Negócios Abril de 2020
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
# 312 | <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 | facebook.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo twitter.com/sebraesp instagram.com/sebraesp | Versão impressa ‐ 250 mil exemplares<br />
Felipe Rossetti, da Piticas,<br />
começou em 2010 e hoje<br />
fatura R$ 230 milhões<br />
com produtos licenciados<br />
COMO FATURAR COM<br />
O UNIVERSO POP<br />
Licenciamento <strong>de</strong> marcas e personagens famosos dos games, TV e quadrinhos aproxima<br />
consumidor das empresas que apostam nessa estratégia<br />
Pág. 8<br />
As mulheres que estão<br />
ocupando espaço nas startups<br />
Pág. 4<br />
Mudança <strong>de</strong> comportamento<br />
impulsiona cardápios sem álcool<br />
Pág. 6<br />
Gestão profissional transforma<br />
negócio inspirado no rock<br />
Pág. 10
2 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />
Atitu<strong>de</strong> e gestão,<br />
dobradinha <strong>de</strong> sucesso<br />
TIRSO MEIRELLES,<br />
Presi<strong>de</strong>nte do Sebrae‐SP e empreen<strong>de</strong>dor<br />
Mais <strong>de</strong> mil empresas são abertas por hora no<br />
Brasil; em São Paulo, são cerca <strong>de</strong> 300, confirmando<br />
que somos um país com raiz fortemente empreen<strong>de</strong>dora.<br />
Esta edição do Jornal <strong>de</strong> <strong>Negócios</strong><br />
traz a história <strong>de</strong> alguns dos homens e mulheres<br />
que estão no comando <strong>de</strong>sses empreendimentos;<br />
empresários que <strong>de</strong>cidiram transformar uma i<strong>de</strong>ia<br />
num negócio e, diariamente, arregaçam as mangas<br />
para não <strong>de</strong>ixar o sonho morrer. Li todas elas<br />
e aqui vai um spoiler. Sabe o que têm em comum?<br />
Comportamento empreen<strong>de</strong>dor afiado.<br />
Há quase 30 anos acompanho empresários <strong>de</strong><br />
todos os portes e setores, da família, <strong>de</strong> amigos<br />
<strong>de</strong> perto e <strong>de</strong> longe e posso dizer, sem receio <strong>de</strong><br />
errar, que o sucesso <strong>de</strong> uma empresa vai além da<br />
habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerenciar o negócio; <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito<br />
da atitu<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora.<br />
Em um <strong>de</strong>sses encontros, ouvi <strong>de</strong> Guilherme<br />
Benchimol, fundador da XP Investimentos, que<br />
começou o empreendimento com R$ 20 mil, focado<br />
numa oportunida<strong>de</strong> e quatro pessoas – ele, o<br />
sócio e dois estagiários – uma constatação que é<br />
também minha: “é impossível <strong>de</strong>rrotar quem nunca<br />
<strong>de</strong>siste; se você quer ser bem ‐sucedido, seja<br />
obstinado e aprenda rápido”.<br />
Isso é tão verda<strong>de</strong> que a Organização das Nações<br />
Unidas (ONU), que enxerga no empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
o melhor caminho para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />
da socieda<strong>de</strong>, disponibiliza para todo mundo<br />
uma metodologia baseada em <strong>de</strong>z características:<br />
buscar oportunida<strong>de</strong>s e iniciativa; persistir; correr<br />
riscos calculados; promover qualida<strong>de</strong> e eficiência;<br />
comprometer ‐se; conectar informações; estabelecer<br />
metas; planejar e monitorar sistematicamente;<br />
formar re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contatos; ter in<strong>de</strong>pendência e autoconfiança.<br />
No Brasil, o Sebrae é o aplicador oficial<br />
<strong>de</strong>sse método, com o Seminário Empretec, oferecido<br />
amplamente durante todo ano.<br />
É claro que somente ter o comportamento empreen<strong>de</strong>dor<br />
não basta. É preciso praticar diariamente,<br />
aliar boas i<strong>de</strong>ias à gestão eficiente, estar<br />
atento às necessida<strong>de</strong>s e aos <strong>de</strong>sejos dos consumidores<br />
– afinal sua empresa existe para isso: ofertar<br />
um produto ou serviço, uma experiência que o<br />
cliente precisa naquela hora, naquele local. E lucrar<br />
com isso. Po<strong>de</strong> parecer óbvio, mas é simples assim.<br />
O sucesso é um caminho com retas, curvas e<br />
obstáculos. Por isso a importância <strong>de</strong> ser dinâmico,<br />
ousado na medida certa, persistente, conectado,<br />
alinhando a empresa às <strong>de</strong>mandas do cliente e<br />
do mercado. Ser empreen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
Destaques<br />
Programa Brasil Mais busca aumentar a produtivida<strong>de</strong> das empresas<br />
O governo anunciou a criação do programa<br />
Brasil Mais. Coor<strong>de</strong>nado pelo Ministério<br />
da Economia, o Brasil Mais será<br />
gerido pela Agência Brasileira <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Industrial (ABDI) e executado<br />
pelo Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem<br />
Industrial (Senai) e pelo Sebrae.<br />
O Brasil Mais tem o objetivo <strong>de</strong> aumentar<br />
a eficiência das empresas e<br />
ampliar a produtivida<strong>de</strong> e a competitivida<strong>de</strong><br />
do País, em uma jornada <strong>de</strong><br />
transformação digital. A meta é aten<strong>de</strong>r<br />
200 mil micro, pequenos e médios empreendimentos<br />
da indústria, comércio<br />
e serviços <strong>de</strong> todo o território nacional<br />
até 2022. O programa reúne metodologias<br />
e ferramentas <strong>de</strong> baixo custo<br />
voltadas para melhorar a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong> produção, para reduzir<br />
<strong>de</strong>sperdício e aprimorar processos, em<br />
um cenário <strong>de</strong> transformação digital.<br />
A ABDI terá a missão <strong>de</strong> administrar<br />
a plataforma do programa e realizar a<br />
gestão <strong>de</strong> dados, contribuindo para o<br />
monitoramento dos resultados do programa<br />
e a formulação <strong>de</strong> ações futuras<br />
voltadas para as empresas.<br />
Para participar do programa, as empresas<br />
<strong>de</strong>vem se cadastrar por meio do<br />
portal gov.br/brasilmais, respon<strong>de</strong>r a<br />
um questionário para avaliar o grau <strong>de</strong><br />
maturida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> gestão.<br />
Depois <strong>de</strong>ssa etapa, a companhia<br />
será encaminhada para o atendimento<br />
assistido <strong>de</strong> um dos parceiros do Brasil<br />
Mais: Sebrae ou Senai.<br />
Parceiros estratégicos da iniciativa,<br />
Sebrae e Senai serão responsáveis pelos<br />
atendimentos às empresas e pela aplicação<br />
das metodologias, divididas em dois eixos:<br />
Melhores Práticas Produtivas (Senai) e<br />
Melhores Práticas Gerenciais (Sebrae).
EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 3<br />
Entrevista do mês<br />
Sem medo <strong>de</strong> crescer<br />
Enquanto outras gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> livrarias enfrentam dificulda<strong>de</strong>s, a Leitura mantém seus planos <strong>de</strong> expansão<br />
Os últimos anos não foram<br />
fáceis para as gran<strong>de</strong>s livrarias;<br />
duas gran<strong>de</strong>s e tradicionais<br />
re<strong>de</strong>s, Cultura e Saraiva,<br />
por exemplo, pediram recuperação<br />
judicial no final <strong>de</strong> 2018. Juntas,<br />
elas <strong>de</strong>tinham cerca <strong>de</strong> 40% do varejo<br />
<strong>de</strong> livros do País. Por sua vez,<br />
a Livraria Leitura segue seu plano<br />
<strong>de</strong> expansão. Fundada em 1967, em<br />
Belo Horizonte, pela família Teles,<br />
a empresa tem atualmente 73 lojas<br />
e planeja investir R$ 10 milhões<br />
e chegar ao fim <strong>de</strong>ste ano com 79<br />
unida<strong>de</strong>s, tornando-se a maior re<strong>de</strong><br />
do País. A abertura <strong>de</strong> filiais começou<br />
na década <strong>de</strong> 1980. A partir<br />
<strong>de</strong> 1990, o plano passou a ser uma<br />
nova unida<strong>de</strong> por ano. Em 2000,<br />
a re<strong>de</strong> rompeu as divisas <strong>de</strong> Minas<br />
Gerais, chegou ao Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />
e hoje é lí<strong>de</strong>r do segmento nas Regiões<br />
Centro -Oeste, Nor<strong>de</strong>ste e no<br />
interior <strong>de</strong> São Paulo. À frente dos<br />
negócios da família, Marcus Teles<br />
conversou com o Jornal <strong>de</strong> <strong>Negócios</strong><br />
sobre o momento da Leitura.<br />
Dione Alves<br />
Qual tem sido a estratégia<br />
da Livraria Leitura para se<br />
expandir atualmente?<br />
O plano é abrir em cida<strong>de</strong>s acima<br />
<strong>de</strong> 300 mil habitantes que não possuam<br />
uma gran<strong>de</strong> livraria e aproveitar<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ixadas pelo<br />
fechamento <strong>de</strong> outras livrarias.<br />
A empresa tem investido<br />
em livrarias físicas, na contramão<br />
do mercado das gran<strong>de</strong>s<br />
re<strong>de</strong>s. A que se <strong>de</strong>ve isso?<br />
O Brasil é muito gran<strong>de</strong> e tem<br />
muitas regiões carentes <strong>de</strong> boas livrarias.<br />
A Leitura opera com uma estrutura<br />
enxuta, capital próprio e evitando<br />
endividamento, o que sempre<br />
abre novas oportunida<strong>de</strong>s. Também<br />
fechamos as lojas <strong>de</strong> baixo <strong>de</strong>sempenho.<br />
Mesmo nos países <strong>de</strong>senvolvidos<br />
com o mercado consolidado, as<br />
livrarias físicas voltaram a crescer.<br />
A internet, apesar <strong>de</strong> continuar crescendo,<br />
trabalha com margens negativas.<br />
A Leitura voltou a operar no<br />
e -commerce no segundo semestre <strong>de</strong><br />
2019 buscando prestar informação<br />
e serviço, trabalhando diretamente<br />
com o estoque disponível nas lojas.<br />
Como competir com outros<br />
“concorrentes” do livro, como<br />
a internet e os serviços <strong>de</strong><br />
streaming?<br />
Qualificando nossas lojas com<br />
layouts atrativos e confortáveis,<br />
gran<strong>de</strong>s varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produtos,<br />
promoções atrativas, muitos eventos,<br />
transformando-se em um ponto<br />
<strong>de</strong> convivência social.<br />
Os livros digitais são uma<br />
ameaça para os pontos <strong>de</strong> venda<br />
<strong>de</strong> livros?<br />
Não. Em todo o mundo, o livro<br />
digital é uma opção <strong>de</strong> venda complementar,<br />
ele representa <strong>de</strong> 5% a<br />
18% das vendas <strong>de</strong> livros. Em mercados<br />
maduros, o livro digital já se<br />
estabilizou, havendo até um recuo<br />
na sua participação. O livro digital<br />
tem vantagens como a praticida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> armazenamento, levar em viagem<br />
e compras em regiões remotas<br />
sem livrarias, mas o cliente continua<br />
preferindo a experiência <strong>de</strong><br />
ler o livro impresso. No Brasil, os<br />
livros digitais alcançam cerca <strong>de</strong><br />
7% do mercado <strong>de</strong> literatura, mas<br />
ainda têm baixa relevância entre<br />
didáticos e infantis, ficando abaixo<br />
<strong>de</strong> 3% do mercado total.<br />
Como uma pequena livraria<br />
po<strong>de</strong>ria brigar com uma<br />
gigante como a Amazon?<br />
Marcus Teles da<br />
Livraria Leitura:<br />
empresa investe na<br />
experiência do cliente<br />
Investindo na experiência do<br />
cliente, trabalhando o público local<br />
com frequência <strong>de</strong> eventos, atendimento<br />
personalizado e layout <strong>de</strong> loja<br />
agradável.<br />
O que o senhor aconselha a<br />
quem está empreen<strong>de</strong>ndo no<br />
setor livreiro?<br />
Inicialmente escolher bem o ponto.<br />
O i<strong>de</strong>al é que as <strong>de</strong>spesas totais<br />
da locação não ultrapassem 10% do<br />
faturamento. Também é muito importante<br />
a escolha <strong>de</strong> um acervo <strong>de</strong><br />
livros que dê i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e seja a<strong>de</strong>quado<br />
ao público da região. Sempre<br />
manter baixos os custos e evitar endividamento.<br />
E tentar sempre fazer<br />
da sua loja um ponto <strong>de</strong> encontro,<br />
investindo na experiência do cliente.
