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EXAME Junho 2020

Numa altura em que o mundo se confronta com uma das maiores crises globais, o regresso do futebol pode trazer alegrias (e amarguras) a milhões de adeptos. Mas os custos da paragem podem ser demasiados altos em alguns campeonatos, incluindo o moçambicano. Fomos ver o que representam. O dossier de commodities, aborda o impacto da queda dos preços na economia moçambicana, também reflectido no orçamento (que analisamos nesta edição). Este foi o tema de um webinar que apoiámos, promovido pela Delegação da União Europeia, em parceria com o Ministério da Indústria e Comércio e a Eurocam, disponível em www.eumoztalks.com. No nosso especial "Inovação" abordamos o crescimento do comércio electrónico e a crescente importância da cibersegurança.

Numa altura em que o mundo se confronta com uma das maiores crises globais, o regresso do futebol pode trazer alegrias (e amarguras) a milhões de adeptos. Mas os custos da paragem podem ser demasiados altos em alguns campeonatos, incluindo o moçambicano.
Fomos ver o que representam.
O dossier de commodities, aborda o impacto da queda dos preços na economia moçambicana, também reflectido no orçamento (que analisamos nesta edição). Este foi o tema de um webinar que apoiámos, promovido pela Delegação da União Europeia, em parceria com o Ministério da Indústria e Comércio e a Eurocam, disponível em www.eumoztalks.com.
No nosso especial "Inovação" abordamos o crescimento do comércio electrónico e a crescente importância da cibersegurança.

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economia mundial. Após as últimas previsões<br />

do Fundo, feitas em Janeiro deste<br />

ano, a pandemia agravou consideravelmente<br />

a quebra da economia global, que<br />

se prevê agora deverá afundar numa quebra<br />

de 3% este ano. A recessão mais acentuada<br />

ocorrerá na Zona Euro, com um<br />

tombo do produto interno bruto (PIB)<br />

de 7,5%, com os Estados Unidos a registarem<br />

um crescimento negativo este ano<br />

de 5,9% e China e Índia a obterem, apesar<br />

do surto infeccioso que teve origem<br />

na Ásia, crescimentos ainda positivos este<br />

“A MAGNITUDE<br />

E A VELOCIDADE<br />

DO COLAPSO DA<br />

ACTIVIDADE ECONÓMICA<br />

SÃO DIFERENTES DE<br />

TUDO O QUE JÁ VIMOS”<br />

CRESCIMENTO DA ECONOMIA MOÇAMBICANA<br />

Crescimento do PIB real em %<br />

7,6% 7,3% 7% 7,4% 6,7% 3,8% 3,7% 3,4% 2,2% 2,2% 4,7%<br />

2002/<br />

2011<br />

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 <strong>2020</strong> 2021<br />

RECESSÃO MUNDIAL<br />

PIB Mundial em %<br />

2,9%<br />

2019<br />

Fontes: FMI, WEO Apr <strong>2020</strong>.<br />

-3%<br />

<strong>2020</strong><br />

5,8%<br />

2021<br />

ano: 1,2% e 1,9%. Para o próximo ano, e<br />

tendo como base o cenário mais favorável<br />

do FMI, a China registará uma forte<br />

retoma (9,2%) e a Índia também recuperará<br />

rapidamente, com um crescimento<br />

projectado de 7,4%.<br />

O FMI, que classifica a crise actual decorrente<br />

da pandemia da doença COVID-19<br />

como a “pior desde a Grande Depressão”<br />

de 1929 e a rotula como “o Grande Bloqueio”,<br />

faz as suas projecções num cenário<br />

de “linha de base”, que pressupõe que a<br />

pandemia desapareça no segundo semestre<br />

de <strong>2020</strong> e os esforços de contenção<br />

possam ser gradualmente desenvolvidos.<br />

O Fundo alerta que para “evitar a possibilidade<br />

de piores resultados” é necessário<br />

adoptar políticas eficazes e que “as medidas<br />

necessárias para reduzir o contágio e<br />

proteger vidas são um instrumento importante<br />

na saúde humana e económica no<br />

longo prazo”. O relatório acrescenta que,<br />

face às consequências económicas agudas<br />

em sectores específicos, “os formuladores<br />

de políticas terão de implementar<br />

medidas fiscais, monetárias e financeiras<br />

substanciais, direccionadas para apoiar as<br />

famílias e as empresas afectadas internamente.<br />

O FMI defende ainda uma forte<br />

cooperação internacional multilateral,<br />

considerando-a “essencial para superar<br />

os efeitos da epidemia, inclusive para<br />

ajudar países com restrições financeiras<br />

que enfrentam dois choques simultâneos<br />

— de saúde e de financiamento —, bem<br />

como para canalizar a ajuda para países<br />

com sistemas de saúde fracos”.<br />

Na introdução ao relatório, Gita Gopinath,<br />

a economista-chefe do Fundo, assinala<br />

que “o mundo mudou radicalmente<br />

nos três meses desde a nossa última actualização<br />

do relatório ‘World Economic<br />

Outlook’, em Janeiro. Um desastre raro<br />

— uma pandemia de coronavírus — está<br />

a provocar a perda trágica de um número<br />

cada vez maior de vidas. À medida que<br />

os países impõem as quarentenas e práticas<br />

de distanciamento social necessárias<br />

para conter a pandemia, o mundo entrou<br />

num grande lockdown. A magnitude e a<br />

velocidade do colapso da actividade económica<br />

que se seguiu são diferentes de<br />

tudo o que já vimos”.<br />

O documento traça, entretanto, cenários<br />

ainda mais sombrios, em que os efeitos<br />

da pandemia se prolongam no tempo,<br />

com resultados devastadores na economia<br />

mundial e no emprego. Se tal vier a acontecer,<br />

a economia mundial poderá registar<br />

uma recessão superior a 3% este ano e 5%<br />

em 2021. O Fundo admite a hipótese de se<br />

verificar um segundo surto em 2021 (no<br />

próximo Inverno no Hemisfério Norte), o<br />

qual será pelo menos dois terços tão grave<br />

quanto o inicial. Se tal vier a acontecer, o<br />

produto global estimado para o próximo<br />

ano será 5% inferior ao previsto no cenário<br />

base. O que domina é a incerteza quanto<br />

à duração da pandemia, a eficácia ao seu<br />

combate e o surgimento de antídotos que a<br />

possam estancar, como uma vacina. Como<br />

está quase tudo em aberto, o FMI também<br />

equaciona um cenário mais favorável<br />

que o seu cenário base, cuja materialização<br />

depende do desenvolvimento de um<br />

tratamento ou vacina eficazes mais cedo<br />

do que o esperado, o que permitirá remover<br />

as medidas de distanciamento social<br />

e uma recuperação mais rápida do que o<br />

antecipado.<br />

No início de Março, o FMI pôs à disposição<br />

dos países mais atingidos pela pandemia<br />

um financiamento de emergência<br />

de 50 mil milhões de dólares. Os director<br />

e vice-director dos Assuntos Orçamentais<br />

do FMI, Vítor Gaspar e Paolo<br />

Mauro, escreveram, na altura, no blogue<br />

do Fundo, que os governos devem “dar<br />

subsídios salariais às pessoas e empresas<br />

para ajudar a conter o contágio”. A directora-geral<br />

do Fundo Monetário Internacional<br />

(FMI), Kristalina Georgieva, avisou,<br />

no final de Março, que a economia global<br />

já se encontrava em recessão. b<br />

junho <strong>2020</strong> | 45

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