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SETEMBRO - 2022

Edição de Setembro do Lusitano de Zurique.

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LUSITANO

de

ZURIQUE

[ SETEMBRO 2022 | Edição Nº. 292 | ANO XXVIII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]

Chalana

Antigo jogador do Benfica, morreu aos 63 anos

Notícias

Breves

da Suíça.

Página 40

EDIÇÃO

Foto: Pedro Viseu

Penacova Actual

editorial

Comunidade

Saúde

Desporto

Fiquemos alerta, informemo-nos

e não deixemos que

pensem por nós.

Pág. 3

Abel e Francisco - a pedalar

de Zurique a Portugal

Pág. 10

Farmácias venderão

Canábis pelo preço do tráfico

Pág.. 31

Reconhecimento - Fátima Lüönd

e Paulo Macieira

Pág. 14


EQUIPA EDITORIAL

Director: Armindo Alves

Jornalista CC15 A

Director-adjunto: Manuel Araújo

Jornalista 3000 A

Email: lusitanozurique@gmail.com

COLABORADORES

Alice Vieira, Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes,

Carmindo de Carvalho, Costa Guimarães, Cristina

F. Alves, Daniel Bohren, Euclides Cavaco, Graça

Amiguinho, Ivo Margarido, Joana Araújo, Joaquim

Galante, Jorge Macieira, Luís Osório, Manuel Araújo,

Maria dos Santos, Maria José Praça, Nelson Lima,

Nelson Mateus, Paulo Marques, Pedro Nogueira.

EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO

Joana Araújo

Jornalista CC 11 A

Email: joanaaraujo@protonmail.ch

PUBLICIDADE

Tel.: 079 222 09 14

Email: pub.lusitano@gmail.com

IMPRESSÃO

Diário do Minho - Braga

Tiragem: 3000 exemplares

Periodicidade: Mensal

Distribuição gratuita

ARQUIVO DIGITAL:

https://tinyurl.com/gavetao

NOTA IMPORTANTE:

Os artigos assinados reflectem tão-somente

a opinião dos seus autores e não vinculam

necessariamente a direcção desta revista.

Apoio

LUSITANO

de

ZURIQUE

Por discordância, esta publicação

não adopta, nem respeita as normas

do novo inútil Acordo Ortográfico.

Centro Lusitano de Zurique

1984 - 2022

38

anos

Faça parte da família. Torne-se associado.

EDITORIAL

A Direcção

DEPARTAMENTO DE FUTEBOL

Tel.: 079 222 09 14

Email: armindo.alves@garage-

-mutschellen.ch

RANCHO FOLCLÓRICO

Tel.: 076 369 85 00

Email: rancho@cldz.eu

“Nada do que se passa no

Mundo acontece por acaso”

Um editorial é um texto jornalístico

direccionado a amplo público, que

apresenta de modo geral, uma opinião

sobre algo relevante da edição.

Geralmente foca algo em destaque

nas primeiras páginas e reflecte

habitualmente a linha editorial e a

posição da direcção, relativamente

a assuntos tratados na edição. Hoje

não falaremos disso…

Como sabem, o Mundo há alguns

anos, vê-se numa constante multiplicação

de problemas de vária ordem,

que coloca a existência de grande

parte da humanidade em risco.

Teóricos da conspiração afirmam,

que nada do que se passa no Mundo

acontece por acaso.

Eles afirmam, e concordamos com

isso, que o crescimento populacional

mundial, desregrado, é insuportável

com as necessidades de cuidados de

saúde e alimentação. Existe um défice

alimentar severo, que apenas poderá

ser colmatado de duas formas;

aumento da produção, ou, por outro

lado, a solução mais radical e macabra,

mas realista, que é a depopulação,

ou seja, a eliminação de uma

grande quantidade de habitantes do

planeta, objectivando uma quantidade

mínima de sobreviventes a serem

preservados.

Já no século XIX, Thomas Malthus,

economista e matemático inglês, considerado

o pai da demografia, alertou

que o crescimento populacional deve

ser controlado por meio das guerras,

epidemias e desastres naturais.

Mais recentemente, o ministro das

RESTAURANTE (reservas)

Tel.: 044 241 52 15

Finanças japonês, Taro Aso, fez uma

declaração onde ele refere que os

idosos “deviam apressar-se a morrer”

para “aliviar o Estado do pagamento

de cuidados médicos”. Também

Christine Lagarde, Presidente do

Banco Central Europeu, refere que

”os idosos vivem muito tempo e isso

representa um risco para a economia

global. Temos que fazer algo com urgência”,

afirmação, que diz ter sido

retirada do contexto.

Podem dizer que tudo isto são “teorias

da conspiração”, mentiras, ou loucura,

mas acreditem que é mesmo

inevitável a diminuição da população

mundial, seja através de cataclismos

naturais, vacinas, pandemias ou de

guerras alegadamente fabricadas.

Portugal, por exemplo, desde há quarenta

e dois anos, nunca teve tantas

mortes mensais como actualmente,

às quais, as autoridades atribuem

a causa ao envelhecimento, ao Covid-19

e ao calor.

Por outro lado, na Ucrânia, algo de

tenebroso parece estar prestes a

acontecer. A maior central nuclear

da Europa situa-se na Ucrânia e está

ocupada pelas tropas russas desde

Março. O presidente ucraniano acusa

os russos de bombardearem a

central nuclear, (a qual controlam e

ocupam) e avisa que o risco de uma

tragédia “vai ser maior e pior do que

o que aconteceu em Chernobyl, em

1986”.

Fiquemos alerta, informemo-nos e

não deixemos que pensem por nós.

PROPRIEDADE

& ADMINISTRAÇÃO

CENTRO LUSITANO

DE ZURIQUE

Risweg, 1

8041 Zurique

Tel.: 044 241 52 15

Email: info@cldz.eu

2

Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu

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Motores

Motores

OS 7 AVISOS QUE O SEU AUTOMÓVEL INDICA

QUE ESTÁ EM PERIGO.

Armindo Alves

Ninguém melhor que o proprietário conhece

melhor a sua viatura e é o primeiro a sentir as

anomalias, principalmente os novos ruídos.

O problema está em quem diariamente anda

de automóvel tem tendências a ignorar alguns

sinais de doença do Automóvel. Como o condutor

melhor que ninguém conhece a sua viatura,

tem que ter em atenção e levar a sério alguns

ruídos que podem indicar uma anomalia.

Muitos desses barulhos necessitam de intervenção

imediata, daí é importante a nossa

atenção e levar a sério o que achamos estranho

ou diferente do habitual.

Deixo aqui 7 dicas onde o seu automóvel terá

que em breve de ser hospitalizado e que em

breve precisará de um tratamento!

Os 7 Avisos de alerta

Travões a chiar

Quando se ouve os travões a chiar temos que nos preocupar

até pode não ser nada de muito grave. Como hoje em

dia as pastilhas têm uma consistência mais dura pode ser

apenas alguns resíduos metálicos, entre as pastilhas de

travão e o disco ou até mesmo lixo, mas terá sempre de

controlar porque pode ser também que os discos ou as

pastilhas estarão gastos. Caso estejam consumidos terão

que ser mudados porque se os travões estiverem danificados,

a sua segurança, assim como de todos os outros que

circulam está em perigo.

4

nas velocidades superiores, isto é em quinta ou sexta. Para

ter a certeza, verifique se as rotações do veículo se sobem

sem justificação quando acelera por ex. para efetuar uma

ultrapassagem ou quando efectua uma aceleração mais

rápida.

Caso a embraiagem esteja gasta, o automóvel poderá ser

incapaz de acelerar a meio da condução. Os sintomas

aparecerão gradualmente e no início durante curtos momentos.

No entanto, esses instantes, no momento errado,

poderão fazer a diferença, entre ter um acidente, ou não, e

se ignorar e continuar chegará ao ponto de o carro deixar

de andar.

Barulho mais constante

Se o barulho for mais constante enquanto circula, então

o problema pode estar nos rolamentos. Se for rolamento

gripado ao virar nas curvas ligeiras haverá uma mudança

de som. Os rolamentos têm o tamanho da palma da mão,

são relativamente pequenos e depois estão directamente

ligados às rodas que, no que lhe concerne são o único

ponto de conexão entre o veículo e a estrada.

É importante levar este ruído a peito, pois se o rolamento

ferrar está sujeito a perder uma roda e provavelmente a

sua vida e de muitos outros estará em perigo.

Ruído ao virar o volante.

Os ruídos com movimentos no volante têm que ser levados

muito a sério. Se eventualmente ouvir algum barulho

ao virar o volante, então aconselha-se a ir imediatamente

ao mecânico, porque deverá estar com um problema na

direcção hidráulica. Problemas na direcção hidráulica dificultam

as manobras e necessita de muita mais força para

manobrar. Para ter a certeza, verifique se consegue virar

com a mesma facilidade que antes.

uma "música" que faz vibrar o coração. Um motor que não

esteja operacional é um risco enorme que pode acarretar

muita despesa, quanto mais cedo reagir provavelmente o

dano será menor.

Sons fora do vulgar no motor.

Já há mais de 30 anos que os automóveis têm uma luz do

computador de bordo que avisam o condutor de anomalias

relacionadas com anomalias electrónicas (Ignição, Combustão,

Turbo, etc. No entanto, o próprio motor costuma alertar

quando está com dificuldades em trabalhar!

Isto é, se ouvir um barulho vindo do motor dirija-se imediatamente

a uma oficina. Talvez não seja nada como pode ser

Sci-Hub

Milhões de pessoas em todo o mundo usa o

Sci-Hub para obter acesso ao conhecimento

Sci-Hub é o projecto mais

controverso da ciência moderna.

O objectivo do Sci-Hub

é fornecer acesso gratuito e irrestrito

a todo conhecimento

científico.

O Sci-Hub faz parte do Movimento

Open Access na ciência.

O movimento surgiu na

década de 1990 como uma

reacção aos preços crescentes

de literatura académica:

as bibliotecas universitárias

não podiam pagar assinaturas

de tais periódicos.

Anteriormente, este conhecimento

só estava disponível

por preços elevados que

a maioria das pessoas não

pode pagar. O Sci-Hub revolucionou

a ciência ao tornar

gratuito todo o conhecimento

pago.

Milhões de pessoas em todo

o mundo usa o Sci-Hub para

obter acesso ao conhecimento.

Elas vêm de todos os países

e não apenas dos mais

pobres.

muita coisa. Como sabem o Motor é o coração de um veículo,

por isso com ele não se brinca.

Batida vinda das rodas.

Para terminar, se ouvir um batido repentino vindo das rodas

é porque furou alguma ou esta solta. Como já mencionei

anteriormente as rodas são de uma importância enorme na

segurança rodoviária e conduzir com um furo ou com uma

roda solta é um perigo.

Sabemos que um automóvel dá despesas, mas a manutenção

de um automóvel é indispensável, a nossa segurança

depende do estado da viatura!

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acesso rápido a artigos para seus projectos de pes-

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Estudantes usam o Sci-Hub

Quando o motor parece que está solto ou algo a bater

de revistas científicas — tais quisa e teses de graduação Para que seu Volkswagen continue sendo um Volkswagen.

seco, parece que as peças batem umas nas outras, provocando

uma espécie de sininhos, esta música não traz nade

artigos são o principal meio que estão disponíveis aqui.

Se acelera a rotação aumenta, apenas ouve roncar do motor

que normalmente dura um a dois segundos, mas o

de agradável e pode ser prejudicial. Poderá ser ou “ressalto”

ou estar relacionado com a válvula superior. Também

de comunicação do conhecimento

científico hoje. Agora, O Sci-Hub ajuda todos que

carro não corresponde com o acelerar, a velocidade não

aumenta, então provavelmente tem a embraiagem a ficar

o Sci-Hub possui um banco gostam de aprender coisas

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Desporto

Recantos helvéticos

A equipa dos 40+

do CLZ em acção

Lago de

Bienne

Armindo Alves

O futebol tem muito que se lhe diga,

há quem goste e depois os que não

gostam!