4 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />
Mulheres buscam<br />
Apenas 15,7% entre fundadores <strong>de</strong>ssas empresas, elas precisam provar<br />
Alaí<strong>de</strong> Barbosa (esq.) e Laila<br />
Martins criaram a Saber em<br />
Re<strong>de</strong>: esforço extra<br />
Gisele Tamamar<br />
Quando a empreen<strong>de</strong>dora<br />
Laila Barbosa Martins vai<br />
a uma reunião com clientes,<br />
em sua maioria homens, sente que<br />
precisa se reafirmar o tempo todo<br />
para se “nivelar” a eles. Laila e sua<br />
sócia, Alaí<strong>de</strong> Barbosa, estão à frente<br />
da startup <strong>de</strong> educação Saber em<br />
Re<strong>de</strong>, e são minoria em um mercado<br />
marcado pela inovação e pelo<br />
uso <strong>de</strong> tecnologia.<br />
De acordo com a Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Startups (ABStartups), as<br />
mulheres representam apenas 15,7%<br />
entre os fundadores. Mas, por outro<br />
lado, Laila, que também é advogada,<br />
aponta um cenário muito positivo<br />
no ecossistema <strong>de</strong> startups. “Como<br />
existem poucas mulheres empreen<strong>de</strong>ndo<br />
em startups, eu e minha sócia<br />
ganhamos <strong>de</strong>staque, somos bem<br />
vistas. Mas sabemos que, nesse<br />
meio, as questões <strong>de</strong> equida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gênero estão sempre em análise. Há<br />
uma preocupação em reconhecer as<br />
falhas do mercado tradicional e corrigi-las.<br />
No entanto, nossos clientes<br />
não estão nas startups, mas no setor<br />
<strong>de</strong> educação”, diz, ressaltando<br />
essa particularida<strong>de</strong>.<br />
Na avaliação da gestora <strong>de</strong> projetos<br />
do Sebrae-SP Mariana Rossatti<br />
Molina, o empreen<strong>de</strong>dorismo feminino<br />
em tecnologia e inovação tem<br />
muito potencial para aumentar essa<br />
representativida<strong>de</strong> e superar os <strong>de</strong>safios<br />
que se traduzem em números<br />
ainda tímidos. Em comparação com<br />
a taxa <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo feminino<br />
geral, que é <strong>de</strong> 32,6%, segundo<br />
a pesquisa do Sebrae “Anuário<br />
das Mulheres”, a taxa nas startups<br />
é baixa. Quando se trata do programa<br />
Startup SP do Sebrae-SP, nos<br />
últimos dois anos, a representativida<strong>de</strong><br />
feminina foi <strong>de</strong> 28% entre os<br />
fundadores participantes na cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> São Paulo.<br />
Mariana é gestora do Startup SP<br />
em Ribeirão Preto e cita programas<br />
<strong>de</strong> capacitação e <strong>de</strong> aceleração exclusivos<br />
para mulheres, como o Women<br />
Entrepreneurship (WE), além<br />
da divulgação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s cases <strong>de</strong><br />
mulheres empreen<strong>de</strong>doras e lí<strong>de</strong>res<br />
na área <strong>de</strong> tecnologia, startups e investimento,<br />
como ações para atrair<br />
mulheres para a área e quebrar preconceitos.<br />
“Acredito no apoio mútuo,<br />
na união e no empo<strong>de</strong>ramento<br />
para aumentar a representativida<strong>de</strong><br />
feminina no ecossistema”, afirma.<br />
A gestora vê uma mudança <strong>de</strong><br />
cultura em direção à maior igualda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gênero em todos os sentidos.<br />
“Toda mudança <strong>de</strong> cultura é um<br />
processo lento, mas que po<strong>de</strong>mos<br />
acelerar. A maior parte dos <strong>de</strong>safios<br />
que as empreen<strong>de</strong>doras enfrentam<br />
são culturais, como o preconceito <strong>de</strong><br />
que a área <strong>de</strong> tecnologia é para homens,<br />
a falta <strong>de</strong> confiança e até mesmo<br />
o fato <strong>de</strong> os investidores serem<br />
em gran<strong>de</strong> parte homens”, afirma.<br />
A dupla jornada por conta <strong>de</strong><br />
divisão <strong>de</strong> tarefas familiares não<br />
igualitária também é apontada<br />
como um <strong>de</strong>safio pela gestora do<br />
Sebrae-SP. No setor <strong>de</strong> tecnologia,<br />
essa situação é agravada. “Vejo o<br />
<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>doras<br />
que dizem que o próprio cliente ou<br />
investidor, ao serem atendidos por<br />
uma mulher, perguntam quem é o<br />
responsável. Vejo os eventos <strong>de</strong> tecnologia<br />
com pouca participação das<br />
mulheres. Bancas <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong><br />
startups apenas com homens. Perguntas<br />
<strong>de</strong> investidores sobre como<br />
a mulher irá lidar com a empresa e<br />
a família ao mesmo tempo. Existe
EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 5<br />
lugar em startups<br />
conhecimento tecnológico e enfrentar cobranças por vida familiar<br />
uma falta <strong>de</strong> confiança no conhecimento<br />
técnico da mulher”, relata.<br />
A sócia <strong>de</strong> Laila, Alaí<strong>de</strong>, sente na<br />
pele essa dificulda<strong>de</strong> na área <strong>de</strong> tecnologia.<br />
Para ela, além <strong>de</strong> coragem,<br />
é necessário esforço extra para conquistar<br />
um currículo que inspire<br />
confiança nesse meio. “Nós somos<br />
mais cobradas e precisamos <strong>de</strong>senvolver<br />
habilida<strong>de</strong>s que nem sempre<br />
foram possibilitadas. Afinal,<br />
culturalmente falando, os garotos<br />
são mais incentivados às áreas <strong>de</strong><br />
robótica, tecnologia, computação e<br />
engenharia. Quando uma mulher se<br />
<strong>de</strong>staca, é fundamental reconhecer<br />
a sua trajetória e daquelas que estão<br />
ao seu redor”, afirma.<br />
Laila e Alaí<strong>de</strong> <strong>de</strong>senharam a<br />
startup em conjunto, cada uma<br />
<strong>de</strong>ntro da sua especialida<strong>de</strong>. A Saber<br />
em Re<strong>de</strong> é uma plataforma <strong>de</strong><br />
social commerce <strong>de</strong> serviços educacionais<br />
que cria uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas<br />
para venda <strong>de</strong> vagas ociosas<br />
em instituições <strong>de</strong> ensino. No fim<br />
do ano passado, elas receberam<br />
uma rodada <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong><br />
R$ 2 milhões e estão na fase <strong>de</strong> expansão<br />
e consolidação do mercado.<br />
EQUIPE FEMININA<br />
Com um time formado apenas por<br />
mulheres, o Boletão é uma solução <strong>de</strong><br />
crédito para pagamento <strong>de</strong> boletos<br />
bancários e oferece também a unificação<br />
<strong>de</strong> pagamento, em que é possível<br />
unir todos os boletos do usuário<br />
em um só e em uma única data. A<br />
startup tem como sócias Ariane Tamara<br />
Pelicioli da Rosa, Aline Santiago<br />
Ferreira e Fernanda Zerbin.<br />
“Temos o objetivo <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>rar<br />
cada vez mais as mulheres no empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
e por isso nos unimos.<br />
É muito difícil encontrar mulheres<br />
na tecnologia, por exemplo,<br />
e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação do Boletão nosso<br />
objetivo foi trazer mulheres para o<br />
time”, <strong>de</strong>staca Ariane.<br />
O trio se conheceu no meio das<br />
startups. “Nós nos unimos pois<br />
i<strong>de</strong>ntificamos que cada uma po<strong>de</strong>ria<br />
contribuir e complementar<br />
áreas diferentes e importantes para<br />
o negócio”, diz Ariane, responsável<br />
pela parte <strong>de</strong> negócios. Aline é <strong>de</strong>signer<br />
e Fernanda cuida da área<br />
<strong>de</strong> tecnologia.<br />
A i<strong>de</strong>ia do Boletão surgiu durante<br />
uma fase <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> Ariane.<br />
Na época, ela e o marido iniciavam<br />
as operações <strong>de</strong> outra startup, estavam<br />
ven<strong>de</strong>ndo uma loja e <strong>de</strong> mudança<br />
<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>. O pagamento dos<br />
boletos mensais era uma dificulda<strong>de</strong><br />
porque o fluxo <strong>de</strong> caixa era apertado,<br />
o casal não tinha renda fixa<br />
e existia um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scompasso<br />
<strong>de</strong> datas entre as entradas e saídas,<br />
além da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir para outra<br />
cida<strong>de</strong> pagar os boletos nos bancos<br />
e lotéricas.<br />
“Estudando o mercado, percebi<br />
que não é somente uma dor minha,<br />
isso atinge inúmeros brasileiros.<br />
Compartilhei a i<strong>de</strong>ia com minhas<br />
atuais sócias e começamos o negócio”,<br />
relata Ariane. Elas lançaram<br />
a versão beta e preparam o lançamento<br />
da versão completa para o<br />
primeiro semestre.<br />
Também com uma mulher no<br />
comando, a startup Trio GroupMe é<br />
uma plataforma que faz a integração<br />
<strong>de</strong> pessoas em um mesmo roteiro<br />
<strong>de</strong> viagens, formando uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
viajantes <strong>de</strong> diversas nacionalida<strong>de</strong>s<br />
para se conhecerem experimentando<br />
o mundo, conectando pessoas àqueles<br />
que organizam momentos únicos.<br />
Diante da mudança do comportamento<br />
<strong>de</strong> compra do consumidor,<br />
a fundadora, Luciana Trigo, teve a<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criar a plataforma como alternativa<br />
ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio <strong>de</strong><br />
agência <strong>de</strong> viagens tradicional. Com<br />
o produto validado, a empreen<strong>de</strong>dora<br />
está na fase <strong>de</strong> encontrar parceiros<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
tecnologia e partir para a operação.<br />
“Ser mulher é realmente ser ‘mulher-polvo’.<br />
Acredito que a habilida<strong>de</strong><br />
da mulher em conseguir fazer<br />
duas, três coisas ao mesmo tempo<br />
é um gran<strong>de</strong> diferencial. O cérebro<br />
pensa diferente, consegue ver o<br />
agora, o futuro e o que está acontecendo<br />
no entorno, ajusta tudo e faz<br />
acontecer”, opina.
