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SETEMBRO_2021

Edição nº 280 do Lusitano de Zurique

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LUSITANO

de

ZURIQUE

[ SETEMBRO 2021 | Edição Nº. 280 | ANO XXVII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]

Celebrou-se o DIA dos

AVÓS

Conhecimento, sabedoria e histórias de vida.

Ser avô/avó, é uma das experiências mais

gratificantes e extraordinárias da vida...

Páginas 3, 8, 22 e 23

Tratamento

Covid-19

em standby

PÁGINAS

16 E 17

EDITORIAL

ASSOCIATIVISMO

CULTURA

SAÚDE

Avós e netos - Cuidemo-nos

mutuamente e sejamos felizes.

Pág.3

A Cultura portuguesa precisa de

uma viragem. Pág. 6

A primeira agência de viagens do

Mundo é minhota. Pág. 22

Ministério da Saúde lança nova

campanha de vacinação. Pág. 40


LUSITANO

de

ZURIQUE

EQUIPA EDITORIAL

Director: Armindo Alves

Jornalista CC15 A

Director-adjunto: Manuel Araújo

Jornalista 3000 A

Email: lusitano@gmail.com

COLABORADORES

Alice Vieira, Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes,

Carmindo de Carvalho, Costa Guimarães, Cristina

F. Alves, Daniel Bohren, Euclides Cavaco, Costa

Guimarães, Ivo Margarido, Jeremy da Costa, Joana

Araújo, Joaquim Galante, Jorge Macieira, Manuel

Araújo, Maria dos Santos, Maria José Praça, Natascha

D´Amore, Nelson Lima, Nelson Mateus, Pedro

Nogueira, Rosa Moreira

EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO

Manuel Araújo

Jornalista 3000 A

Email: manuel.araujo@protonmail.ch

PUBLICIDADE

Tel.: 079 222 09 14

Email: pub.lusitano@gmail.com

IMPRESSÃO

Diário do Minho - Braga

Tiragem: 3000 exemplares

Periodicidade: Mensal

Distribuição gratuita

Contas esquecidas?

SUSANA PEREIRA

Pedido de informações

sobre montantes

nos fundos da

Previdência Profissional.

Se estiver à procura de

montantes da Previdência

Profissional, poderá dirigir-

-nos um pedido por escrito.

Confrontaremos os seus

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que recebemos das instituições

e o/a informá-lo-emos

a esse respeito e, havendo

uma coincidência de dados,

também informaremos a

instituição responsável sobre

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O próprio Escritório Central

não mantém contas de

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da Previdência Profissional

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entregue por si serão confrontados

pelo Escritório

Central do 2° Pilar com as

informações das instituições

da previdência. Ao

constatarem-se coincidências

de dados será informado,

bem como a instituição

de previdência responsável.

Deverá então exigir as

prestações às quais eventualmente

tenha direito

diretamente à instituição

de previdência, que são as

únicas autorizadas a decidir

sobre a legitimidade da

reivindicação e o eventual

reembolso. O próprio Escritório

Central do 2° Pilar

não administra montantes

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dos montantes.

Poderá dirigir o seu pedido

de informações via o

formulário para a seguinte

morada:

Escritório Central do

2° Pilar - Fundos de Garantia

LPP

Eigerplatz 2 - Postfach

1023 - 3000 Bern 14

Para mais informações

pode enviar um e-mail para

info@zentralstelle.ch

NOTA IMPORTANTE:

Os artigos assinados reflectem tão-somente

a opinião dos seus autores e não vinculam

necessariamente a direcção desta revista.

Por discordância, esta publicação

não adopta, nem respeita as normas

do novo inútil Acordo Ortográfico.

Apoio

2

Lusitano de Zurique - Setembro 2021 | www.cldz.eu


EDITORIAL

Manuel Araújo

Director-adjunto

Jornalista 3000 A

Devido a inadiáveis afazeres

profissionais do nosso director,

cumpre-me desta vez, excepcionalmente,

elaborar o editorial.

Como é óbvio, não irei focar-me em temas

que preocupam a nossa Comunidade,

pois, encontro-me em Portugal, por

isso, limitar-me-ei a opinar somente, sobre

algum conteúdo desta edição.

Desde as várias crónicas e artigos de

opinião dos nossos beneméritos e generosos

colaboradores habituais, destaco o

apelo do Ministério de Saúde suíço, para

que as pessoas se vacinem.

Depois, há uma história interessante

da 1.ª Agência de Viagens do Mundo, que

nasceu em Vieira do Minho.

Há também nesta edição, o caso de um

médico de Leiria, com quem falei, o qual

afirma ter curado centenas de pessoas

com o vírus Covid-19. Contactou

as autoridades, as quais fizeram

“orelhas moucas” ao seu pedido de

testes oficiais e licenciamento do medicamento,

tendo sido simplesmente

“silenciado”.

O “Diário de uma avó e de um neto”

- na página vinte e dois, originou a

manchete da primeira página desta

edição. Trata-se de um tema globalmente

muito querido, que não deixa

ninguém indiferente; os Avós.

Sobre este Dia Mundial dos Avós

que se celebra a 26 de Julho, muitos

desconhecem ainda como nasceu.

Este Dia tem origem portuguesa e foi

instituído pela Assembleia da República

em 2003. Depois disso, a data

foi aceite em vários locais do Mundo,

onde também é celebrado.

Foi a senhora Ana Elisa Couto, conhecida

como “Dona Aninhas”, natural

de Penafiel e avó de seis netos,

que durante vinte anos reivindicou

a instituição de uma data que valorizasse

a figura dos avós.

Nesse Dia Mundial, muitos netos e

filhos prestam homenagem e demonstram

cWarinho e apreço a todos

os avós, com prendas, para agradecer

o apoio e dedicação destes à

família e mostrar o quanto eles são

importantes para os seus familiares.

A melhor parte da nossa infância,

é aquela que passamos junto dos

nossos avós. Os avós são parte importante

da nossa vida, são amor

e sabedoria que nunca envelhece,

nem acaba e que perpetuamos com

carinho, amor e saudade.

Por experiência própria, devo dizer,

que ser avô, é uma das experiências

mais gratificantes e extraordinárias

da vida. Ser avô é algo muito bom,

fantástico e admirável, que nos dá

ânimo e força, para viver mais alguns

Dias neste conturbado Mundo.

Infelizmente não podemos generalizar,

pois, não são só “flores”, porque

vêem-se por todo lado, muitos

avós abandonados, o que levou recentemente

o Papa Francisco, Homem

que admiro, a alertar que “os

avós e os idosos, não são sobras de

vida”, apelando a uma “aliança de

vida” entre jovens e idosos, para

combater “os laços desfeitos, as solidões,

os egoísmos e as forças desagregadoras”.

Sabemos ser inevitável, e o ciclo da

Vida cumpre-se e todos morremos

um dia, e eu, mesmo sendo agnóstico-teísta,

acredito que os avós que

já partiram, estarão em algum sítio

longínquo, no Universo, a olhar

para os seus netos. Poderá não ser

exactamente assim, mas isso, dá-nos

conforto.

Cuidemo-nos mutuamente e

sejamos felizes.

DEPARTAMENTO DE FUTEBOL

Tel.: 079 222 09 14

Email: armindo.alves@garage-

-mutschellen.ch

RANCHO FOLCLÓRICO

Tel.: 079 549 99 10

Email: rancho@cldz.eu

RESTAURANTE (reservas)

Tel.: 044 241 52 15

CURSO DE ALEMÃO

Tel.: 076 332 08 34

PROPRIEDADE

& ADMINISTRAÇÃO

CENTRO LUSITANO

DE ZURIQUE

Risweg, 1

8041 Zurique

Tel.: 044 241 52 15

Email: info@cldz.eu

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3


MOTORES

Automóveis a hidrogénio

será o futuro?

© EFahrer.com

V ARMINDO ALVES (*)

Nas últimas décadas a evolução

na Indústria Automóvel tem

sido contínua e a grande velocidade,

podemos mesmo dizer,

que acompanhar a evolução, tem

sido muito difícil.

Não é novidade nenhuma e é visível

que as actuais marcas de Automóveis

estão a mudar a estratégia abandonado

os motores a combustão e estão

virados para os eléctricos, pois estes

automóveis são mais sustentáveis,

menos poluentes, digamos mais verdes

e como podemos verificar, cada

vez temos mais veículos eléctricos a

circular.

Mas serão os eléctricos os Automóveis

do futuro? Eu sinceramente tenho dúvidas,

eu direi os eléctricos serão os

Automóveis do futuro próximo porque,

a meu ver, o melhor está para vir!

Já há muitos anos que o

Hidrogénio faz parte dos

combustíveis do futuro,

será desta que irá vingar?

De momento já se começa a notar o

interesse nos Automóveis movidos a

hidrogénio.

Os Automóveis a hidrogénio estão

equipados com tanques de hidrogénio

que se misturam com o oxigénio

presente no combustível. Por meio

desse processo é gerada a electricidade

para alimentar os motores eléctricos

do veículo.

Como funcionam esses

tanques?

Para explicar simplesmente este processo

podemos dizer que estes veículos

assim como os veículos de combustão

e eléctricos necessitam de

armazenar a energia (Gasolina, Gasóleo,

Electricidade) em algum local.

Os carros eléctricos necessitam de

uma bateria de lítio para guardar a

energia necessária para mover o motor

eléctrico, os carros a combustão

tem um tanque para guardar a gasolina

ou o gasóleo, enquanto os automóveis

movidos a hidrogénio, o armazenamento

é feito nesses tanques

específicos, capazes de aguentar as

temperaturas negativas do hidrogénio,

que podem chegar a até - 36ºC.

A movimentação da corrente eléctrica

ocorre quando o Automóvel está

em funcionamento, o hidrogénio é

libertado do tanque para entrar em

contacto com o ar, mais propriamente

com o oxigénio. O resultado dessa

reacção entre o hidrogénio o oxigénio

faz com que o automóvel liberte

vapor de água no tubo de escape, e

o “choque” entre o oxigénio e o hidrogénio

cria essa corrente eléctrica

essencial para abastecer o motor eléctrico.

Os veículos movidos a hidrogénio

dependem directamente da electricidade,

tal qual como acontece com os

automóveis eléctricos. Desse modo,

podemos dizer que esses carros possuem

as duas tecnologias para formar

um veículo verde e com uma excelente

autonomia.

Vantagens e

desvantagens.

Vantagens

Estamos perante uma tecnologia revolucionária

e apresentem boas vantagens.

1. Não há emissões de poluentes

Vivemos num mundo onde a consciência

ambiental é crescente e necessária

e na teoria estes veículos movidos

a hidrogénio não são poluentes

é sem dúvidas uma das grandes vantagens.

De qualquer forma temos que

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destacar mesmo que essa categoria de

automóvel não gere poluentes, os processos

utilizados para obter o hidrogénio

necessita de outras energias, o

que acaba por não ser completamente

verde.

Os veículos verdes tem também vantagens

e benefícios fiscais em vários

países, por exemplo, como para ter

acesso e estacionar em zonas que são

restritas a outros veículos. Com o passar

dos anos, essa tendência deverá invadir

o nosso dia-a-dia.

2. Reabastecimento fácil e rápido

O abastecimento desses veículos é

rápido, muito mais eficaz do que os

automóveis eléctricos. Por exemplo,

em cerca de cinco minutos podemos

atestar completamente um tanque de

hidrogénio, demora pouco mais do

que os carros movidos a gasolina ou

gasóleo, estes são reabastecidos em

cerca de dois a três minutos.

3. Óptima autonomia

A Autonomia é mais um factor positivo

entre os automóveis movidos a

hidrogénio em relação aos de origem

eléctrica. Os modelos mais recentes

de Automóveis a hidrogénio tem uma

autonomia de cerca de 600 km. Além

disso, a expectativa é de que essa autonomia

continue a aumentar num futuro

próximo.

Desvantagens

1. Rede de abastecimento

Uma das maiores desvantagens para

um veículo movido a hidrogénio é a

falta de uma rede de abastecimento.

1

O cenário actual em grande parte do

planeta é de escassez de estações de

abastecimento de hidrogénio. Tudo

indica de que isso possa vir a mudar

nos próximos anos, mas presentemente,

esse é um problema indiscutível

para os condutores. Esta escassez deve-se

ao preço da aquisição dos tanques

de Hidrogénio, pois esses postos

de abastecimento rondam os milhões

de francos.

2. Armazenamento do hidrogénio

1

Portugal já tem um posto móvel de abastecimento de hidrogénio

em Cascais. É primeiro posto móvel de abastecimento

de hidrogénio. Este posto permitirá o abastecimento

de veículos com células de combustível, tanto ligeiros como

pesados, para já com uma pressão de 350 bar, mas podendo

no futuro vir a ser adaptado para fornecer hidrogénio a

veículos ligeiros com pressão de 700 bar.

MOTORES

Um dos grandes inconvenientes é o

que diz respeito a segurança do automóvel.

Apesar de as marcas estarem

empenhadas nesta tecnologia-de-

-ponta dos carros a hidrogénio, com

tanques modernos e aptos para evitar

fugas, porque se trata de um gás inflamável.

Os tanques de hidrogénio possuem

actualmente uma vida útil de 15

anos, estabelecida por lei, o que acaba

implicando num tempo útil menor do

que o próprio automóvel.

3. Custos dessa tecnologia

Em primeiro lugar, os custos com a

produção são mais elevados, em função

da célula de combustível e depois

os valores actuais do hidrogénio também

não o tornam tão acessível. Isso

significa que o reabastecimento acaba

por ser mais caro do que os valores

aplicados para veículos movidos a gasolina.

O custo é de cerca de 60 euros

para encher o tanque com hidrogénio

que tem uma autonomia de cerca 600

quilómetros, um custo médio é de 10

euros em 100 quilómetros.

(*) Eidg. Dipl. Automobildiagnostiker

Geschäftsführer/Serviceleiter/Verkauf

A V MARIA DOS SANTOS

Ghttps://www.facebook.com/transportes.fernandes

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COMUNIDADE

A Cultura portuguesa

precisa de uma

viragem...

A V MARIA DOS SANTOS

Hoje quero falar de um sentimento

que tem vindo a instalar-se

sorrateiramente no meu

subconsciente.

Tenho necessidade de o expor, porque

também dediquei muito do meu

tempo à nossa Comunidade.

Tudo o que realizei, considero como

uma gota de água num oceano. O

meu profundo respeito vai para todos

aqueles que lutaram diariamente,

para manterem as actividades

Associativas e o respectivo movimento,

vivo.