Sou suspeito, pois desde criança que

comecei a pisar os relvados, que no

início eram pelados!

O futebol é uma festa, temos as vitórias

e depois o menos agradável são as

derrotas. As derrotas fazem parte do

sucesso, só assim sabemos que não

estamos à altura, temos que trabalhar

mais, ter mais dedicação e garra para

chegar as vitórias.

O talento por vezes nasce com a gente,

mas não é suficiente para chegar

ao sucesso. Para alcançar o top é necessária

muita dedicação e garra!

Com o passar dos anos tornamo-nos

mais velhos e mais sábios.

Quando se gosta do futebol tentamos

arranjar uma solução para pisar os relvados

e bater na bola, mesmo com

mais de 40 anos a adrenalina continua

a estimular os neurónios e dentro de

campo somos todos Ronaldos, falta-

-nos o melhor, mas o cérebro está estimulado

e isso é que é importante.

Dentro das 4 linhas com o cheiro da

relva e a bola a rolar esquecemos tudo

à nossa volta, transformamo-nos em

verdadeiros animais. O vício e a intenção

é sempre a mesma tenhamos 10

anos ou 50, em campo tudo muda!

O Centro Lusitano mais uma vez, hoje

dia 27 de Agosto entrou em campo

para fazer história.

A primeira equipa dos 40+ fez o primeiro

jogo, com o Luís Gonçalves

(Treinador) no comando, Paulo Costa

(Treinador Adjunto) e como Capitão

António Alves.

A formação é fundamental é a vida e

o futuro de qualquer clube, é aqui que

tudo acontece e onde se formam homens

para o futuro!

Os anos passam, mas o bichinho ainda

está viciado e muitas vezes fala mais

alto. Mesmo com mais de 40 anos o

vício, o talento, a técnica continua o

problema está na agilidade…, o PDI

não perdoa!

Como diz o ditado “a velhice é um posto”

e nisso eu acredito!

Nesta foto muitos deles já passaram

pela formação e alguns, na formação

do glorioso CLZ!

Daí o Centro Lusitano de Zurique,

como sempre o clube pioneiro do futebol

na cidade de Zurique, direi mesmo

na Suíça, fazer uma equipa dos

40+! (mais de 40 anos) A equipa ainda

está em fase de construção, mas hoje

deu para ver que há muita qualidade!

Praticamente sem treinos jogaram

para a taça contra uma equipa com

muita rotina, do escalão superior (promoção)

e saíram vitoriosos com um

resultado de 5-3.

Para ser sincero penso que ninguém

se apercebeu quem era a equipa da

promoção!

Maria Dos Santos

Olhando este majestoso lago suíço a

desbordar de água, deixo inconscientemente

cair uma lágrima.

São os glaciares que pouco a pouco,

mas a uma velocidade feroz derretem

e o eterno problema de cada Verão no

nosso Portugal.

As greves no sector aéreo, a guerra às

portas da Europa e a triste situação dos

incêndios e respectiva mão criminosa.

Sim, choro pela impotência da classe

política que nos governa. Já consegui

ficar indiferente a muitas situações,

mas hoje, por hoje sou incapaz. Há demasiado

sofrimento no mundo, para

poder fechar os olhos e continuar a fazer

de “faz-de-conta“.

Estou uma vez mais solidária com toda

a população portuguesa que perdeu os

seus terrenos, casas e animais. O Parque

Natural da Serra da Estrela, um

património grandioso, está queimado.

A paisagem é devastadora e os criminosos

continuam sem ser punidos e

o provável é que nunca o sejam. Hoje

a informação ocupa a maior parte do

Telejornal, sendo as imagens de total

desânimo. E o mais triste é que dentro

de um par de dias, porque o fogo

já foi extinto, ninguém mais falará na

desgraça e será a natureza que terá de

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renascer das actuais cinzas.

Sejamos resilientes.

Para aliviar a dor que se me instalou no

peito, fui caminhar na borda do lago de

Bienne. O som da água alivia a dor e

ajuda a descontrair.

Até porque há sempre jovens felizes

que desfrutam do padel, canoagem,

natação, um bom grelhado nas zonas

de lazer, com boa música e de olhos

postos nesta paisagem, um sorriso

sempre escapa deixando a dor no inconsciente.

O lago de Bienne situa-se na cidade

com o mesmo nome. Fica na província

de Berna e é a décima maior cidade

da Suíça.

O percurso é de uma beleza mágica, e

bastante longo, pelo que requer uma

certa condição física. Mas também

pode ser feito de bicicleta, ou de barco.

Acessível à Ilha de S. Pierre, as plantas e

árvores ali existentes fazem a delícia do

olhar. O silêncio é divinal e rapidamente

nos leva para outras dimensões.

Ocasionalmente os passarinhos brindam-nos

com as suas melodias. É um

relaxante natural que nos eleva o bem-

-estar.

Para regressar a Bienne, caso tenha

partido de lá, tem de o fazer de barco.

Parando em vários cais. Tem-se assim

tempo para admirar a paisagem paradisíaca.

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De regresso à cidade poderá descobrir

o Castelo Nidau e visitar vários museus

que a cidade tem ao dispor.

Aconselho visitar o Museu Omega, para

os apaixonados pela fotografia o Photoforum

Pasquart, se tem crianças, o

Zoo Biel, muito interessante também

o Museu Planet Swatch, entre muitas

outras oportunidades.

No final da tarde, deixe-se mimar com

a cozinha suíça, ou mesmo a gastronomia

portuguesa. Porque onde existe

uma cidade suíça, existe uma cozinha

portuguesa.

Estamos de regresso ao trabalho, à escola

e às rotinas que nos separam do

final de 2022.

Faltam apenas quatro meses e o Inverno

chegará com uma perspectiva duvidosa:

a crise energética poderá trazer-nos

dias complicados. Estaremos

prontos para enfrentar as dificuldades

que se aproximam?

Precisamos de não ter medo, mas sim

força para o enfrentar.

Precisamos de ter boas lembranças,

para nos refugiarmos nos momentos

menos bons.

A vida é um longo caminho, onde encontramos

sombras e luzes.

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aproveitar a luz... se poder ser solar,

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Opinião

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O fogo,

o futebol

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a morte

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António Manuel Ribeiro (UHF)

As imagens dos fogos que grassam

no inesperado continuam a encher

os telejornais, dominam a sequência

das notícias dos canais informativos,

apropriam-se da nossa consciência,

tornam-se normalizados. Faz parte,

pensamos, aceitamos, é da plasticidade

do cérebro mandrião que usamos

– habituamo-nos. Incluindo os discursos

e os normativos governamentais –

há décadas que os governos ‘apagam

fogos’ em vez de os prevenir.

Depois o futebol, um jogo grande

que silenciou a minha pacata rua. Um

jogo curto, mas com um resultado

gordo, e em futebol o que interessa é

o resultado final.

Segui a novela leonina da transferência

apressada de um tal Matheus

para Inglaterra, um acto de gestão futeboleira

desastroso: O Porto e o meu

Benfica também perderam as suas

vedetas no defeso. É o futebol que

nos resta, quase pedinte, apoteose de

manguitos à saída das Antas/Dragão.

Um jogo de futebol não é uma festa?

José Eduardo dos Santos, um féretro

que anda há semanas em decomposição

num caixão de chumbo, chegou

a Luanda. Haverá homenagens, poses

oficiais e cerimonial: o antigo guerrilheiro,

produto soviético, acabou a

passagem por esta fisicalidade com

uma fortuna superior a 20 mil milhões.

Para um antigo guerrilheiro, é

obra. Será servido à plebe angolana a

contento, um sujeito morto presta-se

a tudo.

E por fim, aquela coisa que dizem ser

o coração de D. Pedro IV. Exposto na

Invicta, tem sido objecto de romarias;

é macabro, mas o povo aceita. Vai até

ao Brasil de viagem, nos 200 anos da

independência da antiga colónia. Entre

Bolsonaro e Lula a disputa será

épica.

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AVISO LEGAL: A CONCESSÃO DE CRÉDITO É PROIBIDA CASO CONDUZA A UM ENDIVIDAMENTO EXCESSIVO

(ART.º 3.º DA UWG (LEI RELATIVA À CONCORRÊNCIA DESLEAL)).

UM PRÉ-REQUISITO PARA A CONCESSÃO DE CRÉDITO É UMA VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO BEM SUCEDIDA.

A Caixa Geral de Depósitos, S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.

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Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu

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Desporto

Comunidade

A PEDALAR DE ZURIQUE A PORTUGAL

Francisco Fernandes é um português

natural de Brunhais Póvoa de Lanhoso.

Chegou à Suíça há vinte e quatro

anos e em 2022, escreveu no seu livro

de vida uma das mais fantásticas histórias.

Com um amigo de longa data, decidiram

sair de Zurique, rumo à terra natal

com um veículo de duas rodas.

Uma bicicleta bem personalizada, levou-o

ao sonho que já há muito tempo

o perseguia.

Sim, foi entre 2008 / 2009, que o Francisco

começou a alinhavar, este desejo

de se meter a pedalar até à Póvoa de

Lanhoso.

Francisco vive actualmente em Uznach

trabalha no ramo da construção, é

casado, muito amigo dos seus amigos

e não dispensa um bom treino, depois

das 8 horas no emprego.

O seu prato preferido: Cozido à Portuguesa.

O seu clube é: Benfica. A sua

cor predilecta é o Azul Bebé. O seu

lema de vida é: Quando se quer alguma

coisa lutar sempre até conquistar,

desistir nunca...

Hoje proponho descobrir a personalidade

forte e determinada deste homem,

que precisou de apenas 10 dias

para percorrer os mais de dois mil km

que separa Uznach da terra que o viu

nascer em 1979...

Maria dos Santos

M.S. O que o trouxe até ao País helvético

Francisco?

F.F. Ganhar dinheiro para comprar um

carro.

M.S. Chegou bastante novo à Suíça,

sente que já realizou o seu projecto

de vida?

F.F. Sem dúvida que sim, foi aqui na

Suíça que construí a minha Família que

é uma parte muito importante do meu

projecto de vida. Sinto-me realizado,

mas claro que projectos novos existem

sempre.

M.S. Francisco, como nasceu este amor

pela bicicleta e quando começou a pedalar

com convicção?

F.F. O amor pela bicicleta nasceu há uns

bons anos quando fiz parte do Grupo

dos Pedais. Era um grupo de amigos

que se reunia aos domingos, onde também

pedalava o meu amigo Abel Santos.

Com mais convicção, foi de há dois

para cá.

M.S. Esta sua ideia de ir até Portugal

em bicicleta demorou alguns anos a

realizar-se. Agora que conquistou este

sonho o que sente dentro da sua alma?

F.F. Sinto que realizei um dos meus

sonhos. Nunca devemos desistir dos

nossos sonhos.

M.S. Quando em Zurique se sentou na

bicicleta, rumo a Portugal, que escondeu

detrás desse sorriso que ilumina o

seu rosto?

F.F. Quando dei as primeiras pedaladas,

fiquei muito entalado e também muito

emocionado tinha-me despedido da família

e de alguns amigos. Eles ficaram

e eu tinha uma longa viagem a pedalar,

algumas coisas me passaram pela cabeça,

mas com o correr dos quilómetros

foi descontraindo.

M.S. O Francisco estava consciente

que iria realizar e das preocupações

que deixava na sua família?

F.F. Não nego que quando arrancamos

veio aquele pensamento, será que correrá

bem, será que conseguirei e é difícil

deixar a família com esse pensamento

também. Eu achava que iria conseguir,

mas claro que não tinha a consciência

das dificuldades que poderiam aparecer.

M.S. Durante dez dias viveu muitas

emoções e dificuldades físicas. Qual

foi o momento mais difícil de superar

antes dos últimos quilómetros que o

levaram à casa-mãe?