6 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />
Um brin<strong>de</strong><br />
Seja por estilo <strong>de</strong> vida ou por motivos religiosos, bebidas<br />
Andre Berti, do Jazz<br />
Restô e Burguer: estilo<br />
é <strong>de</strong> bar, mas carta traz<br />
60 opções sem álcool<br />
álcool. Os millenials são chamados<br />
<strong>de</strong> “geração burnout” (exaustão),<br />
pois atuam mais como freelancers<br />
em meio à instabilida<strong>de</strong> do mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho e são extremamente<br />
conectados. Esse contexto fez com<br />
que o grupo busque mais cuidados<br />
com saú<strong>de</strong> e bem -estar, valorizando<br />
ativida<strong>de</strong>s físicas, meditação, yoga<br />
e, consequentemente, rejeitando o<br />
álcool, que não se encaixa nesse estilo<br />
<strong>de</strong> vida.<br />
A geração Z, que veio na sequência,<br />
manteve a priorida<strong>de</strong> na<br />
vida saudável e ainda incorporou<br />
o apreço pelas bebidas funcionais.<br />
Movimento que está sendo acompanhado<br />
<strong>de</strong> perto pela indústria <strong>de</strong><br />
bebidas, que além <strong>de</strong> ter começado<br />
a fazer campanhas pelo consumo<br />
mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> álcool, incluiu em seu<br />
portfólio opções <strong>de</strong> cerveja sem álcool<br />
ou bebidas com ervas e substâncias<br />
naturais ligadas ao bem estar<br />
e ao combate ao estresse.<br />
A marca norte -americana Kin<br />
Euphorics, por exemplo, se ven<strong>de</strong><br />
como “uma nova categoria <strong>de</strong> bebida<br />
noturna, criada para uma conexão<br />
consciente”. Seu slogan é “Toda<br />
a felicida<strong>de</strong>, sem álcool” e usa ingredientes<br />
como ervas, florais, frutas,<br />
sucos e temperos. Já a Recess<br />
enlatou água gaseificada com canabidiol,<br />
substância extraída da Cannabis,<br />
mas sem efeito psicoativo.<br />
Ana Carolina Nunes<br />
Um bar que não ven<strong>de</strong> bebida<br />
alcoólica? Po<strong>de</strong> parecer<br />
estranho, mas está se tornando<br />
uma tendência mundial –<br />
e brasileira. Para um grupo cada<br />
vez maior <strong>de</strong> pessoas, as reuniões<br />
sociais regadas a álcool parecem<br />
estar per<strong>de</strong>ndo a graça, especialmente<br />
para a geração Z, aqueles<br />
nascidos a partir <strong>de</strong> meados dos<br />
anos 1990. As consultorias <strong>de</strong><br />
tendência e inteligência <strong>de</strong> mercado<br />
apontam que esse é o grupo<br />
menos fã <strong>de</strong> bebe<strong>de</strong>ira, que inclui<br />
também os mais novos da geração<br />
anterior, chamada <strong>de</strong> Y ou <strong>de</strong> millenials<br />
(nascidos entre 1980 -1995).<br />
Eles <strong>de</strong>testam ressaca, dão mais<br />
valor à aca<strong>de</strong>mia do que aos bares<br />
e preferem qualida<strong>de</strong> a quantida<strong>de</strong>.<br />
Para esse público, ser saudável<br />
é ser legal, ao contrário da geração<br />
anterior, que, quando jovem, consi<strong>de</strong>rava<br />
o álcool como parte <strong>de</strong> um<br />
estilo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>scolado.<br />
De acordo com o último levantamento<br />
do Centro <strong>de</strong> Informações<br />
sobre Saú<strong>de</strong> e Álcool (Cisa), feito<br />
em 2019 e um dos mais completos<br />
panoramas sobre o tema, os brasileiros,<br />
em geral, estão bebendo menos.<br />
O consumo per capita <strong>de</strong> álcool<br />
reduziu 11% entre 2010 e 2016.<br />
O País está seguindo uma tendência<br />
mundial e em linha com a proposta<br />
da Organização Mundial <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> (OMS) <strong>de</strong> reduzir em 10%<br />
o consumo nocivo <strong>de</strong> álcool entre<br />
a população até 2025. O órgão<br />
estima que 44,5% da população<br />
mundial nunca consumiu álcool,<br />
lembrando que uma boa parcela<br />
da população não ingere álcool por<br />
motivos religiosos.<br />
A preocupação com a saú<strong>de</strong> está<br />
entre os motivos que puxam esse<br />
movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização do<br />
CONSUMO CONSCIENTE<br />
Para Julia Caran, da WGSN<br />
Mindset, consultoria multinacional<br />
<strong>de</strong> comportamento e consumo,<br />
e que tem trabalhado com a indústria<br />
<strong>de</strong> bebidas, a tendência não<br />
é necessariamente a abstinência,<br />
mas um consumo <strong>de</strong> álcool mais<br />
consciente para conciliar o estilo<br />
<strong>de</strong> vida saudável aos momentos <strong>de</strong><br />
socialização, e as bebidas funcionais<br />
se encaixam muito bem nessa<br />
estratégia. “Com o boom da valorização<br />
do bem -estar, as bebidas sem<br />
álcool ou com baixo teor alcóolico<br />
são uma forte tendência, apesar <strong>de</strong><br />
ainda bastante voltada a um nicho.<br />
Mas i<strong>de</strong>ntifica -se, especialmente
EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 7<br />
(sem álcool)!<br />
e drinks não alcoólicos ganham espaço no mercado<br />
nos mais jovens, um movimento <strong>de</strong><br />
conciliar a socialização e a rotina,<br />
planejar suas ativida<strong>de</strong>s e não sair<br />
do controle”, diz.<br />
Se a indústria está atenta a esse<br />
novo comportamento do consumidor,<br />
os empreen<strong>de</strong>dores também<br />
estão. Há sete anos, o chef Andre<br />
Berti abriu o Jazz Restô e Burguer,<br />
com uma carta <strong>de</strong> bebidas<br />
100% sem álcool. A motivação foi<br />
religiosa, mas o pioneirismo coincidiu<br />
com o momento e o negócio,<br />
que começou em um pequeno<br />
imóvel na Vila Mariana, em São<br />
Paulo, e hoje ocupa outros cinco<br />
ao redor, acabou <strong>de</strong> ganhar uma<br />
segunda unida<strong>de</strong>.<br />
Nesse período, o faturamento expandiu<br />
tanto quanto o espaço. Hoje,<br />
o Jazz fatura <strong>de</strong>z vezes mais do que<br />
no ano <strong>de</strong> abertura, com um histórico<br />
<strong>de</strong> crescimento em torno <strong>de</strong> 15%<br />
ao ano. De acordo com Berti, muitos<br />
clientes ainda estranham a falta <strong>de</strong><br />
álcool, mas ele prefere a vantagem<br />
<strong>de</strong> não ter problemas causados pelo<br />
consumo excessivo <strong>de</strong> bebida alcoólica,<br />
como mais sujeira ou episódios<br />
<strong>de</strong> violência. “Pensamos também na<br />
saú<strong>de</strong>. O álcool é a droga lícita mais<br />
consumida no mundo e não queremos<br />
participar disso”, explica.<br />
Berti diz que a maior dificulda<strong>de</strong><br />
é encontrar fornecedores. “Não<br />
se investe muito nesse tipo <strong>de</strong> produto,<br />
as pessoas não acreditam na<br />
<strong>de</strong>manda”, afirma. O Jazz trabalha<br />
com dois gran<strong>de</strong>s produtores nacionais<br />
<strong>de</strong> bebida, duas cervejarias<br />
paulistas menores e importadoras<br />
que trazem cervejas da Bélgica, da<br />
Alemanha e da Espanha. A carta<br />
<strong>de</strong> bebidas tem mais <strong>de</strong> 60 opções:<br />
além das cervejas, há drinks, espumantes,<br />
vinhos brancos, tintos e<br />
rosés, tudo sem uma gota <strong>de</strong> álcool.<br />
Para quem está pensando em<br />
empreen<strong>de</strong>r nesse segmento, a dica<br />
<strong>de</strong> Berti é estudar bem o mercado<br />
para direcionar melhor o marketing<br />
para o público -alvo. “A principal dificulda<strong>de</strong><br />
é encontrar esse público,<br />
mas ele existe. É preciso buscar e<br />
trabalhar seu marketing com eles.”<br />
BEM NA FOTO<br />
As gerações mais jovens lidam<br />
muito com sua imagem nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais. E um dos motivos do <strong>de</strong>sinteresse<br />
pelo álcool também passa<br />
por aí. “Ninguém quer postar uma<br />
selfie com aquela cara alcoolizada<br />
ou então fazer alguma postagem alcoolizado<br />
e se arrepen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>pois”,<br />
diz a consultora do Sebrae -SP Karyna<br />
Muniz. Pelo contrário, os drinks<br />
não alcoólicos ajudam a ficar bem<br />
na foto. É o que diz Jairo Gama, que<br />
comanda o Bar Obelisco e o Vista<br />
Ibirapuera, que oferece três opções<br />
sem álcool nos cardápios. Uma <strong>de</strong>las<br />
respon<strong>de</strong> por cerca <strong>de</strong> 10% dos<br />
drinks pedidos – é o Bijou, que leva<br />
purê <strong>de</strong> maracujá, água <strong>de</strong> coco e<br />
espuma <strong>de</strong> gengibre. Ele conta que<br />
se <strong>de</strong>dicou para criar drinks não<br />
apenas saborosos, mas com uma<br />
“roupagem bonita”. “Hoje tudo tem<br />
que ser ‘instagramável’. Tem que<br />
ren<strong>de</strong>r uma boa foto”, relata.<br />
Atuando há 17 anos como mixólogo,<br />
Gama acredita que o drink sem<br />
álcool é uma “gran<strong>de</strong> sacada” para o<br />
