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LUSITANO
de
ZURIQUE
[ SETEMBRO 2022 | Edição Nº. 292 | ANO XXVIII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]
Chalana
Antigo jogador do Benfica, morreu aos 63 anos
Notícias
Breves
da Suíça.
Página 40
EDIÇÃO
Foto: Pedro Viseu
Penacova Actual
editorial
Comunidade
Saúde
Desporto
Fiquemos alerta, informemo-nos
e não deixemos que
pensem por nós.
Pág. 3
Abel e Francisco - a pedalar
de Zurique a Portugal
Pág. 10
Farmácias venderão
Canábis pelo preço do tráfico
Pág.. 31
Reconhecimento - Fátima Lüönd
e Paulo Macieira
Pág. 14
EQUIPA EDITORIAL
Director: Armindo Alves
Jornalista CC15 A
Director-adjunto: Manuel Araújo
Jornalista 3000 A
Email: lusitanozurique@gmail.com
COLABORADORES
Alice Vieira, Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes,
Carmindo de Carvalho, Costa Guimarães, Cristina
F. Alves, Daniel Bohren, Euclides Cavaco, Graça
Amiguinho, Ivo Margarido, Joana Araújo, Joaquim
Galante, Jorge Macieira, Luís Osório, Manuel Araújo,
Maria dos Santos, Maria José Praça, Nelson Lima,
Nelson Mateus, Paulo Marques, Pedro Nogueira.
EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO
Joana Araújo
Jornalista CC 11 A
Email: joanaaraujo@protonmail.ch
PUBLICIDADE
Tel.: 079 222 09 14
Email: pub.lusitano@gmail.com
IMPRESSÃO
Diário do Minho - Braga
Tiragem: 3000 exemplares
Periodicidade: Mensal
Distribuição gratuita
ARQUIVO DIGITAL:
https://tinyurl.com/gavetao
NOTA IMPORTANTE:
Os artigos assinados reflectem tão-somente
a opinião dos seus autores e não vinculam
necessariamente a direcção desta revista.
Apoio
LUSITANO
de
ZURIQUE
Por discordância, esta publicação
não adopta, nem respeita as normas
do novo inútil Acordo Ortográfico.
Centro Lusitano de Zurique
1984 - 2022
38
anos
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EDITORIAL
A Direcção
DEPARTAMENTO DE FUTEBOL
Tel.: 079 222 09 14
Email: armindo.alves@garage-
-mutschellen.ch
RANCHO FOLCLÓRICO
Tel.: 076 369 85 00
Email: rancho@cldz.eu
“Nada do que se passa no
Mundo acontece por acaso”
Um editorial é um texto jornalístico
direccionado a amplo público, que
apresenta de modo geral, uma opinião
sobre algo relevante da edição.
Geralmente foca algo em destaque
nas primeiras páginas e reflecte
habitualmente a linha editorial e a
posição da direcção, relativamente
a assuntos tratados na edição. Hoje
não falaremos disso…
Como sabem, o Mundo há alguns
anos, vê-se numa constante multiplicação
de problemas de vária ordem,
que coloca a existência de grande
parte da humanidade em risco.
Teóricos da conspiração afirmam,
que nada do que se passa no Mundo
acontece por acaso.
Eles afirmam, e concordamos com
isso, que o crescimento populacional
mundial, desregrado, é insuportável
com as necessidades de cuidados de
saúde e alimentação. Existe um défice
alimentar severo, que apenas poderá
ser colmatado de duas formas;
aumento da produção, ou, por outro
lado, a solução mais radical e macabra,
mas realista, que é a depopulação,
ou seja, a eliminação de uma
grande quantidade de habitantes do
planeta, objectivando uma quantidade
mínima de sobreviventes a serem
preservados.
Já no século XIX, Thomas Malthus,
economista e matemático inglês, considerado
o pai da demografia, alertou
que o crescimento populacional deve
ser controlado por meio das guerras,
epidemias e desastres naturais.
Mais recentemente, o ministro das
RESTAURANTE (reservas)
Tel.: 044 241 52 15
Finanças japonês, Taro Aso, fez uma
declaração onde ele refere que os
idosos “deviam apressar-se a morrer”
para “aliviar o Estado do pagamento
de cuidados médicos”. Também
Christine Lagarde, Presidente do
Banco Central Europeu, refere que
”os idosos vivem muito tempo e isso
representa um risco para a economia
global. Temos que fazer algo com urgência”,
afirmação, que diz ter sido
retirada do contexto.
Podem dizer que tudo isto são “teorias
da conspiração”, mentiras, ou loucura,
mas acreditem que é mesmo
inevitável a diminuição da população
mundial, seja através de cataclismos
naturais, vacinas, pandemias ou de
guerras alegadamente fabricadas.
Portugal, por exemplo, desde há quarenta
e dois anos, nunca teve tantas
mortes mensais como actualmente,
às quais, as autoridades atribuem
a causa ao envelhecimento, ao Covid-19
e ao calor.
Por outro lado, na Ucrânia, algo de
tenebroso parece estar prestes a
acontecer. A maior central nuclear
da Europa situa-se na Ucrânia e está
ocupada pelas tropas russas desde
Março. O presidente ucraniano acusa
os russos de bombardearem a
central nuclear, (a qual controlam e
ocupam) e avisa que o risco de uma
tragédia “vai ser maior e pior do que
o que aconteceu em Chernobyl, em
1986”.
Fiquemos alerta, informemo-nos e
não deixemos que pensem por nós.
PROPRIEDADE
& ADMINISTRAÇÃO
CENTRO LUSITANO
DE ZURIQUE
Risweg, 1
8041 Zurique
Tel.: 044 241 52 15
Email: info@cldz.eu
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Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu
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Motores
Motores
OS 7 AVISOS QUE O SEU AUTOMÓVEL INDICA
QUE ESTÁ EM PERIGO.
Armindo Alves
Ninguém melhor que o proprietário conhece
melhor a sua viatura e é o primeiro a sentir as
anomalias, principalmente os novos ruídos.
O problema está em quem diariamente anda
de automóvel tem tendências a ignorar alguns
sinais de doença do Automóvel. Como o condutor
melhor que ninguém conhece a sua viatura,
tem que ter em atenção e levar a sério alguns
ruídos que podem indicar uma anomalia.
Muitos desses barulhos necessitam de intervenção
imediata, daí é importante a nossa
atenção e levar a sério o que achamos estranho
ou diferente do habitual.
Deixo aqui 7 dicas onde o seu automóvel terá
que em breve de ser hospitalizado e que em
breve precisará de um tratamento!
Os 7 Avisos de alerta
Travões a chiar
Quando se ouve os travões a chiar temos que nos preocupar
até pode não ser nada de muito grave. Como hoje em
dia as pastilhas têm uma consistência mais dura pode ser
apenas alguns resíduos metálicos, entre as pastilhas de
travão e o disco ou até mesmo lixo, mas terá sempre de
controlar porque pode ser também que os discos ou as
pastilhas estarão gastos. Caso estejam consumidos terão
que ser mudados porque se os travões estiverem danificados,
a sua segurança, assim como de todos os outros que
circulam está em perigo.
4
nas velocidades superiores, isto é em quinta ou sexta. Para
ter a certeza, verifique se as rotações do veículo se sobem
sem justificação quando acelera por ex. para efetuar uma
ultrapassagem ou quando efectua uma aceleração mais
rápida.
Caso a embraiagem esteja gasta, o automóvel poderá ser
incapaz de acelerar a meio da condução. Os sintomas
aparecerão gradualmente e no início durante curtos momentos.
No entanto, esses instantes, no momento errado,
poderão fazer a diferença, entre ter um acidente, ou não, e
se ignorar e continuar chegará ao ponto de o carro deixar
de andar.
Barulho mais constante
Se o barulho for mais constante enquanto circula, então
o problema pode estar nos rolamentos. Se for rolamento
gripado ao virar nas curvas ligeiras haverá uma mudança
de som. Os rolamentos têm o tamanho da palma da mão,
são relativamente pequenos e depois estão directamente
ligados às rodas que, no que lhe concerne são o único
ponto de conexão entre o veículo e a estrada.
É importante levar este ruído a peito, pois se o rolamento
ferrar está sujeito a perder uma roda e provavelmente a
sua vida e de muitos outros estará em perigo.
Ruído ao virar o volante.
Os ruídos com movimentos no volante têm que ser levados
muito a sério. Se eventualmente ouvir algum barulho
ao virar o volante, então aconselha-se a ir imediatamente
ao mecânico, porque deverá estar com um problema na
direcção hidráulica. Problemas na direcção hidráulica dificultam
as manobras e necessita de muita mais força para
manobrar. Para ter a certeza, verifique se consegue virar
com a mesma facilidade que antes.
uma "música" que faz vibrar o coração. Um motor que não
esteja operacional é um risco enorme que pode acarretar
muita despesa, quanto mais cedo reagir provavelmente o
dano será menor.
Sons fora do vulgar no motor.
Já há mais de 30 anos que os automóveis têm uma luz do
computador de bordo que avisam o condutor de anomalias
relacionadas com anomalias electrónicas (Ignição, Combustão,
Turbo, etc. No entanto, o próprio motor costuma alertar
quando está com dificuldades em trabalhar!
Isto é, se ouvir um barulho vindo do motor dirija-se imediatamente
a uma oficina. Talvez não seja nada como pode ser
Sci-Hub
Milhões de pessoas em todo o mundo usa o
Sci-Hub para obter acesso ao conhecimento
Sci-Hub é o projecto mais
controverso da ciência moderna.
O objectivo do Sci-Hub
é fornecer acesso gratuito e irrestrito
a todo conhecimento
científico.
O Sci-Hub faz parte do Movimento
Open Access na ciência.
O movimento surgiu na
década de 1990 como uma
reacção aos preços crescentes
de literatura académica:
as bibliotecas universitárias
não podiam pagar assinaturas
de tais periódicos.
Anteriormente, este conhecimento
só estava disponível
por preços elevados que
a maioria das pessoas não
pode pagar. O Sci-Hub revolucionou
a ciência ao tornar
gratuito todo o conhecimento
pago.
Milhões de pessoas em todo
o mundo usa o Sci-Hub para
obter acesso ao conhecimento.
Elas vêm de todos os países
e não apenas dos mais
pobres.
muita coisa. Como sabem o Motor é o coração de um veículo,
por isso com ele não se brinca.
Batida vinda das rodas.
Para terminar, se ouvir um batido repentino vindo das rodas
é porque furou alguma ou esta solta. Como já mencionei
anteriormente as rodas são de uma importância enorme na
segurança rodoviária e conduzir com um furo ou com uma
roda solta é um perigo.
Sabemos que um automóvel dá despesas, mas a manutenção
de um automóvel é indispensável, a nossa segurança
depende do estado da viatura!
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Quando o motor parece que está solto ou algo a bater
de revistas científicas — tais quisa e teses de graduação Para que seu Volkswagen continue sendo um Volkswagen.
seco, parece que as peças batem umas nas outras, provocando
uma espécie de sininhos, esta música não traz nade
artigos são o principal meio que estão disponíveis aqui.
Se acelera a rotação aumenta, apenas ouve roncar do motor
que normalmente dura um a dois segundos, mas o
de agradável e pode ser prejudicial. Poderá ser ou “ressalto”
ou estar relacionado com a válvula superior. Também
de comunicação do conhecimento
científico hoje. Agora, O Sci-Hub ajuda todos que
carro não corresponde com o acelerar, a velocidade não
aumenta, então provavelmente tem a embraiagem a ficar
o Sci-Hub possui um banco gostam de aprender coisas
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pode ser algo tão simples como a falta de óleo no motor.
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Seja como for um motor quando trabalha certinho tem
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Desporto
Recantos helvéticos
A equipa dos 40+
do CLZ em acção
Lago de
Bienne
Armindo Alves
O futebol tem muito que se lhe diga,
há quem goste e depois os que não
gostam!
Sou suspeito, pois desde criança que
comecei a pisar os relvados, que no
início eram pelados!
O futebol é uma festa, temos as vitórias
e depois o menos agradável são as
derrotas. As derrotas fazem parte do
sucesso, só assim sabemos que não
estamos à altura, temos que trabalhar
mais, ter mais dedicação e garra para
chegar as vitórias.
O talento por vezes nasce com a gente,
mas não é suficiente para chegar
ao sucesso. Para alcançar o top é necessária
muita dedicação e garra!
Com o passar dos anos tornamo-nos
mais velhos e mais sábios.
Quando se gosta do futebol tentamos
arranjar uma solução para pisar os relvados
e bater na bola, mesmo com
mais de 40 anos a adrenalina continua
a estimular os neurónios e dentro de
campo somos todos Ronaldos, falta-
-nos o melhor, mas o cérebro está estimulado
e isso é que é importante.
Dentro das 4 linhas com o cheiro da
relva e a bola a rolar esquecemos tudo
à nossa volta, transformamo-nos em
verdadeiros animais. O vício e a intenção
é sempre a mesma tenhamos 10
anos ou 50, em campo tudo muda!
O Centro Lusitano mais uma vez, hoje
dia 27 de Agosto entrou em campo
para fazer história.
A primeira equipa dos 40+ fez o primeiro
jogo, com o Luís Gonçalves
(Treinador) no comando, Paulo Costa
(Treinador Adjunto) e como Capitão
António Alves.
A formação é fundamental é a vida e
o futuro de qualquer clube, é aqui que
tudo acontece e onde se formam homens
para o futuro!
Os anos passam, mas o bichinho ainda
está viciado e muitas vezes fala mais
alto. Mesmo com mais de 40 anos o
vício, o talento, a técnica continua o
problema está na agilidade…, o PDI
não perdoa!
Como diz o ditado “a velhice é um posto”
e nisso eu acredito!
Nesta foto muitos deles já passaram
pela formação e alguns, na formação
do glorioso CLZ!
Daí o Centro Lusitano de Zurique,
como sempre o clube pioneiro do futebol
na cidade de Zurique, direi mesmo
na Suíça, fazer uma equipa dos
40+! (mais de 40 anos) A equipa ainda
está em fase de construção, mas hoje
deu para ver que há muita qualidade!
Praticamente sem treinos jogaram
para a taça contra uma equipa com
muita rotina, do escalão superior (promoção)
e saíram vitoriosos com um
resultado de 5-3.
Para ser sincero penso que ninguém
se apercebeu quem era a equipa da
promoção!
Maria Dos Santos
Olhando este majestoso lago suíço a
desbordar de água, deixo inconscientemente
cair uma lágrima.
São os glaciares que pouco a pouco,
mas a uma velocidade feroz derretem
e o eterno problema de cada Verão no
nosso Portugal.
As greves no sector aéreo, a guerra às
portas da Europa e a triste situação dos
incêndios e respectiva mão criminosa.
Sim, choro pela impotência da classe
política que nos governa. Já consegui
ficar indiferente a muitas situações,
mas hoje, por hoje sou incapaz. Há demasiado
sofrimento no mundo, para
poder fechar os olhos e continuar a fazer
de “faz-de-conta“.
Estou uma vez mais solidária com toda
a população portuguesa que perdeu os
seus terrenos, casas e animais. O Parque
Natural da Serra da Estrela, um
património grandioso, está queimado.
A paisagem é devastadora e os criminosos
continuam sem ser punidos e
o provável é que nunca o sejam. Hoje
a informação ocupa a maior parte do
Telejornal, sendo as imagens de total
desânimo. E o mais triste é que dentro
de um par de dias, porque o fogo
já foi extinto, ninguém mais falará na
desgraça e será a natureza que terá de
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renascer das actuais cinzas.
Sejamos resilientes.
Para aliviar a dor que se me instalou no
peito, fui caminhar na borda do lago de
Bienne. O som da água alivia a dor e
ajuda a descontrair.
Até porque há sempre jovens felizes
que desfrutam do padel, canoagem,
natação, um bom grelhado nas zonas
de lazer, com boa música e de olhos
postos nesta paisagem, um sorriso
sempre escapa deixando a dor no inconsciente.
O lago de Bienne situa-se na cidade
com o mesmo nome. Fica na província
de Berna e é a décima maior cidade
da Suíça.
O percurso é de uma beleza mágica, e
bastante longo, pelo que requer uma
certa condição física. Mas também
pode ser feito de bicicleta, ou de barco.
Acessível à Ilha de S. Pierre, as plantas e
árvores ali existentes fazem a delícia do
olhar. O silêncio é divinal e rapidamente
nos leva para outras dimensões.
Ocasionalmente os passarinhos brindam-nos
com as suas melodias. É um
relaxante natural que nos eleva o bem-
-estar.
Para regressar a Bienne, caso tenha
partido de lá, tem de o fazer de barco.
Parando em vários cais. Tem-se assim
tempo para admirar a paisagem paradisíaca.
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De regresso à cidade poderá descobrir
o Castelo Nidau e visitar vários museus
que a cidade tem ao dispor.