F.F. Bem... foram sem dúvida 10 dias

únicos, eu chegava ao fim das etapas

sempre orgulhoso. Surgiram alguns imprevistos

durante o percurso, tivemos

que passar algumas vezes do plano A

para o B, mas com bom entendimento

com o Abel foi sempre tudo muito bem

superado. Graças a Deus, dificuldade física

não senti.

Para mim o momento mais difícil de

superar foi controlar a ansiedade na última

noite, saber que estava a 20 quilómetros

de Portugal e 150 de ver os

meus familiares, e a poucas horas de

concretizar o meu sonho, tudo isto tomou

conta de mim.

M.S. Como viveu psicologicamente os

primeiros 3 dias já que pedalava sem a

carrinha de apoio?

F.F. Psicologicamente o primeiro dia

foi difícil, naquelas primeiras horas

vinham-me muitos pensamentos à cabeça,

nunca tinha estado tanto tempo

longe da minha família e pensava muito

nela. Eu fiz uma boa preparação, mas

dez dias seguidos a pedalar nunca havia

feito e claro também estava preocupado

se iria aguentar fisicamente sabendo

que não tinha carro de apoio.

M.S. Missão cumprida com a chegada

à Póvoa de Lanhoso. Ciclistas, amigos,

motards, bombeiros, aplausos, muita

gente vos acarinhou nos últimos 130

quilómetros. Que sente o corpo a mente

e o coração com este ápice?

F.F. O corpo começou a tremer, as sapatilhas

quase que saltavam dos pedais,

o coração acelerou, foi das sensações

mais lindas que tive na minha vida.

M.S. Que agradecimento quer deixar à

sua família, amigos conhecidos e desconhecidos

e nomeadamente ao vosso

suporte durante esses 10 dias?

F.F. Foram Todos incansáveis, não há

palavras para agradecer a força e carinho

que nos transmitiam, claro que

com tanto apoio até as pernas agradeciam....

Mas ao nosso motorista, Carlos Brandão

deixo um agradecimento especial, foi

sem dúvida uma pessoa muito importante

nesta aventura.

Abel Santos é um português natural

de Arouca e vive na Suíça desde o ano

1994.

Com residência em Zurique, este português

realizou em 2022 um marco

importante que tatuou a sua vida de

uma forma mágica.

Hoje vou convidá-lo a descobrir um

homem que desafiou a sua própria

condição física, ao sentar-se

numa bicicleta e percorrer Zurique -

Arouca com passagem pela Póvoa de

Lanhoso, Brunhais, César em 10 dias.

Trabalha no ramo da construção

desde o ano 1989

É na cidade de Zurique que conquistou

os sonhos de uma vida estável e

onde tem todo o apoio da família e

amigos.

Abel Santos é um senhor possuidor

de um sorriso aberto e simpático, que

sabe cuidar de quem lhe é querido.

Não dispensa um bom treino de bicicleta,

após um dia de trabalho.

O seu prato preferido é Frango no

louro, uma especialidade da sua mãe.

Tem como clube desportivo o Benfica.

Vamos procurar saber como o Abel

viveu esta experiência sob duas rodas

entre o País helvético e o nosso

Portugal.

Maria dos Santos

M.S. Quem é o Abel Santos?

A.S. O Abel Santos é um rapaz que

nasceu na Freguesia de Santa Eulália

no concelho de Arouca no ano de

1971.

M.S. A bicicleta é a sua melhor amiga.

Quem lhe transmitiu este apaixonante

passatempo?

A.S. A bicicleta é mesmo uma paixão,

é o meu meio de transporte que utilizo

no meu dia-a-dia desde o ano de

1999, e onde me sinto bem para no

meu tempo livre dar umas voltas pelas

terras helvéticas e portuguesas.

M.S: Em Maio de 2022 realizou um sonho

falado há doze anos. Desafiou a

sua condição física. Que se sente ao

conseguir percorrer em 10 dias uma

distância de mais de dois mil quilómetros?

A.S. Sim claro a condição física era

muito importante! Em que nos preparamos

bem, mas a preparação mental

é ainda mais importante porque fazer

200 quilómetros num dia faço bem,

mas fazer 200 quilómetros diariamente

durante 10 dias é diferente.

M.S. Os primeiros três dias foram feitos

sem carrinha de apoio. Conte-nos

como é viver na primeira pessoa uma

tal aventura?

A.S. Fazer 3 dias sem apoio foi um desafio

importante com uma mochila de

8 kg às costas não é fácil e as condições

meteorológicas não nos foram

favoráveis, mas sabíamos que o tínhamos

que fazer.

M.S. Das dez etapas que o separaram

entre Zurique e Arouca , qual foi a peripécia

mais marcante?

A.S: Tivemos algumas, na França estávamos

a tomar um banho fora da caravana

e um motociclista a fazer uma

curva não sei olhava para nós ou não,

ele acabou por ter uma queda, mas

nada de grave.

M.S. E qual foi a etapa mais difícil?

Em algum momento pensou em desistir?

A.S. Para mim, foram duas as etapas

difíceis! A segunda etapa foi difícil porque

foram 225 quilómetros com muito

calor muito vento e muita falta de água

ao chegar ao ponto de ter que pedir e

ir bater à porta das pessoas, mas fomos

sempre bem recebidos, apesar do

nosso francês ser muito fraco.

M.S. A chegada a Arouca foi triunfante.

Como viveu este momento junto

dos seus amigos e familiares?

A.S. Foi um momento muito especial

era o nosso sonho concretizado.

M.S. O destino era chegar ao lado do

seu amigo Francisco Fernandes à Póvoa

de Lanhoso. O que vocês não esperavam

era uma comitiva de bombeiros,

motards, amigos com a mesma

afinidade nos últimos 130 quilómetros

ficaram certamente de coração cheio.

Que sentimento enaltece tal esforço?

A.S. Foi o momento mais marcante

não há palavras. Quando começamos

a descer na rotunda das bolas de

ouro em direcção à Vila de Póvoa de

Lanhoso com o carros dos bombeiros

com o som da sirene em acção,

aí sim, o meu amigo e eu, até parece

que nos faltaram as forças para pedalar

os últimos metros, que nos separavam

da meta. Ter pessoas à nossa

espera, como familiares e amigos e

aqueles que nos apoiaram na nossa

aventura, posso dizer que foi um dos

momentos que fica para o resto da vida.

M.S. Que agradecimento quer deixar

a todos que vos acompanharam incluindo

família, nesta aventura que

marcou uma página da vossa vida?

A.S. Quero agradecer a todos. Um especial

obrigado ao Francisco, sem ele

esta aventura não teria sido possível. À

minha família, aos meus amigos e a todas

as pessoas de Brunhais que foram

fantásticas no apoio e organizaram a

nossa chegada triunfante. Deixo aquele

agradecimento do fundo do coração.

O Centro Lusitano de Zurique agradece

a sua disponibilidade enviando saudações

ciclisticas.

Parabéns pelo desafio e conquista.

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CRÓNICA

CRÓNICA

Zurique / Póvoa de Lanhoso

Sonho realizado sobre duas rodas

Maria dos Santos

Amigos são eles, Abel e Francisco. Partilham

a mesma paixão pelo desporto

de duas rodas. Aos domingos a tradição

era treinar em conjunto com outros

amigos. E num Domingo que se

relevou diferente, porque o Francisco

e o Abel acordaram com uma proposta

para o grupo e a brincar lançaram

a sugestão; porque não irmos de bicicleta

até Portugal. Os olhares cruzaram-se,

sabe Deus o que na cabeça de

cada um ficou.

Por motivos pessoais e quiçá profissionais,

cada um segui caminhos diferentes

e o grupo finalizou os encontros

domingueiros e os passeios a pedalar

pelas estradas suíças.

Em 2020, quis o destino que estes dois

amigos se encontrassem. Ambos estavam

agora disponíveis e pondo a conversa

em dia, veio ao de cima o que

anos antes tinha idealizado.

Os olhares falaram por si só. Cada um

regressou a casa com a certeza que

chegara o momento de realizar algo

memorável para ambos.

Deram inícios aos treinos, porque sabiam

que a condição física era exigente

para os mais de dois mil quilómetros

que os esperava.

Que loucura e, ao mesmo tempo que

adrenalina.

Maio de 2022 e em plena Primavera o

duo arranca com o apoio dos amigos

e família.

Foi no passado mês de Julho que tive

a honra de poder desfrutar de uma

divertida e cordial cavaqueira na companhia

do Francisco, jovem visionário e

Abel, o mais realista, mas de asas abertas,

para tudo o que venha. E se vier da

parte do seu amigo, então nada nem

ninguém os segura.

Uma das mesas do Centro Lusitano de

Zurique e algumas pessoas que ali tomavam

um aperitivo, foram testemunhas

das nossas risadas.

As peripécias vividas, as emoções sentidas,

o desafio da partida e chegada

ao destino, tomaram conta da mente,

da alma, do coração e sobretudo de

um sonho que acabou por se realizar.

A partida foi dada. Só os dois, cada um

com uma mochila às costas e aventura,

Suíça / França começa. Três dias de

luta pela sobrevivência, apenas com os

pertences às costas.

Muito rapidamente realizaram que seria

melhor levar os quilómetros na desportiva

e entre amigos que se complementam

foi fácil chegar ao objectivo.

Alguns momentos divertidos, algumas

dificuldades, alguns sorrisos e algumas

palavras de ânimo partilhadas a dois,

fez com que os primeiros três dias chegassem

ao fim. A carrinha de apoio estava

prestes a chegar.

Cada etapa cumprida era como um

bálsamo para a mente e ambos sabiam

que a este ponto, tudo podia

acontecer até ao destino.

Em França fizeram-se valer pela língua

gestual. O vento foi o inimigo número

um, mas ambos tinham o poder

na mente de ultrapassar qualquer dificuldade.

O calor também foi algo que os afectou.

Mas as mensagens e os estímulos

vindo do exterior, para além da força

mental de ambos, era como uma fonte

de energia.

Ao final de cada dia, a conversa com a

família era ânimo sagrado.

Depois as redes sociais, nomeadamente

o facebook era o ápice divertido. A

cada dia os seguidores eram mais e

mais, para surpresa de ambos.

Pedalada a Suíça a França e Espanha,

deixam para trás algumas anedotas

bem divertidas. Chegam à fronteira de

Portugal. Foi como se o corpo se elevasse

a algo divino.

Nesta altura tiveram a consciência do

esforço e do marco pessoal que ambos

estavam prestes a viver na primeira

pessoa.

Estavam eles longe de pensar no que

os amigos e membros da Câmara da

Póvoa de Lanhoso, bombeiros, motociclistas,

ciclistas amadores locais e esse

grande suporte que é a família, preparavam.

Foi uma festa na entrada em Arouca,

onde os fãs de Abel os esperavam com

uma alegria contagiante, mas tinham

de continuar. O destino era outro.

Um grupo de ciclistas espera esta dupla

“escondidos” depois daquela curva

estrategicamente preparada para os

surpreender. Pedalaram todos com o

coração a “morrer” de emoção.

Os motociclistas (motards) lá estavam

para enfeitarem o cortejo, depois juntaram-se

Bombeiros com as sirenes a

tocar e os últimos quilómetros até à

meta foi uma combinação de grandes

sensações, vivências e de pés no chão

já sem as bicicletas, os abraços comoventes

deixaram o Francisco e Abel

“sem palavras”.

Ambos são testemunhas de que merece

a pena lutar pelos sonhos e sobretudo

realizá-los.

Temos dois homens na nossa Comunidade

que provaram, que o corpo e a

mente, não discutem idades nem esforço.

Duas gerações unidas num projecto

invejável.

Francisco prepara já outros desafios e

desde que chegaram já realizaram outras

tantas loucuras saudáveis em cima

da bicicleta, pedalando neste território

que escolhemos para viver.