Estamos a quatro meses do final do

ano 2021 e tantos foram os acontecimentos

nos últimos oito meses. Vivemos

numa montanha-russa e com

passos incertos.

O Movimento Associativo foi profundamente

afectado por uma lava

vulcânica chamada Covid.

Os dirigentes e respectivos corpos

gerentes tentaram arranjar estratégias,

para encontrar uma luz ao fundo

do túnel.

A escalada foi e ainda é vertiginosa.

Resta-nos saber por quanto tempo.

Dois anos de pandemia deixaram-

-nos uma sociedade totalmente virtualizada.

Os jovens serão os que mais dificuldades

terão em ultrapassar, para

contrariar esta realidade.

Com as tecnologias fomos obrigados

a trabalhar a partir de casa e a comprar

quase exclusivamente através

do on-line. Em pouco tempo tudo se

tornou à distância de um click, dentro

das quatro paredes.

Lá fora o ar que respirávamos era

duvidoso. O medo instalou-se a e

coragem para o combater ficou mais

do que nunca presa por um fio.

Esquecemos que socializar era fundamental

depois que o Instagram,

Facebook, Twitter, Reddit e muitas

outras redes sociais nos facilitaram

a vida.

Com o passar do tempo também

nos demos conta, que os abraços,

olhares, convívios presenciais, estavam

a desaparecer das nossas relações

afectivas.

Surgiram muitas doenças que apenas

a área da psicanálise entende.

Por tudo isto apelo à nossa Comunidade

para o facto do importante

que é voltarmos a organizar festas,

convívios e tertúlias entre outras iniciativas

de carácter social.

A Cultura portuguesa precisa de

uma viragem depois quase dois anos

em paragem cardíaca.

Somos uma Comunidade que cultivou

sempre os seus valores de uma

forma sentida, grata, orgulhosa da

nossa identidade.

Temos que encontrar essa fonte cristalina

e despertar como cogumelos.

As Associações que sobreviveram à

pandemia, já abriram.

Falta agora que os grupos musicais,

os folclóricos entre outros se reorganizem

e comecem a trabalhar para

que em 2022, seja o ano de total viragem

na lusofonia.

Temos que ter força para mostrar o

quanto somos fortes e que estamos

aqui, para salvar a nossa cultura.

É necessário que a cultura suba ao

palco e recolha os aplausos mostrando

o triunfo de uma forma ainda

mais elegante.

A todos os dirigentes, enalteço pela

perseverança e pelo dever moral que

sentiram nesta luta em prol dos sócios

e pela cultura.

Cá estarei para vos motivar a continuar,

mesmo sabendo o difícil que

está a ser juntar pessoas e arrancar

com novos projectos e reactivar os

que já existiam.

Resta-me dizer que sinto uma enorme

gratidão de ter vivido na primeira

pessoa o que vivi ao nível cultural

e por ser uma experiência tanto bela,

gostaria que os nossos jovens dessem

seguimento à história que foi sendo

construída nos últimos 40 anos.

6

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PORTUGUESES

RESIDENTES NO ESTRANGEIRO

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Escritório de Representação da CGD - Suíça

Rue de Lausanne 67/69, 1202 Genève

Tel: Genève - 022 9080360 I Tel: Zurique - 078 6002699 I Tel: Lausanne – 078 9152465

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7


COMUNIDADES

A V MARIA DOS SANTOS

Caros sócios, amigos e leitores

da Revista do Centro Lusitano,

estamos de volta.

Dois meses se passaram desde que

folheamos a última revista...

Na última página publicou-se a notícia

que a Confederação pretendia

elevar a idade da reforma para as

mulheres aos 65 anos, ficando assim

em igualdade em relação aos homens.

Rádios, televisões redes sociais e

Comunicação Social, em geral, alertaram

para esta tentativa de Alain

Berset.

No entanto, a minha decepção foi

enorme, quando não assisti a qualquer

reacção sobre este tema após

exposto e discutido.

Sou fiel à ideia de que um cérebro

em silêncio analisa a estrada da vida

e o que queremos percorrer.

Esperemos que uma vez mais o parlamento

junto com as diversas organizações

de cidadãos, saibam dizer

não.

É lógico que sendo Alain Berset o

impulsionador desta iniciativa e sendo

ele o responsável pelo gabinete

da Saúde pública, social, Cultural e

Igualdade de género, sempre pensei

que mais tarde ou mais cedo, a tentativa

de alterar a lei chegaria.

Mas confesso que chegou mais rápido

do que previa e com ratoeira

armada.

Dizem “eles” que se a proposta for

aceite, darão uma compensação prevista

entre os 50 e 150 Fr. Suíços,

para aquelas mulheres que estarão

envoltas numa primeira fase da reforma

aos 65 anos.

Não será a minha geração a sofrer

com esta reforma, caso o referendo

seja aprovado.

Estou, no entanto, preocupada com

a geração que deixo atrás, para não

falar do que poderá ser o futuro dos

nossos filhos.

Uma onda arrepiante me envolve o

corpo. Pressinto que apenas teremos

duas classes sociais; os ricos e

os pobres. A classe média ir-se-a diluindo

nestas.

Como olhar para uma Suíça detentora

de um estatuto; o “País das maravilhas”?

Ainda não tenho netos, mas tenho

o livro da Alice e certamente que se

um dia for avó, estará na linha da

frente, para ler devagarinho e baixinho

como recado, da nossa luta pelo

respeito aos Direitos da Mulher.

É comum ouvir-se de certos agentes

políticos que as cotizações e contribuições,

não são suficientes para repor

os fundos.

O que sei é que devemos todos dizer

não. Teremos que apoiar os partidos

de esquerda e os sindicatos, que já

denunciaram no passado dia 9 Junho

o desrespeito pelas mulheres no

mercado de trabalho.

8

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Nós já somos suficientemente prejudicadas

com a desigualdade salarial,

por os ordenados serem extremamente

baixos impedindo-nos de

realizar muitos dos nossos sonhos.

Uma mulher que viva sozinha na

Suíça, tendo um trabalho considerado

normal, tem diariamente que

enfrentar a luta pela subsistência.

Como chegar aos 65 anos com saúde

física e mental, para poder usufruir

de mais de 40 anos de esforço laboral?

Não devemos esquecer que em

muitos lares, somos as responsáveis

pela organização da casa e dos

filhos.

Não temos que ser nós a trabalhar

até aos 65 anos para tapar lacunas

dos poços concretizados pelo sistema

e pela corrupção.

Deixem-nos viver, deixem-nos ter

disponibilidade mental para dar mimos,

porque o mimo não estraga, o

mimo ajuda a avançar e a acreditar

que conseguimos.

NELSON MATEUS

Nada melhor para terminar o mês

e começar a Feira do Livro. O livro

"Diário de uma avó e de um neto

Confinados em Casa" já chegou aos

pontos de venda.

Que orgulho neste livro que escrevi

com a avó Alice Vieira.

CULTURA

Espero que gostem tanto de o ler

como nós gostamos de o escrever.

Venham connosco nesta viagem às

memórias de Portugal.

Quem quiser receber um livro autografado

basta enviar-nos um email

para:

info@retratoscontados.pt

Já estamos de caneta na mão.

Trinta anos de carreira!

“Coisas simples

de Zezé Fernandes”

O músico Zezé Fernandes

assinalou no passado

dia 20, os 30 anos de

carreira com um concerto

inserido nas festividades

da Romaria

de São Bartolomeu, em

Ponte da Barca.

José Luis da Silva Fernandes,

aliás, Zezé Fernandes, nascido

e residente em Ponte da Barca,

estudou no Conservatório de

Música de Viana do Castelo, nas

vertentes de guitarra clássica e

formação musical, e frequentou

o Curso de Operador de Som e

Sonoplastia da rádio TSF.

A par da celebração dos 30 anos

de carreira, lançou novo CD

"Coisas simples de Zezé Fernandes"

, que está a ser um grande

êxito.

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COMUNIDADE

1ª Concentração

Motard, em Gossau

A V MARIA DOS SANTOS

Gossau é uma bonita cidade

situada na província de Zurique.

Conta com cerca de nove

mil habitantes, entre os quais,

uma numerosa comunidade

portuguesa.

A língua alemã torna um pouco difícil

a integração, no entanto, constatei

que a nova geração está perfeitamente

integrada.

Sabem conviver com ambas as culturas

o que simplifica bastante o seu

quotidiano.

Foi no passado dia 3 Julho, quando a

comunidade se preparava para partir

de férias, que o grupo Motard „Os

Lesma” de Gossau, decidiu romper

o habitual silêncio e organizar a sua

primeira concentração Motard.

Ficou assim inscrito no calendário o

primeiro convívio Motard e a primeira

festa portuguesa, após dois anos

de restrições devido à pandemia.

Foi com prazer acrescido que presenciei

uma vez mais o quanto importante

é ter uma vida social.

Ao chegar ao parque de estacionamento,

as cerca de 200 motas todas

rigorosamente estacionadas, deixavam

antever que, do outro lado, a

festa estava animada.

Realizou-se pelo final da manhã o já

tradicional passeio. Um desfile que

deixou espanto nos olhares, já que o

ruído característico destes veículos

não é do agrado de todos.

No entanto, como sempre digo,

não há beleza motard sem barulho

e fumo.

O Presidente do Clube „Os Lesma”,

Ricardo Marques e respectivos dirigentes,

demonstraram o seu entusiasmo,

organizado na perfeição

este primeiro encontro.

Foi, num ambiente totalmente acolhedor,

criativo, simpático e com

cumplicidade total entre os participantes,

um êxito que se reflectiu no

desenrolar da festa.

Estiveram presentes vinte e dois

clubes motards, vindos de diversos

pontos da Suíça e onde alguns cruzaram

fronteira, como no caso do

Luxemburgo e Portugal.

A gastronomia portuguesa esteve

bem representada em quantidade e

qualidade onde a principal preocupação

dos „Lesmas” foi a de servir

bem. Não fossemos nós portugueses.

Na cozinha, que explora o casal Pedro

Rodrigues e Virgínia Teixeira,

não tiveram mãos a medir na hora

de servir.

Todos esperavam, para além dos variados

pratos, o leitão assado no espeto

que fez a delícia dos presentes.

Eduardo e esposa, sofreram o calor

das brasas, mas foram compensados

pelos elogios, já que o leitão foi devorado

em pouco tempo.

Não devemos deixar de agradecer

à Câmara de Gossau, ZH pela ajuda

e esclarecimento no cumprimento

das regras a ter em conta devido ao

Covid 19.

Ao grupo Künzli AG Bauunternehmung

que cedeu, sem custos, parque

de estacionamento, casas de banho

e espaços verdes da zona, para os

10

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COMUNIDADE

que, nessa noite, decidiram acampar.

Os mesmos agradecimentos são extensivos

a Schönenberg Nutzfahrzeuge

AG, Carrosaria RIBO GmbH

pela cedência dos estacionamentos

sem os quais, nada teria sido possível.

Os representantes de cada clube foram

distinguidos com uma pequena

lembrança pela sua participação.

É indiscutível a amizade e respeito

entre Motards.

Como nota curiosa deixo aqui registada

a origem do nome deste clube

já com 11 anos.

Dois dos seus sócios, participaram

pela primeira vez numa concentração

na Suíça. Foram os últimos a

chegar… e assim surgiu o carismático

nome. Somos como as Lesmas. Devagar,

devagarinho.

Deixo-vos a recomendação: visitem

Gossau e disponham de uma refeição

tipicamente portuguesa no Clube

Português „Os Lesmas”. Aproveitem

para visitar o original museu

dos Motorrad em família, se têm

crianças, o Walter Zoo, mas muitas

outras actividades, podem ser desenvolvidas

nesta cidade.

Agora que estamos de regresso à terra

helvética com quase normalidade,

ajude o movimento associativo a renascer.

Estou a dar o meu contributo, neste

caso, aos Motards „Os Lesmas” que

de lesma não têm nada.

Estou muito feliz por vos conhecer

e constatar que de curvas entendem

vocês, as deste País no qual decidimos

viver.

Grata pelo vosso acolhimento e simpatia.

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CRÓNICA

DO NOSSO CANTINHO PARA O VOSSO CANTÃO

ARAGONEZ MARQUES

Quero

apresentar

uma autora

Neste recomeço, com final amargo de

fim de férias, resolvi apresentar aqui,

nesta minha crónica uma autora portuguesa,

com um filho emigrado na Suíça.

Cedo-lhe agradavelmente este meu

espaço e espero que Manuel Araújo, o

nosso homem das grafias se não zangue

com este trabalho de composição que o

obrigo a fazer.

A todos vocês, leitores, desejo um bom

regresso ao trabalho. Ao pessoal da revista,

diretor e colaboradores uma saudação

especial por se aguentarem nesta

aventura do nosso Lusitano.

Deixo-vos com Graça Amiguinho.

GRAÇA AMIGUINHO

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CRÓNICA

CORAÇÃO EMIGRANTE

Partiste, meu amor,

Com o coração angustiado.

Para trás deixaste,

As recordações do passado.

Um novo mundo te esperava,

Que tão bem te acolheu!

Esqueceste quem te explorava

E tanta coisa bonita, aconteceu!

Ver partir um filho, para um país desconhecido, sozinho,

embora apoiado por amigos, não é fácil para nenhuma

Mãe.

Vivi essa experiência há 7 anos, quando Portugal atravessava

uma grande crise e o trabalhador não se sentia

motivado, porque o seu esforço não era devidamente recompensado.

Pode parecer uma contradição, alguém saber quanto vai

doer a separação e tudo fazer para que ela aconteça.

Eu fui a primeira impulsionadora, para que a vida do meu

filho mudasse e ele pudesse ter um futuro mais risonho e

tranquilo.

Porque acredito que está escrito no destino, o caminho a

seguir e apenas temos que saber ler os sinais, interpretá-

-los e agir.

Ouvia as suas lamentações sem eu as poder resolver, mas

mesmo que pudesse, o temperamento independente e lutador

do meu filho, não se conformaria.

Começámos a enviar os seus CV, pois ele estava sempre

tão sobrecarregado de trabalho, que não lhe restava tempo

para fazer pesquisas na internet.

Porém, como já atrás referi, quando os caminhos estão

preparados para neles caminharmos, algo vem ao nosso

encontro para que esse processo se inicie.

Como gosto de abraçar novos projectos, criei em 2013,

um pequeno grupo musical com jovens, tendo entre eles,

filhos de antigas alunas minhas.