Aconselho visitar o Museu Omega, para
os apaixonados pela fotografia o Photoforum
Pasquart, se tem crianças, o
Zoo Biel, muito interessante também
o Museu Planet Swatch, entre muitas
outras oportunidades.
No final da tarde, deixe-se mimar com
a cozinha suíça, ou mesmo a gastronomia
portuguesa. Porque onde existe
uma cidade suíça, existe uma cozinha
portuguesa.
Estamos de regresso ao trabalho, à escola
e às rotinas que nos separam do
final de 2022.
Faltam apenas quatro meses e o Inverno
chegará com uma perspectiva duvidosa:
a crise energética poderá trazer-nos
dias complicados. Estaremos
prontos para enfrentar as dificuldades
que se aproximam?
Precisamos de não ter medo, mas sim
força para o enfrentar.
Precisamos de ter boas lembranças,
para nos refugiarmos nos momentos
menos bons.
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o futebol
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António Manuel Ribeiro (UHF)
As imagens dos fogos que grassam
no inesperado continuam a encher
os telejornais, dominam a sequência
das notícias dos canais informativos,
apropriam-se da nossa consciência,
tornam-se normalizados. Faz parte,
pensamos, aceitamos, é da plasticidade
do cérebro mandrião que usamos
– habituamo-nos. Incluindo os discursos
e os normativos governamentais –
há décadas que os governos ‘apagam
fogos’ em vez de os prevenir.
Depois o futebol, um jogo grande
que silenciou a minha pacata rua. Um
jogo curto, mas com um resultado
gordo, e em futebol o que interessa é
o resultado final.
Segui a novela leonina da transferência
apressada de um tal Matheus
para Inglaterra, um acto de gestão futeboleira
desastroso: O Porto e o meu
Benfica também perderam as suas
vedetas no defeso. É o futebol que
nos resta, quase pedinte, apoteose de
manguitos à saída das Antas/Dragão.
Um jogo de futebol não é uma festa?
José Eduardo dos Santos, um féretro
que anda há semanas em decomposição
num caixão de chumbo, chegou
a Luanda. Haverá homenagens, poses
oficiais e cerimonial: o antigo guerrilheiro,
produto soviético, acabou a
passagem por esta fisicalidade com
uma fortuna superior a 20 mil milhões.
Para um antigo guerrilheiro, é
obra. Será servido à plebe angolana a
contento, um sujeito morto presta-se
a tudo.
E por fim, aquela coisa que dizem ser
o coração de D. Pedro IV. Exposto na
Invicta, tem sido objecto de romarias;
é macabro, mas o povo aceita. Vai até
ao Brasil de viagem, nos 200 anos da
independência da antiga colónia. Entre
Bolsonaro e Lula a disputa será
épica.
A minha pessoa de contacto na GC24 em português
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Rue de Lausanne 67/69, 1202 Genève
Tel: Genève - 022 9080360 I Tel: Zurique - 078 6002699 I Tel: Lausanne – 078 9152465
email: geneve@cgd.pt
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(ART.º 3.º DA UWG (LEI RELATIVA À CONCORRÊNCIA DESLEAL)).
UM PRÉ-REQUISITO PARA A CONCESSÃO DE CRÉDITO É UMA VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO BEM SUCEDIDA.
A Caixa Geral de Depósitos, S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.
8
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Desporto
Comunidade
A PEDALAR DE ZURIQUE A PORTUGAL
Francisco Fernandes é um português
natural de Brunhais Póvoa de Lanhoso.
Chegou à Suíça há vinte e quatro
anos e em 2022, escreveu no seu livro
de vida uma das mais fantásticas histórias.
Com um amigo de longa data, decidiram
sair de Zurique, rumo à terra natal
com um veículo de duas rodas.
Uma bicicleta bem personalizada, levou-o
ao sonho que já há muito tempo
o perseguia.
Sim, foi entre 2008 / 2009, que o Francisco
começou a alinhavar, este desejo
de se meter a pedalar até à Póvoa de
Lanhoso.
Francisco vive actualmente em Uznach
trabalha no ramo da construção, é
casado, muito amigo dos seus amigos
e não dispensa um bom treino, depois
das 8 horas no emprego.
O seu prato preferido: Cozido à Portuguesa.
O seu clube é: Benfica. A sua
cor predilecta é o Azul Bebé. O seu
lema de vida é: Quando se quer alguma
coisa lutar sempre até conquistar,
desistir nunca...
Hoje proponho descobrir a personalidade
forte e determinada deste homem,
que precisou de apenas 10 dias
para percorrer os mais de dois mil km
que separa Uznach da terra que o viu
nascer em 1979...
Maria dos Santos
M.S. O que o trouxe até ao País helvético
Francisco?
F.F. Ganhar dinheiro para comprar um
carro.
M.S. Chegou bastante novo à Suíça,
sente que já realizou o seu projecto
de vida?
F.F. Sem dúvida que sim, foi aqui na
Suíça que construí a minha Família que
é uma parte muito importante do meu
projecto de vida. Sinto-me realizado,
mas claro que projectos novos existem
sempre.
M.S. Francisco, como nasceu este amor
pela bicicleta e quando começou a pedalar
com convicção?
F.F. O amor pela bicicleta nasceu há uns
bons anos quando fiz parte do Grupo
dos Pedais. Era um grupo de amigos
que se reunia aos domingos, onde também
pedalava o meu amigo Abel Santos.
Com mais convicção, foi de há dois
para cá.
M.S. Esta sua ideia de ir até Portugal
em bicicleta demorou alguns anos a
realizar-se. Agora que conquistou este
sonho o que sente dentro da sua alma?
F.F. Sinto que realizei um dos meus
sonhos. Nunca devemos desistir dos
nossos sonhos.
M.S. Quando em Zurique se sentou na
bicicleta, rumo a Portugal, que escondeu
detrás desse sorriso que ilumina o
seu rosto?
F.F. Quando dei as primeiras pedaladas,
fiquei muito entalado e também muito
emocionado tinha-me despedido da família
e de alguns amigos. Eles ficaram
e eu tinha uma longa viagem a pedalar,
algumas coisas me passaram pela cabeça,
mas com o correr dos quilómetros
foi descontraindo.
M.S. O Francisco estava consciente
que iria realizar e das preocupações
que deixava na sua família?
F.F. Não nego que quando arrancamos
veio aquele pensamento, será que correrá
bem, será que conseguirei e é difícil
deixar a família com esse pensamento
também. Eu achava que iria conseguir,
mas claro que não tinha a consciência
das dificuldades que poderiam aparecer.
M.S. Durante dez dias viveu muitas
emoções e dificuldades físicas. Qual
foi o momento mais difícil de superar
antes dos últimos quilómetros que o
levaram à casa-mãe?
F.F. Bem... foram sem dúvida 10 dias
únicos, eu chegava ao fim das etapas
sempre orgulhoso. Surgiram alguns imprevistos
durante o percurso, tivemos
que passar algumas vezes do plano A
para o B, mas com bom entendimento
com o Abel foi sempre tudo muito bem
superado. Graças a Deus, dificuldade física
não senti.
Para mim o momento mais difícil de
superar foi controlar a ansiedade na última
noite, saber que estava a 20 quilómetros
de Portugal e 150 de ver os
meus familiares, e a poucas horas de
concretizar o meu sonho, tudo isto tomou
conta de mim.
M.S. Como viveu psicologicamente os
primeiros 3 dias já que pedalava sem a
carrinha de apoio?
F.F. Psicologicamente o primeiro dia
foi difícil, naquelas primeiras horas
vinham-me muitos pensamentos à cabeça,
nunca tinha estado tanto tempo
longe da minha família e pensava muito
nela. Eu fiz uma boa preparação, mas
dez dias seguidos a pedalar nunca havia
feito e claro também estava preocupado
se iria aguentar fisicamente sabendo
que não tinha carro de apoio.
M.S. Missão cumprida com a chegada
à Póvoa de Lanhoso. Ciclistas, amigos,
motards, bombeiros, aplausos, muita
gente vos acarinhou nos últimos 130
quilómetros. Que sente o corpo a mente
e o coração com este ápice?
F.F. O corpo começou a tremer, as sapatilhas
quase que saltavam dos pedais,
o coração acelerou, foi das sensações
mais lindas que tive na minha vida.
M.S. Que agradecimento quer deixar à
sua família, amigos conhecidos e desconhecidos
e nomeadamente ao vosso
suporte durante esses 10 dias?
F.F. Foram Todos incansáveis, não há
palavras para agradecer a força e carinho
que nos transmitiam, claro que
com tanto apoio até as pernas agradeciam....
Mas ao nosso motorista, Carlos Brandão
deixo um agradecimento especial, foi
sem dúvida uma pessoa muito importante
nesta aventura.
Abel Santos é um português natural
de Arouca e vive na Suíça desde o ano
1994.
Com residência em Zurique, este português
realizou em 2022 um marco
importante que tatuou a sua vida de
uma forma mágica.
Hoje vou convidá-lo a descobrir um
homem que desafiou a sua própria
condição física, ao sentar-se
numa bicicleta e percorrer Zurique -
Arouca com passagem pela Póvoa de
Lanhoso, Brunhais, César em 10 dias.
Trabalha no ramo da construção
desde o ano 1989
É na cidade de Zurique que conquistou
os sonhos de uma vida estável e
onde tem todo o apoio da família e
amigos.
Abel Santos é um senhor possuidor
de um sorriso aberto e simpático, que
sabe cuidar de quem lhe é querido.
Não dispensa um bom treino de bicicleta,
após um dia de trabalho.
O seu prato preferido é Frango no
louro, uma especialidade da sua mãe.
Tem como clube desportivo o Benfica.
Vamos procurar saber como o Abel
viveu esta experiência sob duas rodas
entre o País helvético e o nosso
Portugal.
Maria dos Santos
M.S. Quem é o Abel Santos?
A.S. O Abel Santos é um rapaz que
nasceu na Freguesia de Santa Eulália
no concelho de Arouca no ano de
1971.
M.S. A bicicleta é a sua melhor amiga.
Quem lhe transmitiu este apaixonante
passatempo?
A.S. A bicicleta é mesmo uma paixão,
é o meu meio de transporte que utilizo
no meu dia-a-dia desde o ano de
1999, e onde me sinto bem para no
meu tempo livre dar umas voltas pelas
terras helvéticas e portuguesas.
M.S: Em Maio de 2022 realizou um sonho
falado há doze anos. Desafiou a
sua condição física. Que se sente ao
conseguir percorrer em 10 dias uma
distância de mais de dois mil quilómetros?
A.S. Sim claro a condição física era
muito importante! Em que nos preparamos
bem, mas a preparação mental
é ainda mais importante porque fazer
200 quilómetros num dia faço bem,
mas fazer 200 quilómetros diariamente
durante 10 dias é diferente.
M.S. Os primeiros três dias foram feitos
sem carrinha de apoio. Conte-nos
como é viver na primeira pessoa uma
tal aventura?
A.S. Fazer 3 dias sem apoio foi um desafio
importante com uma mochila de
8 kg às costas não é fácil e as condições
meteorológicas não nos foram
favoráveis, mas sabíamos que o tínhamos
que fazer.
M.S. Das dez etapas que o separaram
entre Zurique e Arouca , qual foi a peripécia
mais marcante?
A.S: Tivemos algumas, na França estávamos
a tomar um banho fora da caravana
e um motociclista a fazer uma
curva não sei olhava para nós ou não,
ele acabou por ter uma queda, mas
nada de grave.
M.S. E qual foi a etapa mais difícil?
Em algum momento pensou em desistir?
A.S. Para mim, foram duas as etapas
difíceis! A segunda etapa foi difícil porque
foram 225 quilómetros com muito
calor muito vento e muita falta de água
ao chegar ao ponto de ter que pedir e
ir bater à porta das pessoas, mas fomos
sempre bem recebidos, apesar do
nosso francês ser muito fraco.
M.S. A chegada a Arouca foi triunfante.
Como viveu este momento junto
dos seus amigos e familiares?
A.S. Foi um momento muito especial
era o nosso sonho concretizado.
M.S. O destino era chegar ao lado do
seu amigo Francisco Fernandes à Póvoa
de Lanhoso. O que vocês não esperavam
era uma comitiva de bombeiros,
motards, amigos com a mesma
afinidade nos últimos 130 quilómetros
ficaram certamente de coração cheio.
Que sentimento enaltece tal esforço?
A.S. Foi o momento mais marcante
não há palavras. Quando começamos
a descer na rotunda das bolas de
ouro em direcção à Vila de Póvoa de
Lanhoso com o carros dos bombeiros
com o som da sirene em acção,
aí sim, o meu amigo e eu, até parece
que nos faltaram as forças para pedalar
os últimos metros, que nos separavam
da meta. Ter pessoas à nossa
espera, como familiares e amigos e
aqueles que nos apoiaram na nossa
aventura, posso dizer que foi um dos
momentos que fica para o resto da vida.
M.S. Que agradecimento quer deixar
a todos que vos acompanharam incluindo
família, nesta aventura que
marcou uma página da vossa vida?
A.S. Quero agradecer a todos. Um especial
obrigado ao Francisco, sem ele
esta aventura não teria sido possível. À
minha família, aos meus amigos e a todas
as pessoas de Brunhais que foram
fantásticas no apoio e organizaram a
nossa chegada triunfante. Deixo aquele
agradecimento do fundo do coração.
O Centro Lusitano de Zurique agradece
a sua disponibilidade enviando saudações
ciclisticas.
Parabéns pelo desafio e conquista.
10
Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu
11
CRÓNICA
CRÓNICA
Zurique / Póvoa de Lanhoso
Sonho realizado sobre duas rodas
Maria dos Santos
Amigos são eles, Abel e Francisco. Partilham
a mesma paixão pelo desporto
de duas rodas. Aos domingos a tradição
era treinar em conjunto com outros
amigos. E num Domingo que se
relevou diferente, porque o Francisco
e o Abel acordaram com uma proposta
para o grupo e a brincar lançaram
a sugestão; porque não irmos de bicicleta
até Portugal. Os olhares cruzaram-se,
sabe Deus o que na cabeça de
cada um ficou.
Por motivos pessoais e quiçá profissionais,
cada um segui caminhos diferentes
e o grupo finalizou os encontros
domingueiros e os passeios a pedalar
pelas estradas suíças.
Em 2020, quis o destino que estes dois
amigos se encontrassem. Ambos estavam
agora disponíveis e pondo a conversa
em dia, veio ao de cima o que
anos antes tinha idealizado.
Os olhares falaram por si só. Cada um
regressou a casa com a certeza que
chegara o momento de realizar algo
memorável para ambos.
Deram inícios aos treinos, porque sabiam
que a condição física era exigente
para os mais de dois mil quilómetros
que os esperava.
Que loucura e, ao mesmo tempo que
adrenalina.
Maio de 2022 e em plena Primavera o
duo arranca com o apoio dos amigos
e família.
Foi no passado mês de Julho que tive
a honra de poder desfrutar de uma
divertida e cordial cavaqueira na companhia
do Francisco, jovem visionário e
Abel, o mais realista, mas de asas abertas,
para tudo o que venha. E se vier da
parte do seu amigo, então nada nem
ninguém os segura.
Uma das mesas do Centro Lusitano de
Zurique e algumas pessoas que ali tomavam
um aperitivo, foram testemunhas
das nossas risadas.
As peripécias vividas, as emoções sentidas,
o desafio da partida e chegada
ao destino, tomaram conta da mente,
da alma, do coração e sobretudo de
um sonho que acabou por se realizar.
A partida foi dada. Só os dois, cada um
com uma mochila às costas e aventura,
Suíça / França começa. Três dias de
luta pela sobrevivência, apenas com os
pertences às costas.
Muito rapidamente realizaram que seria
melhor levar os quilómetros na desportiva
e entre amigos que se complementam
foi fácil chegar ao objectivo.
Alguns momentos divertidos, algumas
dificuldades, alguns sorrisos e algumas
palavras de ânimo partilhadas a dois,
fez com que os primeiros três dias chegassem
ao fim. A carrinha de apoio estava
prestes a chegar.
Cada etapa cumprida era como um
bálsamo para a mente e ambos sabiam
que a este ponto, tudo podia
acontecer até ao destino.
Em França fizeram-se valer pela língua
gestual. O vento foi o inimigo número
um, mas ambos tinham o poder
na mente de ultrapassar qualquer dificuldade.
O calor também foi algo que os afectou.
Mas as mensagens e os estímulos
vindo do exterior, para além da força
mental de ambos, era como uma fonte
de energia.
Ao final de cada dia, a conversa com a
família era ânimo sagrado.
Depois as redes sociais, nomeadamente
o facebook era o ápice divertido. A
cada dia os seguidores eram mais e
mais, para surpresa de ambos.
Pedalada a Suíça a França e Espanha,
deixam para trás algumas anedotas
bem divertidas. Chegam à fronteira de
Portugal. Foi como se o corpo se elevasse
a algo divino.
Nesta altura tiveram a consciência do
esforço e do marco pessoal que ambos
estavam prestes a viver na primeira
pessoa.
