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*Maio/2020 Referência Florestal 218

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MATA ATLÂNTICA<br />

Ministério do Meio Ambiente põe fim à insegurança jurídica nas áreas consolidadas<br />

AUTOMATED<br />

PLANTER<br />

WITH NEW TECHNOLOGY, TWO OPERATIONS<br />

CONSIDERED CHALLENGES IN FORESTRY<br />

BECOME MECHANIZED:<br />

PLANTING AND IRRIGATION<br />

PLANTADEIRA<br />

AUTOMATIZADA<br />

COM NOVA TECNOLOGIA, DUAS OPERAÇÕES<br />

CONSIDERADAS DESAFIOS NA SILVICULTURA<br />

PASSAM A SER MECANIZADAS:<br />

O PLANTIO E A IRRIGAÇÃO


SUMÁRIO<br />

40<br />

O DESAFIO<br />

DO PLANTIO<br />

MECANIZADO<br />

MAIO <strong>2020</strong><br />

12 Editorial<br />

14 Cartas<br />

16 Bastidores<br />

18 Coluna Ivan Tomaselli<br />

20 Notas<br />

32 Frases<br />

34 Entrevista<br />

40 Principal<br />

46 Covid-19<br />

50 Espécie<br />

54 Especial<br />

56 Legislação<br />

62 Economia<br />

66 Pesquisa<br />

72 Agenda<br />

74 Espaço Aberto<br />

50<br />

56<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

11 Agroceres<br />

15 Bayer<br />

13 BKT<br />

17 Carrocerias Bachiega<br />

73 D’Antonio Equipamentos<br />

32 Denis Cimaf<br />

76 Denis Cimaf<br />

02 Dinagro<br />

04 Emex<br />

27 Engeforest<br />

75 Envimat<br />

29 Fex Ferro e Aço<br />

06 Grupo AIZ<br />

08 Grupo AIZ<br />

65 Himev<br />

39 Komatsu Forest<br />

23 Log Max<br />

69 Mill Indústrias<br />

71 Mill Indústrias<br />

19 Ponsse<br />

59 Potenza<br />

37 Prêmio REFERÊNCIA <strong>2020</strong><br />

61 Rodoleve<br />

33 Rotary-Ax<br />

53 Rotor Equipamentos<br />

25 Sergomel<br />

49 Show <strong>Florestal</strong><br />

31 Vantec<br />

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EDITORIAL<br />

Resiliência<br />

e ação<br />

É impossível negar os impactos gerados pela inesperada<br />

Covid-19 aqui e no mundo. O momento requer resiliência, mas<br />

as ações para reerguer um futuro mais próspero já começaram<br />

e, aos poucos, novos caminhos vão surgindo. A MP Agro,<br />

que inclui os produtos florestais, chega como a boa notícia da<br />

temporada, assim como as ações para flexibilizar os contratos<br />

de concessões florestais. Nesta edição, trazemos também uma<br />

entrevista com pesquisadores do Programa Macaco-Prego, que<br />

falam sobre o desafio em gerenciar a presença desses animais<br />

nas florestas plantadas, na tentativa de evitar prejuízos às empresas<br />

do setor. A edição ainda traz informações especializadas<br />

nas editorias Pesquisa e Espécie, além das principais notícias do<br />

mês. Uma excelente leitura a todos.<br />

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Confiabilidade e Produtividade com<br />

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2<br />

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DENISCIMAF.COM<br />

Capa da edição apresenta a<br />

nova plantadeira da Komatsu<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

Ano XXII • N°<strong>218</strong> • Maio <strong>2020</strong><br />

MATA ATLÂNTICA<br />

AUTOMATED<br />

PLANTER<br />

WITH NEW TECHNOLOGY, TWO OPERATIONS<br />

CONSIDERED CHALLENGES IN FORESTRY<br />

BECOME MECHANIZED:<br />

PLANTING AND IRRIGATION<br />

Ministério do Meio Ambiente põe fim à insegurança jurídica nas áreas consolidadas<br />

PLANTADEIRA<br />

AUTOMATIZADA<br />

COM NOVA TECNOLOGIA, DUAS OPERAÇÕES<br />

CONSIDERADAS DESAFIOS NA SILVICULTURA<br />

PASSAM A SER MECANIZADAS:<br />

O PLANTIO E A IRRIGAÇÃO<br />

RESILIENCE AND ACTION<br />

It is impossible to deny the impacts generated by the<br />

unexpected Covid-19. The moment requires resilience, but the<br />

actions to rebuild a more prosperous future have begun, and,<br />

gradually, new paths are going to emerge. MP Agro, which<br />

includes the production of forest products, has some good<br />

news for the times, such as taking actions to establish more<br />

flexible forest concession contracts. In this issue, we also have<br />

an interview with scientists from the Programa Macaco-Prego<br />

(Capuchin Monkey Program). They talk to us about the<br />

challenge of managing the presence of these animals in planted<br />

forests in an attempt to avoid losses to companies in the Sector.<br />

This issue also provides specific information in the Research and<br />

Species Sections in addition to the main news of the month.<br />

Pleasant reading!<br />

Entrevista com os<br />

pesquisadores do<br />

programa Macaco-<br />

Prego, da Embrapa<br />

Contratos de Concessão <strong>Florestal</strong><br />

são flexibilizados<br />

3<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXII - EDIÇÃO <strong>218</strong> - MAIO <strong>2020</strong><br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Lídia Ferreira<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Ivan Tomaselli<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Fabiano Mendes<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Cartunista / Cartunist<br />

Francis Ortolan<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />

Tainá Carolina Brandão<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina<br />

Knop<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

Periodicidade Advertising<br />

GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />

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CARTAS<br />

COVID-19 Entidades do setor florestal realizam mobilizações em todo o país para reverter impactos econômicos<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

FOREST CLEARING<br />

EFFICIENCYE<br />

FORESTRY MULCHERS GRIND DOWN<br />

STUMPS AND REDUCE WASTE AS<br />

PREPARATION FOR<br />

MECHANIZED REPLANTING<br />

Capa da Edição 217 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

DENIS CIMAF<br />

Confiabilidade e Produtividade com<br />

Melhores Lucros em Trabalhos Intensivos.<br />

Foto: DAH-125D e John Deere 160D LC<br />

mês de abril de <strong>2020</strong><br />

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comercial@deniscimaf.com<br />

DENISCIMAF.COM<br />

Ano XXII • N°217 • Abril <strong>2020</strong><br />

EFICIÊNCIA NA LIMPEZA<br />

TRITURADORES FLORESTAIS REBAIXAM<br />

TOCOS E REDUZEM RESÍDUOS COMO<br />

PREPARAÇÃO PARA O REPLANTIO MECANIZADO<br />

CARREIRA<br />

Por Amanda Daphny, gerente comercial – Curitiba (PR)<br />

Descobri, por acaso, a Revista pelas redes sociais e acabei descobrindo<br />

uma nova área para a qual pretendo direcionar minha carreira. É uma<br />

publicação muito boa para vários profissionais.<br />

CONTEÚDO<br />

Por Janaína Braga, universitária – Belém (PA)<br />

Obrigada por compartilhar e liberar nas redes sociais edições<br />

grátis, assim consegui conhecer a Revista e também ter um<br />

panorama nacional do setor que estou me formando.<br />

Foto: divulgação<br />

ESPERANÇA<br />

Por Silvio Ferreira, empresário – Uberlândia (MG)<br />

Mesmo diante de todos os problemas da Covid-19, temos que<br />

reagir e continuar. Muitas matérias da última edição mostraram<br />

que a hora não é de recuar, e sim, lutar.<br />

Foto: divulgacão<br />

SELFIE<br />

EM CASA, CONFORME AS RECOMENDAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE SOBRE A COVID-19,<br />

NOSSAS LEITORAS APROVEITAM PARA SE ATUALIZAREM<br />

A nossa leitora Valéria, da<br />

Braúna Madeiras de Água<br />

Clara (MS), nos enviou<br />

uma foto de #tbt da Edição<br />

139 (Maio de 2013) da<br />

REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

sobre a produção sustentável<br />

do carvão vegetal,<br />

mostrando a longevidade<br />

de nossa Revista.<br />

Andreia Pires,<br />

empresária,<br />

Salvador (BA)<br />

ENVIE UMA FOTO COM A REFERÊNCIA FLORESTAL PARA NOSSA NOVA SEÇÃO SELFIE<br />

CURTA NOSSA PÁGINA<br />

14 www.referenciaflorestal.com.br<br />

Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong><br />

@referenciaflorestal<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />

enviados também para redação<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.


