*Agosto/2020 Referência Industrial 221
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
INDÚSTRIA - Brasil precisa simplificar carga tributária e reduzir burocracia para competir<br />
EFICIÊNCIA E<br />
DURABILIDADE<br />
CONJUNTO DE CORTE GERA MAIOR<br />
DESEMPENHO E PRODUTIVIDADE<br />
NO SETOR DE BIOMASSA<br />
EFFICIENCY AND<br />
DURABILITY<br />
KNIVE ARRAYS THAT GENERATE<br />
BETTER PERFORMANCE<br />
AND PRODUCTIVITY IN THE<br />
BIOMASS SECTOR<br />
9 7 72359 466080 0 0 2 2 1
S O L U Ç Õ E S D E<br />
CLASSE MUNDIAL<br />
B R E V E E M O P E R A Ç Ã O<br />
“Em 1979 a Todeschini plantou a primeira muda de pinus das suas florestas. Hoje, 41 anos depois, com 8.000 hectares<br />
plantados, estamos concluindo a construção da nossa madeireira, um dos maiores projetos da nossa empresa. Quando<br />
iniciamos o processo de seleção para o fornecimento dos equipamentos deste projeto estabelecemos que queríamos<br />
implantar as melhores tecnologias do mundo para produção de madeira serrada, que fosse viável economicamente e<br />
que nos transmitisse a confiança necessária para depositar em suas mãos este desafio. Dentre as várias opções<br />
nacionais e internacionais encontramos na Mendes Máquinas aquele fornecedor que nos garantisse a realização<br />
desse nosso sonho. Hoje estamos felizes com esta parceria e aguardando ansiosos o início das operações”.<br />
João Farina Neto, Presidente do Conselho do Grupo Todeschini<br />
55 49 3241 .0066 /Mendesmaquinas<br />
www.mendesmaquinas.com.br
SUMÁRIO<br />
INDUSTRIAL<br />
48<br />
<strong>2020</strong><br />
28<br />
44<br />
38<br />
MADEIRA<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Alca Máquinas 11<br />
Cipem 07<br />
Contraco 17<br />
DRV Ferramentas 27<br />
Eletro Izidoro 21<br />
Engecass 15<br />
Linck 05<br />
Máquinas Águia 59<br />
Mendes Máquinas 02<br />
Mill Indústrias 19<br />
Mill Indústrias 47<br />
Mill Indústrias 60<br />
Montana Química 09<br />
MSM Química 13<br />
Plantag 51<br />
Prêmio REFERÊNCIA 57<br />
Tecnovapor 55<br />
Vantec 23<br />
SUMÁRIO<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Coluna Flavio C. Geraldo<br />
14 Notas<br />
20 Aplicação<br />
22 Frases<br />
24 Entrevista<br />
28 Principal Escolha qualificada<br />
34 Informe Cipem<br />
38 Marcenaria<br />
42 Brasil<br />
44 Madeira Tratada<br />
48 Economia<br />
52 Artigo<br />
56 Agenda<br />
58 Espaço Aberto<br />
04<br />
referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
TECNOLOGIA DE PONTA PARA SERRARIAS<br />
Curitiba – PR - Brasil<br />
: +55 41 3332 5442<br />
@ : bkrick@bkrick.com.br<br />
: www.bkrick.com.br<br />
www.linck.com<br />
Sucesso garantido com a nossa<br />
competência e experiência<br />
mais de 150 linhas de perfilagem em uso ao redor do mundo<br />
serrarias com otimização de tábuas laterais e aumento de rendimento desde 1983<br />
serrarias com corte em curva desde 1989<br />
serrarias para corte de toras classificadas por dimensão e não classificadas<br />
Inovação. Qualidade.<br />
Economia.<br />
MADE IN GERMANY
0 0 2 2<br />
EDITORIAL<br />
PARCERIA<br />
QUE FARÁ A<br />
DIFERENÇA<br />
NA CAPA<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
INDÚSTRIA - Brasil precisa simplificar carga tributária e reduzir burocracia para competir<br />
EFICIÊNCIA E<br />
DURABILIDADE<br />
CONJUNTO DE CORTE GERA MAIOR<br />
DESEMPENHO E PRODUTIVIDADE<br />
NO SETOR DE BIOMASSA<br />
EFFICIENCY AND<br />
DURABILITY<br />
KNIVE ARRAYS THAT GENERATE<br />
BETTER PERFORMANCE<br />
AND PRODUCTIVITY IN THE<br />
BIOMASS SECTOR<br />
P<br />
or mais liberal que possa ser um governo, o momento<br />
é de parceria entre os Poderes e a classe<br />
produtiva brasileira. Nos próximos meses, o Brasil<br />
deverá seguir o exemplo de grandes potências<br />
mundiais, como os EUA (Estados Unidos da América)<br />
e a Inglaterra, e criar pacotes econômicos com o intuito<br />
de aquecer a indústria nacional. Essa medida protecionista é<br />
defendida pelo economista Roberto Dumas Damas, em entrevista<br />
à REFERÊNCIA INDUSTRIAL. Na editoria de Madeira<br />
Tratada, abordamos a crescente prática do uso de madeira<br />
na construção de prédios e arranha-céus e de como isso<br />
pode se tornar uma tendência na América do Sul. Também<br />
discorremos, nesta edição, sobre quais são os tipos de madeira<br />
mais aconselhados para a prática da marcenaria. Além<br />
disso, o leitor poderá acompanhar matérias exclusivas nas<br />
editorias de Mercado e Comércio, assim como as últimas<br />
novidades do setor. Tenha uma ótima leitura!<br />
ESTAMPA A CAPA DESTA<br />
EDIÇÃO MONTAGEM<br />
DE FERRAMENTA<br />
COMERCIALIZADA<br />
PELA DRV FERRAMENTAS<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXII - EDIÇÃO <strong>221</strong> - AGOSTO <strong>2020</strong><br />
Ano XXII • N°<strong>221</strong> • Agosto <strong>2020</strong><br />
9 7 7 2359 46608 0 1<br />
Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
A PARTNERSHIP THAT<br />
WILL MAKE A DIFFERENCE<br />
A<br />
s liberal as a government may be, at the moment,<br />
there is a partnership between the Brazilian<br />
Government and the Brazilian productive<br />
class. In the coming months, The Government<br />
is expected to follow the example that<br />
of major world powers, such as the United States and England,<br />
and create economic packages to stimulate domestic<br />
industry. This protectionist measure is defended by economist<br />
Roberto Dumas Damas, in an interview with <strong>Referência</strong><br />
<strong>Industrial</strong>. In the Treated Wood Section, we discuss the<br />
growing practice of the use of wood in the construction of<br />
buildings and skyscrapers and how this can become a trend<br />
in South America. In this issue, we will also discuss what the<br />
most recommended types of wood for woodworking are.<br />
Also, the reader will be able to follow exclusive articles in the<br />
Market and Commerce Sections, as well as industry news.<br />
Pleasant reading!<br />
06<br />
referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong><br />
Redação / Writing<br />
Murilo Basso<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista / Columnist<br />
Flavio C. Geraldo<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski e Fabiano Mendes / Supervisão<br />
Crislaine Briatori Ferreira<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />
Tainá Carolina Brandão<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />
Tradução / Translation - John Wood Moore<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />
consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />
segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />
responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />
de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista RE-<br />
FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />
exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />
consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />
governmental agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked to the forest based<br />
segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself responsible for the concepts contained in the material,<br />
articles or columns signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />
use, reproduction, appropriation and databank storage under any form or means of the texts, photographs<br />
and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />
the written authorization of the holders of the authorial rights.
