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Revista Dr Plinio 261

Dezembro de 2019

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Flávio Lourenço<br />

Com que enlevo Ela penetrou na<br />

casa de Deus! Qual não terá sido o<br />

cântico dos Anjos ao verem se aproximar<br />

Aquela de Quem nasceria o<br />

Salvador e que era a nova Arca da<br />

Aliança, da qual a arca guardada no<br />

Templo, com tanto respeito, era apenas<br />

uma prefiguração!<br />

Reação das almas diante<br />

de Nossa Senhora menina<br />

Podemos imaginar uma ou outra<br />

alma boa que havia por ali, quiçá<br />

a Profetisa Ana, o Profeta Simeão,<br />

e que, por premunições misteriosas,<br />

observando aquela criança diriam:<br />

“Que grande chamado tem essa menina!”<br />

Vendo-A passar no cortejo das<br />

outras meninas educadas para o serviço<br />

do Templo, talvez percebessem<br />

ser uma intercessora incomparável<br />

São Joaquim e Santa Ana - Museu<br />

de Arte Sacra, Évora, Portugal<br />

junto a Deus, e a Ela se dirigiam implorando<br />

os favores celestes. E a futura<br />

Mãe de Deus, por uma dessas correspondências<br />

internas da alma, dava<br />

a entender: “Eu tenho consonância<br />

contigo, tu és um comigo.” E aquela<br />

alma se banhava de alegria!<br />

Provavelmente alguns faziam sua<br />

vida girar em torno d’Ela. Sabendo<br />

nas várias ocasiões do dia onde Nossa<br />

Senhora estava, olhavam para um<br />

quarto, por exemplo, para ver se Ela<br />

apareceria na janela; ou verificavam<br />

de que recinto a Menina saíra para<br />

poderem entrar lá logo depois, e por<br />

esta forma viver em Maria, com Maria<br />

e por Maria, que era uma forma<br />

antecipada de viver em Cristo, com<br />

Cristo e por Cristo.<br />

Assim, deveria haver em torno<br />

da Santíssima Virgem almas fervorosas<br />

às quais Ela impulsionava ainda<br />

mais para o bem, elevando-as<br />

a um píncaro de santidade<br />

para elas inimaginável.<br />

Outras que eram boas,<br />

mas postas na mediocridade,<br />

a quem Ela convidava<br />

a um voo possante rumo<br />

à perfeição que deveriam ter<br />

atingido, mas não atingiram.<br />

A cada uma dessas a presença<br />

d’Ela dizia: “Ou tu Me<br />

amas, ou te atolas. Tua hora<br />

chegou! Vem, minha filha!”<br />

Por fim, havia também os<br />

filhos de satanás, abominando<br />

qualquer forma de verdade,<br />

de bem ou de beleza,<br />

e que, ao sentir a presença<br />

d’Ela, dentro deles o demônio<br />

grunhia, encobria-se,<br />

efervescia, tinha medo, sentia<br />

a necessidade de abandonar<br />

a presa e sair fugindo,<br />

mas armava a alma daqueles<br />

malditos contra Ela.<br />

Teve ódio e foi odiada<br />

Se um bom católico no<br />

mundo de hoje divide, como<br />

não supor que Nossa Senhora<br />

não dividisse? Não podia deixar de<br />

haver no Templo, além dos amigos da<br />

Virgem, os inimigos que desviassem<br />

d’Ela o olhar, sentissem mal-estar perto<br />

d’Ela, A odiassem, tentassem eventualmente<br />

caluniá-La ou difamá-La,<br />

procurassem de todos os modos ser-<br />

-Lhe nocivos, invocassem demônios para<br />

tentá-La, prová-La, recusassem-Lhe<br />

alimentos, enfim, A sabotassem de todos<br />

os modos. Salvo por uma disposição<br />

especial da Providência, isso deve<br />

ter sido assim. E tanto as almas que<br />

eram a favor d’Ela quanto as contrárias<br />

acabavam se articulando. Portanto,<br />

Nossa Senhora, no Templo, fez a Contra-Revolução<br />

oposta à Revolução que<br />

se preparava contra o Filho d’Ela.<br />

Estas são hipóteses que se constelam<br />

em torno da Santíssima Virgem<br />

Maria e nos fazem entender o que<br />

foi a vida d’Ela, o papel que o ódio<br />

representou em sua vida desde a primeira<br />

infância.<br />

Levo minha suposição mais longe:<br />

creio que Nossa Senhora, quando<br />

estava no claustro maternal de<br />

Santa Ana, já causava mal-estar nos<br />

que eram de satanás. O demônio, a<br />

partir do momento em que Maria<br />

Santíssima foi concebida, começou<br />

a perseguir Santa Ana de um modo<br />

especial, surgiram antipatias, ódios,<br />

como também venerações e simpatias,<br />

antes mesmo de se perceber<br />

que ela concebera uma criança. De<br />

tal maneira Nossa Senhora é o contrário<br />

do demônio, que ele tinha que<br />

sentir a irradiação da pessoa d’Ela,<br />

instigando contra Ela o ódio daqueles<br />

em quem ele habitava. Não é possível<br />

que não fosse assim.<br />

Vemos, portanto, que, desde o<br />

primeiro instante de seu ser, Ela teve<br />

ódio e foi odiada. Essa compressão<br />

e descompressão do ódio e do amor<br />

representaram a própria trama da<br />

existência d’Ela.<br />

v<br />

(Continua no próximo número)<br />

(Extraído de conferência de<br />

5/7/1980)<br />

17

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