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Negócios Abril de 2020

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# 312 | <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 | facebook.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo twitter.com/sebraesp instagram.com/sebraesp | Versão impressa ‐ 250 mil exemplares<br />

Felipe Rossetti, da Piticas,<br />

começou em 2010 e hoje<br />

fatura R$ 230 milhões<br />

com produtos licenciados<br />

COMO FATURAR COM<br />

O UNIVERSO POP<br />

Licenciamento <strong>de</strong> marcas e personagens famosos dos games, TV e quadrinhos aproxima<br />

consumidor das empresas que apostam nessa estratégia<br />

Pág. 8<br />

As mulheres que estão<br />

ocupando espaço nas startups<br />

Pág. 4<br />

Mudança <strong>de</strong> comportamento<br />

impulsiona cardápios sem álcool<br />

Pág. 6<br />

Gestão profissional transforma<br />

negócio inspirado no rock<br />

Pág. 10


2 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Atitu<strong>de</strong> e gestão,<br />

dobradinha <strong>de</strong> sucesso<br />

TIRSO MEIRELLES,<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Sebrae‐SP e empreen<strong>de</strong>dor<br />

Mais <strong>de</strong> mil empresas são abertas por hora no<br />

Brasil; em São Paulo, são cerca <strong>de</strong> 300, confirmando<br />

que somos um país com raiz fortemente empreen<strong>de</strong>dora.<br />

Esta edição do Jornal <strong>de</strong> <strong>Negócios</strong><br />

traz a história <strong>de</strong> alguns dos homens e mulheres<br />

que estão no comando <strong>de</strong>sses empreendimentos;<br />

empresários que <strong>de</strong>cidiram transformar uma i<strong>de</strong>ia<br />

num negócio e, diariamente, arregaçam as mangas<br />

para não <strong>de</strong>ixar o sonho morrer. Li todas elas<br />

e aqui vai um spoiler. Sabe o que têm em comum?<br />

Comportamento empreen<strong>de</strong>dor afiado.<br />

Há quase 30 anos acompanho empresários <strong>de</strong><br />

todos os portes e setores, da família, <strong>de</strong> amigos<br />

<strong>de</strong> perto e <strong>de</strong> longe e posso dizer, sem receio <strong>de</strong><br />

errar, que o sucesso <strong>de</strong> uma empresa vai além da<br />

habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerenciar o negócio; <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito<br />

da atitu<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora.<br />

Em um <strong>de</strong>sses encontros, ouvi <strong>de</strong> Guilherme<br />

Benchimol, fundador da XP Investimentos, que<br />

começou o empreendimento com R$ 20 mil, focado<br />

numa oportunida<strong>de</strong> e quatro pessoas – ele, o<br />

sócio e dois estagiários – uma constatação que é<br />

também minha: “é impossível <strong>de</strong>rrotar quem nunca<br />

<strong>de</strong>siste; se você quer ser bem ‐sucedido, seja<br />

obstinado e aprenda rápido”.<br />

Isso é tão verda<strong>de</strong> que a Organização das Nações<br />

Unidas (ONU), que enxerga no empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

o melhor caminho para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />

da socieda<strong>de</strong>, disponibiliza para todo mundo<br />

uma metodologia baseada em <strong>de</strong>z características:<br />

buscar oportunida<strong>de</strong>s e iniciativa; persistir; correr<br />

riscos calculados; promover qualida<strong>de</strong> e eficiência;<br />

comprometer ‐se; conectar informações; estabelecer<br />

metas; planejar e monitorar sistematicamente;<br />

formar re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contatos; ter in<strong>de</strong>pendência e autoconfiança.<br />

No Brasil, o Sebrae é o aplicador oficial<br />

<strong>de</strong>sse método, com o Seminário Empretec, oferecido<br />

amplamente durante todo ano.<br />

É claro que somente ter o comportamento empreen<strong>de</strong>dor<br />

não basta. É preciso praticar diariamente,<br />

aliar boas i<strong>de</strong>ias à gestão eficiente, estar<br />

atento às necessida<strong>de</strong>s e aos <strong>de</strong>sejos dos consumidores<br />

– afinal sua empresa existe para isso: ofertar<br />

um produto ou serviço, uma experiência que o<br />

cliente precisa naquela hora, naquele local. E lucrar<br />

com isso. Po<strong>de</strong> parecer óbvio, mas é simples assim.<br />

O sucesso é um caminho com retas, curvas e<br />

obstáculos. Por isso a importância <strong>de</strong> ser dinâmico,<br />

ousado na medida certa, persistente, conectado,<br />

alinhando a empresa às <strong>de</strong>mandas do cliente e<br />

do mercado. Ser empreen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />

Destaques<br />

Programa Brasil Mais busca aumentar a produtivida<strong>de</strong> das empresas<br />

O governo anunciou a criação do programa<br />

Brasil Mais. Coor<strong>de</strong>nado pelo Ministério<br />

da Economia, o Brasil Mais será<br />

gerido pela Agência Brasileira <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Industrial (ABDI) e executado<br />

pelo Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem<br />

Industrial (Senai) e pelo Sebrae.<br />

O Brasil Mais tem o objetivo <strong>de</strong> aumentar<br />

a eficiência das empresas e<br />

ampliar a produtivida<strong>de</strong> e a competitivida<strong>de</strong><br />

do País, em uma jornada <strong>de</strong><br />

transformação digital. A meta é aten<strong>de</strong>r<br />

200 mil micro, pequenos e médios empreendimentos<br />

da indústria, comércio<br />

e serviços <strong>de</strong> todo o território nacional<br />

até 2022. O programa reúne metodologias<br />

e ferramentas <strong>de</strong> baixo custo<br />

voltadas para melhorar a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong> produção, para reduzir<br />

<strong>de</strong>sperdício e aprimorar processos, em<br />

um cenário <strong>de</strong> transformação digital.<br />

A ABDI terá a missão <strong>de</strong> administrar<br />

a plataforma do programa e realizar a<br />

gestão <strong>de</strong> dados, contribuindo para o<br />

monitoramento dos resultados do programa<br />

e a formulação <strong>de</strong> ações futuras<br />

voltadas para as empresas.<br />

Para participar do programa, as empresas<br />

<strong>de</strong>vem se cadastrar por meio do<br />

portal gov.br/brasilmais, respon<strong>de</strong>r a<br />

um questionário para avaliar o grau <strong>de</strong><br />

maturida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> gestão.<br />

Depois <strong>de</strong>ssa etapa, a companhia<br />

será encaminhada para o atendimento<br />

assistido <strong>de</strong> um dos parceiros do Brasil<br />

Mais: Sebrae ou Senai.<br />

Parceiros estratégicos da iniciativa,<br />

Sebrae e Senai serão responsáveis pelos<br />

atendimentos às empresas e pela aplicação<br />

das metodologias, divididas em dois eixos:<br />

Melhores Práticas Produtivas (Senai) e<br />

Melhores Práticas Gerenciais (Sebrae).


EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 3<br />

Entrevista do mês<br />

Sem medo <strong>de</strong> crescer<br />

Enquanto outras gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> livrarias enfrentam dificulda<strong>de</strong>s, a Leitura mantém seus planos <strong>de</strong> expansão<br />

Os últimos anos não foram<br />

fáceis para as gran<strong>de</strong>s livrarias;<br />

duas gran<strong>de</strong>s e tradicionais<br />

re<strong>de</strong>s, Cultura e Saraiva,<br />

por exemplo, pediram recuperação<br />

judicial no final <strong>de</strong> 2018. Juntas,<br />

elas <strong>de</strong>tinham cerca <strong>de</strong> 40% do varejo<br />

<strong>de</strong> livros do País. Por sua vez,<br />

a Livraria Leitura segue seu plano<br />

<strong>de</strong> expansão. Fundada em 1967, em<br />

Belo Horizonte, pela família Teles,<br />

a empresa tem atualmente 73 lojas<br />

e planeja investir R$ 10 milhões<br />

e chegar ao fim <strong>de</strong>ste ano com 79<br />

unida<strong>de</strong>s, tornando-se a maior re<strong>de</strong><br />

do País. A abertura <strong>de</strong> filiais começou<br />

na década <strong>de</strong> 1980. A partir<br />

<strong>de</strong> 1990, o plano passou a ser uma<br />

nova unida<strong>de</strong> por ano. Em 2000,<br />

a re<strong>de</strong> rompeu as divisas <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais, chegou ao Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

e hoje é lí<strong>de</strong>r do segmento nas Regiões<br />

Centro -Oeste, Nor<strong>de</strong>ste e no<br />

interior <strong>de</strong> São Paulo. À frente dos<br />

negócios da família, Marcus Teles<br />

conversou com o Jornal <strong>de</strong> <strong>Negócios</strong><br />

sobre o momento da Leitura.<br />

Dione Alves<br />

Qual tem sido a estratégia<br />

da Livraria Leitura para se<br />

expandir atualmente?<br />

O plano é abrir em cida<strong>de</strong>s acima<br />

<strong>de</strong> 300 mil habitantes que não possuam<br />

uma gran<strong>de</strong> livraria e aproveitar<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ixadas pelo<br />

fechamento <strong>de</strong> outras livrarias.<br />

A empresa tem investido<br />

em livrarias físicas, na contramão<br />

do mercado das gran<strong>de</strong>s<br />

re<strong>de</strong>s. A que se <strong>de</strong>ve isso?<br />

O Brasil é muito gran<strong>de</strong> e tem<br />

muitas regiões carentes <strong>de</strong> boas livrarias.<br />

A Leitura opera com uma estrutura<br />

enxuta, capital próprio e evitando<br />

endividamento, o que sempre<br />

abre novas oportunida<strong>de</strong>s. Também<br />

fechamos as lojas <strong>de</strong> baixo <strong>de</strong>sempenho.<br />

Mesmo nos países <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com o mercado consolidado, as<br />

livrarias físicas voltaram a crescer.<br />

A internet, apesar <strong>de</strong> continuar crescendo,<br />

trabalha com margens negativas.<br />

A Leitura voltou a operar no<br />

e -commerce no segundo semestre <strong>de</strong><br />

2019 buscando prestar informação<br />

e serviço, trabalhando diretamente<br />

com o estoque disponível nas lojas.<br />

Como competir com outros<br />

“concorrentes” do livro, como<br />

a internet e os serviços <strong>de</strong><br />

streaming?<br />

Qualificando nossas lojas com<br />

layouts atrativos e confortáveis,<br />

gran<strong>de</strong>s varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produtos,<br />