BASTIDORES<br />

Charge<br />

Charge: Francis Ortolan<br />

Revista<br />

VISITA<br />

A representante comercial da REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL, Joseane Knop, em visita no início<br />

do ano, na Carrocerias Bachiega, junto com os<br />

diretores Sheila e Fábio Bachiega<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

PARCERIA<br />

A representante comercial da REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL, Joseane Knop esteve também na<br />

Agroceres visitando os parceiros Augusto Tarozzo e<br />

Berenice Ribeiro<br />

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Foto: REFERÊNCIA


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COLUNA<br />

COVID-19<br />

E ECONOMIA<br />

O IMPACTO DA PANDEMIA NO BRASIL E NO<br />

MUNDO SEGUNDO O FMI<br />

Ivan Tomaselli<br />

Diretor-presidente da Stcp<br />

Engenharia de Projetos Ltda<br />

Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />

Foto: divulgação<br />

O Fundo<br />

Monetário<br />

Internacional<br />

disponibilizou<br />

em abril um<br />

relatório<br />

que faz uma<br />

análise dos<br />

impactos para<br />

a economia<br />

mundial<br />

Apandemia do Covid-19 afetou<br />

praticamente todos os países.<br />

A busca inicial tem sido pela<br />

melhoria da assistência médica<br />

e isolamento para reduzir a propagação<br />

do vírus. É uma crise da saúde, com<br />

forte impacto na atividade econômica. Segundo<br />

o FMI (Fundo Monetário Internacional) a<br />

pandemia deverá causar em <strong>2020</strong> uma contração<br />

de 3% na economia mundial, um efeito<br />

mais acentuado que a crise de 2008-09. Para<br />

os países desenvolvidos é projetado para <strong>2020</strong><br />

uma redução no PIB (Produto Interno Bruto)<br />

de 6,1% e para os países emergentes e em<br />

desenvolvimento 1,0%. Este cenário considera<br />

que a pandemia será superada no segundo<br />

semestre de <strong>2020</strong>.<br />

Considerando que os esforços de contenção<br />

do vírus deem resultado e que os governos<br />

adotem políticas apropriadas para recuperação<br />

econômica, o crescimento da economia<br />

global em 2021 deverá ser de 5,8%, sendo de<br />

4,5% nos países desenvolvidos e de 6,6% para<br />

os emergentes e em desenvolvimento.<br />

Para o Brasil a redução da atividade<br />

econômica em <strong>2020</strong> será maior (- 5,3%) e a<br />

retomada de crescimento mais lenta (+2,9%<br />

em 2021). Os índices do Brasil são piores em<br />

função de vários fatores como crise fiscal e<br />

política, e dependência em commodities.<br />

O impacto da pandemia nas commodities<br />

tem sido forte. Desde janeiro os preços<br />

do petróleo Brent caíram em torno de 60%.<br />

Metais também foram afetados, os preços de<br />

platina reduziram este ano mais de 30%, e os<br />

de zinco, cobre e prata mais de 20%. Também<br />

os preços de commodities agrícolas reduziram.<br />

O preço do algodão, cacau e azeite de dendê<br />

caíram 15%. Não existem ainda indicadores do<br />

impacto da pandemia nos preços e na demanda<br />

de produtos florestais.<br />

O FMI considera que existem grandes<br />

incertezas para projetar o crescimento da economia<br />

mundial, e dependerá de vários fatores<br />

que interagem de maneiras difíceis de prever<br />

entre eles a evolução da pandemia, a intensidade/eficácia<br />

dos esforços de contenção,<br />

as interrupções das atividades econômicas,<br />

mudanças nos padrões comportamentais e<br />

outros. Muitos países enfrentam a pandemia<br />

com medidas drásticas, e que terão maior<br />

impacto na economia. Os países dependentes<br />

de capital e exportadores de commodities,<br />

são os de maior risco, como é o caso do Brasil.<br />

Estes países, dependerão de políticas eficazes,<br />

primeiro para reduzir o contágio e proteger<br />

vidas, e em seguida para garantir uma recuperação<br />

econômica consistente.<br />

Não existem dúvidas que a prioridade<br />

imediata é conter o surto de Covid-19, salvando<br />

vidas. No entanto políticas econômicas sadias<br />

não podem ser abandonadas. O impacto<br />

da desaceleração na atividade econômica nas<br />

pessoas, empresas e nas finanças do próprio<br />

governo, podem ter efeitos graves.<br />

Preservar o equilíbrio fiscal e adotar medidas<br />

monetárias e financeiras para apoiar<br />

famílias e empresas, é essencial para que a<br />

atividade econômica retorne gradualmente a<br />

normalidade. Alguns países já vêm desenhando<br />

políticas públicas nesta direção, como a<br />

Austrália, Alemanha, Japão e outros. O mesmo<br />

vem sendo adotado por alguns emergentes e<br />

em desenvolvimento, como China, Indonésia<br />

e África do Sul. O Brasil necessita trilhar este<br />

mesmo caminho.<br />

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NOTAS<br />

Contratos prorrogados<br />

O Banco Central do Brasil prorrogou os contratos<br />

de câmbio de exportação para 1.500 dias como<br />

prazo máximo entre a contratação e a liquidação do<br />

contrato. A medida irá contribuir para a atuação das<br />

empresas exportadoras de produtos madeireiros.<br />

Anteriormente o prazo máximo era de 750 dias e,<br />

durante esse período, o exportador tinha que observar<br />

o prazo intermediário de 360 dias para embarcar a<br />

mercadoria/prestar o serviço. Essa alteração traz uma<br />

maior mobilidade para que o embarque da mercadoria<br />

ocorra em qualquer data nesse período, bem como<br />

possibilita que as empresas negociem com os bancos<br />

prazos maiores para as operações de ACC e ACE.<br />

Também foi ampliado o prazo para o pagamento antecipado<br />

de importação, de 180 para 360 dias. A pauta<br />

foi articulada por meio da CFB (Coalizão Empresarial<br />

para Facilitação de Comércio e Barreiras), que reúne as<br />

principais entidades setoriais do país.<br />

Foto: divulgação<br />

Campanha em prol das<br />

exportações<br />

O setor industrial madeireiro, representado<br />

pela Abimci (Associação Brasileira da<br />

Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />

assinou um documento, enviado aos<br />

governos do Brasil e dos EUA (Estados Unidos<br />

da América), solicitando o estabelecimento de<br />

compromissos para a facilitação de comércio e<br />

boas práticas regulatórias entre os dois países.<br />

A campanha é uma iniciativa da Coalizão<br />

Empresarial para CFB (Facilitação de Comércio<br />

e Barreiras), liderada pela CNI (Confederação<br />

Nacional da Indústria), a USChamber, a Amcham e outras 28 entidades, incluindo a Abimci. A campanha solicita no documento<br />

que “os governos do Brasil e dos EUA aproveitem o momento único da relação bilateral construída sob a liderança<br />

dos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump para concluir, ainda neste ano, um pacote bilateral de comércio que permita<br />

aprofundar a parceria econômica entre os dois países, em linha com o comunicado conjunto assinado em março último, em<br />

Mar-a-Lago.” As solicitações incluem compromissos vinculantes em áreas prioritárias como modernização aduaneira e facilitação<br />

de comércio, boas práticas regulatórias, comércio eletrônico e combate à corrupção. As entidades acreditam que uma<br />

proposta de acordo de modernização comercial poderia ser alcançada no curto prazo, sem a necessidade de envolvimento<br />

do Mercosul ou de legislação nos EUA. O documento afirma também que a proposta “reduziria custos, aumentaria o comércio<br />

e o investimento bilateral e representaria, ainda, um primeiro passo em direção a um acordo futuro mais abrangente.”<br />

Foto: divulgação<br />

20 www.referenciaflorestal.com.br


MP Agro<br />

beneficia<br />

setor florestal<br />

A medida provisória nº 897/2019, conhecida como MP do<br />

Agro, foi sancionada no último mês e beneficiará também os<br />

produtores florestais. O documento aprimora as ferramentas do<br />

crédito rural, ampliando o acesso ao financiamento, expandindo<br />

os recursos e reduzindo taxas de juros.<br />

A lei 13.986/<strong>2020</strong> trará benefícios ao setor florestal por<br />

incluir os derivados de florestas plantadas, conservação de florestas<br />

nativas e apoio ao manejo de florestas nativas no âmbito<br />

das concessões de florestas públicas entre os produtos passíveis<br />

de emissão da CPR (Cédula de Produto Rural).<br />

De acordo com o Boletim do Senif (Sistema Nacional de<br />

Informações Florestais) 2019, o setor florestal movimentou,<br />

em 2019, aproximadamente R$ 20 bilhões. Desse total, R$ 2,01<br />

bilhões foram em produtos florestais não madeireiros e R$ 18,5<br />

bilhões em produtos madeireiros, sendo 86% retirados das florestas<br />

plantadas e 14% das florestas nativas.<br />

A matéria-prima florestal ao ser processada (serrados,<br />

laminados, painéis, celulose, etc) gerou, em 2017, R$ 109 bilhões<br />

na economia nacional. Para o diretor de Concessão <strong>Florestal</strong> e<br />

Monitoramento do Senif, Paulo Carneiro, a extensão de emissão<br />

da CPR para produtos florestais é um avanço significativo para<br />

o setor. “Com essa inclusão, ficará disponível ao produtor ou<br />

ao manejador florestal mais uma alternativa de crédito para o<br />

financiamento de suas atividades. A CPR já é largamente utilizada<br />

pelos agricultores nacionais, permitindo o adiantamento<br />

de parte do valor da safra frente a uma promessa de entrega de<br />

produto” afirmou Paulo.<br />

A lei 13.896/<strong>2020</strong> modifica a lei nº 8.929/94, que institui<br />

a Cédula de Produto Rural. A nova lei define produtos rurais<br />

obtidos a partir das atividades agrícola, pecuária, de floresta<br />

plantada e de pesca e aquicultura, seus derivados, subprodutos<br />

e resíduos de valor econômico, inclusive quando submetidos a<br />

beneficiamento ou a primeira industrialização. Inclui ainda as<br />

atividades relacionadas à conservação de florestas nativas e dos<br />

respectivos biomas e ao manejo de florestas nativas no âmbito<br />

do programa de concessão de florestas públicas, ou obtidos em<br />

outras atividades florestais que vierem a ser definidas pelo poder<br />

executivo como ambientalmente sustentáveis.<br />

De acordo com a lei, a CPR poderá ser emitida por pessoas<br />

físicas ou jurídicas que explorem floresta nativa ou plantada ou<br />

que beneficiem ou promovam a primeira industrialização dos<br />

produtos rurais. A CPR pode garantir uma nova fonte de recursos<br />

ao produtor rural, além de garantir a comercialização dos produtos<br />

agrícolas. Essa modalidade pode ser utilizada para diversas<br />

finalidades: aquisição de produtos e insumos, financiamento de<br />

produção, prestação de garantia, dentre outras.<br />

Foto: Fabiano Mendes<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

21


NOTAS<br />

Alta tecnologia em madeira<br />

engenheirada<br />

Foto: divulgação<br />

A Amata, empresa brasileira que atua na gestão<br />

sustentável e rentável de ativos florestais, implantará<br />

uma indústria com alta tecnologia para a produção de<br />

madeira engenheirada no Brasil, com previsão de inauguração<br />

em 2022. A empresa atua há mais de 10 anos<br />

no mercado florestal e tem como modelo para o projeto<br />

a adoção da madeira engenheirada em países como<br />

Inglaterra, Canadá, Alemanha e EUA (Estados Unidos da<br />

América), por exemplo. De acordo com a empresa, com<br />

a madeira engenheirada é possível realizar obras mais<br />

limpas, em menos tempo, e em alinhamento com as<br />

tendências internacionais como assertividade de prazo,<br />

durabilidade e sustentabilidade. A indústria de madeira<br />

engenheirada da Amata utilizará o pinus como matéria-<br />

-prima e terá capacidade produtiva média de 60.000m³/<br />

ano, trazendo escala, produtividade e custo competitivo<br />

para o mercado nacional.<br />

Licenças prorrogadas<br />

em Mato Grosso<br />

Produtos florestais terão prazos de validade das licenças de<br />

operação, outorgas e cadastros de consumidores prorrogados<br />

para 31 de dezembro, no Estado do Mato Grosso. O Decreto<br />

464, de 24 de abril de <strong>2020</strong>, do governo estadual, contempla<br />

