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ARTIGO<br />
RESUMO<br />
G<br />
lobalmente, há mais pessoas usando combustíveis<br />
sólidos da biomassa, como lenha<br />
e carvão vegetal, do que em qualquer outro<br />
momento da história humana. Ainda, não<br />
distante, principalmente, em zonas rurais, o uso de biomassa<br />
animal, como restos de ossos, carcaças e dejetos<br />
animais também são muito utilizados. Em muitos países<br />
e regiões em desenvolvimento, a biomassa é o principal<br />
recurso energético para cozinhar, aquecer e iluminar. As<br />
estimativas são de que 2/3 da população do mundo a<br />
utilize para a cocção de alimentos. Cozinhar frequentemente<br />
com a biomassa têm sido associado à baixa renda<br />
familiar. Porém, em classes sociais mais elevadas, também<br />
é observado, como o tradicional churrasco, ou o bife super<br />
gourmet como o dirty steak, ou ainda, em pizzarias a<br />
culinária a base de fogão a lenha. Na maioria das culturas,<br />
as mulheres lideram a culinária doméstica, tal fato é fortemente<br />
observado no Estado de São Paulo, e ao mesmo<br />
tempo, são elas que aparecem frequentemente ocasionadas<br />
com doenças crônicas respiratórias resultantes dessa<br />
exposição, relatadas em todo o mundo.<br />
São Paulo tem uma área rural de 16,5 milhões de hectares,<br />
com 833 mil pessoas trabalhando com atividades<br />
agropecuárias e 188,6 mil estabelecimentos agropecuários<br />
(Ibge, 2017), com uma faixa etária distribuída entre<br />
25-75 e com renda até 2 salários mínimos e mais que 2,6<br />
salários mínimos (Figura 1) (Ibge 2010).<br />
Figura 1. Salário médio mensal dos trabalhadores formais nos<br />
munícipios de São Paulo. Fonte: Ibge (2010).<br />
Conforme os dados do último censo do Ibge (Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística), o percentual da<br />
população com rendimento nominal mensal per capita<br />
de até meio salário mínimo é de 31,6% (Ibge 2010).<br />
As principais atividades rurais são, lavouras, pastagens<br />
e matas. Já o setor urbano do Estado corresponde<br />
a 99%, de pessoas (Ibge, 2019). Dentre os segmentos<br />
que mais crescem no Brasil, muitos estão relacionados à<br />
alimentação, destacando-se as churrascarias e pizzarias.<br />
O Brasil é o 6° maior consumidor de carne do mundo,<br />
de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas<br />
para a Alimentação e a Agricultura), e estima-se que o<br />
consumo de carnes aumentará em cerca de 8 milhões de<br />
toneladas (17%) até 2027 (FAO, <strong>2020</strong>; Brasil, <strong>2020</strong>). Cerca<br />
de 1 milhão de pizzas são produzidas diariamente para<br />
alimentar o país, que ocupa a 2º posição do ranking de<br />
consumo de pizzas do mundo. O estado de São Paulo<br />
destaca-se por ser o consumidor principal, em que cerca<br />
de 572 mil pizzas são consumidas diariamente, sendo<br />
considerada a segunda cidade que mais come pizza no<br />
mundo (Silva, 2018). Conforme o Ibge, a alimentação fora<br />
de casa consome, em média, 31,1% do total de gastos<br />
das famílias brasileiras (Loja Brasil, 2019; Exame, 2019).<br />
Tais ramos alimentícios dependem da utilização da<br />
biomassa, como lenha e carvão vegetal para a cocção dos<br />
alimentos.<br />
O uso da biomassa para a cocção e, ou preparo de<br />
alimentos, não é exatamente o problema, mas sim a<br />
engenharia e a funcionalidade dos equipamentos de<br />
combustão (fornos, fogões etc.) utilizados, totalmente<br />
inadequados. Isso é uma questão que permeia há séculos<br />
na sociedade humana. A questão chave a ser observada é<br />
que a pandemia e o número de casos em SP têm crescido<br />
consideravelmente, e o combate a essa moléstia, passa<br />
pela prevenção. Sabe-se que a mortalidade é elevada<br />
em pessoas com problemas respiratórios e o perfil sócio<br />
alimentar da população está relacionada a vulnerabilidade<br />
e letalidade de pessoas quando acometidas pelo<br />
Covid-19.<br />
A biomassa é um combustível alternativo aos combustíveis<br />
fósseis, e apesar da sua sustentabilidade e de<br />
todos os benefícios ambientais envolta dela, é preciso se<br />
atentar no cenário atual de pandemia ocasionada pelo<br />
Covid-19, a sua forma de queimá-la para gerar o calor,<br />
especificamente, com as emissões gasosas e de materiais<br />
particulados emitidos por meio da fumaça. Atenção aos<br />
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