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junho_2021_n.277

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C l á u d i a A l e x a n d ra

LUSITANO

de

ZURIQUE

[ JUNHO 2021 | Edição Nº. 277 | ANO XXVII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]

Alexandra, de

família pobre.

Justiça ordenou

destruição do

processo.

Vem aí o

“Passaporte

de vacinação”

europeu!

Páginas 3

MISTÉRIO

dura há 27 anos...

Pág. 14 e 15

EDITORIAL

CIDADANIA

Comunidade

DIREITO

Vacina “obrigatória”...

Pág.3

Cartão de Cidadão será entregue

por via postal Pág. 3

Homenagem ao José Pedro

Pág. 5

Animais não são coisas

Pág. 6


LUSITANO

de

ZURIQUE

EQUIPA EDITORIAL

Director: Armindo Alves

Jornalista CC15 A

Director-adjunto: Manuel Araújo

Jornalista 3000 A

Email: lusitano@gmail.com

COLABORADORES

Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes, Carmindo

de Carvalho, Costa Guimarães, Cristina F. Alves,

Daniel Bohren, Euclides Cavaco, Costa Guimarães,

Ivo Margarido, Jeremy da Costa, Joana Araújo, Joaquim

Galante, Jorge Macieira, Manuel Araújo, Maria

dos Santos, Maria José Praça, Natascha D´Amore,

Nelson Lima, Pedro Nogueira, Rosa Moreira

EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO

Manuel Araújo

Jornalista 3000 A

Tel.: (+351) 912 410 333

Email: manuel.araujo@protonmail.ch

PUBLICIDADE

Tel.: 079 222 09 14

Email: pub.lusitano@gmail.com

IMPRESSÃO

Diário do Minho - Braga

Tiragem: 3000 exemplares

Periodicidade: Mensal

Distribuição gratuita

NOTA IMPORTANTE:

Os artigos assinados reflectem tão-somente a opinião

dos seus autores e não vinculam necessariamente

a direcção desta revista.

Por discordância, esta publicação

não adopta, nem respeita as normas

do novo inútil Acordo Ortográfico.

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

Cartão de Cidadão entregue a partir de

hoje por via postal em França e na Suíça

Cartão de Cidadão entregue

França

A partir desta segunda-feira, os cida

A partir desta segunda-feira, os cidadãos nacionais

residentes em França e na Suíça poderão receber o

Cartão de Cidadão (CC) no domicílio. O documento

será enviado por via postal por todos os postos

e secções consulares portugueses naqueles países,

onde residem duas das mais significativas comunidades

portuguesas.

Suíça poderão receber o Cartão de

O envio do CC por correio será realizado no âmbito

dos protocolos estabelecidos com a transportadora

Chronopost, em França, e com a DHL na Suíça.

Este procedimento, introduzido pela Portaria n.º

46/2021, de 3 de março de 2021, está já a ser aplicado

também pelos Consulados Gerais de Portugal em

portuguesas.

Londres e Manchester.

será enviado por via postal por todos

naqueles países, onde residem du

O envio do CC por correio será realiza

A introdução desta medida procura responder à necessidade

de encontrar formas alternativas de entregar

o CC aos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro,

de forma segura, eficaz e adequada à sua

realidade.

com a transportadora Chronopost, e

Este procedimento, introduzido pel

2021, está já a ser aplicado também

Lisboa, 10 de maio de 2021

Londres e Manchester.

A introdução desta medida procur

formas alternativas de entregar o C

estrangeiro, de forma segura, eficaz

Apoio

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EDITORIAL

Vacinas “obrigatórias”

Vem aí o “passaporte de vacinação” europeu!

Armindo Alves

DIRECTOR

JORNALISTA CC15 A

Nos últimos editoriais,

temos falado sobre a

pandemia e desse vírus

assustador que nos atormenta,

tirou a liberdade e nos tem

impedido de conviver e não nos

deixa socializar nem viajar. Porque

a situação se alterou, voltamos

ao tema.

Esta nova situação, colocou empresas

em dificuldades e muitos postos

de trabalho em risco, enfraquecendo

a economia, tendo provocado às pessoas

grande ansiedade emocional.

Mesmo sabendo que a eficácia da detecção

do vírus (a preços proibitivos)

não é 100%, actualmente aqueles

que pretendam viajar, são obrigatoriamente

submetidos a um teste, estando

para muito breve alterações

importantes para todas as pessoas,

viajem ou não.

Todos pensávamos que a vacina parecia

ser a nossa salvação, e pode vir a

ser, mas neste momento tudo indica

que em relação à eficácia, ainda há

muito para melhorar.

Muitos milhões de pessoas já foram

vacinadas, pois o medo e a incerteza

do futuro é grande. Esse medo e

alarme social criado, fez que não houvesse

praticamente resistência à sua

aplicação, levando as pessoas fazem

grandes filas para serem inoculadas,

implorado até por qualquer tipo de

vacina.

Neste momento estão a ser aplicadas

vacinas, que segundo algumas pesquisas

independentes, não são ainda totalmente

eficazes, sendo os seus efeitos

secundários, ainda uma incógnita.

Só em Portugal, até meados do mês

passado, foram mais de 5.660 suspeitas

de reacções adversas à vacina, assim

como houve 35 casos de morte,

que segundo o Infarmed, “não está

demonstrada a relação causa-efeito”.

Todos aqueles que resistiam e não

pretendiam ser vacinados, vão ser

agora “obrigados“ a fazê-lo.

A União Europeia criou um “passaporte

de vacinação” europeu, gratuito,

bilingue e com código de barras,

que é um certificado digital, que contém

informações sobre vacinações,

testes e recuperação. Segundo as

autoridades, esta medida trata-se de

“um passo importante para restabelecer

a liberdade de circulação na UE

da forma mais segura possível”. Neste

momento a Áustria, a Lituânia e também

a Dinamarca, já têm um “certificado

de imunidade”, documento

que pode ser guardado no telemóvel

e atesta a vacinação ou imunidade à

Covid-19. Esse documento é fundamental

para todas as actividades de

lazer, incluindo a permanência nas

esplanadas, restaurantes, padarias,

supermercados e cabeleireiros, entre

outros. Na Suíça é aguardada uma solução

idêntica até o Verão.

Esta decisão agora tomada pelas autoridades,

a qual considero discriminatória

e violadora dos direitos fundamentais,

será disponibilizada em

toda a UE até ao final deste mês.

Desta forma, todas as pessoas que

queiram movimentar-se e serem “livres”,

não terão outra alternativa senão

vacinar-se. Mesmo sabendo que

há pessoas já vacinadas com as duas

doses que voltaram a ser infectadas,

tendo posteriormente transmitido a

doença a familiares, nós teremos de

acatar a recomendação das autoridades,

“recomendação” essa, que não é

mais que uma obrigação

Perante esta nova realidade, dão-nos

a entender, que lentamente tudo voltará

à “normalidade” e finalmente poderemos

dar início a todas as nossas

actividades, mas não confiemos em

demasia, devemos precaver-nos e não

entrar em euforias. Sejamos cépticos

e defensivos, para que casos de possíveis

infecções, deste, ou de outros

vírus que irão aparecer certamente,

não nos atrapalhem a vida com novas

restrições.

Cuidemo-nos!

DEPARTAMENTO DE FUTEBOL

Tel.: 079 222 09 14

Email: armindo.alves@garage-

-mutschellen.ch

RANCHO FOLCLÓRICO

Tel.: 079 549 99 10

Email: rancho@cldz.eu

RESTAURANTE (reservas)

Tel.: 044 241 52 15

CURSO DE ALEMÃO

Tel.: 076 332 08 34

PROPRIEDADE

& ADMINISTRAÇÃO

CENTRO LUSITANO

DE ZURIQUE

Risweg, 1

8041 Zurique

Tel.: 044 241 52 15

Email: info@cldz.eu

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MOTORES

Filtro de partículas (FAP)

© Automóveis Online

V ARMINDO ALVES

O filtro de Partículas tornou-se

uma peça do automóvel

mais conhecida dos

últimos tempos, devido às

avarias e aos elevados custos

que proporciona.

O filtro de partículas Diesel foi construido

para eliminar as partículas do

fumo preto dos gases de escape. Está

localizado no sistema de escape muito

próximo do colector para obter as

temperaturas de funcionamento o

mais rápido possível. Com a chegada

das normas anti-poluição Euro 5

em 2010 os construtores tiveram de

arranjar uma solução para diminuir

as partículas poluentes dos motores

a Diesel e desde então este sistema

passou a ser obrigatório. É uma tecnologia

mais recente que a tecnologia

EGR (válvula de recirculação dos

gases de escape).

Não se trata de um catalisador em

que os gases passam por canais abertos

nos monólitos cerâmicos ou metálicos.

A finalidade do filtro de partículas

é armazenar a fuligem (fumo

preto) nos curtos percursos para

mais tarde eliminá-la, queimando-a a

altas temperaturas.

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Todos os filtros que conhecemos tem

manutenção e com o tempo e quilómetros

têm que ser limpos ou substituídos.

Estes sistemas não fogem

à regra e também precisam de ser

limpos regularmente, de forma a poderem

manter a sua função e longevidade.

Devido aos trajectos diários,

a fuligem vai acumulando e quando

atingir um certo nível, o filtro de

partículas regenera-se (limpa-se). O

processo de regeneração é periódico.

É possível eliminar, durante este

processo, até 85% da fuligem e em

algumas situações quase 100%.

Causas e consequências.

A regeneração do filtro, varia consoante

a tecnologia usada pelos construtores

de automóveis, de qualquer

forma precisa sempre uma determinada

temperatura do motor e gases

de escape, esta varia entre 650 e

1000 ºC durante um certo período.

A longevidade e duração destes componentes

depende da forma como

usamos o automóvel.

De vez em quanto devemos

puxar pelo motor. Se

não o faz, então devia…

Os percursos curtos frequentes (citadinos)

ou o uso pouco frequente

do automóvel, faz com que os filtros

atinjam um elevado nível de partículas

e não alcancem a temperatura

ideal para conseguir efectuar a regeneração

e queimar as partículas.

Caso o sistema não consiga regenerar

automaticamente devido ao excesso

de acumulação de partículas, o escape

entupirá e criará uma contrapressão,

o automóvel perderá rendimento e o

consumo de combustível aumentará.

Não havendo condições para iniciar

a regeneração, a luz de avaria acenderá

no painel de instrumentos a informar

o condutor que algo está mal

com o filtro de partículas.

Para que a luz do painel se apague será

possível iniciar-se o processo de regeneração

se conduzirmos por cerca de

10 a 20 minutos, a uma velocidade

superior a 80 km/h e no mínimo na

4 marcha, obrigando o motor a circular

a regimes um pouco mais elevados

que o normal.

A Luz amarela não deve ser ignorada,

porque outra categoria de avarias

pode surgir. Se o carro entrar em

modo de segurança, a solução já só

poderá ser numa oficina, onde terão

de provocar a regeneração.

Nem sempre a regeneração é possível,

normalmente porque o nível de

partículas existentes no filtro é muito

elevado, neste caso, a solução a longo

prazo será necessário a sua substituição,

o que acarreta custos avultados.

Existe uma solução mais económica,

mas a curto prazo isto é, desmontar

o filtro de partículas e queimá-lo num

forno especial a 800 °C.

A vida dos filtros de partículas depende

muito, do automóvel, assim como

da condução que é feita, dos trajectos

e quilómetros diários. Pode ir dos 100

mil quilómetros, aos 200 mil quilómetros

(ou até mais). A substituição terá

que ser feita quando se detecta que o

mesmo já não se consegue regenerar,

ou por alguma outra situação no motor,

ou sensores que tenha danificado

irremediavelmente o filtro.


MEMÓRIA

1984 - 2021

37anos

Centro Lusitano de Zurique

Centro Lusitano de Zurique

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DIREITO

Animais não são coisas

V DANIEL BOHREN

R.A. era há 15 anos proprietário de um cão (Akito), que

tinha comprado depois do falecimento da sua mulher e

o tinha ajudado a superar uma profunda depressão. Tinha-se

desenvolvido uma profunda relação entre ele e o

cão. O cão tinha, entretanto, envelhecido muito e andava

doente, necessitando de tratamentos regulares, que custavam

cerca de Fr. 500 mensais. Para visitar a sua filha,

que vivia no estrangeiro,

deixou o cão numa pensão

para cães, porque a viagem

teria sido cansativa demais

para o seu animal de companhia.

O cão ficou de tal

maneira triste com a separação,

que conseguiu transpor

a cerca do canil e foi à procura

de R.A. Foi nisso atropelado

por um comboio de

mercadorias e morreu. R.A.

fez valer, que a pensão de

cães tinha infringido as suas

obrigações, porque a cerca

não era segura. O dono da

pensão para cães declarou-

-se pronto a pagar a R.A.

uma indemnização de Fr.

500 para o cão. Disse que o velho cão não valeria mais.

R.A. até poderia poupar agora as despesas com os tratamentos

do velho cão, pelo que em princípio não teria

dano algum com a morte do seu cão. Esta atitude foi para

R.A. inaceitável e ele procurou auxílio jurídico.

Em princípio a atitude do dono da pensão para cães não

é errada. Dano é só a perda de bens com valor, sendo que

aqui o valor se rege pelo do mercado livre. As vantagens

são deduzidas. Um cão velho e doente não deveria ter

muito valor no mercado, causando na realidade sobretudo

custos.

O que o dono da pensão para cães, no entanto não viu, é

que animais na ordem jurídica suíça não são tidos como

objetos e não podem por isso ser tratados como tais. Isto

tem para além dos direitos concedidos aos animais pela

Lei de proteção dos animais também efeitos sobre o direito

de indemnização por animais de estimação ou seja,

animais que vivem no meio doméstico não sendo tidos

como património ou com fins lucrativos. Na morte de um

animal de estimação não é decisivo o valor de mercado,

quer dizer, o valor de um animal da mesma raça e idade,

mas sim o valor afetivo. Por valor afetivo compreende-se

essencialmente o valor que o animal tinha para os seus

donos. Como se determina este valor, não é muito evidente.