todas as licenças vigentes a partir de 20 de março. O pleito foi<br />

solicitado à Sema-MT (Secretaria Estadual de Meio Ambiente<br />

de Mato Grosso) e à Casa Civil, pelo Cipem (Centro das Indústrias<br />

Produtoras e Exportadoras de Madeiras do Estado de<br />

Mato Grosso), como uma das ações para o enfrentamento na<br />

contenção de um colapso econômico no setor de base florestal<br />

do Estado, devido aos efeitos econômicos negativos causados<br />

pela Covid-19. “Há o risco eminente de múltiplas falências e<br />

demissões em massa em caso de inércia ou demora na tomada de decisões para evitar a ruína econômica que se apresenta”,<br />

detalhou o presidente do Cipem, Rafael Mason. Ele ainda destacou que existe um Plano de Ação em andamento para que o<br />

setor atravesse o momento, com foco em medidas que amenizem os resultados que o segmento já vem enfrentando, como<br />

relatos de empresas industriais em busca de informações relacionadas à prorrogação de títulos, informe de paralisação temporária,<br />

demissões e fechamento definitivo. O Plano de Ação contempla ainda importante demanda no sentido de viabilizar<br />

a prorrogação de Autex (Autorização de Exploração). A solicitação foi feita ao Ministério do Meio Ambiente pelo Fnbf (Fórum<br />

Nacional das Atividades de Base <strong>Florestal</strong>) e permanece em análise.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Concessão florestal gera<br />

empregos<br />

A concessão florestal em florestas<br />

nacionais - Flonas - gerou 1140<br />

empregos com carteira assinada em<br />

2019, na região norte do País. Esse número<br />

representa um aumento de <strong>218</strong><br />

empregos diretos em relação ao ano<br />

de 2018, quando houve a contratação<br />

de 922 pessoas.<br />

O número de empregos formais<br />

se refere a 15 contratos ativos de concessão<br />

florestal em florestas nacionais<br />

localizadas nos estados do Pará e de<br />

Rondônia. Por força de contrato, todos<br />

os empregos gerados na concessão<br />

florestal devem ser formalizados. A<br />

quantidade de empregos gerados<br />

é relativa às atividades necessárias<br />

para a prática do manejo florestal e<br />

do processamento da madeira nas<br />

indústrias.<br />

O diretor de Concessão <strong>Florestal</strong><br />

e Monitoramento do SFB (Serviço<br />

<strong>Florestal</strong> Brasileiro), Paulo Carneiro,<br />

estima que foram gerados dois mil<br />

empregos indiretos. “Encontramos<br />

respaldo na literatura que contabiliza<br />

que dois empregos indiretos são<br />

gerados a partir da contratação de um<br />

emprego formal, dessa forma entendemos<br />

que as concessões florestais<br />

geraram cerca de três mil empregos<br />

formais e informais”, projeta.<br />

“Vamos finalizar este ano a contratação<br />

para a concessão florestal nas<br />

Florestas Nacionais do Amapá e da<br />

cidade de Humaitá (AM). Assim, com<br />

o incremento de aproximadamente 550 mil ha (hectares) em manejo florestal, estamos prevendo a geração de mais 1100<br />

empregos formais nesses Estados”, afirmou Paulo Carneiro.<br />

A Lei 11.284/2006, Lei de Gestão de Florestas Públicas, criou a possibilidade da concessão de áreas de florestas com<br />

o objetivo de incentivar o uso sustentável destas áreas, associando a conservação da cobertura vegetal com geração local<br />

de emprego e renda. Dessa forma, levando a melhoria da qualidade de vida da população que vive em seu entorno e do<br />

estímulo à economia formal com produtos e serviços oriundos do manejo florestal.<br />

Desde 2006, o governo pode conceder a empresas e comunidades o direito de manejar florestas públicas para extrair<br />

madeira, produtos não madeireiros e oferecer serviços de turismo. Em contrapartida ao direito do uso sustentável, os<br />

concessionários pagam ao governo quantias que variam em função da proposta de preço apresentada durante o processo<br />

de licitação destas áreas. Em 2019, os valores arrecadados nas concessões florestais federais foram de R$ 16,5 milhões.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

24 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Construção em tempo recorde<br />

Foto: divulgação<br />

Em apenas 40 dias, um<br />

hospital com 100 novos leitos<br />

foi erguido em São Paulo (SP)<br />

para atender aos casos de<br />

Covid-19. O tempo recorde<br />

da obra foi possível pelo uso<br />

do sistema modular, com técnica<br />

inspirada no wood frame<br />

alemão, onde são projetados<br />

painéis que utilizam madeira<br />

estrutural de florestas plantadas,<br />

com dupla secagem<br />

e tratada com preservante<br />

químico que garantem durabilidade<br />

superior a 50 anos.<br />

Para a unidade de saúde,<br />

foi utilizada a madeira Pinus<br />

Taeda e Elliotti na estrutura<br />

de paredes. A tecnologia<br />

construtiva é assinada pela<br />

Tecverde, empresa de engenharia<br />

instalada no Paraná, e<br />

o projeto teve parceria com<br />

a Brasil ao Cubo, responsável<br />

pela produção dos chassis metálicos, contendo painéis de piso, pilares e cobertura vedados. A obra, que foi viabilizada<br />

pela Ambev, Gerdau e Hospital Israelita Albert Einstein, realizou 750m² (metros quadrados) de área construída. O hospital,<br />

que iria levar até seis meses no padrão de construção brasileiro, de acordo com especialistas da construção civil,<br />

ficará permanente anexo ao hospital Municipal M’boi Mirim e poderá, inclusive, passar por reformas futuramente.<br />

Videoaulas sobre Sistemas<br />

Agroflorestais<br />

O IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) lançou<br />

uma série de videoaulas gratuitas sobre SAFs (Sistemas<br />

Agroflorestais). Em quatro módulos, os técnicos<br />

do Instituto explicam a pequenos produtores rurais<br />

como eles podem realizar o sistema de plantio, quais<br />

os benefícios socioeconômicos que ele traz e como<br />

esse modelo também é importante para a biodiversidade.<br />

Os SAFs têm se destacado como modelos produtivos<br />

que potencializam a produção agrícola de forma<br />

sustentável. Há mais de 20 anos, o IPÊ trabalha com esse sistema no Pontal do Paranapanema, junto a assentados rurais, em<br />

uma área de grande impacto para a proteção da Mata Atlântica e toda a sua biodiversidade. As aulas podem ser acessadas<br />

no site: www.ipe.org.br/saf<br />

Imagem: reprodução<br />

26 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Nova vespa em plantio de<br />

eucalipto<br />

No último mês de abril, o Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais) informou que foi identificada a ocorrência de uma<br />

nova vespa-de-galha no Brasil. De acordo com a instituição, a vespa tem atacado clones de materiais híbridos de Eucalyptus grandis<br />

x Eucalyptus camaldulensis, no Estado de São Paulo.<br />

A espécie foi identificada como Ophelimus maskelli (Hymenoptera: Eulophidae). Ela apresenta a maior distribuição geográfica<br />

dentro de seu gênero e já está presente em diversos países da Europa, África, Oriente Médio, Ásia e Américas do Norte e Sul,<br />

com ocorrências identificadas na Argentina. Esta vespa ocasiona a formação de galhas no limbo foliar de materiais de eucalipto.<br />

Segundo os relatos de introdução da espécie em outros países, elas, em sua grande maioria, são acompanhadas pela presença de<br />

parasitoides. Contudo, nas amostras analisadas ainda não foram identificados.<br />

Caso os sintomas de ataque por esta vespa sejam identificados, recomenda-se a erradicação das folhas contendo as galhas e<br />

a notificação ao Ipef (renato@ipef.br) para confirmação e acompanhamento da distribuição pelo Brasil. A pesquisa sobre o tema,<br />

está sendo realizada pelo professor doutor Carlos F. Wilcken, que é coordenador científico Protef (Programa Cooperativo sobre<br />

Proteção <strong>Florestal</strong>) e a engenheira agrônoma Thais Alves da Mota, mestranda em Ciência <strong>Florestal</strong>.<br />

Em 2003, houve a detecção do psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei). Em 2008, foram detectadas duas pragas: o<br />

percevejo bronzeado (Thaumastocoris eregrinus) e a vespa-de-galha (Leptocybe invasa). Em todos esses casos, as pragas se disseminaram<br />

por todas as regiões brasileiras, causando<br />

prejuízos estimados superiores a R$ 1 bilhão. Desde o<br />

início do século, as plantações de eucalipto brasileiras<br />

vêm sofrendo com a introdução de pragas exóticas.<br />

Fotos: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Nota de falecimento<br />

