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RCIA - ED. 136 - NOVEMBRO 2016

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Prédio da Escola<br />

de Farmácia, hoje<br />

Faculdade de Farmácia<br />

da UNESP, na Rua<br />

Expedicionários do<br />

Brasil, em 1921<br />

Nos últimos anos o Brasil teve um desenvestimento<br />

na área o petróleo; as refinarias que deveriam<br />

ter ficado prontas, não ficaram e o consumo<br />

de combustível mantém-se regular apesar da<br />

crise. Há uma projeção de que a partir de<br />

2020 nós poderemos ter grande dificuldade de<br />

abastecimento de gasolina. Nesse cenário é que<br />

eu quero dizer que o etanol pode ser o grande<br />

substituto nessa questão, pois 100% da frota<br />

de veículos vai ser flex”.<br />

Luís Henrique Scabello de Oliveira<br />

Presidente da CANASOL<br />

A utilização do álcool como combustível<br />

foi uma inovação brasileira para<br />

tentar diminuir a dependência frente<br />

ao petróleo. O álcool combustível, ou<br />

etanol, possui característica de biocombustível,<br />

uma vez que é extraído<br />

de vegetais, tais como cana-de-açúcar,<br />

mandioca, milho ou beterraba.<br />

Para a inserção no mercado do combustível<br />

e também de veículos movidos<br />

a álcool, o governo implantou o Proálcool,<br />

projeto que visava motivar a produção<br />

desse alternativo combustível,<br />

além da redução de tarifas fiscais na<br />

aquisição de veículos movidos a etanol.<br />

O que determinou a criação do projeto<br />

citado foi a crise do petróleo que se<br />

desenvolveu nos anos 70.<br />

Lado direito, a sede da<br />

Usina Serra Grande,<br />

nas Alagoas, onde<br />

produziu o álcool como<br />

combustível em 1927<br />

Para a implantação do projeto, lembra<br />

Luís Henrique, o governo direcionou<br />

esforços para dinamizar e atingir uma<br />

produção em grande escala do combustível<br />

com intuito de abastecer por<br />

completo o mercado.<br />

Por outro lado, as indústrias de veículos<br />

instaladas na época realizaram<br />

as devidas adaptações na engenharia<br />

mecânica dos motores para funcionar<br />

com o álcool.<br />

As indústrias automobilísticas da<br />

época eram basicamente Volkswagen,<br />

Fiat, Ford e General Motors que produziam<br />

duas versões de motorização: álcool<br />

e gasolina.<br />

O Fiat 147 foi o primeiro modelo de<br />

veículo com motor movido a álcool, isso<br />

em 1978, caindo no gosto popular até<br />

1986, ano em que praticamente todos<br />

os carros fabricados eram movidos a<br />

esse combustível.<br />

No entanto, a prosperidade<br />

desse biocombustível logo<br />

entrou em declínio, derivado<br />

pela ausência de subsidio<br />

governamental, além disso,<br />

os produtores rurais deixaram<br />

de produzir o álcool devido<br />

o alto preço do açúcar<br />

no mercado. Houve também<br />

a exportação de etanol para<br />

os Estados Unidos a partir de<br />

1991, esses e outros fatores<br />

conduziram a extinção do<br />

projeto Proálcool.<br />

Outro fator determinante<br />

para o fim do projeto<br />

está ligado a problemas técnicos nos<br />

veículos, que ao serem ligados tinham<br />

que permanecer durante certo período<br />

aquecendo o motor, sempre com o afogador<br />

acionado. O problema se agravava<br />

nos períodos do ano com temperaturas<br />

baixas.<br />

Atualmente, os veículos não oferecem<br />

tais inconvenientes ao seu dono,<br />

basta ligá-los e imediatamente sair sem<br />

nenhum impedimento técnico, além<br />

disso, os carros modernos são fabricados<br />

com duas opções de combustíveis<br />

em um mesmo motor, denominados de<br />

flex, tecnologia que aceita gasolina e<br />

álcool ao mesmo tempo, em qualquer<br />

proporção de ambos combustíveis.<br />

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