Estavam eles longe de pensar no que
os amigos e membros da Câmara da
Póvoa de Lanhoso, bombeiros, motociclistas,
ciclistas amadores locais e esse
grande suporte que é a família, preparavam.
Foi uma festa na entrada em Arouca,
onde os fãs de Abel os esperavam com
uma alegria contagiante, mas tinham
de continuar. O destino era outro.
Um grupo de ciclistas espera esta dupla
“escondidos” depois daquela curva
estrategicamente preparada para os
surpreender. Pedalaram todos com o
coração a “morrer” de emoção.
Os motociclistas (motards) lá estavam
para enfeitarem o cortejo, depois juntaram-se
Bombeiros com as sirenes a
tocar e os últimos quilómetros até à
meta foi uma combinação de grandes
sensações, vivências e de pés no chão
já sem as bicicletas, os abraços comoventes
deixaram o Francisco e Abel
“sem palavras”.
Ambos são testemunhas de que merece
a pena lutar pelos sonhos e sobretudo
realizá-los.
Temos dois homens na nossa Comunidade
que provaram, que o corpo e a
mente, não discutem idades nem esforço.
Duas gerações unidas num projecto
invejável.
Francisco prepara já outros desafios e
desde que chegaram já realizaram outras
tantas loucuras saudáveis em cima
da bicicleta, pedalando neste território
que escolhemos para viver.
Se por acaso um dia destes se cruzarem
com eles nas estradas suíças, reduzam
a velocidade e levantem uma
mão como forma de saudação. Serão
certamente retribuídos com o sorriso
que é o cartão postal de ambos.
Há vidas quase perfeitas. Há sonhos
realizáveis e há sempre forma de chegar
à vitória, mas antes temos que saborear
a tentação de o querer fazer.
Orgulho de vocês, Francisco e Abel,
mas sei que a vossa vitória, o reconhecimento
e aquele abraço profundo é
sempre e pertence à vossa família, porque
sem ela nada seria possível.
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Opinião
A China qualificou na perfeição os EUA:
“arruaceiros e os grandes
destruidores da paz”!
Reconhecimento
João Paulo Santos ((*)
Na verdade, os EUA julgam-se os policias
do mundo e com autoridade moral
para julgar tudo e todos, com base
em princípios, valores e causas, que
são os primeiros a não respeitar e a
violar, numa hipocrisia inaceitável.
Os EUA não passam, na verdade, de
uns cowboys, arruaceiros, provocadores
e incendiários, que apenas se orientam
pelo “America first e os outros que
se fod...” e não pelo bem comum e pela
prosperidade global.
Por isso mesmo, não olham a meios
para atingir os fins e são um verdadeiro
lobo vestido de pele de cordeiro.
Na persecução do seu objectivo, é
inevitável que provoquem conflitos,
pondo em causa a paz, para retirar as
vantagens económicas pretendidas,
criando um enriquecimento exponencial,
à custa do empobrecimento de
vários Países, e as mortes derivadas
dessa sua actuação não passam, para
eles, de efeitos colaterais inevitáveis.
O futuro demonstrará que os EUA foram
os grandes responsáveis pelo conflito
militar entre a Rússia e a Ucrânia,
com o intuito notório de atingir vários
objectivos, nomeadamente, o enfraquecimento
político, militar e económico
da Rússia, o deflagrar de uma
crise social na Europa e a dependência
económica e militar do continente Europeu
em relação aos EUA, com o consequente
enriquecimento exponencial
deste último, à custa dum empobrecimento
exponencial da Europa.
Não satisfeitos com isso, na sua sua
senda provocadora, os EUA resolverem
visitar, ao mais alto nível, Taiwan, o que
não sucedida há 25 anos, numa clara
atitude provocatória em relação à China.
Os EUA fazem lembrar aquele indivíduo
que era o maior, mas que já não o
é e, invejoso e incapaz de conviver com
a grandeza dos outros, tudo fará para
os boicotar e destruir, com o intuito de
recuperar o estatuto de maior.
Infelizmente, muitos são incapazes de
constatar esta realidade, porque os
EUA, reitero, são um lobo vestido de
pele de cordeiro, que engana muito e
boa gente.
(*) Advogado
Maria dos Santos
Não é a primeira vez que nesta nossa
revista que conta já com muitos anos
e também ela sofre a crise que se instalou
na sociedade, falo sobre o período
menos bom que o movimento associativo
passa.
Constato na primeira pessoa que a
nossa geração, acusa uma certa fadiga
de luta, pelos mais genuínos valores.
Li há pouco que o movimento associativo
tem pouca representatividade.
E agora pergunto de quem é a culpa?
Uma resposta que dava pano para
mangas.
E, porque todas as associações, têm
elementos que merecem ser elogiados,
hoje quero dedicar umas linhas
escritas, para que todos possam ler, à
Fátima Lüönd e ao Paulo Macieira.
O Paulo Macieira dispensa apresentação.
Mesmo não estando na linha da
frente, tem sido ao longo de muitos
anos um braço-de-ferro no C.L.Z.
Ligado a tudo o que é desporto e
marcando presença com a sua ajuda
presencial em todos os eventos, este
homem tem sabido acompanhar a
evolução e nomeadamente as mudanças
associativas.
Homem de luta nunca baixa os braços
quando o solicitam. Por isso, hoje quero
deixar aqui o meu reconhecimento
pela sua actividade sempre tão dedicada
ao C.L.Z. Há amizades que nos
orgulham e esta é uma delas.
A Fátima Lüönd é um rosto menos conhecido.
É uma figura que não está muito presente
na Associação, mas é vista com
muitíssima frequência, nos campos
de futebol. É ela a massagista e nutre
pela equipa uma estima inquestionável
e uma dedicação ímpar.
Dizer que mesmo após terminar o trabalho
às 07:00, vai directamente para
o campo exercer a sua função de massagista,
é dizer que a esta mulher, não
podemos pedir mais nada.
Acompanha as equipas do C.L.Z. desde
há alguns anos, é uma adepta do
futebol e nomeadamente da equipa
do Benfica.
O seu coração vibra, quando está nas
suas funções e por vezes até parece
que o seu corpo e mente está ali a
trocar a bola, para que chegue às redes
da baliza. Impressionante. Que orgulho
tenho em ti amiga.
Uma mulher de coragem e determinada
em dar o seu melhor como massagista
diplomada. Esta época lá a
teremos de novo com objectivos mais
exigentes, mas que não lhe metem
medo.
Foi numa tarde de Julho, que o Paulo
Macieira em nome do C.L.Z. organizou
um jantar, onde fui a cúmplice para
assegurar presença. Foi entregue a revista,
o troféu e uma medalha que seguramente
guardará com reconhecimento
da sua dedicação a estes jovens
que precisam de ter os músculos bem
tonificados para assegurar cada jogo e
nomeadamente a vitória, que é o que
todos queremos.
Força amigos, e consigamos sempre
dar o nosso contributo, para que as
próximas gerações consigam dar continuidade
ao que, com tanto sacrifício,
esforço e dedicação construímos
desde os finais dos anos 70.
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Do Nosso Cantinho Para o Vosso Cantão
Crónica
Ainda não é este mês que
regresso às crónicas. Tenho
uns dias melhores que outros,
ultimamente melhores
que outros, o que já considero
um bom sinal.
Ofereço-vos assim a continuidade
da minha estadia
como emigrante, que transformei
em livro de contos.
Que as férias vos tenham
animado e regressem com
as pilhas completamente
carregadas.
Abraço a todos os que têm
que estar fora das suas casas
para melhorar as suas
vidas e a das suas famílias.
Aragonez Marques (*)
A SALENDA
A Salenda é para um europeu o mais
parecido a um cachecol, para um timorense,
um gesto de honra, um privilégio,
algo que se usa ou dá em momentos
especiais. Usá-lo é um grande
abraço de todo um povo e de quem é
merecedor e aceite pela sua cultura.
Os professores portugueses, ainda
num misto de despertar e sonho, estavam
formados em fila e um a um,
iam recebendo a sua salenda das
mãos das crianças de uma escola de
Díli, que alinhadas, tinham organizado
aquela primeira recepção de boas
vindas.
O dragão, continuava a lançar as suas
baforadas e a fila era demorada, porque
cada professor, era tocado pela
emoção quando se baixava, para que
o menino ou a menina lhe colocasse
no pescoço aquele sinal de boas vindas
com o coração aberto.
Carlos Novais, lenço na mão pronto
a ser espremido, avançava passo a
passo debaixo de um sol intenso, passava-o
pela testa, pelos braços nus e
metia as mãos entre o corpo e a camisa
para a desagarrar da pele que a
aspirava com suor.
Incómodo.
Quem o mandara ir para aí com aquele
peso? Sentia-se em sacrifício e pensava
que o primeiro a fazer era vencer
aquele clima que lhe diminuía o oxigénio
que respirava.
Avançava, lento, a colega da frente
abanava-se com o folheto do programa
e ele ali em passinhos de vinte
centímetros.
Faltam ainda dezasseis, pausa, passinho,
quinze, pausa, passinho, catorze…
Faltavam exactamente três professores
e quatro passinhos quando ouviu
o que os meninos diziam quando colocavam
a salenda nos ombros dos
professores, baixinho, como que envergonhados:
- Bem-vindo a Timor-Leste.
Estava quase.
Dois, a seguir era ele e depois, fugir
dali, procurar uma sombra, uma cerveja,
fugir, desaparecer, esconder-se
num sítio escuro, numa gruta onde
fosse proibida a entrada do sol e talvez
por isso se surpreendeu, que o sol,
com um sorriso tímido, lhe tocasse o
corpo e estivesse ali, à sua frente, na
cara daquela menina que lhe colocava
nos ombros a responsabilidade da
sua salenda enquanto soltava a frase
mágica:
- Bem-vindo a Timor-Leste.
Carlos Novais arrependeu-se de ter
tentado fugir, puxou a menina, deu-
-lhe um beijinho, agradeceu e perguntou-lhe:
- Como te chamas?
A menina olhando para ele respondeu:
- Bem-vindo a Timor-Leste.
Novais pensou, coitadinha, não entendeu:
- Não é isso filha, quero saber o teu
nome, o meu é Carlos e o teu?
- Bem-vindo a Timor-Leste.
- O teu nome, como te chamas?
- Bem-vindo a Timor-Leste.
A menina ficou apavorada perante
aquela alteração do guião, isso não
estava no papel, era meter a salenda e
pronto, logo a ela lhe havia de ter calhado
aquele professor gordo e chato
que inventava coisas que não estavam
escritas em lado nenhum.
Desviou o olhar de surpresa, passou-
-o para os companheiros que com outras
salendas nas mãos aguardavam
os professores que transpiravam atrás
daquele e repetiu, desta vez pausadamente
para ver se aquele idiota percebia
de vez:
- Bem-vindo (pausa) a Timor-Leste.
Carlos Novais sorriu:
- Eu entendi queridinha, só quero saber
o teu nome - insistiu Carlos – o teu
nome amiguinha…
Fixou-o.
Carlos sentiu que com os olhos lhe dizia
“ Vai-te embora daqui pá! Desampara-me
a loja! Olha o que me saiu
na rifa! Então não querem ver este?”
apesar de tudo dignamente dizia-
-lhe, agora de uma forma clara, sílaba
acentuada e lisa:
- Bem-vindo a Timor-Leste!
Nesse mesmo instante, Carlos Novais
afagou-lhe a cabeça, ajeitou a sua salenda
e deu o lugar ao colega de trás.
A menina respirou aliviada.
Só aí se deu conta do peso enorme
da responsabilidade que essa salenda
lhe transmitia, a responsabilidade
de fazer renascer a língua portuguesa,
proibida durante uma geração, perseguida
à ponta de catana e metralha,
sofrimento e luto, tirada à força da história,
e esse ano, o ano em que recebera
a sua salenda, era aquele em que
se celebravam os quinhentos anos da
chegada dos primeiros portugueses a
Timor.
Sentindo o enorme trabalho que tinha
pela frente, Carlos Novais juntou-se
aos companheiros, anichados debaixo
do alpendre, assistindo à dança da
cultura timorense que outras crianças
tinham preparado para eles.
Carlos Novais sentiu-se pela primeira
vez na sua vida a fazer parte da história,
que parecia que o tinha posto na
fila de propósito, pedindo-lhe ajuda
e colocando também nas suas mãos
uma pequena parte, para que pudesse
continuar a ser contada com orgulho,
o orgulho de ser língua, afago de
pátrias, espalhadas pelos mares, pelos
ventos e pelas estrelas.
Carlos Novais fechou os olhos e no
meio daquele momento tão nobre, ficou
surpreendido consigo, lenço ensopado
nas mãos, pois quando os abriu,
em vez de pensar em hinos e bandeiras,
estátuas, monumentos e glórias
tão apropriadas aos egrégios avós dos
seus pensamentos, apenas lhe veio à
mente “tenho que emagrecer”.
Por Deus, que falta de oportunidade
histórica para uma frase a ser registada
nos anais.
Sorriu, só esperava que o destino histórico
se não tivesse enganado ao colocá-lo
naquela fila.
“Tenho que emagrecer”, que pobreza
de pensamento e pior se sentiu quando
o segundo, a outra oportunidade
que podia ainda ter aproveitado foi:
- Tenho fome.
Deu-se conta de o ter dito em voz alta,
porque uma senhora ao seu lado, pertencente
à organização lhe respondeu:
- Isto está quase a acabar.
(...)
in O que foste lá fazer?
Aragonez Marques
__________________
(*) Aragonez Marques (Portalegre,
1957) é Professor e autor de romances,
livros infantis e canções
para crianças. Publicou em edição
bilingue (Português-Espanhol)
“Uma Aventura no Ciclo da Água”
(2001), “As Estrelas do Avô de Manuel”
(2003), “Três Contos Trípteros”
(2004), “Mariana ou a Andorinha
Filha da Liberdade” (2005). Publica
em Língua Portuguesa “Margens
de um Rio Violento” (1997; reeditado
em 2019 por Filigrana Editora),
“Retratos de Gente em Procissão”
(Edições Colibri, 2012), “A Mulher do
Sargento Espanhol” (distinguido na
1ª edição do Prémio Literário.
18
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19
ACTUALIDADE
Cevide, em Melgaço,
centro do Caminho
Ribeiro de Santiago
Texto e fotos:
COSTA GUIMARÃES (*)
Um livro histórico — Camiño Xacobeu Miñoto Ribeiro — foi
apresentado em Braga pelo seu principal autor Cástor Pérez
Casal, numa sessão que contou com a presença do Arcebispo
D. José Cordeiro, tendo o Padre Carlos Vaz descrito o
perfil e caminhada científica do autor.
Cástor Casal considera Cevide “centro de la história del Camiño
Miñoto Ribeiro” (pp. 52-57) porque é uma das três portas
de entrada na Galiza do Caminho a que dedicou tantos
anos de investigação.
A sessão contou com a presença do Deão da Catedral e
Director do Museu Pio XII, José Paulo Abreu, para além de
muitos amigos e interessados nesta temática das viagens a
lugares santos, na senda das grandes caminhadas da história
humana, como são os casos de Ulisses, Abraão, como
lembrou o Padre Carlos Vaz.
O apresentador do autor não esqueceu também a grande
viagem do Êxodo, como expressão da vontade humana de
“sair”, definindo a quarta grande viagem bíblica como sendo
a de Jesus Cristo, “que não tinha onde reclinar a cabeça, estava
sempre em viagem”.
20
“A viagem é a definição da pessoa humana” — garantiu o
Padre Carlos Nuno Vaz, porque, seja como turista ou seja
como peregrino” ela permite “não voltar a casa como estava
ao dela sair” porque com a peregrinação opera-se a transformação
da riqueza”
A viagem deve ser feita sem pressa,
sob “pena de irmos a demasiados sítios
e afinal verificamos que nunca
lá estivemos” — conclui o orador.
Por sua vez, Cástor Casal — co-autor
da obra, com José Ramon Estéves
e Jorge Lamas Bertolo — lembrou
que o livro é o resultado de 23 anos
de investigação científica histórica sobre este que é um dos
mais antigos Caminhos entre Braga e Compostela.
Trata-se de um caminho alimentado por muita “história,
natureza e vinho”, servido por instituições hospitalares que
passa por lugares de Águas quentes ou Termais, através de
Braga, Vila Verde, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Melgaço.
Cástor Casal explicou que o livro está estruturado em seis
secções, começando com o itinerário no Minho e prosseguindo
com o percurso na Galiza, acompanhado de mapas
— mais de meia centena — que orientam o peregrino através
do verdadeiro traçado do Caminho Minhoto Ribeiro, tendo
Braga como porta de entrada.
Naturalmente, esta obra dedica atenção especial a Ribadavia
e à parte final do Caminho, entre Beade e Compostela,
com etapas em Carballiño, Boborás, Beariz, Forcarel e Boqueixón.