Aconteceu que, numa das actuações, uma dessas jovens

faltou. Ao indagar a razão da sua ausência, fiquei sabendo

que a mãe tinha ido à Suíça, onde o pai estava a trabalhar.

Essa notícia foi o descobrir de uma luz que iluminaria o

caminho, que eu tanto queria que o meu filho percorresse.

Como os laços de amizade verdadeira, nunca o tempo

os desfaz, de imediato essa família veio a minha casa, lhe

apresentei o meu filho e a minha nora, e o nosso amigo

foi o portador de CV dele para entregar em alguns locais

relacionados com a sua actividade profissional.

Contudo, verificámos que essa não seria a estratégia mais

eficiente.

O meu filho teria que ir pelo seu próprio pé e procurar

fazer os contactos necessários a uma possível contratação.

Esse dia foi o mais comovente das nossas vidas. Vê-lo

partir para o desconhecido, na incerteza de encontrar

trabalho, provocou nos nossos corações uma profunda

ansiedade.

Mas, por detrás das lágrimas que queriam aflorar aos nossos

olhos, existia uma grande esperança de que portas se

iriam abrir e com a sua capacidade e qualidade de trabalho,

conseguiria alcançar o que mais desejava.

Assim partiu, de mala feita, pensando ser fácil mudar a sua

vida. Aproveitou umas pequenas férias para dar esse passo.

Como tinha conhecimentos suficientes da língua, fez todos

os contactos possíveis, perto e longe da residência do

amigo que o acolheu.

Levara bilhete de ida e volta, porque nada estava garantido.

Não era tão fácil como prevíamos. Teve que regressar para

não perder “o saco e o atilho”, como se costuma dizer.

Regressou ao seu local de trabalho, na esperança de que

alguém de longe, o viesse a contactar.

E aconteceu. Duas entidades patronais da Suíça o chamaram,

ao mesmo tempo, para locais diferentes.

Fui eu que acertei as condições do seu primeiro contracto

de trabalho, para que não houvesse dúvidas, telefonicamente.

Já conheci a amável senhora que o aceitou e onde

iniciou a sua vida como trabalhador emigrante.

Aceitou a proposta mais próxima do local onde tinha

amizades e aí encontrou quem o recebesse em sua casa,

num quarto que alugou.

A segunda proposta chegou de um local mais evoluído,

com outro género de clientela. Agiu cautelosamente e

hoje, por voltas e mais voltas do destino, é nesse lugar

que trabalha.

Sente-se feliz, tem uma vida confortável e tranquila, apesar

da saudade da família e do seu país.

O emigrante português é bem recebido, neste país tão

bonito, porque o seu trabalho é honesto.

A todos desejo as maiores felicidades.

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CRÓNICA

Minhoto de Vieira do Minho

fundador da primeira agência

de viagens do mundo

COSTA GUIMARÃES (*)

A história da primeira agência

de viagens no mundo, fundada

na cidade do Porto, em 1840,

por Bernardo Luís Vieira de

Abreu, nascido em Rossas,

Vieira do Minho, inspira e traça

esta “odisseia” de 181 anos por

Portugal, Brasil, Angola e no

mundo.

O brasileiro António Pereira de

Oliveira descreve a Casa Abreu, em

2001, como “a mais antiga agência

de viagens de turismo do mundo”

(cf. Turismo e Desenvolvimento,

Planejamento e Organização, S. Paulo,

Editora Atlas) e situa a sua fundação

no dia 7 de Abril de 1840. Em 1940, o

jornal O Comércio do Porto assinala os

“cem anos de trabalho honesto”

da empresa criada por Bernardo

Vieira de Abreu.

O livro “Agência Abreu — Uma viagem

de 175 anos” resulta de uma “aturada

pesquisa desenvolvida ao longo

de oito anos, em torno dos factos,

das figuras e da documentação

relevante que narram a

história da primeira agência de

viagens, no mundo, a abrir um

estabelecimento de atendimento

directo ao público”.

O livro engloba contributos que vão

desde o arquivo da família Gonçalves

Concieiro, descendente directa

do irmão mais velho do fundador

da agência Abreu, à angariação de

testemunhos, de guias de turismo,

de clientes e de colaboradores

mais antigos da Agência Abreu, já

reformados ou ainda no activo, entre

outros, que conduziram à feitura

deste livro em que se destaca uma

sinopse valiosíssima que coloca em

paralelo as histórias de Portugal e da

empresa, ao longo dos últimos 175

anos.

Com centenas de fotos, desde

cartazes a publicidade, desde gestores

a lojas, uma encadernação e papel de

luxo, a capa do livro foi desenhada

pelo grande pintor português, Júlio

Resende, para uma brochura publicada

pela Agência Abreu, em 1960. Este

livro inclui anexos exaustivos sobre

esquemas genealógicos, abertura de

200 dependências do grupo Abreu e

uma profunda bibliografia muito útil a

investigadores de turismo, emigração

e viagens.

Naqueles dias iniciais de 1801, em que

a Espanha declara guerra a Portugal

— a das Laranjas — por não fechar os

portos aos navios britânicos, nascia

Bernardo Luís Vieira de Abreu, a 27 de

Fevereiro, em Ortezelo, na Freguesia

de Rossas, Vieira do Minho.

A casa em que foi dado à luz “ainda

se conserva na perenidade da pedra

em que foi construída. Era designada

por “Casa da Adega”, já que este era

o topónimo de uma parte do lugar de

Ortezelo e serviu muitas vezes para

identificar os moradores do Casal

da Lage e Castanheiro; era foreira

cabeça do dito “prazo” do Arcediago

do Mosteiro de São Salvador do

Souto de Fonte Arcada a família

de Gonçalves Luís, a quem outras

famílias consortes pagavam os foros

das respectivas propriedades”.

Tudo indica que os antepassados de

Bernardo de Abreu viviam numa

situação desafogada e a genealogia

comprova uma origem remota que

tem como epicentro alguns lugares da

freguesia de Rossas (Celeirô, Pombal,

Ortezelo). A menção deste antigo

concelho até 1836 (com foral dado

em 1514) em documentos oficiais

remonta a 1014 e aparece como

abadia de apresentação dos Abreus,

senhores de Regalados.

Este filho da Casa da Adega há-de

emigrar, em 1819, para o Brasil, onde

ganha dinheiro para fundar, no Porto,

a Agência Abreu com a finalidade

de vender passagens para o Brasil e

solicitar passaportes, num ano em

que Costa Cabral publica a Lei das

Rolhas que limita a Liberdade de

Imprensa. A empresa vai manterse

até aos nossos dias na posse de

descendentes directos do visionário

de Vieira do Minho.

O pai de Bernardo Abreu, José

Luís Vieira Gonçalves, nascido em

Ortezelo, lugar onde faleceu, casou

com Teresa de Abreu, nascida no

lugar de Celeirô, a 16 de Março de

1788, morre na Casa da Adega, e é

o seu apelido que permanece no

futuro. O seu casamento exigiu uma

bula de dispensa do Papa, por terem

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Lusitano de Zurique - Setembro 2021 | www.cldz.eu


consanguinidade de terceiro e quarto

graus. Bernardo é um dos oito irmãos

todos nascidos no lugar de Ortezelo e

foi baptizado na Igreja de Rossas a 4

de Março de 1801. Também os avós e

bisavós são naturais de Rossas.

Teria 18 anos quando emigrou para

a Bahia, em 1819, e depois Rio de

Janeiro, mas desconhecemos se partiu

como acompanhante de alguém com

passaporte, ou saiu clandestinamente

ou terá embarcado na Galiza.

Manteve-se no Brasil até 1928, uma

vez que o processo de independência

do Brasil, em 1922, trouxe alguns

incómodos, perseguições para os

portugueses e mesmo assassínios.

LIGAÇÃO À TERRA NATAL

Bernardo Abreu nunca se desligou do

torrão natal, sendo padrinho de vários

filhos dos seus irmãos, como é o caso

de Raquel que faleceu na casa do

Sameiro, um palacete do séc. XVIII,

em Ortezelo, onde nasceram mais

tarde os irmãos (Roberto, Gaspar

e Vasco Sameiro, corredores de

automóveis, este último com grande

notoriedade devido a importantes

provas que venceu no Brasil e em

Portugal).

Segundo filho, privado de herdar os

bens da família, Bernardo Abreu tenta

a sua sorte no Brasil. No regresso, em

1828, casa com a amarantina Francisca

de Jesus, com quem tem treze filhos,

todos nascidos na cidade do Porto.

Bernardo Abreu aparece, em 1837,

entre os “negociantes nacionais” da

praça do Porto e a tradição familiar

aponta o ano de 1840 para a criação

da empresa, na rua do Loureiro, que

dirigiu até ao dia da sua morte, em 19

de Dezembro de 1878, de febre tifóide,

durante um surto que grassava então

na Invicta. Um registo de passaporte

de 8 de novembro de 1848, assinado

profissionalmente por Bernardo

Luís Vieira de Abreu refere a Rua do

Loureiro e, em Janeiro de 1896, o Jornal

de Santo Thyrso já publicava anúncios

da “Casa Abreu” com a menção de que

tinha sido fundada em 1840.

As origens da Agência encontram-se

indissociavelmente ligadas ao Brasil e à

emigração que, do Norte de Portugal,

se desenvolve na primeira metade do

séc. XIX e se prolonga até ao século

seguinte, numa longa caminhada de

emigrantes que iludiram as leis de

proibição ou restrição de ambos os

territórios e ignorou as mudanças dos

regimes políticos.

DAR CORPO A SONHO

LUSITANO

Bernardo Abreu deu corpo ao

sonho dos portugueses que partiam

— cultos ou analfabetos, ricos ou

pobres — sabendo que a “aventura

se afigurava mais forte que o

enraizamento” até à segunda

Grande Guerra Mundial, tempo em

que a emigração para o Brasil diminui.

Os sucessores de Bernardo Abreu

percebem a mudança e centram-se

sobretudo no turismo que começava a

afirmar-se como indústria florescente.

Também os filhos de Bernardo Abreu

— pelo menos cinco — embarcam

nesta aventura de migração para o

Brasil. Daniel Luís Vieira de Abreu

foi o continuador da segunda geração

na Casa Abreu. Aníbal Vieira de

Abreu, filho de Daniel também esteve

emigrado no Rio de Janeiro, dos 13

aos 20 anos de idade, e foi o seguinte

sucessor do negócio do avô Bernardo,

cujo legado principal foi o “capital

moral, a credibilidade que

conferiu à casa de passagens e

bilhetes que fundou e consolidou

num tempo em que a procura

destes produtos era grande

mas também por isso a oferta

nem sempre se regulava pelas

regras estritas da honestidade

e transparência”. Joaquim Costa

Leite recorda que o Brasil recebeu

mais de um milhão de portugueses,

entre 1855 e 1914, oriundos de entre

Minho e Vouga.

A quebra da emigração para o Brasil

coincide com alguns momentos mais

difíceis da Instituição, nas primeiras

duas décadas do séc. XX, seguindo-se

CRÓNICA

a transformação de casa de passaportes

e passagens para a venda de turismo

sob gestão de Augusto e Aníbal Lopes

Vieira de Abreu (entre 1924 e 1973)

que protagonizam a gestão mais longa

da Casa Abreu.

A marca começa a ser uma referência

em Portugal, multiplicando filiais que

vincavam a qualidade dos serviços

prestados, mercê do pioneirismo

traduzido em apostas estratégicas em

produtos, parcerias e tecnologias de

comunicação, recordadas em vários

capítulos desta obra.

A parte final do livro evoca os

sucessores de Bernardo Abreu da

quinta geração com Aníbal (era o

mais velho), Alberto e Artur Vieira de

Abreu que catapultam a marca para

a liderança absoluta do segmento

do lazer, ou seja a “passagem

do turismo de alfaiate para o

turismo de pronto-a-vestir, sem

prejudicar a qualidade alargando

a sua actividade a todos os

continentes”.

Além da internacionalização, a

secção de carga foi outra das apostas,

em 1957, além dos voos charter,

desde 1972, dando merecimento a

várias condecorações e medalhas de

mérito nacionais e estrangeiras que

testemunham o mérito de milhar e

meio de trabalhadores.

Alberto e Artur Vieira de Abreu

continuam hoje a grande obra de

perseverança num tripé de excelência

em que assenta o êxito de uma marca

que continua a reinventar-se em todo

o mundo, a partir de Rossas, Vieira do

Minho, a onde voltam, amiúde, para

apreciar as suas raízes.

Tanto assim é que instituíram um

concurso, em 2013, — “Dá cor às

tuas viagens” — que envolveu os alunos

de todas as escolas do ensino básico

do concelho de Vieira do Minho que

proporcionou a algumas crianças a

primeira viagem internacional.

(*) Jornalista, Ex-Capelão Militar e

ex-Director do Jornal Correio do Minho

Lusitano de Zurique - Setembro 2021 | www.cldz.eu

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ACTUALIDADE

Carta enviada às entidades de Saúde e

a muitos hospitais a solicitar análises à

eficácia do tratamento Covid-19

Exmo Srs.

Eu, Jorge Fidalgo, portador da cédula

profissional master em Naturopatia no

0300525 ACSS e da cédula profissional

Fitoterapia no 0400325 emitida pela

ACSS Portugal. Membro do Conselho

Federativo das Medicinas Não convencionais

– APNA e APFC Desde 2001

que me dedico às minhas investigações

de tratamentos naturais para inúmeras

doenças consideradas crónicas, fundando

a minha clínica de Medicina Natural,

a NaturoClinic.

Embora esteja ciente do ceticismo da

medicina convencional quanto aos tratamentos

da medicina natural, mas perante

a pandemia que se vive atualmente

no nosso país e no mundo, causada pelo

Covid-19, julgo ser meu dever informar

e divulgar um tratamento que acho ser

uma mais valia!

Este suplemento, de nome Quimi, é utilizado

há cerca de 10 anos em pacientes

com doenças pulmonares, tendo obtido

excelentes resultados em 98% dos casos,

sem nunca se ter verificado qualquer

efeito secundário.

A função deste tratamento é desobstruir

os brônquios, limpando os alvéolos pulmonares,

que prejudicam a respiração,

provocando tosse, dores, falta de ar e

cansaço extremo. Dando assim tempo

e meios ao organismo para combater

a infeção viral. O alívio e melhora dos

sintomas notam-se em poucas horas,

sendo estes os maiores causadores de

internamentos e mortes. Evitando a

necessidade de ventilação /ou meios de

manutenção vital extremos e evasivos,

dando assim tempo ao organismo para

combater normal e gradualmente a infeção

viral. 98% dos casos evidenciam um

grande melhoramento no quadro sintomático.