empreen<strong>de</strong>dor, já que tem também<br />
maior margem <strong>de</strong> lucro – ao contrário,<br />
por exemplo, dos drinks à base<br />
<strong>de</strong> gin, a bebida do momento. Para<br />
Gama, porém, é preciso investir em<br />
drink bom <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. No passado,<br />
lembra, os drinks não alcoólicos<br />
eram menosprezados pelos frequentadores<br />
e pelos próprios barten<strong>de</strong>rs,<br />
que, em geral, ofereciam<br />
opções com frutas e cheias <strong>de</strong> leite<br />
con<strong>de</strong>nsado. “O paladar do brasileiro<br />
mudou. Portanto, o mixólogo<br />
tem que ser criativo no sabor e na<br />
apresentação”, recomenda.<br />
Responsável pelo bar do SubAstor,<br />
em São Paulo, Fábio La Pietra<br />
reforça a recomendação, já que o<br />
consumidor está mais exigente.<br />
“As pessoas têm buscado mais sabor<br />
e percebido que não precisam<br />
<strong>de</strong> álcool para ter essa experiência<br />
<strong>de</strong> coquetel bar. Muitas vezes vale<br />
explorar um ingrediente local, por<br />
exemplo.” No SubAstor, são duas<br />
opções não alcoólicas entre as 12<br />
ofertas <strong>de</strong> drinks. Como dica <strong>de</strong><br />
precificação, Fábio recomenda cobrar<br />
pelo menos a meta<strong>de</strong> do que se<br />
cobraria pela versão alcoólica.<br />
Karyna Muniz também orienta<br />
que o bar ou restaurante ofereça<br />
um cardápio <strong>de</strong> comida que harmonize<br />
com os drinks sem álcool.<br />
“O bar tem que conciliar com a cozinha,<br />
isso faz com que o tíquete<br />
médio aumente”, diz. Além disso,<br />
ela recomenda estudar bem os ingredientes<br />
e suas funcionalida<strong>de</strong>s<br />
e investir em insumos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
“Se for explorar frutas ou<br />
hortaliças, valorize a estação, a<br />
brasilida<strong>de</strong>, a inovação do mix <strong>de</strong><br />
produtos, respeitando a sazonalida<strong>de</strong>,<br />
para ter melhor controle do<br />
custo fora <strong>de</strong> época. A i<strong>de</strong>ia é superar<br />
cada vez mais as expectativas<br />
<strong>de</strong>ssa experiência”.<br />
A consultora do Sebrae-SP Karyna Muniz dá algumas orientações<br />
para quem se animou com a tendência dos coquetéis sem álcool:<br />
<strong>Negócios</strong> <strong>de</strong> nicho têm risco maior. É mais interessante<br />
diversificar sua oferta para conseguir aten<strong>de</strong>r a diferentes<br />
<strong>de</strong>mandas e a uma maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumidores.<br />
Valorize ingredientes brasileiros e<br />
explore a sazonalida<strong>de</strong>, pois isso<br />
terá impactos no custo.<br />
Desenvolva um cardápio para a cozinha que funcione<br />
em harmonia com o bar para elevar o tíquete médio.<br />
Ofereça uma experiência. Explore o<br />
visual do produto oferecido e, se possível,<br />
até mesmo o processo <strong>de</strong> criação.<br />
Faça um bom planejamento <strong>de</strong> marketing digital para<br />
explorar o seu diferencial e alcançar seu público.<br />
A precificação precisa encontrar o equilíbrio:<br />
a versão sem álcool <strong>de</strong>ve ser mais barata, mas<br />
mantendo uma boa margem por unida<strong>de</strong>.
8 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />
DE FÃS A<br />
Dos games aos quadrinhos, licenciamento <strong>de</strong> personagens<br />
Felipe Rossetti, da Piticas:<br />
marca do universo pop<br />
projeta chegar a 600<br />
unida<strong>de</strong>s franqueadas até<br />
o fim <strong>de</strong>ste ano<br />
Ana Carolina Nunes<br />
Em sua edição mais recente, em<br />
<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2019, o CCXP,<br />
maior festival <strong>de</strong> cultura geek<br />
do mundo segundo seus organizadores,<br />
reuniu um público <strong>de</strong> 280 mil<br />
pessoas ao longo <strong>de</strong> quatro dias <strong>de</strong><br />
evento em São Paulo, com ingressos<br />
que não saem por menos <strong>de</strong> R$ 90<br />
por dia. Em 2014, o mesmo evento<br />
havia reunido 97 mil pessoas.<br />
Geek são as pessoas ligadas a<br />
tecnologia, games e personagens do<br />
mundo pop.<br />
O aumento do público da feira<br />
indica o quanto o universo do entretenimento<br />
tem crescido como mercado.<br />
Jogos, séries, filmes, animações<br />
e quadrinhos vão além dos seus<br />
formatos e se expan<strong>de</strong>m por roupas,<br />
acessórios, objetos domésticos, papelaria,<br />
comidas, bebidas, brinquedos,<br />
itens <strong>de</strong> higiene, cosméticos e o<br />
que mais a criativida<strong>de</strong> permitir.<br />
Além <strong>de</strong> caprichar na criativida<strong>de</strong>,<br />
o empreen<strong>de</strong>dor interessado<br />
em investir no universo pop como<br />
negócio precisa fazer um processo<br />
<strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> marca e dos<br />
personagens que preten<strong>de</strong> explorar.<br />
Em 2019, o segmento <strong>de</strong> licenciamento<br />
faturou R$ 20 bilhões<br />
no País, valor 6% maior que no<br />
ano anterior, mantendo a média<br />
<strong>de</strong> crescimento registrada nos seis<br />
anos anteriores, <strong>de</strong> 4% a 6%, conforme<br />
relatório da Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Licenciamento <strong>de</strong> Marcas<br />
e Personagens (Abral). O Brasil é o<br />
sexto maior faturamento quando<br />
se fala em licenciamento, atrás <strong>de</strong><br />
Estados Unidos, Japão, Inglaterra,<br />
México e Canadá.<br />
“Existe a <strong>de</strong>manda e também oportunida<strong>de</strong>s<br />
com infinitas possibilida<strong>de</strong>s,<br />
até mesmo fora das gran<strong>de</strong>s marcas<br />
e personagens. Há uma <strong>de</strong>manda<br />
reprimida que vai além dos gran<strong>de</strong>s<br />
sucessos, especialmente no nicho <strong>de</strong><br />
games”, avalia Felipe Rossetti, fundador,<br />
ao lado do irmão Rafael, da Piticas,<br />
marca especializada em produtos<br />
que exploram o universo pop.<br />
A Piticas nasceu em 2010, <strong>de</strong>pois<br />
que os irmãos voltaram <strong>de</strong> uma<br />
temporada <strong>de</strong> estudos nos Estados<br />
Unidos e i<strong>de</strong>ntificaram que a temática<br />
pop não era explorada no Brasil.<br />
A empresa encerrou 2019 com faturamento<br />
<strong>de</strong> R$ 230 milhões – o dobro<br />
do registrado em 2017 – e 452<br />
lojas nos formatos quiosque, loja<br />
<strong>de</strong> rua e loja em shopping, sendo<br />
225 franqueados. A marca continua<br />
concentrando seus negócios no mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> franquias e projeta chegar a<br />
600 unida<strong>de</strong>s até o fim <strong>de</strong>ste ano.<br />
COM LICENÇA<br />
Para quem <strong>de</strong>seja empreen<strong>de</strong>r<br />
no setor, é importante ter em mente<br />
que o processo <strong>de</strong> licenciamento<br />
requer investimento financeiro e<br />
<strong>de</strong> tempo. Muitos empreen<strong>de</strong>dores<br />
acabam usando personagens por<br />
conta própria em seus produtos<br />
sem o <strong>de</strong>vido licenciamento. Isso<br />
po<strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r apreensão da mercadoria,<br />
acarretando em perdas e danos,<br />
e uma notificação judicial.<br />
Marici Ferreira, presi<strong>de</strong>nte da<br />
Abral, explica que as marcas exigem<br />
um plano <strong>de</strong> negócio do empresário<br />
que preten<strong>de</strong> usar seus<br />
personagens em seus produtos ou<br />
serviços. Baseado nesse plano <strong>de</strong><br />
negócios, é estipulado também um<br />
porcentual <strong>de</strong> adiantamento <strong>de</strong> valores<br />
a serem pagos à marca. Além<br />
disso, há o pagamento <strong>de</strong> royalties,<br />
que po<strong>de</strong> começar em 2% (em geral<br />
para alimentos) e chegar a até 15%.<br />
Em geral, a média é <strong>de</strong> 8% a 10%,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo do produto e da<br />
quantida<strong>de</strong> estimada <strong>de</strong> venda.<br />
As marcas também vão avaliar<br />
se o produto ou serviço que se quer<br />
explorar estão alinhadas ao personagem<br />
ou ao nome a ser licenciado.<br />
Elas também fazem um levantamento<br />
sobre a empresa solicitante,<br />
como idoneida<strong>de</strong>, atuação – se nacional,<br />
regional ou nos gran<strong>de</strong>s centros<br />
–, reputação no mercado e saú<strong>de</strong><br />
financeira. “A empresa precisa<br />
estar com tudo em or<strong>de</strong>m, mostrar<br />
que tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção e<br />
<strong>de</strong> que está preparada para o aporte.<br />
A gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> entre as<br />
MPEs é <strong>de</strong> não ter um planejamento<br />
<strong>de</strong> longo prazo, nem <strong>de</strong> vendas, nem<br />
financeiro”, afirma Marici.
EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 9<br />
CLIENTES<br />
ren<strong>de</strong> bons negócios pela i<strong>de</strong>ntificação do consumidor<br />
A executiva <strong>de</strong>staca que sai na<br />
frente quem tiver uma empresa<br />
organizada, mas, mais do que isso,<br />
vai se <strong>de</strong>stacar aquela que mais pesquisar<br />
e buscar se diferenciar. “Pesquise<br />
o que já existe, tente encontrar<br />
um nicho. Se for algo infantil,<br />
po<strong>de</strong> testar com as crianças do seu<br />
convívio. Investigue bem o material,<br />
o custo e, também importante,<br />
a sustentabilida<strong>de</strong>”, sugere.<br />
A criativida<strong>de</strong> vai pesar muito,<br />
já que todas as marcas possuem<br />
um “style gui<strong>de</strong>” (guia <strong>de</strong> estilo,<br />
em tradução literal), que funciona<br />
como um “manual” <strong>de</strong> como usar a<br />
comunicação visual daquele personagem,<br />
o que po<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>ve ser feito<br />
na aplicação da arte. “Entenda o<br />
produto, tenha cuidado com a a<strong>de</strong>quação<br />
<strong>de</strong>le ao personagem, an<strong>de</strong><br />
pelo varejo, vá para a rua, pesquise.<br />
O empreen<strong>de</strong>dor que se preparar<br />
e tiver criativida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>,<br />
tem 90% <strong>de</strong> chance <strong>de</strong> ter sucesso”,<br />
orienta Marici.<br />
Segundo ela, o processo <strong>de</strong> licenciamento<br />
dura em média seis meses<br />
da proposta até colocar o produto no<br />
mercado, passando por uma versão<br />
piloto daquele item. Os contratos<br />
costumam ter uma duração <strong>de</strong> dois<br />
anos, que em geral são renovados se<br />
a parceria vai bem. Mas é possível<br />
fazer o licenciamento para uso pontual<br />
<strong>de</strong> um personagem, como para<br />
uma campanha <strong>de</strong> marketing.<br />
Por causa do processo longo e<br />
burocrático, o consultor do Sebrae-<br />
‐SP Emerson Neves recomenda que<br />
o empreen<strong>de</strong>dor tenha assessoria<br />
jurídica na negociação. Uma forma<br />
<strong>de</strong> facilitar esse caminho, <strong>de</strong> acordo<br />
com o consultor, seria atuar com<br />
licenciamento por meio <strong>de</strong> franquia.<br />
Essa foi a opção do empresário<br />
Alexandre Souza, que possui<br />
duas franquias na área da educação.<br />
Uma <strong>de</strong>las é a Pingu’s English<br />
School, escola <strong>de</strong> inglês para crianças<br />
<strong>de</strong> dois a 10 anos. Pingu é um<br />
personagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho infantil<br />
suíço -britânico criado nos anos<br />
1990. Os episódios contam as aventuras<br />
do pinguim do título com<br />
amigos e família no Polo Sul.<br />
Souza abriu a primeira unida<strong>de</strong><br />
em 2017 no bairro <strong>de</strong> Santo Amaro,<br />
em São Paulo, e tem visto o faturamento<br />
crescer 20% ao ano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.<br />
“Contar com um personagem reconhecido<br />
pelos nossos pais e alunos<br />
certamente contribui muito para esse<br />
crescimento”, avalia. Ele reforça o discurso<br />
<strong>de</strong> que é preciso ter afinida<strong>de</strong><br />
entre o personagem ou tema escolhido<br />
com o produto ou serviço em que<br />
ele será aplicado. “Analise se o licenciamento<br />
tem a<strong>de</strong>rência ao negócio.<br />
Precisa fazer sentido. Quais valores o<br />
personagem e a marca que você está<br />
licenciando transmitem?”, diz.<br />
O empreen<strong>de</strong>dor avalia que é<br />
uma vantagem trabalhar com um<br />
personagem, já que o negócio ganha<br />
curiosida<strong>de</strong> e simpatia “quase imediata”<br />
dos fãs do <strong>de</strong>senho, como ele<br />
diz, além do reforço <strong>de</strong> exposição<br />
<strong>de</strong> marca sempre que o <strong>de</strong>senho é<br />
transmitido. Para <strong>2020</strong>, Alexandre<br />
projeta um faturamento 30% maior,<br />
impulsionado pelas operações chamadas<br />
“in school”, em parceria com<br />
escolas <strong>de</strong> educação infantil.<br />
Uma alternativa para o empreen<strong>de</strong>dor<br />
que chegar à conclusão <strong>de</strong> que<br />
os custos do licenciamento são maiores<br />
que suas possibilida<strong>de</strong>s, é buscar<br />
temas entre criações, seja nas artes<br />
ou na literatura, que já tenham entrado<br />
em domínio público, afirma Neves,<br />
do Sebrae -SP. Domínio público<br />
é a condição jurídica em que não há<br />
mais <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> direito autoral da<br />
obra, ou seja, ela é livre para ser utilizada<br />
por qualquer pessoa. No Brasil,<br />
uma criação entra em domínio púbico<br />
após 70 anos da morte do autor.<br />
Outra questão importante para<br />
quem <strong>de</strong>seja registrar uma marca<br />
ou personagem é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fazer o registro <strong>de</strong> marcas e patentes<br />
no Instituto Nacional <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong><br />
Industrial (Inpi).<br />
Alexandre Souza é dono<br />
<strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> inglês<br />
com o personagem Pingu:<br />
afinida<strong>de</strong> é importante<br />
O SETOR EM NÚMEROS<br />
De acordo com pesquisa da Licensing International (associação internacional da indústria <strong>de</strong><br />
licenciamento, conhecida como Lima), quase meta<strong>de</strong> das licenças vendidas no mundo são<br />
<strong>de</strong> personagens <strong>de</strong> entretenimento (44%), gerando US$ 122 bilhões em negócios em 2019.<br />
MARCAS<br />
CORPORATIVAS<br />
MODA<br />
ESPORTES<br />
CELEBRIDADES<br />
MÚSICA<br />
ARTES<br />
2%<br />
1%<br />
1%<br />
SE CONSIDERARMOS O TIPO DE<br />
PRODUTO, OS TRÊS PRINCIPAIS SÃO<br />
15%<br />
VESTUÁRIO<br />
12%<br />
BRINQUEDOS<br />
11%<br />
ACESSÓRIOS<br />
DE MODA<br />
12%<br />
10%<br />
POR REGIÃO:<br />
21%<br />
O LEVANTAMENTO DA LIMA<br />
TAMBÉM MOSTRA QUE NOS<br />
ÚLTIMOS CINCO ANOS<br />
O SEGMENTO CRESCEU16%<br />
ESTADOS UNIDOS e CANADÁ dominam<br />
do mercado ou US$ 162 BILHÕES<br />
58% por ano. O restante se divi<strong>de</strong> em:<br />
23% Europa<br />
14% Ásia<br />
4% América Latina<br />
2% Mediterrâneo e África<br />
1% Resto do mundo<br />
* Annual Global Licensing Industry Survey 2019 Report - Pesquisa feita em 47 países –<br />
557 companhias da indústria do licenciamento.
10 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />
Ganhando com rock e gestão<br />
Reformulação fez a Sabot integrar marca <strong>de</strong> roupas com espaço <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>dicado ao gênero musical<br />
Juliana Ramirez e Franco<br />
Ceravolo, da Sabot:<br />
consultoria ampliou as<br />
possibilida<strong>de</strong>s da empresa<br />
Rogério Lagos<br />
A<br />
marca Sabot começou em<br />
2008 com a produção <strong>de</strong><br />
roupas inspiradas no universo<br />
un<strong>de</strong>rground, como o punk<br />
rock. Porém, após <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>,<br />
o casal Juliana Ramirez<br />
e Franco Ceravolo, sócios na empresa,<br />
i<strong>de</strong>ntificou uma lacuna no<br />
negócio: falta <strong>de</strong> capacitação em<br />
gestão, principalmente em áreas<br />
como finanças, recursos humanos<br />
e marketing. A solução veio com a<br />
ajuda do Sebrae-SP. Em menos <strong>de</strong><br />
um ano, a empresa agregou valor<br />
à confecção incorporando serviços<br />
para seu público e viu o faturamento<br />
crescer pelo menos 20%.<br />
“Nós nos <strong>de</strong>mos conta <strong>de</strong> que,<br />
além <strong>de</strong> produtos, oferecíamos serviços<br />
e começamos a pensar diferente<br />
o ponto <strong>de</strong> venda, os produtos<br />
e serviços e reformulamos o posicionamento<br />
<strong>de</strong> comunicação da nossa<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> institucional”, explica<br />
Juliana. No espaço da Sabot, no<br />
bairro das Perdizes, zona oeste <strong>de</strong><br />
São Paulo, o casal – com mais um<br />
sócio – comanda o bar Fenda, que<br />
recebe shows aos finais <strong>de</strong> semana, e<br />
um estúdio para bandas. Os serviços<br />
ficavam sob a marca Fenda e a Sabot<br />
apenas promovia seus eventos.<br />
Após a capacitação em gestão com<br />
o Sebrae-SP, os sócios perceberam<br />
que casar institucionalmente os serviços<br />
<strong>de</strong> estúdio, bar, show e confecção<br />
seria a melhor alternativa.<br />
CAPACITAÇÃO<br />
O casal se <strong>de</strong>bruçou nos estudos<br />
<strong>de</strong> marketing, planejamento estratégico,<br />
gestão financeira e recursos<br />
humanos, além <strong>de</strong> receber consultorias<br />
na empresa. Ao todo foram<br />
mais <strong>de</strong> 60 horas <strong>de</strong> capacitação.<br />
“Analisamos o posicionamento da<br />
marca Sabot em relação à concorrência,<br />
o cenário versus a capacida<strong>de</strong><br />
produtiva, <strong>de</strong> criação e vendas.<br />
Era uma empresa <strong>de</strong>sestruturada”,<br />
comenta a consultora do Sebrae-SP<br />
Caroline Minucci, responsável por<br />
gran<strong>de</strong> parte do conteúdo transmitido<br />
à empresa. “Era uma marca<br />
para venda <strong>de</strong> roupas, mas se tornou<br />
um espaço <strong>de</strong> cultura do rock,<br />
tanto com shows, quanto oferecendo<br />
serviços <strong>de</strong> incentivo ao rock<br />
com estúdio <strong>de</strong> gravação. Tornou-se<br />
um projeto muito maior do que apenas<br />
a venda <strong>de</strong> produtos”, explica.<br />
Para Ceravolo, a capacitação serviu<br />
para estruturar todo o processo<br />
produtivo. “O organograma geral da<br />
empresa ficou mais claro, apren<strong>de</strong>mos<br />
a lidar com funcionários da maneira<br />
correta, analisando aptidões,<br />
realizando treinamento e qualificação.<br />
Tínhamos noção <strong>de</strong> algumas<br />
coisas antes, mas a fórmula para encarar<br />
tudo <strong>de</strong> maneira horizontal <strong>de</strong>ixou<br />
nossos processos mais claros.”<br />
A confecção também passou por<br />
ajustes. Sempre muito forte no inverno,<br />
a marca teve dificulda<strong>de</strong>s no<br />
verão <strong>de</strong> 2019. Mas, após as consultorias,<br />
conseguiram melhorar os<br />
processos, anteciparam produções e<br />
criaram um mix <strong>de</strong> itens com opções<br />
<strong>de</strong> acordo com a estação. “Ven<strong>de</strong>mos<br />
em fevereiro <strong>de</strong> 2019 apenas 20% do<br />
que ven<strong>de</strong>mos em fevereiro <strong>de</strong> <strong>2020</strong>”,<br />
comemora Ceravolo. Ele comenta<br />
ainda que os ajustes realizados aumentaram<br />
o leque <strong>de</strong> produtos e serviços<br />
da Sabot e auxiliou no bom relacionamento<br />
com os clientes. “Nosso<br />
público-alvo segue bem nichado, mas<br />
seguimos crescendo. Os clientes estão<br />
acompanhando as mudanças e veem<br />
o crescimento <strong>de</strong> forma positiva.”<br />
Segundo a consultora do Sebrae-<br />
-SP, a Sabot já colocou em prática<br />
muito conteúdo que fez com que a<br />
marca crescesse em um ano, mas o<br />
plano <strong>de</strong> ação estabelecido nas consultorias<br />
continua. “A empresa ainda<br />
vai executar outras ações <strong>de</strong> relacionamento<br />
com os clientes, ajustar<br />
o e-commerce e a fachada.” Este<br />
último item agrega uma curiosida<strong>de</strong>:<br />
a casa que dá vida a Sabot tem<br />
o número 315, o mesmo do CBGB,<br />
icônico bar <strong>de</strong> rock inaugurado em<br />
1973 em Nova York (EUA). “Estamos<br />
trabalhando na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual<br />
da nossa casa para aproveitar essa<br />
coincidência”, comenta Ceravolo.<br />
Para Juliana, a capacitação foi e vem<br />
sendo fundamental para a empresa.<br />
“O Sebrae nos ajudou muito, absurdamente,<br />
a adquirir o conhecimento<br />
para virarmos empresários. Antes<br />
fazíamos as coisas na intuição, mas<br />
tinha um ‘buraco’. Cometíamos erros<br />
graves, como ficar sem produtos.<br />
Agora estamos trabalhando com os<br />
processos corretos”, comemora.<br />
CONSULTORIA NA<br />
EMPRESA – MARKETING<br />
Da mesma forma que Juliana e<br />
Ceravolo conseguiram excelentes<br />
resultados para a Sabot, você também<br />
po<strong>de</strong>. O Sebrae-SP oferece<br />
consultorias na empresa focadas<br />
em marketing em todo o Estado.<br />
Cada pacote <strong>de</strong> consultoria possui<br />
quatro horas <strong>de</strong> duração e o investimento<br />
é <strong>de</strong> R$ 550, po<strong>de</strong>ndo<br />
ser parcelado no cartão <strong>de</strong> crédito.<br />
Para outras informações, ligue gratuitamente<br />
para o Sebrae-SP pelo<br />
telefone 0800 570 0800 ou acesse<br />
solucoes.sebraesp.com.br.
EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 11<br />
Voo <strong>de</strong> águia<br />
Há muitas dúvidas e opiniões diferentes<br />
quando o assunto é impulsionamento<br />
<strong>de</strong> postagens nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Há quem <strong>de</strong>fenda impulsionar sempre,<br />
há quem <strong>de</strong>fenda a produção <strong>de</strong> conteúdos<br />
relevantes para que o alcance dos<br />
seguidores seja puramente orgânico.<br />
Eu <strong>de</strong>fendo que é preciso <strong>de</strong>senvolver<br />
um plano estratégico que contemple<br />
a produção <strong>de</strong> conteúdos ricos, que promovam<br />
informações e interações com os<br />
seguidores da página e que atraia a atenção<br />
<strong>de</strong> novos e potenciais seguidores.<br />
Dentro da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>sse plano estratégico,<br />
é preciso <strong>de</strong>finir o objetivo da<br />
postagem: gerar vendas? Atrair novos<br />
seguidores para a página? Apresentar<br />
uma ação pontual?<br />
Diante da <strong>de</strong>finição dos objetivos, po<strong>de</strong>‐<br />
‐se construir o conteúdo, por imagem e<br />
escrito, que será postado, e impulsionado.<br />
Mas atenção: não basta apenas injetar<br />
dinheiro e promover a publicação.<br />
SAMUEL AGUIAR DE CASTRO E SOUZA<br />
Consultor do Sebrae ‐SP<br />
Quando impulsionar um post?<br />
Recomendo que segmente bem o<br />
alvo <strong>de</strong>ssa publicação: qual a faixa etária,<br />
qual a região e localização que se<br />
preten<strong>de</strong> atingir, qual o período vigente<br />
da publicação impulsionada, e os valores<br />
diários que serão investidos.<br />
Não há uma regra, um número “cabalístico”<br />
para se investir, porém, as empresas<br />
geralmente <strong>de</strong>stinam entre 3% e 5%<br />
do seu faturamento para a área <strong>de</strong> marketing<br />
em geral, físico ou digital, logo, o i<strong>de</strong>al<br />
é que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dinheiro reservada<br />
para o impulsionamento esteja contemplada<br />
nesse orçamento mensal.<br />
Por fim, tão importante quanto reservar<br />
um valor para impulsionar as publicações<br />
é mensurar o resultado, e por isso<br />
<strong>de</strong>stacamos que é preciso ter claro o objetivo<br />
da ação <strong>de</strong> impulsionar, para que<br />
seja possível medir o retorno da ação,<br />
seja em número <strong>de</strong> vendas, números <strong>de</strong><br />
novos seguidores, número <strong>de</strong> pessoas<br />
que a<strong>de</strong>rem a uma ação ou evento.<br />
O Sebrae Respon<strong>de</strong> é um serviço para tirar dúvidas <strong>de</strong><br />
empreen<strong>de</strong>dores sobre a abertura <strong>de</strong> novos negócios e<br />
questões relacionadas à gestão <strong>de</strong> empresas já em ativida<strong>de</strong>.<br />
Divulgação<br />
No jargão econômico, voo <strong>de</strong> galinha<br />
é a imagem usada para representar<br />
o crescimento que não se<br />
sustenta. A analogia também vale<br />
para o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> uma empresa<br />
que no primeiro momento parece<br />
promissor, mas acaba não indo longe.<br />
Muitos são os fatores internos<br />
que contribuem negativamente para<br />
um negócio ter o tal voo <strong>de</strong> galinha:<br />
falta <strong>de</strong> planejamento, falhas no cuidado<br />
das finanças, <strong>de</strong>ficiências no<br />
produto ou serviço etc. Entretanto,<br />
uma boa gestão e a busca permanente<br />
pela qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m alterar<br />
esse quadro.<br />
Porém, os tempos atuais exigem<br />
mais. É necessário estar em sintonia<br />
com as mudanças rápidas que ocorrem<br />
na socieda<strong>de</strong>. É aqui que entra a transformação<br />
digital, conceito aplicável aos<br />
mais variados empreendimentos.<br />
Cada vez mais a tecnologia influencia<br />
comportamentos, amplia a<br />
circulação <strong>de</strong> informação e modifica<br />
a forma <strong>de</strong> se consumir. Consequentemente,<br />
as empresas têm <strong>de</strong> estar<br />
alinhadas a esse contexto.<br />
Na prática, estamos falando <strong>de</strong><br />
uma nova maneira <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> novos<br />
processos – com base na tecnologia<br />
– para obter agilida<strong>de</strong> e avanços<br />
na produtivida<strong>de</strong> e na competitivida<strong>de</strong><br />
ou até novas opções <strong>de</strong> negócio.<br />
WILSON POIT,<br />
diretor‐superinten<strong>de</strong>nte<br />
do Sebrae ‐SP<br />
A empresa precisa estar conectada<br />
para aumentar sua eficiência operacional<br />
e po<strong>de</strong>r aten<strong>de</strong>r bem seu<br />
público, oferecendo uma experiência<br />
mais satisfatória (seja online ou na loja<br />
física) e, consequentemente, proporcionando<br />
as soluções que ele busca.<br />
Dentro da transformação digital<br />
está o chamado Big Data, enorme volume,<br />
varieda<strong>de</strong> e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados<br />
que permitem saber mais sobre<br />
o mercado e seus consumidores.<br />
Outro elemento <strong>de</strong>sse pacote é a<br />
inteligência artificial, que simula a capacida<strong>de</strong><br />
do ser humano <strong>de</strong> resolver<br />
problemas e assim expandir o relacionamento<br />
com o cliente.<br />
Existem diversos outros recursos<br />
nesse universo; cabe ao empresário<br />
incorporá ‐los ao seu negócio.<br />
A transformação digital é uma mudança<br />
na cultura do empreendimento,<br />
acessível também às micro e pequenas<br />
empresas. Ao absorver essa nova<br />
mentalida<strong>de</strong>, o empreen<strong>de</strong>dor po<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ixar o voo <strong>de</strong> galinha para trás e se<br />
posicionar para alçar o voo <strong>de</strong> águia.<br />
Acompanhe o Sebrae‐SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas re<strong>de</strong>s sociais:<br />
facebook.com/sebraesp<br />
flickr.com/sebraesp<br />
soundcloud.com/sebraesp<br />
youtube.com/sebraesaopaulo<br />
twitter.com/sebraesp<br />
instagram.com/sebraesp<br />
issuu.com/sebraesp<br />
sebraeseunegocio.com.br<br />
ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME.<br />
Queremos ouvi ‐lo: 0800 570 0800<br />
ouvidoria@sebraesp.com.br
12 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />
Para anunciar<br />
(11) 3177‐4784<br />
Comercial<br />
o sebrae ‐sp não se responsabiliza pelas informações disponibilizadas neste espaço publicitário. o anunciante assume responsabilida<strong>de</strong> total por sua publicida<strong>de</strong>.<br />
CONSULTORIA<br />
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS<br />
A<br />
o<br />
O cuidado e<br />
conforto<br />
que você<br />
merece.<br />
LAVANDERIA<br />
Lavamos:<br />
Tapetes<br />
Cortinas<br />
Sofás<br />
Toalhas<br />
Uniformes<br />
Jaqueta Térmicas<br />
Jalecos<br />
Retiramos e<br />
entregamos<br />
na sua<br />
empresa.<br />
(11) 93801-0139<br />
Av Nossa Senhora do Loreto, 616<br />
Vila Me<strong>de</strong>iros<br />
Abertura <strong>de</strong> empresa | Consultoria Contábil<br />
Há mais <strong>de</strong> 10 anos na Zona Sul <strong>de</strong> SP<br />
Especializada em PME<br />
(11) 5831-4546<br />
(11) 94314-6043<br />
www.contabilida<strong>de</strong>conceito.com.br<br />
QUER AUMENTAR A<br />
COMPETITIVIDADE DA<br />
SUA EMPRESA POR MEIO<br />
DA INOVAÇÃO?<br />
INSCREVA ‐SE NO PROGRAMA ALI E RECEBA UM<br />
AGENTE LOCAL DE INOVAÇÃO EM SUA EMPRESA!<br />
O Programa ALI* transforma os pequenos negócios por meio da inovação, aplicando uma<br />
metodologia que se ajusta às empresas que precisam criar, implementar e gerir a inovação.<br />
• Programa gratuito <strong>de</strong>stinado a microempresas e empresas<br />
<strong>de</strong> pequeno porte;<br />
• Acompanhamento customizado;<br />
• Realização <strong>de</strong> 10 encontros na empresa em até 9 meses;<br />
• Aplicação <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> inovação.<br />
PARTICIPE!<br />
PREENCHA O FORMULÁRIO DE INTERESSE NO<br />
SITE ABAIXO E AGUARDE NOSSO CONTATO.<br />
www.ali.sebraesp.com.br<br />
*Programa ALI<br />
requer conhecimento<br />
avançado em gestão.<br />
TECNOLOGIA<br />
Para tornar a comunicação<br />
mais acessível<br />
ao cliente com<br />
<strong>de</strong>ficiência auditiva,<br />
o Sebrae ‐SP disponibiliza<br />
o serviço <strong>de</strong> intérprete<br />
<strong>de</strong> Libras em seus eventos presenciais.<br />
A solicitação do serviço<br />
<strong>de</strong>verá ser comunicada no ato da<br />
inscrição e com antecedência <strong>de</strong><br />
5 (cinco) dias úteis à data <strong>de</strong> realização<br />
do evento. O cliente ou seu<br />