José Paulo Abreu sustentou que este caminho Minhoto Ribeiro
deve também “ser um caminho de espiritualidade, de
encontro de cada um consigo próprio e com o transcendental.
Não se pretende apenas aumentar o turismo. Não se
deseja o aumento dos ‘turisgrino’, mas
sim o aumento de gente que se abre a
Deus”, mesmo sendo turista.
Seguiu-se um intenso debate que se
centrou na localidade de Cevide, no
limite de Melgaço dom a Galiza, uma
das três portas de entrada do Caminho
na Galiza (junto com as de Fiães e de
Castro Laboreiro). Cástor Casal defende
mesmo que Cevide está no centro
da história do Caminho Minhoto Ribeiro,
a começar pela sua ocupação romana
até à sua produção vinícola e património construído.
Um dos organizadores desta sessão, Mário Monteiro, não
escondeu o seu assentimento a esta centralidade e fez
questão de o mostrar oferecendo uma garrafa de vinho
produzido em Cevide ao Arcebispo Primaz de Braga e ao
autor da obra.
De facto, entre as características singulares deste caminho,
os autores destacam o vinho, além das águas quentes, a
natureza e os peregrinos.
Cevide coloca Melgaço coração
deste ‘Caminho’
A aldeia de Cevide situa-se no concelho
de Melgaço e conta com menos
de meia dúzia de habitantes. Tem aos
seus pés o Rio Trancoso e é deixada de
fora dos roteiros turísticos apesar de
ser aqui o início de Portugal.
O Rio Trancoso nasce na Portelinha, perto de Castro Laboreiro
e estende-se por 13,6 quilómetros, definindo na sua
grande maioria a fronteira entre Portugal e Espanha e o
município de Padrenda já reconheceu o potencial paisagístico
como “Río Toncoso ou Barxas”.
Neste ponto mais a Norte do país, encontram-se paisagens
deslumbrantes, que se conjugam e alternam consoante as
estações do ano. É aqui que se começa a ouvir a língua de
Camões, bem como o caminho, caneja, palmilhado pela
população em geral e outrora pelos contrabandistas.
Neste recanto, gabam-se os locais que se ouvem cantar
os galos de três províncias: do Minho, de Pontevedra e de
Ourense.
Em Cevide é possível visitar uma capela dedicada a Santo
António que remonta, pelo menos, ao século XVIII (cf. https://www.viajecomigo.com/2017/12/04/ponto-mais-a-norte-de-portugal-em-cevide/).
Cástor Casal considera Cevide “centro de la história del
Camiño Miñoto Ribeiro (pp. 52-57) porque é uma das três
portas de entrada na Galiza do Caminho a que dedicou
tantos anos de investigação.
E porquê? “Radica en la transcendencia histórica deste imponente
castro que podria retraernos hasta el siglo II antes
de Cristo” e pela “formidable calzada romana quem atraviesa
este território”.
“La excepcionalidad de Cevide en el macro de este camiño
de peregrinación, Miñoto Ribeiro, reside pues en su excelente
ubicuación dado que se encuentra al final del trayecto
português que recoge a los peregrinos” — escreve Cástor
Casal. Esta derivação para a montanha deve-se – esclarece
o autor – à “finalidad de evitar el impuesto de la villa de
Melgaço” onde os mercadores que ali passassem tinham
de pagar impostos.
Cevide viveu também, em profundidade, a “actividade del
contrabando” mas também é verdade que “Cevide goza de
outra extraodinaria riqueza natural a causa de su vecindad
com el rio Miño y que fué causa de pleitos y luchas entre
señores y abades a lo largo de la Edad Media, sus pesquerias”,
sem esquecer o vinho e o termalismo.
No entanto, o livro, acaba por dar razão ao debate final
sobre os caminhos portugueses: “uno que entraba por Portela
do Homem y outro que entraba por Puente Barca. Camiños
por los que sabemos que llegaram a Santiago riadas
de romeros y peregrinos” (RODRIGUES, Henrique Bande,
“Registro del paso de peregrinos por las rutas jacobeas
orensanas segun los libros parroquiales”, in Cuadernos
de estudios Gallegos, Tomo XLII, Fascículo 107, Santiago,
1995).
(*) António Costa Guimarães, é
Jornalista, foi Capelão Militar e
Director do jornal Correio do Minho.
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21
CRÓNICA
Chalana está agora no
lugar que merece
Aos que votam no Chega
Luís Osório (*)
1.
Perdoem-me a ousadia de uma carta
aberta que não pediram para receber.
É que vejo tanta gente a desistir, tanta
gente a achar que cada um de vocês
é um caso perdido, que não vale a
pena tentar o diálogo com quem não
deseja dialogar, que é uma conversa
de surdos, que a única coisa possível é
esquecer-vos e prosseguir.
Vejo tanta gente a desistir, mas eu não
acredito nisso.
Alguns (ou mesmo muitos) de entre
vós estão confortáveis a militar ou a
combater por ideias racistas, gostam
da violência do confronto, adoram a
ideia de um dia derrubar a democracia
e construir um projeto qualquer
com um líder providencial que acreditam
está ungido por um qualquer
Deus.
Alguns fazem-no por puro oportunismo,
vocês sabem que é verdade.
Conhecem-nos melhor do que eu.
22
Esta carta aberta não é para quem
está confortável com a agressividade,
com quem deseja partir para a porrada,
com os que olham com ódio,
com os que parecem ter esquecido
que existem bons sentimentos, que
na vida há coisas maravilhosas e não
apenas ressentimento, maus pensamentos,
más palavras.
2.
O que vos quero dizer, com toda a sinceridade,
é que não podem desistir da
democracia. Não podem desistir da
vida, de estar do lado certo, de contribuir
todos os dias para que o mundo
mude para melhor.
Sei que estão desiludidos.
Sei que estão ressentidos com a vida.
Que muitos têm sofrido nas fábricas,
nas empresas, com o desemprego,
com a falta de perspetivas, com gente
que vos humilha, com uma vida de
merda que não merecem.
Mas o caminho, acreditem, não é por aí.
Não é pela vingança, não é pela tentação
de atear fogo ao sistema, não é
também por um pacto com uma ideia
de destruição – sabem, por estranho
que vos possa parecer, as ervas daninhas
quando crescem são imparáveis,
rebentam-nos por dentro, tornam-nos
azedos e amputados de afeto.
3.
Compreendo, sou capaz de compreender.
Muitos de vocês pouco ou nada têm
a perder.
Mas não é verdade.
Temos sempre mais a perder.
E sobretudo temos muito a ganhar.
Muito a conquistar.
Se acharem que é no Chega, muito
bem.
Será um desperdício de energia, um
desperdício do que em cada um poderia
crescer de bom.
Mas, no final das contas, a vida é vossa.
E se estão confortáveis com o desconforto
permanente nada haverá a fazer.
Cá estaremos para o combate.
Por mim, comprometo-me a nunca
desistir das pessoas, a nunca desistir
de vos convencer de que o caminho é
o da democracia e do respeito pelas
diferenças.
Eu não desisto.
Não desistas também.
(*) Luís Osório nasceu em 1971, em Lisboa. Dirigiu jornais e uma estação de rádio. Imaginou programas de
televisão, encenou uma peça de teatro, participou em comissões governamentais, coordenou a comunicação
política de uma campanha presidencial e é consultor empresarial. Comentou política, realizou documentários
e foi premiado como jornalista e criativo. Publicou oito livros, o último dos quais 30 Portugueses, 1 País, resultado
de 30 conversas com figuras portuguesas das mais variadas áreas. É pai de três filhos e de uma filha.
Luís Osório
1.
Chorei quando ouvi a notícia de
que morrera.
Como é possível a morte de um
ídolo?
(a morte do meu primeiro ídolo)
A estrela do Benfica quando comecei
a ver futebol. O meu tio
Manel, irmão mais velho de minha
mãe, levava-me pela mão ao
antigo Estádio da Luz e aquele
pequenino número 10, aquele
português de bigodes fartos, endoidecia
os adversários com o
seu pé esquerdo.
E depois na seleção portuguesa.
Lembram-se de 1984?
Parecia o Astérix capaz de nos
vingar de todas s humilhações,
de todas as bocas e anedotas
sobre portugueses, sobre portugueses
com bigode, sobre portugueses
pobres que faziam pela
vida.
2.
Vieram depois as lesões.
Os que se aproveitaram.
Os que fizeram pouco da sua generosidade,
veio o habitual.
Mas foi na dificuldade que Fernando
Chalana ainda reforçou
mais o que era por dentro. Já
não era o pé esquerdo e o génio
futebolístico, era qualquer coisa
maior, a sua bondade com as
crianças que passou a treinar no
Benfica, a sua generosidade com
o mundo, a sua ausência de ressentimento
com o mal que lhe
tinham feito.
3.
Posso contar-vos uma história?
Na apresentação da biografia,
“Chalana – A Vida do Génio”, o
Fernando (sempre em silêncio)
teve ao seu lado o também extraordinário
Bernardo Silva.
Bernardo, no seu jeito humilde
de anti vedeta, decidiu contar
uma história. Qualquer coisa
como isto: “Sabem, quando era
juvenil ninguém acreditava em
mim – até eu começava a duvidar.
Um dia, estávamos num estágio
– bateram-me já muito à
noite na porta do meu quarto.
Fui abrir. Era o mister Chalana
(na altura adjunto dos juvenis do
Benfica). E ele disse-me o que me
deu a força necessária para chegar
até aqui”.
4.
E o que Chalana disse ao miúdo
Bernardo?
Isto.
“Eu acredito que és especial, Bernardo.
Acredito no teu talento. És
o meu Messizinho e serás um dia
um grande jogador. Queres apostar?”
Bernardo tinha 15 anos e nunca
vira jogar Chalana. Na sua cabeça
de adolescente passava-lhe a
ideia de desistir do futebol. Não
jogava na equipa de juvenis do
Benfica, os treinadores principais
não confiavam – era magrinho,
pequenino, inconsequente
e pouco dado aos sacrifícios do
futebol.
Quantas vezes já não nos aconteceu
o mesmo? Pensarmos em
desistir porque nos atiram para
baixo, menorizam e humilham?
E quantos de nós tiveram a sorte
de alguém nos bater à porta e
dizer que, afinal, valemos a pena?
Que afinal alguém, num lugar
qualquer do mundo acredita que
nos cumpriremos, que um dia
isso será reconhecido?
5.
Fernando Chalana não disse
uma palavra na apresentação da
sua biografia por culpa de uma
doença degenerativa.
E partiu hoje.
É bem capaz de ter sido chamado
para uma qualquer equipa de
anjos.
Uma equipa feita de gente maior,
com coração grande e ingenuidade
que, naquele campo de estrelas
que já não são daqui, é uma
marca que distingue os bons, os
que valem a pena, os que acreditam
nos outros sem que nada
de mal lhes possa acontecer por
acreditarem.
Fernando Chalana está no lugar
que merece.
Obrigado, pequeno génio.
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23
Diário de uma avó e de um neto
Retratos contados...
Nélson
Mateus
Alice
Vieira
Eunice, a atriz coragem
V NELSON MATEUS (*)
Querido neto
Realmente a Eunice Muñoz foi das grandes artistas que
tivemos.
Mas, felizmente, não foi a única.
Os tios que me criavam gostavam muito de teatro e levavam-me
sempre com eles. No final dos espectáculos
“largavam-me» e eu podia entrar nos bastidores dos teatros
e falar com os actores e actrizes. O porteiro do Nacional—o
Sr. Acácio—já me conhecia e assim que me via
dizia “entre lá, menina, entre lá!”
Cultura
E foi assim que eu ainda conheci a Palmira Bastos (deu-
-me uma fotografia com uma linda dedicatória!), que
vi não sei quantas vezes em “As Árvores Morrem de
Pé” ( e de quem tive o prazer de conhecer agora
uma neta ,que vive aqui na Ericeira), a Brunilde
Júdice, a Maria Matos, a Josefina Silva, etc, etc
©: DR
Quando conheci a Eunice eu já era adulta e, para
além de ver os espectáculos, ia sempre fazer-lhe
uma entrevista para o jornal.
Uma vez—quando os jornais tinham muitas folhas e havia
poucas coisas de que falar--. O meu chefe de redacção
do “Diário de Notícias” mandou-me fazer uma série de
reportagens com o título geral de “Como se faz…”. “Como
se faz uma peça de teatro”, “Como se faz uma Ópera”,
“Como se faz um Concerto”, etc.
Então eu seguia durante vários dias os ensaios de uma
peça, de um concerto, etc.
A peça que me calhou foi “Mãe Coragem”, que ia ser
interpretada pela Eunice. O encenador (que por acaso
era—e é-- meu amigo) sabia que eu lá estava, mas isso
não o perturbava nada. Eu nunca tinha visto tanta rigidez
nos ensaios! E o estranho é que ela não reagia, não
se indignava! Depois dos dias todos em que lá estive
é que eu percebi, a Eunice adorava ser dirigida assim.
Dava-lhe confiança, dizia. E a verdade é que a estreia
foi um espectáculo admirável, das melhores coisas
que eu vi a Eunice fazer .
E também gostei muito de a ver fazer, ao lado do Raul
Solnado, a série televisiva “A Banqueira do Povo”. A RTP-
-Memória bem podia apresentá-la outra vez
Fica bem
V ALICE VIEIRA (*)
Querido neto
Uma das frases que mais gosto de te ouvir dizer é “sempre
tive os amigos que quis, os empregos que quis, os homens
e os filhos que quis …”
São tão poucas as pessoas, principalmente mulheres, que
se podem gabar de terem tido a vida que quiseram!
Sempre foste uma grande mulher, com um coração enorme,
com muito amor para dar.
Por falar em grandes mulheres que sempre fizeram o que
quiseram, fui recentemente à apresentação do livro “Eunice
Muñoz – Fotobiografia”. Uma belíssima edição da editora
Guerra e Paz, com o patrocínio Gulbenkian.
Uma obra que Eunice não chegou a ver. Estava a ser produzida
para uma futura surpresa da actriz.
Estes Retratos Contados de Eunice Muñoz são um belíssimo
arquivo de memória para partilhar com todos. Um livro
que revisita, cronologicamente, os momentos mais marcantes,
mais simbólicos, mais dramáticos da vida da actriz,
desde as origens artísticas da família à estreia em palco no
Teatro Nacional D. Maria II, aos 13 anos, passando também
pelos grandes papéis em teatro, cinema e televisão.
Acima de tudo o destaque vai para o amor à arte que foi
dado pela Eunice. Ao longo de 80 anos de uma carreira
brilhante e multifacetada, em que contracenou com uma
legião de grandes atores e encantou milhares de portugueses
com a sua forma única de representar.
Uns identificam-se mais com os papéis que representou no
palco, outros com as novelas que participou, mas ninguém
fica indiferente a esta carreira de sucesso.
A atriz Maria do Céu Guerra, foi uma das personalidades a
apresentar o livro.
Partilhei com ela o quanto tu gostas da “Corcovada”.
Quem sabe um dia venha a realizar uma exposição sobre
ambas. Eu gostava!
Que bom é viver num país que tenha tido alguém com a
Eunice mundo das artes
Bjs
(*) Os autores escrevem segundo o Acordo Ortográfico
(**) Jornalista - (***) Jornalista e Escritora
https://bit.ly/3dvDigl
https://bit.ly/3dvi3Li
©: DR
Bjs
Uma mulher com muito amor para dar. Ter casado 6 vezes
prova-o.
www.retratoscontados.pt
https://bit.ly/3tyuFXN
info@retratoscontados.pt
24
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A Freira de Ferro doa os prémios
das vitórias
Costa Guimarães (*)
Tem 92 anos e no passado dia 7 de agosto voltou
a cruzar a meta de mais uma prova desportiva:
a americana Madonna Buder compete há
40 anos numa das disciplinas mais exigentes, o
triatlo. Começou tarde, aos 52 anos, o que não
a impediu de experimentar, com 55 anos, o
“Ironman” (uma versão mais dura e mais longa
de triatlo, que se faz de 3800 metros a nadar,
180 quilómetros em bicicleta e 42 quilómetros
de maratona). E desde então não parou mais (cf.
www.wikipedia.org/Madonna_Buder).
Conhecida como Freira de Ferro, Ir. Madonna
Buder é uma religiosa de 92 anos, nascida em
St. Louis, estado do Missouri (EUA), que carrega
consigo a experiência de participar de cerca
de 400 provas de triatlo, sendo 50 de Ironman,
uma das competições mais pesadas do mundo,
que consiste em 3,8 km de natação, 180 km de
ciclismo e 42 km de corrida.
A Ir. Madonna possui o recorde mundial de mulher
mais velha a finalizar o Ironman Triathlon,
alcançado aos seus 82 anos, bem como aos
76, em que conquistou recorde no Mundial do
Ironman, entre outros títulos, obrigando à criação
de uma nova categoria no desporto, para
pessoas com mais de 80 anos.
A Freira iniciou este cuidado com a saúde a
conselho de um padre, que destacou a corrida
como bom exercício para o corpo e espírito.