Se por acaso um dia destes se cruzarem

com eles nas estradas suíças, reduzam

a velocidade e levantem uma

mão como forma de saudação. Serão

certamente retribuídos com o sorriso

que é o cartão postal de ambos.

Há vidas quase perfeitas. Há sonhos

realizáveis e há sempre forma de chegar

à vitória, mas antes temos que saborear

a tentação de o querer fazer.

Orgulho de vocês, Francisco e Abel,

mas sei que a vossa vitória, o reconhecimento

e aquele abraço profundo é

sempre e pertence à vossa família, porque

sem ela nada seria possível.

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Opinião

A China qualificou na perfeição os EUA:

“arruaceiros e os grandes

destruidores da paz”!

Reconhecimento

João Paulo Santos ((*)

Na verdade, os EUA julgam-se os policias

do mundo e com autoridade moral

para julgar tudo e todos, com base

em princípios, valores e causas, que

são os primeiros a não respeitar e a

violar, numa hipocrisia inaceitável.

Os EUA não passam, na verdade, de

uns cowboys, arruaceiros, provocadores

e incendiários, que apenas se orientam

pelo “America first e os outros que

se fod...” e não pelo bem comum e pela

prosperidade global.

Por isso mesmo, não olham a meios

para atingir os fins e são um verdadeiro

lobo vestido de pele de cordeiro.

Na persecução do seu objectivo, é

inevitável que provoquem conflitos,

pondo em causa a paz, para retirar as

vantagens económicas pretendidas,

criando um enriquecimento exponencial,

à custa do empobrecimento de

vários Países, e as mortes derivadas

dessa sua actuação não passam, para

eles, de efeitos colaterais inevitáveis.

O futuro demonstrará que os EUA foram

os grandes responsáveis pelo conflito

militar entre a Rússia e a Ucrânia,

com o intuito notório de atingir vários

objectivos, nomeadamente, o enfraquecimento

político, militar e económico

da Rússia, o deflagrar de uma

crise social na Europa e a dependência

económica e militar do continente Europeu

em relação aos EUA, com o consequente

enriquecimento exponencial

deste último, à custa dum empobrecimento

exponencial da Europa.

Não satisfeitos com isso, na sua sua

senda provocadora, os EUA resolverem

visitar, ao mais alto nível, Taiwan, o que

não sucedida há 25 anos, numa clara

atitude provocatória em relação à China.

Os EUA fazem lembrar aquele indivíduo

que era o maior, mas que já não o

é e, invejoso e incapaz de conviver com

a grandeza dos outros, tudo fará para

os boicotar e destruir, com o intuito de

recuperar o estatuto de maior.

Infelizmente, muitos são incapazes de

constatar esta realidade, porque os

EUA, reitero, são um lobo vestido de

pele de cordeiro, que engana muito e

boa gente.

(*) Advogado

Maria dos Santos

Não é a primeira vez que nesta nossa

revista que conta já com muitos anos

e também ela sofre a crise que se instalou

na sociedade, falo sobre o período

menos bom que o movimento associativo

passa.

Constato na primeira pessoa que a

nossa geração, acusa uma certa fadiga

de luta, pelos mais genuínos valores.

Li há pouco que o movimento associativo

tem pouca representatividade.

E agora pergunto de quem é a culpa?

Uma resposta que dava pano para

mangas.

E, porque todas as associações, têm

elementos que merecem ser elogiados,

hoje quero dedicar umas linhas

escritas, para que todos possam ler, à

Fátima Lüönd e ao Paulo Macieira.

O Paulo Macieira dispensa apresentação.

Mesmo não estando na linha da

frente, tem sido ao longo de muitos

anos um braço-de-ferro no C.L.Z.

Ligado a tudo o que é desporto e

marcando presença com a sua ajuda

presencial em todos os eventos, este

homem tem sabido acompanhar a

evolução e nomeadamente as mudanças

associativas.

Homem de luta nunca baixa os braços

quando o solicitam. Por isso, hoje quero

deixar aqui o meu reconhecimento

pela sua actividade sempre tão dedicada

ao C.L.Z. Há amizades que nos

orgulham e esta é uma delas.

A Fátima Lüönd é um rosto menos conhecido.

É uma figura que não está muito presente

na Associação, mas é vista com

muitíssima frequência, nos campos

de futebol. É ela a massagista e nutre

pela equipa uma estima inquestionável

e uma dedicação ímpar.

Dizer que mesmo após terminar o trabalho

às 07:00, vai directamente para

o campo exercer a sua função de massagista,

é dizer que a esta mulher, não

podemos pedir mais nada.

Acompanha as equipas do C.L.Z. desde

há alguns anos, é uma adepta do

futebol e nomeadamente da equipa

do Benfica.

O seu coração vibra, quando está nas

suas funções e por vezes até parece

que o seu corpo e mente está ali a

trocar a bola, para que chegue às redes

da baliza. Impressionante. Que orgulho

tenho em ti amiga.

Uma mulher de coragem e determinada

em dar o seu melhor como massagista

diplomada. Esta época lá a

teremos de novo com objectivos mais

exigentes, mas que não lhe metem

medo.

Foi numa tarde de Julho, que o Paulo

Macieira em nome do C.L.Z. organizou

um jantar, onde fui a cúmplice para

assegurar presença. Foi entregue a revista,

o troféu e uma medalha que seguramente

guardará com reconhecimento

da sua dedicação a estes jovens

que precisam de ter os músculos bem

tonificados para assegurar cada jogo e

nomeadamente a vitória, que é o que

todos queremos.

Força amigos, e consigamos sempre

dar o nosso contributo, para que as

próximas gerações consigam dar continuidade

ao que, com tanto sacrifício,

esforço e dedicação construímos

desde os finais dos anos 70.

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Do Nosso Cantinho Para o Vosso Cantão

Crónica

Ainda não é este mês que

regresso às crónicas. Tenho

uns dias melhores que outros,

ultimamente melhores

que outros, o que já considero

um bom sinal.

Ofereço-vos assim a continuidade

da minha estadia

como emigrante, que transformei

em livro de contos.

Que as férias vos tenham

animado e regressem com

as pilhas completamente

carregadas.

Abraço a todos os que têm

que estar fora das suas casas

para melhorar as suas

vidas e a das suas famílias.

Aragonez Marques (*)

A SALENDA

A Salenda é para um europeu o mais

parecido a um cachecol, para um timorense,

um gesto de honra, um privilégio,

algo que se usa ou dá em momentos

especiais. Usá-lo é um grande

abraço de todo um povo e de quem é

merecedor e aceite pela sua cultura.

Os professores portugueses, ainda

num misto de despertar e sonho, estavam

formados em fila e um a um,

iam recebendo a sua salenda das

mãos das crianças de uma escola de

Díli, que alinhadas, tinham organizado

aquela primeira recepção de boas

vindas.

O dragão, continuava a lançar as suas

baforadas e a fila era demorada, porque

cada professor, era tocado pela

emoção quando se baixava, para que

o menino ou a menina lhe colocasse

no pescoço aquele sinal de boas vindas

com o coração aberto.

Carlos Novais, lenço na mão pronto

a ser espremido, avançava passo a

passo debaixo de um sol intenso, passava-o

pela testa, pelos braços nus e

metia as mãos entre o corpo e a camisa

para a desagarrar da pele que a

aspirava com suor.

Incómodo.

Quem o mandara ir para aí com aquele

peso? Sentia-se em sacrifício e pensava

que o primeiro a fazer era vencer

aquele clima que lhe diminuía o oxigénio

que respirava.

Avançava, lento, a colega da frente

abanava-se com o folheto do programa

e ele ali em passinhos de vinte

centímetros.

Faltam ainda dezasseis, pausa, passinho,

quinze, pausa, passinho, catorze…

Faltavam exactamente três professores

e quatro passinhos quando ouviu

o que os meninos diziam quando colocavam

a salenda nos ombros dos

professores, baixinho, como que envergonhados:

- Bem-vindo a Timor-Leste.

Estava quase.

Dois, a seguir era ele e depois, fugir

dali, procurar uma sombra, uma cerveja,

fugir, desaparecer, esconder-se

num sítio escuro, numa gruta onde

fosse proibida a entrada do sol e talvez

por isso se surpreendeu, que o sol,

com um sorriso tímido, lhe tocasse o

corpo e estivesse ali, à sua frente, na

cara daquela menina que lhe colocava

nos ombros a responsabilidade da

sua salenda enquanto soltava a frase

mágica:

- Bem-vindo a Timor-Leste.

Carlos Novais arrependeu-se de ter

tentado fugir, puxou a menina, deu-

-lhe um beijinho, agradeceu e perguntou-lhe:

- Como te chamas?

A menina olhando para ele respondeu:

- Bem-vindo a Timor-Leste.

Novais pensou, coitadinha, não entendeu:

- Não é isso filha, quero saber o teu

nome, o meu é Carlos e o teu?

- Bem-vindo a Timor-Leste.

- O teu nome, como te chamas?

- Bem-vindo a Timor-Leste.

A menina ficou apavorada perante

aquela alteração do guião, isso não

estava no papel, era meter a salenda e

pronto, logo a ela lhe havia de ter calhado

aquele professor gordo e chato

que inventava coisas que não estavam

escritas em lado nenhum.

Desviou o olhar de surpresa, passou-

-o para os companheiros que com outras

salendas nas mãos aguardavam

os professores que transpiravam atrás

daquele e repetiu, desta vez pausadamente

para ver se aquele idiota percebia

de vez:

- Bem-vindo (pausa) a Timor-Leste.

Carlos Novais sorriu:

- Eu entendi queridinha, só quero saber

o teu nome - insistiu Carlos – o teu

nome amiguinha…

Fixou-o.

Carlos sentiu que com os olhos lhe dizia

“ Vai-te embora daqui pá! Desampara-me

a loja! Olha o que me saiu

na rifa! Então não querem ver este?”

apesar de tudo dignamente dizia-

-lhe, agora de uma forma clara, sílaba

acentuada e lisa:

- Bem-vindo a Timor-Leste!

Nesse mesmo instante, Carlos Novais

afagou-lhe a cabeça, ajeitou a sua salenda

e deu o lugar ao colega de trás.

A menina respirou aliviada.

Só aí se deu conta do peso enorme

da responsabilidade que essa salenda

lhe transmitia, a responsabilidade

de fazer renascer a língua portuguesa,

proibida durante uma geração, perseguida

à ponta de catana e metralha,

sofrimento e luto, tirada à força da história,

e esse ano, o ano em que recebera

a sua salenda, era aquele em que

se celebravam os quinhentos anos da

chegada dos primeiros portugueses a

Timor.

Sentindo o enorme trabalho que tinha

pela frente, Carlos Novais juntou-se

aos companheiros, anichados debaixo

do alpendre, assistindo à dança da

cultura timorense que outras crianças

tinham preparado para eles.

Carlos Novais sentiu-se pela primeira

vez na sua vida a fazer parte da história,

que parecia que o tinha posto na

fila de propósito, pedindo-lhe ajuda

e colocando também nas suas mãos

uma pequena parte, para que pudesse

continuar a ser contada com orgulho,

o orgulho de ser língua, afago de

pátrias, espalhadas pelos mares, pelos

ventos e pelas estrelas.

Carlos Novais fechou os olhos e no

meio daquele momento tão nobre, ficou

surpreendido consigo, lenço ensopado

nas mãos, pois quando os abriu,

em vez de pensar em hinos e bandeiras,

estátuas, monumentos e glórias

tão apropriadas aos egrégios avós dos

seus pensamentos, apenas lhe veio à

mente “tenho que emagrecer”.

Por Deus, que falta de oportunidade

histórica para uma frase a ser registada

nos anais.

Sorriu, só esperava que o destino histórico

se não tivesse enganado ao colocá-lo

naquela fila.

“Tenho que emagrecer”, que pobreza

de pensamento e pior se sentiu quando

o segundo, a outra oportunidade

que podia ainda ter aproveitado foi:

- Tenho fome.