representante po<strong>de</strong>rá se inscrever<br />
pessoalmente nos Escritórios<br />
Regionais, pelo portal do Sebrae‐<br />
‐SP ou pelo 0800 570 0800.<br />
TUDO O QUE O<br />
EMPREENDEDOR<br />
PRECISA EM UM<br />
SÓ LUGAR<br />
www.empreendarapido.sp.gov.br
EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 13<br />
AGENDA<br />
FEIRAS DE<br />
NEGÓCIOS<br />
FALE COM A REDAÇÃO<br />
imprensa@sebraesp.com.br<br />
EVENTOS<br />
DO SEBRAE‐SP<br />
AUTOCOM<br />
Quando: 31/3 a 2/4<br />
On<strong>de</strong>: Expo Center Norte<br />
Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo<br />
Informações: www.feiraautocom.com.br<br />
ER SÃO CARLOS<br />
COMEÇAR BEM ‐ TRANSFORME SUA IDEIA EM MODELO DE NEGÓCIO<br />
Quando: 14, 15 e 16/4<br />
On<strong>de</strong>: Sebrae Aqui ‐ Rio Claro<br />
R. Três, 1431 ‐ Centro, Rio Claro<br />
Valor: R$ 200<br />
VTEX DAY<br />
Quando: 15/4 e 16/4<br />
On<strong>de</strong>: São Paulo Expo<br />
Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, São Paulo<br />
Informações: https://vtexday.vtex.com/<br />
EXPO ÓPTICA BRASIL <strong>2020</strong><br />
Quando: 15/4 a 18/4<br />
On<strong>de</strong>: Expo Center Norte<br />
Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo<br />
Informações: www.expoopticabrasil.com<br />
REIAD <strong>2020</strong> - REDES, EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO EM<br />
ADMINISTRAÇÃO<br />
Quando: 15/4<br />
On<strong>de</strong>: R. Dr. Bacelar, 1212 (Unip) - São Paulo<br />
Informações: www.even3.com.br/reiad<br />
145º EJE - ENCONTRO DE JOVENS EMPREENDEDORES<br />
Quando: 30/4<br />
On<strong>de</strong>: PUC-SP - Campus Marquês - Rua Marquês <strong>de</strong> Paranaguá, 111,<br />
Consolação, São Paulo<br />
Informações: https://www.sympla.com.br/145-eje---encontro-<strong>de</strong>jovens-empreen<strong>de</strong>dores__755871<br />
ER MARÍLIA<br />
SUPER MEI GESTÃO<br />
Quando: 27 a 30/4<br />
On<strong>de</strong>: Escritório Regional Marília<br />
Av. Brasil, 412 ‐ Centro<br />
Valor: Gratuito<br />
ER BAIXADA SANTISTA<br />
SEMINÁRIO EMPRETEC<br />
Quando: Entrevistas <strong>de</strong> 13 a 17/4<br />
On<strong>de</strong>: Escritório Regional Baixada Santista<br />
Av. Washington Luiz, 176 ‐ Gonzaga<br />
Valor: R$ 1.590<br />
ER CAPITAL CENTRO<br />
NA MEDIDA MARKETING<br />
Quando: 6 a 9/4<br />
On<strong>de</strong>: Escritório Regional Capital Centro<br />
R. 24 <strong>de</strong> Maio, 32 ‐ Centro<br />
Valor: R$ 300<br />
ER GRANDE ABC<br />
COMEÇAR BEM –TRANSFORME SUA IDEIA EM MODELO DE NEGÓCIO<br />
Quando: 22, 23 e 24/4<br />
On<strong>de</strong>: Escritório Regional Gran<strong>de</strong> ABC<br />
R. Cel. Fernando Prestes, 47 ‐ Centro<br />
Valor: R$ 200<br />
Valores sujeitos a alteração<br />
EXPEDIENTE<br />
Publicação mensal do Sebrae ‐SP<br />
Edição impressa<br />
CONSELHO DELIBERATIVO<br />
Presi<strong>de</strong>nte: Tirso Meirelles<br />
ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação<br />
ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos ‐SP, Superintendência<br />
Estadual da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral.<br />
DIRETORIA EXECUTIVA<br />
Diretor ‐superinten<strong>de</strong>nte: Wilson Poit<br />
Diretor técnico: Ivan Hussni<br />
Diretor <strong>de</strong> administração e finanças: Guilherme Campos<br />
JORNAL DE NEGÓCIOS<br />
Unida<strong>de</strong> Marketing e Comunicação<br />
Gerente interina: Marcelle Carvalho<br />
Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e<br />
Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores <strong>de</strong> imprensa:<br />
Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários:<br />
An<strong>de</strong>rson Freitas e Marcos Leodovico. Imagens: gettyimages.com.<br />
Diagramação: Daniel Augusto <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> Neves, Douglas da Rocha Yoshida,<br />
Gisele Resen<strong>de</strong> Costa e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME<br />
e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae ‐SP. Apoio comercial: Unida<strong>de</strong><br />
Relacionamento: (11) 3177 ‐4784<br />
SEBRAE ‐SP<br />
Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso<br />
São Paulo ‐SP. CEP: 01504 ‐001<br />
PARA ANUNCIAR<br />
(11) 3177‐4784
14 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />
LIVROS<br />
TEC &<br />
FRANCHISAR O SEU<br />
NÉGOCIO (Editora Actual)<br />
A obra reúne experiências e<br />
conhecimentos adquiridos<br />
pela consultora <strong>de</strong> franchising<br />
Teresa Macedo Dias no<br />
setor <strong>de</strong> franquias. Voltado<br />
aos empreen<strong>de</strong>dores que<br />
preten<strong>de</strong>m expandir seus<br />
negócios <strong>de</strong> forma mais rápida,<br />
lucrativa e sustentável, o livro<br />
apresenta os principais conceitos <strong>de</strong> funcionamento,<br />
vantagens e <strong>de</strong>safios por meio <strong>de</strong> exercícios práticos.<br />
A i<strong>de</strong>ia é ajudar o empreen<strong>de</strong>dor a formatar um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> negócio <strong>de</strong> sucesso.<br />
PLANEJAMENTO<br />
ESTRATÉGICO PARA<br />
PEQUENAS EMPRESAS<br />
(Alta Books)<br />
A publicação tem como objetivo<br />
auxiliar as pequenas empresas<br />
a <strong>de</strong>senvolver um melhor<br />
planejamento e aumentar<br />
a competivida<strong>de</strong>. Por meio<br />
<strong>de</strong> um enfoque prático, a<br />
obra aponta os procedimentos necessários para que<br />
os gestores <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> pequeno porte substituam<br />
a improvisação e a informalida<strong>de</strong> pelo planejamento<br />
estratégico, um importante instrumento <strong>de</strong> apoio às<br />
ativida<strong>de</strong>s empresariais.<br />
O QUE AS ESCOLAS DE<br />
NEGÓCIOS NÃO ENSINAM<br />
(Alta Books)<br />
O livro aborda um tipo <strong>de</strong><br />
conhecimento que não se<br />
obtém em sala <strong>de</strong> aula, mas<br />
apenas com a prática <strong>de</strong><br />
negócios. O leitor vai encontrar<br />
nas páginas da obra dicas para<br />
criar uma empresa <strong>de</strong> sucesso.<br />
Os autores José Salibi Neto e Sandro Magaldi sentiram na<br />
pele o que dá certo e o que dá errado, absorveram o que<br />
pessoas <strong>de</strong> seu convívio também sentiram e compartilham<br />
os <strong>de</strong>z aprendizados fundamentais com a leveza <strong>de</strong> quem<br />
tem um insight. Salib Neto e Magaldi fundaram e li<strong>de</strong>raram<br />
empresas e plataformas como a HSM e MeuSucesso.com<br />
e hoje se <strong>de</strong>dicam ao mundo da 4ª revolução industrial.<br />
PESQUISA APONTA AS PRINCIPAIS DIFICULDADES<br />
DOS EMPREENDEDORES DIGITAIS<br />
O levantamento <strong>Negócios</strong> Digitais<br />
Brasil <strong>2020</strong>, realizado pela startup<br />
HeroSpark, i<strong>de</strong>ntificou os principais<br />
<strong>de</strong>safios enfrentados por quem<br />
empreen<strong>de</strong> no ambiente digital. O<br />
quesito vendas está no topo da lista<br />
(42%) e é seguido – <strong>de</strong> longe – pelo<br />
tópico investimentos (19%); <strong>de</strong>pois<br />
aparece o item pessoas (8%). Já<br />
entre as razões que po<strong>de</strong>m levar<br />
alguém a abrir um e -commerce<br />
ou mesmo uma loja em uma re<strong>de</strong><br />
social, in<strong>de</strong>pendência financeira e ter renda extra são as maiores, com 37% das<br />
motivações. Em terceiro lugar aparece a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> causar impacto positivo na vida<br />
das pessoas (35%).<br />
MERCADO GLOBAL DE E-SPORTS DEVE ULTRAPASSAR<br />
A MARCA DE US$ 1 BILHÃO DE RECEITAS EM <strong>2020</strong><br />
Em um relatório divulgado pela<br />
Newzoo, empresa americana<br />
focada no mundo dos eSports, esse<br />
mercado <strong>de</strong>ve movimentar mais <strong>de</strong><br />
US$ 1,1 bilhão este ano. Segundo<br />
a projeção feita pela empresa, os<br />
patrocínios serão o carro-chefe<br />
<strong>de</strong>sse gran<strong>de</strong> valor, com mais <strong>de</strong><br />
US$ 636,9 milhões. Em seguida, vêm<br />
os direitos <strong>de</strong> mídia com US$ 185,4<br />
milhões, comercialização <strong>de</strong> produtos<br />
digitais (US$ 21,5 milhões) e por<br />
último as transmissões (streaming)<br />
com US$ 18,2 milhões. Esse crescimento representa alta <strong>de</strong> 15,7% em relação ao<br />
ano passado, quando os valores chegaram a US$ 950,6 milhões. Já o consumo dos<br />
fãs da modalida<strong>de</strong> com ingressos e produtos <strong>de</strong>ve totalizar US$ 121,7 milhões,<br />
enquanto outros US$ 116,3 milhões serão provenientes <strong>de</strong> investimentos <strong>de</strong><br />
editores <strong>de</strong> jogos no setor, como em torneios e parcerias comerciais.
