10 CAPA FOTO ARQUIVO PESSOAL mim e querer pagar esse preço do que o meu corpo aguentar o processo. A natação, hoje, é muito mais uma escolha minha do que o ambiente e o tempo dizendo que não dá mais para eu aguentar o tranco. Há atletas com 35, 36 anos, que estão voando na piscina. É a disciplina – e não o físico – que faz a diferença. Cesão com sua esposa Kelly Gisch e o filho Thomas contamos com o melhor nadador de 100m costas e o de 100m peito da história, além de um dos melhores do 100m borboleta. Acho que os três revezamentos irão fazer a final olímpica. E o 4x100 e o 4x200 têm possibilidade de morder um bronze e, talvez, em um dia iluminado, uma prata. Onde fica a sua medalha de ouro dos Jogos de Pequim, em 2008? Está exposta no meu escritório. É a 1ª vez que faço isso em anos. Ela estava empoeirada lá em casa, em Santa Bárbara d’Oeste. Não tenho muito apego à medalha. Gosto de saber que está segura, bonitinha. Prefiro rever os vídeos das provas que fiz. Quais suas recordações de Santa Bárbara? O Sol mora em Santa Bárbara! A gente sempre morou próximo dos canaviais e convivia com as queimadas, com a fuligem que encobria a cidade. Interior é aconchego, é reencontrar amigos, marcar café na casa dos outros, combinar um churrasco. Churrasco é bom, porque no interior tem muita casa com piscina. Eu estudava em Americana e treinava em Piracicaba, onde morei por um tempo. Vivia, então, pegando estrada, trafegando pela rodovia Luiz de Queiroz. Em Santa Bárbara, eu gostava da tranquilidade de poder pegar a bicicleta e ir para o treino. Tenho ali amigos até hoje, a maioria da natação. Temos um grupo no WhatsApp – nele eu sou o Cesão e não o Cielo. E a cada dois meses, estou em Campinas. Até porque o voo de Navegantes para Viracopos é muito fácil de fazer. E o aeroporto está a vinte minutos da casa dos meus pais. Minha avó e minha tia moram até hoje em Souzas, ali do lado de Campinas. Ainda sou muito ligado a essa região. Parece que você já perdeu o sotaque... Quando cheguei a São Paulo fui muito zoado e dei uma amenizada no “erre” puxado que usava para falar porta e porteira (risos). Mas ele segue aqui dentro de mim. O que o Cielo de <strong>2021</strong> não faz mais como o de 2008, ano do ouro, fazia? Hoje entendo o que é um dia cansado. Em 2008, tinha dia que eu ia para a academia e não conseguia subir um peso. E ficava chateado, decepcionado comigo. Hoje, se vejo que o peso não sobe, não é porque não quero. Não uso mais aquela psicologia imbecil do “se você quer, você consegue”. Entendo que o corpo está cansado. Respeito muito mais a minha condição física, agora, do que antigamente, quando eu via isso como uma fraqueza. Entendo muito mais a equação estímulo somado a descanso gera rendimento. Tentar o índice para Tóquio está mais condicionado a eu olhar para Você chegou a ficar nove meses sem competir, em 2017. Parecia o fim, mas não foi. Por quê? Eu me senti pior longe da piscina. Sou um ser meio doido a ser estudado. A rotina solitária de treinos me fez falta. Eu entendi que as coisas na minha vida funcionam melhor quando estou dentro d’água. Em nove semanas de treinamento, depois da pausa, nadei os 50m livres em 21s07. A piscina faz bem para a minha cabeça, quando estou nadando a minha criatividade aflora, eu relaxo e penso melhor. Por exemplo, eu até encontro soluções para os problemas do meu instituto dando braçadas dentro d'água. Você se sente preparado para uma possível despedida do esporte como competidor? Não. Já pensei em despedida. Uma das coisas que mais me apavoram na carreira... parar de nadar 100%. Difícil colocar um ponto final em algo que se é bem sucedido na vida. Se dependesse da minha vontade, eu anunciaria a minha despedida escrevendo e assinando uma carta aqui de casa, sem evento nenhum. Mas também me pego pensando em algo maior nesse momento como forma de agradecer todo mundo que me ajudou nessa caminhada. Quero que os meus pais, pelo esforço que tiveram principalmente no começo, celebrem o que fizeram. O mesmo penso em relação a todos os meus treinadores, porque não é comum mencionarem os caras, a pessoa que me ensinou a nadar, no meu caso, o Reinaldo, de Piracicaba. Seria, então, um esforço coletivo para dar crédito às pessoas que me prepararam para essa super carreira. Por elas, porém, eu faria esse esforço.
CAMPINAS horaO MELHOR DA REGIÃO FOTO DIVULGAÇÃO Universidade do presente BARÃO GERALDO A Unicamp ocupa o terceiro lugar entre as universidades mais sustentáveis do Brasil, segundo o ranking UI GreenMetric World University Ranking, realizado anualmente pela Universidade da Indonésia. A avaliação mostrou que a Universidade de Campinas subiu uma posição em comparação a 2019. Entre as práticas em prol da sustentabilidade, estão as instalações de sistemas fotovoltaicos pelo campus, que resulta na economia de R$ 280 mil por ano na conta de energia da Unicamp, e a implementação de ônibus elétrico no sistema interno de transporte. Nas grades curriculares, há opções de disciplinas eletivas de graduação e pós-graduação em eficiência energética e gestwão de energia. UNICAMP: Cidade Universitária Zeferino Vaz - Barão Geraldo, Campinas