Esta descoberta foi feita com base em

alfa rabiscos escritos durante a febre

pneumónica de 1919, e continuou a ser

usada ao longo dos tempos em crises e

doenças pulmonares. Embora não seja

vocacionada diretamente para situações

virais, notou-se grande melhoria em

todo o quadro sintomático associado ao

COVID-19. A esmagadora maioria teve

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Lusitano de Zurique - Setembro 2021 | www.cldz.eu

um alivio de 99% em apenas algumas

horas ou dias (em casos mais extremos)

e não voltou a notar sintomas durante

o período em que o vírus este ativo no

organismo até à sua neutralização, mantendo

sempre a toma adequada deste

produto.

Este suplemento não está ainda a ser comercializado.

É um manipulado fitoterapêutico

desenvolvido pelo fitoterapeuta

Jorge Fidalgo. Uma solução concentrada

que é ingerida em diluição sob a forma

de uma porção de gotas adequada ao paciente

dissolvidas em água diariamente,

tendo sempre a dosagem recomendada

de ser adequada por um profissional

com formação para a efeito. O paciente

coloca as gotas indicadas em sua própria

casa num pequeno recipiente com água

e ingere.

Venho por este meio solicitar a vossa

colaboração num teste a este produto

e que seja avaliado pelos vossos técnicos

ou responsáveis! Este tratamento já

demonstrou tal eficácia no tratamento

do quadro sintomático associado à CO-

VID-19 que estou confiante que com a

vossa colaboração e tendo em conta o

apoio e incentivo dado pela OMS para

inovações naturais no continente africano,

podemos em conjunto encontrar

uma resposta para o bem de todos. Acredito

a 100% neste tratamento, as evidencias

são fácil e rapidamente notadas

assim que se realizar a primeira toma.

Mais afirmo que o único apoio que necessito

será na possibilidade de teste ou

observação deste produto.

Após a vossa avaliação e interesse facultamos

toda informação detalhada, esclarecimentos

e formação para uso e manuseio

desta solução. Bem como pretendo

marcar uma reunião para apresentação

e demonstração de resultados presencialmente

o mais urgente possível, como

sabemos cada dia que passa a situação

agrava-se e mais pessoas e crianças morrem

diariamente a nível mundial.

Reforço a minha intenção de teste e avaliação

com uma demonstração de boa

fé oferecendo todo o produto que seja

necessário para este efeito sem quaisquer

custos. A nível europeu não existem

incentivos para a medicina natural,

pelo que acabei por ser ignorado, mas ao

saber do incentivo da OMS para o continente

Africano, fiquei esperançado de

em conjunto convosco podermos avaliar

esta resposta que já tantos resultados

evidenciou. Baseio-me em factos e evidencias

e com uma convicção que temos

aqui uma mais valia face à situação global

que atravessamos.

Aguardo um contacto vosso urgente sobre

esta questão, e intenção de oferecer

o produto sem qualquer custo para que

seja testado por vós.

Aproveito também esta oportunidade

para vos dar a conhecer que além de

Quimi, desenvolvi já várias outras formulas

diversas entre cremas, loções, pomadas,

para tratamento eficaz de várias

outras patologias. Primo pela inovação e

aproveitamento de técnicas antigas adequando-as

aos tempos e inovações tecnológicas,

contando já com milhares de

casos de sucesso em diversas áreas com

vos convido a visitar em www.jorgefidalgo.com

ou na minha página de Facebook

(https://www.facebook.com/jorge.fidalgo.750),

onde diariamente demonstro

resultados com testemunhos em pessoa

sobre os diversos tratamentos.

Clínica própria:

Jorge Fidalgo - NaturoClinic

sede: Bairro dos Capuchos – Leiria –

Portugal

Contacto: +351 244 470 715

Telemóvel: +351 919 688 888

Clínica: +351 916 515 088

Email: jorgefidalgoclinic@gmail.com

NOTA ESPECIFICA:

Está também a decorrer um estudo muito

promissor relativo à prevenção de Covid-19

com este produto. A seu tempo e

oportunamente poderemos esclarecer e

fornecer mais dados sobre esta e qualquer

questão de preferência sob a forma

de reunião formal ou contacto direto.

P.S.: Apelo à máxima urgência na apreciação

e resposta desta proposta para

que possamos atuar o mais urgente possível.

Jorge Fidalgo - Fitoterapia e Naturopata.


COVID-19

Tratamento que poderia ajudar

a travar a Pandemia, em standby

MANUEL ARAÚJO

Naturopata e investigador

de Leiria, que dedica a

maior parte do seu tempo

numa permanente investigação

para arranjar soluções

que melhorem a qualidade

de vida das pessoas que sofrem

de doenças sem solução

à vista, dá também consultas

em várias cidades da Suíça.

Os tratamentos, diz, são feitos à

base de complexos de plantas medicinais

oriundas de todo o mundo e afirma poder

ajudar as pessoas na maioria das

doenças; desde problemas hepáticos

com tratamento natural e com eficácia

de 100%, azia, refluxo, estômago e barriga

inchada, tratamento garantido em

apenas 12 dias. Hemorróides, alívio imediato

após primeiro tratamento, doenças

da pele, incluindo psoríase, ciática, tendinite,

dores lombares, que geralmente o

alívio processa-se em apenas 10 minutos,

e afirma também ter aperfeiçoado

um produto que se tem revelado bastante

eficaz no quadro sintomático

pulmonar.

Chama-se Jorge Fidalgo, é Naturopata

e falei com ele. Quis saber o motivo

das acusações que lhe têm sido dirigidas

por algumas entidades e em que

ponto está a situação da queixa que foi

apresentada contra ele às autoridades

de saúde e judiciais.

Começou por dizer que há quem não

aceite ver a aparecer com métodos, inovações

e produtos diferentes dos usuais.

É difícil por vezes mudar o paradigma

de tratamento e reconhecer que há de facto

quem consiga olhar de forma diferente

para os problemas e por essa razão, encontrar

outras e mais eficazes soluções.

Foto: NaturoClinic

Jorge Fidalgo, detentor da NaturoClinic - Leiria

O que motivou as denúncias foi precisamente

essa falta de tentar perceber, conhecer,

ou entender metodologias diferentes,

as quais partiram de colegas e/ou associações.

As outras tiveram origem em colegas

da Saúde que não quiseram sequer saber

do que se tratava, ou em páginas de cépticos

da Internet.

Toda esta “poeira”, mentiras e difamações

levantadas contra a minha descoberta

e colaboração na luta contra o Covid-19,

acontece após uma carta enviada ao Infarmed/DGS

a solicitar que o produto

fosse testado e da publicação deste vídeo

- https://bit.ly/3AM57cY - onde dou

a conhecer o tratamento contra Covid-19.

Conta, que - foi depois disto que se viraram

contra mim e fui ameaçado para me

calar com Covid, daí a queixa à Inspecção-Geral

das Actividades em Saúde e ao

Ministério Público.

Depois disto começaram as pressões sobre

mim e o meu trabalho. Por vezes é difícil

explicar a alguém, que não quer ver, que

nem tudo se resume a comprimidos, ou que

um comprimido não trata um osso fora do

sítio. Tenho milhares de casos tratados das

mais diversas patologias, muitas consideradas

crónicas.

Jorge Fidalgo diz lamentar o desinteresse

das autoridades, pois, caso

o “Quimi NaturoClinic” tivesse

sido testado e aprovado, acredita que

muitas camas dos cuidados intensivos não

teriam sido utilizadas, e, possivelmente,

muitas mortes poderiam também ter sido

evitadas.

Reforça ainda que não perdeu a esperança

e que continua a enviar e-mails

e a fazer chamadas periodicamente,

na tentativa que alguém queira testar

o seu produto.

Refere não ter perdido a esperança

que apareça alguém que o possa ajudar

a testar o seu produto.

Termina dizendo que se sente realizado

pelo facto de ter conseguido

soluções eficazes para o tratamento

de inúmeras doenças crónicas e/ou

julgados incuráveis e que a sua grande

motivação é ajudar as pessoas.

Constatem os testemunhos de pessoas reais

nas nossas páginas. 1 2 — Disse.

1 https://bit.ly/37SKxLo

2 https://bit.ly/3y0UMrP

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DESPORTO

"Sempre tive a ambição de experimentar outros

campeonatos mais competitivos, para me desafiar."

Rui Miguel de Sousa Moreira - Treinador

Natural de Pedroso, Vila

Nova de Gaia de 35 anos depois

de passagens por equipas

femininas de Voleibol

AVC Famalicão, Portugal

e AJM FC Porto aceitou o

desafio de comandar a equipa

VFM na Suíça, mais propriamente

na zona de Saignelégier

cantão de Jura.

JORGE MACIEIRA

CLZ- Uma pequena apresentação

do Rui Moreira como pessoa

e treinador

— RM- Sou uma pessoa, muito

apaixonada pelo que faço, pelo meu

trabalho, dedico-me muito a tentar

realmente ser melhor e ser o melhor

naquilo que faço. Sou bastante ambicioso,

competitivo, e muito estudioso.

Como pessoa, sou alguém pacato,

gosto de estar em casa, ver filmes, séries,

ler livros, estar com a minha namorada.

Adoro ir ao cinema, ir à praia,

gosto muito de neve também, gosto

de comer sushi e gosto muito de viajar

sem destino. Sou licenciado em Educação

Física, mas de há uns anos para

cá só exerço a profissão de treinador.

CLZ- Como se iniciou no mundo

do voleibol?

— RM- Comecei no voleibol por influência

familiar. A minha família, nomeadamente

o meu pai tiveram uma

influência directa. O meu pai como

ex-atleta e treinador naturalmente

acabou ter influência no meu interesse

a paixão pela modalidade e as coisas

acabaram por surgir naturalmente.

Sempre metido nos pavilhões, era impossível

não começar a jogar. Depois

a transição da carreira de jogador para

treinador acabou por ser um processo

natural. Comecei a ter muito interesse

pelo treino, a dedicar-me cada vez

mais, e acabei por deixar de jogar bastante

cedo. Já me interessava mais o

cargo de treinador do que ser atleta.

CLZ Para si qual foi o ponto mais

alto da sua carreira?

— RM- Tenho muitos pontos importantes

na minha carreira que me

ajudaram sempre a dar o salto para o

patamar seguinte. Como disse anteriormente

acho que tive uma carreira

sustentada até agora, e suportada com

trabalho e vitórias.

Nunca tive pressa de chegar rápido ao

topo, mas tive a sorte de poder ir escalando

de forma rápida. Os resultados

e o trabalho ajudaram muito.

Se tiver que particularizar. O meu primeiro

título como treinador Sénior,

no FAC (masculino) foi muito, muito

importante. Um ano de afirmação,

onde trabalhei com amigos, com, ex

colegas de equipa, com atletas jovens.

Um ano que me deixa muitas saudades,

criamos ali de facto um grande

grupo, e trabalhávamos muito. Éramos

a melhor equipa, mas fomos também

os campeões do trabalho.

Todas as oportunidades que tive nas

Selecções Nacionais jovens e Seniores

foram muito, muito importantes para

me ajudar na projecção internacional.

Por fim a AJM / FC Porto, foram 2

anos maravilhosos no que toca a títulos,

conquistas e trabalho desenvolvido.

Eu, e todo o meu Staff deixamos

uma marca no clube muito grande. 4

títulos em 5 possíveis (e um "reitirado"

devido à pandemia do covid-19).

Contribuímos muito para melhorar a

infra-estrutura do clube, as condições

de trabalho e a profissionalização das

pessoas e do projecto. Foram 2 anos

muito intensos, de muitos títulos, e

tenho a certeza que deixamos uma

marca e um vínculo que irá perdurar

por muito tempo.

CLZ- Como surgiu o convite para

iniciar este projecto na Suíça? E o

que o motivou a aceitar o desafio?

— RM- O projecto da AJM / FC

Porto foi um projecto de vida, foram

7 anos naquela casa onde começamos

literalmente do 0. No entanto, sempre

tive a ambição de experimentar

outros campeonatos, mais competitivos,

para me desafiar.

Não pensei que fosse este ano, gostava

muito e estava organizado para

continuar por muito tempo no projecto,

mas infelizmente eu e o clube

entendemos que o melhor para todas

as partes seria a troca de treinador

porque ambos tínhamos ambições

18

Lusitano de Zurique - Setembro 2021 | www.cldz.eu


valores, princípios e ideias diferentes.

Acabou por ser um processo natural,

saí da AJM / FC Porto, coloquei-me

no mercado internacional, tive alguns

convites e acabei por optar pelo projecto

do VFM.

Os motivos foram simples, campeonato

mais competitivo, excelentes condições

de trabalho, e o mais importante

de tudo, o quanto quiseram contar

comigo, tudo o que fizeram para me

proporcionarem todas as condições de

trabalho, e o quanto demonstraram

quererem que eu participasse, colaborasse,

e ajudasse a que o clube crescesse.

Acho que chegamos a um "casamento

perfeito" no que toca aos meus objetivos

pessoais e os do clube.

Ee sou ambicioso, quero vingar no

topo europeu, e o VFM é um passo

importante para atingir esse patamar

(quem sabe com o clube), ao mesmo

tempo o clube quer crescer, valorizar-

-se, ter ainda uma maior referência no

panorama nacional e começar a ter

expressão internacional. Estamos em

sintonia e juntos, mais a comunidade

local, e todos os Patrocinadores vamos

conseguir projectar o clube. Toda

a gente conta.

CLZ- O que espera encontrar no

VFM?

— RM- Espero encontrar um clube

com boas condições de trabalho, que

investe muito na formação, um clube

humilde, familiar, mas que tem a ambição

de se projectar.

Espero encontrar atletas motivadas e

ambiciosas. Dispostas a trabalhar muito,

que o desejo e o brilho nos olhos de

aprender mais, de jogar melhor, de ter

resultados desportivos, e com a ambição

e talento para construir um grupo

forte coeso e unido.

CLZ- Quais os objectivos traçados

para a próxima época?

— RM- Primeiro de tudo, há uma

questão muito clara, desporto de competição

sem ser para jogar para ganhar,

não é competição, é recreação. Agora,

tenho noção que nem de perto somos

o melhor plantel, nem o melhor orçamento,

não conheço a fundo o campeonato,

as infra-estruturas, etc.