promoções atrativas, muitos eventos,<br />

transformando-se em um ponto<br />

<strong>de</strong> convivência social.<br />

Os livros digitais são uma<br />

ameaça para os pontos <strong>de</strong> venda<br />

<strong>de</strong> livros?<br />

Não. Em todo o mundo, o livro<br />

digital é uma opção <strong>de</strong> venda complementar,<br />

ele representa <strong>de</strong> 5% a<br />

18% das vendas <strong>de</strong> livros. Em mercados<br />

maduros, o livro digital já se<br />

estabilizou, havendo até um recuo<br />

na sua participação. O livro digital<br />

tem vantagens como a praticida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> armazenamento, levar em viagem<br />

e compras em regiões remotas<br />

sem livrarias, mas o cliente continua<br />

preferindo a experiência <strong>de</strong><br />

ler o livro impresso. No Brasil, os<br />

livros digitais alcançam cerca <strong>de</strong><br />

7% do mercado <strong>de</strong> literatura, mas<br />

ainda têm baixa relevância entre<br />

didáticos e infantis, ficando abaixo<br />

<strong>de</strong> 3% do mercado total.<br />

Como uma pequena livraria<br />

po<strong>de</strong>ria brigar com uma<br />

gigante como a Amazon?<br />

Marcus Teles da<br />

Livraria Leitura:<br />

empresa investe na<br />

experiência do cliente<br />

Investindo na experiência do<br />

cliente, trabalhando o público local<br />

com frequência <strong>de</strong> eventos, atendimento<br />

personalizado e layout <strong>de</strong> loja<br />

agradável.<br />

O que o senhor aconselha a<br />

quem está empreen<strong>de</strong>ndo no<br />

setor livreiro?<br />

Inicialmente escolher bem o ponto.<br />

O i<strong>de</strong>al é que as <strong>de</strong>spesas totais<br />

da locação não ultrapassem 10% do<br />

faturamento. Também é muito importante<br />

a escolha <strong>de</strong> um acervo <strong>de</strong><br />

livros que dê i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e seja a<strong>de</strong>quado<br />

ao público da região. Sempre<br />

manter baixos os custos e evitar endividamento.<br />

E tentar sempre fazer<br />

da sua loja um ponto <strong>de</strong> encontro,<br />

investindo na experiência do cliente.


4 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Mulheres buscam<br />

Apenas 15,7% entre fundadores <strong>de</strong>ssas empresas, elas precisam provar<br />

Alaí<strong>de</strong> Barbosa (esq.) e Laila<br />

Martins criaram a Saber em<br />

Re<strong>de</strong>: esforço extra<br />

Gisele Tamamar<br />

Quando a empreen<strong>de</strong>dora<br />

Laila Barbosa Martins vai<br />

a uma reunião com clientes,<br />

em sua maioria homens, sente que<br />

precisa se reafirmar o tempo todo<br />

para se “nivelar” a eles. Laila e sua<br />

sócia, Alaí<strong>de</strong> Barbosa, estão à frente<br />

da startup <strong>de</strong> educação Saber em<br />

Re<strong>de</strong>, e são minoria em um mercado<br />

marcado pela inovação e pelo<br />

uso <strong>de</strong> tecnologia.<br />

De acordo com a Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Startups (ABStartups), as<br />

mulheres representam apenas 15,7%<br />

entre os fundadores. Mas, por outro<br />

lado, Laila, que também é advogada,<br />

aponta um cenário muito positivo<br />

no ecossistema <strong>de</strong> startups. “Como<br />

existem poucas mulheres empreen<strong>de</strong>ndo<br />

em startups, eu e minha sócia<br />

ganhamos <strong>de</strong>staque, somos bem<br />

vistas. Mas sabemos que, nesse<br />

meio, as questões <strong>de</strong> equida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero estão sempre em análise. Há<br />

uma preocupação em reconhecer as<br />

falhas do mercado tradicional e corrigi-las.<br />

No entanto, nossos clientes<br />

não estão nas startups, mas no setor<br />

<strong>de</strong> educação”, diz, ressaltando<br />

essa particularida<strong>de</strong>.<br />

Na avaliação da gestora <strong>de</strong> projetos<br />

do Sebrae-SP Mariana Rossatti<br />

Molina, o empreen<strong>de</strong>dorismo feminino<br />

em tecnologia e inovação tem<br />

muito potencial para aumentar essa<br />

representativida<strong>de</strong> e superar os <strong>de</strong>safios<br />

que se traduzem em números<br />

ainda tímidos. Em comparação com<br />

a taxa <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo feminino<br />

geral, que é <strong>de</strong> 32,6%, segundo<br />

a pesquisa do Sebrae “Anuário<br />

das Mulheres”, a taxa nas startups<br />

é baixa. Quando se trata do programa<br />

Startup SP do Sebrae-SP, nos<br />

últimos dois anos, a representativida<strong>de</strong><br />

feminina foi <strong>de</strong> 28% entre os<br />

fundadores participantes na cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo.<br />

Mariana é gestora do Startup SP<br />

em Ribeirão Preto e cita programas<br />

<strong>de</strong> capacitação e <strong>de</strong> aceleração exclusivos<br />

para mulheres, como o Women<br />

Entrepreneurship (WE), além<br />

da divulgação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s cases <strong>de</strong><br />

mulheres empreen<strong>de</strong>doras e lí<strong>de</strong>res<br />

na área <strong>de</strong> tecnologia, startups e investimento,<br />

como ações para atrair<br />

mulheres para a área e quebrar preconceitos.<br />

“Acredito no apoio mútuo,<br />

na união e no empo<strong>de</strong>ramento<br />

para aumentar a representativida<strong>de</strong><br />

feminina no ecossistema”, afirma.<br />

A gestora vê uma mudança <strong>de</strong><br />

cultura em direção à maior igualda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gênero em todos os sentidos.<br />

“Toda mudança <strong>de</strong> cultura é um<br />

processo lento, mas que po<strong>de</strong>mos<br />

acelerar. A maior parte dos <strong>de</strong>safios<br />

que as empreen<strong>de</strong>doras enfrentam<br />

são culturais, como o preconceito <strong>de</strong><br />

que a área <strong>de</strong> tecnologia é para homens,<br />

a falta <strong>de</strong> confiança e até mesmo<br />

o fato <strong>de</strong> os investidores serem<br />

em gran<strong>de</strong> parte homens”, afirma.<br />

A dupla jornada por conta <strong>de</strong><br />

divisão <strong>de</strong> tarefas familiares não<br />

igualitária também é apontada<br />

como um <strong>de</strong>safio pela gestora do<br />

Sebrae-SP. No setor <strong>de</strong> tecnologia,<br />

essa situação é agravada. “Vejo o<br />

<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>doras<br />

que dizem que o próprio cliente ou<br />

investidor, ao serem atendidos por<br />

uma mulher, perguntam quem é o<br />

responsável. Vejo os eventos <strong>de</strong> tecnologia<br />

com pouca participação das<br />

mulheres. Bancas <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong><br />

startups apenas com homens. Perguntas<br />

<strong>de</strong> investidores sobre como<br />

a mulher irá lidar com a empresa e<br />

a família ao mesmo tempo. Existe


EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 5<br />

lugar em startups<br />

conhecimento tecnológico e enfrentar cobranças por vida familiar<br />

uma falta <strong>de</strong> confiança no conhecimento<br />

técnico da mulher”, relata.<br />

A sócia <strong>de</strong> Laila, Alaí<strong>de</strong>, sente na<br />

pele essa dificulda<strong>de</strong> na área <strong>de</strong> tecnologia.<br />

Para ela, além <strong>de</strong> coragem,<br />

é necessário esforço extra para conquistar<br />

um currículo que inspire<br />

confiança nesse meio. “Nós somos<br />

mais cobradas e precisamos <strong>de</strong>senvolver<br />

habilida<strong>de</strong>s que nem sempre<br />

foram possibilitadas. Afinal,<br />

culturalmente falando, os garotos<br />

são mais incentivados às áreas <strong>de</strong><br />

robótica, tecnologia, computação e<br />

engenharia. Quando uma mulher se<br />

<strong>de</strong>staca, é fundamental reconhecer<br />

a sua trajetória e daquelas que estão<br />

ao seu redor”, afirma.<br />

Laila e Alaí<strong>de</strong> <strong>de</strong>senharam a<br />

startup em conjunto, cada uma<br />

<strong>de</strong>ntro da sua especialida<strong>de</strong>. A Saber<br />

em Re<strong>de</strong> é uma plataforma <strong>de</strong><br />

social commerce <strong>de</strong> serviços educacionais<br />

que cria uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas<br />

para venda <strong>de</strong> vagas ociosas<br />

em instituições <strong>de</strong> ensino. No fim<br />

do ano passado, elas receberam<br />

uma rodada <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong><br />

R$ 2 milhões e estão na fase <strong>de</strong> expansão<br />

e consolidação do mercado.<br />

EQUIPE FEMININA<br />

Com um time formado apenas por<br />

mulheres, o Boletão é uma solução <strong>de</strong><br />

crédito para pagamento <strong>de</strong> boletos<br />

bancários e oferece também a unificação<br />

<strong>de</strong> pagamento, em que é possível<br />

unir todos os boletos do usuário<br />

em um só e em uma única data. A<br />

startup tem como sócias Ariane Tamara<br />

Pelicioli da Rosa, Aline Santiago<br />

Ferreira e Fernanda Zerbin.<br />

“Temos o objetivo <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>rar<br />

cada vez mais as mulheres no empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

e por isso nos unimos.<br />

É muito difícil encontrar mulheres<br />

na tecnologia, por exemplo,<br />

e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação do Boletão nosso<br />

objetivo foi trazer mulheres para o<br />

time”, <strong>de</strong>staca Ariane.<br />

O trio se conheceu no meio das<br />

startups. “Nós nos unimos pois<br />

i<strong>de</strong>ntificamos que cada uma po<strong>de</strong>ria<br />

contribuir e complementar<br />

áreas diferentes e importantes para<br />

o negócio”, diz Ariane, responsável<br />

pela parte <strong>de</strong> negócios. Aline é <strong>de</strong>signer<br />

e Fernanda cuida da área<br />

<strong>de</strong> tecnologia.<br />

A i<strong>de</strong>ia do Boletão surgiu durante<br />

uma fase <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> Ariane.<br />

Na época, ela e o marido iniciavam<br />

as operações <strong>de</strong> outra startup, estavam<br />

ven<strong>de</strong>ndo uma loja e <strong>de</strong> mudança<br />

<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>. O pagamento dos<br />

boletos mensais era uma dificulda<strong>de</strong><br />

porque o fluxo <strong>de</strong> caixa era apertado,<br />

o casal não tinha renda fixa<br />

e existia um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scompasso<br />

<strong>de</strong> datas entre as entradas e saídas,<br />

além da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir para outra<br />

cida<strong>de</strong> pagar os boletos nos bancos<br />

e lotéricas.<br />

“Estudando o mercado, percebi<br />

que não é somente uma dor minha,<br />

isso atinge inúmeros brasileiros.<br />

Compartilhei a i<strong>de</strong>ia com minhas<br />

atuais sócias e começamos o negócio”,<br />

relata Ariane. Elas lançaram<br />

a versão beta e preparam o lançamento<br />

da versão completa para o<br />

primeiro semestre.<br />

Também com uma mulher no<br />

comando, a startup Trio GroupMe é<br />

uma plataforma que faz a integração<br />

<strong>de</strong> pessoas em um mesmo roteiro<br />

<strong>de</strong> viagens, formando uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

viajantes <strong>de</strong> diversas nacionalida<strong>de</strong>s<br />

para se conhecerem experimentando<br />

o mundo, conectando pessoas àqueles<br />

que organizam momentos únicos.<br />

Diante da mudança do comportamento<br />

<strong>de</strong> compra do consumidor,<br />

a fundadora, Luciana Trigo, teve a<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criar a plataforma como alternativa<br />

ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio <strong>de</strong><br />

agência <strong>de</strong> viagens tradicional. Com<br />

o produto validado, a empreen<strong>de</strong>dora<br />

está na fase <strong>de</strong> encontrar parceiros<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

tecnologia e partir para a operação.<br />

“Ser mulher é realmente ser ‘mulher-polvo’.<br />

Acredito que a habilida<strong>de</strong><br />

da mulher em conseguir fazer<br />

duas, três coisas ao mesmo tempo<br />

é um gran<strong>de</strong> diferencial. O cérebro<br />

pensa diferente, consegue ver o<br />

agora, o futuro e o que está acontecendo<br />

no entorno, ajusta tudo e faz<br />

acontecer”, opina.


6 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Um brin<strong>de</strong><br />

Seja por estilo <strong>de</strong> vida ou por motivos religiosos, bebidas<br />

Andre Berti, do Jazz<br />

Restô e Burguer: estilo<br />

é <strong>de</strong> bar, mas carta traz<br />

60 opções sem álcool<br />

álcool. Os millenials são chamados<br />

<strong>de</strong> “geração burnout” (exaustão),<br />

pois atuam mais como freelancers<br />

em meio à instabilida<strong>de</strong> do mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho e são extremamente<br />

conectados. Esse contexto fez com<br />

que o grupo busque mais cuidados<br />

com saú<strong>de</strong> e bem -estar, valorizando<br />

ativida<strong>de</strong>s físicas, meditação, yoga<br />

e, consequentemente, rejeitando o<br />

álcool, que não se encaixa nesse estilo<br />

<strong>de</strong> vida.<br />

A geração Z, que veio na sequência,<br />

manteve a priorida<strong>de</strong> na<br />

vida saudável e ainda incorporou<br />

o apreço pelas bebidas funcionais.<br />

Movimento que está sendo acompanhado<br />

<strong>de</strong> perto pela indústria <strong>de</strong><br />

bebidas, que além <strong>de</strong> ter começado<br />

a fazer campanhas pelo consumo<br />

mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> álcool, incluiu em seu<br />

portfólio opções <strong>de</strong> cerveja sem álcool<br />

ou bebidas com ervas e substâncias<br />

naturais ligadas ao bem estar<br />

e ao combate ao estresse.<br />

A marca norte -americana Kin<br />

Euphorics, por exemplo, se ven<strong>de</strong><br />

como “uma nova categoria <strong>de</strong> bebida<br />

noturna, criada para uma conexão<br />

consciente”. Seu slogan é “Toda<br />

a felicida<strong>de</strong>, sem álcool” e usa ingredientes<br />

como ervas, florais, frutas,<br />

sucos e temperos. Já a Recess<br />

enlatou água gaseificada com canabidiol,<br />

substância extraída da Cannabis,<br />

mas sem efeito psicoativo.<br />

Ana Carolina Nunes<br />

Um bar que não ven<strong>de</strong> bebida<br />

alcoólica? Po<strong>de</strong> parecer<br />

estranho, mas está se tornando<br />

uma tendência mundial –<br />

e brasileira. Para um grupo cada<br />

vez maior <strong>de</strong> pessoas, as reuniões<br />

sociais regadas a álcool parecem<br />

estar per<strong>de</strong>ndo a graça, especialmente<br />

para a geração Z, aqueles<br />

nascidos a partir <strong>de</strong> meados dos<br />

anos 1990. As consultorias <strong>de</strong><br />

tendência e inteligência <strong>de</strong> mercado<br />

apontam que esse é o grupo<br />

menos fã <strong>de</strong> bebe<strong>de</strong>ira, que inclui<br />

também os mais novos da geração<br />

anterior, chamada <strong>de</strong> Y ou <strong>de</strong> millenials<br />

(nascidos entre 1980 -1995).<br />

Eles <strong>de</strong>testam ressaca, dão mais<br />

valor à aca<strong>de</strong>mia do que aos bares<br />

e preferem qualida<strong>de</strong> a quantida<strong>de</strong>.<br />

Para esse público, ser saudável<br />

é ser legal, ao contrário da geração<br />

anterior, que, quando jovem, consi<strong>de</strong>rava<br />

o álcool como parte <strong>de</strong> um<br />

estilo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>scolado.<br />

De acordo com o último levantamento<br />

do Centro <strong>de</strong> Informações<br />

sobre Saú<strong>de</strong> e Álcool (Cisa), feito<br />

em 2019 e um dos mais completos<br />

panoramas sobre o tema, os brasileiros,<br />

em geral, estão bebendo menos.<br />

O consumo per capita <strong>de</strong> álcool<br />

reduziu 11% entre 2010 e 2016.<br />

O País está seguindo uma tendência<br />

mundial e em linha com a proposta<br />

da Organização Mundial <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (OMS) <strong>de</strong> reduzir em 10%<br />

o consumo nocivo <strong>de</strong> álcool entre<br />

a população até 2025. O órgão<br />

estima que 44,5% da população<br />

mundial nunca consumiu álcool,<br />

lembrando que uma boa parcela<br />

da população não ingere álcool por<br />

motivos religiosos.<br />

A preocupação com a saú<strong>de</strong> está<br />

entre os motivos que puxam esse<br />

movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização do<br />

CONSUMO CONSCIENTE<br />

Para Julia Caran, da WGSN<br />

Mindset, consultoria multinacional<br />

<strong>de</strong> comportamento e consumo,<br />

e que tem trabalhado com a indústria<br />

<strong>de</strong> bebidas, a tendência não<br />

é necessariamente a abstinência,<br />

mas um consumo <strong>de</strong> álcool mais<br />

consciente para conciliar o estilo<br />

<strong>de</strong> vida saudável aos momentos <strong>de</strong><br />

socialização, e as bebidas funcionais<br />

se encaixam muito bem nessa<br />

estratégia. “Com o boom da valorização<br />

do bem -estar, as bebidas sem<br />

álcool ou com baixo teor alcóolico<br />

são uma forte tendência, apesar <strong>de</strong><br />

ainda bastante voltada a um nicho.<br />

Mas i<strong>de</strong>ntifica -se, especialmente


EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 7<br />

(sem álcool)!<br />

e drinks não alcoólicos ganham espaço no mercado<br />

nos mais jovens, um movimento <strong>de</strong><br />

conciliar a socialização e a rotina,<br />

planejar suas ativida<strong>de</strong>s e não sair<br />

do controle”, diz.<br />

Se a indústria está atenta a esse<br />

novo comportamento do consumidor,<br />

os empreen<strong>de</strong>dores também<br />

estão. Há sete anos, o chef Andre<br />

Berti abriu o Jazz Restô e Burguer,<br />

com uma carta <strong>de</strong> bebidas<br />

100% sem álcool. A motivação foi<br />

religiosa, mas o pioneirismo coincidiu<br />

com o momento e o negócio,<br />

que começou em um pequeno<br />

imóvel na Vila Mariana, em São<br />

Paulo, e hoje ocupa outros cinco<br />

ao redor, acabou <strong>de</strong> ganhar uma<br />

segunda unida<strong>de</strong>.<br />

Nesse período, o faturamento expandiu<br />

tanto quanto o espaço. Hoje,<br />

o Jazz fatura <strong>de</strong>z vezes mais do que<br />

no ano <strong>de</strong> abertura, com um histórico<br />

<strong>de</strong> crescimento em torno <strong>de</strong> 15%<br />

ao ano. De acordo com Berti, muitos<br />

clientes ainda estranham a falta <strong>de</strong><br />

álcool, mas ele prefere a vantagem<br />

<strong>de</strong> não ter problemas causados pelo<br />

consumo excessivo <strong>de</strong> bebida alcoólica,<br />

como mais sujeira ou episódios<br />

<strong>de</strong> violência. “Pensamos também na<br />

saú<strong>de</strong>. O álcool é a droga lícita mais<br />

consumida no mundo e não queremos<br />

participar disso”, explica.<br />

Berti diz que a maior dificulda<strong>de</strong><br />

é encontrar fornecedores. “Não<br />

se investe muito nesse tipo <strong>de</strong> produto,<br />

as pessoas não acreditam na<br />

<strong>de</strong>manda”, afirma. O Jazz trabalha<br />

com dois gran<strong>de</strong>s produtores nacionais<br />

<strong>de</strong> bebida, duas cervejarias<br />

paulistas menores e importadoras<br />

que trazem cervejas da Bélgica, da<br />

Alemanha e da Espanha. A carta<br />

<strong>de</strong> bebidas tem mais <strong>de</strong> 60 opções:<br />

além das cervejas, há drinks, espumantes,<br />

vinhos brancos, tintos e<br />

rosés, tudo sem uma gota <strong>de</strong> álcool.<br />

Para quem está pensando em<br />

empreen<strong>de</strong>r nesse segmento, a dica<br />

<strong>de</strong> Berti é estudar bem o mercado<br />

para direcionar melhor o marketing<br />

para o público -alvo. “A principal dificulda<strong>de</strong><br />

é encontrar esse público,<br />

mas ele existe. É preciso buscar e<br />

trabalhar seu marketing com eles.”<br />

BEM NA FOTO<br />

As gerações mais jovens lidam<br />

muito com sua imagem nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais. E um dos motivos do <strong>de</strong>sinteresse<br />

