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a transformação digital. Segundo<br />
ele, tecnologias revolucionárias<br />
estão modificando o<br />
agro, ao passo que o Brasil,<br />
pela sua grande importância<br />
no setor, pode liderar as mudanças.<br />
Por ser um dos maiores<br />
mercados, muitos dos principais<br />
lançamentos tecnológicos<br />
estão acontecendo no país.<br />
BARATEAMENTO - “É muito<br />
complicado lidar com o agronegócio,<br />
pois nada é feito em<br />
série e nenhum produto é idêntico<br />
ao outro, como numa fábrica”,<br />
citou. Contudo, o barateamento<br />
do transistor (dispositivo<br />
utilizado na maioria dos<br />
circuitos eletrônicos, sendo o<br />
principal componente de equipamentos<br />
como celulares e<br />
computadores), possibilita que<br />
os dados circulem rapidamente<br />
e também que a capacidade<br />
de armazenamento na nuvem<br />
seja infinita, abrindo oportunidades<br />
para que a transformação<br />
em setores como o agro se<br />
acelere cada vez mais.<br />
de pessoas em 2050 – a estimativa<br />
de população do planeta,<br />
onde a produção de alimentos<br />
enfrenta restrições em<br />
água doce, clima favorável e<br />
solo apto.<br />
“A cada 18 meses, dobra o número<br />
de transistores numa<br />
mesma área”, lembrou o palestrante,<br />
dando uma ideia do<br />
exponencial barateamento do<br />
dispositivo: com um único grão<br />
de arroz é possível comprar<br />
100 mil transistores. Um dos<br />
efeitos disso é que, atualmente,<br />
ao contrário do que<br />
acontecia até poucas décadas,<br />
qualquer pessoa pode tirar fotografias<br />
de alta qualidade,<br />
sem nenhum custo, usando o<br />
seu celular. Antigamente, fazer<br />
esses registros era um processo<br />
caro.<br />
DESAFIO - A transformação digital,<br />
na visão de Martins, é<br />
fundamental para que a humanidade<br />
consiga superar o desafio<br />
de alimentar 9,5 bilhões<br />
VERTENTES - O palestrante<br />
expôs, em resumo, que as mudanças<br />
devem ser baseadas<br />
em algumas vertentes e estratégias,<br />
em especial. A produção<br />
de proteínas alternativas é<br />
uma delas, como a carne sintética<br />
e o aproveitamento de<br />
insetos. Por outro lado, o sensoreamento<br />
tende a ser cada<br />
vez mais usado para investigar<br />
a qualidade dos produtos, enquanto<br />
a nutrigênica vai funcionar<br />
como um guia, orientando<br />
o consumidor sobre o<br />
que deve comer e como suplementar<br />
sua dieta.<br />
Em outra frente, está sendo<br />
desenvolvida uma espécie de<br />
big data para seguros, ainda<br />
pouco utilizados pelos produtores<br />
brasileiros: só 7% deles,<br />
em média, costumam segurar<br />
suas lavouras, contra 84% nos<br />
Estados Unidos, onde os custos<br />
das apólices são muito<br />
mais baratos porque os dados<br />
sobre a realidade das lavouras<br />
circulam amplamente entre as<br />
áreas envolvidas.<br />
A internet das coisas, que faz<br />
com que as máquinas “conversem”,<br />
trazendo mais eficácia<br />
aos serviços, os avanços da<br />
agricultura de precisão, os microbiomas<br />
e as soluções biológicas<br />
para proteção das lavouras,<br />
também fazem parte<br />
desse futuro que pode chegar<br />
logo. “Os investimentos em<br />
tratamentos biológicos triplicam<br />
a cada 18 meses”, lembrou<br />
Martins, enfatizando que<br />
ainda não há um waze do agro,<br />
mas isso é algo que não deve<br />
demorar para se tornar realidade.<br />
Produção de preteínas<br />
alternativas como<br />
a carne sintética é<br />
uma das mudanças<br />
em curso<br />
J o rn al d e S er vi ç o C oc am ar | 27