Deu-se conta de o ter dito em voz alta,

porque uma senhora ao seu lado, pertencente

à organização lhe respondeu:

- Isto está quase a acabar.

(...)

in O que foste lá fazer?

Aragonez Marques

__________________

(*) Aragonez Marques (Portalegre,

1957) é Professor e autor de romances,

livros infantis e canções

para crianças. Publicou em edição

bilingue (Português-Espanhol)

“Uma Aventura no Ciclo da Água”

(2001), “As Estrelas do Avô de Manuel”

(2003), “Três Contos Trípteros”

(2004), “Mariana ou a Andorinha

Filha da Liberdade” (2005). Publica

em Língua Portuguesa “Margens

de um Rio Violento” (1997; reeditado

em 2019 por Filigrana Editora),

“Retratos de Gente em Procissão”

(Edições Colibri, 2012), “A Mulher do

Sargento Espanhol” (distinguido na

1ª edição do Prémio Literário.

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ACTUALIDADE

Cevide, em Melgaço,

centro do Caminho

Ribeiro de Santiago

Texto e fotos:

COSTA GUIMARÃES (*)

Um livro histórico — Camiño Xacobeu Miñoto Ribeiro — foi

apresentado em Braga pelo seu principal autor Cástor Pérez

Casal, numa sessão que contou com a presença do Arcebispo

D. José Cordeiro, tendo o Padre Carlos Vaz descrito o

perfil e caminhada científica do autor.

Cástor Casal considera Cevide “centro de la história del Camiño

Miñoto Ribeiro” (pp. 52-57) porque é uma das três portas

de entrada na Galiza do Caminho a que dedicou tantos

anos de investigação.

A sessão contou com a presença do Deão da Catedral e

Director do Museu Pio XII, José Paulo Abreu, para além de

muitos amigos e interessados nesta temática das viagens a

lugares santos, na senda das grandes caminhadas da história

humana, como são os casos de Ulisses, Abraão, como

lembrou o Padre Carlos Vaz.

O apresentador do autor não esqueceu também a grande

viagem do Êxodo, como expressão da vontade humana de

“sair”, definindo a quarta grande viagem bíblica como sendo

a de Jesus Cristo, “que não tinha onde reclinar a cabeça, estava

sempre em viagem”.

20

“A viagem é a definição da pessoa humana” — garantiu o

Padre Carlos Nuno Vaz, porque, seja como turista ou seja

como peregrino” ela permite “não voltar a casa como estava

ao dela sair” porque com a peregrinação opera-se a transformação

da riqueza”

A viagem deve ser feita sem pressa,

sob “pena de irmos a demasiados sítios

e afinal verificamos que nunca

lá estivemos” — conclui o orador.

Por sua vez, Cástor Casal — co-autor

da obra, com José Ramon Estéves

e Jorge Lamas Bertolo — lembrou

que o livro é o resultado de 23 anos

de investigação científica histórica sobre este que é um dos

mais antigos Caminhos entre Braga e Compostela.

Trata-se de um caminho alimentado por muita “história,

natureza e vinho”, servido por instituições hospitalares que

passa por lugares de Águas quentes ou Termais, através de

Braga, Vila Verde, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Melgaço.

Cástor Casal explicou que o livro está estruturado em seis

secções, começando com o itinerário no Minho e prosseguindo

com o percurso na Galiza, acompanhado de mapas

— mais de meia centena — que orientam o peregrino através

do verdadeiro traçado do Caminho Minhoto Ribeiro, tendo

Braga como porta de entrada.

Naturalmente, esta obra dedica atenção especial a Ribadavia

e à parte final do Caminho, entre Beade e Compostela,

com etapas em Carballiño, Boborás, Beariz, Forcarel e Boqueixón.

José Paulo Abreu sustentou que este caminho Minhoto Ribeiro

deve também “ser um caminho de espiritualidade, de

encontro de cada um consigo próprio e com o transcendental.

Não se pretende apenas aumentar o turismo. Não se

deseja o aumento dos ‘turisgrino’, mas

sim o aumento de gente que se abre a

Deus”, mesmo sendo turista.

Seguiu-se um intenso debate que se

centrou na localidade de Cevide, no

limite de Melgaço dom a Galiza, uma

das três portas de entrada do Caminho

na Galiza (junto com as de Fiães e de

Castro Laboreiro). Cástor Casal defende

mesmo que Cevide está no centro

da história do Caminho Minhoto Ribeiro,

a começar pela sua ocupação romana

até à sua produção vinícola e património construído.

Um dos organizadores desta sessão, Mário Monteiro, não

escondeu o seu assentimento a esta centralidade e fez

questão de o mostrar oferecendo uma garrafa de vinho

produzido em Cevide ao Arcebispo Primaz de Braga e ao

autor da obra.

De facto, entre as características singulares deste caminho,

os autores destacam o vinho, além das águas quentes, a

natureza e os peregrinos.

Cevide coloca Melgaço coração

deste ‘Caminho’

A aldeia de Cevide situa-se no concelho

de Melgaço e conta com menos

de meia dúzia de habitantes. Tem aos

seus pés o Rio Trancoso e é deixada de

fora dos roteiros turísticos apesar de

ser aqui o início de Portugal.

O Rio Trancoso nasce na Portelinha, perto de Castro Laboreiro

e estende-se por 13,6 quilómetros, definindo na sua

grande maioria a fronteira entre Portugal e Espanha e o

município de Padrenda já reconheceu o potencial paisagístico

como “Río Toncoso ou Barxas”.

Neste ponto mais a Norte do país, encontram-se paisagens

deslumbrantes, que se conjugam e alternam consoante as

estações do ano. É aqui que se começa a ouvir a língua de

Camões, bem como o caminho, caneja, palmilhado pela

população em geral e outrora pelos contrabandistas.

Neste recanto, gabam-se os locais que se ouvem cantar

os galos de três províncias: do Minho, de Pontevedra e de

Ourense.

Em Cevide é possível visitar uma capela dedicada a Santo

António que remonta, pelo menos, ao século XVIII (cf. https://www.viajecomigo.com/2017/12/04/ponto-mais-a-norte-de-portugal-em-cevide/).

Cástor Casal considera Cevide “centro de la história del

Camiño Miñoto Ribeiro (pp. 52-57) porque é uma das três

portas de entrada na Galiza do Caminho a que dedicou

tantos anos de investigação.

E porquê? “Radica en la transcendencia histórica deste imponente

castro que podria retraernos hasta el siglo II antes

de Cristo” e pela “formidable calzada romana quem atraviesa

este território”.

“La excepcionalidad de Cevide en el macro de este camiño

de peregrinación, Miñoto Ribeiro, reside pues en su excelente

ubicuación dado que se encuentra al final del trayecto

português que recoge a los peregrinos” — escreve Cástor

Casal. Esta derivação para a montanha deve-se – esclarece

o autor – à “finalidad de evitar el impuesto de la villa de

Melgaço” onde os mercadores que ali passassem tinham

de pagar impostos.

Cevide viveu também, em profundidade, a “actividade del

contrabando” mas também é verdade que “Cevide goza de

outra extraodinaria riqueza natural a causa de su vecindad

com el rio Miño y que fué causa de pleitos y luchas entre

señores y abades a lo largo de la Edad Media, sus pesquerias”,

sem esquecer o vinho e o termalismo.

No entanto, o livro, acaba por dar razão ao debate final

sobre os caminhos portugueses: “uno que entraba por Portela

do Homem y outro que entraba por Puente Barca. Camiños

por los que sabemos que llegaram a Santiago riadas

de romeros y peregrinos” (RODRIGUES, Henrique Bande,

“Registro del paso de peregrinos por las rutas jacobeas

orensanas segun los libros parroquiales”, in Cuadernos

de estudios Gallegos, Tomo XLII, Fascículo 107, Santiago,

1995).

(*) António Costa Guimarães, é

Jornalista, foi Capelão Militar e

Director do jornal Correio do Minho.

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CRÓNICA

Chalana está agora no

lugar que merece

Aos que votam no Chega

Luís Osório (*)

1.

Perdoem-me a ousadia de uma carta

aberta que não pediram para receber.

É que vejo tanta gente a desistir, tanta

gente a achar que cada um de vocês

é um caso perdido, que não vale a

pena tentar o diálogo com quem não

deseja dialogar, que é uma conversa

de surdos, que a única coisa possível é

esquecer-vos e prosseguir.

Vejo tanta gente a desistir, mas eu não

acredito nisso.

Alguns (ou mesmo muitos) de entre

vós estão confortáveis a militar ou a

combater por ideias racistas, gostam

da violência do confronto, adoram a

ideia de um dia derrubar a democracia

e construir um projeto qualquer

com um líder providencial que acreditam

está ungido por um qualquer

Deus.

Alguns fazem-no por puro oportunismo,

vocês sabem que é verdade.

Conhecem-nos melhor do que eu.

22

Esta carta aberta não é para quem

está confortável com a agressividade,

com quem deseja partir para a porrada,

com os que olham com ódio,

com os que parecem ter esquecido

que existem bons sentimentos, que

na vida há coisas maravilhosas e não

apenas ressentimento, maus pensamentos,

más palavras.

2.

O que vos quero dizer, com toda a sinceridade,

é que não podem desistir da

democracia. Não podem desistir da

vida, de estar do lado certo, de contribuir

todos os dias para que o mundo

mude para melhor.

Sei que estão desiludidos.

Sei que estão ressentidos com a vida.

Que muitos têm sofrido nas fábricas,

nas empresas, com o desemprego,

com a falta de perspetivas, com gente

que vos humilha, com uma vida de

merda que não merecem.

Mas o caminho, acreditem, não é por aí.

Não é pela vingança, não é pela tentação

de atear fogo ao sistema, não é

também por um pacto com uma ideia

de destruição – sabem, por estranho

que vos possa parecer, as ervas daninhas

quando crescem são imparáveis,

rebentam-nos por dentro, tornam-nos

azedos e amputados de afeto.

3.

Compreendo, sou capaz de compreender.

Muitos de vocês pouco ou nada têm

a perder.

Mas não é verdade.

Temos sempre mais a perder.

E sobretudo temos muito a ganhar.

Muito a conquistar.

Se acharem que é no Chega, muito

bem.

Será um desperdício de energia, um

desperdício do que em cada um poderia

crescer de bom.

Mas, no final das contas, a vida é vossa.

E se estão confortáveis com o desconforto

permanente nada haverá a fazer.

Cá estaremos para o combate.

Por mim, comprometo-me a nunca

desistir das pessoas, a nunca desistir

de vos convencer de que o caminho é

o da democracia e do respeito pelas

diferenças.

Eu não desisto.

Não desistas também.

(*) Luís Osório nasceu em 1971, em Lisboa. Dirigiu jornais e uma estação de rádio. Imaginou programas de

televisão, encenou uma peça de teatro, participou em comissões governamentais, coordenou a comunicação

política de uma campanha presidencial e é consultor empresarial. Comentou política, realizou documentários

e foi premiado como jornalista e criativo. Publicou oito livros, o último dos quais 30 Portugueses, 1 País, resultado

de 30 conversas com figuras portuguesas das mais variadas áreas. É pai de três filhos e de uma filha.

Luís Osório

1.

Chorei quando ouvi a notícia de

que morrera.

Como é possível a morte de um

ídolo?

(a morte do meu primeiro ídolo)

A estrela do Benfica quando comecei

a ver futebol. O meu tio

Manel, irmão mais velho de minha

mãe, levava-me pela mão ao

antigo Estádio da Luz e aquele

pequenino número 10, aquele

português de bigodes fartos, endoidecia

os adversários com o

seu pé esquerdo.

E depois na seleção portuguesa.

Lembram-se de 1984?

Parecia o Astérix capaz de nos

vingar de todas s humilhações,

de todas as bocas e anedotas

sobre portugueses, sobre portugueses

com bigode, sobre portugueses

pobres que faziam pela

vida.