pelo álcool também passa<br />

por aí. “Ninguém quer postar uma<br />

selfie com aquela cara alcoolizada<br />

ou então fazer alguma postagem alcoolizado<br />

e se arrepen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>pois”,<br />

diz a consultora do Sebrae -SP Karyna<br />

Muniz. Pelo contrário, os drinks<br />

não alcoólicos ajudam a ficar bem<br />

na foto. É o que diz Jairo Gama, que<br />

comanda o Bar Obelisco e o Vista<br />

Ibirapuera, que oferece três opções<br />

sem álcool nos cardápios. Uma <strong>de</strong>las<br />

respon<strong>de</strong> por cerca <strong>de</strong> 10% dos<br />

drinks pedidos – é o Bijou, que leva<br />

purê <strong>de</strong> maracujá, água <strong>de</strong> coco e<br />

espuma <strong>de</strong> gengibre. Ele conta que<br />

se <strong>de</strong>dicou para criar drinks não<br />

apenas saborosos, mas com uma<br />

“roupagem bonita”. “Hoje tudo tem<br />

que ser ‘instagramável’. Tem que<br />

ren<strong>de</strong>r uma boa foto”, relata.<br />

Atuando há 17 anos como mixólogo,<br />

Gama acredita que o drink sem<br />

álcool é uma “gran<strong>de</strong> sacada” para o<br />

empreen<strong>de</strong>dor, já que tem também<br />

maior margem <strong>de</strong> lucro – ao contrário,<br />

por exemplo, dos drinks à base<br />

<strong>de</strong> gin, a bebida do momento. Para<br />

Gama, porém, é preciso investir em<br />

drink bom <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. No passado,<br />

lembra, os drinks não alcoólicos<br />

eram menosprezados pelos frequentadores<br />

e pelos próprios barten<strong>de</strong>rs,<br />

que, em geral, ofereciam<br />

opções com frutas e cheias <strong>de</strong> leite<br />

con<strong>de</strong>nsado. “O paladar do brasileiro<br />

mudou. Portanto, o mixólogo<br />

tem que ser criativo no sabor e na<br />

apresentação”, recomenda.<br />

Responsável pelo bar do SubAstor,<br />

em São Paulo, Fábio La Pietra<br />

reforça a recomendação, já que o<br />

consumidor está mais exigente.<br />

“As pessoas têm buscado mais sabor<br />

e percebido que não precisam<br />

<strong>de</strong> álcool para ter essa experiência<br />

<strong>de</strong> coquetel bar. Muitas vezes vale<br />

explorar um ingrediente local, por<br />

exemplo.” No SubAstor, são duas<br />

opções não alcoólicas entre as 12<br />

ofertas <strong>de</strong> drinks. Como dica <strong>de</strong><br />

precificação, Fábio recomenda cobrar<br />

pelo menos a meta<strong>de</strong> do que se<br />

cobraria pela versão alcoólica.<br />

Karyna Muniz também orienta<br />

que o bar ou restaurante ofereça<br />

um cardápio <strong>de</strong> comida que harmonize<br />

com os drinks sem álcool.<br />

“O bar tem que conciliar com a cozinha,<br />

isso faz com que o tíquete<br />

médio aumente”, diz. Além disso,<br />

ela recomenda estudar bem os ingredientes<br />

e suas funcionalida<strong>de</strong>s<br />

e investir em insumos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

“Se for explorar frutas ou<br />

hortaliças, valorize a estação, a<br />

brasilida<strong>de</strong>, a inovação do mix <strong>de</strong><br />

produtos, respeitando a sazonalida<strong>de</strong>,<br />

para ter melhor controle do<br />

custo fora <strong>de</strong> época. A i<strong>de</strong>ia é superar<br />

cada vez mais as expectativas<br />

<strong>de</strong>ssa experiência”.<br />

A consultora do Sebrae-SP Karyna Muniz dá algumas orientações<br />

para quem se animou com a tendência dos coquetéis sem álcool:<br />

<strong>Negócios</strong> <strong>de</strong> nicho têm risco maior. É mais interessante<br />

diversificar sua oferta para conseguir aten<strong>de</strong>r a diferentes<br />

<strong>de</strong>mandas e a uma maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumidores.<br />

Valorize ingredientes brasileiros e<br />

explore a sazonalida<strong>de</strong>, pois isso<br />

terá impactos no custo.<br />

Desenvolva um cardápio para a cozinha que funcione<br />

em harmonia com o bar para elevar o tíquete médio.<br />

Ofereça uma experiência. Explore o<br />

visual do produto oferecido e, se possível,<br />

até mesmo o processo <strong>de</strong> criação.<br />

Faça um bom planejamento <strong>de</strong> marketing digital para<br />

explorar o seu diferencial e alcançar seu público.<br />

A precificação precisa encontrar o equilíbrio:<br />

a versão sem álcool <strong>de</strong>ve ser mais barata, mas<br />

mantendo uma boa margem por unida<strong>de</strong>.


8 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

DE FÃS A<br />

Dos games aos quadrinhos, licenciamento <strong>de</strong> personagens<br />

Felipe Rossetti, da Piticas:<br />

marca do universo pop<br />

projeta chegar a 600<br />

unida<strong>de</strong>s franqueadas até<br />

o fim <strong>de</strong>ste ano<br />

Ana Carolina Nunes<br />

Em sua edição mais recente, em<br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2019, o CCXP,<br />

maior festival <strong>de</strong> cultura geek<br />

do mundo segundo seus organizadores,<br />

reuniu um público <strong>de</strong> 280 mil<br />

pessoas ao longo <strong>de</strong> quatro dias <strong>de</strong><br />

evento em São Paulo, com ingressos<br />

que não saem por menos <strong>de</strong> R$ 90<br />

por dia. Em 2014, o mesmo evento<br />

havia reunido 97 mil pessoas.<br />

Geek são as pessoas ligadas a<br />

tecnologia, games e personagens do<br />

mundo pop.<br />

O aumento do público da feira<br />

indica o quanto o universo do entretenimento<br />

tem crescido como mercado.<br />

Jogos, séries, filmes, animações<br />

e quadrinhos vão além dos seus<br />

formatos e se expan<strong>de</strong>m por roupas,<br />

acessórios, objetos domésticos, papelaria,<br />

comidas, bebidas, brinquedos,<br />

itens <strong>de</strong> higiene, cosméticos e o<br />

que mais a criativida<strong>de</strong> permitir.<br />

Além <strong>de</strong> caprichar na criativida<strong>de</strong>,<br />

o empreen<strong>de</strong>dor interessado<br />

em investir no universo pop como<br />

negócio precisa fazer um processo<br />

<strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> marca e dos<br />

personagens que preten<strong>de</strong> explorar.<br />

Em 2019, o segmento <strong>de</strong> licenciamento<br />

faturou R$ 20 bilhões<br />

no País, valor 6% maior que no<br />

ano anterior, mantendo a média<br />

<strong>de</strong> crescimento registrada nos seis<br />

anos anteriores, <strong>de</strong> 4% a 6%, conforme<br />

relatório da Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Licenciamento <strong>de</strong> Marcas<br />

e Personagens (Abral). O Brasil é o<br />

sexto maior faturamento quando<br />

se fala em licenciamento, atrás <strong>de</strong><br />

Estados Unidos, Japão, Inglaterra,<br />

México e Canadá.<br />

“Existe a <strong>de</strong>manda e também oportunida<strong>de</strong>s<br />

com infinitas possibilida<strong>de</strong>s,<br />

até mesmo fora das gran<strong>de</strong>s marcas<br />

e personagens. Há uma <strong>de</strong>manda<br />

reprimida que vai além dos gran<strong>de</strong>s<br />

sucessos, especialmente no nicho <strong>de</strong><br />

games”, avalia Felipe Rossetti, fundador,<br />

ao lado do irmão Rafael, da Piticas,<br />

marca especializada em produtos<br />

que exploram o universo pop.<br />

A Piticas nasceu em 2010, <strong>de</strong>pois<br />

que os irmãos voltaram <strong>de</strong> uma<br />

temporada <strong>de</strong> estudos nos Estados<br />

Unidos e i<strong>de</strong>ntificaram que a temática<br />

pop não era explorada no Brasil.<br />

A empresa encerrou 2019 com faturamento<br />

<strong>de</strong> R$ 230 milhões – o dobro<br />

do registrado em 2017 – e 452<br />

lojas nos formatos quiosque, loja<br />

<strong>de</strong> rua e loja em shopping, sendo<br />

225 franqueados. A marca continua<br />

concentrando seus negócios no mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> franquias e projeta chegar a<br />

600 unida<strong>de</strong>s até o fim <strong>de</strong>ste ano.<br />

COM LICENÇA<br />

Para quem <strong>de</strong>seja empreen<strong>de</strong>r<br />

no setor, é importante ter em mente<br />

que o processo <strong>de</strong> licenciamento<br />

requer investimento financeiro e<br />

<strong>de</strong> tempo. Muitos empreen<strong>de</strong>dores<br />

acabam usando personagens por<br />

conta própria em seus produtos<br />

sem o <strong>de</strong>vido licenciamento. Isso<br />

po<strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r apreensão da mercadoria,<br />

acarretando em perdas e danos,<br />

e uma notificação judicial.<br />

Marici Ferreira, presi<strong>de</strong>nte da<br />

Abral, explica que as marcas exigem<br />

um plano <strong>de</strong> negócio do empresário<br />

que preten<strong>de</strong> usar seus<br />

personagens em seus produtos ou<br />

serviços. Baseado nesse plano <strong>de</strong><br />

negócios, é estipulado também um<br />

porcentual <strong>de</strong> adiantamento <strong>de</strong> valores<br />

a serem pagos à marca. Além<br />

disso, há o pagamento <strong>de</strong> royalties,<br />

que po<strong>de</strong> começar em 2% (em geral<br />

para alimentos) e chegar a até 15%.<br />

Em geral, a média é <strong>de</strong> 8% a 10%,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo do produto e da<br />

quantida<strong>de</strong> estimada <strong>de</strong> venda.<br />

As marcas também vão avaliar<br />

se o produto ou serviço que se quer<br />

explorar estão alinhadas ao personagem<br />

ou ao nome a ser licenciado.<br />

Elas também fazem um levantamento<br />

sobre a empresa solicitante,<br />

como idoneida<strong>de</strong>, atuação – se nacional,<br />

regional ou nos gran<strong>de</strong>s centros<br />

–, reputação no mercado e saú<strong>de</strong><br />

financeira. “A empresa precisa<br />

estar com tudo em or<strong>de</strong>m, mostrar<br />

que tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção e<br />

<strong>de</strong> que está preparada para o aporte.<br />

A gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> entre as<br />

MPEs é <strong>de</strong> não ter um planejamento<br />

<strong>de</strong> longo prazo, nem <strong>de</strong> vendas, nem<br />

financeiro”, afirma Marici.


EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 9<br />

CLIENTES<br />

ren<strong>de</strong> bons negócios pela i<strong>de</strong>ntificação do consumidor<br />

A executiva <strong>de</strong>staca que sai na<br />

frente quem tiver uma empresa<br />

organizada, mas, mais do que isso,<br />

vai se <strong>de</strong>stacar aquela que mais pesquisar<br />

e buscar se diferenciar. “Pesquise<br />

o que já existe, tente encontrar<br />

um nicho. Se for algo infantil,<br />

po<strong>de</strong> testar com as crianças do seu<br />

convívio. Investigue bem o material,<br />

o custo e, também importante,<br />

a sustentabilida<strong>de</strong>”, sugere.<br />

A criativida<strong>de</strong> vai pesar muito,<br />

já que todas as marcas possuem<br />

um “style gui<strong>de</strong>” (guia <strong>de</strong> estilo,<br />

em tradução literal), que funciona<br />

como um “manual” <strong>de</strong> como usar a<br />

comunicação visual daquele personagem,<br />

o que po<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>ve ser feito<br />

na aplicação da arte. “Entenda o<br />

produto, tenha cuidado com a a<strong>de</strong>quação<br />

<strong>de</strong>le ao personagem, an<strong>de</strong><br />

pelo varejo, vá para a rua, pesquise.<br />

O empreen<strong>de</strong>dor que se preparar<br />

e tiver criativida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>,<br />

tem 90% <strong>de</strong> chance <strong>de</strong> ter sucesso”,<br />

orienta Marici.<br />

Segundo ela, o processo <strong>de</strong> licenciamento<br />

dura em média seis meses<br />

da proposta até colocar o produto no<br />

mercado, passando por uma versão<br />

piloto daquele item. Os contratos<br />

costumam ter uma duração <strong>de</strong> dois<br />

anos, que em geral são renovados se<br />

a parceria vai bem. Mas é possível<br />

fazer o licenciamento para uso pontual<br />

<strong>de</strong> um personagem, como para<br />

uma campanha <strong>de</strong> marketing.<br />

Por causa do processo longo e<br />

burocrático, o consultor do Sebrae-<br />

‐SP Emerson Neves recomenda que<br />

o empreen<strong>de</strong>dor tenha assessoria<br />

jurídica na negociação. Uma forma<br />

<strong>de</strong> facilitar esse caminho, <strong>de</strong> acordo<br />

com o consultor, seria atuar com<br />

licenciamento por meio <strong>de</strong> franquia.<br />

Essa foi a opção do empresário<br />

Alexandre Souza, que possui<br />

duas franquias na área da educação.<br />

Uma <strong>de</strong>las é a Pingu’s English<br />

School, escola <strong>de</strong> inglês para crianças<br />

<strong>de</strong> dois a 10 anos. Pingu é um<br />

personagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho infantil<br />

suíço -britânico criado nos anos<br />

1990. Os episódios contam as aventuras<br />

do pinguim do título com<br />

amigos e família no Polo Sul.<br />

Souza abriu a primeira unida<strong>de</strong><br />

em 2017 no bairro <strong>de</strong> Santo Amaro,<br />

em São Paulo, e tem visto o faturamento<br />

crescer 20% ao ano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.<br />

“Contar com um personagem reconhecido<br />

pelos nossos pais e alunos<br />

certamente contribui muito para esse<br />

crescimento”, avalia. Ele reforça o discurso<br />

<strong>de</strong> que é preciso ter afinida<strong>de</strong><br />

entre o personagem ou tema escolhido<br />

com o produto ou serviço em que<br />

ele será aplicado. “Analise se o licenciamento<br />

tem a<strong>de</strong>rência ao negócio.<br />

Precisa fazer sentido. Quais valores o<br />

personagem e a marca que você está<br />

licenciando transmitem?”, diz.<br />

O empreen<strong>de</strong>dor avalia que é<br />

uma vantagem trabalhar com um<br />

personagem, já que o negócio ganha<br />

curiosida<strong>de</strong> e simpatia “quase imediata”<br />

dos fãs do <strong>de</strong>senho, como ele<br />

diz, além do reforço <strong>de</strong> exposição<br />

<strong>de</strong> marca sempre que o <strong>de</strong>senho é<br />

transmitido. Para <strong>2020</strong>, Alexandre<br />

projeta um faturamento 30% maior,<br />

impulsionado pelas operações chamadas<br />

“in school”, em parceria com<br />

escolas <strong>de</strong> educação infantil.<br />

Uma alternativa para o empreen<strong>de</strong>dor<br />

que chegar à conclusão <strong>de</strong> que<br />

os custos do licenciamento são maiores<br />

que suas possibilida<strong>de</strong>s, é buscar<br />

temas entre criações, seja nas artes<br />

ou na literatura, que já tenham entrado<br />

em domínio público, afirma Neves,<br />

do Sebrae -SP. Domínio público<br />

é a condição jurídica em que não há<br />

mais <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> direito autoral da<br />

obra, ou seja, ela é livre para ser utilizada<br />

por qualquer pessoa. No Brasil,<br />

uma criação entra em domínio púbico<br />

após 70 anos da morte do autor.<br />

Outra questão importante para<br />

quem <strong>de</strong>seja registrar uma marca<br />

ou personagem é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fazer o registro <strong>de</strong> marcas e patentes<br />

no Instituto Nacional <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong><br />

Industrial (Inpi).<br />

Alexandre Souza é dono<br />

<strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> inglês<br />

com o personagem Pingu:<br />

afinida<strong>de</strong> é importante<br />

O SETOR EM NÚMEROS<br />

De acordo com pesquisa da Licensing International (associação internacional da indústria <strong>de</strong><br />

licenciamento, conhecida como Lima), quase meta<strong>de</strong> das licenças vendidas no mundo são<br />

<strong>de</strong> personagens <strong>de</strong> entretenimento (44%), gerando US$ 122 bilhões em negócios em 2019.<br />

MARCAS<br />

CORPORATIVAS<br />

MODA<br />

ESPORTES<br />

CELEBRIDADES<br />

MÚSICA<br />

ARTES<br />

2%<br />

1%<br />

1%<br />

SE CONSIDERARMOS O TIPO DE<br />

PRODUTO, OS TRÊS PRINCIPAIS SÃO<br />

15%<br />

VESTUÁRIO<br />

12%<br />

BRINQUEDOS<br />

11%<br />

ACESSÓRIOS<br />

DE MODA<br />

12%<br />

10%<br />

POR REGIÃO:<br />

21%<br />

O LEVANTAMENTO DA LIMA<br />

TAMBÉM MOSTRA QUE NOS<br />

ÚLTIMOS CINCO ANOS<br />

O SEGMENTO CRESCEU16%<br />

ESTADOS UNIDOS e CANADÁ dominam<br />

do mercado ou US$ 162 BILHÕES<br />

58% por ano. O restante se divi<strong>de</strong> em:<br />

23% Europa<br />

14% Ásia<br />

4% América Latina<br />

2% Mediterrâneo e África<br />

1% Resto do mundo<br />

* Annual Global Licensing Industry Survey 2019 Report - Pesquisa feita em 47 países –<br />

557 companhias da indústria do licenciamento.


10 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Ganhando com rock e gestão<br />

Reformulação fez a Sabot integrar marca <strong>de</strong> roupas com espaço <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>dicado ao gênero musical<br />

Juliana Ramirez e Franco<br />

Ceravolo, da Sabot:<br />

consultoria ampliou as<br />

possibilida<strong>de</strong>s da empresa<br />

Rogério Lagos<br />

A<br />

marca Sabot começou em<br />

2008 com a produção <strong>de</strong><br />

roupas inspiradas no universo<br />

un<strong>de</strong>rground, como o punk<br />

rock. Porém, após <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>,<br />

o casal Juliana Ramirez<br />

e Franco Ceravolo, sócios na empresa,<br />

i<strong>de</strong>ntificou uma lacuna no<br />

negócio: falta <strong>de</strong> capacitação em<br />

gestão, principalmente em áreas<br />

como finanças, recursos humanos<br />

e marketing. A solução veio com a<br />

ajuda do Sebrae-SP. Em menos <strong>de</strong><br />

um ano, a empresa agregou valor<br />

à confecção incorporando serviços<br />

para seu público e viu o faturamento<br />

crescer pelo menos 20%.<br />

“Nós nos <strong>de</strong>mos conta <strong>de</strong> que,<br />

além <strong>de</strong> produtos, oferecíamos serviços<br />

e começamos a pensar diferente<br />

o ponto <strong>de</strong> venda, os produtos<br />

e serviços e reformulamos o posicionamento<br />

<strong>de</strong> comunicação da nossa<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> institucional”, explica<br />

Juliana. No espaço da Sabot, no<br />

bairro das Perdizes, zona oeste <strong>de</strong><br />

São Paulo, o casal – com mais um<br />

sócio – comanda o bar Fenda, que<br />

recebe shows aos finais <strong>de</strong> semana, e<br />

um estúdio para bandas. Os serviços<br />

ficavam sob a marca Fenda e a Sabot<br />

apenas promovia seus eventos.<br />

Após a capacitação em gestão com<br />

o Sebrae-SP, os sócios perceberam<br />

que casar institucionalmente os serviços<br />

<strong>de</strong> estúdio, bar, show e confecção<br />

seria a melhor alternativa.<br />

CAPACITAÇÃO<br />

O casal se <strong>de</strong>bruçou nos estudos<br />

<strong>de</strong> marketing, planejamento estratégico,<br />

gestão financeira e recursos<br />

humanos, além <strong>de</strong> receber consultorias<br />

na empresa. Ao todo foram<br />

mais <strong>de</strong> 60 horas <strong>de</strong> capacitação.<br />

“Analisamos o posicionamento da<br />

marca Sabot em relação à concorrência,<br />

o cenário versus a capacida<strong>de</strong><br />

produtiva, <strong>de</strong> criação e vendas.<br />

Era uma empresa <strong>de</strong>sestruturada”,<br />

comenta a consultora do Sebrae-SP<br />

Caroline Minucci, responsável por<br />

gran<strong>de</strong> parte do conteúdo transmitido<br />

à empresa. “Era uma marca<br />

para venda <strong>de</strong> roupas, mas se tornou<br />

um espaço <strong>de</strong> cultura do rock,<br />

tanto com shows, quanto oferecendo<br />

serviços <strong>de</strong> incentivo ao rock<br />

com estúdio <strong>de</strong> gravação. Tornou-se<br />

um projeto muito maior do que apenas<br />

a venda <strong>de</strong> produtos”, explica.<br />

Para Ceravolo, a capacitação serviu<br />

para estruturar todo o processo<br />

produtivo. “O organograma geral da<br />

empresa ficou mais claro, apren<strong>de</strong>mos<br />

a lidar com funcionários da maneira<br />

correta, analisando aptidões,<br />

realizando treinamento e qualificação.<br />

Tínhamos noção <strong>de</strong> algumas<br />

coisas antes, mas a fórmula para encarar<br />

tudo <strong>de</strong> maneira horizontal <strong>de</strong>ixou<br />

nossos processos mais claros.”<br />

A confecção também passou por<br />

ajustes. Sempre muito forte no inverno,<br />

a marca teve dificulda<strong>de</strong>s no<br />

verão <strong>de</strong> 2019. Mas, após as consultorias,<br />

conseguiram melhorar os<br />

processos, anteciparam produções e<br />

criaram um mix <strong>de</strong> itens com opções<br />

<strong>de</strong> acordo com a estação. “Ven<strong>de</strong>mos<br />

em fevereiro <strong>de</strong> 2019 apenas 20% do<br />

que ven<strong>de</strong>mos em fevereiro <strong>de</strong> <strong>2020</strong>”,<br />

