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ed 41

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Alinhamento em<br />

Lajes Treliçadas<br />

Com a constante evolução dos materiais de construção e<br />

sofisticação dos modelos de cálculo utilizados para análise de<br />

esforços e dimensionamento das estruturas, temos notado projetos<br />

arquitetônicos e obras cada vez mais arrojadas. Muitas vezes<br />

isso resulta em grandes vãos a serem vencidos, e altos carregamentos<br />

a serem suportados.<br />

O uso das lajes treliçadas vem se mostrando bastante interessante<br />

para diversas situações. Além de suas facilidades e vantagens<br />

apresentadas por ser uma estrutura pré-moldada, têm<br />

um grande potencial no que diz respeito a suportar cargas altas,<br />

com vãos relativamente grandes. Apesar disso, devo alertar que<br />

para se aproveitar as qualidades e vantagens que o sistema treliçado<br />

oferece, é necessário que se tenha um bom conhecimento<br />

técnico não só do produto, como também das estruturas.<br />

Tenho notado que uma das grandes dúvidas e confusões feitas<br />

pelos fabricantes de lajes treliçadas ocorre quando lhes aparecem<br />

casos em que se apresentam grandes esforços cortantes<br />

devido às cargas altas, ou cargas concentradas sobre a laje. Com<br />

isso, surge a necessidade de se armar as nervuras ao cisalhamento.<br />

O conhecimento técnico é fundamental nessa hora decisiva,<br />

e a falta dele pode inclusive levar o fabricante a “perder a venda”,<br />

pois ele acha que a única alternativa é a colocação de estribos<br />

adicionais nas vigotas, encarecendo bastante o produto final. Ou<br />

então simplesmente ignora essa necessidade de se armar ao cisalhamento,<br />

o que é ainda muito pior.<br />

Essa é uma das situações que podemos tirar proveito da armação<br />

treliçada. Podemos utilizá-la como armadura de cisalhamento,<br />

eliminando assim os estribos e toda mão de obra e custo<br />

que seriam ocasionados pela colocação dos mesmos.<br />

Para a correta utilização do sinusóide da treliça como armadura<br />

de cisalhamento, devemos fazer duas verificações:<br />

• A primeira é garantir que a armadura diagonal (sinusóide)<br />

estará ligando o banzo comprimido ao tracionado. Ou seja, o<br />

banzo superior da treliça deve estar mergulhado na zona comprimida<br />

da laje, que geralmente fica logo abaixo da face superior<br />

da laje. Por isso, devemos ter a treliça com uma altura maior do<br />

que o elemento de enchimento, chegando até a face superior da<br />

laje menos o cobrimento da armadura. Não basta termos uma<br />

treliça com a mesma altura do enchimento, ou estando logo acima<br />

deste.<br />

• A segunda é que a área da seção transversal da armadura da<br />

diagonal tracionada seja suficiente para resistir a esses esforços.<br />

Há casos, que é necessário que se aumente a altura final da<br />

laje, o que mesmo assim compensa muito do ponto de vista técnico<br />

e comercial, pois além de uma laje menos deformável, ainda<br />

teremos um produto mais barato do que se tiver que adicionar<br />

os estribos.<br />

Muitas vezes, ao se fazer a opção da utilização da treliça<br />

como armadura de cisalhamento, é obrigada a utilizar o EPS<br />

como elemento de enchimento, pois podemos ter a altura que<br />

desejarmos.<br />

Já com a cerâmica fica difícil fazer com que a treliça chegue<br />

até a zona comprimida, uma vez que suas alturas são padronizadas<br />

e seguem as mesmas alturas das armações treliçadas, ou<br />

pelo menos algo bem próximo disso.<br />

Com isso, concluímos que as treliças podem ter além de sua<br />

função de enrijecer as vigotas e ditar a distância entre as linhas<br />

de escora, um papel de armadura de cisalhamento, tirando-se<br />

com isso o máximo de proveito de seu uso.<br />

Engº civil Otávio Araújo<br />

Engetreli Engenharia<br />

Armação Treliçada Puma<br />

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