Ele depende da intensidade da relação entre animal e

proprietário, sendo que aqui se verificam fatores objetivos,

por exemplo, a duração da relação e o tempo diário

que o proprietário passa com o animal. Também terceiras

pessoas, como os vizinhos podem ser chamadas como

testemunhas. Em parte também se tem em consideração,

se o animal morreu a sofrer ou sem dores. Também tem

de se ter em consideração o valor de mercado, quer dizer

o valor afetivo de um animal estará sempre acima do valor

de mercado do animal. Regra geral, o valor afetivo de

um animal de estimação deverá ser o valor de mercado

acrescido de Fr. 2’000 até Fr. 10’000. Também quando

o animal de estimação foi ferido

há clausulas especiais no

direito a indemnização. Se,

por exemplo, for danificado

um veículo, o dano nunca será

acima do valor de mercado,

mesmo se a reparação custasse

mais. Em animais de estimação

a situação é diferente.

Mesmo se os custos de tratamento

do animal forem superiores

ao preço de mercado

do animal, o responsável pelo

dano tem de pagar os custos

de tratamento.

Fora do direito de indemnização

o lugar especial dos animais

de estimação na ordem

jurídica também tem consequências em separações. Não

é o proprietário do animal que fica com ele, mas sim o

cônjuge, que puder comprovar, que o animal doméstico

tinha uma relação mais estreita para com ele.

Tem perguntas que digam respeito ao direito?

Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:

Bohren Rechtsanwalt, Grossmünsterplatz 1, 8001 Zürich

ou para mail@dbohren.ch

Informação por telefone: 0900 5 11 111 (Fr. 4.- por minuto)

(Autor escreve em português do Brasil)

6

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PORTUGUESES

RESIDENTES NO ESTRANGEIRO

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Escritório de Representação da CGD - Suíça

Rue de Lausanne 67/69, 1202 Genève

Tel: Genève - 022 9080360 I Tel: Zurique - 078 6002699 I Tel: Lausanne – 078 9152465

email: geneve@cgd.pt

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RECANTOS HELVÉTICOS

Castelo de

Wildegg

A V MARIA DOS SANTOS

Despedimo-nos do mês

de Maio, que foi classificado

como o mais húmido

e chuvoso dos últimos

150 anos na Suíça.

Aqueles que sofrem da alergia ao

feno, de certeza que ficaram gratos.

Da mesma forma que todos aqueles

que têm a responsabilidade das limpezas,

safaram-se do terrível pó amarelo

característico da Primavera.

Na esperança que este mês de Junho

seja caracterizado como a chegada

do Verão e nos inunde de dias de sol

e calor, venho hoje convidar-vos a conhecer

o bonito Castelo de Wildegg.

Este Castelo situa-se a cerca de 36

quilómetros de Zurique e o seu ilustre

espaço físico, é de facto adequado,

para famílias com crianças.

Foi numa manhã de sol e céu azul,

que deslizei na bruma matinal e na

companhia dos meus Dolomites e

Canon, que visitei demoradamente

este belo exemplar do século XIII.

Uma vez mais, comprovei que a família

Habsburg esteve presente na

fundação deste Castelo, com o objectivo

de controlar tudo o que se

passava em termos de carga e descarga

do rio Aar.

Foi a família Effinger que permaneceu

durante onze gerações a cargo

deste Castelo.

Ao longo de mais de quatrocentos

anos foi reconstruido e adaptado ao

gosto dos que lá viviam.

Tudo o que Bernhard Effinger conseguiu

roubar ao inimigo turco, após

terminada a guerra, nas portas

de Viena em 1683, permanece em

exposição, que podemos ver não só

no museu, mas também na Igreja de

Holderbank.

Durante a visita aos 37 compartimentos

do Castelo, podemos também

apreciar que esta família fazia já

parte de uma classe nobre e o gosto

pelo luxo e bem-estar foi patente ao

logo das gerações que por ali passaram.

Os móveis, tapetes, relógios, cerâmicas,

lâmpadas, armas e um sem-número

de utensílios, deixam bem visível

a forma do bem viver destas

gentes.

Uma visita interactiva é possível e

deslumbrante, porque nos faz visitar

as divisões, transportando-nos para

aquela época, mergulhando na verdadeira

história dos Effinger.

Para além da visita interna ao Castelo,

temos também dois jardins com

3300metros quadrados que nos mostram

a adoração especial pelas flores

horta e ervas raras.

Já no século XVIII, a filosofia era

juntar o útil ao agradável, por isso a

horta fornecia todo o tipo de legumes

necessário a uma alimentação

equilibrada e as flores para a decoração,

externa e interna, do Castelo.

Hoje, podemos visitar os jardins, desfrutando

do perfume, da beleza e do

romantismo das suas rosas. O perfume

delas durante o mês de Junho e

Julho transporta-nos para um verdadeiro

cardápio de sensações.

Considero este jardim o mais adequado

para uma celebração romântica,

onde os apaixonados podem dar

asas à sua poesia e declarações inéditas.

Toda a atmosfera nos induz a

uma atitude sonhadora.

Tem também grandes parques para

uma boa merenda e variados baloiços

para os mais pequenos.

Existe um Mini-Zoo, onde aves exóticas

nos deixam de olhos presos às

suas forma e cores. Uma delícia para

os maiores e mais pequenos.

De Abril a Outubro não perca este

passeio em família; brinque e instrua

os seus filhos e amigos naquele que

se pode considerar uma visita com

história, porque a brincar é a melhor

forma de reviver e aprender o que os

nossos antepassados fizeram.

As entradas para visitar o Castelo e

jardins custam para adultos 14 Fr. Se

preferir dar asas à doce melodia que

existe dentro de si, visite os jardins

por apenas 7,50 Fr.

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OPINIÃO

O Apartheid israelita

Mohammed Saber

V CARLOS MATOS GOMES

O que se passa com o ataque dos

soldados do regime sionista a Gaza,

lembra-me o ataque dos soldados do

regime racista do apartheid ao bairro

negro de Shaperville, na África

do Sul. Os regimes fundam-se nos

mesmos princípios e os dois Estados

agem dentro do principio de que os

fins, a preservação do poder de um

grupo, justifica todos os meios. O regime

branco da África do Sul agiu assim

enquanto teve as costas quentes

pela guerra colonial portuguesa que

lhes defendia as fronteiras. O estado

sionista age assim enquanto tiver as

costas quentes pelos EUA e pela Europa.

Prevejo que a censura do FB irá eliminar

este post com a justificação de

as imagens serem violentas. A realidade

e que é o que é. Numa a imagem

de polícias brancos a ameaçar

negros, noutra soldados israelitas a

ameaçar palestinianos. Quer o regime

de Israel quer o regime da África

do Sul do apartheid se vangloriavam

(e Israel vangloria ainda) de serem

democracias: havia um parlamento

para brancos e assimilados na cidade

do Cabo, sempre com maioria

dos racistas (partido Nacionalista)

e liberdade de imprensa, desde que

os jornais não pusessem em causa o

apartheid. Acontece o mesmo em Israel.

Em Shaperville foram mortas 70

pessoas, a maioria pelas costas quando

procuravam abrigo... os mortos

de Gaza também são civis que procuram

escapar da violência...

SABIA QUE…

Mesmo com o (des)

acordo ortográfico,

os nomes de festividades

são grafados

com inicial maiúscula.

25 de Abril por

exemplo?

CONTACTO mantém o

‘c’ - A palavra “contacto”

não sofre qualquer

alteração!

ÓPTICA/ÓPTICO

vs. ÓTICA/ÓTICO

A Comissão do ILLLP

propõe a reposição

da consoante etimológica

nos referidos

vocábulos e uma

nova redacção do

texto legal que recomende

explicitamente

esta manutenção.

ÓPTICA/ÓPTICO

CÁGADO mantém o

acento.

A palavra cágado não

sofre qualquer alteração

com a aplicação

das novas regras ortográficas.

FACTO mantém o ‘c’

A palavra “facto” não sofre

qualquer alteração.

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TRADIÇÃO CRÓNICA

O Ferro forjado

A V MARIA DOS SANTOS

A vida é feita de etapas e

todos nós o sabemos. A

idade é um factor determinante

em que a cada

fase nos apetece fazer

coisas diferentes.

Se gosto de usufruir de um dia em

casa na companhia de um bom livro,

ou mesmo de uma excelente companhia,

é a pura verdade; mas deslumbro-me

também com uma montanha,

um museu, um castelo, um rio e entre

outras, uma cidade.

Cidades que nestes últimos trinta

anos tenho visitado e me têm deslumbrado.

Descobrir a sua construção,

saber que poetas, escritores, pintores

ou outras personalidades por ali passaram,

desperta em mim uma curiosidade

imensa e, principalmente, que

testemunhos reais deixaram para que

hoje possamos investir numa visita.

Todas as cidades têm a parte antiga

e a moderna. O meu fascínio pela

parte antiga é grande. A arquitectura

praticada naquela época requer a minha

atenção e gosto de olhar tudo ao

pormenor.

Foi pela primeira vez que, em Zurique,

me apaixonei pelas estruturas de

ferro forjado.

Que precisão, que imaginação e, sobretudo,

que talento tinham os seus

construtores na construção destes

objectos, para chamarem a atenção

dos seus clientes.

Decidi então fazer uma visita à nossa

cidade de Zurique e investir tempo na

recolha destas estruturas. Por acaso já

deu conta da beleza que contêm e do

valor histórico atribuído a todas elas?

Estou certa, que quando olhamos

para elas, não pensamos no trajecto

que fizeram para chegarem ao produto

final.

Encanto-me com portões, grades,

adornos, castiçais e também aquelas

que estão penduradas nas paredes

anunciando um hotel, uma farmácia,

relojoaria, mercearia, costureira

etc.

Forjado, vem exactamente do verbo,

para o trabalho e após ter passado por

muitas etapas, nomeadamente na língua

inglesa, acabou por ficar com

a designação de “ferro trabalhado”.

E pensar que este ferro foi utilizado

em quase tudo e em todo o mundo. É

pura magia.

Lembro-me que quando era mais

nova, via na aldeia dos meus pais, os

ferradores a “calçarem os cavalos” e

aquilo ficou, até hoje, presente na minha

memória.

Recordo-me que por vezes chorava,

por pensar que o animal sofria. Mas

não. Estava só a calçar uns sapatinhos

novos. Fascinava-me o facto que, de

pedaço de ferro, se pudesse fazer algo

com forma e beleza.

Sabia que os primeiros exemplos vêm

do Egipto e Mesopotâmia, 3500 ano

Antes de Cristo?

No Séc. VIII os Hititas e gregos micénicos

fabricaram todas as espadas

para o seu exército com ferro. Ferro

trabalhado a preceito, para o combate

contra o inimigo.

Durante a idade medieval as portas

e janelas eram todos cobertas com

armações meticulosamente trabalhadas,

para protegerem quem lá vivia.

Foi também nesta altura que começaram

a surgir peças para decoração.

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CRÓNICA

Tenho uma admiração infinita pelo

Notre Dame em Paris e por muitas

catedrais de Espanha, riquíssimas

em tudo o que nos mostra em ferro

forjado.

Falta-me descobrir no nosso Portugal,

as regiões e monumentos em

que esta arte está patente aos visitantes.

Está já agendada a visita, falta

o tempo para partir à descoberta.

Hoje em dia o ferro forjado já não é

fabricado numa escala comercial.

É, no entanto, utilizado por privados

que herdaram o savoir-faire dos seus

familiares.

O Verão está a chegar. O desconfinamento

também. Zurique é uma

cidade inspiradora.

Deixo-lhe aqui algumas fotografias

que pode ver nas ruas estreitas daquela

que é considerada a segunda

"capital" da Suíça.

Aproveite e não descure esta arte

que remonta à nossa antiguidade.

Ghttps://www.facebook.com/transportes.fernandes

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CRÓNICA

VOLTEI

E PERCEBI

O AVISO

©inem ip

i n e m i p

ARAGONEZ MARQUES

Era um dia normal. Acordei e

sentei-me na cama, esforçando-me

por despertar completamente

como o fazia há muito

tempo e com tempo. Por alguma

razão, com a escola ao lado

de casa, me levantava às seis e

trinta da manhã para começar a

trabalhar às oito e quinze. Tempo

suficiente para ir ao “careca”,

depois do duche rápido, comer a

bifana com mostarda que se tornara

num ritual. Depois, às sete

e trinta, acordava as gaiatas e as

brigas pois só tenho uma casa de

banho.

Mas dizia eu que estava sentado

na cama, aqueles sagrados minutos

que me ajudavam a despertar.

Estive a olhar para baixo,

ganhando coragem, analisando

as unhas dos pés naqueles movimentos

de dedos a quem mentalmente

dizia:

- Está na hora.

Também como rotina, deixar-me dormir

com a televisão do quarto acesa,

era normal. Apagava sozinha programada

para desligar duas horas depois

de ligada. O comando acabava sempre

enrolado nos lençóis, mas naquele

dia, sentado na cama e movimentando

os pés, vi que estava no chão,

metade escondido debaixo da cama.

Dobrei-me e estiquei o braço direito

para o apanhar e colocar na banqui-

12

Lusitano de Zurique - Junho 2021 | www.cldz.eu


nha. Fui incapaz de agarrá-lo e naquele

momento, pensei que tinha dormido

sobre ele e estivesse adormecido.

Embora não sentisse qualquer “formigueiro”,

decidi abaná-lo e foi só nesse

momento que me apercebi que estava

paralisado, do ombro até à ponta dos

dedos, inerte, morto, sensação de impotência.

Nesse instante, começou a

invadir-me o medo e acordei a minha

mulher:

- Tenho o braço e a mão paralisados.

Acordou e sentou-se num repente,

corpo em ângulo de noventa graus:

- Meu Deus, tens a boca torta.

Foi o sinal para sairmos rápido de

casa a caminho do Centro de Saúde

de Campo Maior. Pouco tempo aí estive,

apenas o suficiente para a chegada

de uma ambulância amarela, me

estenderem numa maca, de ter passado

a estar atado e a olhar apena para

cima, ouvindo ainda dizer:

- A Senhora não pode ir, apenas o

doente.

- E para onde o levam?

- Não sabemos, receberemos ordens

pelo caminho, irá para o primeiro sítio

onde tiver lugar para ser atendido

de urgência.

Vivíamos uma situação de Covid extrema

e os hospitais, inchavam como

vacas prenhas.