Foto: divulgação<br />

A REFERÊNCIA FLORESTAL, bem como a<br />

ACR (Associação Catarinense de Empresas<br />

Florestais), informa com muito pesar o falecimento<br />

do vice-presidente da entidade,<br />

Felipe Alexandre Fuck, ocorrido no último<br />

dia 6 de maio. Felipe era engenheiro florestal<br />

e diretor da e F. Comp, de Canoinhas (SC),<br />

empresa associada a ACR. Em nota, a ACR<br />

declarou que “quem teve a oportunidade<br />

de conviver com Felipe, sabe que trata-se<br />

de uma pessoa extraordinária, que irá fazer<br />

muita falta. Profissionalmente muito contribuiu<br />

com o setor florestal de Santa Catarina.<br />

Nossa solidariedade aos amigos e familiares”,<br />

reforça a nota.<br />

ALTA<br />

PARCERIA CONTRA A COVID-19<br />

Como forma de cooperar para o enfrentamento da<br />

pandemia do coronavírus e seus efeitos na região, a<br />

Suzano e a Veracel Celulose, em parceria, lançaram<br />

um conjunto de ações que incluem a montagem<br />

de um hospital de campanha na cidade de Teixeira<br />

de Freitas (Bahia). As empresas doaram, no total,<br />

35 respiradores para o território baiano (27 para<br />

o governo do Estado e 8 para a prefeitura municipal<br />

de Salvador), 80 mil máscaras hospitalares<br />

importadas da China e distribuiram 83 mil litros de<br />

álcool 70% glicerinado em diversos municípios do<br />

estado. A manutenção da unidade será realizada<br />

pelo Governo do Estado.<br />

MAIO <strong>2020</strong><br />

SEM CONSULTA<br />

O IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina)<br />

publicou, sem qualquer tipo de diálogo com o setor privado<br />

e sem considerar a importância do setor de florestas<br />

plantadas para o desenvolvimento econômico, social e<br />

ambiental do estado onde atua, três portarias que estabelecem<br />

restrições e procedimentos de uso e controle para<br />

espécies dos gêneros Eucalyptus, Corymbia e Pinus, além<br />

de procedimentos técnicos para a introdução de espécies<br />

exóticas ao Estado. Na tentativa de reverter a situação,<br />

a Ibá e os representantes das associadas estaduais se<br />

reuniram para alinhar a elaboração de um ofício, que será<br />

assinado pelo presidente da Csfp (Câmara Setorial de Florestas<br />

Plantadas) do Mapa, em apoio à ACR (Associação<br />

Catarinense de Empresas Florestais).<br />

BAIXA<br />

30 www.referenciaflorestal.com.br


FRASES<br />

Foto: Antonio Augusto/ Câmara dos Deputados<br />

Aqueles que vão financiar hoje o<br />

agro brasileiro precisam dessa<br />

segurança, são mecanismos<br />

que vão facilitar os produtores<br />

para tomada de crédito. Isso é<br />

importante porque a agricultura<br />

precisa de novos mecanismos<br />

Senador Luís Carlos Heinze (PP-RS), que preside<br />

a comissão mista que analisou a MP Agro que irá<br />

beneficiar produtos florestais<br />

“O setor florestal na Bahia,<br />

responsável pela produção e<br />

processamento de madeira para<br />

papel, celulose, entre outros, gera<br />

200 mil empregos no Estado. Temos<br />

construído uma importante agenda<br />

positiva. Essa doação da Suzano<br />

e Veracel reforça o compromisso<br />

do segmento, não apenas com o<br />

desenvolvimento econômico, mas<br />

com o bem estar do povo baiano”<br />

“Nosso case é um singelo<br />

exemplo do que é possível<br />

realizar com vontade e atitude.<br />

Acreditamos em nós mesmos e<br />

acreditamos que somos capazes<br />

de fazer coisas extraordinárias<br />

acontecerem. E este é o espírito<br />

que cada brasileiro deve ter<br />

neste momento para enfrentar a<br />

crise, acreditar em si mesmo em<br />

primeiro lugar”<br />

Destaca o vice-governador da Bahia, João Leão, sobre a<br />

parceria com as empresas do setor florestal<br />

Caio Bonatto, CEO da Tecverde, sobre o hospital<br />

construído, em 40 dias, com sistema modular wood frame<br />

Marca<br />

de<br />

Confiança.<br />

32 www.referenciaflorestal.com.br


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ENTREVISTA<br />

Danos florestais e<br />

MACACO-<br />

PREGO<br />

Damage to the forest and<br />

the capuchin monkey<br />

O<br />

segundo semestre traz um desafio a mais para<br />

o setor florestal. A ocorrência de macacos que<br />

passam a se alimentar da seiva de árvores se<br />

torna maior, causando inclusive graves prejuízos<br />

às empresas do setor. A alternativa convencional de<br />

alimentação desses animais são os frutos e sementes nativas,<br />

que se tornam escassos no inverno e primavera. Por ser um<br />

tema complexo e repleto de variáveis, foi que a Embrapa Floresta<br />

criou, em 2003, o Programa Macaco Prego dedicado a<br />

realizar pesquisas sobre o tema que contribuem com a coleta<br />

de dados e análise e discussão dos resultados. Os pesquisadores<br />

Dieter Liebsch e Sandra Bos Mikich fazem um panorama do<br />

tema.<br />

T<br />

he second half of the year always presents one<br />

more challenge to the Forestry Sector. The occurrence<br />

of the capuchin monkey when the feeding on<br />

the sap of trees becomes more significant, causing<br />

losses to companies in the Sector. The conventional alternative<br />

is feeding these animals native fruits and seeds, which are<br />

scarce in winter and spring. Because this is a complex theme<br />

with many variables, in 2003, Embrapa Floresta created the<br />

Programa Macaco Prego (Capuchin Monkey Program) dedicated<br />

to carrying out research on the subject that contributed to<br />

data collection and analysis and discussion of results. Scientists<br />

Dieter Liebsch and Sandra Bos Mikich provided an overview of<br />

the theme.<br />

Foto: divulgação<br />

Dieter Liebsch<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Consultor, sócio-fundador da empresa Arauka Ambiental<br />

Scientific Specialist at Embrapa Florestas<br />

FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />

Graduação em Biologia pela PUC-PR (Pontifícia Universidade<br />

Católica do Paraná) - 2002, mestrado em Botânica pela Ufpr (Universidade<br />

Federal do Paraná) - 2006 e doutorado em Engenharia<br />

<strong>Florestal</strong> da Ufpr - 2018<br />

B.Sc. in Biology, State of Paraná Catholic Pontificate University<br />

(2002), M.Sc. in Botany, State of Paraná Federal University (2006),<br />

and Ph.D. in Forest Engineering, State of Paraná Federal University<br />

Foto: Alessandra Mikich<br />

Sandra Bos Mikich<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Pesquisadora em Ecologia da Embrapa Florestas, professora-orientadora<br />