www.cipem.org.br<br />
O Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato<br />
Grosso (CIPEM) é a união de oito sindicatos empresariais de base florestal e tem o objetivo<br />
de organizar, representar e fortalecer o setor em instâncias de governo e sociedade.<br />
Apoiamos o desenvolvimento da atividade de Manejo Florestal Sustentável, incentivando<br />
a produção e consumo consciente de madeira nativa e seus subprodutos, com respeito a<br />
legislação vigente e em harmonia com o meio ambiente.<br />
Fundado em 2004, abrangemos todos os municípios produtores de madeira nativa de Mato<br />
Grosso e trabalhamos para melhorar a gestão florestal e a qualificação profissional do setor.<br />
O principal desafio que ainda enfrentamos é o de desmistificar a imagem de que o setor<br />
florestal é o vilão do desmatamento da Amazônia. Para isso, investimos em ações que<br />
promovam a disseminação de informações corretas sobre o desenvolvimento da cadeia<br />
produtiva da madeira nativa em Mato Grosso.<br />
Temos orgulho de representar o Setor de Base Florestal de Mato Grosso.<br />
A madeira é nosso negócio. Manter a floresta viva é nossa missão.<br />
(65) 3644-3666<br />
cipemmt<br />
CipemMT<br />
CipemdeMT<br />
Manejosustentavel
0 0 2 2<br />
CHOOSING THE RIGHT<br />
SUPPLIERS CAN BOOST RESULTS<br />
DURA BATALHA - Empresas adotam medidas preventivas para combater os impactos da pandemia<br />
CARTAS<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
PARCERIA E<br />
CRESCIMENTO<br />
ESCOLHA CERTA DE FORNECEDORES<br />
POTENCIALIZA RESULTADOS<br />
CARTAS<br />
CAPA DA EDIÇÃO 220 DA<br />
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE JULHO DE <strong>2020</strong><br />
COMÉRCIO<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XXII • N°220 • Julho <strong>2020</strong><br />
9 7 7235 9 4 66 0 7 3 0<br />
SOURCING AND<br />
GROWING<br />
MADEIRA TRATADA<br />
Por Odete Teixeira -<br />
Curitiba (PR)<br />
Que bela iniciativa dos<br />
alunos de mestrado de<br />
Zurique! Em um mundo<br />
cada vez mais carente<br />
de empreendimentos<br />
sustentáveis, um pavilhão<br />
de madeira construído<br />
sem concreto é um<br />
grande alento para o<br />
mercado da construção<br />
mundial. Excelente<br />
reportagem.<br />
Foto: divulgação<br />
Por Floriano Chemin - Sorocaba (SP)<br />
O Brasil ainda enfrenta muitos problemas<br />
no comércio exterior, com diversas barreiras<br />
que atrapalham o desempenho dos produtos<br />
nacionais. O governo brasileiro tem capacidade e<br />
vontade para mudar essa realidade. Acredito que,<br />
muito em breve, teremos boas notícias!<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: Marcos Mancinni<br />
ENTREVISTA<br />
Por Maurício Granemann -<br />
Florianópolis (SC)<br />
MARCENARIA<br />
Por Acir Del Valle - Belo Horizonte (MG)<br />
Há anos nesse mercado da indústria madeireira<br />
como vendedor, sempre tive vontade de iniciar<br />
minha própria marcenaria. A matéria me ajudou<br />
a analisar o mercado. Talvez comece meu<br />
próprio negócio ainda este ano, já aposentado.<br />
Obrigado!<br />
Bate-papo esclarecedor<br />
com o novo presidente da<br />
Abimci, Juliano Vieira de<br />
Araújo. Neste momento<br />
de incertezas, a instituição<br />
tem que trabalhar em<br />
conjunto com a indústria<br />
para que possamos<br />
retomar o otimismo e o<br />
caminho do crescimento<br />
econômico.<br />
08<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong><br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
CURTA NOSSA PÁGINA<br />
Revista <strong>Referência</strong> <strong>Industrial</strong><br />
@referenciaindustrial
BASTIDORES<br />
BASTIDORES<br />
EXCLUSIVO<br />
NO ESPAÇO DE BASTIDORES DESSE MÊS, PUBLICAMOS UMA CARTA ESCRITA DE<br />
PRÓPRIO PUNHO DE UM LEITOR DA REFERÊNCIA, QUE APROVEITOU O ESPAÇO<br />
PARA DECLAMAR ALGUMAS FRASES POÉTICAS. MIMO QUE VALEU O NOSSO<br />
DESTAQUE DA EDIÇÃO. CONFIRA:<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
ALTA<br />
CONFIANÇA DO COMÉRCIO<br />
O Índice de Confiança do Comércio,<br />
medido pela FGV (Fundação Getúlio<br />
Vargas), cresceu 1,7 ponto de junho para<br />
julho de <strong>2020</strong>. Essa foi a terceira alta consecutiva<br />
do indicador. Com o resultado,<br />
a confiança do empresário do comércio<br />
brasileiro passou para 86,1 pontos, em<br />
uma escala que vai de zero a 200. No<br />
mês, a confiança subiu em três dos seis<br />
principais segmentos do comércio pesquisados<br />
pela FGV. O Índice de Situação<br />
Atual, que mede a confiança no momento<br />
presente, avançou 6,4 pontos, indo a<br />
88,4 pontos e recuperando 83% do que<br />
foi perdido desde o início da pandemia<br />
de Covid-19. O Índice de Expectativas,<br />
que mede a confiança no futuro, caiu 3<br />
pontos, indo para 84,5 pontos – o número<br />
representa 22,5 pontos abaixo do<br />
patamar de fevereiro, último registro de<br />
antes da pandemia.<br />
BAIXA<br />
PIB<br />
Mesmo com o ajuste na projeção do<br />
PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro<br />
para <strong>2020</strong>, o mercado financeiro<br />
ainda prevê um resultado negativo<br />
de 5,77% na economia do país neste<br />
ano, muito por conta da pandemia<br />
do novo coronavírus. A estimativa de<br />
recuo do PIB – a soma de todos os<br />
bens e serviços produzidos no país<br />
– está no boletim Focus, publicação<br />
divulgada todas as semanas pelo BC<br />
(Banco Central), com a projeção para<br />
os principais indicadores econômicos.<br />
Para o próximo ano, a expectativa é<br />
de crescimento de 3,5%. Em 2022 e<br />
2023, o mercado financeiro continua<br />
a projetar expansão de 2,5% do PIB.<br />
As instituições financeiras consultadas<br />
pelo BC também ajustaram a<br />
projeção para o Ipca (Índice Nacional<br />
de Preços ao Consumidor Amplo) de<br />
<strong>2020</strong> – de 1,72% para 1,67%.<br />
10 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
O melhor caminho para<br />
sua rentabilidade<br />
acaba de chegar no Brasil!<br />
AS PERFILADEIRAS DA ALCA MÁQUINAS foram desenvolvidas<br />
com a tecnologia sob medida para sua empresa.<br />
EFICIÊNCIA PRECISÃO ALTA PERFORMANCE ROBUSTEZ<br />
Equipamento com alta produtividade nas indústrias da madeira e móveis,<br />
auxiliando no esquadrejamento e usinagem de portas, painéis e chapas.<br />
www.alcamaquinas.com<br />
alcamaquinassc alca.maquinas (47) 3357-9258 (47) 3357-2666<br />
Alca Comércio de Máquinas<br />
comercial@alcamaquinas.com.br
COLUNA<br />
WOODEXIT<br />
CRESCIMENTO NA UTILIZAÇÃO DA MADEIRA ENGENHEIRADA EM EDIFÍCIOS CADA VEZ MAIS ALTOS ESTÁ<br />
ABALANDO ESTRUTURAS COMERCIAIS<br />
Flavio C. Geraldo<br />
FG4 MAD - Consultoria em Madeira<br />
Contato: flavio@fg4mad.com.br<br />
www.fg4mad.com.br<br />
CHRIS LEESE, DA UK CONCRETE,<br />
EMITIU COMUNICADO<br />
SOLICITANDO QUE NÃO SEJAM FEITAS<br />
EXCEÇÕES, MENCIONANDO,<br />
ESPECIFICAMENTE, A UTILIZAÇÃO DA<br />
MADEIRA MACIÇA (MASS TIMBER),<br />
LEVANTANDO DÚVIDAS QUANTO À<br />
SEGURANÇA NA SUA UTILIZAÇÃO<br />
É<br />
possível que muitos ainda tenham na memória<br />
a tragédia ocorrida em Londres em 14 de<br />
junho de 2017, quando um incêndio tomou<br />
conta da Torre Grenfell, um prédio residencial<br />
de 24 andares, cuja obra fora finalizada em<br />
1974. Apesar de ter passado por algumas renovações<br />
durante esse período, o edifício parecia estar em condições<br />
precárias. O trágico acidente, que, segundo o<br />
inquérito policial, foi causado por um defeito em uma<br />
câmara de refrigeração, deixou 72 mortos.<br />
Ainda que a Torre Grenfell fosse toda estruturada em<br />
concreto e a causa primária da rápida propagação das<br />
chamas ter sido ligada ao tipo de revestimento externo<br />
da construção, diante do ocorrido, autoridades do governo<br />
britânico parecem estar dispostas a interferir na<br />
tendência de crescimento de construções modulares<br />
com base em madeira. Os chamados tall buildings terão<br />
limites de altura para futuras construções comerciais,<br />
não podendo ultrapassar quatro andares. Entidades<br />
como a Timber Trade Association reagiram fortemente,<br />
Foto: divulgação<br />
argumentando que o Reino Unido está na contramão<br />
das tendências mundiais do setor construtivo, uma vez<br />
que construções com madeira maciça continuam a crescer<br />
cada vez mais em vários outros países europeus.<br />
É claro que o setor do concreto está querendo se<br />
aproveitar da situação. Em clara demonstração de que<br />
o crescimento na utilização da madeira engenheirada<br />
em edifícios cada vez mais altos está abalando as suas<br />
estruturas comerciais, um dos representantes da maior<br />
fornecedora de concreto do Reino Unido, Chris Leese,<br />
da UK Concrete, emitiu comunicado solicitando que não<br />
sejam feitas exceções, mencionando, especificamente, a<br />
utilização da madeira maciça (mass timber), levantando<br />
dúvidas quanto à segurança na sua utilização.<br />
Não muito distante, na França, na direção contrária<br />
do que pretendem os britânicos, o presidente Emmanuel<br />
Macron, estabeleceu como meta que todos os edifícios<br />
públicos tenham pelo menos 50% de madeira ou<br />
outros materiais naturais até 2025 – e é bom notar que<br />
quando ocorreu o incêndio na Catedral de Notre Dame,<br />
