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Edição 2º trimestre
Edição 2º trimestre
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O local é dividido em três galerias, que contêm espaços de<br />
escritório e salas de reuniões, além de um lounge destinado<br />
à apresentação de novas tecnologias digitais e um espaço<br />
multiuso para a realização de eventos e seminários. Os<br />
ambientes são marcados pelo alto contraste dos acabamentos,<br />
como, por exemplo, nas áreas comuns, onde o teto é pintado<br />
na cor preta, permitindo que os equipamentos de iluminação<br />
“desapareçam” em meio às instalações aparentes, pintadas<br />
na mesma tonalidade. Detalhes lineares de iluminação difusa<br />
contribuem para valorizar os acabamentos, como os espelhos<br />
aplicados nas paredes das circulações e o encontro do teto preto<br />
com as paredes brancas na sala multiuso.<br />
O aquecimento das lâminas de vidro, quando posicionadas sobre<br />
moldes de aço, deformou-as pela ação de seu próprio peso,<br />
adquirindo assim a textura formada pelos números “0” e “1”.<br />
Pela irregularidade das superfícies, esses elementos não<br />
puderam ser transportados de maneira tradicional, por meio<br />
de ventosas, o que demandou maior tempo e mão de obra para<br />
sua instalação.<br />
O principal elemento construtivo do projeto são as divisórias<br />
de vidro transparente, criadas pelo estúdio com inspiração nos<br />
dígitos binários da computação. Compostas de duas camadas<br />
de vidro laminado e de quatro camadas de película para a<br />
prevenção contra estilhaços, as divisórias foram moldadas em<br />
fôrmas de aço inoxidável, que lhes imprimiram uma textura<br />
ondulada, feita dos números 0 e 1. Com exceção do mobiliário,<br />
os interiores das salas contidas por essas divisórias são<br />
predominantemente brancos, amplificando a reflexão da luz. Ao<br />
ser transmitida pelo vidro texturizado, a luz é refratada, criando<br />
um curioso jogo de reflexos, semelhantes aos que são gerados<br />
quando a luz do Sol é transmitida e refletida pela água.<br />
As salas do escritório oferecem, ao mesmo tempo,<br />
permeabilidade visual e privacidade, já que a textura do vidro<br />
faz parecer distorcido – ou codificado – tudo o que está do<br />
outro lado. Segundo os designers, “a intenção era expressar o<br />
futuro da ‘Internet das coisas’ (IoT), uma fusão entre o digital e<br />
o real, por meio desse cenário em que imagens reais e virtuais<br />
se integram de maneira harmônica”. Curiosamente, esse futuro<br />
é expresso por meio da referência a esse sistema tão antigo que<br />
confere ao espaço múltiplas interpretações e linguagens – assim<br />
como ocorre na computação.<br />
DIGITAL HUB<br />
Tóquio, Japão<br />
Projeto de iluminação e interiores:<br />
nendo<br />
Oki Sato (Chief Designer)<br />
Mado, Snz (Designers)<br />
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