da Unesp (PG-Biologia Animal).<br />

Ecology Scientist at Embrapa Florestas, Professor, Unesp, and<br />

Associate Scientist in the Zoology Department, Oxford University<br />

FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do<br />

Rio Grande do Sul (1988), mestrado em Zoologia pela Universidade<br />

Federal do Paraná (1994), doutorado em Zoologia pela<br />

Universidade Federal do Paraná (2001) e pós-doutorado pela<br />

University of Oxford (2014)<br />

B.Sc. in Biological Science, State of Rio Grande do Sul Federal University<br />

(1988), M.Sc. in Zoology, State of Paraná Federal University<br />

(1994), Ph.D. in Zoology, State of Paraná Federal University (2001),<br />

and post-doctorate studies at Oxford University (2014)<br />

34 www.referenciaflorestal.com.br


Os resultados da pesquisa refletem a realidade do<br />

setor de base florestal, tanto para produção de toras e<br />

madeira serrada, quanto para a produção de celulose<br />

>> Como ocorre o monitoramento de danos florestais<br />

pelos macacos?<br />

Antes de mais nada é importante destacar que todas as<br />

pesquisas do Programa são realizadas em parceria com<br />

empresas do setor florestal, dentro de suas áreas de<br />

produção e não, por exemplo, em áreas experimentais da<br />

Embrapa Florestas. Desse modo, os resultados refletem a<br />

realidade do setor de base florestal, tanto para produção<br />

de toras e madeira serrada quanto para a produção de<br />

celulose. O monitoramento de danos é realizado anualmente,<br />

sempre no final do ano (dezembro), para refletir<br />

o dano acumulado ao longo do ano (lembrando que o<br />

período principal de danos vai de julho a novembro) e<br />

utiliza as parcelas de inventário florestal já implantadas<br />

pelas empresas para o acompanhamento da produção,<br />

de tal forma que o esforço amostral é significativo e os<br />

dados de danos e produção podem ser diretamente relacionados.<br />

>> Os danos vêm aumentado ou diminuído ao longo dos<br />

anos?<br />

Esse monitoramento revela que os danos não têm aumentado<br />

(ou diminuído) nos últimos anos. O que ocorrem<br />

são variações pontuais na frequência dos danos,<br />

causadas, aparentemente, por pequenos deslocamentos<br />

de bandos de macacos em resposta às operações florestais,<br />

por exemplo a colheita dentro ou fora dos limites<br />

de uma empresa/propriedade; e à disponibilidade de<br />

recursos, por exemplo, no corte da vegetação nativa, o<br />

desenvolvimento de um talhão jovem de pinus que ao<br />

atingir 5-6 anos passou a ser atacado. Assim, locais que<br />

anteriormente não sofriam danos podem passar a sofrer,<br />

inclusive com bastante intensidade, dando a impressão<br />

que os danos totais aumentaram. Lembramos ainda que<br />

os macacos-prego apresentam alta mortalidade durante<br />

surtos de febre amarela, como o que está ocorrendo nos<br />

últimos anos, de modo que suas populações estão ainda<br />

mais reduzidas e, portanto, eventuais aumentos pontuais<br />

de danos não refletem a situação geral do problema. No<br />

entanto, a redução gradual da qualidade (nem sempre da<br />

quantidade) de florestas nativas atua no outro sentido,<br />

How is the monitoring of forest losses due to the<br />

Capuchin Monkey carried out?<br />

First of all, it is essential to highlight that all the<br />

research of the Program is being carried out in<br />

partnership with companies in the Forestry Sector,<br />

within their production areas and not, for example,<br />

in the Embrapa Florestas experimental areas. Thus,<br />

the results reflect the reality of the Forest-based<br />

Sector, both for log and sawn wood production and<br />

pulp production. Damage monitoring is carried out<br />

annually, always at the end of the year (December),<br />

to reflect the accumulated losses throughout the year<br />

(remembering that the main period of loss runs from<br />

July to November) and uses the forest stand inventories<br />

already implemented by companies to monitor<br />

production, such that the sampling effort is significant.<br />

The damage and production data can be directly<br />

related.<br />

Has the damage increased or decreased over the<br />

years?<br />

This monitoring reveals that the damage has not<br />

increased (or decreased) in recent years. What occurs<br />

are occasional variations in the frequency of damage,<br />

apparently caused by small displacements of flocks of<br />

monkeys in response to forest operations, for example,<br />

harvesting within or without the boundaries of a<br />

company/property; and the availability of resources<br />

(for example in the clearing of native vegetation, the<br />

development of a young stand of pine that, when<br />

reaching 5-6 years, began to be attacked. Thus, places<br />

that previously did not suffer damage can begin to<br />

suffer, even with much intensity, giving the impression<br />

that the total damage has increased. We also recall<br />

that capuchin monkeys have a high mortality rate<br />

during outbreaks of yellow fever, such as what has<br />

occurred in recent years, so that their populations are<br />

even smaller and, therefore, any occasional increases<br />

in damage does not reflect the general situation of<br />

the problem. However, the gradual reduction in the<br />

quality (not always of the quantity) of native for-<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

35


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O desafio do plantio<br />

MECANIZADO<br />

Apesar das dificuldades, a silvicultura<br />

brasileira trilha novos caminhos para<br />

a mecanização<br />

Fotos: divulgação<br />

The challenge of<br />

mechanized planting<br />

Despite the difficulties, Brazilian<br />

forestry is continuing along new<br />

paths towards mechanization<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

41


PRINCIPAL<br />

S<br />

e por um lado, o processo de colheita está cada vez<br />

mais ágil e tecnológico no setor florestal, por outro<br />

a silvicultura tem unido esforços rumo à mecanização.<br />

Mesmo com a maior parte dos processos<br />

mecanizados, etapas como plantio e irrigação<br />

continuam como desafios na operação e, para reverter isso, o<br />

mercado já apresenta novidades.<br />

Não há dados precisos e atualizados sobre o cenário atual da<br />

mecanização na silvicultura no Brasil. Contudo, de acordo com<br />

o professor José Leonardo de Moraes Gonçalves, engenheiro<br />

agrônomo, com doutorado em Solos e Nutrição <strong>Florestal</strong>, houve<br />

um avanço expressivo, embora no plantio, especialmente de<br />

segundo e terceiros ciclos, e na irrigação pós-plantio, o sistema<br />

manual e semimecanizado prevaleça. “Hoje, as grandes empresas<br />

trabalham com, pelo menos, 70 a 80% de mecanização na<br />

silvicultura, isso em plantação e manutenção, sendo a colheita<br />

é toda mecanizada. Já as de médio porte, ao menos 50% das<br />

operações estão mecanizadas”, opina o professor, titular do<br />

Departamento de Ciências Florestais da USP (Universidade de<br />

São Paulo).<br />

Outro fator que deixa muito variável o cenário são as características<br />

geográficas e peculiares em cada região brasileira,<br />

com solo, relevo, biomas e climas, entre outros elementos, que<br />

são bem diferentes entre os Estados, destaca o professor da<br />

Unesp (Universidade Estadual Paulista) Saulo Guerra, doutor em<br />

Agronomia e líder do Pcmaf (Programa cooperativo sobre mecanização<br />

e automação <strong>Florestal</strong>). “Não temos números precisos,<br />

estou falando sobre a minha observação. Há tendência de menor<br />

I<br />

f, on the one hand, the harvesting process in the Forestry<br />

Sector is becoming increasingly agile and technological,<br />

on the other, forestry has united its efforts towards<br />

mechanization. Even with most mechanized processes,<br />

steps such as planting and irrigation remain as challenges<br />

in operations, and, to overcome these, the market has<br />

already presented several novelties.<br />

There is no accurate and up-to-date data on the current scenario<br />

of mechanization in forestry in Brazil. However, according<br />

to Professor José Leonardo de Moraes Gonçalves, Agronomist<br />

Engineer, with a Doctorate in Soils and Forest Nutrition, there<br />

have been significant advances. Still, in planting, especially in the<br />

2nd and 3rd cycles and in post-planting irrigation, the manual<br />

and semi-mechanized systems prevail. “Today, large companies<br />

work with at least 70 to 80% mechanization in forestry, this in<br />

planting and maintenance, and the harvest is all mechanized.<br />

On the other hand, for the medium-sized companies, only about<br />

50% of the operations are mechanized,” opines the Professor,<br />

currently Head of the Department of Forest Sciences of the<br />

University of São Paulo (USP).<br />

Other factors leading to the scenario being very inconstant<br />

are the geographical and peculiar characteristics in each Brazilian<br />

Region, such as soil, relief, biomes, and climates, among<br />

other elements, which are very different among the States,<br />

highlights Saulo Guerra, Professor at the Paulista State University<br />

(Unesp) and Ph.D., in Agronomy and head of the Cooperative<br />

Program on Mechanization and Forest Automation (Pcmaf).<br />

“We don’t have any precise numbers; I’m only talking about my<br />

42 www.referenciaflorestal.com.br


Maio <strong>2020</strong> 43


44 www.referenciaflorestal.com.br


Maio <strong>2020</strong> 45


COVID – 19<br />

Contratos de<br />

concessões florestais<br />

SÃO FLEXIBILIZADOS<br />

SFB anuncia medidas para<br />

reduzir impactos econômicos<br />

provocados pela pandemia<br />

Fotos: divulgação<br />

46 www.referenciaflorestal.com.br


As medidas de combate à Covid-19 implementadas<br />

no Brasil afetam os contratos<br />

de concessão florestal de diversas maneiras,<br />

especialmente pela recomendação do<br />

isolamento social pelo Ministério da Saúde.<br />

Para minimizar os impactos econômicos provocados<br />

pela pandemia, o SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro)<br />

anunciou medidas a favor dos contratos de concessões<br />

florestais que estão sob sua gestão.<br />

Embora as atividades dentro da floresta estejam no<br />

período anual de embargo, em função do período chuvoso,<br />

as operações nas indústrias e a comercialização<br />

estão ocorrendo e foram afetadas com a necessidade<br />

de isolamento social. “A concessão florestal está sendo<br />

atingida tanto pela implementação de medidas de<br />

restrição de movimentação de pessoas, como o isolamento<br />

social ou a quarentena por parte dos municípios<br />

sede das empresas, quanto pelo impacto na comercialização<br />

de produtos processados ou acabados no mercado<br />

interno e, principalmente, no mercado externo,<br />

uma vez que os principais mercados acessados pelos<br />

concessionários, como o europeu e o norte americano,<br />

também foram impactados pela pandemia, destaca o<br />

diretor do SFB, Paulo Carneiro.<br />

Em função desse cenário, o SFB decidiu adiar o<br />

vencimento da parcela trimestral de pagamento pela<br />

produção florestal. O objetivo principal desta ação é garantir<br />

a manutenção dos empregos e a saúde financeira<br />

das empresas. Como já divulgado em 2019, o conjunto<br />

dos concessionários florestais gerou 1.140 empregos.<br />

A outra medida adotada foi apresentar aos concessionários,<br />

em conjunto com o Bndes (Banco Nacional<br />

de Desenvolvimento Social), as principais linhas de créditos<br />

emergenciais criadas pelo Governo Federal para<br />

apoiar pequenas e médias empresas a superar a crise<br />

econômica causada pela pandemia do Coronavírus.<br />

Além dessas medidas, estão em análise a não aplicação<br />

do reajuste anual dos preços contratados pelos<br />

produtos florestais das concessões florestais e a possibilidade<br />

de postergar o pagamento de termos de parcelamentos<br />

de valores inadimplidos vigentes. As decisões<br />

tomadas pelo SFB estão respaldadas por notas técnicas,<br />

deliberação pelo Conselho Diretor do órgão que convalidam<br />

e consubstanciam tais decisões e nas competências<br />

e previsões legais derivadas da Lei nº 11.284/06, do<br />

Decreto 6.063/07 e da Resolução SFB nº 25/2015.<br />

As empresas que possuem contratos de concessão<br />

florestal pagam ao governo valores financeiros propor-<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