Desde que de barriga para o ar deixei

de ver o céu azul e apenas o tecto

branco da ambulância com o reflexo

das luzes pelas janelas opacas e o som

da sirene que gritava a todos “fujam

da frente”, toda a minha vida passou

como uma curta metragem onde me

vi pequenino, os meus pais, os meus

avós, os amigos da escola primária, as

namoradas, as minhas filhas, o correr

apressado de uma vida que naquele

momento descobri pobre, inútil, desperdiçada.

Ouvi o motorista dizer ao companheiro:

- Para Elvas já não vamos, está cheio,

mandaram-nos para Portalegre.

O companheiro disse-lhe:

- Se não chegarmos aí e nos mandarem

para Évora...

Eu ali, longe da família, olhar no tecto

da ambulância, impotente, entregue

a duas pessoas que nunca tinha visto

e que devido às máscaras, apenas tinham

olhos.

- Ficamos aqui, Portalegre, estão já à

nossa espera.

Estavam, baixaram-me a maca e começaram

a correr com ela corredores

dentro, lembro-me de muitas vozes e

do tecto passar sobre

CRÓNICA

mim à velocidade das árvores quando

andamos de comboio. Meteram-me

em várias salas onde me faziam exames,

acho que todos, e de uma correria

para outras salas e outros todos.

Se vos escrevo é porque o susto passou

e eu, mais do que um defensor do

Serviço Nacional de Saúde, tornei-me

seu admirador.

Agora que apenas estou pendente de

alguma fisioterapia, sinto-me na obrigação

de vos contar que depois deste

tempo já sem risco e em família, levei

duas vacinas, a da Astrazeneca e a

da noção de que os nossos “grandes”

problemas, são gotinhas não de chuva,

mas de neblina.

A vida há que vivê-la sem estar numa

panela de pressão onde a ambição,

a inveja, o medo e tantos outros vírus,

são para quem alimenta a panela,

a mais perigosa das pandemias, e

o curioso é que estes vírus também

matam.

A primeira coisa que fiz quando saí do

hospital, foi as pazes com o meu vizinho,

que parava sempre o carro em

frente à minha porta.

Assim continuo, agradecendo o aviso

que recebi.

Sejam felizes!

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden

Fellenbergstrasse 291,

Postfach 217

8047 Zürich

Tel.: 044 242 06 40 7 - 044 242 06 45

Email: mclp.zh@gmail.com

Horário de atendimento:

segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h

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13


EFEMÉRIDE

Mistério

com

27 anos

O CRIME PERFEITO

C l á u d i a A l e x a n d ra

A V EMÍLIO COSTA

No dia 13 de maio de 1994 a pacata

freguesia de Oleiros, em

Vila Verde, despertava a atenção

do país. Desaparecia, com sete

anos de idade, a menina Cláudia

Alexandra Silva e Sousa num

percurso de apenas 400 metros

entre a sua casa e a escola. Passados

27 anos do misterioso desaparecimento,

a Polícia Judiciária

de Braga (PJ) nunca conseguiu

descobrir quer a menina

quer criminosos. Em 2017 o processo

foi destruído e a partir daí

ninguém mais a procurou.


não a deixasse ir acabaria por levar

uma delas. A PJ interrogou-a, também,

a este propósito e desvalorizou

a pista.

✅ Uma tia de Cláudia foi ao

Registo Civil pedir uma certidão

de nascimento da sobrinha sem

consentimento dos pais

Na altura, parecia uma informação

extremamente relevante para a PJ.

Uma irmã do pai da Cláudia, chamada

Maria Ana, dirigiu-se ao Registo

Civil para pedir uma segunda via da

certidão de nascimento da sobrinha

sem qualquer consentimento dos

pais.

A PJ interrogou Maria Ana, tendo ela

dito que o tinha feito a pedido de outra

irmã, a qual mora em Vila Nova de

Gaia. Disse, também, aos agentes que

tinha ouvido dizer que os pais teriam

vendido Cláudia por 400 contos.

A PJ foi, então, ouvir a tia de Gaia.

Esta explicou que, como corriam rumores

que a sobrinha pudesse estar

em Espanha, contactou a Guardia

Civil, a qual lhe terá dito que só poderia

investigar na presença desse documento.

A certidão ainda não tinha sido enviada,

continuava na posse de Maria

Ana, e, quanto ao facto de não ter

dito nada ao irmão e à cunhada, justificou-se

que “iriam recusar”, uma vez

que se falava que eles a teriam vendido.

Maria de Jesus estranha a decisão da

cunhada.

✅ Os pais foram acusados de a

terem vendido

Alguns habitantes de Oleiros nunca

se convenceram com este desaparecimento

e falaram/falam numa “história

muito mal contada”, onde a hipótese

da Cláudia ter sido vendida pelos

pais nunca foi posta de lado.

Sobre esta hipótese, Maria de Jesus

disse: «Estou rica, não estou? Um filho

nunca se dá nem se vende. Eu, e o

meu falecido marido, fomos, injustamente,

acusados de termos vendido a

nossa filha. Só espero que quem nos

acusou disso nunca sofra o que eu sofri».

✅ Rosa Cunha terá sido a última

pessoa a ver a Cláudia

Rosa Cunha morava a meio do trajecto

percorrido por Cláudia entre a

sua casa e a escola. Naquele dia terá

visto a miúda a passar a correr junto

do seu portão em direcção ao estabelecimento

de ensino. Logo de seguida

diz ter ouvido as portas de um carro

a bater e, a partir de então, a Cláudia

nunca mais foi vista.

✅ Um carro estranho circulou

por ali

Um carro, velho e preto, circulou

frente à casa dos pais da Cláudia. O

condutor, segundo Maria de Jesus,

terá sido visto primeiro sem barbas e

depois com umas barbas grandes.

✅ Os pais processam o pároco

da aldeia

Correram boatos que o pároco da

altura daquela aldeia, padre Gabina,

saberia onde estava a Cláudia Alexandra

(ter-lhe-ia sido contado no

confessionário). O sacerdote foi chamado

ao Tribunal de Menores depois

de lhe ter sido movido um processo

pelos pais da desaparecida. O padre

negou e o processo foi arquivado.

✅ Dias sem comer quase

nada e noites sem dormir

«Foram dias sem comer quase

nada e noites sem dormir.

Só pensava onde estaria a

minha filha. Cheguei a estar

internada e ainda tentei fugir

de casa», lembrou a mãe

da Cláudia Alexandra.

✅ Habitante de Vilar

Formoso diz ter visto a

Cláudia

Um habitante de Vilar Formoso ligou

para a PJ a informar ter visto

naquela vila a menina de Oleiros na

companhia de dois homens altos.

Deslocaram-se a uma caixa multibanco

e voltaram a entrar num carro

de matrícula francesa da qual a testemunha

tirara registo. Foi pedida a

EFEMÉRIDE

intervenção das autoridades francesas,

as quais acabariam por confirmar que

o veículo em questão nunca teria circulado

em território português e que a

descrição feita pela testemunha em relação

à menina não coincidia com ela.

✅ O processo foi destruído

Em 2017 a justiça ordenou a destruição

do processo. A partir daí ninguém

mais procurou a menina de

Oleiros. Até a própria mãe, que sempre

manteve esperanças em um dia a

ter de volta, começa a acreditar ser

difícil de a voltar a ter nos seus braços.

«Antes disso, morreu-me um filho

e eu sei onde ele está. Da Cláudia

eu não sei nada. E isso é uma dor sem

explicação», finalizou Maria de Jesus.

As dúvidas permanecem e as certezas

nunca foram muitas. No entanto,

há uma coisa que todos sabemos – A

menina de Oleiros, agora, se for viva,

com 34 anos, continua desaparecida

sem ter deixado rastos e deixou uma

família inteira em sofrimento, faz

hoje, 13 de maio, 27 anos


CRÓNICA

Será que o precioso Lítio

justifica tanta destruição?

© horjaraul

Foto ilustrativa

V COSTA GUIMARÃES

A proximidade no tempo e

no espaço constitui o critério

de escolha — entre milhares

de notícias num só

dia — do Director de um

jornal ou de outro meio de

comunicação social acerca

do que é ou não publicado.

Cada um tem o seu contexto

e beneficia da livre

escolha. A proximidade no

tempo confere actualidade

à notícia e a proximidade

no espaço faz crescer o interesse

do leitor.

Colocada assim a questão, hei por

bem trazer aqui um texto que me

espantou e espanta os vieirenses

que se interessam pelos problemas

dos seus vizinhos e nos acusa da

nossa distracção face às inquietações

deles que podem ter efeitos

nas nossas vidas, em Vieira do Minho,

Terras de Bouro, Cabeceiras

de Basto ou Arcos de Valdevez. A

surpresa reside no silêncio que rodeia

esta questão, entre nós, vieirenses,

terrabourenses, cabeceirenses

arcuenses, e por aí fora.

Não é que o jornal do Vaticano —

esse mesmo, L’Osservatore Romano

— dedicou espaço especial a

um problema que aflige os vizinhos

montalegrenses e questiona a eventual

exploração de lítio do Barroso.

O texto é interessante na medida

em que se interroga assim: “a salvaguarda

do ambiente pode ser causa

de modificações do próprio ambiente?

Esta é a interrogação que,

desde há meses, atormenta a população

da região do Barroso, a norte

de Portugal, entre os municípios de

Montalegre e Boticas (cf.www.os-

servatoreromano.va/it/news/2021-

04/quo-094/un-controverso-progetto-estrattivo-in-portogallo.html).

Expliquemos a questão: a zona é

rica num precioso elemento, o lítio,

que é utilizado para a produção de

baterias para veículos automóveis

elétricos, muito aclamados para

combater as emissões de CO2.

O lítio é um material estratégico de

que a União Europeia precisa para

alcançar as emissões zero. Esta, a

par do milhões de euros, é a principal

razão que justifica o projeto.

Tudo com a bênção de um partido

cujo lema é “as pessoas, primeiro”

ou “ninguém fica para trás”.

Acontece que, há poucas semanas,

o governo de Lisboa deu luz verde

ao estudo preliminar para o impacto

económico do projecto, que será

conduzido por uma empresa especializada

no sector extrativo com

sede... em Londres, a Savannah Resources.

O Jornal do Vaticano alerta: “se os

londrinos rejubilaram, os pastores

da região, proclamada em 2018 património

agrícola mundial, viram

esta notícia como a etapa de um

perigoso percurso: temem, com

efeito, perder o seu trabalho e o seu

16

Lusitano de Zurique - Junho 2021 | www.cldz.eu


estilo de vida, tendo de transferir-se

por causa do projecto”.

L’Osservatore Romano recorda as

inquietações de Aida e Nelson, amplificadas

pela estação televisiva Euronews.

Eles temem que, uma vez iniciados

os trabalhos da mineradora, a

água presente no subsolo possa criar

problemas de natureza hidrogeológica

para toda a região.

A população dos dois municípios, relata

a Euronews, não está convencida

das perspectivas prometidas (200

empregos), uma vez que os postos

perdidos seriam os mesmos, sobretudo

no sector agrícola.

Sabe-se que o valor do lítio presente

nas colinas de Montalegre e de Boticas

é superior a três mil milhões de

euros. A empresa Savannah Resources

prometeu que já estão prontos

projectos, como estradas e protecções

dos efeitos nos cursos e fontes

de água, de que toda a população beneficiará.

Já vimos este filme e devemos estar

preocupados, em solidariedade com

os vizinhos. Empanturraram-nos de

auto-estradas (onde circulam os camiões

com produtos das multinacionais

europeias) mas destruíram a

nossa capacidade industrial e agrária,

com a garantia de que o Turismo nos

salvaria.

Aconteceu uma pandemia e ficamos

— como estamos — com as calças na

mão: nem uma fábrica de seringas ou

de frascos para vacinas temos e grande

parte da produção têxtil e calçado

emigrou para a Ásia.

Acresce que o preço a pagar é o de

esventrar as colinas para uma mina

de duração limitada no tempo (dezasseis

anos, como diz a Euronews),

mas que possuem um bem que as leis

do mercado, neste momento, tornam

lucrativo. E a paisagem, e a riqueza

insubstituível da água?

Na encíclica ‘Laudato si’, o papa

Francisco alertou: o ser humano e a

CRÓNICA

natureza estão interligados e a natureza,

enquanto dom de Deus, deve

ser preservada de maneira responsável,

salvaguardando a sua relação com

o ser humano e a sua dignidade.

É bom que deixemos a nossa indiferença

e nos inquietemos com aquilo

que está para acontecer e está próximo

de nós.

Como é que o governo de Lisboa

apenas deu luz verde ao estudo pre-

liminar para o impacto económico

do projecto e a Savannah Resources

garante que já estão prontos projec-

tos infraestruturais ligados à mina,

como estradas e protecções dos efei-

tos hidrogeológicos? Ninguém, entre

vieirenses, terrabourenses, cabecei-

renses, arcuenses, e por aí fora, neste

Verde Minho está interessado em ter

uma resposta a esta questão?

Cosimo Graziani

In L’Osservatore Romano

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CRÓNICA

O PODER INVISÍVEL

QUE GOVERNA

V PAULO MARQUES

Podia ser uma brincadeira

de crianças, do gé-

nero: vamos brincar aos

clubes secretos? Mas não

é, porque, embora se trate

de um clube semissecreto,

é dirigido e fre-

quentado por (uma elite

de) adultos, e não se tra-

ta propriamente de uma

brincadeira uma vez que

dele saem importantes

decisões a nível mun-

dial, com influência nas

opções políticas, sociais

e culturais em Portugal,

logo, com interferência

nas nossas vidas.

História de Bilderberg

A ideia de Bilderberg partiu do diplomata

polaco Józef Retinger. Basicamente,

Retinger pretendia juntar

num encontro anual (durante três

dias) alguns dos mais poderosos políticos,

monarcas, banqueiros, empresários,

militares e académicos da

Europa Ocidental e dos EUA com o

propósito de combater o comunismo,

reforçar as relações atlânticas

(entre a Europa e a América do Norte)

e unir a Europa Ocidental.

Retinger conseguiu o apoio do príncipe

Bernhard da Holanda, do ex-

-primeiro-ministro belga Paul Van

Zeeland e do então presidente da

multinacional de bens de consumo

Unilever, Paul Rijkens. De salientar

o peso da influência que desde a sua

criação têm tido sobre o clube o ex-

-secretário de Estado norte-americano

Henry Kissinger e as poderosas

famílias de banqueiros Rockefeller e

Rotschild.