há cerca de um ano, os mais apressados tentaram apontar<br />
como causa do desastre o fato de a cobertura da<br />
igreja ser toda estruturada em madeira. A discussão não<br />
foi adiante.<br />
Enquanto isso, na fria Dinamarca, um importante<br />
evento voltado aos sistemas construtivos em madeira é<br />
realizado de forma virtual. O Build in Wood, com a temática<br />
“Iniciativas em Madeira na Dinamarca – Perspectivas<br />
dos Arquitetos”, ocorre nos dias 25 e 26 de agosto.<br />
O evento reúne renomados arquitetos, representantes<br />
de universidades, indústria madeireira e construtores de<br />
inúmeros países, em especial da Escandinávia. Segundo<br />
os responsáveis pela palestra inaugural do evento, os<br />
arquitetos Stephen Willacy e Camilla van Deurs, as construções<br />
em madeira podem ser potencialmente uma<br />
ferramenta para o alcance dos objetivos sustentáveis do<br />
país.<br />
Ao que tudo indica, a Dinamarca está surgindo como<br />
mais um importante referencial no tocante às particularidades<br />
positivas da madeira, agindo de forma otimista<br />
para mostrar ao mundo os aspectos relacionados à sustentabilidade,<br />
economia e desempenho do material.<br />
Não deixa de ser estranho o fato de uma nação<br />
como o Reino Unido, que acumula respeitável experiência<br />
na tecnologia de madeiras e cuja base colonizadora<br />
teve na madeira o seu principal material de construção,<br />
estar agora retrocedendo nos seus conceitos construtivos.<br />
Seria o Woodexit?<br />
12 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
NOTAS<br />
APOIO À<br />
APEX BRASIL<br />
O Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do<br />
Mobiliário de Bento Gonçalves) divulgou, em<br />
seu site oficial, uma carta aberta em apoio à<br />
Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção<br />
de Exportações e Investimentos). “Devido<br />
ao impacto positivo na economia e balança<br />
comercial brasileira, o Sindicato das Indústrias<br />
do Mobiliário de Bento Gonçalves e as 300<br />
empresas associadas reiteram a importância da manutenção do processo de internacionalização da economia brasileira<br />
liderado pela Apex-Brasil, através de ações diretas e indiretas ao setor privado nacional. Toda ação busca a internacionalização<br />
de negócios visando valor agregado ao produto e/ou serviço exportado, além de desenvolver a competitividade<br />
da indústria brasileira em mercados internacionais, atrair investimento estrangeiro para setores estratégicos da economia<br />
e fortalecer a imagem do país”, relata a nota da organização.<br />
Foto: divulgação<br />
REFORMA TRIBUTÁRIA<br />
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Industria),<br />
Robson Braga de Andrade, afirmou que o setor industrial<br />
apoia uma reforma tributária que seja ampla, incluindo impostos<br />
federais, estaduais e municipais e que, desta forma,<br />
beneficie o país como um todo e não apenas um ou outro<br />
setor. A CNI defende a PEC (Proposta de Emenda à Constituição)<br />
45, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados.<br />
“Temos que parar de olhar para o próprio umbigo<br />
e olhar o global, para a geração de emprego e de renda”,<br />
defendeu ele, durante o seminário virtual Indústria em Debate<br />
– Custo Brasil e Reforma Tributária, no fim de julho. De<br />
acordo com Andrade, a carga tributária é elevada, mas os<br />
dividendos não são tributados, o que gera desigualdades<br />
e injustiças na arrecadação. Ele explica que os setores que<br />
pagam menos e ganham mais devem pagar mais impostos.<br />
A CNI e o Fórum Nacional da Indústria vão trabalhar pela<br />
reforma tributária e, em seguida, pela reforma administrativa.<br />
“Não tem como o Brasil continuar com a própria máquina<br />
pública consumindo tudo o que se produz aqui”, avalia.<br />
Foto: Agência Brasil<br />
MOVELSUL<br />
SÓ EM 2022<br />
Levando em consideração o cenário de profundas incertezas<br />
no âmbito de eventos e negócios neste ano de<br />
<strong>2020</strong>, o Sindmóveis Bento Gonçalves (RS) anunciou que<br />
transferiu para 2022 a 22ª edição da feira Movelsul Brasil,<br />
que ocorreria de 14 a 17 de setembro, no Parque de<br />
Eventos de Bento Gonçalves. A organização da Movelsul<br />
Brasil, atualmente a maior feira de móveis e complementos<br />
da América Latina voltada ao lojista e importador,<br />
toma essa decisão ciente de seu compromisso, antes de<br />
tudo, com o bem-estar de todos os públicos envolvidos<br />
no evento. A feira, que tradicionalmente é realizada<br />
no mês de março dos anos pares, foi adiada dias antes<br />
de sua abertura, devido ao rápido avanço mundial da<br />
Covid-19. Quanto ao sentimento expressado por algumas<br />
pessoas de que a feira deveria ter se posicionado<br />
com mais antecedência, o presidente do Sindmóveis e<br />
Movelsul Brasil, Vinicius Benini, lembra que poucos dias<br />
antes não havia indícios de que a Covid-19 avançaria tão<br />
rapidamente e a feira já vinha sendo montada nos 10 dias<br />
que antecederam seu adiamento. “Foi a decisão certa<br />
para um momento incerto”, defende.<br />
Foto: divulgação<br />
14 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
NOTAS<br />
ACORDOS<br />
INTERNACIONAIS<br />
Em dois documentos encaminhados ao governo brasileiro, setores<br />
da indústria brasileira apresentaram propostas de medidas a<br />
serem adotadas para viabilizar a celebração de um ADT (Acordo<br />
de Dupla Tributação) entre o Brasil e o Reino Unido e entre o<br />
Brasil e a Alemanha. As mudanças necessárias para se chegar a<br />
um consenso com os governos britânico e alemão dizem respeito,<br />
sobretudo, ao tratamento tributário dado pelo Brasil aos rendimentos<br />
de serviços técnicos e às regras de preços de transferência.<br />
Entre as principais economias europeias, o Reino Unido<br />
e a Alemanha são as únicas com as quais o Brasil não firmou um<br />
ADT. O documento mostra que há espaço para o aperfeiçoamento<br />
do quadro regulatório econômico com os dois parceiros,<br />
com redução de custos e aumento da segurança jurídica. Uma<br />
consulta aos empresários dos dois países que operam no Brasil<br />
mostra ainda que, para 68% deles, a celebração de acordos de<br />
dupla tributação estimularia a ampliação de seus investimentos<br />
aqui. Para 82%, contribuiria para o aumento do comércio de serviços<br />
e, para 55%, para a ampliação da aquisição de royalties.<br />
Foto: divulgação<br />
DESONERAÇÃO<br />
DA FOLHA<br />
A Indústria brasileira promoveu, no fim de julho,<br />
um debate sobre a reforma tributária em tramitação<br />
no Congresso Nacional. Participou do<br />
encontro o presidente da Câmara, deputado Rodrigo<br />
Maia (DEM-RJ), que se posicionou contrário<br />
à criação de um novo imposto em troca de uma<br />
desoneração da folha de pagamento, tributo que<br />
incide sobre os salários. “Se a gente achar que vai<br />
dar mais um jeitinho criando mais imposto, nós<br />
vamos taxar mais a sociedade, e aí vamos ter que<br />
discutir despesa pública. Você arranjou um espaço<br />
de R$ 100 bilhões de receita. Vai colocar em<br />
qual teto?”, questionou o parlamentar.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
CRÉDITOS<br />
PARA EMPRESAS<br />
O Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e<br />
Social) contratou R$ 3,3 bilhões em créditos para 2.374 pequenas<br />
e médias empresas – 80% do valor foi garantido pelo Peac<br />
(Programa Emergencial de Acesso ao Crédito), cuja medida<br />
provisória foi aprovada pelo Congresso Nacional. Agora, o<br />
projeto de lei de conversão aprovado no Senado Federal, baseado<br />
na medida provisória, segue para sanção presidencial.<br />
A estimativa do Bndes é que o crédito garantido permita a<br />
manutenção de cerca de 193 mil postos de trabalho. A intenção do programa é destravar o crédito para essas empresas com<br />
a concessão de garantias e reduzir os impactos econômicos da pandemia da Covid-19. De acordo com a instituição, o Peac<br />
começou a ser operacionalizado em 30 de junho e já tem 28 agentes financeiros habilitados para oferecerem empréstimos.<br />
“Cabe a esses agentes financeiros a decisão final de utilizar a garantia do programa e aprovar ou não o pedido de crédito,<br />
quando estruturarem cada uma de suas operações”, informou o órgão.<br />
16 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
estufas para secagem<br />
de madeira,<br />
TRATAMENTO<br />
FITOSSANITÁRIO HT e<br />
Tratamento para pallet<br />
Estufas de<br />
tratamento a Gás<br />
estufa para secagem<br />
e tratamento<br />
equipamentos<br />
atendem<br />
NIMF 15<br />
Estufas contêiner<br />
Unidade<br />
Móvel<br />
Fone: (47) 3562-0016<br />
Rua Rui Barbosa, 260, Centro<br />
Taió - Santa Catarina<br />
www.contraco.com.br<br />
vendas@contraco.com.br
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
TRABALHO<br />
NA PANDEMIA<br />
A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios)<br />
estimou em 81,1 milhões de pessoas a população ocupada<br />
do país na semana de 5 a 11 de julho, com estabilidade<br />
em relação à semana anterior e queda em relação<br />
à semana de 3 a 9 de maio, quando eram 83,9 milhões<br />
de pessoas nessa situação. O nível de ocupação foi de<br />