47


48 www.referenciaflorestal.com.br


A FEIRA DA<br />

INDÚSTRIA<br />

DO EUCALIPTO<br />

O Show <strong>Florestal</strong> MS é a nova feira florestal nacional, que<br />

vem para impulsionar o crescimento do mercado industrial<br />

de florestas plantadas, promover inovação e gerar negócios.<br />

A cidade de Três Lagoas em Mato Grosso do Sul, vai receber<br />

um novo conceito de feira em 2021, com:<br />

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Organização:<br />

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ESPÉCIE<br />

ACÁCIA:<br />

potência mundial<br />

em reflorestamento<br />

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Além de ser a mais plantada, o gênero<br />

tem uma área comercialmente explorada<br />

no planeta de 600 mil hectares<br />

Fotos: divulgação<br />

O<br />

gênero Acacia, com aproximadamente<br />

2.000.000 ha plantados em todo o mundo,<br />

apresenta uma relevante importância do<br />

ponto de vista social e industrial no reflorestamento.<br />

As espécies de maior utilização são<br />

Acacia mangium e Acacia auriculiformis sendo suas produções<br />

direcionadas para polpa de celulose, madeira para movelaria<br />

e construção, matéria-prima para compensados, combustível,<br />

controle de erosão, quebra-vento e sombreamento.<br />

A Acacia mangium é a espécie florestal mais plantada, com<br />

uma área comercialmente explorada no planeta de aproximadamente<br />

600 mil ha (hectares). Atualmente, é a mais utilizada<br />

no Sudeste Asiático, principalmente na Indonésia e na Malásia,<br />

de acordo com Galiana et al. (2002) apud Tonini e Vieira (2006).<br />

A espécie é uma leguminosa pioneira e vem despertando a<br />

atenção dos técnicos e pesquisadores pela rusticidade, rapidez<br />

de crescimento e, principalmente, por ser espécie nitrificadora<br />

(Veiga et al.,2000).<br />

O interesse também parte por ela apresentar significativa<br />

capacidade de adaptação às condições edafoclimáticas brasileiras<br />

(Andrade et al., 2000), sobretudo em solos pobres, ácidos<br />

e degradados produzindo elevada quantidade de madeira com<br />

baixa acumulação de nutrientes. Assim, a espécie destaca-se<br />

em programas de RAD (Recuperação de Áreas Degradadas)<br />

e representa uma opção silvicultural para o Brasil (Balieiro et<br />

al.,2004). A acácia é uma espécie nativa da parte noroeste da<br />

Austrália, de Papua Nova-Guiné e do oeste da Indonésia, com<br />

potencial para cultivo nas zonas baixas e úmidas, cuja madeira<br />

apresenta usos variados, entre eles a construção civil e de móveis<br />

(Smiderle,2005).<br />

ASPECTOS ECOLÓGICOS<br />

Árvore perenifólia apresenta crescimento rápido com vida<br />

média de 40 anos.<br />

A Acacia mangium é uma espécie típica de terrenos pouco<br />

elevados que, atrás dos mangues, ocupa zonas pantanosas<br />

estacionais, lagos bem drenados e montes e é frequentemente<br />

encontrada em solos de escassa fertilidade (Doran e Kelton,<br />

1982). A espécie é agressiva, podendo, por alelopatia, impedir<br />

a germinação de outras espécies (Instituto Hórus,s.d.) e um<br />

espectro de tolerância muito grande, pois pode se adaptar praticamente<br />

a quase todos os ambientes (Barbosa,2002).<br />

MORFOLOGIA<br />

A acácia é com freqüência uma árvore de grande porte<br />

que pode alcançar uma altura de 25m a 30m, com um tronco<br />

reto que pode superar a metade da altura total da árvore. Seu<br />

tronco ereto, possui coloração cinza-pardo, com casca pouco<br />

saliente e levemente sulcado longitudinalmente. Quanto a<br />

ramificação, apresenta-se fina, horizontal, espaçada, formando<br />

copa ovalada com folhagem densa (Instituto Hórus,s.d.).<br />

As folhas são simples e alternas, em ramos verdes e alados,<br />

dispostos espiriladamente, ovalado-lanceoladas ou ovalado-<br />

-alongadas, largas, coriáceas, de pecíolo curto, ápice alongado,<br />

com nervuras salientes partindo da base, de 12-18cm de comprimento.<br />

Elas são filódios permanentes que não evoluíram,<br />

não dando origem às folhas verdadeiras que deveriam ser pinadas<br />

(Instituto Hórus,s.d).<br />

Segundo o Cpafro (Centro de Pesquisa Agroflorestal de<br />

Rondônia) – (2004), as flores encontram-se dispostas em espigas<br />

soltas de 10 cm de comprimento, solitárias ou unidas nas<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

51


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Pioneira em<br />

mÁquinas e peças<br />

Florestais seminovas<br />

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Maio <strong>2020</strong> 53


ESPECIAL<br />

KLABIN:<br />

empreendedorismo<br />

e DNA na madeira<br />

Livro apresenta a história e algumas lições do fundador<br />

da empresa que, hoje, é considerada a maior produtora<br />

e exportadora de papéis de embalagem do Brasil<br />

Fotos: divulgação<br />

54 www.referenciaflorestal.com.br


C<br />

om o DNA familiar na madeira brasileira, como<br />

ressalta Celso Lafer, integrante da família Klabin-Lafer<br />

e do Conselho de Administração da<br />

Klabin S.A., considerada a maior produtora<br />

e exportadora de papéis de embalagem do<br />

Brasil, a gênese da empresa é tema do novo livro: Maurício<br />

Klabin – empreendedor e pioneiro da indústria brasileira.<br />

A partir da consciência de que a base florestal, sua sustentabilidade,<br />

manejo, atividades de reflorestamento são<br />

matéria-prima fundamental, a empresa “conseguiu manter<br />

uma consistência crescente com a implantação do grande<br />

empreendimento de celulose e papel, em Monte Alegre<br />

(PR)”, ressalta Celso, ao destacar os 120 anos de história. E<br />

é a partir desses ideais do fundador e da trajetória dele no<br />

início da formação do empreendimento, que o livro resgata a<br />

memória do que conhecemos hoje como Klabin S.A.<br />

Narrar um século de case verídico em apenas <strong>218</strong> páginas<br />

foi o desafio para o historiador Roney Cytrynowicz. “Os<br />

dotes dele como pesquisador deram vida ao que encontrou<br />

em arquivos e acervos, inclusive o do centro de memória de<br />

Klabin, jornais da época, conferindo dimensão própria à ampla<br />

bibliografia de que se valeu”, destaca Celso Lafer. Ilustrado<br />

com fotografias, documentos e recortes de jornal antigos,<br />

o livro percorre a biografia do fundador.<br />

Com apresentação de Celso Lafer, que também é Professor<br />

Emérito da USP (Universidade São Paulo), e autor de inúmeros<br />

textos relacionados a essa memória familiar, a publicação<br />

teve também como fonte um denso estudo introdutório<br />

do professor José de Souza Martins, sociólogo de São Paulo e<br />

um dos pioneiros da industrialização brasileira, que ressalta<br />

a singularidade empreendedora e os valores de Maurício<br />

Klabin. “O foco é a exemplaridade da trajetória de Maurício.<br />

A sua atuação é um exemplo de um bem sucedido processo<br />

competitivo de substituição de importação de um setor da<br />

vida econômica brasileira, que se aprofundou e se adensou<br />

no tempo e foi adquirindo competitividade e sustentabilidade<br />

crescentes”, afirma.<br />

Pioneiro e o patrono-inaugural da família Klabin-Lafer<br />

no Brasil, Maurício Klabin (1861- 1923) chegou ao território<br />

nacional como imigrante de uma pequena aldeia judaica da<br />

Lituânia, em São Paulo, em 1890. Com a percepção dos caminhos<br />

que a primeira República oferecia ao país, notou espaço<br />

para o setor de papel e celulose. “Numa época em que a<br />

industrialização apenas engatinhava em nosso país, teve a<br />

visão e as qualidades de um empreendedorismo de corte<br />

shumpeteriano apto para enfrentar os riscos e reunir os recursos<br />

para levar adiante, de maneira inovadora, a implantação<br />

da cadeia produtiva de celulose e papel”, revela Lafer.<br />

O livro está estruturado em nove capítulos que tratam<br />

das origens da família na Lituânia; a vinda de Maurício para<br />

o Brasil nos inícios de 1890; os seus primeiros negócios na<br />

área da tipografia e da papelaria; o casamento e a reunião<br />

da família vinda da Lituânia, na década de 1890, que sob sua<br />

liderança impulsionou a criação em 1899 e posterior expansão<br />

de Klabin Irmãos e Cia.; o começo da fase industrial de<br />

seu empreendedorismo com o arrendamento em 1902 de<br />

uma fábrica de papel em Salto de Itú e a subsequente fundação<br />

em 1909 da Cia. Fabricadora de Papel; suas atividades<br />

imobiliárias no desbravamento da Vila Mariana; seu papel na<br />

criação e fundação das primeiras instituições da comunidade<br />

judaica em São Paulo nos anos 1910 e 1920; e seu interesse<br />

pelo movimento sionista nas primeiras décadas do século XX.<br />

CURIOSIDADES<br />

Uma das curiosidades é que Klabin-Lafer é uma única família,<br />

mas nome original familiar é Lafer. “Klabin foi o nome<br />

adotado por Maurício e seu pai Leão, na Europa, em função<br />

das vicissitudes da condição judaica na Lituânia e aponta<br />

para uma área próxima de sua aldeia natal”, conta Celso Lafer.<br />

Outro marco é considerar o ponto de partida de Klabin<br />

S.A, a iniciativa do fundador em criar a Cia Fabricadora de<br />

Papel, na década de 1910 em São Paulo, e que foi, em seu<br />

tempo, a mais moderna fábrica de papel do Brasil.<br />

As nuances da história familiar, que se entrelaça com a<br />

própria memória da industrialização brasileira, são tantas<br />

que há outras publicações sobre o tema. Entre elas esta “A<br />

saga da família Klabin-Lafer” (2017), do historiador Ronaldo<br />

Costa Couto, que também conta com a apresentação de Celso<br />

Lafer. Os livros são vendidos em livrarias tradicionais.<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