Mas sei duas coisas, conheço o meu

trabalho, ambição e forma de estar no

desporto e na vida. E sei que o desporto

já nos deu por diversas vezes histórias

e sucesso, superação e resultados

inesperados. Vamos ver os quanto estas

atletas o querem, o quanto os staffs

conseguem potenciá-las e o quando o

clube consegue criar todas as condições

para se chegar o mais longe possível.

Se todos tiverem a ambição desmedida

de lá chegar, de jogar bom voleibol,

de evoluir e crescer colectivamente, se

tivermos sorte, se formos competentes,

se treinarmos muito, vamos estar

muito mais perto de melhorar a classificação

da época passada (6º lugar). Se

vai ser 5º ou 1º veremos, não jogamos

sozinhos, mas os adversários podem

contar connosco para ter bons jogos e

bons desafios.

Está nas nossas mãos até onde queremos

levar o nosso sonho!

CLZ- Foi fácil após conquistar

um campeonato, uma taça de

Portugal e duas Supertaças em

duas épocas agora emigrar pela

prima vez?

— RM- Nunca é fácil deixar tudo

para trás e correr atrás de um sonho.

Muito menos o é quando temos toda

uma vida organizada e preparada para

continuar e de repente vemo-nos

numa posição de tomada de decisão

de o fazer. Mas a vida de treinador é

mesmo assim. Hoje aqui amanhã ali,

sempre em busca do melhor para si.

Tenho a certeza de duas coisas "levo

na mala" a consciência tranquila, a ambição

triplicada, e os melhores ao meu

lado sempre.

DESPORTO

CLZ- Como avalia o actual momento

do voleibol feminino em

Portugal em comparação com

outros países?

— RM - O voleibol feminino em Portugal

melhorou muito nos últimos 2

anos. Há uma diferença abismal destas

duas últimas temporadas e o que

acontecia antes disso. Para isso contribuiu

o aparecimento de Benfica, Porto

e Sporting na primeira divisão, de

um aumento financeiro por parte dos

clubes, que mesmo em época de pandemia

gastam mais de ano para ano, e

com isso da vinda de mais estrangeiras

de valor. O campeonato nos anos anteriores

teve bastantes estrangeiras, mas

maioritariamente atletas de segunda e

terceira linha. Nos últimos dois anos

foi possível manter as poucas atletas

de primeira linha que já cá andavam, e

mais importante de tudo, ser apelativo

para as atletas de primeira linha do panorama

internacional.

A atleta portuguesa está em evolução.

Há atletas com potencial físico, mas

precisam de trabalhar muito tecnicamente

e mudar muito a sua mentalidade.

CLZ- Uma mensagem que pode

deixar aos nossos eleitores

— RM- Espero que toda a comunidade

portuguesa acompanhe de perto e

de longe o nosso trabalho, que se juntem

a nós ao fim-de-semana, e que nos

ajudem a atingir os nossos objectivos.

RESPOSTA RÁPIDA

CLZ- Desporto

— RM- Uma escola de vida, de valores

e princípios;

CLZ - Voleibol

— RM- Uma paixão imensa. Aquilo

que me faz estar ligado 24h por dia;

CLZ- AJM/FC Porto

— RM- Um projecto de vida, uma

paixão, a quem desejo toda a sorte e

sucesso do mundo;

CLZ- Portugal

— RM- A minha casa, para sempre,

independentemente de onde o futuro

me levar;

CLZ-VFM

— RM- O próximo desafio, o próximo

passo, a próxima ambição, alguém

que me abriu a porta do panorama

internacional e a quem espero

não defraudar expectativas!

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RECANTOS HELVÉTICOS

Emmetten

A V MARIA DOS SANTOS

Emmetten é uma bonita vila na

província de Nidwald, com apenas

mil e trezentos habitantes.

Foi num dia de Verão que aceitei

gentilmente o convite do senhor sol,

que espantosamente nos fez uma

curta visita.

Como dizer não depois de quase

três semanas de chuva e vento?

Foi de braços abertos e com o coração

cheio de emoção, que voltei a

vestir a minha farda de montanha.

Enquanto trepei até aos dois mil

metros e com as gotas de suor carinhosamente

a deslizarem pelo corpo

que, de tão devagar descerem,

me faziam cocegas… um largo sorriso

soltava-se do meu rosto…

Perguntaram-me, porquê? Disse

muito orgulhosa que, tinha tirado o

meu sorriso da gaveta do Covid…e a

gargalhada foi contagiante.

Após duas horas e quarenta minutos,

atingi o Niderbauen Kulm. Uma

paisagem de cortar o fôlego.

A atmosfera é sóbria e única sob

os quatro lagos. São eles o Lago de

Lucerne, Scwytz, Uri, Nidwald e

Obwal. Estes dois últimos vivem em

perfeita união matrimonial e transformaram-se

num só.

Foi virada para esta paisagem que a

doce ilusão de termos um final de

ano com mais tranquilidade e sobretudo

com mais liberdade, se desvaneceu.

As alterações climáticas, mostram

a sua força e o quanto somos impotentes

perante as suas decisões.

As inundações devastaram a Bélgica,

Alemanha e embora não tendo

provocado vítimas mortais, a Suíça

viu as cidades que estão mais perto

dos rios e lagos, inundarem-se deixando

casas e locais totalmente arruinados.

O granizo e vento que passou em várias

cidades suíças, destruíram carros,

tectos e casas.

Os agricultores perderam milhões.

E nós totalmente desarmados assistimos

a esta fúria que já era previsível.

Temos de nos consciencializar que

necessitamos de alterar os nossos

costumes, para salvar o planeta.

Há uma necessidade imperiosa:

Começar a agir com cautela em prol

da nossa natureza.

Todo e qualquer passo invulgar, descuidado

e distraído, pode trazer-nos

um futuro muito obscuro e incerto.

Não é esta postura que nos caracteriza.

Se por um lado queremos tudo

sem o menor esforço, por outro temos

algo que se chama NATURE-

ZA e que já mostrou a sua verdadeira

potência, obrigando-nos a voltar

costas aos mais despropositados

gestos e costumes.

20

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OPINIÃO

A memória, a censura e a liberdade

CARLOS ESPERANÇA

Se todos os que guardam memória

da censura estivessem interessados

em que não se repetisse o regime

opressivo em que vivemos, teriam

ensinado, às gerações que vieram, o

que foi a ditadura.

É ilusão pensar que a liberdade é

uma aspiração universal, que a democracia

liberal é o regime inspirador

dos povos, que o pluralismo, por

mais defeitos que tenha, é superior a

qualquer partido único.

A longa ditadura que Portugal suportou

teve quem a apoiasse, pelo

medo, a forma mais eficaz, pela ignorância

ou, ainda, pelos benefícios

que distribuía aos sicários.

Os bufos e rebufos que colaboravam

com as forças repressivas não se limitavam

aos que escutavam conversas

nos cafés, catavam a correspondência

nos centros de distribuição

dos CTT ou gravavam chamadas

telefónicas de suspeitos da ditadura.

Uma multidão de censores lia as provas

dos jornais e revistas para autorizar

a circulação.

Quem nasceu em liberdade não imagina

o que representaria a perda e dificilmente

pode compreender o que

diariamente fazia uma multidão de

censores, investidos de poderes discricionários,

às peças dos jornalistas

e às próprias notícias, então submetidas

ao crivo e ao humor do censor,

sem certezas de que pudessem ser

difundidas.

Para lá das malhas apertadas da censura,

na defesa dos bons costumes,

a bem da Nação, havia ainda a tendência

dos obtusos censores desvirtuarem

as notícias, mondá-las, como

se fossem ervas daninhas, ou podá-

-las, se considerassem tóxicos alguns

substantivos ou adjetivos.

* Escreve segundo o Acordo Ortográfico

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RETRATOS CONTADOS...

Diário de uma avó e de um neto

22

Alice

Vieira

Nélson

Mateus

Querida avó,

Penso que fui um bom neto.

Todos os dias tento ser boa pessoa,

um dos muitos princípios que aprendi

com os meus avós.

Estejam onde estiverem, os meus avós hão

de certamente ter orgulho na educação que

me deram.

Os meus 4 avós eram analfabetos, mas foram

das pessoas mais inteligentes que conheci

até hoje.

Com eles aprendi a ser resiliente, determinado,

persistente, confiante, positivo, otimista,

daqueles que acham sempre que vai

correr tudo bem e que o melhor está para

vir…

Embora nem sempre seja assim!

Muitas vezes as coisas não correm como

previsto mas, tal como aprendi com os meus

avós, nunca devemos enterrar a cabeça na

areia como as avestruzes, mas sim acreditar

em nós e lutar para fazer dos nossos sonhos

a realidade.

Jamais irei esquecer o avô João e a avó Vitória

(avós maternos), que viviam no campo

numa casa centenária.

Com eles aprendi o que é a vida no campo,

como são criados os animais, como são cultivados

e colhidos os frutos e os legumes,

como é ir buscar água a um poço e muito

mais.

Foram avós que nunca tiveram luz elétrica,

nem água canalizada (por opção). Mas eram

felizes com o pouco que tinham.

Jamais irei esquecer o avô Alberto e a avó

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DIA DOS AVÓS

Clementina (avós paternos), que viviam

V NELSON MATEUS (*) na casa azul, com quem eu estava diaria-

V ALICE VIEIRA (*)

mente.

Com eles aprendi o respeito pelo dinheiro,

o que é a Liberdade conquistada em

1974, aprendi a respeitar o próximo, a

trabalhar para conquistar o que precisamos,

e muito mais.

Na casa dos meus avós havia um saco

de pano, que todas as manhãs aguardava

pela visita do padeiro. Recordo-me de ir

com os avós à mercearia, e as frutas vinham

todas juntas dentro de um saco de

rede.

Lembro-me da forma como os avós poupavam

a água, não desperdiçavam comida,

só tinham acesas as luzes da divisões

da casa que estavam a ser usadas… e muito

mais.

Quando hoje se discute tanto o uso dos

sacos de plástico e tudo o resto, pergunto

se os nossos avós (sem o saberem), não

eram muitos mais amigos do Ambiente

do que nós somos hoje em dia.

Com os os Retratos Contados tenho

aprendido imenso.

Tem sido um privilégio conhecer pessoas

fantásticas, que partilham com os Retratos

Contados memórias de infância. Testemunhos

que abordam a temática dos

avós e dos netos de forma descontraída.

Espero que através dos testemunhos dos

Retratos Contados, todos aprendam a

respeitar e a valorizar os mais velhos.

Obrigado por “seres minha avó”, e me

ajudares a construir uma “Biblioteca de

Avós.

Feliz dia dos avós.

Querido neto,

Dizia o prof.

João dos Santos

que “ nenhuma criança

pode viver sem uma avó e

sem uma aldeia—e se os não

tiver, terá de os inventar”.

A aldeia para mim era Lisboa…e

não me fazia muita

confusão. A aldeia da família

era a aldeia de Lapas

(perto de Torres Novas e

onde hoje vive o meu filho),

ia lá de vez em quando

e isso bastava-me.

Mas tive de escolher a minha

avó.

A minha avó foi a minha

prima Maria Lúcia Namorado

(jornalista no “Diário

de Lisboa” e directora

de uma revista de grande

sucesso chamada “Os

Nossos Filhos”(1942-1958),

onde colaboraram todos

os grandes nomes da cultura

desse tempo. Não sei o

que teria sido a minha vida

sem ela. Sempre pronta a

ouvir-me, fosse a que horas

fosse. E evitou que eu

fizesse muitas asneiras…

Um dia fugi de casa. Fui

ter com ela (para além de

jornalista trabalhava na


CULTURA

Fundação Sain com o psiquiatra

Martinho do Rosário

–mais conhecido por

Bernardo Santareno) e lá

lhe contei tudo. Ela levou-

-me para casa dela, e fiquei

lá uns dias até acalmar, e

ela me convencer que, para

sair de casa eu tinha de depender

de mim própria e

de mais ninguém, por isso

era preciso continuar a estudar

para arranjar uma

profissão, e então fazer da

minha vida o que quisesse.

Aprendi a lição e comecei

a trabalhar no “Diário

de Lisboa” aos 18 anos. Já

morreu há 20 anos e todos

os dias sinto a falta dela.

Quanto aos meus netos—

têm aldeia e têm avós. Não

precisaram de inventar nada.

Atrás do pai, que era professor

e colocado em várias

universidades, mudaram

de caasa, de terra e

de país vezes sem conta.

A primeira palavra que a

Adriana, minha neta mais

velha, disse foi “adeus”…

Já mais velha, um dia perguntei-lhe

“quando dizes a

minha terra—a tua terra é

onde?” “É onde me sinto

bem”. Depois de andanças

e mais andanças, tem agora

25 anos, é cientista, e vive

em Cambridge. A seguir o

Diogo, também nas mesmas

andanças (mas esse, sabe-se

lá porquê, a primeira

palavra que disse foi “escadote”…)

tem 22 anos e está

a fazer um doutoramento

em Matemática na Universidade

de Northwestern,

em Chicago (onde todos

viveram em 2003 ); o Pedro

tem 21, estuda engenharia

aero-espacial no Técnico,

tem o curso de piano e há

uns anos que estuda alemão

porque depois quer ir

para a Alemanha; a Isabel

tem 16, está no 12º ano na

escola de Torres Novas e é

campeã de futsal. (um bocadito

parada por causa do

vírus…)

Por aqui se vê que eu nunca

fui uma avó muito presente—e

nesse tempo nem

havia vídeo-chamadas nem

nada… A Inglaterra ainda

fui muitas vezes vê-los, mas

a Chicago só fui duas vezes.

Mas quando eles vinham,

o nosso tempo era muito

bem aproveitado. Nunca

quis que a casa da avó fosse

a extensão do ATL. A casa

da avó era para eles se divertirem.

Mas também não

sou e nunca fui daquelas

avós que “estragam “ os netos.

Se os pais não querem,

eu não faço.