2.

Vieram depois as lesões.

Os que se aproveitaram.

Os que fizeram pouco da sua generosidade,

veio o habitual.

Mas foi na dificuldade que Fernando

Chalana ainda reforçou

mais o que era por dentro. Já

não era o pé esquerdo e o génio

futebolístico, era qualquer coisa

maior, a sua bondade com as

crianças que passou a treinar no

Benfica, a sua generosidade com

o mundo, a sua ausência de ressentimento

com o mal que lhe

tinham feito.

3.

Posso contar-vos uma história?

Na apresentação da biografia,

“Chalana – A Vida do Génio”, o

Fernando (sempre em silêncio)

teve ao seu lado o também extraordinário

Bernardo Silva.

Bernardo, no seu jeito humilde

de anti vedeta, decidiu contar

uma história. Qualquer coisa

como isto: “Sabem, quando era

juvenil ninguém acreditava em

mim – até eu começava a duvidar.

Um dia, estávamos num estágio

– bateram-me já muito à

noite na porta do meu quarto.

Fui abrir. Era o mister Chalana

(na altura adjunto dos juvenis do

Benfica). E ele disse-me o que me

deu a força necessária para chegar

até aqui”.

4.

E o que Chalana disse ao miúdo

Bernardo?

Isto.

“Eu acredito que és especial, Bernardo.

Acredito no teu talento. És

o meu Messizinho e serás um dia

um grande jogador. Queres apostar?”

Bernardo tinha 15 anos e nunca

vira jogar Chalana. Na sua cabeça

de adolescente passava-lhe a

ideia de desistir do futebol. Não

jogava na equipa de juvenis do

Benfica, os treinadores principais

não confiavam – era magrinho,

pequenino, inconsequente

e pouco dado aos sacrifícios do

futebol.

Quantas vezes já não nos aconteceu

o mesmo? Pensarmos em

desistir porque nos atiram para

baixo, menorizam e humilham?

E quantos de nós tiveram a sorte

de alguém nos bater à porta e

dizer que, afinal, valemos a pena?

Que afinal alguém, num lugar

qualquer do mundo acredita que

nos cumpriremos, que um dia

isso será reconhecido?

5.

Fernando Chalana não disse

uma palavra na apresentação da

sua biografia por culpa de uma

doença degenerativa.

E partiu hoje.

É bem capaz de ter sido chamado

para uma qualquer equipa de

anjos.

Uma equipa feita de gente maior,

com coração grande e ingenuidade

que, naquele campo de estrelas

que já não são daqui, é uma

marca que distingue os bons, os

que valem a pena, os que acreditam

nos outros sem que nada

de mal lhes possa acontecer por

acreditarem.

Fernando Chalana está no lugar

que merece.

Obrigado, pequeno génio.

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Diário de uma avó e de um neto

Retratos contados...

Nélson

Mateus

Alice

Vieira

Eunice, a atriz coragem

V NELSON MATEUS (*)

Querido neto

Realmente a Eunice Muñoz foi das grandes artistas que

tivemos.

Mas, felizmente, não foi a única.

Os tios que me criavam gostavam muito de teatro e levavam-me

sempre com eles. No final dos espectáculos

“largavam-me» e eu podia entrar nos bastidores dos teatros

e falar com os actores e actrizes. O porteiro do Nacional—o

Sr. Acácio—já me conhecia e assim que me via

dizia “entre lá, menina, entre lá!”

Cultura

E foi assim que eu ainda conheci a Palmira Bastos (deu-

-me uma fotografia com uma linda dedicatória!), que

vi não sei quantas vezes em “As Árvores Morrem de

Pé” ( e de quem tive o prazer de conhecer agora

uma neta ,que vive aqui na Ericeira), a Brunilde

Júdice, a Maria Matos, a Josefina Silva, etc, etc

©: DR

Quando conheci a Eunice eu já era adulta e, para

além de ver os espectáculos, ia sempre fazer-lhe

uma entrevista para o jornal.

Uma vez—quando os jornais tinham muitas folhas e havia

poucas coisas de que falar--. O meu chefe de redacção

do “Diário de Notícias” mandou-me fazer uma série de

reportagens com o título geral de “Como se faz…”. “Como

se faz uma peça de teatro”, “Como se faz uma Ópera”,

“Como se faz um Concerto”, etc.

Então eu seguia durante vários dias os ensaios de uma

peça, de um concerto, etc.

A peça que me calhou foi “Mãe Coragem”, que ia ser

interpretada pela Eunice. O encenador (que por acaso

era—e é-- meu amigo) sabia que eu lá estava, mas isso

não o perturbava nada. Eu nunca tinha visto tanta rigidez

nos ensaios! E o estranho é que ela não reagia, não

se indignava! Depois dos dias todos em que lá estive

é que eu percebi, a Eunice adorava ser dirigida assim.

Dava-lhe confiança, dizia. E a verdade é que a estreia

foi um espectáculo admirável, das melhores coisas

que eu vi a Eunice fazer .

E também gostei muito de a ver fazer, ao lado do Raul

Solnado, a série televisiva “A Banqueira do Povo”. A RTP-

-Memória bem podia apresentá-la outra vez

Fica bem

V ALICE VIEIRA (*)

Querido neto

Uma das frases que mais gosto de te ouvir dizer é “sempre

tive os amigos que quis, os empregos que quis, os homens

e os filhos que quis …”

São tão poucas as pessoas, principalmente mulheres, que

se podem gabar de terem tido a vida que quiseram!

Sempre foste uma grande mulher, com um coração enorme,

com muito amor para dar.

Por falar em grandes mulheres que sempre fizeram o que

quiseram, fui recentemente à apresentação do livro “Eunice

Muñoz – Fotobiografia”. Uma belíssima edição da editora

Guerra e Paz, com o patrocínio Gulbenkian.

Uma obra que Eunice não chegou a ver. Estava a ser produzida

para uma futura surpresa da actriz.

Estes Retratos Contados de Eunice Muñoz são um belíssimo

arquivo de memória para partilhar com todos. Um livro

que revisita, cronologicamente, os momentos mais marcantes,

mais simbólicos, mais dramáticos da vida da actriz,

desde as origens artísticas da família à estreia em palco no

Teatro Nacional D. Maria II, aos 13 anos, passando também

pelos grandes papéis em teatro, cinema e televisão.

Acima de tudo o destaque vai para o amor à arte que foi

dado pela Eunice. Ao longo de 80 anos de uma carreira

brilhante e multifacetada, em que contracenou com uma

legião de grandes atores e encantou milhares de portugueses

com a sua forma única de representar.

Uns identificam-se mais com os papéis que representou no

palco, outros com as novelas que participou, mas ninguém

fica indiferente a esta carreira de sucesso.

A atriz Maria do Céu Guerra, foi uma das personalidades a

apresentar o livro.

Partilhei com ela o quanto tu gostas da “Corcovada”.

Quem sabe um dia venha a realizar uma exposição sobre

ambas. Eu gostava!

Que bom é viver num país que tenha tido alguém com a

Eunice mundo das artes

Bjs

(*) Os autores escrevem segundo o Acordo Ortográfico

(**) Jornalista - (***) Jornalista e Escritora

https://bit.ly/3dvDigl

https://bit.ly/3dvi3Li

©: DR

Bjs

Uma mulher com muito amor para dar. Ter casado 6 vezes

prova-o.

www.retratoscontados.pt

https://bit.ly/3tyuFXN

info@retratoscontados.pt

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A Freira de Ferro doa os prémios

das vitórias

Costa Guimarães (*)

Tem 92 anos e no passado dia 7 de agosto voltou

a cruzar a meta de mais uma prova desportiva:

a americana Madonna Buder compete há

40 anos numa das disciplinas mais exigentes, o

triatlo. Começou tarde, aos 52 anos, o que não

a impediu de experimentar, com 55 anos, o

“Ironman” (uma versão mais dura e mais longa

de triatlo, que se faz de 3800 metros a nadar,

180 quilómetros em bicicleta e 42 quilómetros

de maratona). E desde então não parou mais (cf.

www.wikipedia.org/Madonna_Buder).

Conhecida como Freira de Ferro, Ir. Madonna

Buder é uma religiosa de 92 anos, nascida em

St. Louis, estado do Missouri (EUA), que carrega

consigo a experiência de participar de cerca

de 400 provas de triatlo, sendo 50 de Ironman,

uma das competições mais pesadas do mundo,

que consiste em 3,8 km de natação, 180 km de

ciclismo e 42 km de corrida.

A Ir. Madonna possui o recorde mundial de mulher

mais velha a finalizar o Ironman Triathlon,

alcançado aos seus 82 anos, bem como aos

76, em que conquistou recorde no Mundial do

Ironman, entre outros títulos, obrigando à criação

de uma nova categoria no desporto, para

pessoas com mais de 80 anos.

A Freira iniciou este cuidado com a saúde a

conselho de um padre, que destacou a corrida

como bom exercício para o corpo e espírito.

Madonna mostra a força de um corpo, mente

e espírito bem alinhados, com foco na fé e determinação

em cumprir com seus objectivos,

para evoluir sempre e o dinheiro conquistado

nas provas é doado a instituições de caridade

(cf. www.tampabay.com/sports/2018/04/26/the-

-iron-nun-still-going-strong-at-age-88/).

Nascida a 24 de julho de 1930, em St. Louis, no

Missouri, Marie Dorothy Buder entrou num convento

aos 23 anos. Em 1970, a irmã Madonna

deixou a congregação (das irmãs de Nossa Senhora

da Caridade do Bom Pastor) para se juntar

a outras 38 freiras de origens diferentes e

variadas para estabelecer uma comunidade de

irmãs religiosas não tradicional.

As Sisters for Christian Community (Irmãs para

a Comunidade Cristã) são uma ordem religiosa

contemporânea, não-canónica, ecuménica

e inspirada nos textos do Concílio Vaticano II,

apresentada como independente da autoridade

da Igreja Católica. Apesar de Buder ter tido

a liberdade de escolher o seu próprio estilo de

vida, no momento de competir ouviu o bispo

sobre este “hobby pouco ortodoxo”. Como relata

na sua autobiografia (The Grace to Race: The

Wisdom and Inspiration of the 80-Year-Old World

Champion Triathlete Known as the Iron Nun

(acerca da “sabedoria e inspiração da triatleta

campeã mundial de 80 anos conhecida como

freira de ferro)”

Mesmo com a sua idade avançada, comparada

a dos demais atletas, e as suas nove fracturas

(entre fémur, pélvis, costela, clavícula, cotovelo

e pé), Madonna não se intimidou com o desafio.

“Muitas vezes pensei que falharia e não atingiria

os objetivos que havia definido para mim, mas

então percebi que a única falha é não tentar.

Porque o esforço de cada um, por si só, é um

sucesso”, assegura a “Freira de Ferro”, numa entrevista

ao UOL Esporte.

No passado dia 7, numa prova de triatlo para

mais velhos (o Toyota USA Triathlon Age Group

National Championships, no Milwaukee), o tempo

não foi divulgado — nem era o mais importante.

Nas costas da camisola podia ler-se uma

frase da segunda carta de São Paulo a Timóteo

(2.ª Timóteo 4, 7): “Combati o bom combate, terminei

a corrida, permaneci fiel.”

Gosta de histórias bonitas. Esperamos que

tenham gostado desta.

(*) António Costa Guimarães, é

Jornalista, foi Capelão Militar e

Director do jornal Correio do Minho.

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AGENDA

Cidadania

Informações

MAPS

A EQUIPA DA MAPS

ESTÁ À PROCURA DE

VOLUNTÁRIOS!

A equipa da MAPS procura

voluntários para traduzir do alemão

para o somali e persa (farsi).

Fala uma destas línguas? Depois

contacte-nos em maps@aoz.ch para

mais informações.

DOMINGO — 4.9.