55


LEGISLAÇÃO<br />

MUDANÇAS NO CÓDIGO<br />

FLORESTAL PARA A<br />

MATA ATLÂNTICA<br />

Fotos: divulgação<br />

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Decreto do<br />

Ministério do Meio<br />

Ambiente põe fim<br />

à insegurança<br />

jurídica relativa às<br />

áreas consolidadas<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

57


LEGISLAÇÃO<br />

C<br />

hegou ao fim um impasse ambiental que<br />

vinha trazendo dor de cabeça a muitos<br />

paranaenses. O mês de abril teve como<br />

marco a publicação do MMA (Ministério<br />

do Meio Ambiente), que publicou no Diário<br />

Oficial da União, o despacho 4.410/<strong>2020</strong> revogando<br />

um despacho anterior (64773/2017), de autoria do ex-<br />

-ministro da pasta, José Sarney Filho, que estabelecia que<br />

as regras para as áreas consolidadas, previstas no Código<br />

<strong>Florestal</strong> Brasileiro de 2012, não eram válidas no bioma<br />

Mata Atlântica.<br />

Com base neste entendimento, o Ibama (Instituto<br />

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais<br />

Renováveis) aplicou multas pesadas a produtores paranaenses,<br />

mesmo que estes estivessem agindo dentro da<br />

legislação pertinente. O fim deste embaraço jurídico só<br />

foi possível por conta da ação rápida e efetiva da Faep<br />

(Federação da Agricultura do Estado do Paraná), dos sindicatos<br />

rurais e da CNA (Confederação Nacional da Agricultura<br />

e Pecuária). A decisão do atual ministro, Ricardo<br />

Salles, de revogar o despacho anterior, tomou como<br />

base o parecer da AGU (Advocacia Geral da União) em<br />

consulta solicitada pelo setor produtivo. Por meio das demandas<br />

dos produtores, encaminhadas pelos sindicatos<br />

à Faep e por esta à CNA, foi possível reunir a argumentação<br />

necessária para a construção desse entendimento.<br />

O processo envolveu várias instâncias, como o Mapa<br />

(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a<br />

Casa Civil do governo federal.<br />

Com despacho anterior, o<br />

Ibama (Instituto Brasileiro do<br />

Meio Ambiente e dos Recursos<br />

Naturais Renováveis) aplicou<br />

multas pesadas a produtores<br />

paranaenses<br />

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60 www.referenciaflorestal.com.br


Maio <strong>2020</strong> 61


ECONOMIA<br />

RENDA E EMPREGO<br />

EM SANTA CATARINA<br />

62 www.referenciaflorestal.com.br


Pesquisa aponta que o Estado conseguiu<br />

gerar 15% de vagas formais no setor florestal<br />

Fotos: divulgação<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

63


ECONOMIA<br />

S<br />

anta Catarina é responsável por gerar 15%<br />

do número de empregos formais dentro do<br />

setor florestal brasileiro de base plantada, ao<br />

longo dos últimos anos. O Estado também<br />

tem outros índices positivos na área, conforme<br />

o panorama divulgados pela ACR (Associação Catarinense<br />

de Empresas Florestais) no início de maio de <strong>2020</strong>.<br />

Os dados foram retirados do Anuário Estatístico de<br />

Base <strong>Florestal</strong> para o estado de Santa Catarina 2019, das<br />

pesquisas do Funpinus (Fundo Cooperativo para Melhoramento<br />

de Pinus) e de um estudo desenvolvido em 2019<br />

pela Udesc-cav (Universidade do Estado de Santa Catarina),<br />

a pedido da ACR. Por esta razão, não considera o cenário<br />

atual da pandemia da Covid-19, mas um levantamento<br />

até o ano anterior ao da pesquisa.<br />

No aspecto de emprego e renda, o Brasil registrou,<br />

em 2018, 598 mil empregos diretos no setor florestal em<br />

2017,com manutenção nos níveis de emprego em 2018, o<br />

que representou aproximadamente 600 mil postos de trabalho.<br />

Santa Catarina, que em 2017 consolidou 90 mil empregos,<br />

teve um acréscimo de 200 novos postos em 2018.<br />

Outro reflexo está na arrecadação de tributos, diretamente<br />

proporcional ao desempenho do setor florestal no Vbps<br />

(Valor Bruto da Produção da Silvicultura). A produção de<br />

madeira em toras em Santa Catarina no ano de 2018 arrecadou<br />

R$ 137,6 milhões em tributos.<br />

Estatísticas do número de empresas por segmento no<br />

estado de 2018 contabilizam 2.568 empresas de móveis,<br />

representando 46% do total. Este segmento é seguido<br />

pelo de serrarias com desdobramento de toras com 1.028<br />

estabelecimentos, ou seja, 18% do total de empresas no<br />

estado. Na sequência, observam-se fábricas de esquadrias<br />

de madeira e de peças para instalações industriais/comerciais<br />

com cerca de 500 empresas, representando 9% do<br />

total. As demais empresas somam 1.486 estabelecimentos<br />

e representam 27% do total presente no estado.<br />

A produção de madeira em<br />

toras em Santa Catarina no<br />

ano de 2018 arrecadou<br />

R$ 137,6 milhões em tributos<br />

PINUS É DESTAQUE<br />

O estudo identificou que o estado catarinense possui<br />

828,9 mil hectares de área com florestas plantadas. Desta<br />

totalidade, a grande maioria ou 67% (553,6 mil hectares)<br />

com Pinus. Cerca de 33% (275,3 mil hectares) são ocupados<br />

com Eucalyptus.<br />

Especialmente o Pinus adaptou-se na localidade devido<br />

às condições edafoclimáticas serem favoráveis para o<br />

seu desenvolvimento.<br />

A IMA (produtividade florestal média) no Brasil é de<br />

30,5 m³/ha.ano para o Pinus (IBÁ, 2017). Empresas de<br />

maior porte e com alto nível tecnológico atingem médias<br />

maiores, dependendo da localização dos seus plantios e<br />

investimento empreendido. Em relação à Santa Catarina,<br />

no que diz respeito ao clima, o estado apresenta temperaturas<br />

mais baixas nos meses de inverno, o que não compromete<br />

o desenvolvimento deste gênero (espécies Pinus<br />

taeda e Pinus elliottii). A produtividade florestal média do<br />

Pinus nessa região está entre 34-37 m³/ha.ano.<br />

Em 2018 a produção de madeira serrada de Pinus no<br />

Brasil atingiu 7,84 milhões de m³, enquanto o consumo<br />

aparente foi de 5,30 milhões de m³ do produto. A evolução<br />

histórica da produção de madeira serrada de Pinus no Brasil<br />

se manteve praticamente constante entre 2009-2013,<br />

com a taxa de crescimento anual na produção de 0,9%.<br />

DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL GENÉTICO<br />

As condições de clima e solo e um longo trabalho de<br />

melhoramento genético transformaram a Região Sul do<br />

Brasil em uma das principais produtoras de madeira de<br />

pinus, capaz de atender uma diversificada linha de produtos:<br />

celulose e papel, embalagens, madeira serrada para<br />

móveis e diversos outros segmentos.<br />

As pesquisas com pinus começaram na década de<br />

1970, quando Brasil, África do Sul, Colômbia, Zimbábue,<br />

Índia e Honduras criaram uma rede experimental através<br />

de um programa de cooperação internacional. O melhoramento<br />

do pinus no Brasil foi implementado por empresas<br />

florestais, principalmente indústrias de celulose e papel e<br />

instituições de pesquisa, entre elas a Embrapa Florestas.<br />

“O principal objetivo do melhoramento é a perpetuação<br />

64 www.referenciaflorestal.com.br


www.himev.com.br<br />

Soluções para<br />

Supressão Vegetal<br />

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invés de queimá-la.<br />

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FLORESTAL<br />

PRODUÇÃO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

Resíduos ficam no solo<br />

e servem de<br />

cobertura para<br />

umidade e matéria<br />

orgânica.<br />

PLUG AND PLAY<br />

Conecta o triturador<br />

no trator<br />

e já sai usando.<br />

AUMENTO DA PRODUTIVIDADE<br />

Tecnologia substitui o trabalho<br />

de 15 pessoas e evita riscos de<br />

acidentes e picadas de animais.<br />

FABRICADO NO BRASIL<br />

Matriz europeia adaptada para a realidade brasileira.<br />

Peças e assistência técnica brasileira.<br />

Rod. SC 418, nº 6245 | Campo Alegre/SC<br />

(47) 3632.1001<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

65


PESQUISA<br />

AVALIAÇÃO DO DESGALHADOR<br />

FLORESTAL DE DISCOS EM FUNÇÃO<br />

DO TEMPO DE ESTOCAGEM<br />

DA MADEIRA EM CAMPO<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

Os objetivos específicos do estudo foram<br />

determinar a produtividade e os custos<br />

de produção em função do período de<br />

estocagem da madeira em campo<br />

66 www.referenciaflorestal.com.br


RODRIGO PETRONGARI TONIN<br />

ENGENHEIRO FLORESTAL, MSC., DOUTORANDO EM CIÊNCIA FLORESTAL, FACULDADE DE<br />

CIÊNCIAS AGRONÔMICAS, UNESP<br />

RICARDO HIDEAKI MIYAJIMA<br />

ENGENHEIRO FLORESTAL, MSC., DOUTORANDO EM CIÊNCIA FLORESTAL, FACULDADE DE<br />

CIÊNCIAS AGRONÔMICAS, UNESP<br />

JOSÉ RAIMUNDO DE SOUZA PASSOS<br />

ENGENHEIRO FLORESTAL, DR., PROFESSOR ASSISTENTE DO DEPARTAMENTO DE<br />

BIOESTATÍSTICA, INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS, UNESP<br />

PAULO TORRES FENNER<br />

ENGENHEIRO FLORESTAL, DR., PROFESSOR ADJUNTO DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA<br />