E o que é preciso é ter imaginação……Já

alguém ouviu

falar de uma praia num

sexto andar de um prédio

das Avenidas Novas? Nós

tínhamos. Assim que eles

chegavam, eu arredava a

mesa da casa de jantar, punha

um grande plástico no

chão, no meio uma banheira

redonda de plástico que eu

tinha comprado numa loja

de chineses, enchia aquilo

de água—e eles saltavam lá

para dentro…

Era uma maravilha… Depois

havia sempre um que dizia:

“já estou há muito tempo na

água, vou apanhar sol”—e

saltava da banheira e punha-

-se estendido numa toalha

no chão a apanhar sol…

O que a gente se divertia…e

que pena eu tenho que a

praia tenha acabado…

Também gostávamos muito

de fazer telejornais…

Eles mascaravam-se (tenho

sempre cabeleiras e fatos

antigos num armário), punham

o banco do piano em

cima da mesa—para fazer

o écran da televisão—eles

escreviam o texto, e depois

cada um ia ler…Aí era de

escangalhar a rir… Crianças

bastante politizadas,

havia um sketch extraordinário

que era a Isabel com

um ar muito triste a pedir

para interromper o telejornal

porque queria fazer uma

comunicação ao país. Então

lá aparecia e dizia: “eu sou a

mãe do Passos Coelho e é só

para dizer que não foi esta a

educação que eu dei ao meu

filho”. Agradecia e saía.

Também havia um terrorista

que invadia a televisão—

mas era só para dizer que estava

muito contente porque

tinha aderido ao programa

das Novas Oportunidades

… (Era uma coisa muito em

voga nessa altura)

E a Rainha Santa Isabel

que só dizia “ quero lá saber

das rosas, eu quero é o

“Expresso”

Pronto, depois cresceram,

foram à sua vida.

Mas há uma coisa que ainda

hoje todos têm: gostam

muito—e sempre gostaram—de

estar com pessoas

mais velhas…Antes da pandemia,

o Pedro, que vivia

então em Lisboa, vinha

sempre uma vez por semana

jantar comigo.

E têm muito o culto do

avô—que morreu há 19

anos, a Isabel nem o conheceu—e

todos os dias 31 de

Julho, que era o dia dos seus

anos, onde quer que estejam

telefonam-me sempre a

dar os parabéns. Se por acaso

estão cá, fazemos festa,

com bolo e tudo e cantamos

os parabéns. E estão sempre

a contar histórias do avô (algumas,

diga-se, inventadas

pelo meu filho…)

Trabalham muito, são muito

responsáveis—mas aquilo

de gosto mais neles todos é

que são muito boas pessoas.

Fiquei contente por saber

que também tens boas recordações

dos teus avós.

Obrigada por me considerares

“tua avó”.

Bjs

(*) https://bit.ly/3dvDigl

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segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h

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Tailândia declara

quatro variedades

de canábis como património

nacional

Por LAURA RAMOS

O Vice-Primeiro Ministro e o Ministro

da Saúde Pública da Tailândia anunciaram

que o governo vai oficialmente

registar quatro variedades de canábis

como Património Nacional. A decisão

foi tomada com o intuito de promover

a investigação e o desenvolvimento da

indústria nacional baseada na planta da

canábis e nas suas utilizações medicinais

e industriais.

Anutin Charnvirakul, ministro da Saúde,

disse ao Bangkok Post que este

reconhecimento “vai gerar benefícios

económicos para o país, além de aumentar

o potencial dos agricultores

para competir no mercado global, o

que ajudará a reduzir o déficit comercial

com outros países”.

Apesar de constar na história como um

dos países mais proibicionistas e com

as penas mais pesadas para os consumidores

de canábis, a Tailândia legalizou

a canábis medicinal em 2018 e, antevendo

o seu potencial terapêutico e

económico, reverteu totalmente a sua

posição. Desde 2020, a maior parte da

planta foi removida da lista de narcóticos

controlados e os produtores locais

foram incentivados a cultivar cânhamo

e canábis. O auto-cultivo até ao limite

de seis plantas também foi autorizado.

O reconhecimento do Património

Nacional anunciado pelo Governo

vai aplicar-se a quatro variedades com

diferentes concentrações de CBD e

THC, algumas delas psicoactivas, tendo

recebido os identificadores ST1,

TT1, UUA1 e RD1.

Beyoncé diz que o

CBD a ajuda na dor

e na insónia e revela

estar a plantar cânhamo

Por LAURA RAMOS

Depois de o marido, Jay-Z, ter anunciado

a criação da sua própria marca

de produtos derivados da canábis, a

Monogram, Beyoncé disse, em entrevista

à Harper’s Bazaar, que o CBD a

tem ajudado com a dor, a inflamação

e a dormir melhor. A cantora revelou

ainda que está a plantar cânhamo e a

fazer mel.

A entrevista inclui algumas revelações

sobre o lado mais privado de uma das

maiores estrelas do mundo da música.

Respondendo a uma pergunta sobre

que cuidados tem para se manter

saudável, Beyoncé afirmou sofrer de

insónias durante as tournées e que o

CBD a ajudou a encontrar o equilíbrio

e a adormecer mais depressa. “Pessoalmente

tenho lutado contra a insónia

por causa das tournées por mais da

metade da minha vida. (...) Durante a

quarentena, passei dos excessos para a

criação de rituais positivos inspirados

nas gerações anteriores e colocando a

minha própria interpretação nas coisas.

Descobri o CBD na minha última

tournée e experimentei os seus benefícios

na dor e na inflamação. Isso ajudou

nas minhas noites de insónia e na

agitação que vem por não conseguir

dormir. Encontrei propriedades curativas

no mel, que beneficia a mim e aos

meus filhos. E agora estou a construir

uma fazenda de cânhamo e de mel. Até

tenho colmeias no meu telhado!”

SAÚDE

Polícia alemã

apreende produtos

de cânhamo do Lidl

Por RITA MARTINS

A polícia alemã apreendeu vários

produtos à base de cânhamo num supermercado

da cadeia Lidl, em Rosenheim,

na Alemanha, anunciou a revista

Cáñamo. Da gama de produtos

comercializados não se sabe ao certo

quais foram apreendidos, mas o Lidl

já retirou todos do mercado por precaução,

referiu o jornal online alemão,

InFranken.

Embora não haja muitos detalhes da

investigação, os jornais locais avançam

que os produtos apreendidos estão a

ser examinados pelas autoridades para

determinar se os níveis de THC permitidos

estão a ser cumpridos. Na Alemanha

os produtos de CBD à venda

não podem exceder os 0.2% de THC e

as empresas que os fabricam têm de estar

devidamente licenciadas. Segundo

a empresa que os fabrica, a The Green

Dealers, os produtos estão dentro dos

parâmetros legais. Os 21 artigos disponibilizados

recentemente pelo Lidl variam

entre brownies de haxixe, bebidas

energéticas ou alcoólicas com canábis,

ou bolinhos à base da planta.

Leia estes e outros artigos em

WWW.CANNAREPORTER.EU

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POSTAL DO DIA

Onde encaixar o amor?

LUÍS OSÓRIO 1

1.

Que mundo é este?

Tão avesso à problematização.

Tão dependente do preto e do branco.

Tão dependente de heróis que se

desfazem ao sabor da fome da audiência.

Tão escravo de gente a quem podemos

desfazer apenas pela vertiginosa

sede da culpa.

Tão politicamente correto. Com meninos

e meninas que, afinal, já não são

meninos e meninas, com ginástica,

ginásios, vegan’s e pão que emagrece,

com o desejo de matar touradas e

os Spaceys desta vida, com livros de

onde se sai da mesma maneira que se

entrou, pastilhinha elástica às cores,

puta que os pariu.

2.

A coerência monolítica. Um longo

bocejo que nos aproxima do abismo

das certezas e do totalitarismo. Ou

do populismo, a arte dos desvalidos

que não gostam de poesia.

Viver uma vida a fazer sempre o correto

é uma sensaboria. A oportunidade

de estarmos aqui faz-se de escolhas.

Faz-se de caminhos desbravados a

picareta.

Faz-se da coragem de assumir desejos

e convicções.

Faz-se de arriscar correr quando o

mundo nos pede para andarmos ou

de ter calma quando nos grita para

corrermos.

Faz-se também do que comemos

1 Luís Osório nasceu em 1971, em Lisboa. Dirigiu

jornais e uma estação de rádio. Imaginou programas

de televisão, encenou uma peça de teatro, participou em

comissões governamentais, coordenou a comunicação política

de uma campanha presidencial e é consultor empresarial.

Comentou política, realizou documentários e foi

premiado como jornalista e criativo. Publicou oito livros,

o último dos quais 30 Portugueses, 1 País, resultado de

30 conversas com figuras portuguesas das mais variadas

áreas. É pai de três filhos e de uma filha.

- Escreve segundo o Acordo Ortográfico

apesar do colesterol, do que amamos

apesar dos perigos de amar, do que

sonhamos apesar do pavor de não

estarmos adormecidos para a realidade.

Viver é o que fazemos aos apesares, o

que fazemos a tudo o que nos obriga

a ser igual à pessoa ao nosso lado.

3.

Poetas e escritores podem sê-lo sem

escreverem uma única linha. E outros

há, editando livros e floreando

artigos, que não passam da fronteira

do equívoco. Difícil território o da

criação quando nesta, para o bem

e para o mal, o mais importante do

que fica é sempre o silêncio, o que

fazemos dele depois de lermos um

poema ou um romance.

Mas isto não é um assunto apenas

para os que escrevem.

Um bom leitor não pode ser arrogante

ou estar escravo das suas convicções.

Quando tal acontece quem

lê procura sempre ler o que já sabe,

qualquer ideia fora das suas certezas

estará condenada à partida.

A literatura não é então para ditadores,

arrogantes ou ignorantes atrevidos

- como a ciência não deve estar

nas mãos de militares. Porque o mau

uso de uma investigação científica é

tão perigoso como o policiamento

ou a pobreza de pensamento.

4.

Um livro mal escrito, como um artigo

com ideias atravancadas e mal

pontuadas, condena-nos à perda de

tempo. Mas um bem escrito, como

uma reportagem linguisticamente

inatacável, não é um sinónimo de

qualidade. Há romances em que as

orações, conjugações e sintaxe são

perfeitas e, apesar disso, têm uma irremediável

ausência de qualidade.

Um bom livro, como tudo o resto,

não vive sem a forma, mas esta é

sempre um complemento do que não

se explica, de uma intuição que distingue

os bons e os maus escritores.

5.

Perdoem-me derivações e paradoxos.

Perdi-me em pensamentos pouco

úteis, por isso não apago nenhuma

das linhas que escrevi. Se apenas

fizéssemos o que é útil que espaço

existiria para a literatura e ainda mais

para um poema?

Onde encaixaríamos o amor, um beijo

em que trocamos saliva e futuro ou

as dúvidas que travam ou nos impedem

de errar?

Se aceitássemos sem luta ser apenas

os que ambicionam reduzir a sua vida

a princípios utilitários, onde guardaríamos

as fotografias do que passou,

a vontade de viajar sem agenda, os

sonhos?

Ah, os sonhos.

Tão pouco úteis para os que vivem da

realidade, do que se ganha e se perde.

Do que se reduz a uma vitória ou a

uma derrota. Tão inúteis para quem

desistiu de viver julgando tudo saber.

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Snipers autárquicos

CRÓNICA

ANTONIO MANUEL RIBEIRO 1

Quando o golpe de estado de Abril de

1974 nos devolveu a liberdade e a dignidade

(muitos excessos derivaram

do medo de uns e do sufoco de outros

– 47 anos passados é preciso saber

aceitar sem guardar esqueletos no

armário) devorei tudo o que a política

em ebulição me oferecia. Comecei a

modelar a minha consciência livre de

subordinação, viesse de onde viesse.

Já lia o semanário Expresso desde

1973, conhecia vagamente o que a Ala

Liberal tentara na Assembleia Nacional

sob as ameaças do general Kaulza

de Arriaga; fazia-me confusão o meu

pai, funcionário público, receber por

carta o voto que devia depositar nas

farsas eleitorais. Tornei-me leitor de

O Jornal desde a sua fundação. Comprei

livros, andei na rua, fotografei

(na altura tinha uma bela Cannon),

rocei pelos partidos: ouvi e discuti.

Mais tarde, músico profissional e

autor, dei o corpo à defesa da democracia.

Conheci alguns dos pais da

democracia e seus delfins, com quem

1 Fundador e Vocalista do Grupo Rock mais

antigo do país, o UHF

trabalhei, no caldo das ideias de um

país amordaçado (para ser moderado

na análise), clandestino, desgraçadamente

em guerra, negando um mundo

em mudança.

Estamos a cruzar a quinta década

desde o enterro do Estado Novo. Instalou-se

entre nós a vulgaridade, que

resvala amiúde para a mediocridade,

de quem acha que o mundo começou

ontem a meio da tarde (obrigado Vasco

Pulido Valente por um dia teres

definido este conceito sobre os ‘políticos

instantâneos’: junta-se água ao

volume e crescem alegres).

Porque sou independente, mas não

sou apolítico, porque me interessa a

causa pública, confesso que olho para

trás e vejo o decréscimo destes rapazes

e raparigas que invocam a frase

‘tenho direito’ por tudo e por nada.

Começa na Assembleia da República

e desce por aí, pelo governo e seus

assessores, alguns ministros, muitos

secretários de estado e termina nas

autarquias.

À volta um conjunto de snipers protegidos

pelo anonimato das redes sociais

julgam estar a cumprir o dever

cívico de sujar os opositores a que

chamam inimigos. Na Bósnia, há 30

anos, os vizinhos matavam os vizinhos

dos prédios em frente porque o

mundo mudara no conceito político-

-religioso.

Estes ‘snipers autárquicos’, a coberto

do anonimato das redes sociais, com

perfis falsos e lama nas mãos aceitam

fazer ‘trabalho político’. É nisto que

se tornou o diálogo das ideias; é nisto

que se tornou o ‘combate’ (porquê

combate?) dos programas. É isto que

os medíocres sem ideias, mas com

vontade de ocupar os cargos (porque

será?), se entregam por estes dias a

coberto de qualquer manobra salvífica

– snipers sem rosto a mando dos

candidatos.

Pertenço a um grupo profissional que

de cada vez que sobe ao palco é julgado

(e bem) pelo seu desempenho,

sem subterfúgios, sem disfarce ou

trincheira. É ou não é; é há 42 anos.

Livros:

Revista Rock&Folk (edição de Julho)

Discos:

CD Álvaro Azevedo/Rui Cardoso/João Ruela/Dom

Pantera/Alberto Jorge/Carlos Zíngaro/Miguel Graça

Moura – “Pauta livre – 1975” (1975) oferta do Álvaro

Azevedo; CD John Mayer – “Sob rock” (2021); CD PJ

Harvey – “Uh huh her – Demos” (2021)

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27


AGRICULTURA

Alerta

alfarroba contaminada

A CIENTISTA AGRÍCOLA (*)

Antes de ir às compras veja a lista

dos produtos afectados com

goma de alfarroba E 410 contaminada

com óxido de etileno

Vai às compras e não quer

comprar um alimento

contaminado com óxido

de etileno?