comemora Ceravolo. Ele comenta<br />

ainda que os ajustes realizados aumentaram<br />

o leque <strong>de</strong> produtos e serviços<br />

da Sabot e auxiliou no bom relacionamento<br />

com os clientes. “Nosso<br />

público-alvo segue bem nichado, mas<br />

seguimos crescendo. Os clientes estão<br />

acompanhando as mudanças e veem<br />

o crescimento <strong>de</strong> forma positiva.”<br />

Segundo a consultora do Sebrae-<br />

-SP, a Sabot já colocou em prática<br />

muito conteúdo que fez com que a<br />

marca crescesse em um ano, mas o<br />

plano <strong>de</strong> ação estabelecido nas consultorias<br />

continua. “A empresa ainda<br />

vai executar outras ações <strong>de</strong> relacionamento<br />

com os clientes, ajustar<br />

o e-commerce e a fachada.” Este<br />

último item agrega uma curiosida<strong>de</strong>:<br />

a casa que dá vida a Sabot tem<br />

o número 315, o mesmo do CBGB,<br />

icônico bar <strong>de</strong> rock inaugurado em<br />

1973 em Nova York (EUA). “Estamos<br />

trabalhando na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual<br />

da nossa casa para aproveitar essa<br />

coincidência”, comenta Ceravolo.<br />

Para Juliana, a capacitação foi e vem<br />

sendo fundamental para a empresa.<br />

“O Sebrae nos ajudou muito, absurdamente,<br />

a adquirir o conhecimento<br />

para virarmos empresários. Antes<br />

fazíamos as coisas na intuição, mas<br />

tinha um ‘buraco’. Cometíamos erros<br />

graves, como ficar sem produtos.<br />

Agora estamos trabalhando com os<br />

processos corretos”, comemora.<br />

CONSULTORIA NA<br />

EMPRESA – MARKETING<br />

Da mesma forma que Juliana e<br />

Ceravolo conseguiram excelentes<br />

resultados para a Sabot, você também<br />

po<strong>de</strong>. O Sebrae-SP oferece<br />

consultorias na empresa focadas<br />

em marketing em todo o Estado.<br />

Cada pacote <strong>de</strong> consultoria possui<br />

quatro horas <strong>de</strong> duração e o investimento<br />

é <strong>de</strong> R$ 550, po<strong>de</strong>ndo<br />

ser parcelado no cartão <strong>de</strong> crédito.<br />

Para outras informações, ligue gratuitamente<br />

para o Sebrae-SP pelo<br />

telefone 0800 570 0800 ou acesse<br />

solucoes.sebraesp.com.br.


EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 11<br />

Voo <strong>de</strong> águia<br />

Há muitas dúvidas e opiniões diferentes<br />

quando o assunto é impulsionamento<br />

<strong>de</strong> postagens nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

Há quem <strong>de</strong>fenda impulsionar sempre,<br />

há quem <strong>de</strong>fenda a produção <strong>de</strong> conteúdos<br />

relevantes para que o alcance dos<br />

seguidores seja puramente orgânico.<br />

Eu <strong>de</strong>fendo que é preciso <strong>de</strong>senvolver<br />

um plano estratégico que contemple<br />

a produção <strong>de</strong> conteúdos ricos, que promovam<br />

informações e interações com os<br />

seguidores da página e que atraia a atenção<br />

<strong>de</strong> novos e potenciais seguidores.<br />

Dentro da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>sse plano estratégico,<br />

é preciso <strong>de</strong>finir o objetivo da<br />

postagem: gerar vendas? Atrair novos<br />

seguidores para a página? Apresentar<br />

uma ação pontual?<br />

Diante da <strong>de</strong>finição dos objetivos, po<strong>de</strong>‐<br />

‐se construir o conteúdo, por imagem e<br />

escrito, que será postado, e impulsionado.<br />

Mas atenção: não basta apenas injetar<br />

dinheiro e promover a publicação.<br />

SAMUEL AGUIAR DE CASTRO E SOUZA<br />

Consultor do Sebrae ‐SP<br />

Quando impulsionar um post?<br />

Recomendo que segmente bem o<br />

alvo <strong>de</strong>ssa publicação: qual a faixa etária,<br />

qual a região e localização que se<br />

preten<strong>de</strong> atingir, qual o período vigente<br />

da publicação impulsionada, e os valores<br />

diários que serão investidos.<br />

Não há uma regra, um número “cabalístico”<br />

para se investir, porém, as empresas<br />

geralmente <strong>de</strong>stinam entre 3% e 5%<br />

do seu faturamento para a área <strong>de</strong> marketing<br />

em geral, físico ou digital, logo, o i<strong>de</strong>al<br />

é que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dinheiro reservada<br />

para o impulsionamento esteja contemplada<br />

nesse orçamento mensal.<br />

Por fim, tão importante quanto reservar<br />

um valor para impulsionar as publicações<br />

é mensurar o resultado, e por isso<br />

<strong>de</strong>stacamos que é preciso ter claro o objetivo<br />

da ação <strong>de</strong> impulsionar, para que<br />

seja possível medir o retorno da ação,<br />

seja em número <strong>de</strong> vendas, números <strong>de</strong><br />

novos seguidores, número <strong>de</strong> pessoas<br />

que a<strong>de</strong>rem a uma ação ou evento.<br />

O Sebrae Respon<strong>de</strong> é um serviço para tirar dúvidas <strong>de</strong><br />

empreen<strong>de</strong>dores sobre a abertura <strong>de</strong> novos negócios e<br />

questões relacionadas à gestão <strong>de</strong> empresas já em ativida<strong>de</strong>.<br />

Divulgação<br />

No jargão econômico, voo <strong>de</strong> galinha<br />

é a imagem usada para representar<br />

o crescimento que não se<br />

sustenta. A analogia também vale<br />

para o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> uma empresa<br />

que no primeiro momento parece<br />

promissor, mas acaba não indo longe.<br />

Muitos são os fatores internos<br />

que contribuem negativamente para<br />

um negócio ter o tal voo <strong>de</strong> galinha:<br />

falta <strong>de</strong> planejamento, falhas no cuidado<br />

das finanças, <strong>de</strong>ficiências no<br />

produto ou serviço etc. Entretanto,<br />

uma boa gestão e a busca permanente<br />

pela qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m alterar<br />

esse quadro.<br />

Porém, os tempos atuais exigem<br />

mais. É necessário estar em sintonia<br />

com as mudanças rápidas que ocorrem<br />

na socieda<strong>de</strong>. É aqui que entra a transformação<br />

digital, conceito aplicável aos<br />

mais variados empreendimentos.<br />

Cada vez mais a tecnologia influencia<br />

comportamentos, amplia a<br />

circulação <strong>de</strong> informação e modifica<br />

a forma <strong>de</strong> se consumir. Consequentemente,<br />

as empresas têm <strong>de</strong> estar<br />

alinhadas a esse contexto.<br />

Na prática, estamos falando <strong>de</strong><br />

uma nova maneira <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> novos<br />

processos – com base na tecnologia<br />

– para obter agilida<strong>de</strong> e avanços<br />

na produtivida<strong>de</strong> e na competitivida<strong>de</strong><br />

ou até novas opções <strong>de</strong> negócio.<br />

WILSON POIT,<br />

diretor‐superinten<strong>de</strong>nte<br />

do Sebrae ‐SP<br />

A empresa precisa estar conectada<br />

para aumentar sua eficiência operacional<br />

e po<strong>de</strong>r aten<strong>de</strong>r bem seu<br />

público, oferecendo uma experiência<br />

mais satisfatória (seja online ou na loja<br />

física) e, consequentemente, proporcionando<br />

as soluções que ele busca.<br />

Dentro da transformação digital<br />

está o chamado Big Data, enorme volume,<br />

varieda<strong>de</strong> e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados<br />

que permitem saber mais sobre<br />

o mercado e seus consumidores.<br />

Outro elemento <strong>de</strong>sse pacote é a<br />

inteligência artificial, que simula a capacida<strong>de</strong><br />

do ser humano <strong>de</strong> resolver<br />

problemas e assim expandir o relacionamento<br />

com o cliente.<br />

Existem diversos outros recursos<br />

nesse universo; cabe ao empresário<br />

incorporá ‐los ao seu negócio.<br />

A transformação digital é uma mudança<br />

na cultura do empreendimento,<br />

acessível também às micro e pequenas<br />

empresas. Ao absorver essa nova<br />

mentalida<strong>de</strong>, o empreen<strong>de</strong>dor po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ixar o voo <strong>de</strong> galinha para trás e se<br />

posicionar para alçar o voo <strong>de</strong> águia.<br />

Acompanhe o Sebrae‐SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas re<strong>de</strong>s sociais:<br />

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sebraeseunegocio.com.br<br />

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME.<br />

Queremos ouvi ‐lo: 0800 570 0800<br />

ouvidoria@sebraesp.com.br


12 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

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o sebrae ‐sp não se responsabiliza pelas informações disponibilizadas neste espaço publicitário. o anunciante assume responsabilida<strong>de</strong> total por sua publicida<strong>de</strong>.<br />

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o Sebrae ‐SP disponibiliza<br />

o serviço <strong>de</strong> intérprete<br />

<strong>de</strong> Libras em seus eventos presenciais.<br />

A solicitação do serviço<br />

<strong>de</strong>verá ser comunicada no ato da<br />

inscrição e com antecedência <strong>de</strong><br />

5 (cinco) dias úteis à data <strong>de</strong> realização<br />

do evento. O cliente ou seu<br />

representante po<strong>de</strong>rá se inscrever<br />

pessoalmente nos Escritórios<br />

Regionais, pelo portal do Sebrae‐<br />

‐SP ou pelo 0800 570 0800.<br />

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EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 13<br />