47,6%, estável frente à semana anterior e com queda em<br />
relação à semana de 3 a 9 de maio, quando o registro<br />
era de 49,4%. A população ocupada e não afastada do<br />
trabalho foi estimada em 71 milhões de pessoas, estável<br />
em relação à semana anterior e com aumento frente à semana<br />
de 3 a 9 de maio, quando eram 63,9 milhões. Entre<br />
essas pessoas, 8,2 milhões trabalhavam remotamente.<br />
CONFIANÇA<br />
INDUSTRIAL<br />
O Índice de Confiança da Indústria, medido pela FGV<br />
(Fundação Getúlio Vargas), cresceu 12,2 pontos em julho,<br />
alcançando 89,8 pontos, a segunda maior variação<br />
positiva desde julho de 2010, quando começou a série<br />
histórica da pesquisa. De acordo com os dados divulgados,<br />
após quatro meses em queda, o índice voltou a<br />
apresentar crescimento em médias móveis trimestrais.<br />
Neste mês de julho, 18 dos 19 segmentos industriais<br />
pesquisados tiveram aumento da confiança. O resultado<br />
reflete a melhor avaliação dos empresários em relação<br />
ao momento presente e, principalmente, diminuição do<br />
pessimismo para os próximos três e seis meses. No entanto,<br />
segundo a fundação, os indicadores que medem<br />
as expectativas no futuro e a situação atual continuam<br />
em níveis abaixo de março.<br />
Foto: divulgação<br />
MALHA<br />
FERROVIÁRIA<br />
Segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes<br />
de Freitas, há uma revolução ferroviária em curso no<br />
Brasil. A afirmação foi dada durante uma transmissão<br />
ao vivo, em conjunto com o presidente Jair Bolsonaro.<br />
Freitas falou sobre o trabalho da pasta para aumentar<br />
o número de ferrovias em todo o país. De acordo com<br />
o ministro, uma decisão do TCU (Tribunal de Contas<br />
da União) vai permitir, pela primeira vez, a implantação<br />
do modelo de investimento cruzado, no qual trechos<br />
de ferrovias serão construídos pela iniciativa privada,<br />
sem custos para o governo. De acordo com o ministro, o modelo vai permitir R$ 17 bilhões de investimentos privados<br />
em ferrovias, vai beneficiar 55 municípios com obras e gerar 65 mil empregos. Nós vamos dobrar a participação do modo<br />
ferroviário na matriz de transportes”, afirmou Tarcísio.<br />
Foto: divulgação<br />
18 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
APLICAÇÃO<br />
MADEIRA<br />
COM CLASSE<br />
Foto: divulgação<br />
Não é novidade que o setor de design mundial tem<br />
abraçado cada vez mais recursos sustentáveis e que<br />
tragam um algo a mais em ambientes fechados,<br />
antes tomados por tons frios e pelo metal. Com<br />
isso em mente, a Guangzhou Decoração lançou<br />
uma linha completa de cortinas de madeira, que<br />
contempla peças mais tradicionais e até persianas<br />
e toldos. A companhia, presente há duas décadas<br />
no mercado, também já adianta que deve lançar,<br />
nos próximos anos, uma persiana elétrica que também<br />
será desenvolvida a partir da madeira, material<br />
em alta na decoração. “Nossa ideia é liderar esse<br />
mercado e trazer um leque gigantesco de opções<br />
ao consumidor”, explica o diretor da empresa, Kenneth<br />
Adams. As cortinas custam a partir de R$ 40 no<br />
site da Guangzhou Decoração.<br />
CULINÁRIA<br />
SUSTENTÁVEL<br />
Com o objetivo de revolucionar o segmento<br />
de artigos de cozinha e mesa, a Madame<br />
Stolz, empresa que é referência no segmento<br />
de design de interiores, trouxe ao mercado<br />
sua nova coleção de pratos de madeira, que<br />
trazem o requinte necessário para grandes<br />
eventos, jantares e reuniões familiares. Confeccionadas<br />
com madeira mango e tratadas<br />
para funcionarem como artigos food safe, as<br />
peças possuem 35 centímetros de diâmetro.<br />
Para a limpeza, a Madame Stolz sugere que<br />
cada prato seja lavado manualmente e tratado<br />
com óleos naturais, para a manutenção da cor<br />
e da qualidade rígida do material. Cada peça<br />
sai por R$ 27.<br />
Foto: divulgação<br />
20 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
www.eletroizidoro.com.br<br />
Soluções em Eletricidade<br />
motores elétricos - hélices industriais<br />
A Eletro Izidoro atua no segmento de motores elétricos e<br />
hélices industriais. Há mais de 20 anos atendendo clientes<br />
em todo Brasil com produtos de qualidade, garantia e<br />
pontualidade na entrega.<br />
Área de atuação no setor industrial:<br />
- MADEIREIRA<br />
- LAMINADORAS<br />
- AGROINDÚSTRIA<br />
- ALIMENTÍCIA<br />
- CELULOSE<br />
- METALÚRGICA<br />
- MINERAÇÃO<br />
- NAVAL<br />
compra, venda e troca de motores elétricos novos ou usados<br />
Motores WEG W22 PLUS, nas potências de 30, 50 e 75 cv garantimos o melhor preço do mercardo<br />
fabricamos hélices de acordo com a necessidade do cliente<br />
Hélice para estufas de madeira<br />
Hélice para tunel de secagem<br />
Hélice para secadores de lâminas<br />
Rotores para exaustores Hélices para mineração e silos Hélices para resfriadores<br />
ATENDEMOS TODO BRASIL • TRABALHAMOS COM FABRICAÇÃO, REFORMA E BALANCEAMENTO<br />
(49) 3241-2537 (47) 99638-5298 www.eletroizidoro.com.br<br />
Rod. BR 470 - KM 250 | Distrito <strong>Industrial</strong> | Curitibanos | SC
FRASES<br />
“DESDE O INÍCIO DO ACIRRAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19, EM<br />
MEADOS DE MARÇO, A ABIMÓVEL VEM TRABALHANDO INCANSAVELMENTE<br />
JUNTO AO GOVERNO FEDERAL NO MONITORAMENTO DAS INFORMAÇÕES,<br />
NECESSIDADES E DEMANDAS DO SETOR. NÃO HOUVE UM MOMENTO SEQUER<br />
EM QUE AS NOSSAS EQUIPES PARALISARAM AS ATIVIDADES, MESMO ESTANDO<br />
EM HOME OFFICE E SEMPRE OBSERVANDO OS PROTOCOLOS DE SEGURANÇA.<br />
NÃO CRUZAMOS OS BRAÇOS, ESTAMOS NOS REUNINDO SEMANALMENTE COM<br />
A EQUIPE ECONÔMICA DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA, SEM HORÁRIO, NUMA<br />
PARCERIA INQUESTIONÁVEL E QUE MUITO NOS HONRA”<br />
MARISTELA LONGHI, PRESIDENTE DA ABIMÓVEL (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS<br />
DO MOBILIÁRIO), SOBRE AS MEDIDAS DA INSTITUIÇÃO DURANTE A PANDEMIA<br />
“PODEMOS<br />
REDUZIR<br />
O IMPOSTO<br />
DE RENDA,<br />
ELIMINAR ALGUNS<br />
IPIS (IMPOSTO<br />
SOBRE PRODUTOS<br />
INDUSTRIALIZADOS).<br />
PODEMOS ATÉ REDUZIR<br />
CINCO, SEIS, SETE, OITO,<br />
DEZ IMPOSTOS, SE TIVER<br />
UMA BASE AMPLA ONDE SE<br />
CRIEM NOVAS INCIDÊNCIAS<br />
PARA PESSOAS QUE NÃO<br />
PAGAM, [COMO] PAGAMENTOS<br />
DIGITAIS. TEM UMA ECONOMIA<br />
NOVA DIGITAL SURGINDO.<br />
MUITA COISA PODE SER FEITA<br />
SE CONSEGUIRMOS ESSA BASE<br />
QUE TRIBUTE QUEM NÃO PAGAVA<br />
ANTES E PERMITA PAGAR MENOS<br />
ÀQUELES QUE JÁ PAGAVAM.<br />
QUANDO TODOS PAGAM, TODOS<br />
PAGAM MENOS”<br />
PAULO GUEDES,<br />
MINISTRO DA<br />
ECONOMIA,<br />
SOBRE A<br />
REFORMA<br />
TRIBUTÁRIA<br />
“O SETOR DA MADEIRA TEM, SIM, UM CRÉDITO<br />
MUITO GRANDE PARA COM O ESTADO [DE SANTA<br />
CATARINA], PORQUE FOI O PROPULSOR DE<br />
DESENVOLVIMENTO, MAS POR CONTA DISSO AINDA<br />
SOFREMOS COM A PERCEPÇÃO DE QUE A NOSSA<br />
INDÚSTRIA NÃO É UMA AGROINDÚSTRIA, QUE É O<br />
QUE DE FATO NOS TORNAMOS, JÁ QUE PLANTAMOS<br />
E COLHEMOS EM 20, ATÉ 25 ANOS.”<br />
RICARDO ROSSINI, PRESIDENTE DO SINDIMADE (SINDICATO DAS<br />
INDÚSTRIAS DE MADEIRA DO MÉDIO E ALTO VALE DO ITAJAÍ)<br />
Foto: divulgação<br />
“POR MAIS QUE TENHAMOS<br />
SEGMENTOS FORTEMENTE IMPACTADOS<br />
PELA PANDEMIA DO NOVO<br />
CORONAVÍRUS, OUTROS CONSEGUEM<br />
ATRAVESSAR ESSA CRISE DE MANEIRA<br />
MAIS POSITIVA, O QUE SE REFLETE NA<br />
REVERSÃO DA TENDÊNCIA DE QUEDA<br />
NOS POSTOS DE TRABALHO QUE ERA<br />
OBSERVADA NOS MESES ANTERIORES.”<br />
CARLOS VALTER MARTINS PEDRO, PRESIDENTE DA<br />
FIEP-PR (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO<br />
DO PARANÁ), APÓS O ESTADO DO PARANÁ<br />
APRESENTAR SALDO POSITIVO NAS VAGAS DE<br />
EMPREGO NA INDÚSTRIA<br />
22 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
ENTREVISTA<br />
SUPORTE<br />
GOVERNAMENTAL<br />
GOVERNMENT<br />
SUPPORT<br />
C<br />
om a crise mundial gerada pela pandemia do novo<br />
coronavírus, governos por todo o mundo tiveram que<br />
criar pacotes para o estímulo econômico em diversos<br />
segmentos industriais. Nos EUA (Estados Unidos da<br />
América), grande importador da madeira brasileira, o<br />
Congresso aprovou há três meses uma medida emergencial que<br />
irá auxiliar trabalhadores e empresas a enfrentar este momento<br />
de incertezas. De acordo com o economista Roberto Dumas<br />
Damas, esse deverá ser o caminho a ser tomado por diversos países,<br />
inclusive pelo Brasil. Pesquisador de crises econômicas nos<br />
séculos XX e XXI, o especialista diz que o governo, por mais liberal<br />
que seja, não tem outra alternativa neste momento que não<br />
seja a intervenção com ações keynesianas na economia nacional.<br />
“Não há superação de crise que não passe pela liberação de<br />
muito dinheiro e por uma política fiscal expansionista”, sustenta o<br />
professor. Mas ele alerta: o risco dessa política é gerar uma bolha<br />
financeira mais à frente. Confira a entrevista completa a seguir:<br />
ENTREVISTA<br />
W<br />
ith the global crisis generated by the pandemic<br />
of the noval coronavirus, governments around<br />
the world had to create economic stimulus packages<br />
for various industrial segments. In the<br />
United States, a major importer of Brazilian forest<br />