DIA DO CINEMA

Hoje à noite vá ao cinema com a sua

família ou os amigos. Em muitos dos

cinemas de Zurique o bilhete custa

apenas CHF 5.-. Consulte informações

sobre os cinemas e o programa em

www.allianz-tagdeskinos.ch.

www.allianz-tagdeskinos.ch

DOMINGO — 4.9.

VISITE O TEATRO DA

ÓPERA

Você gostaria de ver os bastidores da

Ópera de Zurique? Hoje há uma visita

guiada ao Teatro da Ópera. Aprenda

sobre a história deste lugar e as diferentes

profissões da ópera: fantasias,

maquiagem, máscaras, palco. Duração:

1,5 h. A visita guiada é adequada

para crianças a partir de 7 anos.

10:30-12:00. CHF 10.-.

Opernhaus Zürich. Sechseläutenplatz

1.( Tram 2/4 oder Bus 912/916 bis

“Opernhaus”.

www.opernhaus.ch

TERÇA-FEIRA — 6.9.

OFICINA DE LEITURA

Você gosta de ler? Então venha para a

“PBZ-Bibliothek Pestalozzi” em Altstadt.

Hoje, um grupo de 15 pessoas lerá

histórias e poemas juntos. Em seguida,

os participantes discutirão os textos

em conjunto. 15:00-16:30. Participação

gratuita.

PBZ Bibliothek Altstadt. Zähringerstr.

17.( Tram 4/15 bis “Rudolf-Brun-Brücke”.

www.pbz.ch

QUARTA-FEIRA — 7.9.

CIRCO

Você gosta de rir? Então vá à Rote Fabrik

esta noite para ver o show “Moment!”

do “Zirkus Chnopf”. O programa

conta humoristicamente a história de

um grupo de pessoas que se perdem

após a parada de um ônibus. Programa

em: www.rotefabrik.ch. Entrada

livre, contribuição espontânea. O escritório

da MAPS sorteia 2×2 entradas

para bebidas gratuitas no bar. Basta ligar

para: 044 415 65 89 ou escrever um

e-mail para: maps@aoz.ch.

Rote Fabrik. Seestr. 395.( Tram 7 bis

“Post Wollishofen” oder Bus 161/165

bis “Rote Fabrik”.

www.rotefabrik.ch

QUINTA-FEIRA — 8.9.

FESTIVAL CULINÁRIO

DE ZURIQUE

Boas notícias para todos os gourmets!

De 08.09 a 18.09 acontecerá o “Food

Zürich Festival”. O tema deste ano é

“Culinary Futures”. Como será o alimento

do futuro? Estandes de alimentação

e vários workshops serão realizados

em Zurique. Programação em:

www.foodzurich.com. Muitos eventos

são gratuitos.

www.foodzurich.com

SEXTA-FEIRA — 9.9.

THE CIRCLE

Se você gosta de arquitetura moderna,

vá até o centro comercial “The Circle”

no aeroporto de Zurique. O centro tem

também um grande parque com uma

fonte e um pavilhão para piqueniques

onde são realizados pequenos eventos

com frequência. Em um dia claro, você

pode ver os Alpes a partir da plataforma

de visualização do “The Circle”.

10:00-19:00. Entrada livre.

The Circle. Zürich Flughafen.( Tram

10/12 oder S-Bahn 2/16/24 bis “Zürich

Flughafen”.

www.zuerich.com

SÁBADO — 10.9.

FESTA POPULAR (10.09.-

12.09.)

“Knabenschiessen” é a maior e a mais

antiga festa popular da cidade de Zurique

para miúdos e graúdos. Nesta festa

de Outono que dura três dias, especial

destaque para o concurso de tiros

de espingarda para todos os jovens do

cantão de Zurique entre os 13 e os 17

anos. Mais informações em www.knabenschiessen.ch.

Albisgütli.( Tram 13/17 oder Bus 32/89

bis “Strassenverkehrsamt”.

https://www.knabenschiessen.ch

DOMINGO — 11.9.

VISITE O JARDIM TÊXTIL

O “Museum für Gestaltung” mostra

roupas, inovações em tecidos e fotografias

sobre moda na Suíça. Lá você

verá uma exposição única sobre tecidos.

O “Textilgarten” é uma sala cheia

de peças de tecidos que dão a sensação

de um sonho. Uma visita guiada

acontece todos os domingos, das 11:00

às 12:00. Ter-dom 10:00-17:00. Qui

10:00-20:00. Com KulturLegi CHF 8.-

(em vez de CHF 12.-). Entrada gratuita

para pessoas com o status de refugiado

N/S/F/B.

Museum für Gestaltung Zürich. Ausstellungsstr.

60.( Tram 4/6/13 bis “Museum

für Gestaltung”.

www.museum-gestaltung.ch

TERÇA-FEIRA — 13.9.

EXPOSIÇÃO NO STADT-

GÄRTNEREI

Como as cidades podem lidar com o

aquecimento global? No “Stadtgartnerei”

você aprenderá como as plantas

podem refrescar uma cidade. É

também uma boa oportunidade para

caminhar pelo belo jardim, apreciar a

pérgula e a estufa tropical. Diariamente:

09:00-17:00. Entrada gratuita.

Stadtgärtnerei - Zentrum für Pflanzen

und Bildung. Sackzelg 27.( Tram 3 oder

Bus 33/83/89 bis “Hubertus”.

www.stadt-zuerich.ch

QUARTA-FEIRA — 14.9.

CONCERTO

Participe de um concerto no bar “Das

Gleis” hoje à noite. A cantora Stella

Cruz toca música pop. O bar oferece

bebidas e petiscos saborosos. Às 19:00.

Entrada gratuita. Bebidas e lanches pagos.

GLEIS. Zollstrasse 121.( Bus 32 bis “Röntgenstrasse”.

www.dasgleis.ch

QUINTA-FEIRA — 15.9.

EXPOSIÇÃO SOBRE

ARTE INDÍGENA (ATÉ 30.10)

O “Museu Rietberg” mostra arte especial

das culturas do mundo. Visite a

exposição sobre pintura indígena da

região “Bundelkhand” até o dia 30.10.

As visitas guiadas da exposição acontecem

todas as quintas-feiras das 12:15

às 13:15. Ter-dom 10:00-17:00. Entrada

gratuita com KulturLegi e para pessoas

com status de refugiado S/N/F.

Museum Rietberg. Gablerstr.15.

Tram 7 bis “Museum Rietberg”.

www.rietberg.ch

SÁBADO — 17.9.

FESTA DO MERCADO DA

CULTURA

O centro cultural “Kulturmarkt” celebra

o seu 25º aniversário! Aqui encontra diversas

actividades interessantes como

concertos, teatro, pintura facial para

crianças, bem como ilusionistas! Além

disso, há vários stands com comida e

bebida. Aproveite a festa e desfrute de

um fantástico dia em família. 11:00-

23:00. Entrada livre.

Kulturmarkt. Aemtlerstr. 23.( Bus 32/72

bis “Zwinglihaus”.

www.kulturmarkt.ch

DOMINGO — 18.9.

DESCONTRAIR NO PARQUE

O “Rechbergpark” é o mais bonito jardim

barroco em Zurique. Neste jardim

de 1790, encontra também encantadores

terraços e edifícios desta época.

Aproveite o Outono e visite este lugar

especial.

Rechberggarte. Hochschulen.( Tram 3

oder Bus 32 bis “Neumarkt”.

www.stadt-zuerich.ch

SEGUNDA-FEIRA — 19.9.

CURSOS SOBRE DIVER-

SOS TEMAS (ATÉ 25.09.)

Durante o projecto “Quartier macht

Schule”, pode frequentar cursos sobre

desporto, trabalhos manuais, dança ou

fazer pão/bolos, entre outros. Pessoas

particulares apresentam a sua paixão

e partilham o seu conhecimento consigo.

Hoje, por exemplo, aprenda “Origami”,

a técnica de dobragem de papel

no “Zentrum ELCH Krokodil”. Crianças

e adultos são bem-vindos! 10:00-11:00.

Gratuito.

www.zuerich-lernt.ch

TERÇA-FEIRA — 20.9.

DECORAÇÃO DE OUTO-

NO PARA CRIANÇAS

O Outono está a chegar! No “Zentrum

ELCH Regensbergstrasse” as crianças

constroem elementos decorativos de

Outono com folhas. Os pais ajudam e

trocam ideias. 15:00-17:00. Gratuito.

Zentrum ELCH Regensbergstrasse.

Regensbergstr. 209.( Bus 61/62 bis

“Oberwiesenstrasse”.

www.zentrumelch.ch

QUINTA-FEIRA — 22.9.

FESTIVAL DE CINEMA

É fã de cinema? De 22.09. a 02.10. decorre

o “Zurich Film Festival”, durante o

qual pode ver filmes internacionais em

ante-estreia. Artistas estão também

presentes para apresentar os filmes.

No final, serão sorteados os melhores

filmes. Ao longo do festival há uma

grande variedade de workshops, bem

como stands de comida e bebida. O escritório

da MAPS oferece 2×2 bilhetes.

Basta ligar 044 415 65 89 ou enviar um

e-mail para maps@aoz.ch.

Bellevueplatz.( Tram 2/4/5/8/9/11/15 bis

“Bellevue”.

www.zff.com

SEXTA-FEIRA — 23.9.

PÔR-DO-SOL NO ÜETLI-

BERG

No monte de Zurique pode apreciar o

melhor pôr-do-sol da cidade. Poderá

fazer a subida a pé de “Albisgütli”, de

“Triemli” ou partindo do parque de estacionamento

“Uitikon-Waldegg” ou

então suba de comboio a partir de

“Ringlikon”. O passeio a pé dura cerca

de uma hora.

Üetliberg.( S10 bis “Üetliberg”. Tram

10/13 bis “Albisgütli”. Tram 9/14 oder

Bus 33/80 bis “Triemli”.

SÁBADO — 24.9.

ÁTRIO ARTÍSTICO

No posto da polícia de Zurique existe

uma obra de arte única. O artista Augusto

Giacometti (1877-1947) pintou o

átrio de entrada. Aberto toda a semana

das 09:00-11:00 e das 14:00-16:00. Necessário

mostrar documento de identificação

pessoal. Entrada livre.

Stadtpolizei Zürich. Bahnhofquai 3.(

Tram 4/15 bis “Rudolf-Brun-Brücke”.

www.stadt-zuerich.ch

DOMINGO — 25.9.

DE BICICLETA JUNTO DO

LAGO DE ZURIQUE

Hoje desfrute de um caminho para bicicletas

único, sem carros, ao longo do

lago de Zurique. Durante um dia inteiro,

a margem direita do lago entre “Stäfa”,

“Rapperswil-Jona” e “Schmerikon”

está fechada ao trânsito automóvel.

Este percurso de 28 km oferece uma

vista fabulosa. 10:00-17:00. Gratuito.

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TERÇA-FEIRA — 27.9.

APOIO NA ESCRITA E

COM O COMPUTADOR

Gostaria de treinar os seus conhecimentos

na leitura, escrita, cálculo matemático

ou na área de informática?

A equipa do centro comunitário “GZ

Hirzenbach” apoia-o nas suas dúvidas.

Acompanhamento de crianças gratuito

durante o curso. 08:30-11:30. Gratuito.

Zentrum ELCH CeCe-Areal. Wehntalerstr.

634.( Bus 32 bis “Holzerhurd”.

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QUINTA-FEIRA — 29.9.

CAFÉ DAS LÍNGUAS EM

ALEMÃO

Gostaria de praticar o seu alemão? Hoje

à tarde a “Pestalozzi-Bibliothek” Altstetten

organiza um café das línguas para

conversação em alemão. Num ambiente

agradável, os participantes debatem

diversos temas. Todos são bem-vindos!

14:00-15:00. Gratuito.

Pestalozzi-Bibliothek Altstetten. Lindenpl.