AGENDA<br />

FEIRAS DE<br />

NEGÓCIOS<br />

FALE COM A REDAÇÃO<br />

imprensa@sebraesp.com.br<br />

EVENTOS<br />

DO SEBRAE‐SP<br />

AUTOCOM<br />

Quando: 31/3 a 2/4<br />

On<strong>de</strong>: Expo Center Norte<br />

Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo<br />

Informações: www.feiraautocom.com.br<br />

ER SÃO CARLOS<br />

COMEÇAR BEM ‐ TRANSFORME SUA IDEIA EM MODELO DE NEGÓCIO<br />

Quando: 14, 15 e 16/4<br />

On<strong>de</strong>: Sebrae Aqui ‐ Rio Claro<br />

R. Três, 1431 ‐ Centro, Rio Claro<br />

Valor: R$ 200<br />

VTEX DAY<br />

Quando: 15/4 e 16/4<br />

On<strong>de</strong>: São Paulo Expo<br />

Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, São Paulo<br />

Informações: https://vtexday.vtex.com/<br />

EXPO ÓPTICA BRASIL <strong>2020</strong><br />

Quando: 15/4 a 18/4<br />

On<strong>de</strong>: Expo Center Norte<br />

Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo<br />

Informações: www.expoopticabrasil.com<br />

REIAD <strong>2020</strong> - REDES, EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO EM<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

Quando: 15/4<br />

On<strong>de</strong>: R. Dr. Bacelar, 1212 (Unip) - São Paulo<br />

Informações: www.even3.com.br/reiad<br />

145º EJE - ENCONTRO DE JOVENS EMPREENDEDORES<br />

Quando: 30/4<br />

On<strong>de</strong>: PUC-SP - Campus Marquês - Rua Marquês <strong>de</strong> Paranaguá, 111,<br />

Consolação, São Paulo<br />

Informações: https://www.sympla.com.br/145-eje---encontro-<strong>de</strong>jovens-empreen<strong>de</strong>dores__755871<br />

ER MARÍLIA<br />

SUPER MEI GESTÃO<br />

Quando: 27 a 30/4<br />

On<strong>de</strong>: Escritório Regional Marília<br />

Av. Brasil, 412 ‐ Centro<br />

Valor: Gratuito<br />

ER BAIXADA SANTISTA<br />

SEMINÁRIO EMPRETEC<br />

Quando: Entrevistas <strong>de</strong> 13 a 17/4<br />

On<strong>de</strong>: Escritório Regional Baixada Santista<br />

Av. Washington Luiz, 176 ‐ Gonzaga<br />

Valor: R$ 1.590<br />

ER CAPITAL CENTRO<br />

NA MEDIDA MARKETING<br />

Quando: 6 a 9/4<br />

On<strong>de</strong>: Escritório Regional Capital Centro<br />

R. 24 <strong>de</strong> Maio, 32 ‐ Centro<br />

Valor: R$ 300<br />

ER GRANDE ABC<br />

COMEÇAR BEM –TRANSFORME SUA IDEIA EM MODELO DE NEGÓCIO<br />

Quando: 22, 23 e 24/4<br />

On<strong>de</strong>: Escritório Regional Gran<strong>de</strong> ABC<br />

R. Cel. Fernando Prestes, 47 ‐ Centro<br />

Valor: R$ 200<br />

Valores sujeitos a alteração<br />

EXPEDIENTE<br />

Publicação mensal do Sebrae ‐SP<br />

Edição impressa<br />

CONSELHO DELIBERATIVO<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Tirso Meirelles<br />

ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação<br />

ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos ‐SP, Superintendência<br />

Estadual da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral.<br />

DIRETORIA EXECUTIVA<br />

Diretor ‐superinten<strong>de</strong>nte: Wilson Poit<br />

Diretor técnico: Ivan Hussni<br />

Diretor <strong>de</strong> administração e finanças: Guilherme Campos<br />

JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Unida<strong>de</strong> Marketing e Comunicação<br />

Gerente interina: Marcelle Carvalho<br />

Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e<br />

Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores <strong>de</strong> imprensa:<br />

Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários:<br />

An<strong>de</strong>rson Freitas e Marcos Leodovico. Imagens: gettyimages.com.<br />

Diagramação: Daniel Augusto <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> Neves, Douglas da Rocha Yoshida,<br />

Gisele Resen<strong>de</strong> Costa e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME<br />

e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae ‐SP. Apoio comercial: Unida<strong>de</strong><br />

Relacionamento: (11) 3177 ‐4784<br />

SEBRAE ‐SP<br />

Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso<br />

São Paulo ‐SP. CEP: 01504 ‐001<br />

PARA ANUNCIAR<br />

(11) 3177‐4784


14 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

LIVROS<br />

TEC &<br />

FRANCHISAR O SEU<br />

NÉGOCIO (Editora Actual)<br />

A obra reúne experiências e<br />

conhecimentos adquiridos<br />

pela consultora <strong>de</strong> franchising<br />

Teresa Macedo Dias no<br />

setor <strong>de</strong> franquias. Voltado<br />

aos empreen<strong>de</strong>dores que<br />

preten<strong>de</strong>m expandir seus<br />

negócios <strong>de</strong> forma mais rápida,<br />

lucrativa e sustentável, o livro<br />

apresenta os principais conceitos <strong>de</strong> funcionamento,<br />

vantagens e <strong>de</strong>safios por meio <strong>de</strong> exercícios práticos.<br />

A i<strong>de</strong>ia é ajudar o empreen<strong>de</strong>dor a formatar um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> negócio <strong>de</strong> sucesso.<br />

PLANEJAMENTO<br />

ESTRATÉGICO PARA<br />

PEQUENAS EMPRESAS<br />

(Alta Books)<br />

A publicação tem como objetivo<br />

auxiliar as pequenas empresas<br />

a <strong>de</strong>senvolver um melhor<br />

planejamento e aumentar<br />

a competivida<strong>de</strong>. Por meio<br />

<strong>de</strong> um enfoque prático, a<br />

obra aponta os procedimentos necessários para que<br />

os gestores <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> pequeno porte substituam<br />

a improvisação e a informalida<strong>de</strong> pelo planejamento<br />

estratégico, um importante instrumento <strong>de</strong> apoio às<br />

ativida<strong>de</strong>s empresariais.<br />

O QUE AS ESCOLAS DE<br />

NEGÓCIOS NÃO ENSINAM<br />

(Alta Books)<br />

O livro aborda um tipo <strong>de</strong><br />

conhecimento que não se<br />

obtém em sala <strong>de</strong> aula, mas<br />

apenas com a prática <strong>de</strong><br />

negócios. O leitor vai encontrar<br />

nas páginas da obra dicas para<br />

criar uma empresa <strong>de</strong> sucesso.<br />

Os autores José Salibi Neto e Sandro Magaldi sentiram na<br />

pele o que dá certo e o que dá errado, absorveram o que<br />

pessoas <strong>de</strong> seu convívio também sentiram e compartilham<br />

os <strong>de</strong>z aprendizados fundamentais com a leveza <strong>de</strong> quem<br />

tem um insight. Salib Neto e Magaldi fundaram e li<strong>de</strong>raram<br />

empresas e plataformas como a HSM e MeuSucesso.com<br />

e hoje se <strong>de</strong>dicam ao mundo da 4ª revolução industrial.<br />

PESQUISA APONTA AS PRINCIPAIS DIFICULDADES<br />

DOS EMPREENDEDORES DIGITAIS<br />

O levantamento <strong>Negócios</strong> Digitais<br />

Brasil <strong>2020</strong>, realizado pela startup<br />

HeroSpark, i<strong>de</strong>ntificou os principais<br />

<strong>de</strong>safios enfrentados por quem<br />

empreen<strong>de</strong> no ambiente digital. O<br />

quesito vendas está no topo da lista<br />

(42%) e é seguido – <strong>de</strong> longe – pelo<br />

tópico investimentos (19%); <strong>de</strong>pois<br />

aparece o item pessoas (8%). Já<br />

entre as razões que po<strong>de</strong>m levar<br />

alguém a abrir um e -commerce<br />

ou mesmo uma loja em uma re<strong>de</strong><br />

social, in<strong>de</strong>pendência financeira e ter renda extra são as maiores, com 37% das<br />

motivações. Em terceiro lugar aparece a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> causar impacto positivo na vida<br />

das pessoas (35%).<br />

MERCADO GLOBAL DE E-SPORTS DEVE ULTRAPASSAR<br />

A MARCA DE US$ 1 BILHÃO DE RECEITAS EM <strong>2020</strong><br />

Em um relatório divulgado pela<br />

Newzoo, empresa americana<br />

focada no mundo dos eSports, esse<br />

mercado <strong>de</strong>ve movimentar mais <strong>de</strong><br />

US$ 1,1 bilhão este ano. Segundo<br />

a projeção feita pela empresa, os<br />

patrocínios serão o carro-chefe<br />

<strong>de</strong>sse gran<strong>de</strong> valor, com mais <strong>de</strong><br />

US$ 636,9 milhões. Em seguida, vêm<br />

os direitos <strong>de</strong> mídia com US$ 185,4<br />

milhões, comercialização <strong>de</strong> produtos<br />

digitais (US$ 21,5 milhões) e por<br />

último as transmissões (streaming)<br />

com US$ 18,2 milhões. Esse crescimento representa alta <strong>de</strong> 15,7% em relação ao<br />

ano passado, quando os valores chegaram a US$ 950,6 milhões. Já o consumo dos<br />

fãs da modalida<strong>de</strong> com ingressos e produtos <strong>de</strong>ve totalizar US$ 121,7 milhões,<br />

enquanto outros US$ 116,3 milhões serão provenientes <strong>de</strong> investimentos <strong>de</strong><br />

editores <strong>de</strong> jogos no setor, como em torneios e parcerias comerciais.


EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 15<br />

IDEIAS<br />

DIVERSIDADE PARA DENTRO DAS EMPRESAS<br />

Pensado e criado para ajudar<br />

mulheres negras a entrar no mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho, a Indique uma Preta<br />

veio para dar apoio as empresas a ter<br />

uma cultura diversificada <strong>de</strong>ntro do<br />

ambiente <strong>de</strong> trabalho. Há seis meses<br />

a consultoria (formada por mulheres<br />

negras) já prestou serviço a gran<strong>de</strong>s<br />

companhias <strong>de</strong> bebidas, engenharia,<br />

música e comunicação. Para <strong>2020</strong><br />

a i<strong>de</strong>ia é lançar um estudo que mostre o mercado, e as <strong>de</strong>mandas das<br />

mulheres negras no mercado <strong>de</strong> trabalho e como as empresas po<strong>de</strong>m se<br />

preparar melhor para receber essa mulheres.<br />

LEGO HOUSE<br />

Lego House – Home of the Brick é um<br />

documentário da Netflix <strong>de</strong> 2018 sobre<br />

museu da Lego, na Dinamarca. O filme mostra<br />

os <strong>de</strong>safios enfrentados ao longo do processo<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>alização e construção do museu, entre<br />

eles o atraso da conclusão da obra. A produção<br />

também apresenta um mergulho na trajetória<br />

da marca Lego.<br />

VÍDEO: CONHEÇA A HISTÓRIA<br />

DO ATELIÊ DOS SABORES<br />

Gerente <strong>de</strong> exportação por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

anos, Van<strong>de</strong>rceia Aparecida <strong>de</strong>ixou o<br />

emprego para ficar mais perto da filha<br />

e po<strong>de</strong>r empreen<strong>de</strong>r.<br />

o<br />

Veja a história:<br />

Divulgação<br />

PERGUNTE A QUEM ENTENDE<br />

Como a internet das coisas po<strong>de</strong> ser aplicada<br />

no dia a dia <strong>de</strong> um pequeno negócio?<br />

Por Paulo Spacca, presi<strong>de</strong>nte da Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

Internet das Coisas (Abinc)<br />

Estamos a bordo <strong>de</strong><br />

uma revolução tecnológica<br />

que transformará fundamentalmente<br />

a forma<br />

como vivemos, trabalhamos<br />

e nos relacionamos.<br />

Os empreen<strong>de</strong>dores que<br />

dominarem as tendências<br />

inovadoras <strong>de</strong> internet<br />

das coisas (conhecida pela<br />

sigla IoT – Internet of Think)<br />

terão a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rar a inovação digital em seus negócios. Ao permitir<br />

a interconexão digital <strong>de</strong> objetos cotidianos com a internet,<br />

a IoT tem um enorme potencial para coletar continuamente<br />

dados sobre nossos ambientes.<br />

Os negócios que tiverem isso em mente terão em mãos<br />

um importante aliado na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, seja em<br />

diagnósticos médicos, comandos para modificar ações<br />

<strong>de</strong> máquinas ou até mesmo na i<strong>de</strong>ntificação e autorização<br />

<strong>de</strong> acesso físico. Além disso, dispositivos conectados<br />

oferecem oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> eficiência, redução<br />

<strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção e para a criação <strong>de</strong> mais pontos <strong>de</strong><br />

engajamento com o consumidor, ajudando na proximida<strong>de</strong><br />

entre marca e cliente, o que po<strong>de</strong> impactar diretamente<br />

nas vendas.<br />

No comércio, por exemplo, a IoT po<strong>de</strong> criar lojas e estabelecimentos<br />

inteligentes, nos quais sensores serão responsáveis<br />

por coletar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o funcionamento <strong>de</strong> câmeras <strong>de</strong><br />

vigilância até o consumo <strong>de</strong> energia elétrica, entrada <strong>de</strong><br />

clientes, entre outros aspectos. Com sensores <strong>de</strong> movimento<br />

conectados ao sistema da empresa, será possível<br />

medir o número <strong>de</strong> pessoas que entram na loja, criando<br />

dados para insights importantes sobre efeito <strong>de</strong> campanhas,<br />

promoções e popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos. Isso gera<br />

uma integração entre áreas estratégicas como a <strong>de</strong> vendas<br />

e o marketing, resultando em ações <strong>de</strong> sucesso. Nos<br />

meios <strong>de</strong> pagamento está outro fator em que já po<strong>de</strong>mos<br />

ver o resultado da IoT: a adoção da tecnologia permite que<br />

as pessoas paguem usando seus smartphones ou relógios<br />

inteligentes <strong>de</strong> forma segura e prática.<br />

https://youtu.be/PO9mP8teibU<br />

Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia po<strong>de</strong> ajudar o<br />

seu negócio? Pergunte a quem enten<strong>de</strong>! Man<strong>de</strong> um e ‐mail<br />

para imprensa@sebraesp.com.br.


16 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />

Depois da falência, o sucesso<br />

Luzia Costa teve vários negócios antes <strong>de</strong> acertar com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> estética Sóbrancelhas<br />

Marcos Leodovico*<br />

“A<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r começou<br />

há quase 20 anos,<br />

quando eu não tinha dinheiro<br />

para comprar pipoca para o<br />

meu filho <strong>de</strong>pois do culto na igreja<br />

que frequentava, em Taubaté.<br />

Eu estourava pipoca em casa e levava<br />

para o culto. Um dia meu filho<br />

reclamou que a pipoca estava fria;<br />

foi quando percebi a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> começar a empreen<strong>de</strong>r.<br />

Como sou a única filha no meio<br />

<strong>de</strong> oito irmãos, tive <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a me<br />

virar sozinha e isso consistia em cozinhar<br />

e fazer várias outras coisas.<br />

Em 2002, comecei a fazer biscoitos<br />

amanteigados e vendia <strong>de</strong> porta em<br />

porta. No mesmo ano, parei com<br />

a venda <strong>de</strong> biscoitos e comprei um<br />

carrinho <strong>de</strong> lanche e passei a fazer<br />

lanches na porta da minha casa.<br />

Dois anos se passaram e <strong>de</strong>cidi<br />

ven<strong>de</strong>r o carrinho e minha casa<br />

para investir em uma lanchonete.<br />

Em 2006, vendi a lanchonete e montei<br />

uma pizzaria. O negócio estava<br />

indo bem, mas acabei misturando<br />

as finanças e quebrei. Foi quando<br />

conheci o Sebrae; fiz todos os cursos<br />

gratuitos que podia, inclusive os<br />

focados em gestão financeira.<br />

A quebra foi tão agressiva que em<br />

2007 fui morar em Cruzeiro (SP) em<br />

uma casa <strong>de</strong> pau a pique na beira <strong>de</strong><br />

um rio. Após 30 dias lá, o gás acabou<br />

e peguei um ônibus circular até<br />

a casa do meu pai em Passa Quatro<br />

(MG) – cida<strong>de</strong> próxima – para pegar<br />

R$ 40 emprestados com ele. Quando<br />

cheguei, ele me disse: ‘Nunca mais<br />

monte nada na sua vida. Arrume um<br />

bom emprego e use esse dinheiro<br />

para comprar o gás’.<br />

Fiquei pensando no que ele disse,<br />

só que meu lado empreen<strong>de</strong>dor falava<br />

mais alto. Peguei os R$ 40, comprei<br />

uma caixa <strong>de</strong> tomates e comecei<br />

a fazer tomate seco para ven<strong>de</strong>r para<br />

os turistas que visitavam a cida<strong>de</strong>.<br />

No mesmo ano, 2007, nos mudamos<br />

novamente, <strong>de</strong>ssa vez para<br />

Roseira (SP). Cheguei lá com R$ 5<br />

no bolso, era tudo o que eu tinha.<br />

Fui ao mercado, comprei açúcar<br />

e corante, enquanto meu marido<br />

foi atrás <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> pirulito. Na<br />

forma que meu marido arrumou só<br />

cabiam três pirulitos por vez, e assim<br />

fui fazendo e ven<strong>de</strong>ndo por um<br />

tempo. Até que um dia uma amiga<br />

me falou que a prefeitura da cida<strong>de</strong><br />

estava dando cursos <strong>de</strong> massagem.<br />

Eu me inscrevi. Parei <strong>de</strong> fazer pirulitos<br />

para trabalhar com massagem.<br />

Não tinha nenhum material<br />

para começar, então o que eu fazia<br />

era trocar massagens por produtos<br />

para po<strong>de</strong>r continuar trabalhando.<br />

Em 2008 me mu<strong>de</strong>i para Ubatuba;<br />

fazia massagem na praia durante<br />

a temporada, pois tinha <strong>de</strong> quitar<br />

uma dívida <strong>de</strong> R$ 30 mil da pizzaria.<br />

Minha rotina era baseada em<br />

fazer massagem durante o dia e<br />

unhas e sobrancelhas à noite. Dessa<br />

forma, quitei minha dívida.<br />

Após um ano em Ubatuba, voltei<br />

para Taubaté. Decidi começar<br />

a aparecer em eventos oferecendo<br />

meus serviços <strong>de</strong> massagem <strong>de</strong> graça,<br />

apenas para ter uma cartela <strong>de</strong><br />

clientes. Quem gostava, contratava.<br />

Só que eu queria mais, e então <strong>de</strong>cidi<br />

dar cursos sobre sobrancelha,<br />

massagem e <strong>de</strong>pilação. Estava bem,<br />

atendia meus clientes em uma sala<br />

que montei, dava aulas e o dinheiro<br />

entrava. Só que a cabeça <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dor<br />

nunca para. Conversei<br />

com meu marido sobre a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> apostar em algo novo. Ele<br />

disse que ia me apoiar em qualquer<br />

circunstância. Então criei a primeira<br />

loja da Sóbrancelhas, em Taubaté,<br />

em 2013.<br />

Ficava das 10h às 22h tentando<br />

ven<strong>de</strong>r a franquia, até que em<br />

2014, um ano após a abertura, uma<br />

Luzia Costa, da<br />

Sóbrancelhas: hoje com<br />

200 lojas, ela chegou a<br />

não ter dinheiro para o gás<br />

mulher apareceu e ouviu minha<br />

proposta. Quando conheceu toda<br />

minha história e trajetória <strong>de</strong> vida,<br />

<strong>de</strong>cidiu apostar em mim e no meu<br />

sonho, e foi assim que surgiu a primeira<br />

loja da franquia, em Guaratinguetá<br />

(SP).<br />

Hoje, a Sóbrancelhas está com<br />

mais <strong>de</strong> 200 lojas na América Latina<br />

– uma na Bolívia, 22 na Argentina<br />

e o restante no Brasil. Contamos<br />

com uma linha 100% natural <strong>de</strong> cosméticos<br />

e estamos investindo em clínicas<br />

<strong>de</strong> estética corporal, com unida<strong>de</strong>s<br />

em Londrina e Porto Alegre.<br />

A dica que dou para quem quer<br />

começar é: dê o primeiro passo e<br />

tenha instinto <strong>de</strong> sobrevivência.<br />

Comecei para mudar a história do<br />

meu filho. Quebrei, tive dificulda<strong>de</strong>s,<br />

mas nunca pensei em <strong>de</strong>sistir.<br />

Só estou on<strong>de</strong> estou porque tive força<br />

<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>.”<br />

*Estagiário sob supervisão dos editores

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