products, three months ago, Congress approved an emergency measure<br />
that will help workers and companies face this moment of uncertainty.<br />
According to economist Roberto Dumas Damas, this should be<br />
the path to be taken by many countries, including Brazil. Researcher<br />
of economic crises in the 20th and 21st centuries, the expert says that<br />
Government, however liberal it may be, has no alternative at this time<br />
other than an intervention with Keynesian actions in the national economy.<br />
“There is no overcoming of a crisis that does not involve the<br />
release of a lot of money and an expansionary fiscal policy,” says the<br />
professor. But he warns: the risk of this policy is to generate a financial<br />
bubble further ahead. Check out the complete interview below:<br />
ROBERTO DUMAS DAMAS<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: MESTRE EM ECONOMIA PELA<br />
UNIVERSIDADE DE BIRMINGHAM NA INGLATERRA<br />
CARGO: PROFESSOR DE ECONOMIA INTERNACIONAL E<br />
ECONOMIA CHINESA DO IBMEC DE SÃO PAULO E DA FIA<br />
Foto: divulgação<br />
(FUNDAÇÃO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO).<br />
PROFESSIONAL EDUCATION: M.SC. IN ECONOMICS, BIRMINGHAM UNIVERSITY,<br />
ENGLAND<br />
FUNCTION: PROFESSOR OF INTERNATIONAL ECONOMICS AND CHINESE ECONOMY<br />
IBMEC SÃO PAULO AND FUNDAÇÃO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO (FIA)<br />
24 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
EM QUE A CRISE ATUAL SE DISTINGUE<br />
DAS OUTRAS NESTE SÉCULO?<br />
As crises de 2000 e 2008, por exemplo, tiveram<br />
seu início no sistema financeiro. A que está prestes<br />
a eclodir será resultado de um problema de saúde<br />
pública que se desdobrou em uma crise de produção<br />
que, obviamente, vai surtir efeito no sistema<br />
financeiro e nas empresas. Em relação ao enfrentamento<br />
da crise, não há distinção em relação à<br />
origem dela. As formas de atuar são as mesmas.<br />
Não há superação de crise que não passe pela liberação<br />
de muito dinheiro e por uma política fiscal<br />
expansionista. O que não pode acontecer é deixar<br />
todo o sistema quebrar, como ocorreu em 1929<br />
nos EUA (Estados Unidos da América). Estimulado<br />
pelo espírito do então secretário do Tesouro de<br />
deixar queimar a parte podre do sistema, o que se<br />
viu no país foi a expansão da crise com a queima<br />
dos que não eram podres e a piora da situação<br />
macroeconômica.<br />
DE TEMPOS EM TEMPOS, O PLANETA SE<br />
VÊ ÀS VOLTAS COM UMA NOVA CRISE ECO-<br />
NÔMICA. É POSSÍVEL EVITAR O SURGIMENTO<br />
DE NOVAS CRISES, AO MENOS DAQUELAS<br />
ORIGINADAS NO SISTEMA FINANCEIRO?<br />
Sempre quando uma bolha de ativos estoura,<br />
o Banco Central ou a autoridade monetária disponibiliza<br />
mais dinheiro no mercado para evitar a<br />
contração da economia real. Só que, ao fazer isso,<br />
são plantadas as sementes da próxima bolha, da<br />
próxima crise. O coronavírus foi a ponta da agulha<br />
a estourar a bolha que nasceu a partir de 2008 em<br />
virtude da enorme quantidade de dinheiro em<br />
circulação. Trata-se de um processo que se retroalimenta.<br />
O QUE ESTÁ DIZENDO É QUE NÃO EXISTE<br />
SOLUÇÃO PARA UMA CRISE QUE NÃO GERE<br />
OUTRA EM UM FUTURO PRÓXIMO?<br />
Existiria se fosse estabelecido que ninguém<br />
mais compraria ações, mas isso não condiz com<br />
uma economia aberta. Com mais dinheiro em<br />
circulação, onde você vai querer investir o seu dinheiro:<br />
na Bolsa que está subindo 5% por semana<br />
ou comprar um título público que paga 0,25% ao<br />
ano? Todo mundo vai na Bolsa, o que acaba inflando<br />
a bolha. Seria preciso ficar de olho na bolha<br />
de ativos, só que o Banco Central não cuida dela.<br />
Sua função é cuidar da inflação de preços. Na outra<br />
ponta, há muita falta de conhecimento sobre<br />
como funciona o sistema financeiro e como atuar<br />
nele. Sabendo como funciona esse ciclo, não é<br />
possível construir outras soluções? Se você está no<br />
meio de um incêndio, não vai deixar de usar água<br />
para apagá-lo, mesmo sabendo que tanta água vai<br />
resultar, no futuro, em um curto-circuito que pro-<br />
IN WHAT WAY IS THE CURRENT CRISIS DIFFE-<br />
RENT FROM THE OTHERS IN THIS CENTURY?<br />
The crises of 2000 and 2008, for example, began in<br />
the financial system. The one that is about to break out<br />
will be the result of a public health problem that has<br />
unfolded in a production crisis that will obviously affect<br />
the financial system and companies. Concerning coping<br />
with the crisis, there is no distinction as to its origin. The<br />
ways of taking action are the same. There is no overcoming<br />
crisis that does not go through the release of a lot<br />
of money and expansionary fiscal policy. What cannot<br />
happen is to let the whole system break down, as occurred<br />
in 1929 in the United States. Stimulated by the spirit<br />
of the then Secretary of the Treasury to let the “rotten<br />
part of the system burn”, what was seen in that Country<br />
was the expansion of the crisis with the “burning” of that<br />
which was not rotten and the worsening macroeconomic<br />
situation.<br />
FROM TIME TO TIME, THE PLANET FINDS IT-<br />
SELF IN A NEW ECONOMIC CRISIS. IS IT POSSIBLE<br />
TO PREVENT THE EMERGENCE OF NEW CRISES,<br />
AT LEAST THOSE ORIGINATING IN THE FINANCIAL<br />
SYSTEM?<br />
Whenever an asset bubble bursts, the Central Bank<br />
or monetary authority makes more money available in<br />
the market to prevent the contraction of the real economy.<br />
But in doing so, the seeds of the next bubble, the<br />
next crisis, are planted. Coronavirus was the “tip of the<br />
needle” bursting the bubble that was born starting in<br />
2008 due to the huge amount of money in circulation.<br />
This is a process that feeds itself.<br />
WHAT YOU ARE SAYING IS THAT THERE IS NO<br />
SOLUTION TO A CRISIS THAT WILL NOT GENERATE<br />
ANOTHER SHORTLY?<br />
There would be if it were established that no one<br />
else would buy shares, but that doesn’t match an open<br />
A DECISÃO NÃO ERA ENTRE<br />
DEIXAR AS PESSOAS<br />
MORREREM À VISTA, EM VIRTUDE DO<br />
CORONAVÍRUS, OU A PRAZO, EM RAZÃO<br />
DA SITUAÇÃO ECONÔMICA RESULTANTE<br />
DA CRISE. ESSAS SÃO PASSÍVEIS DE<br />
SEREM EVITADAS POR MEIO DE<br />
POLÍTICAS FISCAIS EXPANSIONISTAS E<br />
CONTRACÍCLICAS<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 25
26 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
conjunto de<br />
corte drv<br />
para picadores<br />
EFICIÊNCIA incomparável<br />
O conjunto de corte DRV proporciona excelente custo benefício,<br />
produzidos de acordo com a necessidade do cliente. Fabricação com<br />
controle de qualidade, tratamento térmico específico para cada aplicação.<br />
FACAS • CONTRA FACA • CHAPA DE DESGASTE •<br />
GRAMPO DE APERTO • SUPORTE DO CONTRA FACA •<br />
PENTE • ENTRE OUTROS<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
PRINCIPAL<br />
ESCOLHA<br />
QUALIFICADA<br />
Fotos: Fabiano Mendes<br />
28 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
FACAS E PEÇAS DE REPOSIÇÃO<br />
PARA PICADORES DE MADEIRA<br />
CONFECCIONADAS COM AÇO<br />
ESPECIAL TRAZEM ÓTIMAS<br />
SOLUÇÕES PARA O<br />
SEGMENTO MADEIREIRO<br />
QUALITY CHOICE<br />
KNIVES AND SPARE PARTS FOR WOOD<br />
CHIPPERS MADE WITH SPECIALTY<br />
STEEL PROVIDE EXCEPTIONAL<br />
SOLUTIONS FOR THE FOREST<br />
PRODUCT SEGMENT<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 29
PRINCIPAL<br />
Para o sucesso de um empreendimento industrial,<br />
diversas variáveis podem impactar<br />
no longo prazo. Um bom atendimento,<br />
colaboradores qualificados e conhecimento<br />
de mercado são algumas das qualidades<br />
que uma empresa deve ter. Unida a todos esses fatores,<br />
a escolha de bons fornecedores para matéria-prima<br />
e equipamentos pode diferenciar companhias em<br />
segmentos tão competitivos como as ramificações<br />
da indústria de base florestal e madeireira: em 2019,<br />
o setor registrou aumento de 24,1% nas exportações<br />
em comparação ao ano anterior. As negociações com<br />
países estrangeiros movimentaram cerca de US$ 12,5<br />
bilhões nos últimos 12 meses e impactaram cerca de<br />
mil municípios em 23 Estados brasileiros.<br />
Por isso, encontrar bons parceiros comerciais, que<br />
deem conta de abastecer a fábrica com um moderno<br />
maquinário e ferramentas de qualidade, pode destacar<br />
uma marca em meio a tantas opções, além de<br />
evitar possíveis problemas durante a produção. Ao<br />
se decidir, o empresário deve considerar elementos<br />
como confiabilidade, habilidade técnica, pós-venda e<br />
preço – este último, porém, não deve ser determinante<br />
na hora da escolha.<br />
S<br />
everal variables can have an impact on the<br />
success of an industrial enterprise over the<br />
long term. Excellent service, skilled labor,<br />
and market knowledge are some of the qualities<br />
that a successful company must have.<br />
Combined with all these factors, the choice<br />
of good raw material and equipment suppliers can<br />
differentiate companies in segments as competitive as<br />
the segments of the forest and timber-based industry. In<br />
2019, the Sector recorded a 24.1% increase in exports<br />