FLORESTAL, FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS, UNESP<br />

Maio <strong>2020</strong><br />

67


PESQUISA<br />

RESUMO<br />

C<br />

om as inovações da colheita mecanizada<br />

no Brasil, tornam-se indispensáveis estudos<br />

para obtenção de dados reais sobre as novas<br />

máquinas que estão surgindo no mercado.<br />

O estudo objetivou a avaliação técnica<br />

e de custos de um desgalhador florestal de discos em<br />

árvores com diferentes tempos de estocagem em campo, e<br />

verificar possíveis correlações entre umidade da madeira,<br />

produtividade e custo de produção. Para a análise técnica<br />

foi realizado um estudo de tempos e movimentos pelo<br />

método de cronometragem de tempos contínuos e para<br />

a análise de custos, calcularam-se os custos operacionais<br />

através do método proposto pela Asabe. Aproximadamente,<br />

aos 40 dias em campo, as árvores atingiram a umidade<br />

de equilíbrio, o teor de umidade não demonstrou possuir<br />

correlação com o rendimento da máquina, que foi na média<br />

643,34 m3/h, e nem com o custo de produção, sendo, o<br />

custo operacional de R$ 180,04/hora, e o custo de produção<br />

médio R$ 0,28/m3.<br />

INTRODUÇÃO<br />

No setor do agronegócio brasileiro, a atividade florestal<br />

detém lugar de destaque, em 2013, o setor brasileiro<br />

de árvores plantadas empregou diretamente em torno<br />

de 630 mil pessoas e adicionou ao PIB (Produto Interno<br />

Bruto) cerca de R$ 56 bilhões, representando 1,2% de toda<br />

a riqueza gerada no País (Industria Brasileira De Árvores,<br />

2014). Nos últimos anos, o setor florestal brasileiro despontou<br />

rapidamente graças aos avanços da mecanização<br />

da colheita e do transporte de madeira (Yonezawa, 2010).<br />

A evolução da mecanização nas operações de colheita<br />

de madeira é motivada pela necessidade de melhoria das<br />

condições de trabalho, redução da mão de obra, aumento<br />

da competitividade com o incremento de novas alternativas<br />

de produção (Seixas, 2010). A intensa mecanização<br />

desencadeou um processo contínuo de avaliação dos<br />

rendimentos operacionais e dos custos, devido à colheita<br />

representar um percentual superior a 50% do total dos<br />

custos finais da madeira posta na indústria (Simões, 2008;<br />

Machado, 2014).<br />

Dada a grande quantidade de máquinas e equipamentos<br />

de corte e extração disponíveis no mercado, as<br />

empresas podem formar vários conjuntos de colheita que<br />

podem ser empregados, cabendo a cada empresa optar<br />

por aquele que seja mais adequado ao sistema utilizado e<br />

às suas peculiaridades (Jacovine et al., 2005).<br />

68 www.referenciaflorestal.com.br


Maio <strong>2020</strong> 69


70 www.referenciaflorestal.com.br


Maio <strong>2020</strong> 71


AGENDA<br />

AGENDA<strong>2020</strong>/2121<br />

JULHO<br />

<strong>2020</strong><br />

Imagem: reprodução<br />

X Semana de Atualização <strong>Florestal</strong><br />

14 a 16<br />

Viçosa (MG)<br />

www.sif.org.br<br />

AGOSTO<br />

<strong>2020</strong><br />

AGOSTO<br />

<strong>2020</strong><br />

IWF - INTERNATIONAL WOODWORKING FAIR<br />

A comunidade global de carpintaria se reúne para experimentar<br />

tudo o que há de novo e o que vem a seguir em<br />

tecnologia de fabricação, inovação, design de produto,<br />

aprendizado, redes e setores emergentes - tudo na incomparável<br />

International Woodworking Fair Atlanta, o maior<br />

evento de carpintaria da América do Norte e o show do<br />

setor. Para toda a comunidade da madeira - desde pequenas<br />

lojas até os principais fabricantes - a IWF é onde os<br />

empreendedores da madeira fazem negócios.<br />

IWF - International Woodworking Fair<br />

25 a 28<br />

Atlanta (Estados Unidos)<br />

www.iwfatlanta.com<br />

Feria Forestal Argentina<br />

17 a 20<br />

Posadas (Argentina)<br />

www.feriaforestal.com.ar<br />

SETEMBRO<br />

<strong>2020</strong><br />

SETEMBRO<br />

2021<br />

FERIA FORESTAL ARGENTINA<br />

É considerado o maior evento de floresta industrial<br />

ao ar livre da Argentina. Possui um terreno de 16 ha<br />

(hectares), um setor descoberto destinado à exibição de<br />

máquinas para a primeira e a segunda transformação.<br />

O setor de 10 mil m2 (metros quadrados) de cobertura,<br />

onde estão localizadas as empresas de fabricação de<br />

madeira, móveis e construção.<br />

Imagem: reprodução<br />

72 www.referenciaflorestal.com.br


Disco de corte para Feller<br />

AGENDA<strong>2020</strong>/2021<br />

• Discos de corte com encaixe para<br />

utilização de até 18 ferramentas<br />

• Diâmetro externo e encaixe central<br />

de acordo com o padrão da máquina<br />

OUTUBRO<br />

<strong>2020</strong><br />

Detalhe de encaixe para<br />

ferramentas de 4 lados<br />

Hdom Summit<br />

21 e 22<br />

São Paulo (SP)<br />

www.hdomsummit.com.br<br />

• Discos de corte para Feller<br />

conforme modelo ou amostra<br />

• Discos especiais<br />

• Pistões hidráulicos<br />

(fabricação e reforma)<br />

• Usinagem de médio e grande porte<br />

ABRIL<br />

2021<br />

Av. Marginal Francisco D’Antonio, 337<br />

Água Vermelha - Sertãozinho - SP<br />

Fone: (16) 3942-6855 Fax: (16) 3942-6650<br />

dantonio@dantonio.com.br - www.dantonio.com.br<br />

D’Antonio Equipamentos<br />

Mecânicos e Industriais Ltda<br />

Congresso <strong>Florestal</strong> MS<br />

13<br />

Mato Grosso do Sul<br />

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ABRIL<br />

2021<br />

Show <strong>Florestal</strong> MS<br />

14 a 16<br />

Três Lagoas (MG)<br />

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Maio <strong>2020</strong><br />

73


ESPAÇO ABERTO<br />

Foto: Carmine Furletti<br />

Novos rumos na gestão<br />

DAS EMPRESAS<br />

Por David Braga,<br />

CEO da Prime Talent<br />

A pandemia do Coronavírus<br />

gerou um impacto<br />

disruptivo imediato no<br />

ambiente organizacional<br />

74 www.referenciaflorestal.com.br<br />

D<br />

e uma hora para outra, grande parte dos funcionários das empresas<br />

de todo o mundo foram obrigados a trabalhar em home-<br />

-office. Ou seja, houve um impacto disruptivo imediato no ambiente<br />

organizacional, após o anúncio da pandemia da Covid-19<br />

e, consequentemente, a necessidade de quarentena em todos<br />

os países. Na avaliação do CEO e headhunter da Prime Talent, David Braga,<br />

essa alteração é, provavelmente, apenas o começo de diversas mudanças que<br />

virão pela frente nos processos e na cultura organizacional, com desafios para<br />

empresas e empregados de variados níveis hierárquicos.<br />

Em todos os aspectos, os impactos da pandemia do Coronavírus ainda<br />

são incalculáveis. No entanto, é certo que isso alterou a dinâmica de trabalho,<br />

cobrando novos hábitos das corporações, inclusive modelos de gestão diferenciados.<br />

“Empresas que eram receosas com o trabalho remoto, se viram obrigadas<br />

a adotar essa solução, que tem se mostrado eficiente ou talvez a melhor<br />

opção para o momento. Isso, porém, tem colocado à prova empresas que,<br />

tradicionalmente, têm uma cultura de poder e controle (gestão centralizada)”,<br />

argumenta Braga.<br />

Nesse sentido, o executivo explica que manter os profissionais à distância<br />

exige a adoção de um modelo descentralizado, com foco em performance<br />

(entregas) e, não, apenas no controle das oito horas diárias trabalhadas. Em<br />

consequência, as lideranças precisam desenvolver uma comunicação mais apurada,<br />

com maior transparência na passagem das informações e alinhamentos<br />

com os times, que, agora, estão descentralizados (pontos distintos) e precisam<br />

manter os compromissos. “A gestão remota precisa ser assertiva, garantindo as<br />

entregas na qualidade e nos prazos pré-estabelecidos com os clientes”, explica.<br />

Portanto, no pós-pandemia, as empresas precisarão lidar com sua percepção<br />

de como o trabalho deve ser feito, uma vez que precisarão mudar.<br />

“Modelos tradicionais de gestão estão sendo questionados, até porque não<br />

se mostraram eficientes no primeiro momento da quarentena, que exigiu respostas<br />

rápidas, colaboração, cocriação e, sobretudo, decisão compartilhada e<br />

descentralizada”, destaca Braga.<br />

Da mesma forma, não apenas no pós-pandemia, mas mesmo antes, é<br />

fundamental avaliar a estrutura das organizações, verificando se faz sentido<br />

reestruturar, reduzindo custos, mas com uma atenção muito especial para não<br />

perder capital intelectual. “Na última crise, várias empresas fizeram cortes,<br />

tendo como base apenas os maiores salários. Isso levou a resultados desastrosos<br />

no médio e longo prazos”, pontua o CEO da Prime, especializada na seleção<br />

de executivos de média e alta gestão.<br />

Um dos pontos que deve ser analisado, nesse contexto, é a real necessidade<br />

de todos os colaboradores, independentemente da área de atuação, trabalharem<br />

dentro das empresas. “Quanto custo fixo poderia ser reduzido com<br />

a entrega de andares em prédios ao se adotar o home-office? As organizações<br />

mais estratégicas têm líderes capazes de delegar e fazer os respectivos follow<br />

ups, empoderando seus colaboradores, na tratativa dos problemas. Somente<br />

praticando, crescemos. É o que chamamos de aprendizado on the job”, conclui<br />

David Braga.<br />

Ele reforça que as corporações que possuem práticas de gestão mais modernas,<br />

ações diferenciadas de talent management, além de ideias e soluções<br />

oriundas de startups e abertura para adotar modelos disruptivos, são as que<br />

deram respostas mais ágeis e assertivas diante da crise. Por isso, a perspectiva<br />

é de que a Covid-19 mude os negócios e a sociedade de maneira importante.<br />

Após o atual período de urgências passar, as empresas devem considerar o<br />

que muda e o que aprenderam para que possam refletir as transformações em<br />

seus planos.


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