A primeira reunião realizou-se no

dia 29 de maio de 1954, no Hotel Bilderberg,

em Oosterbeek, na Holanda.

Daí o grupo ter sido baptizado

de “Bilderberg”, como referência ao

nome do hotel.

Os encontros, que se realizam sempre

à porta fechada, em completo segredo,

todos os anos mudam de local,

sendo este, por questões de segurança,

só revelado nas vésperas. Também

aos poucos jornalistas a quem

é permitido participar no evento

é exigido que não façam quaisquer

comentários para o exterior sobre o

que se passou e o que ouviram.

Francisco Pinto Balsemão

e Durão Barroso

Na sua cúpula, no Comité Diretor

(que conta com 34 membros), esteve

durante mais de três décadas um português,

um dos fundadores do PSD, o

ex-primeiro-ministro, o todo-poderoso

da comunicação social, Francisco

Pinto Balsemão. Em 2015, ano em

que se realizou o 63º encontro, Balsemão

cedeu o lugar a Durão Barroso,

o ex-primeiro-ministro e ex-presidente

da Comissão Europeia.

Em Bilderberg não se

brinca…

De acordo com a jornalista e escritora

espanhola Cristina Martín Jiménez,

autora do livro “O Clube Secreto

dos Poderosos – Os planos ocultos

de Bilderberg” (Matéria-Prima

Edições, 2015), que há mais de uma

década que vem denunciando esta

organização, «os senhores do poder

reúnem-se às escondidas do mundo

para alcançar três objectivos: a instauração

de um único governo mundial,

uma única moeda para um único

mercado e uma só religião.»

Segundo Cristina Jiménez, desde a

sua fundação Bilderberg tem influenciado

diversas decisões na NATO,

ajudou a travar o comunismo, promoveu

a queda do muro de Berlim e

da União Soviética, esteve na origem

da criação do Conselho da Europa

e da União Europeia, do surgimento

de uma Moeda Única Europeia,

da crise petrolífera dos anos setenta…

Mais recentemente, conseguiu

travar a saída do Reino Unido da

União Europeia e fomentou a atual

crise económico-financeira (iniciada

em 2007) de forma a que a chamada

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Lusitano de Zurique - Junho 2021 | www.cldz.eu


troika, formada pelo BCE, o FMI e

a Comissão Europeia, pudesse, deste

modo, controlar e dominar os países

endividados.

Isto sem falar, na influência que o

clube tem tido ao longo de todos

estes anos nalgumas das mais importantes

nomeações políticas em altos

cargos europeus e mundiais, funcionando

como um verdadeiro centro

de recrutamento…

No que concerne ao nosso país, segundo

Rui Pedro Antunes, autor do

livro “Os Planos de Bilderberg para

Portugal” (Matéria-Prima Edições,

2015), cuja leitura se recomenda vivamente,

«a esmagadora maioria dos

decisores políticos em democracia

(e não só) passaram, antes ou depois

de ocuparem cargos, por Bilderberg.

Dos 73 portugueses nos encontros, 43

foram (ou são) ministros, oito desempenharam

funções como secretários

de Estado, 12 foram líderes dos três

partidos do “arco da governação”,

cinco foram primeiro-ministros e um

foi Presidente da República.»

E quanto é que Bilderberg

nos custa?

Quando um dos encontros de realizou

em Portugal, em 1999, foi Pinto

Balsemão o responsável pela sua

organização. O evento decorreu no

luxuoso Hotel Penha Longa, em Sintra.

Para esse encontro foram convidados

sete portugueses, à época,

com responsabilidades ao mais alto

nível: Jorge Sampaio (presidente da

República), João Cravinho e Marçal

Grilo (ministros do PS), Ricardo Salgado

(do BES), Artur Santos Silva (do

BPI), Murteira Nabo (da Portugal

Telecom) e Nicolau Santos (jornalista

do Expresso). O custo total da conferência

foi de 76 milhões de escudos

(380 mil euros): Balsemão custeou

180 mil e os restantes 200 mil foram

pagos pelo Estado, isto é, por todos

os contribuintes…

Os políticos portugueses

que já passaram por Bilderberg

CRÓNICA

A lista dos políticos portugueses que

já passaram por Bilderberg é extensíssima.

Todos eles, ora do PSD, ora

do PS, e alguns, poucos, do CDS-

-PP: os partidos do chamado “arco

de governação”. Ora vejamos: José

Sócrates, Santana Lopes, Marcelo

Rebelo de Sousa, António Costa, Rui

Rio, António Vitorino, José Medeiros

Ferreira, Ferro Rodrigues, Nuno

Morais Sarmento, Vítor Constâncio,

António Guterres, Elisa Ferreira,

João de Deus Pinheiro, Manuela

Ferreira Leite, Guilherme de Oliveira

Martins, Paulo Portas, António José

Seguro, Inês de Medeiros e muitos,

muitos outros.

Teorias da conspiração à parte, a

questão que se coloca é que é inadmissível

que políticos eleitos pelo

povo, durante a vigência dos seus

mandatos, movimentando-se num

clima de pouca transparência, sem

qualquer tipo de escrutínio público,

se reúnam secretamente (num encontro

não oficial) em hotéis de luxo a

discutir «o futuro do mundo» e a tomar

decisões, à custa do dinheiro dos

contribuintes.

Autor escreve segundo o Acordo Ortográfico

Lusitano de Zurique - Junho 2021 | www.cldz.eu

19


Informações MAPS

Queridos leitores, a pandemia do

coronavírus ainda não acabou. O

Conselho Federal decidiu novas

medidas de desconfinamento e com

isso acontecem mais eventos no setor

cultural e de lazer. No entanto, é

importante que você siga as medidas

de proteção contra o coronavírus.

Mantenha uma distância de pelo

menos 1,5 m de pessoas fora de sua

casa, lave as mãos regularmente e,

se necessário, use uma máscara de

proteção em espaços públicos. Você

pode encontrar uma visão geral das

medidas atuais em vários idiomas

em www.stadt-zuerich.ch/coronavirus.

Por favor, informe-se antes de

ir para um evento. Apesar de tudo, a

equipe da MAPS deseja a você muita

diversão!

V LÚCIA SOUSA

01.06.2021 (Dienstag)

Exposição (até 15.08)

A exposição „Körperwelten – Am Puls

der Zeit“ mostra o corpo humano em

muitas facetas. Descubra o esqueleto,

a musculatura e os órgãos humanos de

uma maneira realista em Zurique. O

escritório da MAPS sorteia 3×2 entradas

por um dia à sua escolha. Basta ligar

para: 044 415 65 89 ou escrever um

e-mail para: maps@aoz.ch.

Halle 622. Therese-Giehse-Str. 10.

Tram 10/11 oder Bus 61/62 oder S-Bahn

bis “Bahnhof Oerlikon”.

http://www.koerperwelten.de/stadt/zuerich/

02.06.2021 (Mittwoch)

KulturLegi

O KulturLegi é um passe para pessoas

de baixa renda. Beneficie-se de preços

reduzidos para roupas, alimentos, concertos,

cursos de alemão e muito mais.

Por exemplo, com o KulturLegi, a entrada

é gratuita no «Museum Rietberg», no

«Kunsthaus» ou no «Nordamerika Native

Museum». Para mais informações,

ligue para 044 366 68 48 ou zuerich@

kulturlegi.ch. Ou você pode solicitar o

KulturLegi no escritório da «Caritas».

Seg-sex 09:00-13:00, 14:00-17:00.

Caritas Zürich, KulturLegi. Reitergasse

1.

Tram 3/14 oder Bus 31 bis „Sihlpost“.

http://www.kulturlegi.ch

03.06.2021 (Donnerstag)

AGENDA

04.06.2021 (Freitag)

Viagem para o «Zürichhorn»

O «Zürichhorn» é um lugar ideal para

passar dias ensolarados e noites amenas

de verão. Após uma caminhada ao

longo do lago ou uma visita ao «Chinagarten»,

um banho no lago proporciona

um refresco. No «Blatterwiese» há um

playground. As pessoas podem assar

os alimentos que trouxeram com elas

no churrasco público. Horário de abertura

«Chinagarten»: diariamente. 11:00-

19:00. Custos: a partir de 15 anos CHF

4.-, crianças a partir de 6 anos CHF 1.-.

Zürichhorn.

Tram 2/4 oder Bus 33 bis „Fröhlichstrasse“

oder Bus 912 bis „Chinagarten“ oder

Schiff bis „Zürichhorn Casino“.

05.06.2021 (Samstag)

Dia de artesanato no

parque

Todo primeiro sábado do mês, há uma

tarde de aventura no «Wildnispark Zürich».

Hoje você e sua família construirão

um hotel para insetos. Você pode pendurar

o hotel dos insetos em seu jardim ou

em sua varanda. Desta forma, você dá às

abelhas ou outros insetos um lugar para

viver. 14:00-16:00. CHF 5.-.

Wildnispark Zürich, Besucherzentrum.

S4 bis „Bahnhof Sihlwald“.

http://www.wildnispark.ch

06.06.2021 (Sonntag)

Performance teatral

A atriz Nastassja Tanner apresenta hoje

sua peça solo «Loubna» no «sogar theater».

Sua mãe é da Argélia, mas Natassja

cresceu na Suíça. Em sua peça, ela imagina

sua vida na Argélia ao invés da Suíça.

Neste processo, ela questiona o que significa

a terra natal. 17:00. O escritório da

MAPS sorteia 2×2 entradas para a apresentação

de hoje ou no dia 05.06. Basta

ligar para: 044 415 65 89 ou escrever um

e-mail para: maps@aoz.ch.

Sogar theater. Josefstr. 106 (im Innenhof).

Tram 3/4/13 oder Bus 32 bis „Limmatplatz“.

http://www.sogar.ch

07.06.2021 (Montag)

Parque de bicicletas para

todos

O «Bikepark Zürich» está aberto a toda

a população todos os dias. Há cinco percursos

para diferentes esportes sobre rodas.

Por exemplo, você dropa sobre ondas

e colinas. É adequado para ciclistas

avançados, mas também para iniciantes

e crianças. 08:00-21:00. Gratuito.

Bikepark Zürich. Allmendstr. 1.

Tram 5/10/13 oder Bus 89/200/210 bis

„Saalsporthalle“.

http://www.bikeparkzuerich.ch

08.06.2021 (Dienstag)

Museu do Futebol

Livros, fotos e filmes mostram aos visitantes

do Museu FCZ a emocionante

história do famoso clube de futebol

de Zurique. Seg-sex 10:00-18:30. Sáb

10:00-17:00. Entrada livre.

FCZ-Museum. Werdstr. 21.

Tram 2/3/8/9/14 bis „Stauffacher“ oder

S4/S10 bis „Zürich Selnau“.

http://www.fcz.ch

09.06.2021 (Mittwoch)

Concerto à beira do rio

À noite, a «Frauebadi» torna-se a «Barfussbar».

Tire seus sapatos quando entrar.

Toda quarta-feira à noite, durante a

estação do verão, há um concerto. Hoje

o cantor Hong e sua banda tocam. 20:00.

Entrada livre, contribuição espontânea.

Barfussbar. Stadthausquai.

Tram 2/5/8/9/11 oder Bus 161/165 bis

„Bürkliplatz“.

http://www.barfussbar.ch/de/live-am-mittwuch

11.06.2021 (Freitag)

Caça ao Tesouro

Embarque hoje em uma caça ao tesouro

no bosque. Ali as crianças podem encontrar

muitos tesouros. No final, todos

farão um lanche juntos na praça do

bosque. Ponto de encontro: «Waldplatz

Hürstholz/Seebacherstrasse». Inscrição

até 07.06. em 078 874 37 31 ou kurse.

kultur.frieden@zentrumelch.ch. 14:30-

17:30. CHF 9.- para um adulto com

criança.

Zentrum ELCH Frieden. Wehntalerstr.

440.

Bus 32, 61, 62 bis «Einfangstrasse».

http://www.zentrumelch.ch

http://www.zentrumelch.ch/familienzentren-zuerich-elch/frieden/angebote/

detail/events/eltern-kind-schatzsuche/

12.06.2021 (Samstag)

Concerto

A artista Linda Vogel apresenta hoje seu

concerto «Colour of Rice». Ela toca harpa

e bateria, criando um tipo diferente

de música folclórica tradicional. 20:00.

Gratuito para pessoas com N/F-Ausweis

(ao invés de CHF 25.-).

Rote Fabrik. Seestr. 395.

Tram 7 bis „Post Wollishofen“ oder Bus

161/165 bis „Rote Fabrik“.

http://www.rotefabrik.ch/#/events/15348

20

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13.06.2021 (Sonntag)

14.06.2021 (Montag)

Nadar a baixo custo

As piscinas estão abertas. Com o KulturLegi

você pode visitar muitas piscinas

cobertas e áreas de banho na cidade

de Zurique pela metade do preço.

A oferta é válida para entradas individuais

(CHF 4.- ao invés de CHF 8.-) e

ingressos de temporada. Dê uma olhada

em www.sportamt.ch e encontre ali

todas as piscinas cobertas.

http://www.kulturlegi.ch/gesamte-

-schweiz/angebot-detail/angebot/

schwimmbader-der-stadt-zurich

http://www.sportabo.ch/einzeleintritte

15.06.2021 (Dienstag)

Exposição (até 18.12)

Na «Stadthaus Zürich» você pode ver

uma exposição sobre o tema dos 50

anos de sufrágio das mulheres em Zurique.

Até 1971 as mulheres lutaram

pela igualdade de direitos e pela autodeterminação.

Descubra mais sobre o

desenvolvimento dos direitos da mulher

em Zurique. Seg-sex 08:00-18:00.

Sáb 08:00-12:00. Entrada livre.

Stadthaus Zürich. Stadthausquai 17.

Tram 4/15 bis „Helmhaus“.

http://www.stadt-zuerich.ch/kultur/de/

index/institutionen/ausstellungen_stadthaus/vorschau.html

16.06.2021 (Mittwoch)

Conhecer robôs

Na «PBZ Schütze» crianças entre os 5

e os 8 anos conhecem diversos robôs.

Por exemplo, é possível desenhar o

percurso para um robô. 14:00-17:00.

Entrada livre, contribuição espontânea.