Madonna mostra a força de um corpo, mente
e espírito bem alinhados, com foco na fé e determinação
em cumprir com seus objectivos,
para evoluir sempre e o dinheiro conquistado
nas provas é doado a instituições de caridade
(cf. www.tampabay.com/sports/2018/04/26/the-
-iron-nun-still-going-strong-at-age-88/).
Nascida a 24 de julho de 1930, em St. Louis, no
Missouri, Marie Dorothy Buder entrou num convento
aos 23 anos. Em 1970, a irmã Madonna
deixou a congregação (das irmãs de Nossa Senhora
da Caridade do Bom Pastor) para se juntar
a outras 38 freiras de origens diferentes e
variadas para estabelecer uma comunidade de
irmãs religiosas não tradicional.
As Sisters for Christian Community (Irmãs para
a Comunidade Cristã) são uma ordem religiosa
contemporânea, não-canónica, ecuménica
e inspirada nos textos do Concílio Vaticano II,
apresentada como independente da autoridade
da Igreja Católica. Apesar de Buder ter tido
a liberdade de escolher o seu próprio estilo de
vida, no momento de competir ouviu o bispo
sobre este “hobby pouco ortodoxo”. Como relata
na sua autobiografia (The Grace to Race: The
Wisdom and Inspiration of the 80-Year-Old World
Champion Triathlete Known as the Iron Nun
(acerca da “sabedoria e inspiração da triatleta
campeã mundial de 80 anos conhecida como
freira de ferro)”
Mesmo com a sua idade avançada, comparada
a dos demais atletas, e as suas nove fracturas
(entre fémur, pélvis, costela, clavícula, cotovelo
e pé), Madonna não se intimidou com o desafio.
“Muitas vezes pensei que falharia e não atingiria
os objetivos que havia definido para mim, mas
então percebi que a única falha é não tentar.
Porque o esforço de cada um, por si só, é um
sucesso”, assegura a “Freira de Ferro”, numa entrevista
ao UOL Esporte.
No passado dia 7, numa prova de triatlo para
mais velhos (o Toyota USA Triathlon Age Group
National Championships, no Milwaukee), o tempo
não foi divulgado — nem era o mais importante.
Nas costas da camisola podia ler-se uma
frase da segunda carta de São Paulo a Timóteo
(2.ª Timóteo 4, 7): “Combati o bom combate, terminei
a corrida, permaneci fiel.”
Gosta de histórias bonitas. Esperamos que
tenham gostado desta.
(*) António Costa Guimarães, é
Jornalista, foi Capelão Militar e
Director do jornal Correio do Minho.
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AGENDA
Cidadania
Informações
MAPS
A EQUIPA DA MAPS
ESTÁ À PROCURA DE
VOLUNTÁRIOS!
A equipa da MAPS procura
voluntários para traduzir do alemão
para o somali e persa (farsi).
Fala uma destas línguas? Depois
contacte-nos em maps@aoz.ch para
mais informações.
DOMINGO — 4.9.
DIA DO CINEMA
Hoje à noite vá ao cinema com a sua
família ou os amigos. Em muitos dos
cinemas de Zurique o bilhete custa
apenas CHF 5.-. Consulte informações
sobre os cinemas e o programa em
www.allianz-tagdeskinos.ch.
www.allianz-tagdeskinos.ch
DOMINGO — 4.9.
VISITE O TEATRO DA
ÓPERA
Você gostaria de ver os bastidores da
Ópera de Zurique? Hoje há uma visita
guiada ao Teatro da Ópera. Aprenda
sobre a história deste lugar e as diferentes
profissões da ópera: fantasias,
maquiagem, máscaras, palco. Duração:
1,5 h. A visita guiada é adequada
para crianças a partir de 7 anos.
10:30-12:00. CHF 10.-.
Opernhaus Zürich. Sechseläutenplatz
1.( Tram 2/4 oder Bus 912/916 bis
“Opernhaus”.
www.opernhaus.ch
TERÇA-FEIRA — 6.9.
OFICINA DE LEITURA
Você gosta de ler? Então venha para a
“PBZ-Bibliothek Pestalozzi” em Altstadt.
Hoje, um grupo de 15 pessoas lerá
histórias e poemas juntos. Em seguida,
os participantes discutirão os textos
em conjunto. 15:00-16:30. Participação
gratuita.
PBZ Bibliothek Altstadt. Zähringerstr.
17.( Tram 4/15 bis “Rudolf-Brun-Brücke”.
www.pbz.ch
QUARTA-FEIRA — 7.9.
CIRCO
Você gosta de rir? Então vá à Rote Fabrik
esta noite para ver o show “Moment!”
do “Zirkus Chnopf”. O programa
conta humoristicamente a história de
um grupo de pessoas que se perdem
após a parada de um ônibus. Programa
em: www.rotefabrik.ch. Entrada
livre, contribuição espontânea. O escritório
da MAPS sorteia 2×2 entradas
para bebidas gratuitas no bar. Basta ligar
para: 044 415 65 89 ou escrever um
e-mail para: maps@aoz.ch.
Rote Fabrik. Seestr. 395.( Tram 7 bis
“Post Wollishofen” oder Bus 161/165
bis “Rote Fabrik”.
www.rotefabrik.ch
QUINTA-FEIRA — 8.9.
FESTIVAL CULINÁRIO
DE ZURIQUE
Boas notícias para todos os gourmets!
De 08.09 a 18.09 acontecerá o “Food
Zürich Festival”. O tema deste ano é
“Culinary Futures”. Como será o alimento
do futuro? Estandes de alimentação
e vários workshops serão realizados
em Zurique. Programação em:
www.foodzurich.com. Muitos eventos
são gratuitos.
www.foodzurich.com
SEXTA-FEIRA — 9.9.
THE CIRCLE
Se você gosta de arquitetura moderna,
vá até o centro comercial “The Circle”
no aeroporto de Zurique. O centro tem
também um grande parque com uma
fonte e um pavilhão para piqueniques
onde são realizados pequenos eventos
com frequência. Em um dia claro, você
pode ver os Alpes a partir da plataforma
de visualização do “The Circle”.
10:00-19:00. Entrada livre.
The Circle. Zürich Flughafen.( Tram
10/12 oder S-Bahn 2/16/24 bis “Zürich
Flughafen”.
www.zuerich.com
SÁBADO — 10.9.
FESTA POPULAR (10.09.-
12.09.)
“Knabenschiessen” é a maior e a mais
antiga festa popular da cidade de Zurique
para miúdos e graúdos. Nesta festa
de Outono que dura três dias, especial
destaque para o concurso de tiros
de espingarda para todos os jovens do
cantão de Zurique entre os 13 e os 17
anos. Mais informações em www.knabenschiessen.ch.
Albisgütli.( Tram 13/17 oder Bus 32/89
bis “Strassenverkehrsamt”.
https://www.knabenschiessen.ch
DOMINGO — 11.9.
VISITE O JARDIM TÊXTIL
O “Museum für Gestaltung” mostra
roupas, inovações em tecidos e fotografias
sobre moda na Suíça. Lá você
verá uma exposição única sobre tecidos.
O “Textilgarten” é uma sala cheia
de peças de tecidos que dão a sensação
de um sonho. Uma visita guiada
acontece todos os domingos, das 11:00
às 12:00. Ter-dom 10:00-17:00. Qui
10:00-20:00. Com KulturLegi CHF 8.-
(em vez de CHF 12.-). Entrada gratuita
para pessoas com o status de refugiado
N/S/F/B.
Museum für Gestaltung Zürich. Ausstellungsstr.
60.( Tram 4/6/13 bis “Museum
für Gestaltung”.
www.museum-gestaltung.ch
TERÇA-FEIRA — 13.9.
EXPOSIÇÃO NO STADT-
GÄRTNEREI
Como as cidades podem lidar com o
aquecimento global? No “Stadtgartnerei”
você aprenderá como as plantas
podem refrescar uma cidade. É
também uma boa oportunidade para
caminhar pelo belo jardim, apreciar a
pérgula e a estufa tropical. Diariamente:
09:00-17:00. Entrada gratuita.
Stadtgärtnerei - Zentrum für Pflanzen
und Bildung. Sackzelg 27.( Tram 3 oder
Bus 33/83/89 bis “Hubertus”.
www.stadt-zuerich.ch
QUARTA-FEIRA — 14.9.
CONCERTO
Participe de um concerto no bar “Das
Gleis” hoje à noite. A cantora Stella
Cruz toca música pop. O bar oferece
bebidas e petiscos saborosos. Às 19:00.
Entrada gratuita. Bebidas e lanches pagos.
GLEIS. Zollstrasse 121.( Bus 32 bis “Röntgenstrasse”.
www.dasgleis.ch
QUINTA-FEIRA — 15.9.
EXPOSIÇÃO SOBRE
ARTE INDÍGENA (ATÉ 30.10)
O “Museu Rietberg” mostra arte especial
das culturas do mundo. Visite a
exposição sobre pintura indígena da
região “Bundelkhand” até o dia 30.10.
As visitas guiadas da exposição acontecem
todas as quintas-feiras das 12:15
às 13:15. Ter-dom 10:00-17:00. Entrada
gratuita com KulturLegi e para pessoas
com status de refugiado S/N/F.
Museum Rietberg. Gablerstr.15.
Tram 7 bis “Museum Rietberg”.
www.rietberg.ch
SÁBADO — 17.9.
FESTA DO MERCADO DA
CULTURA
O centro cultural “Kulturmarkt” celebra
o seu 25º aniversário! Aqui encontra diversas
actividades interessantes como
concertos, teatro, pintura facial para
crianças, bem como ilusionistas! Além
disso, há vários stands com comida e
bebida. Aproveite a festa e desfrute de
um fantástico dia em família. 11:00-
23:00. Entrada livre.
Kulturmarkt. Aemtlerstr. 23.( Bus 32/72
bis “Zwinglihaus”.
www.kulturmarkt.ch
DOMINGO — 18.9.
DESCONTRAIR NO PARQUE
O “Rechbergpark” é o mais bonito jardim
barroco em Zurique. Neste jardim
de 1790, encontra também encantadores
terraços e edifícios desta época.
Aproveite o Outono e visite este lugar
especial.
Rechberggarte. Hochschulen.( Tram 3
oder Bus 32 bis “Neumarkt”.
www.stadt-zuerich.ch
SEGUNDA-FEIRA — 19.9.
CURSOS SOBRE DIVER-
SOS TEMAS (ATÉ 25.09.)
Durante o projecto “Quartier macht
Schule”, pode frequentar cursos sobre
desporto, trabalhos manuais, dança ou
fazer pão/bolos, entre outros. Pessoas
particulares apresentam a sua paixão
e partilham o seu conhecimento consigo.
Hoje, por exemplo, aprenda “Origami”,
a técnica de dobragem de papel
no “Zentrum ELCH Krokodil”. Crianças
e adultos são bem-vindos! 10:00-11:00.
Gratuito.
www.zuerich-lernt.ch
TERÇA-FEIRA — 20.9.
DECORAÇÃO DE OUTO-
NO PARA CRIANÇAS
O Outono está a chegar! No “Zentrum
ELCH Regensbergstrasse” as crianças
constroem elementos decorativos de
Outono com folhas. Os pais ajudam e
trocam ideias. 15:00-17:00. Gratuito.
Zentrum ELCH Regensbergstrasse.
Regensbergstr. 209.( Bus 61/62 bis
“Oberwiesenstrasse”.
www.zentrumelch.ch
QUINTA-FEIRA — 22.9.
FESTIVAL DE CINEMA
É fã de cinema? De 22.09. a 02.10. decorre
o “Zurich Film Festival”, durante o
qual pode ver filmes internacionais em
ante-estreia. Artistas estão também
presentes para apresentar os filmes.
No final, serão sorteados os melhores
filmes. Ao longo do festival há uma
grande variedade de workshops, bem
como stands de comida e bebida. O escritório
da MAPS oferece 2×2 bilhetes.
Basta ligar 044 415 65 89 ou enviar um
e-mail para maps@aoz.ch.
Bellevueplatz.( Tram 2/4/5/8/9/11/15 bis
“Bellevue”.
www.zff.com
SEXTA-FEIRA — 23.9.
PÔR-DO-SOL NO ÜETLI-
BERG
No monte de Zurique pode apreciar o
melhor pôr-do-sol da cidade. Poderá
fazer a subida a pé de “Albisgütli”, de
“Triemli” ou partindo do parque de estacionamento
“Uitikon-Waldegg” ou
então suba de comboio a partir de
“Ringlikon”. O passeio a pé dura cerca
de uma hora.
Üetliberg.( S10 bis “Üetliberg”. Tram
10/13 bis “Albisgütli”. Tram 9/14 oder
Bus 33/80 bis “Triemli”.
SÁBADO — 24.9.
ÁTRIO ARTÍSTICO
No posto da polícia de Zurique existe
uma obra de arte única. O artista Augusto
Giacometti (1877-1947) pintou o
átrio de entrada. Aberto toda a semana
das 09:00-11:00 e das 14:00-16:00. Necessário
mostrar documento de identificação
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29
Espectáculo
Esteves
Entrevista
ESCALA OS ALPES COM O FOLK
SEM PERDER DE VISTA O ROCK
Joaquim Galante (*)
A FOCUSMSN foi ao encontro
de Esteves para uma conversa
a propósito do recente lançamento
ao vivo do seu segundo
álbum ‘O Alpinista’. Vocalista
da banda Rock Trêsporcento,
o músico, cantautor, compositor
e instrumentista, embarcou
numa aventura a solo e numa
onda musical completamente
distinta, o Folk.
FOCUSMSN: Como nasceu o
teu gosto pela música?
Esteves: Tenho que recorrer às
minhas memórias (risos), sempre
tive gosto pela música, o
meu pai tinha um ‘leitor de vinis‘,
vulgo gira-discos, e havia
dois discos que eu ouvia frequentemente,
um era o ‘Canto
da Boca’ de Sérgio Godinho e
o outro o ‘Concerto ao Vivo em
Central Park’ de Paul Simon &
Art Garfunkel.
De maneira que chegava a
casa da escola, ainda muito jovem,
10/11 anos, e ficava a ouvir
aqueles discos, não só os ouvia
como seguia as canções lendo
as letras que vinham impressas
com o disco do Sérgio Godinho.
Mais tarde aprendi a tocar guitarra
e o interesse pela música
desenvolveu-se.
F: Em 2009 formas a banda rock
Trêsporcento. Como te surgiu a
ideia de formar uma banda e
qual a origem do nome?
Esteves: Começou no liceu, na
altura eu e mais uns colegas íamos
para uma sala de ensaios
fazer barulho, de modo que esteve
sempre presente fazer música
em grupo, por isso a formação
dos Trêsporcento foi algo
natural, queríamos fazer uma
banda e ela nasceu.
O nome Trêsporcento acabou
por aparecer por não haver consenso
entre nós sobre o nome a
dar a banda. Um dia estávamos
a sair de um ensaio e na rua estava
um cartaz político enorme
a dizer ‘... três por cento de inflação
…’, um de nós disse, ‘olha se
nos chamássemos trêsporcento
já tínhamos aqui um outdoor (risos),
ficou Trêsporcento.
F: Ouvindo tu Sergio Godinho e
Paul Simon & Art Garfunkel, na
infância, como surgiste numa
banda com uma onda musical
completamente distinta? Estavas
na idade da irreverência?
Esteves: Os Trêsporcento são
um conjunto de pessoas, cada
uma delas com gostos musicais
próprios, no fundo atiraram-se
30
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esses gostos para uma panela
e depois de cozinhados deu
Trêspocento (risos).
Curiosamente começamos a
tocar com guitarras acústicas.
Eu e o Lourenço Cordeiro trabalhávamos
num gabinete de
arquitectura e começamos os
dois, depois juntamo-nos a uns
amigos com quem tocávamos
covers com material acústico.
Quando começamos a escrever
as coisas evoluíram muito
rápidamente e acabamos por
trocar as guitarras acústicas
pelas eléctricas.
Nesta altura as nossas influências
musicais eram os
Radiohead, Bloc Party, The
Strokes, mais tarde The National,
etc., estávamos na onda
que marcou o início da banda.
Estávamos na idade da irreverencia
e de querer ser estrela
Rock, a viver essa ilusão.
F: Os Trêsporcento tiveram
uma actividade bastante proficua
no que a álbuns diz respeito
com a edição de quatro
discos, dava a entender que a
banda veio para ficar. De um
momento para o outro embarcas
num projecto a solo, uma
sonoridade diferente, trocas a
guitarra eléctrica pela acústica,
o Rock pelo Folk.
A que se deveu esta radical
mudança ou achas que não
foi tão radical assim, mas
uma evolução em termos de
identidade musical para uma
sonoridade com a qual te
identificas mais e o projecto
Trêsporcento foi um experimentalismo
que te ajudou a
encontrar o rumo certo?