Pois, pode conhecer aqui a

nova actualização da lista

de produtos afectados distribuídos

em Portugal.

A DGAV — Direcção-Geral de

Alimentação e Veterinária emitiu,

no passado dia 20 de Julho,

um alerta sobre goma de alfarroba

E 410 contaminada com óxido

de etileno utilizada no fabrico de

produtos alimentares. Nesse âmbito,

elaborou uma lista com a

identificação dos produtos afectados

que foram reportados, de

forma a “manter os operadores e

consumidores informados”. E foi

mesmo essa lista que voltou a actualizar.

Entre os alimentos afectados encontram-se

maioritariamente gelados,

mas também queijos e várias

refeições pré-cozinhadas.

Esta contaminação, que inicialmente

se considerou estar localizada

e circunscrita a um lote de

E410, aparentemente está disseminada

por toda a Europa, pelo

que a Comissão e os Estados

Membros decidiram tomar uma

posição harmonizada.

O óxido de etileno é um pesticida

não autorizado, e constitui um

risco grave para a saúde humana,

uma vez que está classificado

como mutagénico da categoria

1B, cancerígeno da categoria 1B e

tóxico para a reprodução da categoria

1B, em conformidade com

o Regulamento (CE) n. 1272/2008

do Parlamento Europeu e do

Conselho.

A informação coligida é proveniente

das notificações do Sistema

de Alerta Rápido para Alimentos

para Consumo Humano

e Animal (RASFF), das comunicações

dos operadores económicos

(produtores, distribuidores e

comerciantes) e das autoridades

competentes.

A DGAV realça que se trata assim,

de uma lista aberta/em evolução

que é alterada mediante

a comunicação de novos dados

resultantes das investigações em

curso.

Pode consultar os produtos, os

produtores e distribuidores dos

produtos alimentares em causa

aqui: https://bit.ly/386MtQM

Rosa Moreira Criadora e Gestora de Conteúdos Agrícolas

F acientistaagricola - macientistaagricola.pt

28

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OPINIÃO

"Que Feridas São Essas...?"

VITOR RUA (*)

Uma das "argumentações" exprimidas

pelos defensores do

energúmeno do Chega, é a de

que "agora que finalmente surge

alguém que põe o dedo nas

feridas, é atacado de anti-democrático",

referindo-se ao

paparrotão do Ventura.

Ora, a questão que me ocorre é a

seguinte: "que feridas são essas?".

Vamos ver:

1. Restaurar a Pena de Morte em

Portugal

_ ou seja, Portugal foi um dos primeiros

países do mundo a abolir a Pena de

Morte, e estes criminosos, pretendem

fazer um retrocesso civilizacional e

voltar a impôr algo que não respeita

a Vida e a própria Religião que esses

paparrotões seguem!

2. Castração a Pedófilos

_ ou seja, no caso de não de poder matar

o pedófilo, pelo menos que o castremos,

ignorando assim, e mais uma

vez, a mais elementar Ética e Moral,

como uma sensibilidade Humanista.

3. Racismo

_ discriminar raças e tratar umas como

sendo de primeira classe e outras de

segunda, desrespeitando o princípio

da Igualdade entre Todos.

4. Tortura

_ o idiota diz adorar a sua coelhinha,

mas não hesita em se vangloriar como

adepto das touradas, ou seja, também

com os outros animais não-humanos,

existem uns de primeira e outros de

segunda categoria.

5. Discriminação sexual

_ para este imbecil é-lhe muito claro

que o homem é superior à mulher; a

ordem "natural" das relações é a heterossexual

e a homossexualidade é

uma doença ou uma "moda" e se um

homem for homossexual é um maricas

e se for uma mulher lésbica é uma

"histérica". São - claro! - contra o casamento

e a adopção de crianças por

pessoas do mesmo sexo, ou seja, para

eles é melhor as crianças irem para orfanatos

ou ficarem sem uma Família.

6. Pró-vida

_ durante o feto, para estes imporéns,

este é já um ser humano. Após o nascimento,

deixam de ter qualquer consideração

pela vida desse ser humano,

pelo contrário, só lhe desejam o mal:

desemprego ou emprego mal pago e

explorado; aos 18 anos mandam-no

para a Tropa para se matarem em

nome deles; e até ameaçam de morte

uma miúda de 10 anos que foi violada

e pretendem proibir (se necessário

matando-a!) de prosseguir com o

aborto.

E podia estar aqui o dia inteiro a referir

as tais "feridas" a quem os defensores

do merdas, invocam como argumento

do paparrotão.

Afinal, as "feridas", são simultaneamente

o que nos faz a nós (que somos

pela Liberdade e pela protecção de

todos os Seres e Natureza), entender

o que eles - os paparrotões - representam,

e por outro lado são a sua melhor

arma perante os analfabetos, ignorantes,

reacionários, racistas, sexistas, especistas,

que os apoiam.

As "feridas" são afinal, o sinal mais

claro da total demonstração de falta

de sensibilidade pelo Humano e

pela Natureza e outros Animais, ou

seja, são apenas poios de merda, nos

quais eles se banham, na esperança

de que haja uns "come-merda" que os

apoiem.

Bem hajam

(*) Músico, autor e compositor

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29


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Frases de Albert Einstein para

entender a vida, a ciência e a arte

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— . “A coisa mais incompreensível

sobre o mundo

é que ele é compreensível.”

Silva António Filipe

—. “Onde o mundo deixa

de ser palco de nossas

também são artistas.”

—. “Ocorreu-me por intuição,

e Tel: a música

esperanças e desejos pessoais,

onde o enfrentamos

Heinrich Stutz-Strasse 2

043 817 era 34 60 a

como 8902 seres Urdorf

força motriz

livres admirando,

perguntando, ob-

silva.automobile@bluewin.ch

ta foi o resultado da per-

Natel: por 076 trás 396 dessa 65 77

intuição. Minha descoberservando,

aí entramos no

cepção musical.”

reino da arte e da ciência.”

—. “Um ser humano é uma

parte do todo, chamado

por nós de “universo”, uma

Silva Automobile

se estou.

parte limitada no tempo e

no espaço.”

meu violino extrai a maior

alegria da vida.”

—. “Os maiores cientistas

—. “Acredito em intuições

e inspirações. Às vezes sinto

que estou certo. Não sei

—. “A tarefa suprema do

físico é chegar às leis elementares

—. “Se eu não fosse físico,

Silva António Filipe

universais, a

provavelmente seria músico.

Muitas vezes penso

partir das quais os cosmos

podem ser construídos

na música. Vivo meus devaneios

Heinrich na música. Stutz-Strasse Vejo 2

Tel: 043 817 34 60

por pura dedução. Não há

caminho lógico para essas

leis;

minha 8902 vida Urdorf em termos de Natel:

apenas

076

a

396

intuição,

65 77

música. Não sei dizer se

silva.automobile@bluewin.ch

apoiada na compreensão

teria feito alguma trabalho

empática da experiência,

criativo de importância na

pode alcançar elas.”

música, mas eu sei que o

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CULTURA

Palavras Cruzadas

V PAULO FREIXINHO

Preencha a grelha com

as palavras da lista, tendo

como ajuda as letras já

colocadas.

3 LETRAS

Giz

4 LETRAS

Bibe

Pais

Sala

5 LETRAS

Aulas

Lápis

Lista

Livro

Toque

Turma

6 LETRAS

Alunos

Caneta

Escola

Estojo

Quadro

7 LETRAS

Cantina

Chamada

Colegas

Horário

Matéria

Mochila

Recreio

8 LETRAS

Borracha

Cadernos

Carteira

Compasso

Inclusão

Ponteiro

10 LETRAS

Auxiliares

Disciplina

11 LETRAS

Professores

SOLUÇÕES

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Se:

adora sites rápidos e supersónicos

é um cruzadista inveterado

gosta de exercitar o cérebro ou

gosta mesmo de aprender palavras

novas.

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“novo” palavrascruzadas.pt, muito

mais rápido!

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quem comprou o meu livro, com

Palavras Cruzadas de grelha simétrica

e pistas criativas, muitas delas

interpretativas (e bem sei que são

muito apreciadas).

Se comprou o livro já deve ter recebido

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ainda não tem, o que espera???

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CRÓNICA

Portugal Ressabiado

Otelo, o mais controverso dos capitães de Abril , com Mário Soares

| Foto de Alfredo Cunha | PÚBLICO

CARLOS MATOS GOMES 1

Em 1972, Mário Soares publicou

em França um livro sobre Portugal

a que deu o título de «Portugal

Amordaçado». Havia, então,

um Portugal amordaçado pelo

Estado Novo e a sua polícia política,

um Portugal amordaçado

pela falta de direitos elementares

de cidadania, direito à palavra,

à representação, direito de

reunião, de organização, havia

um Portugal amordaçado que

não podia falar do colonialismo,

nem da guerra colonial, nem na

busca de soluções que não fossem

a continuação da guerra,

havia um Portugal amordaçado

pelos grandes patrões da indústria

e da banca, um Portugal

amordaçado pela Igreja Católica

e pelo partido único, a União

Nacional.

Havia, de facto, um Portugal amor-

1 Carlos de Matos Gomes, Coronel do Exército

em situação de reforma, cumpriu três comissões na

guerra colonial (Moçambique, Angola e Guiné), nas tropas

especiais dos Comandos. Fez parte da primeira comissão

coordenadora do Movimento dos Capitães, na Guiné.

Pertenceu à Assembleia do MFA durante o ano de 1975.

É investigador de História Contemporânea de Portugal.

Com o pseudónimo de Carlos Vale Ferraz, tem desenvolvido

uma continuada actividade como romancista

e ficcionista, iniciada em 1982 com o romance Nó Cego.

daçado, mas havia e há um Portugal

que gostava e gosta da segurança

da mordaça, da tortura, da violência

dos Pides, dos assassínios dos

opositores, da censura, da União

Nacional, dos regedores e autarcas

nomeados, dos deputados escolhidos

entre os fiéis e os compadres,

um Portugal que gostava e gosta das

cargas da Polícia de Choque e da

GNR, das arruaças dos legionários,

havia e há um Portugal herdeiro do

ultramontanismo absolutista do século

xix, um Portugal miguelista, satisfeito

com as ordenações do trono

de Salazar e as bênçãos do altar do

Cardeal Cerejeira, confortado com

as denúncias dos informadores. Havia

e há um Portugal agradecido por

pertencer a um rebanho, por ter

pastor e cão de guarda.

A morte de Otelo Saraiva de Carvalho

revelou mais uma vez e de forma

exuberante a existência desse Portugal

ressabiado com a Liberdade

e com a Responsabilidade que o 25

de Abril transferiu para a soberania

popular.

Mas, mais, o ressabiamento dos que

tocavam uma sineta para chamar

um ou uma serviçal, ou mandavam

um cabo de ordens arrebanhar uma

leva de apoiantes deve-se acima de

tudo ao facto de Otelo, além de ter

planeado e comandado a brilhante

operação militar do derrube do regime

da ditadura em Portugal e nas

colónias, ter trazido o povo para a

história, promovendo uma revolução

social, política e económica.

Otelo tresmalhou o rebanho que era

até aí designado como “Bom Povo”!

É a entrada na Bastilha do povo liberto

de controleiros eleitorais, de

guias espirituais, de iluminados,

como aconteceu nos primeiros

momentos da revolução após o 25

de Abril, e que Otelo abriu com o

COPCON, um anti poder no poder;

é o direito, que em Inglaterra

originou uma revolução, de os servos

falaram com os senhores sem

se desbarretar, que os herdeiros dos

velhos privilégios, os táticos oportunistas,

os videirinhos e os chefes

de aparelhos partidários não lhe

perdoam, não é a violência, nem as

frases mais ou menos bombásticas,

nem a incoerência. Com tudo isso

convivem bem os críticos de Otelo,

são os seus instrumentos de uso corrente!

O crime de Otelo foi ter descriminalizado

o respeitinho, para

citar O’ Neill!

* Autor escreve segundo o Acordo Ortográfico

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MEMÓRIA

As pessoas que odeiam Abril

GABRIEL LEITE MOTA 1 (*)

Tem sido tema de debate as celebrações

dos 50 anos do 25 de

Abril, que agora conheceram o

seu comissário. À direita, houve

grande alarido pela escolha de

Pedro Adão e Silva. Parece-me

muito pouco interessante discutir

os detalhes das comemorações,

assim como a escolha que

foi feita. Muito mais profundo é

o debate acerca da reacção.

Na verdade, desde que a Iniciativa

Liberal e o Chega ganharam representação

parlamentar, as celebrações

anuais do 25 de Abril têm sido objecto

de ataque, seja à festa em si, seja à

relevância da Revolução como evento

benéfico para Portugal.

A Iniciativa Liberal expressa, essencialmente,

o seu fascínio pelo 25 de

Novembro, não aceitando dissociar

a democracia que temos dessa data

posterior. Já o Chega vai mais longe e

diz que a República que emergiu do 25

de Abril (e do 25 de Novembro) é uma

República podre e corrupta, e que temos

que avançar para uma nova era.

No PSD e no CDS, que são partidos

da fundação da democracia, as críticas

tendem a não ser tão explícitas, embora

existam há muito (só vocalizadas

na autonomia madeirense, por Alberto

João Jardim). Na prática, à medida

que o tempo passa, fica cada vez mais

fácil, para aqueles que nunca gostaram

do 25 de Abril, criticá-lo.

É fundamental entender que o 25 de

Abril não foi uma transição pacífica

de um modelo político para outro.

O 25 de Abril foi uma revolução, foi

um golpe de Estado, um golpe militar

praticado por jovens capitães (não por

1 Gabriel Leite Mota, 33 anos, é primeiro doutorado

português em Economia da Felicidade. O título foi-lhe

atribuído pela Faculdade de Economia do Porto (FEP)

Marechais instalados) que, só depois,

obteve alargadíssimo apoio popular.

Isso significa que o 25 de Abril foi a

vitória de muitos, mas a derrota de

outros.