PBZ Schütze. Heinrichstr. 238.

Tram 4/6/8/11/13 oder Bus 33/72/83 bis

“Escher-Wyss-Platz”.

http://www.pbz.ch/angebot/events/roboter-der-pbz1/

17.06.2021 (Donnerstag)

Jogar ténis de mesa

Há mais de 100 mesas de pingpong

em Zurique que pode utilizar gratuitamente.

Procure uma mesa perto de si e

leve raquetes e bola. Gratuito.

http://www.pingpongtische.ch

19.06.2021 (Samstag)

Caminhadas em Zurique

Todas as tardes de sábado pessoas de

todo o mundo fazem uma caminhada

na região de Zurique (3-4 horas). O

ponto de encontro é junto do relógio

gigante na gare central de Zurique.

Caso tenha dúvidas, contacte Peter e

Tatjana, 076 592 35 53. 13:30. Participação

gratuita. A associação «Solinetz»

assume os custos (transportes e piquenique)

de pessoas refugiadas.

Hauptbahnhof.

S-Bahn bis „Zürich Hauptbahnhof“,

Tram 4/6/11/13/14 oder Bus 46 bis

„Bahnhofquai/HB“.

http://www.solinetz-zh.ch/projekte/

zusammen-wandern/

Dia do Refugiado

Na Suíça hoje é Dia do Refugiado. Em

Zurique diversas organizações participam

na campanha a nível nacional

«Beim Namen nennen». Hoje veja, por

exemplo, o percurso de fuga entre a

Eritreia e a Suíça em imagens no largo

da igreja «Offener St. Jakob». Encontre

outros eventos sobre o Dia do Refugiado

no site.

Kirchgemeindehaus St. Jakob. Stauffacherstr.

10.

Tram 2/3/8/9/14 bis „Stauffacher“ oder

S4/S10 bis „Zürich Selnau“.

http://www.beimnamennennen.ch/

20.06.2021 (Sonntag)

Grelhar à beira do lago

Faça grelhados à beira do lago com familiares

ou amigos. Junto do «GZ Wollishofen»

estão disponíveis grelhadores

eléctricos que podem ser gratuitamente

usados. Encontre todas as informações

e locais no site.

http://www.stadt-zuerich.ch/content/

ted/de/index/gsz/natur-erleben/freizeit-im-gruenen/grillieren-im-freien.html

JUNHO

2021

22.06.2021 (Dienstag)

Percurso sobre abelhas

selvagens

A abelha é uma das mais importantes

espécies de animais, dado que assegura

a reprodução de muitas plantas. Ao

longo de um percurso de dez estações

no «Botanischer Garten», descubra

factos interessantes sobre as abelhas

selvagens. Seg-sex 07:00-19:00. Sáb-

-dom 08:00-17:00. Entrada livre.

Botanischer Garten. Zollikerstr. 107.

Bus 33/77 bis „Botanischer Garten“,

Tram 11 oder Bus 31 bis „Hegibachplatz“,

Tram 2/4 bis „Höschgasse“.

http://www.bg.uzh.ch

23.06.2021 (Mittwoch)

Pôr-do-sol em Üetliberg

Na colina local, aprecie o melhor pôr-

-do-sol da cidade de Zurique. Pode

subir a pé, partindo de «Albisgütli»,

de «Triemli» ou do parque de estacionamento

«Uitikon-Waldegg» ou então

apanhar o comboio a partir de «Ringlikon».

O passeio dura cerca de uma

hora.

Üetliberg.

S10 bis „Üetliberg“. Tram 10/13 bis „Albisgütli“.

Tram 9/14 oder Bus 33/80 bis

„Triemli“.

25.06.2021 (Freitag)

Videos online

Durante o confinamento, o «Bernhard

Theater» fez algumas pequenas gravações

com conhecidos actores, artistas

e cantores e publicou-as no seu site.

Espreite, por exemplo, um excerto de

„Die kleine Niederdorfoper“. Gratuito.

http://www.bernhard-theater.ch/spielplananker/wink/

26.06.2021 (Samstag)

Pequena festa

Todos os anos, o «Zentrum ELCH»

faz uma pequena festa com diversas

atrações, como insufláveis ou pinturas

faciais para crianças. Além disso, pode

ganhar bons prémios na tombola. Apareça

e desfrute de um excelente dia.

14:00-17:00. Entrada livre.

Zentrum ELCH Ce-Ce-Areal. Wehntalerstr.

634.

Bus 32/491 bis „Hungerbergstrasse“.

http://www.zentrumelch.ch/

http://www.zentrumelch.ch/familienzentren-zuerich-elch/cece-areal/angebote/detail/events/zentrumsfest-3/

29.06.2021 (Dienstag)

Exposição de fotografia

Nas estufas do „Botanischer Garten“

pode apreciar 29 obras numa exposição

de fotografia sobre biodiversidade,

ameaças e centros de resgate de animais

na floresta tropical do Bornéu.

09:30-16:45. Entrada livre.

Botanischer Garten. Zollikerstr. 107.

Bus 33/77 bis „Botanischer Garten“,

Tram 11 oder Bus 31 bis „Hegibachplatz“,

Tram 2/4 bis „Höschgasse“.

http://www.bg.uzh.ch

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RETRATOS CONTADOS...

Nélson

Mateus

Alice

Vieira

Diário de uma avó e de

V NELSON MATEUS

Querida avó,

A inauguração da Exposição de homenagem

ao nosso Ruy de Carvalho foi

um sucesso!

Desde a sua inauguração que tenho

andado numa azáfama. Estou exausto

mas muito feliz.

Depois de meses confinado estou de

volta aos grandes eventos. Não podia

começar de melhor maneira!

O Ruy de Carvalho dispensa apresentações.

Com 94 anos de vida, e 78 de

carreira, é o ator português mais velho

no ativo. É um dos mais emblemáticos

atores nacionais portugueses e dos

poucos vivos da sua geração, detentor

de inúmeros honrarias e comendas. A

Exposição Retratos Contados de Ruy

de Carvalho reúne fotos retrospetivas

da vida e da obra do ator, da sua infância,

família, casamento, colegas, trabalhos

e muitos mais.

Entre os vários elementos expostos

posso destacar um conjunto de fotografias

de autoria de Pedro Homem

Cardoso, as fotos mais recentes da

Sandra Ventura (que fotografa os mais

velhos como ninguém), e o texto final

da exposição da tua autoria, querida avó.

Esta Exposição estará patente ao público

até final de julho, na Galeria

Raul Solnado, na Casa do Artista. Depois

será itinerante pelo país.

A escolha desta localização, tem a

ver com o facto da ligação que o Ruy

tem à Casa do Artista desde o início

do projeto. Para além disso, o Ruy de

Carvalho faz parte do elenco “A Ratoeira”

que está em cena no Teatro

Armando Cortez.

O público que vai assistir à peça tem

assim mais um motivo de atracão. A

entrada da Exposição é gratuita.

Quem sabe a Exposição poderá atravessar

fronteiras e ir ao encontro dos

portugueses residentes do estrangeiro

Como sabes que o Ruy de Carvalho

tem 94 anos.

Tenho que admitir a minha mais pura

perplexidade! 94 anos? O Ruy não

tem idade, é intemporal!

Tenho pelo Ruy (e pela família), uma

gratidão imensa, por uma vida inteira

dedicada à arte, aos palcos, à representação.

Cresci a ver o Ruy na televisão. Recordo-me

de o ver na novela “Vila Faia”,

ou na série “Gente Fina é Outra Coisa”,

devia eu ter uns 10 anos.

Acima de tudo, admiro o Ruy por ter

tempo para os outros, por abraçar tantas

causas sociais, por tudo o que faz,

faz de corpo inteiro. O Ruy tem uma

lucidez invejável. É impressionante

ouvi-lo a recitar o texto do “Monologo

do Vaqueiro”, que fez há …64 anos,

como se o tivesse representado o ano

passado.

Quem ama a vida como o Ruy, é amado

por ela. Quem ama os outros como

ele ama, é por eles amado. A vida retribui

aquilo que lhe damos.

A vida do Ruy não tem sido fácil! Mas

ele é resiliente, e tem o dom de lutar

contra as adversidades que vão surgindo.

Eu vou aceitar que o Cartão de Cidadão

do Ruy tenha gravado 94 anos.

Mas a idade metabólica dele é bastante

inferior.

Quando for possível, lá iremos percorrer

Portugal. O Ruy com a peça A

Ratoeira, eu com uma Exposição re-

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um neto

trospectiva de uma percentagem mínima

daquilo que tem sido a sua vida.

Tenho o privilégio de estar com o Ruy várias

vezes. Fico deslumbrado quando andamos

na rua, e o Ruy tem tempo, e vontade,

de falar com todos o que o abordam, (e são

tantos).

Já aconteceu, mais do que uma vez, estarmos

no meio da multidão que se aglomera

à volta de Ruy. De repente, ouve-se o vozeirão

do Ruy dizer: “Deixem passar o meu

neto”! E todos se desviam para deixar passar

o neto, inclusive eu. Inevitavelmente,

acabo por cometer sempre o mesmo erro …

E nisto, ouve-se novamente a voz do Ruy,

desta vez com os olhos postos em mim:

“Então, não vens”?

Avô Ruy, que privilégio o meu me considerar

como neto.

“A vida deve ser um ato de amor e de entrega!”

É um dos lemas de vida do Ruy de

Carvalho.

Esta exposição é um pouco do muito que

Ruy de Carvalho fez ao longo da vida.

Resta-nos agradecer-lhe por tanta entrega

e por ter amado tanto a profissão que

escolheu.

Obrigado Ruy de Carvalho!

V ALICE VIEIRA

Querido neto,

Espero que a inauguração da

Exposição de Homenagem

ao Ruy de Carvalho tenha

corrido bem.

Muitos parabéns pelo trabalho

que fazes pela valorização

dos mais velhos. Para que estes

nunca sejam esquecidos!

Eu gostava muito de ter ido

à inauguração. Mas enquanto

não levar a segunda dose

da vacina, vou-me mantendo

recatada.

O nosso Ruy de Carvalho já

tem 94 anos?!?!

Conheço o Ruy desde miúda

(“ é minha amiga de infância”,

diz ele sempre que nos

vemos), do tempo em que ele

aparecia num pequeno café

que então havia ao cimo da

Av. Fontes Pereira de Melo,

em Lisboa (há muito soterrado

com todos os Centros Comerciais

que lhe caíram em

cima…), onde também paravam

outros actores, e o meu

tio Joaquim, que era um apaixonado

por teatro e adorava

ficar a ouvi-los. E eu ia com

ele. E, pela sua mão, nunca

faltei às estreias do Nacional,

do Monumental, do Avenida,

do Parque Mayer.

CULTURA

(*) Os autores escrevem segundo o Acordo Ortográfico

(**) Jornalista - (***) Jornalista e Escritora

www.retratoscontados.pt

Lembro-me de ver o Ruy ao

lado da Laura Alves, do Paulo

Renato, do Villaret, da Madalena

Sotto, sei lá de quem

mais. E quando o encontrava

na Paulistana lá lhe dizia:

“gostei muito”. “Nunca me

mintas” respondia ele. Mas

era verdade. Eu gostava sempre

muito.

E depois eu cresci, e assisti,

com o meu primeiro namorado,

àquela extraordinária

aventura que foi o Teatro

Moderno de Lisboa. E lá estava

o Ruy. Ao lado da Carmen

Dolores, do Armando

Cortez, do Fernando Gusmão,

do Rogério Paulo, etc.

E depois o cinema, e depois a

televisão.

E agora, tantos anos depois,

quando eu pensava que o Ruy

tinha decidido parar um bocadinho…

é vê-lo com uma

energia imparável, seja na

televisão ou no teatro.

Há pessoas assim. E é um

gosto vê-las assim!

Um homem, aos 94 anos, a

imaginar-se capaz de fazer

uma digressão com a peça a

Ratoeira, para qualquer ponto

de Portugal, como quem

vai de Lisboa a Cascais...

E de repente lembro-me da

Carmen Dolores. Nada melhor

para rematar esta crónica

do que a recordar. No esplendor

dos seus 96 anos, a

exclamar numa entrevista

que ouvi na rádio:

“Oh meu Deus, as coisas que

eu fazia se tivesse 80 anos!”

Volto a dizer: há pessoas assim.

E que bom que é tê-las

na nossa vida.

O Ruy anda sempre num corrupio

que só mesmo a sua juventude

é capaz de aguentar.

Obrigada por incluíres o texto

da tua avó Alice na Exposição

de homenagem ao Ruy.

Agora vê se descansas!

Almoçamos no fim de semana?

Bjs

https://bit.ly/3dvDigl

https://bit.ly/3dvi3Li

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info@retratoscontados.pt

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ESPECTÁCULO

Os UHF na revolução da

música portuguesa

ANTONIO MANUEL RIBEIRO

Quando no dia 12 de Janeiro de 1981

a canção “Cavalos de Corrida” foi

(finalmente) registada na Sociedade

Portuguesa de Autores, recebeu o

n.º 2.085. Significa que até essa data

a SPA apenas tinha os registos e geria

2.084 canções escritas por autores

portugueses.

Por lentidão do autor (timidez?), “Jorge

Morreu”, de 1979, foi registada

nesse mesmo mês de Janeiro, no dia

28. Recebeu o n.º 5.903.

Mas, cinco meses mais tarde, no dia

2 de Junho, a canção “Rua do Carmo”

ficou registada na SPA com o n.º

33.328, o que significa que uma revolução,

que se denominou ‘rock português’,

estava em marcha. Tudo mudou

na indústria musical do país, dos estúdios

aos palcos, dos instrumentos às

equipas de produção, o som e a luz, as

capas dos discos, a imprensa, a rádio

e o público.

É evidente que a cascata da música

moderna portuguesa do pós-25 de

Abril produziu muitos sub-produtos,

muita ânsia de ser (artista) e de facturar

(editoras). A selecção posterior

foi natural e o vento soprou as folhas

secas.

Números das vendas destas três canções

à data de hoje, apenas em suportes

físicos sem o universo digital:

- Cavalos de Corrida (1980) – 326.117

exemplares;

- Jorge Morreu (1979) – 66.625 exemplares;

- Rua do Carmo (1981) – 437.330 exemplares.

Os números, dos registos e das vendas,

falam por si.