Esteves: As duas sempre existiram
em mim, sempre tive
um lado Rock e um lado Folk,
gosto muito do Rock, daquela
expressividade sem filtros, de
fazer barulho, poder gritar, ver
o público a saltar, mas também
sempre gostei de tocar guitarra
acústica, aquela coisa do fingerstyle,
que é muito Indie.
Os Trêsporcentro não acabaram,
o problema é que o Lourenço
Cordeiro foi viver para o
Luxemburgo logo após a edição
do álbum ‘Território Desconhecido’,
continuamos com
vontade de fazer música, aliás
vamos tocar no Montijo dia 22
deste mês, de modo que estamos
a tentar arranjar uma
maneira de trabalharmos à
distância porque temos muita
vontade de fazer coisas novas.
F: Com o décimo aniversário
da formação dos Trêsporcento,
em 2019, editas o teu
primeiro álbum ‘Esteves’, foi
uma forma de celebração
dois em um, celebrar a longevidade
da banda e a tua estreia
com um álbum a solo?
Esteves: Foi por acaso, aliás,
em 2019, os Trêsporcento deram
um concerto ao vivo de
celebração no Ferroviário. O
que aconteceu foi o seguinte,
eu regressei da Austrália em
2016 e já trazia muitas músicas
na bagagem. Três anos foi o
tempo que demorei a arranjar
músicos para formar uma banda,
compor os arranjos, etc., de
modo que quando lancei ‘Esteves’
coincidiu com o décimo
aniversário da banda.
F: Que músicos te inspiraram
neste teu novo projecto musical?
Esteves: São muitos, poderia
estar horas a nomeá-los porque
de facto há muitos projectos
Folk com os quais me
identifico, mas a grande descoberta,
enquanto gravava o primeiro
disco, foi Mark Kozelek,
foi um ponto de viragem na
escolha da minha sonoridade.
F: No teu álbum de estreia a
solo, duas músicas tiveram
destaque imediato ‘Vista de
Cima’ e ‘Fiji’. As letras destas
músicas são sobre situações
imaginárias? Gostavas de ver
o planeta lá de cima, alguma
vez pensaste em mudar-te
para as Fiji e casar com uma
nativa?
Esteves: (risos) ‘Vista de Cima’
é uma mensagem explicita,
é falar sobre a fragilidade do
nosso planeta quando observado
do espaço pelos astronautas,
quando em órbita, eles
sofrem o Overview Effect uma
mudança cognitiva da consciência
e eu tento colocar-me
na posição deles.
Em relação à música ‘Fiji’, a
letra foi inspirada num jovem
biólogo americano que conheci
na ilha principal e que namorava
com uma nativa. Ele
foi para lá sozinho fazer um levantamento
dos corais, levantava-se
de manhã cedo, vestia
o fato de mergulho e lá ia ele.
A viver num local paradisíaco,
a fazer o que mais gostava e
namorar com uma nativa, imaginei
eu que deveria estar a viver
um sonho, foi o mote para
a letra da música ‘Fiji’, partiu
daí a inspiração para a música.
F: Na letra da música ‘Fiji’ dizes
‘não há limites nem fronteiras
nesta vida’ em termos
musicais o que ambicionas?
Esteves: Gostava de ser autossuficiente
e ter condições
para fazer a música que gosto,
tentar ganhar a vida com isso
e não ter desilusões. As desilusões
muitas vezes tiram-nos
estímulo e inspiração.
F: Este mês vais actuar no
Montijo com a banda Trêsporcento,
um concerto agendado
há um tempo atrás mas
que a pandemia foi adiando.
Achas que podes conjugar
a actividade do grupo com
a tua carreira a solo, sentes
que o Rock te complementa
preenchendo um espaço que
o Folk não abrange?
Esteves: Completamente, tocar
em palco com uma banda,
com cada um a puxar pelo
outro, sentir essa vibração no
público, é uma coisa que só o
Rock proporciona. O Folk é intimista,
mais contido, menos
exteriorizado, fazendo uma
rápida analogia o Folk é Yoga
e o Rock é Zumba (risos).
F: Lançaste recentemente, ao
vivo no B.leza, o teu segundo
álbum em vinil ‘O Alpinista’.
A tua carreira musical tem
sido como escalar os Alpes?
Porque editaste o disco em
vinil?
Esteves: (risos) Não, está bastante
consistente, ainda não
houve grandes picos, nem
grandes quedas, é uma subida
lenta, mas firme, encaro-a
como uma maratona. Quanto
ao nome do álbum, pareceu-
-nos bem dar o nome Alpinista,
não só porque é a primeira
música do disco, como o disco
poderia ser uma metáfora
para a viagem de um alpinista.
Como quem trepa uma
montanha e conta aquilo que
o mundo tem para mostrar.
Em relação à edição em vinil
foi só porque sentimos que
a edição em CD nos dias que
correm já não faz sentido e
como queríamos ter uma edição
física optamos pelo vinil
que é mais clássico e o saudosismo
do vinil está muito presente.
F: Neste teu novo trabalho
pareceu-me que o teu lado
melancólico, introspectivo e
sentimental, está ainda mais
reflectido nas tuas letras.
Concordas com a minha análise?
Esteves: Completamente, o
Folk puxa por isso, as letras
têm mais a ver com a observação,
perceber a vida, a nossa
e a dos outros, colocar-me no
lado deles e entender porque
sentem ou não sentem determinadas
situações, no fundo é
uma constante introspeção.
No Rock, em particular nas letras
dos Trêsporcento, há um
lado mais urbano, mais social,
histórias de amor também,
mas muito menos introspectivo
e pouco sentimental.
F: Que diferenças destacas,
entre este teu trabalho mais
recente e o anterior?
Esteves: São completamente
diferentes, o primeiro foi
editado com vários trechos
de coisas que eu ia gravando,
tem muitas camadas e o som,
diria eu, mais etéreo.
Nesse álbum gravamos duas
músicas em live take, ‘Vista de
Cima’ e ‘Salto’, gravei-as, com
o João Gil e o David Santos,
em ensamble e gostei muito
do som resultante, de maneira
que este segundo álbum
nasce com a ideia de se fazer
uma estrutura muito simples
de piano, guitarra e contrabaixo,
e sobre isso fazer arranjos
minimalistas. A base deste
disco foi uma sonoridade simples,
mais trabalhada, ao contrário
do anterior que tinha
muitas camadas.
F: Consideras-te uma pessoa
nostálgica?
Esteves: Não, sou uma pessoa
que vive o dia-a-dia e sobretudo
o futuro, sempre confiante
naquilo que a vida me poderá
dar, sou bastante optimista.
Acho que se não tivermos esperança
no futuro não conseguimos
viver o presente.
F: Que projectos, desejos e
ambições tens para o teu futuro
profissional?
Esteves: Para já que tudo
corra bem com a promoção
deste álbum, que o consiga
apresentar ao vivo em diversos
locais do país. Estamos a
organizar um tour para depois
do verão. Já temos algumas
datas, este mês em Penafiel,
dia 8 de Setembro na casa
da música, e estão-se a marcar
mais algumas coisas para
o final do ano. Depois disto,
gravar um terceiro álbum que
já está escrito e composto, só
falta ir para estúdio.
Foi assim a entrevista com
Esteves, uma conversa descomplexada
e divertida, com
muita risada pelo meio, tendo
como cenário o jardim da Estrela.
(*) Jornalista
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Crónica
ELVAS
PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE
(desenho de Rui Barros in “MEU ALENTEJO_RAÍZES”-2021)
Graça Foles Amiguinho
A minha ancestral cidade de Elvas comemora o décimo
aniversário da sua classificação como “Património Mundial
da UNESCO”.
Em 30 de Junho de 2012, foi agraciada com a distinção de
“Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações”.
Elvas fica situada a 8 KM de Badajoz, cidade fronteiriça.
Em tempos passados, constituiu um ponto estratégico de
defesa da fronteira e herdou um vasto património militar
de reconhecido valor e autenticidade.
Devido ao grande empenho da edilidade, nomeadamente
de uma senhora vereadora, Dra. Elsa Grilo, que não sendo
Elvense, muito se dedicou à nossa cidade, contribuindo
com o seu trabalho, para que fosse classificado como Património
da Humanidade, todo o centro histórico, as muralhas
abaluartadas do séc. XVII, o Forte de Santa Luzia, o
Forte da Graça, o Aqueduto da Amoreira e os três fortins:
de São Pedro, de São Mamede e de São Domingos ou da
Piedade, a nossa homenagem póstuma.
Elvas conserva vestígios muralhados que remontam ao século
X, período medieval e fortificações da época da restauração
da independência de Portugal, em 1640. Várias
dessas fortificações representam o mais bem conservado
exemplo de fortificações do mundo, com origem na escola
militar holandesa.
Na Colectânea “ELVAS À VISTA”, que organizei com 41 autores
elvenses, editada em 2019, ficou guardado este meu
poema, dedicado à minha amada cidade:
“DO ALTO DA COLINA”
“Aqui, do alto da colina, meus olhos se estendem na calma
paisagem.
Vejo Elvas, sempre menina, protegida com muralhas,
hoje, com nova roupagem.
Minha cidade milenar, com castelo e pelourinho, ruas estreitas,
empedradas,
Com vasinhos enfeitadas, onde as aves fazem ninho.
Grandes largos, tão branquinhos, neles se erguem igrejas
e repenicam os sinos,
Convidando à oração, o povo simples e cristão.
Cidade do sol ardente, de jardins tão refrescantes, fontanários
dando à gente,
Água, que vem de tão longe, correndo em arcos elegantes.
E, já fora das muralhas, surge uma Elvas moderna, crescendo
em altura,
A cidade do futuro, que assinala a nova era.”
Ao longe, se avista o Forte da Graça, como um exemplo
notável da arquitetura militar do séc. XVIII, considerada,
por muitos historiadores, como uma das mais poderosas
fortalezas abaluartadas do mundo. Torna-se ainda mais
original, pela sua conceção e implantação, num monte, o
monte de Nossa Senhora da Graça, bastante elevado.
Também, o Aqueduto da Amoreira, construído entre 1530
e 1622 para o abastecimento de água à cidade, com 1367
metros de galerias subterrâneas e mais de 5 quilómetros
e meio à superfície com arcadas que chegam a superar os
30 metros de altura, é símbolo da elegância e grandiosidade
de Elvas.
O Aqueduto da Amoreira, construído para permitir resistir
a longos cercos, levando água aos habitantes da cidade, é
o maior da Península Ibérica.
Tenho cantado Elvas, em todos os meus livros, porque nela
me revejo, nela sinto a minha alma rejuvenescer.
“ELVAS, SEMPRE ELVAS”
– in “ELVAS À VISTA”
Elvas, minha cidade, princesa do Alentejo!
Mata, em mim, esta saudade, com teu abraço e beijo!
Elvas, berço de mouras, olhos belos, sedutores,
Das ameias debruçadas, olhando os seus amores!
Elvas, cidade fronteiriça, de olhos virados para Espanha!
Ainda hoje despertas cobiça, com tua beleza tamanha!
Elvas, sempre Elvas, és o meu encanto, cidade abaluartada!
Para ti, este meu canto, linda princesa encantada!
Elvas, ó Elvas, diz que me amas, até ao nascer da alvorada!
As fortificações de Elvas
são um dos grandes destinos
culturais e que atraem
numerosos viajantes.
É com alguma vaidade
que podemos afirmar que
Elvas tem um dos mais
belos centros históricos de
Portugal.
Elvas não é apenas, um
mero ponto de passagem.
O turista sensível quase
sente a obrigação de aqui
ficar para conhecer estas
extraordinárias fortalezas,
que são as mais monumentais
no mundo, com
destaque de relevo para o
Forte da Graça.
Mas, Elvas tem muito mais
para mostrar, a quem a visita.
O seu património religioso
e cultural é digno de
ser descoberto.
No meu livro “MEU ALENTEJO-RAÍZES” escrevi este poema
que retrata um pouco do que somos e do que temos:
“ELVAS, LINDA CIDADE”
Elvas, linda cidade, terra de gente raiana, de ti eu tenho
vaidade, minha rica alentejana.
Tuas ruas estreitinhas, cheias de vasos floridos, guardam
saudades minhas, recordam tempos idos.
Cidade antiga, moura encantada, branca e tão linda,
eterna namorada.
Estás perto do rio Caia, nele lavas os teus pés! Ofereces
sericaia, aos forasteiros fiéis!
Cidade de tradições, com as saias bem cantadas, que
alegram os corações, nas tardes ensoalheiradas.
Cercada de olivais, que nos dão azeite puro, por lá cantam
os pardais comendo o fruto maduro.
O Senhor da Piedade, ancestral romaria traz alegria à
cidade e bons dias de folia!
Todos nos sentimos gratos pelo amor dedicado à nossa cidade,
por quem nos representa ao mais alto nível, político,
social e cultural.
Elvas é o nosso orgulho! Que os anos vindouros sejam de
paz e progresso!
Mais um poema que escrevi e foi publicado na contra-capa
de “ELVAS À VISTA”, como testemunho da nossa boa
vizinhança, com os amigos de Espanha:
“Quando Elvas se levanta,
Com seu ar namoradeiro,
Na paisagem se espreguiça
E tem, na sua garganta,
Melodia transfronteiriça!”
Porém, a minha cidade de Elvas não
é apenas um lugar de monumentos
bem conservados, como também se
orgulha de ser berço de Cultura, que
abre as suas portas, a todo o visitante.
Talvez, nas suas férias, deseje passar
por Elvas e visitar o magnífico MU-
SEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA,
cuja história, aqui lhe deixo e onde
poderá admirar obras de Arte, reunidas,
de vários artistas, na celebração
dos 15 anos da inauguração do Museu.
“O Museu de Arte Contemporânea
de Elvas está instalado no edifício
da antiga Santa Casa da Misericórdia
de Elvas, fundada no início do século
XVI, entre 1501 e 1540, e conserva
ainda hoje o essencial do conjunto
original, alterado em diversos momentos
do século XVIII e que, em
data recente, foi restaurado e adaptado
para as novas funções museológicas.
O Museu foi inaugurado em julho de
2007 e o projeto de adaptação museológica
do edifício foi concebido por uma equipa que
integrou o arquiteto Pedro Reis,
o designer de equipamento Filipe Alarcão e o designer
Henrique Cayatte.
Na atualidade, o MACE possui no seu acervo permanente,
mais de seis centenas de peças da Coleção António
Cachola. Trata-se duma coleção cronológica e tematicamente
vasta que apresenta artistas portugueses contemporâneos,
com obras que vão dos anos 1980 à atualidade,
contendo desenho, gravura, pintura, escultura, instalação,
vídeo e fotografia.”
Boas férias em Portugal!
Crónica
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Farmácias da Basileia venderão
maconha(*) pelo preço do tráfico
Swissinfo (**)
O primeiro projeto suíço sobre a venda
legal de maconha em farmácias
terá início em 15 de setembro na cidade
cantonal da Basileia. Os usuários
com mais de 18 anos podem agora se
inscrever para participar, com o número
de participantes limitado a 370.
Seis produtos canabinoides - quatro
tipos de flores de maconha e dois
tipos de haxixe - serão vendidos em
nove farmácias selecionadas pelas
autoridades, disse na quinta-feira o
secretário estadual da saúde Lukas
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Os preços cobrados pelas farmácias
estarão em torno dos preços cobrados
pelos traficantes para produtos
com conteúdo de THC. Portanto, um
grama custará CHF 8-CHF12 ($8,40-
$12,60).
O Departamento Federal de Saúde
Pública aprovou o projeto piloto em
abril. Ele será parte de um projeto da
Universidade da Basileia, de suas clínicas
psiquiátricas e do departamento
de saúde cantonal.O objetivo é ajudar
a avaliar os efeitos das novas regulamentações
sobre o uso recreativo da
maconha e, por fim, combater o tráfico.
Produtos em exposição na feira internacional CannaTrade de cannabis em Berna, em
maio © Keystone / Anthony Anex
Proibição legal
Várias outras autoridades locais, incluindo
Zurique, Genebra e Berna,
também se candidataram para realizar
testes semelhantes. O parlamento
suíço estabeleceu a base legal para
tais iniciativas em pequena escala em
setembro de 2020. O Ministério da
Saúde estima que existam 220.000
consumidores regulares de cannabis
na Suíça, apesar de uma proibição legal.
O uso da cannabis só é permitido
por razões médicas.Em 2008, quase
dois terços dos eleitores suíços rejeitaram
uma iniciativa para descriminalizar
o consumo de cannabis; foi a
segunda votação nacional sobre o assunto
em uma década.
(*) Canábis
(**) Escreve segundo a variante
brasileira da Língua Portuguesa.
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Saúde
Suíça legaliza canábis para
uso medicinal, incluindo a
exportação.
Presidente da Costa Rica
anuncia projecto de lei para
legalizar a canábis recreativa
Foto: Montagem de João Xabregas
João Xabregas
Desde o início de Agosto que a Suíça
se juntou aos países europeus que já
permitem a utilização de canábis para
fins medicinais através de receita médica.