compared to the previous year. Exports abroad accounted<br />
for about US$ 12.5 billion in the last 12 months<br />
and impacted about one thousand municipalities in<br />
23 Brazilian states.<br />
Therefore, finding the right suppliers, who can<br />
afford to supply the factory with modern machinery<br />
and quality tools, can highlight a brand amid so many<br />
options besides avoiding possible problems during<br />
production. When deciding, the entrepreneur should<br />
consider elements such as reliability, technical skill,<br />
after-sales, and price – the latter, however, should not<br />
be decisive at the time of choice.<br />
In the field of industrial knives, it is no different.<br />
DRV Ferramentas, a company based in Curitiba (PR),<br />
30 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
AGOSTO <strong>2020</strong> 31
32 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
AGOSTO <strong>2020</strong> 33
INFORME<br />
MUDANÇAS NAS<br />
RESOLUÇÕES<br />
CONAMA<br />
Fotos: divulgação<br />
34 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
APERFEIÇOAMENTO DA<br />
NORMATIZAÇÃO GARANTE<br />
ORIGEM SUSTENTÁVEL<br />
DA MADEIRA NATIVA<br />
E PERENIDADE DAS<br />
FLORESTAS<br />
As modificações das Resoluções Conama nº<br />
406/2009 e 411/2009, que foram aprovadas<br />
na Plenária do Conama, em sua 134ª<br />
Reunião Ordinária, tiveram como principais<br />
defensores o Cipem (Centro das Indústrias<br />
Produtoras e Exportadoras de Madeiras do Estado de<br />
Mato Grosso) e os sindicatos empresariais que representa,<br />
em conjunto com o Fnbf (Fórum Nacional das Atividades<br />
de Base Florestal). “Somos proponentes dessas<br />
iniciativas que trazem melhorias ao desenvolvimento<br />
das atividades do setor de base florestal organizado,<br />
sempre em comum acordo com as legislações vigentes,<br />
promovendo transparência, segurança e solidez para<br />
esta atividade que conserva os recursos naturais e ecossistemas<br />
conciliando com o aspecto social, pela geração<br />
de divisas, emprego e renda”, esclarece o presidente do<br />
Cipem, Rafael Mason.<br />
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 406/2009<br />
A alteração da Resolução Conama nº 406/2009<br />
trouxe a possibilidade de prorrogação das Autex (Autorizações<br />
de Exploração Florestal), por mais 12 meses, excepcionalmente<br />
pelo período em que durar a pandemia<br />
do novo Coronavírus. Isto fará com que a floresta seja<br />
trabalhada com mais cautela e no tempo certo, primando<br />
pela minimização de desperdícios advindos de uma<br />
possível subutilização dos recursos disponíveis que já estavam<br />
liberados pelos órgãos ambientais competentes.<br />
A renovação das Autex deverá ser requerida pelo<br />
interessado, para todas as autorizações de exploração<br />
que já estavam aprovadas para o ano de <strong>2020</strong>, mas tiveram<br />
que ser paralisadas em decorrência da pandemia<br />
da Covid-19, que reduziu o consumo nesse período de<br />
crise. As Autex têm validade de um ano, podendo ser<br />
prorrogadas por igual período (Rautex), mediante justificativa.<br />
Porém, em tempos de anormalidade este prazo é<br />
considerado insuficiente para uma exploração de precisão<br />
e que se adeque às oscilações de mercado.<br />
Com o surgimento da pandemia da Covid-19, o setor<br />
de base florestal, assim como inúmeros outros setores<br />
econômicos, foi impactado pela drástica redução ou<br />
paralisação de suas atividades. Com isto, caso as autex/<br />
rautex não fossem prorrogadas, todo o recurso florestal<br />
disponível que já estava passível de exploração, aprovado<br />
e vistoriado pelos órgãos ambientais competentes,<br />
se perderiam e ficariam imobilizados por até 35 anos,<br />
ocasionando a subutilização e desperdício do potencial<br />
de exploração sustentável da madeira nativa.<br />
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 411/2009<br />
A nova versão da Resolução Conama nº 411/2009,<br />
traz em seu contexto a solução para algumas questões<br />
há anos debatidas pelo setor de base florestal brasileiro.<br />
Dentre as mudanças, a integração dos sistemas de controle<br />
estaduais com o nacional, o Sinaflor (Sistema Nacional<br />
de Controle da Origem dos Produtos Florestais) e<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 35
36 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
AGOSTO <strong>2020</strong> 37
MARCENARIA<br />
38 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
MADEIRA PARA<br />
TODOS OS GOSTOS<br />
CONHEÇA OS TIPOS DE MADEIRA MAIS UTILIZADOS POR<br />
MARCENEIROS NA CONFECÇÃO DE MÓVEIS MODERNOS E<br />
VERSÁTEIS<br />
Fotos: divulgação<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 39
MARCENARIA<br />
N<br />
ão é novidade para ninguém que a madeira<br />
é o material favorito do mercado<br />
de móveis no Brasil e no mundo. Segundo<br />
recente levantamento do Bndes<br />
(Banco Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social), o elemento está presente em<br />
91% dos estabelecimentos do ramo no país, com<br />
83% do pessoal ocupado e 72% do valor da produção<br />
do segmento.<br />
Na decoração de interiores, seja em ambientes<br />
residenciais ou executivos, a madeira é sinônimo de<br />
sofisticação e bom gosto, pois traz aconchego e vitalidade<br />
ao décor. Mas quais são os tipos de árvores<br />
mais utilizadas pelos profissionais do ramo moveleiro?<br />
A REFERÊNCIA INDUSTRIAL traz todas as informações.<br />
Confira:<br />
PINUS<br />
Um dos tipos mais comuns na indústria de móveis,<br />
a madeira do pinus também é uma das mais<br />
indicadas para o mercado, por se tratar de uma<br />
madeira de reflorestamento - sustentável e amiga do<br />
meio ambiente.<br />
As peças construídas com pinus possuem um<br />
corte macio e uma textura fina. Trata-se de um produto<br />
de boa resistência, boa durabilidade, de boa<br />
qualidade e que chama a atenção por sua tonalidade<br />
clara. Madeira perfeita para compor o visual de salas<br />
de estar, com racks, estantes e prateleiras. Sua cor<br />
suave é excelente para montar tendências clássicas<br />
ou retrô. Mais recomendada para uso em ambientes<br />
fechados. Se passado pelo tratamento químico a<br />
madeira pode ficar exposta a interpéries.<br />
CEREJEIRA<br />
Muito popular. É sinônimo de status e elegância<br />
e é muito usada na fabricação de móveis. Sua cor<br />
varia entre o castanho claro e o castanho-avermelhado.<br />
É muito atraente, apesar de ser um material de<br />
difícil manuseio por ser mais dura com ferramentas<br />
manuais. É uma madeira cara, mas com forte apelo<br />
no design de interiores.<br />
MOGNO<br />
Essa árvore faz parte do grupo das madeiras<br />
consideradas nobres e sofisticadas. Sua cor vai do<br />
40 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
AGOSTO <strong>2020</strong> 41
BRASIL<br />
FALTA<br />
COMPETITIVIDADE<br />
Foto: divulgação<br />
42 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
SEGUNDO PESQUISA DO SETOR, O BRASIL PRECISA SIMPLIFICAR<br />
CARGA TRIBUTÁRIA E DIMINUIR BUROCRACIA PARA AUMENTAR<br />
COMPETITIVIDADE E RETOMAR CRESCIMENTO INDUSTRIAL<br />
O<br />
ambiente de negócios no Brasil melhorou<br />
nos últimos dez anos, com redução<br />
de burocracias e melhorias na legislação<br />
trabalhista, mas não foi o suficiente<br />
para tirar o país do penúltimo lugar do<br />
relatório Competitividade Brasil 2019-<strong>2020</strong>. O estudo,<br />
elaborado pela CNI (Confederação Nacional da<br />
Indústria), compara o Brasil a outras 17 economias,<br />
com características similares às da economia nacional,<br />
lançando mão de 61 variáveis. Na classificação<br />
geral, o Brasil aparece em 17º lugar, à frente apenas<br />
da Argentina. Os países mais competitivos são Coreia<br />
do Sul, Canadá e Austrália.<br />
A economia brasileira até conseguiu uma classificação<br />
mais positiva nas categorias Tecnologia e Inovação,<br />
Trabalho e Estrutura produtiva, escala e concorrência.<br />
Ocorre que Financiamento, em especial<br />
o custo do capital, e a Tributação funcionam como<br />
uma bola de ferro que impedem a nação de subir à<br />
superfície, respirar e competir em pé de igualdade<br />
com outras economias.<br />
O relatório compara o Brasil com os seguintes<br />
países: África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá,<br />
Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha,<br />
Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia<br />
e Turquia. São nove fatores analisados: Ambiente<br />
Macroeconômico, Ambiente de Negócios,<br />
Educação, Estrutura Produtiva, Escala e Concorrência,<br />
Financiamento, Infraestrutura e Logística, Tecnologia<br />
e Inovação, Trabalho e Tributação.<br />
“Ao longo dos últimos dez anos, período do<br />
estudo, percebemos que a média geral do Brasil no<br />
ranking de competitividade cresceu. O país registra,<br />
por exemplo, redução de burocracias pelo segundo<br />
ano seguido, mas os outros países também avançaram,<br />
com esforços contínuos para ampliar suas<br />
vantagens competitivas. Não estamos isolados no<br />
mundo e temos que enfrentar os nossos entraves de<br />
frente. O importante é que sabemos quais são eles,<br />
a tributação e o spread bancário”, afirma o presidente<br />
da CNI, Robson Braga de Andrade.<br />
