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CLOSTRIDIOSES<br />
A vacinação não pode parar<br />
Estima-se que cerca de 400 mil animais/ano morrem em consequência<br />
das clostridioses e este é um dado que deve servir de alerta ao produtor<br />
Roberta Benvenuto<br />
Pereira (*)<br />
Acostumado a realizar o<br />
manejo vacinal contra<br />
clostridioses (termo<br />
genérico usado para<br />
denominar as doenças causadas<br />
por bactérias do gênero<br />
Clostridium - botulismo, tétano,<br />
carbúnculo sintomático,<br />
manqueira, gangrenas gasosas<br />
e enterotoxemia) junto ao calendário<br />
nacional de vacinação<br />
de febre aftosa, o pecuarista<br />
paranaense precisa se preparar<br />
para a readequação do manejo<br />
sanitário do rebanho.<br />
Neste ano, o Paraná pode antecipar<br />
a suspensão da vacinação<br />
contra a febre aftosa, deixando<br />
de vacinar o rebanho bovino<br />
contra a doença. Mas, apesar<br />
de não haver mais a necessidade<br />
de vacinar o gado contra<br />
a febre aftosa, a vacinação contra<br />
as clostridioses não pode<br />
parar.<br />
ALERTA - As clostridioses estão<br />
entre as principais doenças que<br />
afetam o rebanho bovino brasileiro,<br />
causando grandes prejuízos<br />
econômicos ao setor produtivo<br />
devido à alta taxa de<br />
mortalidade dos animais e<br />
ocorrência de surtos. Estimase<br />
que cerca de 400 mil animais/ano<br />
morrem em consequência<br />
das clostridioses e<br />
este é um dado que deve servir<br />
de alerta ao produtor.<br />
As clostridioses podem ser<br />
causadas por uma grande variedade<br />
de clostrídios. Essas<br />
bactérias fazem parte da microbiota<br />
intestinal dos animais,<br />
tornando praticamente<br />
impossível a sua erradicação<br />
do ambiente. Além disso, as<br />
bactérias podem sobreviver<br />
por longos períodos no meio<br />
ambiente, pois assumem a<br />
forma esporulada, e isto as<br />
torna altamente resistentes às<br />
variações climáticas e desinfetantes<br />
comuns.<br />
Vacinar o rebanho é a medida mais eficaz na prevenção<br />
das clostridioses. Realizar um bom programa vacinal é<br />
fundamental para aumentar a proteção dos animais frente<br />
aos desafios e diminuir a carga bacteriana do ambiente.<br />
VACINA - Como as clostridioses podem ser causadas por<br />
uma grande variedade de clostrídios, a escolha da vacina<br />
é peça-chave no sucesso da imunização dos animais. Esta<br />
deve abranger o maior número de clostrídios em sua composição,<br />
a fim de promover ampla proteção contra as principais<br />
doenças do grupo que afetam os bovinos, dentre as<br />
quais podemos citar o carbúnculo sintomático (“manqueira”),<br />
o tétano, o botulismo e as enterotoxemias.<br />
PROTEÇÃO - Recomenda-se que a vacinação contra as<br />
clostridioses seja realizada ao menos uma vez ao ano<br />
AMEAÇA -A presença constante<br />
da bactéria no ambiente, associada<br />
à sua alta resistência, são<br />
uma ameaça contínua aos bovinos,<br />
que podem ser facilmente<br />
infectados através do<br />
contato direto com as bactérias<br />
circulantes e presentes em carcaças/ossos<br />
ou por meio da ingestão<br />
de água e alimentos<br />
contaminados. Diante desse cenário,<br />
o pecuarista precisa se<br />
atentar aos cuidados para evitar<br />
a doença em sua propriedade.<br />
Qual a melhor forma de prevenir as clostridioses no rebanho?<br />
em todo o rebanho, independentemente da campanha<br />
contra a aftosa, sendo necessário realizar duas doses<br />
iniciais (com intervalo de 30 dias entre elas) em bezerros<br />
a partir dos 4 meses de idade e em animais adultos<br />
nunca antes vacinados, promovendo assim uma proteção<br />
mais efetiva.<br />
Apesar de não serem doenças de vacinação obrigatória, a<br />
imunização dos animais contra clostridioses é a melhor<br />
forma de evitar suas consequências, prejuízos econômicos<br />
e mortes em sua propriedade.<br />
Produtor, a vacinação não pode parar. Vacine seus animais<br />
contra as clostridioses.<br />
(*) Médica Veterinária do Departamento Técnico Dechra<br />
J orn a l de Ser v iç o C oc a m ar | 3 9