EDIÇÃO 312 | ABRIL DE <strong>2020</strong> | 15<br />
IDEIAS<br />
DIVERSIDADE PARA DENTRO DAS EMPRESAS<br />
Pensado e criado para ajudar<br />
mulheres negras a entrar no mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho, a Indique uma Preta<br />
veio para dar apoio as empresas a ter<br />
uma cultura diversificada <strong>de</strong>ntro do<br />
ambiente <strong>de</strong> trabalho. Há seis meses<br />
a consultoria (formada por mulheres<br />
negras) já prestou serviço a gran<strong>de</strong>s<br />
companhias <strong>de</strong> bebidas, engenharia,<br />
música e comunicação. Para <strong>2020</strong><br />
a i<strong>de</strong>ia é lançar um estudo que mostre o mercado, e as <strong>de</strong>mandas das<br />
mulheres negras no mercado <strong>de</strong> trabalho e como as empresas po<strong>de</strong>m se<br />
preparar melhor para receber essa mulheres.<br />
LEGO HOUSE<br />
Lego House – Home of the Brick é um<br />
documentário da Netflix <strong>de</strong> 2018 sobre<br />
museu da Lego, na Dinamarca. O filme mostra<br />
os <strong>de</strong>safios enfrentados ao longo do processo<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>alização e construção do museu, entre<br />
eles o atraso da conclusão da obra. A produção<br />
também apresenta um mergulho na trajetória<br />
da marca Lego.<br />
VÍDEO: CONHEÇA A HISTÓRIA<br />
DO ATELIÊ DOS SABORES<br />
Gerente <strong>de</strong> exportação por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
anos, Van<strong>de</strong>rceia Aparecida <strong>de</strong>ixou o<br />
emprego para ficar mais perto da filha<br />
e po<strong>de</strong>r empreen<strong>de</strong>r.<br />
o<br />
Veja a história:<br />
Divulgação<br />
PERGUNTE A QUEM ENTENDE<br />
Como a internet das coisas po<strong>de</strong> ser aplicada<br />
no dia a dia <strong>de</strong> um pequeno negócio?<br />
Por Paulo Spacca, presi<strong>de</strong>nte da Associação Brasileira <strong>de</strong><br />
Internet das Coisas (Abinc)<br />
Estamos a bordo <strong>de</strong><br />
uma revolução tecnológica<br />
que transformará fundamentalmente<br />
a forma<br />
como vivemos, trabalhamos<br />
e nos relacionamos.<br />
Os empreen<strong>de</strong>dores que<br />
dominarem as tendências<br />
inovadoras <strong>de</strong> internet<br />
das coisas (conhecida pela<br />
sigla IoT – Internet of Think)<br />
terão a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rar a inovação digital em seus negócios. Ao permitir<br />
a interconexão digital <strong>de</strong> objetos cotidianos com a internet,<br />
a IoT tem um enorme potencial para coletar continuamente<br />
dados sobre nossos ambientes.<br />
Os negócios que tiverem isso em mente terão em mãos<br />
um importante aliado na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, seja em<br />
diagnósticos médicos, comandos para modificar ações<br />
<strong>de</strong> máquinas ou até mesmo na i<strong>de</strong>ntificação e autorização<br />
<strong>de</strong> acesso físico. Além disso, dispositivos conectados<br />
oferecem oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> eficiência, redução<br />
<strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção e para a criação <strong>de</strong> mais pontos <strong>de</strong><br />
engajamento com o consumidor, ajudando na proximida<strong>de</strong><br />
entre marca e cliente, o que po<strong>de</strong> impactar diretamente<br />
nas vendas.<br />
No comércio, por exemplo, a IoT po<strong>de</strong> criar lojas e estabelecimentos<br />
inteligentes, nos quais sensores serão responsáveis<br />
por coletar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o funcionamento <strong>de</strong> câmeras <strong>de</strong><br />
vigilância até o consumo <strong>de</strong> energia elétrica, entrada <strong>de</strong><br />
clientes, entre outros aspectos. Com sensores <strong>de</strong> movimento<br />
conectados ao sistema da empresa, será possível<br />
medir o número <strong>de</strong> pessoas que entram na loja, criando<br />
dados para insights importantes sobre efeito <strong>de</strong> campanhas,<br />
promoções e popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos. Isso gera<br />
uma integração entre áreas estratégicas como a <strong>de</strong> vendas<br />
e o marketing, resultando em ações <strong>de</strong> sucesso. Nos<br />
meios <strong>de</strong> pagamento está outro fator em que já po<strong>de</strong>mos<br />
ver o resultado da IoT: a adoção da tecnologia permite que<br />
as pessoas paguem usando seus smartphones ou relógios<br />
inteligentes <strong>de</strong> forma segura e prática.<br />
https://youtu.be/PO9mP8teibU<br />
Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia po<strong>de</strong> ajudar o<br />
seu negócio? Pergunte a quem enten<strong>de</strong>! Man<strong>de</strong> um e ‐mail<br />
para imprensa@sebraesp.com.br.
16 | JORNAL DE NEGÓCIOS<br />
Depois da falência, o sucesso<br />
Luzia Costa teve vários negócios antes <strong>de</strong> acertar com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> estética Sóbrancelhas<br />
Marcos Leodovico*<br />
“A<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r começou<br />
há quase 20 anos,<br />
quando eu não tinha dinheiro<br />
para comprar pipoca para o<br />
meu filho <strong>de</strong>pois do culto na igreja<br />
que frequentava, em Taubaté.<br />
Eu estourava pipoca em casa e levava<br />
para o culto. Um dia meu filho<br />
reclamou que a pipoca estava fria;<br />
foi quando percebi a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> começar a empreen<strong>de</strong>r.<br />
Como sou a única filha no meio<br />
<strong>de</strong> oito irmãos, tive <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a me<br />
virar sozinha e isso consistia em cozinhar<br />
e fazer várias outras coisas.<br />
Em 2002, comecei a fazer biscoitos<br />
amanteigados e vendia <strong>de</strong> porta em<br />
porta. No mesmo ano, parei com<br />
a venda <strong>de</strong> biscoitos e comprei um<br />
carrinho <strong>de</strong> lanche e passei a fazer<br />
lanches na porta da minha casa.<br />
Dois anos se passaram e <strong>de</strong>cidi<br />
ven<strong>de</strong>r o carrinho e minha casa<br />
para investir em uma lanchonete.<br />
Em 2006, vendi a lanchonete e montei<br />
uma pizzaria. O negócio estava<br />
indo bem, mas acabei misturando<br />
as finanças e quebrei. Foi quando<br />
conheci o Sebrae; fiz todos os cursos<br />
gratuitos que podia, inclusive os<br />
focados em gestão financeira.<br />
A quebra foi tão agressiva que em<br />
2007 fui morar em Cruzeiro (SP) em<br />
uma casa <strong>de</strong> pau a pique na beira <strong>de</strong><br />
um rio. Após 30 dias lá, o gás acabou<br />
e peguei um ônibus circular até<br />
a casa do meu pai em Passa Quatro<br />
(MG) – cida<strong>de</strong> próxima – para pegar<br />
R$ 40 emprestados com ele. Quando<br />
cheguei, ele me disse: ‘Nunca mais<br />
monte nada na sua vida. Arrume um<br />
bom emprego e use esse dinheiro<br />
para comprar o gás’.<br />
Fiquei pensando no que ele disse,<br />
só que meu lado empreen<strong>de</strong>dor falava<br />
mais alto. Peguei os R$ 40, comprei<br />
uma caixa <strong>de</strong> tomates e comecei<br />
a fazer tomate seco para ven<strong>de</strong>r para<br />
os turistas que visitavam a cida<strong>de</strong>.<br />
No mesmo ano, 2007, nos mudamos<br />
novamente, <strong>de</strong>ssa vez para<br />
Roseira (SP). Cheguei lá com R$ 5<br />
no bolso, era tudo o que eu tinha.<br />
Fui ao mercado, comprei açúcar<br />
e corante, enquanto meu marido<br />
foi atrás <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> pirulito. Na<br />
forma que meu marido arrumou só<br />
cabiam três pirulitos por vez, e assim<br />
fui fazendo e ven<strong>de</strong>ndo por um<br />
tempo. Até que um dia uma amiga<br />
me falou que a prefeitura da cida<strong>de</strong><br />
estava dando cursos <strong>de</strong> massagem.<br />
Eu me inscrevi. Parei <strong>de</strong> fazer pirulitos<br />
para trabalhar com massagem.<br />
Não tinha nenhum material<br />
para começar, então o que eu fazia<br />
era trocar massagens por produtos<br />
para po<strong>de</strong>r continuar trabalhando.<br />
Em 2008 me mu<strong>de</strong>i para Ubatuba;<br />
fazia massagem na praia durante<br />
a temporada, pois tinha <strong>de</strong> quitar<br />
uma dívida <strong>de</strong> R$ 30 mil da pizzaria.<br />
Minha rotina era baseada em<br />
fazer massagem durante o dia e<br />
unhas e sobrancelhas à noite. Dessa<br />
forma, quitei minha dívida.<br />
Após um ano em Ubatuba, voltei<br />
para Taubaté. Decidi começar<br />
a aparecer em eventos oferecendo<br />
meus serviços <strong>de</strong> massagem <strong>de</strong> graça,<br />
apenas para ter uma cartela <strong>de</strong><br />
clientes. Quem gostava, contratava.<br />
Só que eu queria mais, e então <strong>de</strong>cidi<br />
dar cursos sobre sobrancelha,<br />
massagem e <strong>de</strong>pilação. Estava bem,<br />
atendia meus clientes em uma sala<br />
que montei, dava aulas e o dinheiro<br />
entrava. Só que a cabeça <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dor<br />
nunca para. Conversei<br />
com meu marido sobre a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> apostar em algo novo. Ele<br />
disse que ia me apoiar em qualquer<br />
circunstância. Então criei a primeira<br />
loja da Sóbrancelhas, em Taubaté,<br />
em 2013.<br />
Ficava das 10h às 22h tentando<br />
ven<strong>de</strong>r a franquia, até que em<br />
2014, um ano após a abertura, uma<br />
Luzia Costa, da<br />
Sóbrancelhas: hoje com<br />
200 lojas, ela chegou a<br />
não ter dinheiro para o gás<br />
mulher apareceu e ouviu minha<br />
proposta. Quando conheceu toda<br />
minha história e trajetória <strong>de</strong> vida,<br />
<strong>de</strong>cidiu apostar em mim e no meu<br />
sonho, e foi assim que surgiu a primeira<br />
loja da franquia, em Guaratinguetá<br />
(SP).<br />
Hoje, a Sóbrancelhas está com<br />
mais <strong>de</strong> 200 lojas na América Latina<br />
– uma na Bolívia, 22 na Argentina<br />
e o restante no Brasil. Contamos<br />
com uma linha 100% natural <strong>de</strong> cosméticos<br />
e estamos investindo em clínicas<br />
<strong>de</strong> estética corporal, com unida<strong>de</strong>s<br />
em Londrina e Porto Alegre.<br />
A dica que dou para quem quer<br />
começar é: dê o primeiro passo e<br />
tenha instinto <strong>de</strong> sobrevivência.<br />
Comecei para mudar a história do<br />
meu filho. Quebrei, tive dificulda<strong>de</strong>s,<br />
mas nunca pensei em <strong>de</strong>sistir.<br />
Só estou on<strong>de</strong> estou porque tive força<br />
<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>.”<br />
*Estagiário sob supervisão dos editores