Antes desta lei, os pacientes tinham
que fazer um pedido ao Gabinete
Federal de Saúde Pública, mas com
a nova legislação o acesso torna-se
mais fácil e passa também a ser permitida
a exportação de canábis para
fins medicinais. Para isso, as empresas
têm de adquirir uma autorização junto
da Swissmedic, a autoridade reguladora
de medicamentos e dispositivos
médicos na Suíça.
De forma a proceder à legalização da
canábis para fins medicinais no país, o
Conselho Federal Suíço retirou a proibição
da canábis para fins medicinais,
alterando assim novamente a lei sobre
narcóticos que o parlamento tinha
aprovado em Março do 2021, noticiou
a Forbes. A nova regulamentação para
fins medicinais veio no seguimento da
crescente procura de autorizações nos
últimos anos.
Segundo a SWI swissinfo.ch, o Gabinete
Federal de Saúde Pública
Continua...
emitiu cerca
de 3.000 autorizações para pacientes
com cancro, doenças neurológicas ou
esclerose múltipla em 2019. No entanto,
este número excluiu os pacientes que
obtiveram canábis no mercado ilegal.
Até hoje, a lei permitia produtos contendo
níveis elevados de CBD e com menos
de 1% de THC, que é o limite estabelecido
para a indústria do cânhamo no país,
enquanto a canábis para uso adulto é
ainda considerada ilegal. No entanto, a
Suíça iniciou um programa experimental
para o uso adulto de canábis, com o
objectivo de obter e fornecer informações
para regulamentar a canábis em
todo o país através da venda de produtos
de canábis para uso adulto em Basel
a cerca de 400 voluntários. Zurique
também já tem um programa piloto a
decorrer.
Em Junho, a Universidade de Genebra
publicou um estudo que estimava que
o impacto económico da legalização na
Suíça geraria um volume de negócios
anual de cerca de 1,02 mil milhões de
euros e criaria cerca de 4.400 empregos
a tempo inteiro, enquanto outro estudo
publicado em 2020 estimava que o
mercado suíço de canábis valeria até
514 milhões de euros.
Em termos económicos, a legalização
da canábis para fins medicinais beneficiaria
as inúmeras empresas de CBD do
país, uma vez que estas poderiam exportar
produtos com um nível de THC
de até 1%, como canábis para fins medicinais,
tornando o país competitivo no
continente europeu.
Segundo a Forbes, sector do CBD ganhou
popularidade na Suíça nos últimos
anos, uma vez que não está sujeito
à Lei dos Narcóticos, porque não produz
quaisquer efeitos psicoactivos. No
entanto, a Associação Suíça de Químicos
advertiu em Fevereiro que a grande
maioria dos produtos vendidos contendo
CBD não cumprem os requisitos legais,
uma vez que a quantidade de THC
excede os limites legais.
Ao legalizar a canábis para fins medicinais,
a Suíça procura uma regulamentação
adequada para permitir o acesso ao
tratamento médico com produtos de
canábis e, simultaneamente, proteger a
população, contendo e combatendo o
mercado ilegal de canábis, que há anos
que abastece amplamente os doentes
com canábis para fins medicinais.
Além disso, o programa de ensaios
para a venda de canábis para uso adulto
poderia convencer os legisladores a
legalizar a canábis para uso adulto no
país. A Suíça tem demonstrado ter uma
abordagem progressista ao estabelecer
a sua política de drogas ao longo dos
anos.
A legalização da canábis para fins medicinais
é, portanto, o último passo que
traça uma nova tendência na Europa
no que diz respeito às políticas sobre a
canábis. Nos últimos anos, vários países
europeus têm demonstrado interesse
em legalizar a canábis para uso adulto
ou medicinal como uma nova solução
para proteger a saúde pública e combater
o mercado ilegal.
Laura Ramos
O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, anunciou
um projecto de lei para aprovar o uso recreativo
de canábis no país, durante o acto oficial comemorativo
dos primeiros 100 dias do seu governo. Segundo
Chaves, a iniciativa será encaminhada para discussão
no Congresso, que já aprovou o regulamento sobre a
canábis medicinal. As reacções entre os costarriquenhos
estão divididas: alguns acreditam que a legalização
é a melhor opção para o país, outros nem por isso.
“Preparámos a regulamentação do cânhamo industrial
para uso medicinal e vamos promover o projecto de lei
de legalização da canábis para uso recreativo”, disse o
presidente no seu discurso, sem no entanto avançar detalhes
específicos sobre como o uso adulto de canábis
será regulamentado.
Estes e outros artigos, podem ser lidos na edição digital desta revista, aqui:
Leia estes e outros artigos em
WWW.CANNAREPORTER.EU
Foto: D.R. | harrisbricken.com
A verdade é que a proposta não apanhou ninguém de
surpresa: durante a campanha, Rodrigo Chaves já tinha
afirmado várias vezes que estava de acordo com a legalização
e que iria avançar com as reformas necessárias.
O actual presidente também disse que havia evidências
científicas para apoiar a decisão, explicando o
caso de vários países que legalizaram e obtiveram bons
resultados.
Conseguir a aprovação desta lei na Costa Rica não será,
porém, uma tarefa fácil. A proposta ainda gera polémica
e muitas reacções adversas em alguns sectores,
com alguns partidos políticos a opor-se à legalização
no passado.
https://tinyurl.com/LUSITANO-ZURIQUE
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Opinião
Tailândia começou o efeito
dominó na Ásia:
Malásia poderá passar da pena de morte
à legalização da canábis medicinal
Das moscas do
mercado
João Costa
A Malásia poderá vir a considerar a legalização
de canábis para fins medicinais, de acordo com
as declarações de um funcionário do Ministério
da Saúde da Malásia à Reuters. A recente política
de canábis da vizinha Tailândia deverá ser
o exemplo e a inspiração para legalizar o uso
medicinal da canábis na Malásia, onde ainda se
aplica a pena de morte para quem possuir mais
de 200 gramas de canábis.
A discussão sobre a possível legalização aconteceu após
o ministro da Saúde Pública da Tailândia, Anutin Charnvirakul,
divulgar que se reuniria com o seu colega da Malásia
durante uma reunião de ministros, onde ambos estariam
presentes, e onde a Tailândia mostraria os resultados do
seu programa.
“Estamos a desenvolver a nossa própria estrutura para o
uso de canábis para fins medicinais e queremos aprender
com a Tailândia”, disse um funcionário do Ministério da
Saúde à Malásia à Reuters, sob anonimato.
O ministro da Saúde, Khairy Jamaluddin, afirmou que o governo
da Malásia deu boas-vindas a ensaios clínicos para o
uso médico do canabidiol (CBD). De acordo com a Reuters,
a agência de notícias estatal noticiou no mês passado que
o Ministério da Saúde pretendia começar a registar alguns
produtos com CBD no próximo ano, depois de estudar a
sua segurança, embora a aprovação para o cultivo ainda
esteja distante.
O cultivo e o uso recreativo de canábis ainda é ilegal na
Malásia. A posse de mais de 200 gramas (7 onças) implica
uma sentença de morte obrigatória, mas o ministro da
Saúde, Khairy Jamaluddin, disse que a importação e o uso
de canábis medicinal sob prescrição médica são permitidos
se forem registados e licenciados pela Autoridade de
Controle de Drogas.
O extraordinário volte-face da Tailândia
A Tailândia mudou radicalmente a sua política em relação
à canábis, com o Ministro da Saúde Pública, Anutin Charnvirakul,
a investir na indústria e na economia local para
a recuperação económica do país e a aparecer, inclusive,
com camisas alusivas a canábis, ao mesmo tempo que
anunciava a protecção de quatro variedades tailandesas
como património nacional. Visto como o “principal impulsionador
da legalização da canábis para fins medicinais”
no seu país, o Ministro tailandês estima que a indústria
possa valer mais de 3 mil milhões de euros em cinco anos.
No entanto, a súbita “legalização” trouxe também alguma
revolta, com vários médicos a pedir o fim imediato do uso
recreativo no país.
No encontro em que participou, em Banguecoque, Anutin
revelou em entrevista colectiva a vontade de expandir a
sua política a outros países asiáticos: “os tópicos de discussão
serão sobre como avançar em conjunto com esse
tipo de política para criar benefícios económicos e medicinais.
Queremos que todos reconheçam a propriedade
desta planta. Quanto mais pessoas estiverem interessadas
neste campo, mais desenvolvimento e pesquisa serão
criados”, cita a Reuters.
Carlos Matos Gomes
-Minhas amigas e meus amigos, sendo
certo que aqui pelo centro de Portugal
não está bom para a praia, nem
para esplanadas tomo a liberdade de
vos enviar este texto. Entendo que
seis meses depois destas operações
especiais, os nossos grandes governantes
devem apresentar um relatório
de contas. Onde estamos, que resultados
obtivemos, que esperanças
devemos manter. Quanto aos russos
eles que peçam contas aos seus, se
for caso disso. Nós distinguimo-nos
por ter o direito de pedir faturas, relatórios,
justificações.
Com os melhores cumprimentos. -
Das moscas do mercado é uma frase-
-título do livro «Assim Falava Zaratustra»,
de Friedrich Nietzsche. “Das moscas
do mercado”: “Foge, meu amigo,
para a solidão! Vejo-te ensurdecido
pelo ruído dos grandes homens e picado
pelos ferrões dos pequenos”.
Parece-me uma apreciação adequada
ao tempo que vivemos. Os ditos
grandes homens, e grandes mulheres,
aqueles que determinam a nossa vida
venderam-nos um conjunto de felicidades
futuras se os apoiássemos na
guerra contra a Rússia. O diabolizado
presidente da Federação Russa, que
invadira a pacífica e ordeira Ucrânia,
governada por um quase santo revelado
nas televisões locais. Havia que
repor a ordem e punir o agressor. Nós,
as moscas, éramos convocados para a
gesta dos grandes homens e mulheres.
Nietzsche tinha uma opinião sobre os
grandes homens e mulheres que governavam
o mundo quando chega o
momento de verificar o balanço entre
promessas e realizações:
“Tornaram-se todos outra vez devotos;
estão a rezar, estão doidos!” (…) E, de
facto, todos aqueles homens superiores,
os dois reis, o Papa aposentado,
o maligno enfeitiçador, o mendigo
voluntário, o viajante sombra, o velho
vaticinador, o consciencioso do espírito
e o homem mais feio, estavam de
joelhos, todos como crianças ou velhinhas
piedosas, e adoravam o burro.
E, nesse preciso momento, o homem
mais feio começou a gorgolejar e a
bufar como se algo inexprimível dele
quisesse sair; mas quando, realmente,
conseguiu chegar a articular palavras,
eis que surdiu uma estranha e devota
ladainha para glorificação do adorado
e incensado burro. Ora, essa ladainha
rezava assim: “Ámen! Louvor, honra, sabedoria,
gratidão, recompensa e força
ao nosso Deus, de eternidade em eternidade!”
Ao que o burro, porém, zurrou:
“Hi-han!”
Os grandes homens e mulheres de
hoje não parecem muito distintos do
retrato que dele fez Nietzsche e zurram,
até gritarem: Salve-se quem puder!
As promessas que os grandes homens
colocaram em saldo na abertura das
hostilidades foram o enfraquecimento
da Rússia, o que aumentaria a nossa
segurança e bem-estar, além de nos
apaziguar a consciência com a certeza
de estar do lado do Bem. Pelo caminho,
se se lembram, além de se libertar
dos oligarcas russos e dos seus mísseis
apontados ao coração da Europa e
dos seus tanks que poderiam chegar à
Península Ibérica (isto foi afirmado!) a
Europa, de uma vezes União Europeia,
de outras NATO, de outras Ocidente,
libertava-se da dependência energética
da Rússia (nenhum grande homem
falou de como a substituir), mas as fábricas
(em particular as alemãs) continuariam
a funcionar mesmo sem gás
e as casas a ser aquecidas ou arrefecidas
sem energia. Tudo seria verde. As
sanções apenas atingiriam a Rússia. E
foi montado um gigantesco espetáculo
de perseguição aos oligarcas russos
(com imagens de iates e palácios
para reforçar a mensagem do vamos a
eles!). Também surgiram cenas da saí-
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da dos hambúrgueres da MC Donald, do fecho das Zara, da
Chanel, do cancelamento da importação de caviar e vodka
(os milionários russos não tinham acesso às marcas de luxo
e os milionários europeus não comiam caviar beluga nem
caviar — ficariam pela lagosta e pelas ostras, que com champanha
vão muito bem!).
Nenhum dos grandes homens e mulheres ocidentais falou
dos cereais e dos fertilizantes para o pão dos pobres, produtos
que a Rússia continuou a exportar e que a Rússia impediu
a Ucrânia de exportar. Nunca foi referido o risco de fome
mundial. Desde a pobre rainha Antonieta que se sabe que os
ricos comem brioches! Nenhum grande homem ou mulher
falou de inflação, desemprego, pobreza, regresso ao carvão
e à energia nuclear, ou às lareiras!
No pacote de promessas das moscas do mercado, estava incluída
desvalorização brutal do rublo, uma inflação insuportável,
que iriam provocar tumultos por toda a Rússia e derrubar
o regime, dele emergindo, de dentro das matrioskas,
uma réplica de Zelenski, fiel e submisso. Para já é o euro que
se desvaloriza e são os dirigentes ocidentais que estão na
corda bamba.
Mais adiante, com o evoluir da invasão, grandes homens e
mulheres da nossa Europa apresentaram a hipótese de levar
todos os dirigentes políticos da Federação Russa a tribunal,
para serem julgados por crimes de guerra, contra a humanidade
e o mais que fosse. Deve ter havido quem, acreditando
em contos do vigário, já imaginasse um oficial de diligências
e um Bobby inglês, com o capacete preto a bater à porta do
Kremlin para colocar algemas em todo o governo e chefias
militares russas, por ordem de Boris Johnson, ou do secretário
da NATO!
Toda esta mercadoria foi exposta e promovida por vendedores
excitados, nos grandes meios de manipulação de opinião,
que funcionou num regime entre um anúncio de lotaria e
uma licitação permanente de lota. Simplícios e adventícios
foram arrebanhados e trazidos aos púlpitos para venderem
as moscas deste mercado. Os príncipes petroleiros da Arábia
foram convertidos em democratas, inimigos como Maduro
passaram a sócios, o turco Erdogan passou a salvador dos
aflitos, a crise ambiental desapareceu.
Resta-nos a nós, as moscas atraídas ao mercado pelos grandes
homens e mulheres, olhar para eles e interrogá-los sobre
as suas previsões, sobre as promessas dos seus sermões da
montanha, aquele que foi dedicado aos bem-aventurados
pobres de espírito, se se recordam. E que somos nós, enquanto
quisermos ser, assim tomados.
Autor escreve segundo o AO
“O que podemos fazer para
acabarmos com os Andrés
Venturas deste mundo”
Vítor Rua (*)
Não! Não é tratando-os com indiferença
ou ignorando-os!
Sempre que ignoramos algo (as Alterações
Climáticas, a Fome ou a Pobreza
no Mundo, a Discriminação), estamos
ou a atrasar aquilo que poderia
ser uma evolução nas Consciências
das Pessoas, ou a permitir o avanço de
quem queira parar ou proibir até essa
transformação.
Opinião
Secção das Palavras Cruzadas
SUSPENSAS
O autor apenas voltará a disponibilizar um passatempo
quando vender o primeiro livro para a Suíça.
Também não é promovendo Debates
(sejam televisivos ou não), onde
se discutem esses energúmenos ou
a sua horripilante visão, pois é disso
que esses paparrotões se alimentam
e crescem, pois a ignorância e analfabetismo
- por um lado - ainda são
grandes, e - por outro lado - também
uns neo-nazi-fachos (que até podem
possuir um grau académico), mas que
não brilham no que à inteligência diz
respeito.
Então qual é a forma de lutarmos ou
aniquilarmos estes imbecis?
É através de cada um de nós todos os
dias, em todos os locais, a toda a hora!
Sempre que virmos algo discriminatório,
temos o dever de o denunciar ou
impedir.
Sempre que estivermos presente algo
que ponha a nossa Liberdade em risco,
temos o dever de Lutarmos contra
isso.
Sempre que estivermos na presença
de alguém que defenda publicamente
ideais desses idiotas, temos o dever
de tentar educar essas pessoas , mostrando-lhes
o ridículo que é defender
dietas que só atacam a nossa Liberdade,
dos outros seres, ou do nosso
Planeta.
Criar textos, ensaios, teses, que mostrem
às pessoas de forma científica,
as disfunções éticas e morais que essa
pessoas sofrem, e de que forma as podemos
erradicar.
Educarmos os nosso filhos de forma a
que estes achem repelentes as ideias
anti-democráticas desses indigentes.
Se cada um de nós fizer o seu papel
numa mudança de Paradigma das
Mentalidades, contribuirá para um
Futuro melhor isento de criminosos
éticos.
(*) Músico, produtor e compositor português.
