EXAME Junho 2020
Numa altura em que o mundo se confronta com uma das maiores crises globais, o regresso do futebol pode trazer alegrias (e amarguras) a milhões de adeptos. Mas os custos da paragem podem ser demasiados altos em alguns campeonatos, incluindo o moçambicano. Fomos ver o que representam. O dossier de commodities, aborda o impacto da queda dos preços na economia moçambicana, também reflectido no orçamento (que analisamos nesta edição). Este foi o tema de um webinar que apoiámos, promovido pela Delegação da União Europeia, em parceria com o Ministério da Indústria e Comércio e a Eurocam, disponível em www.eumoztalks.com. No nosso especial "Inovação" abordamos o crescimento do comércio electrónico e a crescente importância da cibersegurança.
Numa altura em que o mundo se confronta com uma das maiores crises globais, o regresso do futebol pode trazer alegrias (e amarguras) a milhões de adeptos. Mas os custos da paragem podem ser demasiados altos em alguns campeonatos, incluindo o moçambicano.
Fomos ver o que representam.
O dossier de commodities, aborda o impacto da queda dos preços na economia moçambicana, também reflectido no orçamento (que analisamos nesta edição). Este foi o tema de um webinar que apoiámos, promovido pela Delegação da União Europeia, em parceria com o Ministério da Indústria e Comércio e a Eurocam, disponível em www.eumoztalks.com.
No nosso especial "Inovação" abordamos o crescimento do comércio electrónico e a crescente importância da cibersegurança.
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CAPA FUTEBOL REGRESSA<br />
NO FIO DA NAVALHA<br />
Em Portugal, a paragem da Primeira Liga originou um prejuízo na ordem dos<br />
150 milhões euros a um futebol cada vez menos competitivo e que poderá aproveitar<br />
a crise para se reinventar<br />
ANDRÉ PIPA<br />
O FUTEBOL<br />
PORTUGUÊS<br />
TEM DE MUDAR<br />
DE VIDA PARA<br />
SER<br />
COMPETITIVO<br />
NO CONTEXTO<br />
EUROPEU<br />
Apandemia pode ter mudado a face do<br />
futebol profissional português para<br />
sempre? Apetece dizer: era desejável<br />
que sim, dado que ninguém de bom<br />
senso e com os pés assentes na terra<br />
pode defender a manutenção do modelo actual do<br />
futebol português, cada vez mais desligado da realidade<br />
do país, cada vez menos competitivo, cada vez<br />
mais periférico no contexto europeu. O presidente<br />
da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando<br />
Gomes, foi o primeiro a aproveitar a paragem forçada<br />
da competição e os danos imediatos causados<br />
à maioria dos clubes para lançar um vigoroso alerta<br />
em forma de carta aberta publicada em vários jornais<br />
portugueses. Esse texto pode ficar na história como a<br />
primeira pedra de um novo edifício que tantos desejam<br />
(ou dizem desejar) mas que ninguém parece ter<br />
vontade de construir. Disse Fernando Gomes, basicamente:<br />
meus senhores, o futebol português assim<br />
como está não é um produto viável, precisa de mudar<br />
de vida e de hábitos para ter alguma hipótese de continuar<br />
a ser competitivo no contexto europeu... e vendável<br />
no mercado exterior. Gomes sabia que a maior<br />
parte dos clubes já se encontrava no fio da navalha e<br />
entendeu ser esta uma oportunidade única de sensibilizar<br />
todos os agentes para a mudança que tem de<br />
ser feita. As ideias e pistas que sugeriu nesse documento<br />
apontavam expressa ou subliminarmente para<br />
a reformulação dos quadros competitivos (“temos<br />
de construir provas rentáveis, relevantes e viáveis;<br />
plantéis mais curtos; maior aposta nas equipas B e<br />
de sub-23”), redução do número de jogadores profissionais<br />
(“o futebol português, com a dimensão que o<br />
país tem, não tem condições para garantir cerca de<br />
dois mil empregos de qualidade”) e a alteração do<br />
modelo de negócio (mais igualdade na distribuição<br />
22 | Exame Moçambique