em Araraquara; dois meses atrás foi levado para Ribeirão Preto (Hospital São Lucas Ribeirânia) para intensificar o tratamento, não conseguindo vencer a doença que o acometeu durante anos. Ao todo foram quatro meses de internação. A informação sobre sua morte foi dada na madrugada do dia 17 de junho. Velado em uma das salas do Memorial Fonteri, o empresário foi sepultado no Cemitério São Bento. À família nossos sentimentos. Nenê com seus familiares por ocasião da homenagem que lhe foi prestada na Câmara em 2017 |20
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