Encomendas
Adoro que me contactem e tenho
inúmeras formas de o fazer. Utilize
qualquer uma destas plataformas,
mas diga-me qualquer coisa.
E-mail: paulo@palavrascruzadas.pt
www.palavrascruzadas.pt
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Humor - ”Quem não sabe rir, não sabe viver” Passatempo
Entre dois motoristas
Numa ponte estreita, onde
o trânsito se faz alternadamente,
tendo os semáforos
deixado de funcionar, dois
motoristas vão encontra-
-se frente a frente no meio
da ponte. Ambos parados,
cada um aguarda que o
outro recue, mas, ambos
teimosos, nenhum deles se
decide. Até que, às tantas,
um, para arreliar o colega,
abre o jornal e põe-se a lê-
-lo. Nisto, o outro sai do seu
automóvel muito calmamente,
vai ter com o colega
e diz: O amigo importa-se
de me emprestar o jornal,
quando acabar de o ler?...
Entre militares
O sargento para os recrutas:
- Amanhã, o nosso coronel
irá passar-vos revista. Quero
ver-vos a todos de camisa
mudada. Impossível, meu
sargento. Só temos uma
cada um! - responde um rufião.
Não quero saber. Trocai-a
uns com o outros!...
Uma opinião de Einstein
Alberto Einstein, o pai da
Teoria da Relatividade, apesar
do asilo que os Estados
Unidos lhe concederam
quando ele deixou a Alemanha
perseguido pelos esbirros
nazis, nunca se mostrou
muito indulgente para com
o país que o acolheu:
Os Estados Unidos - dizia
ele, fornecem o melhor
exemplo de um povo que
passou da barbárie à decadência
sem nunca ter passado
pela civilização...
O Jesuíta e o Franciscano
Dois sacerdotes, um Jesuíta
e o outro Franciscano,
encontravam-se, certo dia,
a discutir sobre assuntos
relacionados com a Fé, a
Igreja e a Religião. (É preciso
referir que os sacerdotes
da Companhia de Jesus
ou da Ordem dos Jesuítas,
fundada por Santo Inácio
de Loyola, em 1534, nem
sempre levaram a melhor
nas suas questões polémicas
com os Franciscanos).
E, a dada altura, a discussão
tendo incidido precisamente
sobre uma questão polémica,
o Jesuíta, desejando
surpreender ou atrapalhar
o Franciscano, decidiu colocar
lhe uma pergunta algo
difícil:
Diga-me uma coisa. Na sua
opinião, Jesus Cristo nasceu
com os olhos abertos ou fechados?
-Na minha opinião,
Jesus Cristo nasceu com os
olhos abertos, respondeu o
Franciscano. Mas, ao ver a
vaca, o burro e o jumento
é possível que Ele se tenha
interrogado: «Esta é que é a
companhia de Jesus»? E, indignado,
os tenha imediata
mente fechado...
O bêbado no autocarro
Um bêbado entra num autocarro
e senta-se ao lado
de uma senhora idosa que
vem da igreja. - Talvez não
saiba, mas o senhor vai inferno
- diz a velhota. O bêbedo
dá imediatamente um
salto e diz para o condutor:
Pare, por favor. Deixe-me
descer aqui: enganei-me no
autocarro...
O bebé chinês
Um casal sem filhos decide
adoptar uma criança chinesa
e, depois, decidem pôr-
-se a aprender chinês.
A língua chinesa é uma língua
bastante difícil diz-lhes
o professor de chinês. Mas,
digam-me uma coisa, por
que motivo desejam aprender
chinês?
É que adoptamos um bebé
chinês - diz a esposa e,
como ele está logo a fazer
um ano não vai tardar em
começar a falar, gostaríamos
de compreender o que
ele nos vai dizer...
Um fulano de cinquenta
anos
Querida, não imaginas a impressão
com que fico quando
acabo de me barbear.
Dá-me a impressão de que
tenho menos vinte anos! -
diz ele para a esposa. - Pois,
então responde a esposa —,
devias barbear-te à noite
antes de ires para a cama...
Baptista Soares
(Endireita)
MASSAGISTA TERAPEUTA DE RELAXAMENTO
MUSCULAR DESPORTIVO
MASSEUR UND KÖRPERTHERAPEUT
KLASSISCHE SPORT UND RELAX MASSAGEN
Zürichstrasse 112, 8123 Ebmatingen
Natel 078 754 18 31
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LETRAS
Quantas vezes!
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POESIA
Detesto
despedidas
Carmindo
de Carvalho
Detesto despedidas
Detesto despedidas. Tanta
vez fiquei a pensar se
não seria a última vez.
É dolorosa a sensação da
incógnita.
Adoro abraços de chegadas,
detesto abraços de
despedida.
Lembro-me do pranto da
minha mãe, lavada em
lágrimas, na despedida
no fim de todas as férias.
E eu que poderia dizer,
para atenuar o sentimento
de tanta tristeza
BÚZIOS
Maria José Praça
Chegam-me búzios aos pés
Vestidos de água com sal
E um a um, a cada passo,
Em rasgos do coração,
Apanho-os p’ra desvendar
A palma da minha mão
Feitos de nadas que invento
Ou que a memória me traz,
Às nuvens que vão correndo
Na tela do meu cartaz!
Maria José Praça
( “Pedras do meu andar “ )
naquele coração apertado
de mãe?
Dizia: Deixe lá, até para
o ano. Pró ano tornamos
a vir.
E foi também com estas
palavras que me despedi,
a última vez que a vi.
Sei, que ainda bem que
temos que ficar pela
incerteza, porque senão
ficaríamos eternamente
abraçados, agarrados,
como uma lapa ao que
tanto gostamos.
E assim, só nos resta seguir
em frente, gerindo a
dor das perdas, e saboreando,
tentando prolongar
no tempo, o tanto
que tivermos de bom a
cada momento, a cada
instante da nossa vida.
7, julho, 2022
AONDE ESTÁS?
Manuel António
Tantas vezes!
Percorro o tempo para te procurar,
perguntando ao vento e às ondas do mar,
implorando-lhes que me digam aonde estás,
suplicando-lhes com lágrimas a tua presença,
para que libertes da minha sentença,
e me protejas das coisas más,
me ajudes também a compreender,
e a ter força sem nada temer,
quando em algum acto imponderado,
como acontece frequentemente,
me apontarem injustamente,
eu possa sentir-te a meu lado,
...mas, tu não estás!
Sinto a falta do teu ombro amigo,
e do calor dos teus beijos,
onde sem isso, não mais consigo,
alimentar meus desejos,
nem tranquilizar o pensamento,
sem ouvir a tua voz,
restando-me olhar o firmamento
e ficar a pensar em nós,
quando tu me incentivavas,
e me davas confiança,
dizias que me amavas,
e tínhamos uma aliança,
...mas, tu onde estás?
Quantas vezes!
Depois de tanto chorar,
por me sentir incompreendido
sem alguém com quem falar,
e demasiado desprotegido,
por coisas vãs e sem sentido,
onde me sinto perdido,
no meio de tanto rancor,
em vez de algum amor,
que me aqueça o coração,
me alivie dos tormentos,
me dê bons pensamentos,
e alimentem a ilusão,
de sentir a felicidade,
a ser uma realidade,
...mas, não sei aonde estás!
Tantas vezes!
Sofro de tanta injustiça,
e de muita incompreensão,
sem alguém que me oiça,
entregando-me à solidão,
que a mim me faz sofrer,
preferindo até morrer,
livrando-me da minha cruz,
encontrando assim concerteza
lá no belo mundo da luz,
novamente a tua beleza,
a tua compreensão,
a força da tua mão,
o conforto do teu amor
e o júbilo da tua calma,
que irão sarar a minha dor
e dar paz à minha alma!
Isabel A. Ferreira
Depois de uma pausa a que me obriguei,
para repor as forças que já me
iam faltando, regressar ao caos não
está a ser nada fácil, até porque a
minha vontade era permanecer na
minha bolha harmoniosa.Mas RESIS-
TIR é preciso.E é preciso porquê? Por
dois motivos:
Primeiro: por respeito àqueles Portugueses
que, no estrangeiro, vão resistindo,
para que a Língua Portuguesa
(*) não se extinga. Afinal, a Língua
Portuguesa é o elo que os une entre
si e à Pátria, que tiveram, necessariamente,
de abandonar, por não
existirem políticas que lhes permitissem
VIVER no seu próprio País, com
um mínimo de dignidade. Não são
apenas as guerras insanas, perpetradas
por gente insana, que escorraçam
os Povos do seus Países. São
também os governantes inúteis, incompetentes,
desonestos, corruptos
e alguns deles também insanos, que
se empoleiram no Poder para se servirem
a si próprios e às máfias que os
sustentam.
Segundo: porque logo no dia 01 de
Agosto, no Primeiro Jornal da SIC, às
13 horas, e a propósito do repugnante
acto racista contra os filhos de dois
actores brasileiros, num restaurante
de praia, na Costa da Caparica, e da
triste cena que se seguiu, o comentador-mor
de tudo e mais alguma
coisa (excepto daquilo que não lhe
convém) ou seja, o presidente da República
disse que em Portugal não
havia um racismo generalizado, excepto
pontualmente, no que respeita
à Língua Portuguesa, onde se revela
racismo e xenofobia contra os Brasileiros.
Mas que raio de exemplo foi ele
buscar?!!!!
Devemos ouvir isto e calar-nos?
Obviamente que, para Marcelo Rebelo
de Sousa, os defensores da Língua
Portuguesa, que rejeitam com veemência
e apropriadamente a grafia
do AO90, por esta ser quase cuspida e
escarrada a grafia brasileira, em vigor,
no Brasil, desde 1943, e que em nada
nos diz respeito, são racistas e xenófobos,
demonstrando, deste modo,
um desconhecimento total do significado
de racismo e de xenofobia.
Já agora, os Portugueses não podem
DEFENDER o que ele, como presidente
da República Portuguesa, tem o
DEVER e a OBRIGAÇÃO de defender e
não defende, porque opta por defender
interesses que não interessam a
Portugal e aos Portugueses?Defender
a nossa Cultura Linguística nada tem
a ver com racismo ou xenofobia, mas
unicamente com HONRA, algo que
falta àqueles políticos portugueses
que estão altamente envolvidos na
deliberada destruição da Língua Portuguesa.Regressando
ao título deste
texto:
Pasted Graphic.tiff ¬Fui contactada
pelo director-adjunto do Jornal «LUSI-
TANO», o qual desconhecia totalmente,
com a seguinte mensagem:
«Editamos um pasquinzinho (https://
yumpu.com/user/araujomota) para a
Comunidade portuguesa na Suíça e
somos contra o AO.Porque é importante
o texto que publicou no seu
blog (https://olugardalinguaportugue-
sa.blogs.sapo.pt/desde-ontem-que-
-o-grupo-novo-movimento-380362),
pergunto se nos permite a publicação
na edição de Julho/Agosto.»
Obviamente, autorização concedida
(nem era preciso concedê-la, pois
LÍNGUA PORTUGUESA
O «LUSITANO» de Zurique é um jornal publicado
para a Comunidade Portuguesa na Suíça, e os seus
mentores são contra o AO90
(Já lá vou a este assunto).
desde que se mencione a fonte dos
textos, tudo o que publico no Blog
é passível de partilha, em qualquer
Jornal, de qualquer parte do mundo)
o texto foi publicado na edição cuja
capa aqui reproduzo.
Agradeço a honra que me deram,
e celebro com toda a minha fibra portuguesa
ao facto de os mentores do
«LUSITANO» de Zurique não se rebaixarem
ao SERVILISMO, podendo, desse
modo, proporcionar à Comunidade
Portuguesa, na Suíça, uma leitura
HONESTA em Língua Portuguesa.
Um BEM-HAJA aos mentores do «LU-
SITANO».
Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu
***
(*) (*) Apenas para que não haja qualquer
dúvida: a Língua Portuguesa é a
Língua Portuguesa. Ponto. O Português
é o Português. Ponto. Não existe
Português Europeu. Existe Português.
Ponto. Assim como NÃO existe Francês
Europeu, Inglês Europeu, Alemão
Europeu, Castelhano Europeu. Todas
estas Línguas são Indo-Europeias.
Ponto. Todas as outras línguas delas
derivadas, são VARIANTES ou DIA-
LECTOS. Ponto. Não existe Português
brasileiro. Ponto. O que existe é a Variante
Brasileira do Português.
NÃO existe Português guineense,
Português angolano, Português timorense,
Português moçambicano,
Português cabo-verdiano, Português
são-tomense. Não existe. Portanto,
há que mudar o paradigma da designação
da Língua Portuguesa, que é
apenas UM, e desse UM nasceram as
VARIANTES. A LÍNGUA PORTUGUESA
é a Língua portuguesa. Ponto final.
Nenhum outro País do mundo anda
com estas NIQUICES ao redor das
suas Línguas Nacionais e OFICIAIS.
Portugal tem HONRA, mas os nossos
governantes NÃO a honram, porque
não têm honra. É preciso começar a
honrar a HONRA PORTUGUESA, para
que possamos ser um País entre Países,
e não uma reles República DOS
Bananas, sem rei nem roque, que
tem com um presidente que NÃO
defende Portugal e os interesses dos
Portugueses.
47
Horóscopo
Publicidade
Carneiro
Boa fase para aprender coisas novas sobre
sua carreira e crescer. Se tiver compromisso,
faça menos cobranças ao par.
Capriche no visual se quiser conquistar
alguém. Melhor não misturar amizade
com dinheiro.
Touro
Não leve assunto de casa para o trabalho.
Fazer contacto com gente de fora
será positivo para a sua profissão. Período
favorável para o romance. Vale a pena
renovar seu visual.
Gémeos
Actividade em equipa deve render. Agarre
a chance profissional que surgir! Talvez
haja confusão na vida amorosa. Use
a sua intuição para seleccionar melhor os
seus amigos. Desfrute mais a companhia
dos seus familiares.
Caranguejo
Para chegar mais longe no emprego, junte-se
a quem pensa como você. É possível
que o ciúme complique o romance. Se
estiver só, vai querer envolvimento sério.
Fase excelente para começar um curso.
Leão
Encare as tarefas com seriedade para
colher os frutos mais tarde. É bom evitar
a rotina e a cobrança em excesso na
relação afectiva. No jogo da sedução, a
sua boa comunicação deve emplacar. A
saúde vai inspirar cuidados!
Virgem
Espere boa
notícia ligada
à carreira.
Contacto
com clientes
ou colegas
estará abençoado
pelas
estrelas. Namoro
pode ficar
mais sério.
Espante de vez o
ciúme! Modere os
gastos nos momentos
de lazer.
Balança
O seu jeito responsável vai destacar
a sua imagem no trabalho: aproveite
para promover mudanças. Pode se apaixonar
à primeira vista ou dar chance a
um ex-amor. Ouça conselhos de parente
sobre a sua saúde.
Escorpião
Espere sucesso se lida com clientes ou
público. Pode comprar algo para casa,
mas não gaste além da conta. Tudo azul
no romance desde que vigie o seu ciúme.
Óptima fase para conhecer gente nova.
Sagitário
Com a ajuda da família, pode encontrar
um jeito novo de facturar. A vida amorosa
ganha estabilidade. Dê chance a um
romance recente. É melhor separar bem
amizade e dinheiro. Que tal cuidar da
saúde com carinho?
Capricórnio
Se tem um projecto a longo prazo, reveja
as suas contas e tente poupar. Caberá
a si surpreender quem ama, seja no romance
ou na conquista. Seja mais paciente
com o pessoal de casa.
Aquário
Pode receber dinheiro inesperado, mas
não comente a respeito. A vida a dois segue
em paz. Talvez se encante por uma
pessoa comprometida. Boa hora para
cuidar de assunto ligado à sua saúde.
Peixes
Amplie interesses na profissão e não se
abra tanto com os colegas, pois há risco
de traição. Amigos podem dar uma força
no romance. Se tiver alguém, reforce
os laços de afecto. Chegou a hora de se
exercitar.
A frescura e variedade
do mar numa sò casa!
Horário
Seg. a Sexta. — 08h00 às 20h00
Sábado — 08h00 às 19h00
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querem estar preparados
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diante de uma possível escassez
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Virologistas suíços e alemães
criam esperanças de
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Os virologistas suíços e alemães
que trabalham em
uma vacina nasal para a Covid-19
dizem que tal técnica
poderia ser muito mais eficaz
contra o vírus.
Gigante suíça de aparelhos
auditivos Sonova adquire
grupo chinês HYSOUND
A multinacional com sede
em Stäfa- adquiriu uma das
maiores cadeias de clínicas
de cuidados audiológicos da
China.
Governo suíço aposta em
centrais elétricas a gás e a
óleo
O governo suíço quer usar
usinas elétricas a gás e combustíveis
fósseis para combater
uma possível crise de
energia durante os próximos
meses de inverno.
(*) Escreve segundo a
variante brasileira da
Língua Portuguesa.
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