Keanu Reeves - Vive para ser boa pessoa

Ele foi abandonado pelo pai aos 3

anos e cresceu com 3 padrastos diferentes.

Ele é disléxico. O seu sonho

de tornar-se jogador de hóquei foi

destruído por um grave acidente. A

sua filha morreu ao nascer. A sua esposa

morreu num acidente de carro.

O seu melhor amigo, River Phoenix,

morreu de overdose. A irmã dele tem

leucemia.

Mesmo assim, com tudo o que aconteceu,

Keanu Reeves nunca perde

uma oportunidade de ajudar os necessitados.

Quando filmava o filme “The

Lake House”, ele ouviu a conversa

de duas assistentes de figurino; uma

chorava porque ia perder a sua casa se

não pagasse 20.000 dólares. No mesmo

dia Keanu depositou a quantia necessária

na conta bancária da mulher.

Referem que ele também doou quantias

enormes para hospitais.

Em 2010, no seu aniversário, Keanu

entrou numa padaria e comprou um

brioche com uma única vela. Comeu-

-o na frente da padaria e ofereceu café

às pessoas que paravam a conversar

com ele.

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Após ganhar quantias astronómicas

com a trilogia Matrix, o actor doou

mais de 50 milhões de dólares à equipa

que cuidou dos figurinos e efeitos

especiais - que segundo ele, são

os “verdadeiros heróis da trilogia”.

A cada um dos duplos, ele ofereceu

também uma Harley-Davidson.

Em muitos filmes de sucesso, ele abdicou

de mais de metade do seu salário

para permitir que a produção pudesse

contratar outras estrelas.

Em 1997, de manhã, alguns ‘paparazzi’

encontraram-no a caminhar na

companhia de um sem-abrigo em Los

Angeles, ouvindo-o e compartilhando

sua vida durante algumas horas.

A maioria das estrelas, quando fazem

um gesto de caridade, querem que

seja público e chamam a comunicação

social. Ele nunca afirmou estar a praticar

caridade, simplesmente o faz,

por uma questão de princípios morais

e não para parecer melhor aos olhos

dos outros.

Afável, alheio aos inúmeros memes

que vão surgindo por aí, o actor passa

ao lado de todas estas notícias, enquanto

a popularidade aumenta.

Keanu Reeves poderia comprar tudo,

mas em vez disso, diariamente levanta-se

e escolhe uma coisa que não

pode ser comprada; ser boa pessoa.


EFEMÉRIDE

A União Europeia e o privilégio

de aqui estar

JOÃO MENDES

Foi há 71 anos que Robert Schuman

proferiu o seu famoso discurso,

eternizado como Declaração Schuman,

que marcou o início do processo

de construção europeia, colocando,

assim, um definitivo ponto final em

anos de guerras sangrentas e instabilidade

política e social no continente

europeu.

De lá para cá, a hoje União Europeia

transformou-se na capital mundial

da democracia e da liberdade, onde o

esforço conjunto resultou em mais direitos,

mais liberdades, mais garantias,

mais igualdade, mais fraternidadea,

mais respeito pela diferença e maior

acesso a oportunidades do que em

qualquer outro local do mundo.

O caminho é sinuoso, e muito há ainda

para construir, para reformar, para

melhorar e ajustar.

Na balança, contudo, os ganhos colectivos

ultrapassam largamente as

consequências nefastas que deste

projecto resultaram. E nós, portugueses,

que nem sempre sabemos usar ou

executar o investimento que chega de

Bruxelas, somos dos que menos se podem

queixar. Seríamos um país muito

mais atrasado, muito mais pobre, caso

tivéssemos optado por qualquer uma

das propostas “orgulhosamente sós”,

na periferia e ultraperiferia da União.

Sempre tive e – suspeito – sempre terei

dúvidas quanto ao funcionamento

e estrutura da União Europeia. Mas

nunca deixarei de acreditar no melhor

projecto civilizacional construído até

à data. E não vejo propostas alternativas

que nos conduzam a mais prosperidade.

Só retrocesso e barbárie.

Celebremos, pois, esta Europa a 27 e

tudo o que conquistamos. Se não for

por mais, que seja pelo privilégio de

aqui estar.

A criada Juliana de

«O Primo Basílio»

PAULO MARQUES

Há personagens que valem mais

que a própria história de um livro.

Mesmo de grandes livros!

A criada Juliana do romance de

Eça de Queirós, «O Primo Basílio»,

é um desses casos. Juliana

Couceiro Tavira vale por todo

o enredo da história da burguesinha

adúltera. Não fosse ela,

muito provavelmente, uma das

mais fortes e sinistras criações

de toda a literatura portuguesa…

Esta terrível mulher, feia, má,

cruel, seca, amarga, obscura e

gananciosa, que encarna o que

de mais desprezível há no ser humano,

ao descobrir o adultério

da patroa com o primo (Basílio)

chantageá-la-á sem qualquer escrúpulo,

fazendo-lhe a vida negra,

contribuindo deste modo,

decisivamente, para o desfecho

trágico do romance.

Talvez as suas origens pobres, o

infortúnio de uma vida de doença,

sofrimentos, humilhações

e trabalhos duros, a frustração

proporcionada por uma sensualidade

e um desejo de ascensão

social insatisfeitos, lhe atenuem

o comportamento abjeto… Talvez.

O certo é que o leitor, podendo

oscilar entre a repulsa e

a tolerância perante Juliana, jamais

a esquecerá depois de a ter

conhecido.

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POSTAL DO DIA

Uma carta de amor a Portugal

(sobre o orgulho de ser português)

V LUÍS OSÓRIO

1.

Quero confessar-vos do orgulho

enorme de ser português.

Eu sei sobre as dúvidas e angústias.

Sei sobre os “velhos do Restelo”, o

bota-abaixo, a tendência para o pessimismo,

para o fado, para a pequena

e grande inveja, para o pobrezinho e

honrado que não sai de algumas cabeças,

para a dificuldade estrutural

da nossa economia, sei isso tudo.

Mas nunca trocaria este país por outro.

2.

Gosto da luz de Lisboa. Do charme

do Porto. Do murmúrio alentejano

que agora faço meu. Das montanhas

de Trás-os-Montes, de conquistar a

confiança dos beirões, de me perder

na velha Coimbra, do calor de Santarém

e das tantas lezírias à volta, dos

docinhos de Aveiro mais a sua Ria,

de me sentir em casa em Leiria, de

me deslumbrar com as ilhas.

Gosto das pronúncias. Da língua

que temos, das nossas canções, poetas,

escritores. Gosto de tanto dos

nossos arquitetos, dos nossos sábios,

da capacidade que temos de criar a

partir do pouco que temos, do nosso

desenrascanço, dos nossos inventores

de bugigangas, mas também dos

grandes cientistas, dos estrangeirados,

da nossa democracia, dos nossos

personagens históricos, dos reis e

princesas, do Buíça que matou D.

Carlos num dia de prenúncio

da República, do

Aquilino por detrás

de tudo, das nossas

igrejas, da nossa capacidade

para ouvirmos,

da nossa curiosidade,

do modo como construímos

pontes com

o mundo, da simpatia

que nos faz estar no

meio das conversas

dos grandes.

3.

Ah, como gosto de ser português,

nascido em 1971, na Maternidade Alfredo

da Costa. Como aprendi a rir

com Vasco Santana, Raul Solnado,

Herman José. Como aprendi a pensar

com Eduardo Lourenço. Como

aprendi a ver com Paula Rego, Armanda

Passos ou Joana Vasconcelos.

Como sinto orgulho dos nossos

médicos, enfermeiros e professores.

Como me emociono com as palmas

dos polícias à porta dos hospitais.

Como gosto de ouvir os estrangeiros

falar de Cristiano Ronaldo ou Bernardo

Silva. Mas também de Pessoa,

Eça, Sophia ou Saramago. Ou de Siza

e Guterres.

4.

Que orgulho tenho dos portugueses

que tiveram de ir. Que regressam no

verão para abraçar o país que tiveram

de abandonar. Que orgulho nos

que tanto sofreram, nos que tiveram

que comer o pão que o diabo amassou

em Paris, no Rio de Janeiro ou

na Venezuela. A limpar a merda dos

outros, a ser humilhados por serem

pobres, analfabetos, quase abaixo de

humanos.

Mas nós nunca fomos menos do que

os outros. Mesmo quando éramos

menos educados – e o que evoluímos

nestes 40 anos! Nós não somos melhores

do que ninguém, mas não nos

digam que não somos capazes de ser

maiores, de atingir o céu.

5.

Não falo do pastel de nata, do vinho,

do azeite, das azeitonas com pão de

Mafra, das sardinhas nos santos populares,

nas pataniscas ou alheiras,

no Benfica, Porto e Sporting, mais o

Braga e o Guimarães, mais a porrada

de criar bicho do Rio Ave quando

encontra o Varzim, mais os bairros

de pescadores, os enchidos, a Torre

de Belém e os Jerónimos, as pontes

do Porto e Lisboa, a memória do hóquei

em patins relatado quando existia

Livramento, a voz de Amália Rodrigues…

Mais a Simone de Oliveira

a chegar de comboio de Espanha,

milhares de pessoas na tua, a chorar,

a aplaudir. Mais os novos fadistas, o

Camané, a Ana Moura e a Mariza. E

o Rui Veloso, o Abrunhosa, o Zambujo,

as canções dos Xutos e GNR, o

Sérgio Godinho, o Jorge Palma, mais

os tantos que já não estão, o Zeca e o

José Mário Branco.

Não falo de nada destas coisas, mas

falo de todas estas coisas.

De todas as lágrimas que chorei. De

toda a minha memória feita nesta

língua que hoje celebramos. Um país

que existe há tantos séculos e a que

pertenço, Luís Miguel Matos dos

Santos Osório, filho de José Manuel

Osório e de Maria Matos dos Santos,

pai de quatro filhos e de dois enteados,

natural de São Sebastião da

Pedreira e português. Um dia serei

cinza, mas fica escrito aqui que nunca

me imaginei ser outra coisa, que

nunca quis nascer num outro lugar,

que nunca quis ser filho de uma outra

língua. Sou português. É a língua

do meu silêncio. E do vosso.

Autor escreve segundo o Acordo Ortográfico

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Alma

Lusiada

União Europeia (UE)

– O dia da Europa

V EUCLIDES CAVACO

Ser português

É amar a Pátria Portuguesa.

É tê-la sempre presente

É gostar com muita firmeza

Das nossas coisas

E da nossa Gente.

Ser português

É vibrar de emoção

Ao descobrir

Entre mil bandeiras

Desfraldadas ao vento

A bandeira da Nação.

Ser português

É ter orgulho da nossa história

E dos nossos antepassados.

É dar testemunho

De tudo o que somos

E com muito prazer

Nos sentirmos honrados.

Ser português

É entoar com emoção

O nosso Hino e as nossas canções

E sem apreensão

Cantar, falar, ou rezar,

Em qualquer parte sem hesitar

A língua de Camões.

Ser português

É ser diferente

É ter alma Lusíada

É saber estar ausente

E em qualquer lado

Gostar de tudo

O que evoca a Pátria

E nos inspira amor

A esse cantinho

À beira mar plantado !…

V CARLOS ESPERANÇA

Quem tem memória da ditadura

e do atraso do Portugal salazarista

não esquece o que deve à

UE que hoje celebrou auspiciosamente

a data durante a cimeira

portuguesa, com o discurso

notável de António Costa a

abrir, na qualidade de Presidente

da Presidência Portuguesa do

Conselho da União Europeia,

a Conferência sobre o Futuro

da Europa, com Ursula von der

Leyen e o Presidente do Parlamento

Europeu, David Sassoli.

Após a parceria estratégica com

a Índia, de enorme relevância, e

da colocação do pilar social no

centro das políticas europeias,

seria injusto ignorar o mérito

português para o futuro comum

da Europa.

A UE é um projeto singular,

nascido no rescaldo da última

Guerra Mundial, após 60 ou

70 milhões de mortes, o maior

desastre de origem humana de

toda a História. O Dia da Europa,

instituído em 1985, celebra a

proposta do antigo ministro dos

Negócios Estrangeiros francês

Robert Schuman, que, a 9 de

maio de 1950, cinco anos depois

do fim da II Guerra Mundial

propôs a criação de uma Comunidade

do Carvão e do Aço

Europeia, precursora da União

Europeia.

A convicção de que a UE é um

espaço civilizacional de que nos

devemos orgulhar, fator de paz e

de progresso, oásis democrático

onde a justiça social e a laicidade

dos Estados devem ser aprofundadas,

tornou-me um europeísta

militante, grato pela notável

postura deste espaço civilizacional

onde o aprofundamento da

integração económica, social e

política, agora relançado, é vital

para a sobrevivência coletiva.

Quando renascem movimentos

neofascistas na Europa, esquecida

do Renascimento, do Iluminismo,

da Revolução Francesa

e das raízes greco-romanas

que lhe moldaram o carácter e

a colocaram na vanguarda da

civilização, devemos celebrar

os princípios humanistas, democráticos

e fraternos que estiveram

na sua origem e ainda

subsistem.

Não podemos culpar a UE de

ser hoje um espaço conservador

e neoliberal, com sinais ainda

piores no horizonte. A culpa é

dos eleitores dos países que a

integram e cujo voto se respeita

pelo melhor que nos resta,

a liberdade de expressão, num

mundo que parece abdicar dela

e da civilização.

Na mitologia, Zeus, pai dos

deuses, raptou-a para a amar e

fecundar. Hoje é dever dos europeus

defendê-la dos nacionalismos

e amá-la com a paixão de

Zeus.

A Europa somos nós. Viva a

União Europeia e o seu aprofundamento.

Autor escreve segundo o Acordo Ortográfico

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AGRICULTURA

Como fazer

uma horta em

apartamento

© TotumRevolutum

V ROSA MOREIRA

Dicas de como fazer uma

horta em apartamento

com ideias simples e

eficazes para construi-la

num espaço bem pequeno.

Embora um apartamento

seja um ambiente

geralmente de menores

dimensões do que quando

comparado com uma

casa com jardim e/ou

horta, existe um ponto

positivo na grande maioria

dos apartamentos que

não pode ser desperdiçado:

o facto de possuírem

varanda/sacada ou

algum ambiente externo,

mesmo que de muito

reduzidas dimensões

que pode ser aproveitado

para este fim.