O presidente da CNI também afirma que é<br />
necessário reduzir o Custo Brasil e aumentar a competitividade<br />
do país. “Para chegarmos à posição de<br />
nação desenvolvida, precisamos de uma indústria<br />
forte, dinâmica e competitiva, que olhe para o futuro,<br />
sendo cada vez mais inovadora, global e sustentável”,<br />
destaca.<br />
MELHORIAS<br />
No fator Tributação, o Brasil está em penúltimo<br />
lugar, à frente apenas dos hermanos. Nas duas dimensões<br />
avaliadas – peso e qualidade –, o Brasil<br />
situa-se no terço inferior do ranking. No subfator<br />
Peso dos Tributos, o país ocupa a 17ª posição, superando,<br />
novamente, apenas a Argentina. Em 2017, a<br />
carga tributária no Brasil representou quase um terço<br />
do PIB (32,3%), sendo inferior apenas à observada<br />
na Espanha (33,7%) e na Polônia (33,9%), países<br />
cuja renda per capita é cerca de duas vezes superior<br />
à brasileira, segundo dados de 2018.<br />
Além da carga elevada, o sistema tributário brasileiro<br />
tem baixa qualidade. O Brasil é o último colocado<br />
no ranking do subfator Qualidade do sistema<br />
tributário.<br />
Chama atenção o desempenho da Turquia, que<br />
subiu da 14ª para a 4ª posição no fator Tributação,<br />
passando do terço inferior para o terço superior do<br />
ranking. Entre 2018 e 2019, o país realizou reformas<br />
que facilitaram o pagamento de impostos por lá:<br />
melhorou o portal online para cumprir com obrigações<br />
tributárias e isentou do IVA (Impostos sobre<br />
Valor Agregado) certos investimentos, segundo o<br />
Banco Mundial.<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 43
MADEIRA TRATADA<br />
44 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
MADEIRA<br />
É O FUTURO<br />
Fotos: divulgação<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
BRASILEIRA DEVE SE ESPELHAR<br />
EM PAÍSES COMO EUA E<br />
JAPÃO PARA AMPLIAR O<br />
USO DA MADEIRA EM SEUS<br />
EMPREENDIMENTOS<br />
U<br />
m dos mais tecnológicos e avançados<br />
países do mundo, o Japão tem dado<br />
um ótimo exemplo quando o assunto é<br />
a sustentabilidade de suas construções.<br />
Há mais de uma década, o país obriga<br />
por lei que todos os novos prédios públicos, de até<br />
três andares, sejam elaborados a partir da madeira.<br />
Nos EUA (Estados Unidos da América), o material é<br />
regra quando o assunto é a construção civil.<br />
Mas por que essa prática, tão difundida na Europa<br />
e na Ásia, ainda não conquistou o mercado brasileiro?<br />
Segundo o engenheiro industrial madeireiro<br />
Murilo Negreli, o problema no país ainda é cultural.<br />
“Apesar do Brasil possuir uma grande oferta, ainda<br />
estamos criando uma cultura de construir em madeira”,<br />
comenta.<br />
De acordo com o profissional, estima-se que em<br />
2019 tenham sido desenvolvidos cerca de 714 projetos<br />
em madeira maciça somente nos EUA, dentre eles<br />
edifícios multifamiliares, comerciais ou institucionais.<br />
As madeiras maciças nada mais são que grandes peças<br />
pré-fabricadas para todos os aspectos da construção:<br />
vigas, pilares, paredes, teto e piso. Além disso,<br />
são sustentáveis, resistentes ao fogo e com grande<br />
potencial de força e durabilidade.<br />
No Brasil, o engenheiro lembra que está em<br />
processo de finalização do primeiro prédio em Mass<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 45
46 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
AGOSTO <strong>2020</strong> 47
ECONOMIA<br />
INOVAR<br />
É PRECISO<br />
Fotos: divulgação<br />
48 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
PARA VENCER<br />
OBSTÁCULOS, INDÚSTRIA<br />
DE MÓVEIS PRECISA<br />
ESTAR EM CONSTANTE<br />
MOVIMENTO<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 49
ECONOMIA<br />
Antes vista como um diferencial no mercado,<br />
a inovação passou a ser requisito<br />
básico de qualquer negócio duradouro.<br />
Na indústria de móveis não é diferente.<br />
A tecnologia tem criado diversas<br />
oportunidades no setor, transformando ideias em<br />
resultados robustos e cada vez mais tangíveis.<br />
De modo geral, clientes e parceiros comerciais<br />
preferem projetistas que lançam mão de novas soluções<br />
e que saibam usar equipamentos modernos<br />
e eficazes, em detrimento de técnicas tradicionais<br />
que apresentam óbvias limitações funcionais. Mas<br />
o que realmente significa inovar dentro da indústria<br />
moveleira?<br />
CAMINHOS PARA SE DESTACAR<br />
Inovar significa estar disposto a agir de maneira<br />
diferente. Assim, todo negócio passa por uma fase<br />
A INDÚSTRIA 4.0,<br />
COM SUAS<br />
FERRAMENTAS E ANÁLISE<br />
DE DADOS, PODE AUXILIAR<br />
O EMPREENDEDOR NA<br />
HORA DE ANALISAR<br />
GASTOS E ENCONTRAR<br />
GARGALOS DE PRODUÇÃO<br />
NO CHÃO DE FÁBRICA<br />
50 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
NATURELINE<br />
PROTEÇÃO À MADEIRA E AO<br />
MEIO AMBIENTE, TOTALMENTE<br />
ECOLÓGICO E ATÓXICO<br />
NATURELINE, o meio ambiente agradece!<br />
Primeiro protetivo para madeira de exteriores e interiores<br />
que protege as superfícies de madeira e o meio ambiente.<br />
Sistema a base d’água, sem emissões de<br />
poluentes nem solventes<br />
Puramente mineral<br />
Não inflamável e resistente a lixiviação<br />
Proteção contra a ação de pestes para<br />
animais e plantas<br />
Compatível para contato com animais e solo<br />
Produtos e soluções para madeira<br />
JORDAN Lacke – uma marca de<br />
PLANTAG Coatings GmbH<br />
www.plantag.de<br />
Plantag do Brasil Ltda<br />
Tel 041 3679 1478<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 51
ARTIGO<br />
PAINÉIS HÍBRIDOS<br />
DE LÂMINAS<br />
E PARTÍCULAS DE MADEIRA<br />
PARA USO ESTRUTURAL<br />
Fotos: divulgação<br />
ANDERSON RENATO VOBORNIK WOLENSKI<br />
INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA<br />
ANDRÉ LUIS CHRISTOFORO<br />
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO CARLOS<br />
FRANCISCO ANTONIO ROCCO LAHR<br />
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO CARLOS<br />
LAURENN BORGES DE MACEDO<br />
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO CARLOS<br />
VINICIUS BORGES DE MOURA AQUINO<br />
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO CARLOS<br />
52 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
RESUMO<br />
O<br />
uso de painéis de madeira tem ganhado<br />
destaque na indústria da construção civil.<br />
Os painéis MDP não atingem requisitos<br />
estruturais, ao contrário dos painéis OSB<br />
e compensado. Uma alternativa a fim de<br />
aprimorar o uso de painéis de partículas de madeira<br />
consiste no reforço desses com lâminas de madeira<br />
(painéis híbridos). Esta pesquisa objetivou avaliar o potencial<br />
de uso de painéis híbridos fabricados com partículas<br />
e lâminas de madeira de Pinus sp. e com resina<br />
poliuretana bicomponente à base de óleo de mamona,<br />
obedecendo à norma Abnt NBR 14810-2.<br />
Os resultados das propriedades físicas e mecânicas<br />
foram comparados com os requisitos normativos para<br />
painéis OSB (EN 300) e compensados (DIN 68792), bem<br />
como com os resultados de painéis comerciais OSB e<br />
compensado. Os painéis híbridos atenderam aos requisitos<br />
normativos para painéis comerciais OSB e compensado,<br />
indicados para uso estrutural.<br />
A análise estatística indicou a superioridade das<br />
propriedades físicas e mecânica dos painéis híbridos<br />
quando comparados com os resultados dos painéis OSB<br />
e compensado comerciais, resultado esse também justificado<br />
pelo uso da resina à base de mamona.<br />
INTRODUÇÃO<br />
Dentre os painéis engenheirados à base de madeira,<br />
destacam-se os painéis compensados, OSB (Oriented<br />
Strand Board) e MDP (Medium Density Particleboard),<br />
servindo como alternativa ao uso de madeira serrada na<br />
construção civil e rural, móveis, entre outros (Bertolini et<br />
al., 2014; Ferro et al., 2015; Chiromito et al., 2016; Nascimento<br />
et al., 2016; Gilbert et al., 2017).<br />
O OSB é definido como painel de partículas orientadas<br />
em camadas, unidas com resina à prova d’água e<br />
consolidadas na prensagem a quente (Souza et al., 2014;<br />
Carvalho et al., 2014; Ferro et al., 2015, 2016; Semple;<br />
Zhang; Smith, 2015).<br />
Os compensados são definidos como painéis compostos<br />
de lamelas de madeira dispostas em direções<br />
perpendiculares, aderidas por meio de adesivo, pressão<br />
e temperatura (Dias; Lahr, 2004; Regattieri; Bellomi,<br />
2008; Ferreira; Silva; Campos, 2011; Zhou; Pizzi, 2014;<br />
Demirkir et al., 2016; Way; Kamke; Sinha, 2018). Já os<br />
MDPs são definidos como painéis constituídos de partículas<br />
de madeira e resina sob pressão e temperatura, a<br />
fim de consolidar o material (Bertolini et al., 2014; Ferro<br />
et al., 2014a; Nascimento et al., 2016).<br />
Na literatura, diversos estudos tratam da produção<br />
de painéis de madeira com resina poliuretana à base de<br />
óleo de mamona, que, em comparação com as resinas<br />
ureia-formaldeído e fenol-formaldeído, demandam menor<br />
energia para cura e não liberam formaldeído, componente<br />
tóxico ao homem e ao meio ambiente (Ferro<br />
et al., 2014a, 2014b, 2015, 2016, 2018; Silva et al. 2014;<br />
Souza et al., 2014).<br />
