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COLUNA ABIMCI<br />
O QUE MUDOU DESDE<br />
O INÍCIO DA PANDEMIA?<br />
COM A VOLTA DA CONFIANÇA DO CONSUMIDOR, É POSSÍVEL PREVER O RETORNO DOS GASTOS E,<br />
COM ISSO, POSSÍVEIS INCREMENTOS NA DEMANDA POR MAIS PRODUTOS<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
PRECISAMOS VENCER A<br />
PANDEMIA DE FORMA<br />
URGENTE, MAS ESTAMOS NAVEGANDO<br />
EM ÁGUAS MELHORES DO QUE MUITOS<br />
OUTROS SEGMENTOS INDUSTRIAIS, DE<br />
COMÉRCIO E DE SERVIÇOS<br />
D<br />
o distanciamento social ao trabalho e ensino<br />
remotos, passando por novas formas de<br />
consumo. As transformações que ocorreram<br />
nesse pouco mais de um ano desde que foi<br />
anunciada a pandemia do novo coronavírus<br />
são inúmeras. Mudanças que afetaram pessoas<br />
e negócios, que têm exigido de governos e do setor<br />
produtivo decisões baseadas em dados – nem todos ainda<br />
completamente consolidados, infelizmente.<br />
Considerado um dos segmentos essenciais para a<br />
sociedade brasileira, o setor de base florestal tem demonstrado<br />
toda a sua capacidade de resiliência e preparo<br />
para atender a um novo patamar de consumo, que se<br />
acelerou.<br />
Na maioria dos segmentos de produtos madeireiros<br />
e florestais, a sensação é de que o período fomentou<br />
alguns tipos e modalidades de negócios e até instigou alguns<br />
tipos de consumo de produtos que estavam em um<br />
patamar mais baixo. Alguns indicadores, inclusive, mostram<br />
um aumento real de consumo de móveis e de outros<br />
produtos madeireiros desde o início da pandemia. Será<br />
que é somente um reflexo da necessidade de adaptação<br />
nas residências para o home office e o ensino online? Mas<br />
o que esperar agora? E como vamos nos comportar –<br />
Foto: divulgação<br />
consumidores e empresas – no pós-Covid?<br />
Ainda que parte da população do Brasil e do mundo<br />
tenha sentido os efeitos negativos da pandemia na renda,<br />
é fato também que uma parcela acumulou recursos. Com<br />
a volta da confiança do consumidor, é possível prever o<br />
retorno dos gastos e, com isso, possíveis incrementos na<br />
demanda por mais produtos.<br />
Percebemos que o mundo se tornou mais frágil do<br />
que imaginávamos e algumas tendências apontam para<br />
um mercado mais igualitário, onde o pequeno compete<br />
com o grande, vez que está a apenas um clique de<br />
distância nas compras online. A mudança de hábitos<br />
para o home office, ensino híbrido, casas maiores e mais<br />
afastadas dos grandes centros, escritórios mudando de<br />
endereços e busca de custo operacional mais enxuto são<br />
algumas das realidades que estamos presenciando – e<br />
que muitas empresas estão enfrentando.<br />
Com base no recente anúncio de que o PIB (Produto<br />
Interno Bruto) da China fechou o primeiro trimestre do<br />
ano em 18,3%, podemos perceber um caminho positivo<br />
para a recuperação da economia e da confiança do<br />
consumo ao redor do planeta. Esse novo momento é<br />
complexo; precisamos entender as dinâmicas dos mercados<br />
interno e externo, que exigem respostas rápidas<br />
e imediatas, bem como as limitações e as possibilidades<br />
dos nossos negócios e os gargalos e oportunidades que<br />
esse novo cenário trouxe. Estamos, obviamente, tomados<br />
por inúmeras incertezas. Manteremos os níveis altos de<br />
produtividade e resolutividade dos problemas? Fortaleceremos<br />
o networking virtual e reduziremos custos desnecessários<br />
com viagens de negócios?<br />
Muito precisa ser feito, sendo que o avanço da vacinação<br />
em escala global é o grande desafio de todos<br />
e o divisor de águas para a volta da normalidade social.<br />
O setor de base florestal se encontra bem posicionado<br />
nesse cenário. É claro que há problemas estruturantes,<br />
de financiamento, suprimento, entre outros, mas com a<br />
importante e decisiva ponta do mercado dando sinais<br />
de que a recuperação do consumo e a busca de espaços<br />
alternativos para viver e trabalhar possam ser mais duradouras<br />
do que possamos imaginar. Precisamos vencer a<br />
pandemia de forma urgente, mas estamos navegando em<br />
águas melhores do que muitos outros segmentos industriais,<br />
de comércio e de serviços.<br />
Enquanto a inquietação e as dúvidas permanecem<br />
muitas, acreditamos na certeza de que um tempo de<br />
prosperidade é possível e deve ser o combustível para o<br />
trabalho que está sendo realizado agora.<br />
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