Cinco passos essenciais

1. Em primeiro lugar, deve optar por

escolher um local arejado que apanhe

raios de sol em algum momento do

dia.

2. Tome a decisão de como vai plantar

as suas plantas escolhidas. Pode optar

por coloca-las no chão em vasos por

exemplo, no parapeito de uma janela

onde bata o Sol ou até na sua varanda

ou terraço caso possua uma.

3. Se o seu espaço for muito reduzido,

opte pelas hortas verticais, que se

revelam muito são simples de serem

construídas. Possuem a vantagem de

poderem estar suspensas através de um

suporte preso na parede, ocupando

dessa forma muito pouco espaço. Para

além disso, as hortas verticais podem

ser um excelente elemento decorativo

da sua varanda, podendo até funcionar

como um mini-jardim.

4. Se tiver mais espaço no seu apartamento,

pode optar por investir em

vasos, que podem também ser decorativos

do seu espaço. Além de poder

colocá-los no parapeito das janelas por

exemplo, experimente colocá-los na sua

varanda e comprovará o quanto eles podem

modificar o ambiente desta.

5. Se for mais ousado e preocupado

com a sustentabilidade do nosso planeta,

pode optar por reutilizar alguns

objectos para servir de vasos: canecas,

vasos, baldes ou até mesmo pneus são

boas opções.

Modelos de horta

1- Horta em garrafa PET

Quer construir uma horta de forma

fácil e com custos baixos? Experimente

fazer a sua horta caseira usando

garrafas PET que podem ser dispostas

tanto na vertical quanto na horizontal.

2- Horta em paletes de

madeira

Já imaginou a possibilidade de construir

a sua horta vertical recorrendo

a paletes de madeira que já não utiliza

ou que pediu a um vizinho que também

já não precisa delas? As paletes de

madeiros são também uma alternativa

para poder construir a sua horta vertical

no seu apartamento. Se quiser

personalizar as paletes, pode optar por

pintar a frente da madeira das paletes

usando tinta preta de lousa, e escrever

o nome das plantas a giz. O que

acha da ideia?

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3- Horta em vasos

AGRICULTURA

Para este tipo de horta, pode aproveitar vasos, baldes e

latas que muitas vezes já não utiliza mais. Para tornar

tudo mais fácil, pode optar por apoiá-los em cima de alguma

estrutura ou até mesmo fazer furos nas laterais dos

vasos e usar correntes ou cordas que vai utilizar para pendurá-los.

Esta dica pode tornar todo o processo de como

fazer uma horta em apartamento muito mais fácil.

4- Horta em cano de pvc ou alumínio

Uma outra boa ideia para você construir a sua horta caseira

no seu apartamento é reutilizar “pedaços” de cano

de pvc ou até mesmo cano de alumínio que já não usa

mais. Se quiser personalizar estes canos, pode pintá-los

com tinta-spray da sua cor favorita, personalizando dessa

forma o seu espaço. Utilize canos que já não usa mais

para construir uma horta vertical como na figura abaixo.

5-Horta em frascos de vidro

É também possível também criar a sua horta em vidro,

usando por exemplo frascos de vidro de café, garrafas

ou potes de vidro de qualquer natureza. No exemplo abaixo,

foi usado um painel para fixar os vidros, usando uma

espécie de braçadeira, onde os vidros foram dispostos na

diagonal para facilitar que os alimentos sejam retirados

mais facilmente quando atingirem o ponto de colheita.

Por baixo de cada vidro, foi utilizada tinta branca para

escrever o nome de cada tipo de plantas que foi plantada

e/ou semeada.

fotos: priterest

Rosa Moreira Criadora e Gestora de Conteúdos Agrícolas

F acientistaagricola - macientistaagricola.pt

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CULTURA

Sopa de Letras

V PAULO FREIXINHO

Festival Eurovisão da Canção 2021

Procure os 18 países que mais pontos levaram no Festival Eurovisão da

Canção 2021, por ordem de classificação. Há oito palavras na diagonal.

Itália

França

Suíça

Islândia

Ucrânia

Finlândia

Malta

Lituânia

Rússia

Grécia

Bulgária

Portugal

Moldávia

Suécia

Sérvia

Chipre

Israel

Noruega

Soluções na página 34 8

PALAVRAS CRUZADAS 2015-2020

Desde 1990, quando começou, já cruzou

milhões de palavras. Paulo Freixinho

nasceu em Lisboa, em 1968, e vive

no Barreiro desde os 3 anos. É casado

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LITERATURA

Carta no

silêncio

V JOSÉ MARIA

RAMADA

Hoje um dia como tantos

outros, mas diferente no

seu essencial, deitei-me

na cama que tantas noites

partilhamos, nem me

tinha dado conta que a

tinha feito como se fosse

para dois, sentia o teu

perfume na almofada e

nos lençóis, lentamente

para não te acordar, virei-me.

Os meus braços

queriam envolver-te naquele

habitual abraço,

mas apenas encontraram

o vazio e o silêncio.

Dei-me conta que estava

deitado na nossa cama,

mas tu não estavas junto

de mim e numa imensa

tristeza adormeci desejando

acordar contigo a

meu lado.

Já era tarde, os raios de

sol entravam pelas friestas

do tapa sol, a mesma

rotina de sempre, como

já estava habituado,

preparei a mesa e o pequeno-almoço,

liguei a

música como sabes que

gosto, e um uma frase

no silêncio, “ vem o pequeno-almoço

está na

mesa”.

Apenas os raios de sol

que entravam pela janela

da cozinha, deste belo

dia e a música por companhia,

estava só e nem

me dei conta, não estou

habituado a estar só.

Soa aquela música da

nossa infância “Chiquitita”

tocada em flauta

andina do grupo peruano

que compramos.

32

Por momentos fechei

os olhos e imaginei-nos

a dançar, nesta pequena

sala, como algumas vezes

o fazíamos, logo eu

que não gosto de dançar

e entre uma lágrima e

um sorriso aquele pensamento

nas tuas gargalhadas

quando te dizia

a brincar “ pisei-te, desculpa”.

Os meus olhos percorreram

o apartamento á tua

procura, tu não estás,

mas o meu coração sente

a tua presença, entre

mais um gole de café e

uma dentada no pão com

manteiga, escrevo e olho

o quadro pintado por ti,

mais uma vezes fecho os

olhos imaginando ver-te

sair daquela minúscula

cabana e sentares-te a

mesa comigo.

Olho a árvore de Natal

e sinto mais uma vez a

tua presença, naquele

pai natal que pintaste

de vermelho com tanto

carinho. Sabes, fiz como

disseste, coloquei outro

dos que compramos,

junto da árvore, mas

este é verde.

Entre música, o pão

com manteiga e o café,

acabei por ir buscar os

comprimidos, para a

tensão, mas apenas eu

tomei, pois, por fim dei-

-me conta que estava sozinho,

escrevendo esta

carta no silêncio.

Zé Maria, 11 de Dezembro 2013

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“Alma Latina”

V JOSÉ MARIA

RAMADA

Em ano de Pandemia, um

pouco por todo o mundo foram

lançadas algumas obras

na língua de “Alma Latina -

Colectânea de Autores Latinos

no Mundo” é uma obra

literária do Mundo Latino da

Poesia e Prosa editada pela

primeira vez em 2020 em

tempo de pandemia. Contou

com a participação de 61 autores

latinos de 3 continentes

espalhados pelo mundo com

naturalidade ou a residir em

10 países.

Esta obra foi distribuída não

apenas em Portugal, mas um

pouco por todo o mundo,

esgotou de imediato, não tenho

havido apresentações

pois a pandemia assolava não

apenas Portugal, mas todo o

mundo como ainda assola nos

dias de hoje.

Eis que é chegada a 2ª edição

desta obra em 2021, o

patamar estava muito alto, o

desafio era grande, mas mais

uma vez, José Maria Ramada,

natural de Fafe, a residir há alguns

anos na Madeira coordenou

a obra, este ano prefaciada

e revista pelo ilustre

e conhecido Bracarense das

artes, Dr. Jorge Nuno.

A colectânea de 2021, á

semelhança do 1º volume,

mantém a sua essência, dar

a conhecer novos escritores

do mundo lusófono e a vertente

solidária, ajudar a sonhar,

com a ajuda de alguns

participantes a apoiarem

a participação de outros,

com parcas posses para

concretizarem este sonho

de se darem a conhecer no

mundo literário.

“ALMA LATINA VOL. 2 –

2021”, Será lançada em Junho

se a pandemia o permitir. A

obra está a ser divulgada nas

redes sociais um pouco por

todo o mundo em especial no

grupo do Facebook Mundo

Latino Poesia e Prosa.

As expectativas de “Alma

Latina Vol. 2 – 2021, foram

largamente superadas. 78

Participantes de 11 Países,

Angola, Argentina, Brasil,

Bélgica, Cabo Verde, França,

Ilha St. Martin - Antilhas,

Moçambique, Portugal, Suíça

e Venezuela e 3 de continentes.

Mais uma vez, a participação

de escritores da diáspora esteve

bem presente, com 5 escritores

da Suíça, 3 de França

e 1 da Bélgica, entre as várias

dezenas de Portugal e Madeira.

Existe a vontade duma

apresentação na Suíça e França,

com a receita a reverter

para uma associação de solidariedade,

tudo dependerá se

a pandemia o permitir, até lá

o desejo de que todos se cuidem,

respeitando as normas

de segurança.


LITERATURA

ANGOCHE

- OS FANTASMAS DO IMPÉRIO

Carlos Vale Ferraz (*)

Nacala, 23 de abril de 1971. Um navio

da Marinha mercante portuguesa parte

desse porto moçambicano com destino

a Porto Amélia (hoje, Pemba). A bordo

leva 24 almas, bem como um importante

carregamento de material de guerra

destinado ao Exército português no

Ultramar. Na madrugada seguinte, um

petroleiro encontra esse navio, de seu

nome Angoche, à deriva, incendiado e

sem ninguém a bordo, como se de um

navio-fantasma se tratasse. De imediato,

a PIDE/DGS abre um inquérito.

As teorias para o que aconteceu surgem

em catadupa. Não faltam presumíveis

culpados a quem apontar o dedo, mas

não há provas. Para adensar o mistério,

na noite do desaparecimento do Angoche,

uma portuguesa que trabalhava num

cabaré da cidade da Beira e é tida como

amante de um oficial da Marinha, cai de

um edifício. Suicídio ou assassinato, as

circunstâncias da sua morte nunca são

verdadeiramente esclarecidas…

Depois do 25 de Abril, os relatórios da

PIDE/DGS desaparecem. A carcaça do

navio, ancorado no porto de Lourenço

Marques, acaba por ser afundada. Se testemunhas

houve, não falam. Estes são os

factos. A partir deles, Carlos Vale Ferraz

constrói um romance puramente ficcional,

embora essencial e certeiro, sobre

moralidade e heroísmo.

(*) Carlos Vale Ferraz

Pseudónimo literário de Carlos

de Matos Gomes, nasceu a

24 de Julho de 1946, em Vila

Nova da Barquinha. Foi oficial

do Exército, tendo cumprido

comissões em Angola,

Moçambique e Guiné. Investigador

de História Contemporânea

de Portugal.

Ficheiros Secretos

Histórias nunca contadas da política e da sociedade portuguesas

Luís Osório (*)

É no pequeno detalhe, na

traição de alcova e na inócua

anedota contada entre

quatro paredes que, muitas

vezes, os destinos se

cruzam ou separam para

sempre. Com este livro,

Luís Osório recupera ficheiros

da política e da

sociedade portuguesas

que pertenciam à categoria

do que nunca se soube

e desvenda acontecimentos

guardados no fundo

do baú do que estava por

contar.Saiba tudo sobre

o último encontro entre

Cunhal e Soares antes do

25 de Abril - o que discutiram

e o que ficou acordado.

Conheça a história

nunca contada do ataque

que estava planeado às sedes

do PCP se Freitas do

Amaral tivesse vencido as

presidenciais de 86. Saiba

que Maria Barroso votou

contra a fundação do PS.

Ou que Alberto João Jardim

cantou para Salazar.

E que o homem que Vasco

Gonçalves mais amou

era um salazarista fanático.

Conheça o sobrinho

do ditador que vive casto

em memória do tio e as

mulheres que no Vimieiro

se lembram de lhe lavar

os pés. Fique a saber o

que se passou no dia em

que Pinto Balsemão esperou

por Isabel do Carmo

com uma pistola em cima

da mesa.Perceba como a

morte do pequeno Chico,

irmão de José Saramago,

determinou a vida do escritor.

Ou como a morte

do amor da vida de Siza

Vieira lhe definiu o destino.

Saiba como foi o dia

em que o pai de Manoel

de Oliveira, no leito da

morte, quis que ele conhecesse

dois irmãos de

uma relação bastarda. Conheça

a solidão de Amália

Rodrigues e fique a saber

que, ao contrário do que

se dizia, detestava vinho.

Surpreenda-se com a noite

em que Fernando Carvalho

Rodrigues se fez

passar por Pavarotti.../...

(*) LUÍS OSÓRIO

Luís Osório nasceu em 1971, em

Lisboa. Dirigiu jornais e uma

estação de rádio. Imaginou programas

de televisão, encenou uma

peça de teatro, participou em

comissões governamentais, coordenou

a comunicação política de

uma campanha presidencial e é

consultor empresarial. Comentou

política, realizou documentários

e foi premiado como jornalista e

criativo. Publicou oito livros, o

último dos quais 30 Portugueses,

1 País, resultado de 30 conversas

com figuras portuguesas das mais

variadas áreas. É pai de três filhos

e de uma filha.

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HUMOR Quem não sabe rir, não sabe viver”

Criatividade

Bêbados não católicos

SOLUÇÕES

Um velho lavrador escreve uma

carta para o seu filho que estava

preso.

Filho, este ano não vou poder plantar

as batatas e as pencas porque

não consigo cavar a terra sozinho,

eu sei que se tú estivesses aqui que

me ias ajudar.

O filho responde ao Pai também

por carta:

Pai, nem pense em cavar a terra

é aí onde enterrei o dinheiro que

roubei.

Os Guardas prisionais leram as cartas,

e o velho no dia seguinte acordou

de manhã cedo e andava um

trator a lavrar a sua terra e a GNR

a acompanhar, em busca do dinheiro,

mas nada foi encontrado.