Quanto aos painéis OSB com o uso de resina poliuretana<br />
à base de óleo de mamona, destacam-se as<br />
pesquisas de Souza et al. (2014), Ferro et al. (2015, 2016,<br />
2018), Nascimento et al. (2015) e Barbirato et al. (2018).<br />
Já para painéis compensados feitos com resina poliuretana<br />
à base de óleo de mamona, tem-se apenas o trabalho<br />
de Dias e Lahr (2004), no qual foram produzidos painéis<br />
compensados com lamelas de Eucalyptus grandis e<br />
resina poliuretana (gramatura de 250 g/m²), lâminas com<br />
umidade variando de 4 a 6%, pressão de colagem igual<br />
a 1,2 Mpa (Mega Pascal) à temperatura de 60ºC (Graus<br />
Celsius) durante 10 min (minutos).<br />
Sobre painéis MDP utilizando resina poliuretana à<br />
base de óleo de mamona, tem-se na literatura os estudos<br />
de Ferro et al. (2014a, 2014b), Silva et al. (2014), Bertolini<br />
et al. (2014) e Zau et al. (2014).<br />
Levando-se em consideração que painéis OSB e<br />
compensados têm uso estrutural (Demirkir et al., 2016;<br />
Zhou; Pizzi, 2014) e painéis de material particulado de<br />
madeira não atingem requisitos estruturais (Silva et al.,<br />
2014, 2018), uma alternativa para aprimorar o uso de painéis<br />
de partículas de madeira para fins estruturais consiste<br />
na confecção de painéis híbridos, com as camadas<br />
externas sendo compostas de fibras de madeira e partículas<br />
de madeira na camada interna, sendo as camadas<br />
unidas por adesivo.<br />
Na literatura correlata, poucos trabalhos abordam a<br />
fabricação e a caracterização de painéis híbridos de madeira<br />
(Nurhazwani et al., 2016; Silva et al., 2018). Nurhazwani<br />
et al. (2016) avaliaram as propriedades físicas e<br />
mecânicas de painéis compostos de partículas de Hevea<br />
brasiliensis, lâminas de bambu e resina ureia-formaldeído.<br />
Os painéis foram pré-prensados a frio a uma pressão<br />
de 3,5 Mpa. Posteriormente, foram prensados a quente<br />
(160 ºC), com pressão de 1,2 MPa. O teor de umidade<br />
das partículas foi igual a 12% e o teor de resina foi igual<br />
a 65% em relação à massa sólida das partículas.<br />
Silva et al. (2018) produziram painéis utilizando fibras<br />
de Pinus taeda e Malva e partículas de bagaço de cana-<br />
-de-açúcar com o uso de resina poliuretana à base de<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 53
54 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
23<br />
• Engenharia de Aplicação<br />
• MANUTENÇÃO DE Válvulas Industriais<br />
• Calibração de<br />
Válvulas de Segurança<br />
Quem achar que a segurança custa caro,<br />
que experimente um acidente<br />
(41) 3245-0833 (41) 3239-6400<br />
(41) 98527-8204<br />
<br />
<br />
AGOSTO <strong>2020</strong> 55
AGENDA<br />
AGENDA<br />
<strong>2020</strong>/2021<br />
SETEMBRO<br />
7 A 10<br />
SHANGHAI INTERNATIONAL<br />
FURNITURE MACHINERY &<br />
WOODWORKING MACHINERY<br />
FAIR<br />
LOCAL: XANGAI (CHINA)<br />
WWW.WOODWORKFAIR.COM/<br />
OUTUBRO<br />
3 A 6<br />
FEDEMA - FERIA INTERNACIONAL<br />
DEL MUEBLE Y LA MADERA<br />
LOCAL: FORMOSA (ARGENTINA)<br />
FEDEMA.COM.AR/<br />
NOVEMBRO<br />
19 A 22<br />
FERIA FORESTAL ARGENTINA<br />
LOCAL: POSADAS (ARGENTINA)<br />
WWW.FERIAFORESTAL.COM.AR/<br />
FESQUA<br />
08 A 11 DE JUNHO DE 2021<br />
SÃO PAULO (SP)<br />
WWW.FESQUA.COM.BR/<br />
A FEIRA INTERNACIONAL DA INDÚSTRIA DE ESQUADRIAS CHEGA À SUA 13ª EDIÇÃO<br />
CONSOLIDADA COMO O MAIOR E MAIS IMPORTANTE EVENTO PARA O MERCADO DE<br />
ESQUADRIAS DA AMÉRICA LATINA. O EVENTO TORNOU-SE UM VERDADEIRO E PODEROSO<br />
CENTRO GERADOR DE NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES LUCRATIVAS PARA AS EMPRESAS<br />
EXPOSITORAS E PARA OS VISITANTES, POTENCIAIS COMPRADORES DESSE MERCADO.<br />
DEZEMBRO<br />
3 A 6<br />
CAIRO WOODSHOW<br />
LOCAL: CAIRO (EGITO)<br />
WWW.CAIROWOODSHOW.COM/<br />
JULHO<br />
5 A 8/2021<br />
AGOSTO/<br />
17 A 21/2021<br />
SETEMBRO<br />
26 A 29/2021<br />
EXPOLUX<br />
LOCAL: SÃO PAULO (SP)<br />
WWW.EXPOLUX.COM.BR/PT-BR.HTML<br />
FENASUCRO<br />
LOCAL: SERTÃOZINHO (SP)<br />
FENASUCRO.COM.BR/PT-BR.HTML<br />
WOODMEX AND ASFI<br />
LOCAL: BIRMINGHAM (INGLATERRA)<br />
WWW.WEXHIBITION.CO.UK/<br />
56 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
Patrocinadores:<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />
www<br />
revistareferencia.com.br<br />
/referenciamadeira<br />
comercial@revistareferencia.com.br
ESPAÇO ABERTO<br />
EMPREENDEDOR,<br />
O HERÓI NECESSÁRIO<br />
Arecessão econômica iniciada neste primeiro<br />
semestre de <strong>2020</strong> será uma das mais graves<br />
dos últimos tempos. Primeiro, porque a<br />
queda do produto interno deste ano será<br />
brutal, em torno de 5% em relação a 2019.<br />
Em todos os países que foram afetados e tiveram que<br />
fazer isolamento social, o produto também caiu e seguirá<br />
caindo em relação aos anos anteriores. A redução do produto<br />
de um país exacerba vários flagelos sociais graves:<br />
aumenta o desemprego, reduz os salários médios, fecha<br />
fábricas, quebra lojas comerciais, gera perda de renda<br />
dos autônomos, aumenta a pobreza e a miséria, fomenta<br />
doenças psicológicas e a perturbação social.<br />
O Brasil está diante de um desafio imenso, representado<br />
pela tentativa de sair da devastação econômica o<br />
mais rápido possível, na qual três atores serão especialmente<br />
essenciais: trabalhadores, empresários e governantes.<br />
Todos têm sua importância. O empreendedor, porém,<br />
terá um papel mais relevante. Roberto Campos, com sua<br />
ironia fina de sempre, dizia que entre os muitos ários que<br />
existem por aí, o mais importante é o empresário.<br />
O Brasil criou certa cultura antiempresarial e antilucro,<br />
nociva ao desenvolvimento. O empreendedor é um<br />
instrumento da produção, e a ele cabe acumular capital<br />
(bens de produção), zelar por sua conservação e expansão.<br />
Ilude-se quem crê que o dono do capital é livre para<br />
fazer o que bem quiser. O empresário detém a propriedade<br />
condicionado a satisfazer o consumidor, e deve ajustar<br />
suas ações aos interesses do mercado, sob o risco de ser<br />
superado pela concorrência e precisar fechar o seu negócio.<br />
Se for eficiente, o lucro é o prêmio. Se for ineficiente,<br />
o prejuízo é o castigo, geralmente terminado em falência.<br />
Quando a pandemia acabar e a normalidade for restabelecida,<br />
grande parte do empresariado retomará as<br />
atividades com suas empresas debilitadas, queda nas<br />
vendas, prejuízos acumulados, dívidas não pagas e fluxo<br />
de caixa abalado. Reconstruir os negócios e reorganizar<br />
e reequilibrar as finanças serão tarefas árduas. Muitas<br />
empresas retornarão menores, com menos empregados e<br />
atividade encolhida. Mas outras novas surgirão.<br />
Para os profissionais autônomos (médico, dentista,<br />
psicólogo, fisioterapeuta, cabeleireiro, professor particular<br />
e outros que perderam toda ou parte de sua renda), o<br />
problema é o mesmo. Eles se assemelham aos empreendedores,<br />
têm custos empresariais como aluguel, material,<br />
POR<br />
JOSÉ PIO<br />
MARTINS<br />
ECONOMISTA<br />
E REITOR DA<br />
UNIVERSIDADE<br />
POSITIVO<br />
salário de auxiliares, também precisam conquistar clientes<br />
e terão de extrair de si o melhor como empreendedores e<br />
gestores de sua atividade.<br />
A decisão de empreender e não depender de um<br />
emprego assalariado não deve ser tomada apenas em<br />
função da atual crise, mas em função da realidade global.<br />
O mundo está mudando, e recessões têm se repetido.<br />
Em 2007 e 2008, o mundo foi ferido pela crise financeira.<br />
No período de 2014 a 2016, o Brasil inventou sua própria<br />
recessão. Agora, temos a recessão do coronavírus. Outras<br />
recessões virão, agravadas pelo fato de a revolução tecnológica<br />
estar engolindo empregos.<br />
O cenário econômico pós-pandemia será caracterizado<br />
por elevado desemprego, subemprego, governos<br />
imprimindo dinheiro, trilhões em dívidas individuais e governamentais,<br />
programas sociais subfinanciados, aumento<br />
da mentalidade assistencialista, milhões de jovens sem<br />
trabalho e com dívidas estudantis, robôs tomando vagas<br />
de humanos e demorada recuperação. Procurar trabalho<br />
assalariado será o caminho da maioria das pessoas, e é<br />
uma luta nobre. O problema é que muitos não encontrarão.<br />
Haverá espaço para trabalhar por conta própria como<br />
autônomo ou abrir um negócio. Empreender, porém,<br />
exige aprendizado. É preciso se preparar. Mesmo quem<br />
tenha espírito de iniciativa e tino para os negócios deve<br />
entender que o assalariado não se transmuta automaticamente<br />
em empreendedor. Embora o mundo vá continuar<br />
necessitando de empregados, mais empreendedores<br />
serão necessários, pois são eles que criam empresas e vagas<br />
de emprego, e a lei deve vir para estimular, não para<br />
inibir, o espírito de iniciativa. Esse é o desafio!<br />
Foto: divulgação<br />
58 referenciaindustrial.com.br AGOSTO <strong>2020</strong>
AS MÁQUINAS<br />
MAIS ROBUSTAS<br />
DO SETOR MADEIREIRO!<br />
Projetos personalizados<br />
de acordo com sua necessidade<br />
linha completa<br />
de serrarias<br />
www.maquinasaguia.com.br<br />
São José dos Pinhais – PR<br />
(41) 3382-3100