Acontece que esses que perderam ainda

existem, têm descendentes e nem

sequer são poucos. Se somarmos todos

os que estavam bem instalados

no regime ditatorial (seja em funções

públicas – de PIDE a parlamentares,

passando por magistrados – seja nas

grandes empresas amigas do regime),

os que tinham vastas propriedades em

território nacional, ou nos territórios

ultramarinos, e todas as pessoas que

perderam as suas posses, e até o seu

país, com a descolonização, vamos

apanhar muitíssimos perdedores de

Abril.

Há muitos portugueses que ficaram

pior depois desse dia. É entre essas

pessoas que mais encontramos aqueles

que nunca gostaram da data, nunca

a celebraram, mas foram mantendo o

seu ressentimento mais escondido. À

medida que o tempo passa, e o “ar do

regime” vai mudando, esses ressabiamentos

ficam mais livres para emergir.

De facto, é nestes últimos tempos

que temos visto muita gente ligada

aos perdedores de Abril a aproveitarem

tudo para minimizar os ganhos

da Revolução, argumentando que a

Revolução conduziu a um regime democrático,

mas corrupto e pobre, ou

tentando suavizar o fascismo com

narrativas de que, afinal, o fascismo

nem era assim tão mau, que até alfabetizou

as crianças e fez o PIB convergir

com a Europa.

O 25 de Abril fez-se para acabar com

a guerra colonial (a morte de muitos

jovens e o sofrimento vão de muitas

famílias) e implantar uma democracia

liberal, e teve o apoio popular imediato

porque o regime estava podre, pobre

e era imbecil.

Aliás, comparando a evolução do desenvolvimento

humano de Portugal,

durante a ditadura e em democracia,

torna-se cristalino o quanto a ditadura

foi má para a esmagadora maioria

dos portugueses, e a democracia benéfica

para a maioria, nomeadamente

para os mais pobres e para uma classe

média que, entretanto, se formou.

Mas há aqueles que tinham beneficiado

mais se o regime tivesse continuado

ditatorial e tivesse havido uma

transição gradual para um regime de

democracia musculada (que muito

agradaria aos que odeiam Abril).

Se é verdade que muitos donos de

grandes empresas do Estado Novo

recuperaram o seu poder a partir dos

anos 80/90 (a tempo de perpetuarem

a nossa fragilidade económica – veja-se

o caso de Ricardo Salgado e da

família Espírito Santo), outros há que

não conseguiram tal recuperação, pelo

que estariam melhor se nunca tivesse

existido o 25 de Abril.

Quando se pretende celebrar os 50

anos do 25 de Abril, obviamente, está-se

a celebrar o regime que existe,

o Portugal que existe, a democracia

que existe e, sim, os que venceram

com Abril (que são a grande maioria

dos portugueses). Não é, portanto, de

espantar que os que perderam não sejam

grandes fãs da festa.»

(*) in publico

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HUMOR Quem não sabe rir, não sabe viver”

Da imprensa

- Finalmente, a água corrente foi

instalada no cemitério, para satisfação

dos habitantes.

(Presidente da Junta de Freguesia do

Fundão)

- Esta nova terapia traz esperanças a

todos aqueles que morrem de cancro em

cada ano.

(Dr. Alves Macedo – oncologista)

- Os sete artistas compõem um trio de

talento.

(Manuela Moura Guedes – TVI)

- A polícia encontrou no esgoto um

tronco que provém, seguramente, de

um corpo cortado em pedaços. E tudo

indica que este tronco faça parte das

pernas encontradas na semana passada.

(Paulo Castro – Relações Públicas da PJ)

- A vítima foi estrangulada a golpes de

facão.

(Ângelo Bálsamo – Jornal do Incrível)

- Um surdo-mudo foi morto por um malentendido.

(António Sesimbra – O Independente)

- Os nossos leitores nos desculparão por

este erro indesculpável.

(Rui Lima – Jornal “A Bola”

- Há muitos redatores que, para quem

veio do nada, são muito fiéis às suas

origens.

(António Tadeia – Crónicas do Correio

da Manhã)

- Ela contraiu a doença em vida.

(Dr. Joaquim Infante – Hospital de Santa

Maria)

- A conferência sobre a prisão de ventre

foi seguida de farto almoço.

(Diário da Universidade de Bragança)

- O acidente provocou forte comoção

em toda a região, onde o veículo era bem

conhecido.

(António Bravo – SIC)

- O aumento do desemprego foi de 0%

no mês passado.

(Luís Fontes – A Capital)

- À chegada da polícia, o cadáver

encontrava-se rigorosamente imóvel.

(Ribeiro de Jesus – PSP de Faro)

- As circunstâncias da morte do chefe da

iluminação permanecem rigorosamente

obscuras.

(Paulo Assunção – EDP)

- Ferido no joelho, ele perdeu a cabeça.

(Crónicas do Diário da Beira)

- Os antigos prisioneiros terão a alegria

do reencontro para reviver os anos de

sofrimento.

(Maria do Céu Carmo – Psiquiatra)

- A polícia e a justiça são as duas mãos

do mesmo braço.

(Bento Ferreira – Juiz)

- O acidente foi no tristemente célebre

retângulo das Bermudas.

(Paulo Aguiar – TV Globo)

- Quatro hectares de trigo foram

queimados. Em princípio trata-se de

incêndio.

(Lídia Moreno – Rádio Voz de Arganil)

- Antes de apertar o pescoço à mulher, o

velho reformado suicidou-se.

(João Cunha – Testemunha)

DA SUÍÇA PARA PORTUGAL

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34

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Setembro 2021

Feriados e Datas Comemorativas

04 SÁB Dia Mundial da Barba

04 SÁB Dia Internacional do Abutre

05 DOM Dia Internacional da Caridade

08 QUA Dia Internacional da Literacia

08 QUA Dia Mundial da Fisioterapia

09 QUI Dia da Grávida

10 SEX Dia Mundial da Prevenção do Suicídio

11 SÁB Dia Nacional do Bombeiro Profissional

11 SÁB Dia Nacional das Casas do Povo

12 DOM Dia das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul

13 SEG Dia do Programador

15 QUA Dia Internacional da Democracia

15 QUA Dia Internacional do Ponto

15 QUA Dia de Yom Kipur

16 QUI Dia Mun. para a Preservação da Camada do Ozono

117 SEX Dia Internacional da Música Country

18 SÁB Dia Mundial da Monitorização da Água

18 SÁB Dia do Software Livre

18 SÁB Dia Internacional de Ler um Ebook

18 SÁB Dia Internacional da Limpeza Costeira

19 DOM Dia Internacional de Falar como um Pirata

21 TER Dia Internacional da Paz

21 TER Dia Mundial da Doença de Alzheimer

21 TER Dia Mundial da Gratidão

21 TER Dia Internacional do Minigolfe

21 TER Dia Nacional da Guarda Fiscal

22 QUA Início do Outono

22 QUA Equinócio de Outono

22 QUA Dia Europeu Sem Carros

23 QUI Dia da Síndrome das Pernas Inquietas

23 QUI Signo Balança

25 SÁB Dia Internacional do Farmacêutico

25 SÁB Dia Mundial dos Rios

25 SÁB Dia Internacional do Coelho

25 SÁB Dia Mundial do Sonho

26 DOM Dia do Ex-Fumador

26 DOM Dia Nacional do Farmacêutico

26 DOM Dia Europeu das Línguas

26 DOM Dia Int. para a Eliminação Total das Armas

Nucleares

26 DOM Dia Mundial da Contraceção

26 DOM Dia Europeu sem Mortes na Estrada

27 SEG Dia Mundial do Turismo

28 TER Dia Mundial da Raiva

28 TER Dia Internacional do Direito ao Saber

28 TER Dia de Confúcio

29 QUA Dia Mundial do Coração

30 QUI Dia Internacional da Tradução

30 QUI Dia Marítimo Mundial

30 QUI Dia da Blasfémia

30 QUI Dia Internacional do Podcast

PASSATEMPO

Datas comemorativas

Baptista Soares

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POESIA

V EUCLIDES

CAVACO

https://www.

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euclides.cavaco

Corações de Pedra

Os seres humanos constroem hoje altos

muros

Para uns dos outros sem amor se dividirem

Utilizando seus corações de pedra... " duros "

Para não se verem não falarem nem se ouvirem.

Perderam o sentido da amizade

Ofendem-se uns aos outros sem razão

E depois nunca lhes nasce a vontade

De se unirem em reconciliação!...

Os dias belos deste tempo em que vivemos

São frustrações pois vivê-los não sabemos

Só construíimos entre nós separação !...

E cada dia está mais presente este drama

O ser humano hoje odeia mais do que ama

Petrificando lentamente o coração !...

V CARMINDO

DE CARVALHO

https://bit.ly/3jAnqL2

O meu olhar

Por vezes vejo

O meu olhar

A brincar

Com a beleza

Que nos rodeia

Mas que só ele repara.

O resto de mim

Anda por aí

E por aqui

Desintegrado aluado

Do resto dessincronizado

Procurando o tanto

Que foge de mim.

O meu olhar

Por vezes convida-me a parar

A olhar

E tornar a olhar

Porque há coisas que nos escapam

Num simples e fugidio olhar.

E ficam esperando

Por um nosso olhar mais atento.

27, junho, 2021

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CULTURA

V MARIA

JOSÉ PRAÇA

https://bit.

ly/37ADsPH

"Pedras do meu andar"

Quando me traço calada

Salgo do meu sal as fontes

De onde na bilha de barro

Trazia a água dos montes

Ao desafio p'los caminhos

desatava a sede toda

D'ir à fonte beber água

À fonte da tua ronda

A bilha vinha selada

Guardava os segredos todos

De eu ir à fonte da água

À água da tua fonte...

Maria José Praça

( "Pedras do meu andar"

- N° 126080 da SPA )

As nuvens não perturbam as asas:

- Às vezes rasgam-se n’elas

e em ferida de mistério ,

chovem salgadas...

Então,

gesto a gesto,

apanho todas as gotas

e guardo-as n’uma estrela escon-

dida

para não perder o sal nem as asas...

Maria José Praça

(“Pedras do meu andar”

- N° 126080 da SPA)

V JOÃO

LUÍS DIAS

https://bit.

ly/3CDoarx

Terras de Bouro

Onde o gado come e medra nos baldios,

no vai e vem dos dias,

sem horas e sem relógio.

Onde a urze é brava

e mansas são as tardes.

Onde as heras crescem

ao vagar das horas, sem complexos...

Onde o sol, ao céu despido, castiga no verão

e onde no inverno gela o chão e veste de branco

e vertem demais as fontes

para espelhos de água que deslumbram!

Terras de Bouro, onde, em terreiro festivo de romaria,

no asseio dos domingos,

se dança no chão de pedra o "vira" e a "cana verde"

e se colhe o mel doce das flores, a qualquer hora,

coloridas e perfumadas na serra e nos beirais.

JLD

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HORÓSCOPO

Setembro

w V - JOANA ARAÚJO (*)

Carneiro

Boa fase para aprender coisas novas sobre sua carreira e

crescer. Se tiver compromisso, faça menos cobranças ao par.

Capriche no visual se quiser conquistar alguém. Melhor não

misturar amizade com dinheiro.

Balança

O seu jeito responsável vai destacar a sua imagem no trabalho:

aproveite para promover mudanças. Pode se apaixonar à

primeira vista ou dar chance a um ex-amor. Ouça conselhos

de parente sobre a sua saúde.

Touro

Não leve assunto de casa para o trabalho. Fazer contacto

com gente de fora será positivo para a sua profissão. Período

favorável para o romance. Vale a pena renovar seu visual.

Gémeos

Actividade em equipa deve render. Agarre a chance profissional

que surgir! Talvez haja confusão na vida amorosa. Use a

sua intuição para seleccionar melhor os seus amigos. Desfrute

mais a companhia dos seus familiares.

Caranguejo

Para chegar mais longe no emprego, junte-se a quem pensa

como você. É possível que o ciúme complique o romance. Se

estiver só, vai querer envolvimento sério. Fase excelente para

começar um curso.

Leão

Encare as tarefas com seriedade para colher os frutos mais

tarde. É bom evitar a rotina e a cobrança em excesso na relação

afectiva. No jogo da sedução, a sua boa comunicação

deve emplacar. A saúde vai inspirar cuidados!

Virgem

Espere boa notícia ligada à carreira. Contacto com clientes ou

colegas estará abençoado pelas estrelas. Namoro pode ficar

mais sério. Espante de vez o ciúme! Modere os gastos nos

momentos de lazer.

Escorpião

Espere sucesso se lida com clientes ou público. Pode comprar

algo para casa, mas não gaste além da conta. Tudo azul

no romance desde que vigie o seu ciúme. Óptima fase para

conhecer gente nova.

Sagitário

Com a ajuda da família, pode encontrar um jeito novo de facturar.

A vida amorosa ganha estabilidade. Dê chance a um

romance recente. É melhor separar bem amizade e dinheiro.

Que tal cuidar da saúde com carinho?

Capricórnio

Se tem um projecto a longo prazo, reveja as suas contas e

tente poupar. Caberá a si surpreender quem ama, seja no romance

ou na conquista. Seja mais paciente com o pessoal

de casa.

Aquário

Pode receber dinheiro inesperado, mas não comente a respeito.

A vida a dois segue em paz. Talvez se encante por uma

pessoa comprometida. Boa hora para cuidar de assunto ligado

à sua saúde.

Peixes

Amplie interesses na profissão e não se abra tanto com os

colegas, pois há risco de traição. Amigos podem dar uma força

no romance. Se tiver alguém, reforce os laços de afecto.

Chegou a hora de se exercitar.

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Ministério da Saúde lança nova campanha de vacinação

ÚLTIMA

“Não perca a oportunidade.

Vacine-se!”

MANUEL ARAÚJO (*)

O Departamento Federal

de Saúde Pública suíço

lançou uma nova campanha

de vacinação contra o

Covid-19 para aumentar

a taxa de imunização no

país.

Tendo em conta o crescente

número de novas infecções

causadas pela variante Delta,

mais contagiosa, o governo

helvético lançou uma campanha

nacional de informação.

A principal mensagem é “Não

perca a oportunidade. Vacine-se!

A campanha lembra a todos

os adultos e adolescentes não

vacinados e hesitantes que

agora é o momento certo

para se vacinar, também em

função do crescente número

de casos e mutações virais.

Alertam que ainda há consultas

de vacinação e vagas em

todas as regiões da Suíça.

A campanha de informação

será amplamente divulgada

por todo o lado, através de

cartazes, publicidade nas redes

sociais, nos sites dos cantões

e em anúncios de TV.

(*) Bundesamt für Gesundheit - BAG

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