No dia seguinte o filho escreve novamente

para ao Pai.

Pai, agora já pode ir plantar as batatas

e as pencas, o campo já esta

todo limpo e a terra lavrada, foi o

máximo que pude fazer para o ajudar

daqui da cadeia.

Dois bêbados estão sentados num banco

num parque, quando um par de freiras

se aproximava. Uma das freiras vinha

de muletas e com a maior parte de

sua perna engessada. Um dos bêbados

pergunta:

- Desculpe, mas o que aconteceu?

A freira a mancar responde:

- Eu escorreguei, caí na banheira e quebrei

a tíbia. O médico disse que eu vou

ter que ficar com o gesso por mais duas

semanas.

Diz o bêbado:

- Deve ter sido forte… Deus a abençoe!

Responde a freira:

- Obrigado, meu filho

E lá continuam no seu caminho. Quando

elas estão fora do alcance da voz, o

primeiro bêbado pergunta ao outro:

- O que é uma banheira?

Responde o segundo:

- Como eu posso saber? Eu não sou católico…

Breves

Um cacto liga para o outro:

- Aloe vera?

Quando estiveres triste, abraça

um sapato.

Um sapato com sola.

Eu adoro fiambre.

E o Nicolas Cage.

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Baslerstrasse, 117 - 8048

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Junho 2021

Feriados e Datas Comemorativas

01 TER Dia da Criança (Dia Mundial da Criança)

02 QUA Dia Internacional da Prostituta

02 QUA Dia Int. para a Segurança em Passagens de Nível

03 QUI Corpo de Deus

03 QUI Dia Mundial da Bicicleta

04 SEX Dia Int. das Crianças Inocentes Vítimas de

Agressão

05 SÁB Dia Mundial do Ambiente

08 TER Dia Mundial dos Oceanos

09 QUA Dia Internacional dos Arquivos

10 QUI Dia de Portugal

12 SÁB Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil

13 DOM Dia Mund. de Consciencialização do Albinismo

14 SEG Dia Mundial do Dador de Sangue

15 TER Dia Mundial da Consciencialização da Violência

contra a Pessoa Idosa

16 QUA Dia Internacional da Criança Africana

17 QUI Dia Mund. do Combate à Seca e à Desertificação

18 SEX Dia Internacional do Sushi

18 SEX Dia Internacional do Piquenique

18 SEX Dia Internacional do Pânico

18 SEX Dia do Orgulho Autista

18 SEX Dia da Gastronomia Sustentável

19 SÁB Dia Mun. de Consciência Sobre Doença Falciforme

20 DOM Dia Mundial do Refugiado

21 SEG Solstício de Verão

21 SEG Dia Europeu da Música

21 SEG Dia do Relógio do Sol

21 SEG Dia Mundial da Girafa

21 SEG Dia Humanista Mundial

23 QUA Dia Internacional das Viúvas

24 QUI Dia Nacional do Cigano

25 SEX Dia Mundial do Vitiligo

25 SEX Dia do Marinheiro

26 SÁB Dia Int. de Apoio às Vítimas de Tortura

26 SÁB Dia Internacional da Luta Contra o Uso e

Tráfico Ilícito de Drogas

27 DOM Dia dos Trabalhadores Industriais Mundiais

28 SEG Dia Internacional do Piercing Corporal

29 TER Dia Internacional da Lama

30 QUA Dia Mundial das Redes Sociais

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POESIA

V CARMINDO

DE CARVALHO

Ser mãe

Ser mãe, é na essência

Máxima da palavra

A consagração

Da condição

Feminina de ser mulher.

Ser mãe, é o despertar

De um sonho

Tantas vezes sonhado!

Ser mãe, é o concretizar de um desejo

Que ansiosamente transportava no peito.

Ser mãe, é o florir de uma roseira

Lindas e charmosas rosas!

Ser mãe, não é só o gozar ao fazer um filho

Que ao pari-lo como cadela danada o

enjeita e atira

Prá sarjeta da vida

Tal como algo putrefacto

Um velho e roto trapo.

Ser mãe, é dar-lhe o seu sangue, uma vida.

Ser mãe, é estar do seu lado

Vigilante a todo o instante

Para que nada falte ao seu filho

Tão querido, tão amado!

Ser mãe, é isso e muito mais!

É em silêncio sofrer sem ais.

É rir de contente

Do mais pequeno instante

Que faz feliz o seu petiz.

Ser mãe, é defender até à morte

O seu filhote

Como a loba

Ferozmente com valentia

Defende a sua cria.

A todas vós mães e avós

Mães galinhas extremosas

Mulheres de todo o mundo:

Neste dia em todo lado comemorado

Vos peço perdão pela demora

Mas aqui e agora

Vos rendo vassalagem

Me curvo à vossa passagem.

E ao lembrar-me de minha mãe

Velhinha, lá longe sozinha

No seu cantinho

No silêncio do meu quarto

Meus olhos choram lágrimas silenciosas

Que molham e deslizam pelo meu rosto

devagarinho.

São mágoas

Águas derramadas

Que eu seco com o meu lenço de linho.

Se é feio um homem chorar, não me

importo de ser feio.

Maio de 1994

V EUCLIDES

CAVACO

Maldita Guerra

Se a guerra fosse somente

P´ra quem a faz cá na terra

Havia muito mais gente

Que nunca fazia a guerra .

Toda a guerra que se faz

Com o pretexto do bem

Nunca traz ao mundo a paz

Só interesses para alguém.

A guerra mata inocentes

Mas devia em seus furores

Matar só os prepotentes

E todos os seus autores.

Se o bom senso e a harmonia

Fosse o lema dos países

A terra inteira faria

Os seus povos mais felizes.

© KHALED ABDULLAH

É violência que mata

Feita de ódio e maldade

Nunca a guerra em qualquer

data

Honrou a humanidade.

Assista ao programa em directo todas as terças e sextas-feiras em:

https://www.facebook.com/euclides.cavaco

A guerra é um mal maior

Nega o bem que se acredita.

Rasto de sangue e de horror.

Que a guerra... SEJA MAL-

DITA!...

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CULTURA

V MARIA

JOSÉ PRAÇA

Pedras do meu andar

Gosto de incensos azuis

D’aromas cor de romã

Com ventanias de amoras

E de folhas d’hortelã

Gosto da terra molhada

Com cheiros de coração

De grãos de trigo e centeio

Das searas do meu pão

E das torcidas de luz

Das candeias de latão

Mais de pomares de laranjas

E de travos de limão

Gosto da lenha empilhada

Da água a jorrar das fontes

E do silêncio que os sinos

Fazem correr pelos montes

No meu fumeiro de histórias

Conservo fios bem guardados

Entrançados à lareira

Por sóis nunca violados

Minha olaria do peito

Do meu barro ergue saudades

Que se desmontam na sede

d’esta fome de tocar-lhes...

(N° 126080 da SPA)

V JOSÉ

MARIA

RAMADA

Vaguear em

sonhos

Quero em sonhos vaguear

Nesta tarde de verão

Inventar palavras novas

Para alegrar este coração

E sentado na areia desta praia…Recordar-te.

Imaginar-te, sentada a meu lado

Sentíamos a brisa do vento

Hoje, de olhar distante e perdido

Fico sentado na praia para calar meu sofrimento

Neste entardecer, ao pôr-do-sol

Sentado na praia, que chamávamos nossa

Entre a cabana e o mar

Mas hoje sem ti…Apenas o silêncio

Quero, em sonhos vaguear

Procurar-te no horizonte

De olhar perdido entre as nuvens

A tua imagem encontrar

É a cor que dás a este quadro…O luar

Do colorido que dás á minha vida

Quero reaprender a te esperar

Como outrora o fazia

Ao entardecer de cada dia

Quando entre os juncos, o barco ias ancorar

E descalça, caminhavas

Entre sorrisos de felicidade,

A correr para me abraçar

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HORÓSCOPO

w V - JOANA ARAÚJO (*)

Junho

Carneiro

Este mês pede ao signo Carneiro a

reflexão sobre os seus valores e prioridades,

sobre o que é considerado

essencial e também sobre como estão

lidando com o dinheiro e os seus

recursos pessoais.

Touro

Neste mês, vários planetas estão

transitando no seu signo, indicando

um período muito importante de novas

iniciativas e empreendimentos.

Entretanto, teremos a movimentação

retrógrada no planeta Mercúrio

no seu signo, o que indica a necessidade

de paciência, de reflexão e de

reavaliação de várias situações.

Gémeos

Um dos meses mais desafiadores de

2016 para o signo Gémeos, assim

pode ser definido este mês, em que

teremos vários planetas transitando

o signo anterior ao seu e também o

movimento retrógrado do seu planeta

regente, Mercúrio. É um tempo de

interiorização, reflexão, autoconhecimento

e valorização da espiritualidade.

Caranguejo

Amizades, vida social, projectos em

equipa são alguns dos temas enfatizados

ao longo deste mês para o signo

Caranguejo. É um mês em que poderá

haver a colheita do que foi empreendido

nos últimos meses e você

poderá se sentir mais apoiado nos

seus intentos e objectivos. É um período

também significativo para você

reavaliar as suas prioridades e projectos

para o futuro.

Leão

Este mês pede que você reflicta sobre

a carreira, sobre os seus propósitos

mais significativos, sobre a importância

do trabalho na sua vida e também

de como tem lidado com as questões

financeiras. É um mês significativo

para se sentir mais valorizado e para

aprimorar contactos e conhecimentos.

Afectivamente, deve haver cuidado

com o apego, o ciúme e o autoritarismo.

É um mês importante para

reflectir se há uma sintonia de propósitos

de vida com quem você ama.

Virgem

Uma boa nova marca este mês. Teremos

a finalização do movimento

retrógrado do planeta Júpiter no seu

signo, o que traz uma energia mais

expansiva e uma confiança maior nas

suas atitudes.

Balança

Este mês traz grandes desafios ao

signo Balança, já que teremos vários

planetas transitando o sector de

transformações emocionais. É, sem

dúvida, um período de eliminações,

de finalização de situações e de uma

intensa metamorfose, sentida principalmente

no âmbito emocional, mas

que pode também ter um impacto

sobre as questões financeiras e espirituais.

Escorpião

Relacionamento é o tema mais importante

deste mês para o signo Escorpião,

já que teremos vários planetas

transitando o sector de relação e

parceira. Há um foco na relação afectiva

e todo tipo de contacto e parceria

que você pode estabelecer com

as pessoas. É um momento também

muito significativo para reavaliar o

modo com que você lida com seus talentos

e finanças.

Sagitário

Saúde e trabalho são alguns dos temas

mais significativos ao longo deste

mês para o signo Sagitário. É um momento

de investir em uma mudança

de hábitos que traga mais bem-estar

e qualidade de vida. É também uma

fase importante para aprimorar o

modo como você trabalha e organizar

melhor o seu quotidiano.

Capricórnio

Questões afectivas que envolvem

crianças e expressão da sensibilidade

e criatividade ganham força ao longo

deste mês para o signo Capricórnio.

É um mês importante para você reflectir

se está tendo prazer nas actividades

do dia-a-dia e é hora de colocar

mais o afecto e o coração naquilo que

você faz.

Aquário

Família, privacidade e emoções são

características essenciais deste mês

ao signo Aquário. É um momento de

se interiorizar, de reflectir e de perceber

o que deve ser finalizado. É um

mês muito significativo para questões

domésticas, familiares e imobiliárias.

Peixes

Observe mais a beleza que está ao seu

redor. Estabeleça um maior contacto

com a natureza e com actividades

criativas. Este mês traz a oportunidade

de novos aprendizados, contactos

e do desenvolvimento de valores

mais sintonizados com a alma.

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Sábado — 08h00 às 19h00

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Tel: 044 945 02 20 | 044 945 02 21 Fax: 044 945 02 22

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ÚLTIMA

Mulheres ainda fazem 50% a mais de trabalho

doméstico não remunerado que os homens

(*)

As mulheres passaram mais tempo

que os homens em trabalhos domésticos

e familiares não remunerados

na Suíça no ano passado (28,7 horas

por semana em comparação com

19,1 horas). Entretanto, os homens

melhoraram um pouco desde 2010,

quando passavam apenas 16,2 horas

por semana em tais tarefas.

Tanto mulheres como homens com 15

anos ou mais investiam cerca de 46 horas

por semana em trabalho remunerado

e não remunerado, de acordo com a Pesquisa

da Força de Trabalho Suíça (Swiss

Labour Force SurveyLink externo) publicada

pelo Departamento Federal de Estatística

na quinta-feira.

Em média, os homens realizavam mais trabalho

remunerado (25,3 horas por semana,

contra 15,8 horas para as mulheres). Mas

desde 2010, os homens passaram mais

tempo preparando refeições, incluindo 1,7

Homem suíço procurando a máquina de lavar roupa

- Keystone / Luis Berg

horas extras de lavagem e 30 minutos extras

de limpeza e arrumação por semana.

Entre as tarefas domésticas, preparar refeições

ainda é o que consome mais tempo

(7,8 horas por semana para as mulheres,

4,5 para os homens). Isto é seguido pela

limpeza (4,5 horas para as mulheres, 2,1

horas para os homens). As mulheres passam

uma média de 2,1 horas por semana

fazendo compras, enquanto os homens

fazem isso por 1,9 horas. A lavanderia e a

passagem de roupa são claramente de responsabilidade

das mulheres (2,0 horas por

semana contra 0,6 horas).

As mulheres gastam 2,6 horas por semana

em animais, plantas e jardinagem, em

comparação com 1,9 horas dos homens.

Somente quando se trata de trabalho manual,

os homens estão à frente (1,6 horas

versus 1,0 horas). A distribuição das tarefas

administrativas é mais ou menos igual

(1,4 horas para os homens, 1,3 horas para

as mulheres).

A situação não melhora para as mulheres

na aposentadoria. Na faixa etária de 65-74

anos, a carga total de trabalho atingiu 31,5

horas por semana para as mulheres em

2020 e 27,1 horas para os homens. As tarefas

domésticas e familiares ocupavam o

maior tempo: 26,5 horas para as mulheres,

19,6 horas para os homens.

(*) Swissinfo.ch/ets, Keystone-SDA/ts

(Escreve em português do Brasil)

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