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Fragmentos poemas e ensaios

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obras, já que é possível detectar uma infinidade<br />

de citações de romances e poesias na vasta<br />

produção audio-visual existente em todo mundo.<br />

E nessa produção, a palavra escrita é valorizada<br />

como imagem aposta ao cinema. Em outras<br />

palavras, esta análise sustenta que o texto<br />

literário - no interior das relações com o cinema<br />

- possui o poder de ampliar seu próprio<br />

discurso, já que pode ser trabalhado na tela<br />

grande, e com todos os recursos presentes na<br />

linguagem cinematográfica.<br />

É exatamente o que acontece com o romance<br />

“Vidas Secas” - de 1938, de Graciliano Ramos.<br />

Assim é que, vinte e cinco anos após sua publicação,<br />

em um século XX dominado por noções acima<br />

sustentadas de diálogos entre artes, Nelson Pereira<br />

dos Santos lançou uma adaptação cinematográfica<br />

homônima ao livro desse escritor alagoano.<br />

34<br />

Sobre Pereira dos Santos, este texto julga importante destacar<br />

que ele possui uma influência marcante do neorrealismo<br />

italiano. Foi dentro dessa retórica cinematográfica que filmou,<br />

por exemplo, “Rio, 40 Graus”. Além disso, juntamente com Gláuber<br />

Rocha, é um dos idealizadores do Cinema Novo, uma estética<br />

fílmica que, preocupada com os destinos do Brasil, buscava<br />

divulgar problemas sociais brasileiros. Como asseveram Xavier<br />

(1993:269), que afirma ser o Cinema Novo um movimento importante<br />

por colocar “situações que remetam a plateia às questões do<br />

país”, e Melanie Dimantas (2002:350), em seu artigo O cinema<br />

brasileiro, situado no livro Brasil: 500 anos depois:

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