RCIA - EDIÇÃO 168 - JULHO 19
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EDITORIAL<br />
por: Ivan Roberto Peroni<br />
A cobiça política efetivamente tem causado danos<br />
à cidade e à alma das pessoas de bem<br />
Araraquara possui 31 partidos políticos, muitos deles pequenos e encabrestados pelos líderes das<br />
grandes siglas; uns funcionam com Comissões Provisórias dispensando número de filiados, quando na<br />
verdade deveriam ser Diretórios Municipais. Sem ideologia, alguns são manipulados e atraídos para<br />
um balcão de negócios que visa transformar o candidato a vereador num cabo eleitoral que favoreça<br />
o majoritário, onde o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos é eleito. No município, há<br />
partidos com 1, 4, 5, até mesmo 8 filiados, juntando-se aos grandes.<br />
Não há o que se reclamar do<br />
prefeito eleito, se a maioria assim<br />
o desejou; no caso de Edinho<br />
Silva, foi um índice de 41,71% nas<br />
eleições de 2016 e logo há que<br />
se respeitar o montante de votos<br />
- 41.220 votos, contra 28.595<br />
(28,93%) de Edna Martins, do PSDB,<br />
segunda colocada. Uma vitória<br />
aparentemente tranquila de quem<br />
se dispôs a trabalhar o eleitorado<br />
de periferia.<br />
Questionar sua vitória como tem<br />
ocorrido nestes últimos três anos e<br />
atribuir essa responsabilidade ao<br />
povo que o elegeu, parece não ser o<br />
caminho correto, já que a ganância<br />
de cada um dos outros cinco<br />
candidatos quer nos parecer ter uma<br />
responsabilidade muito maior que o<br />
interesse da população suburbana.<br />
Naquela oportunidade, dois motivos<br />
impediriam a vitoriosa eleição do<br />
petista: sua prisão na Operação<br />
Lava Jato por questões perfeitamente<br />
conhecidas do povo brasileiro ou a<br />
formação de um bloco com todos os<br />
partidos, por entender que Edinho<br />
não atingiria 35% dos votos válidos. Dois erros grotescos: não foi preso e<br />
sua marca bateu em quase 42%. Nenhum dos partidos pode contestar os<br />
números e muito menos negar que na noite de 21 de agosto de 2016, uma<br />
reunião aconteceu para consolidação de um acordo que ficou travado na<br />
tal vaidade.<br />
Assim, Edna Martins (28,93%), Aluisio Boi (12,56%), Nino Mengatti (8,53%),<br />
Célio Peliciari (5,58%) e João Farias (2,68%) se tivessem estabelecido uma<br />
concordância, teriam alcançado 58,28% contra os 41,71% de Edinho, que<br />
não teria sido eleito e nem estaria sendo vítima do descaso, onde uma<br />
classe subestima a outra pela ignorância daqueles que se alcunham - líderes<br />
partidários.<br />
De três anos para cá a população acredita, pelas suas manifestações<br />
nas redes sociais, que a desgraça que tem caído sobre a cidade não é<br />
mais do que o produto da cobiça política que efetivamente tem causado<br />
danos à alma das pessoas de bem. Ainda assim, não podemos contestar<br />
o resultado eleitoral, mas avaliar uma administração que tenta se manter<br />
pelo assistencialismo, já que politicamente não se sustentará pelos atos<br />
insanos dos governantes que o país suportou por 16 anos e as adversidades<br />
partidárias que agora enfrenta.<br />
Ao ver que um partido vai lançar fulano e outro apresenta ciclano,<br />
totalizando cinco ou seis candidatos a prefeito em 2020 - com 31 siglas<br />
partidárias na cidade, isso não apenas repetirá o que já aconteceu, mas<br />
deixa transparecer a admissão da ganância, da vaidade e da ignorância,<br />
que em certos momentos caminham juntas com sintomas de um parentesco<br />
inábil e quem sabe proposital. Se Edinho já tem hoje 30%, é burrice admitir<br />
que o segundo mais votado com 29,99% seja o vencedor. Não é possível<br />
que tramas assim ainda sejam praticados em uma população incrédula.<br />
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