4.( Tram 2 bis “Grimselstrasse”.

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SEXTA-FEIRA — 30.9.

PALCO PARA TODOS

O evento “OpenMic” disponibiliza o palco

a todos os que querem mostrar algo.

Descubra novos talentos ou pegue

você também no microfone. A partir

das 20:00. Entrada livre.GZ Wollishofen.

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29



Espectáculo

Esteves

Entrevista

ESCALA OS ALPES COM O FOLK

SEM PERDER DE VISTA O ROCK

Joaquim Galante (*)

A FOCUSMSN foi ao encontro

de Esteves para uma conversa

a propósito do recente lançamento

ao vivo do seu segundo

álbum ‘O Alpinista’. Vocalista

da banda Rock Trêsporcento,

o músico, cantautor, compositor

e instrumentista, embarcou

numa aventura a solo e numa

onda musical completamente

distinta, o Folk.

FOCUSMSN: Como nasceu o

teu gosto pela música?

Esteves: Tenho que recorrer às

minhas memórias (risos), sempre

tive gosto pela música, o

meu pai tinha um ‘leitor de vinis‘,

vulgo gira-discos, e havia

dois discos que eu ouvia frequentemente,

um era o ‘Canto

da Boca’ de Sérgio Godinho e

o outro o ‘Concerto ao Vivo em

Central Park’ de Paul Simon &

Art Garfunkel.

De maneira que chegava a

casa da escola, ainda muito jovem,

10/11 anos, e ficava a ouvir

aqueles discos, não só os ouvia

como seguia as canções lendo

as letras que vinham impressas

com o disco do Sérgio Godinho.

Mais tarde aprendi a tocar guitarra

e o interesse pela música

desenvolveu-se.

F: Em 2009 formas a banda rock

Trêsporcento. Como te surgiu a

ideia de formar uma banda e

qual a origem do nome?

Esteves: Começou no liceu, na

altura eu e mais uns colegas íamos

para uma sala de ensaios

fazer barulho, de modo que esteve

sempre presente fazer música

em grupo, por isso a formação

dos Trêsporcento foi algo

natural, queríamos fazer uma

banda e ela nasceu.

O nome Trêsporcento acabou

por aparecer por não haver consenso

entre nós sobre o nome a

dar a banda. Um dia estávamos

a sair de um ensaio e na rua estava

um cartaz político enorme

a dizer ‘... três por cento de inflação

…’, um de nós disse, ‘olha se

nos chamássemos trêsporcento

já tínhamos aqui um outdoor (risos),

ficou Trêsporcento.

F: Ouvindo tu Sergio Godinho e

Paul Simon & Art Garfunkel, na

infância, como surgiste numa

banda com uma onda musical

completamente distinta? Estavas

na idade da irreverência?

Esteves: Os Trêsporcento são

um conjunto de pessoas, cada

uma delas com gostos musicais

próprios, no fundo atiraram-se

30

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esses gostos para uma panela

e depois de cozinhados deu

Trêspocento (risos).

Curiosamente começamos a

tocar com guitarras acústicas.

Eu e o Lourenço Cordeiro trabalhávamos

num gabinete de

arquitectura e começamos os

dois, depois juntamo-nos a uns

amigos com quem tocávamos

covers com material acústico.

Quando começamos a escrever

as coisas evoluíram muito

rápidamente e acabamos por

trocar as guitarras acústicas

pelas eléctricas.

Nesta altura as nossas influências

musicais eram os

Radiohead, Bloc Party, The

Strokes, mais tarde The National,

etc., estávamos na onda

que marcou o início da banda.

Estávamos na idade da irreverencia

e de querer ser estrela

Rock, a viver essa ilusão.

F: Os Trêsporcento tiveram

uma actividade bastante proficua

no que a álbuns diz respeito

com a edição de quatro

discos, dava a entender que a

banda veio para ficar. De um

momento para o outro embarcas

num projecto a solo, uma

sonoridade diferente, trocas a

guitarra eléctrica pela acústica,

o Rock pelo Folk.

A que se deveu esta radical

mudança ou achas que não

foi tão radical assim, mas

uma evolução em termos de

identidade musical para uma

sonoridade com a qual te

identificas mais e o projecto

Trêsporcento foi um experimentalismo

que te ajudou a

encontrar o rumo certo?

Esteves: As duas sempre existiram

em mim, sempre tive

um lado Rock e um lado Folk,

gosto muito do Rock, daquela

expressividade sem filtros, de

fazer barulho, poder gritar, ver

o público a saltar, mas também

sempre gostei de tocar guitarra

acústica, aquela coisa do fingerstyle,

que é muito Indie.

Os Trêsporcentro não acabaram,

o problema é que o Lourenço

Cordeiro foi viver para o

Luxemburgo logo após a edição

do álbum ‘Território Desconhecido’,

continuamos com

vontade de fazer música, aliás

vamos tocar no Montijo dia 22

deste mês, de modo que estamos

a tentar arranjar uma

maneira de trabalharmos à

distância porque temos muita

vontade de fazer coisas novas.

F: Com o décimo aniversário

da formação dos Trêsporcento,

em 2019, editas o teu

primeiro álbum ‘Esteves’, foi

uma forma de celebração

dois em um, celebrar a longevidade

da banda e a tua estreia

com um álbum a solo?

Esteves: Foi por acaso, aliás,

em 2019, os Trêsporcento deram

um concerto ao vivo de

celebração no Ferroviário. O

que aconteceu foi o seguinte,

eu regressei da Austrália em

2016 e já trazia muitas músicas

na bagagem. Três anos foi o

tempo que demorei a arranjar

músicos para formar uma banda,

compor os arranjos, etc., de

modo que quando lancei ‘Esteves’

coincidiu com o décimo

aniversário da banda.

F: Que músicos te inspiraram

neste teu novo projecto musical?

Esteves: São muitos, poderia

estar horas a nomeá-los porque

de facto há muitos projectos

Folk com os quais me

identifico, mas a grande descoberta,

enquanto gravava o primeiro

disco, foi Mark Kozelek,

foi um ponto de viragem na

escolha da minha sonoridade.

F: No teu álbum de estreia a

solo, duas músicas tiveram

destaque imediato ‘Vista de

Cima’ e ‘Fiji’. As letras destas

músicas são sobre situações

imaginárias? Gostavas de ver

o planeta lá de cima, alguma

vez pensaste em mudar-te

para as Fiji e casar com uma

nativa?

Esteves: (risos) ‘Vista de Cima’

é uma mensagem explicita,

é falar sobre a fragilidade do

nosso planeta quando observado

do espaço pelos astronautas,

quando em órbita, eles

sofrem o Overview Effect uma

mudança cognitiva da consciência

e eu tento colocar-me

na posição deles.

Em relação à música ‘Fiji’, a

letra foi inspirada num jovem

biólogo americano que conheci

na ilha principal e que namorava

com uma nativa. Ele

foi para lá sozinho fazer um levantamento

dos corais, levantava-se

de manhã cedo, vestia

o fato de mergulho e lá ia ele.

A viver num local paradisíaco,

a fazer o que mais gostava e

namorar com uma nativa, imaginei

eu que deveria estar a viver

um sonho, foi o mote para

a letra da música ‘Fiji’, partiu

daí a inspiração para a música.

F: Na letra da música ‘Fiji’ dizes

‘não há limites nem fronteiras

nesta vida’ em termos

musicais o que ambicionas?

Esteves: Gostava de ser autossuficiente

e ter condições

para fazer a música que gosto,

tentar ganhar a vida com isso

e não ter desilusões. As desilusões

muitas vezes tiram-nos

estímulo e inspiração.

F: Este mês vais actuar no

Montijo com a banda Trêsporcento,

um concerto agendado

há um tempo atrás mas

que a pandemia foi adiando.

Achas que podes conjugar

a actividade do grupo com

a tua carreira a solo, sentes

que o Rock te complementa

preenchendo um espaço que

o Folk não abrange?

Esteves: Completamente, tocar

em palco com uma banda,

com cada um a puxar pelo

outro, sentir essa vibração no

público, é uma coisa que só o

Rock proporciona. O Folk é intimista,

mais contido, menos

exteriorizado, fazendo uma

rápida analogia o Folk é Yoga

e o Rock é Zumba (risos).

F: Lançaste recentemente, ao

vivo no B.leza, o teu segundo

álbum em vinil ‘O Alpinista’.

A tua carreira musical tem

sido como escalar os Alpes?

Porque editaste o disco em

vinil?

Esteves: (risos) Não, está bastante

consistente, ainda não

houve grandes picos, nem

grandes quedas, é uma subida

lenta, mas firme, encaro-a

como uma maratona. Quanto

ao nome do álbum, pareceu-

-nos bem dar o nome Alpinista,

não só porque é a primeira

música do disco, como o disco

poderia ser uma metáfora

para a viagem de um alpinista.

Como quem trepa uma

montanha e conta aquilo que

o mundo tem para mostrar.

Em relação à edição em vinil

foi só porque sentimos que

a edição em CD nos dias que

correm já não faz sentido e

como queríamos ter uma edição

física optamos pelo vinil

que é mais clássico e o saudosismo

do vinil está muito presente.

F: Neste teu novo trabalho

pareceu-me que o teu lado

melancólico, introspectivo e

sentimental, está ainda mais

reflectido nas tuas letras.

Concordas com a minha análise?

Esteves: Completamente, o

Folk puxa por isso, as letras

têm mais a ver com a observação,

perceber a vida, a nossa

e a dos outros, colocar-me no

lado deles e entender porque

sentem ou não sentem determinadas

situações, no fundo é

uma constante introspeção.

No Rock, em particular nas letras

dos Trêsporcento, há um

lado mais urbano, mais social,

histórias de amor também,

mas muito menos introspectivo

e pouco sentimental.

F: Que diferenças destacas,

entre este teu trabalho mais

recente e o anterior?

Esteves: São completamente

diferentes, o primeiro foi

editado com vários trechos

de coisas que eu ia gravando,

tem muitas camadas e o som,

diria eu, mais etéreo.

Nesse álbum gravamos duas

músicas em live take, ‘Vista de

Cima’ e ‘Salto’, gravei-as, com

o João Gil e o David Santos,

em ensamble e gostei muito

do som resultante, de maneira

que este segundo álbum

nasce com a ideia de se fazer

uma estrutura muito simples

de piano, guitarra e contrabaixo,

e sobre isso fazer arranjos

minimalistas. A base deste

disco foi uma sonoridade simples,

mais trabalhada, ao contrário

do anterior que tinha

muitas camadas.

F: Consideras-te uma pessoa

nostálgica?

Esteves: Não, sou uma pessoa

que vive o dia-a-dia e sobretudo

o futuro, sempre confiante

naquilo que a vida me poderá

dar, sou bastante optimista.

Acho que se não tivermos esperança

no futuro não conseguimos

viver o presente.

F: Que projectos, desejos e

ambições tens para o teu futuro

profissional?

Esteves: Para já que tudo

corra bem com a promoção

deste álbum, que o consiga

apresentar ao vivo em diversos

locais do país. Estamos a

organizar um tour para depois

do verão. Já temos algumas

datas, este mês em Penafiel,

dia 8 de Setembro na casa

da música, e estão-se a marcar

mais algumas coisas para

o final do ano. Depois disto,

gravar um terceiro álbum que

já está escrito e composto, só

falta ir para estúdio.

Foi assim a entrevista com

Esteves, uma conversa descomplexada

e divertida, com

muita risada pelo meio, tendo

como cenário o jardim da Estrela.

(*) Jornalista

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Crónica

ELVAS

PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE

(desenho de Rui Barros in “MEU ALENTEJO_RAÍZES”-2021)

Graça Foles Amiguinho

A minha ancestral cidade de Elvas comemora o décimo

aniversário da sua classificação como “Património Mundial

da UNESCO”.

Em 30 de Junho de 2012, foi agraciada com a distinção de

“Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações”.

Elvas fica situada a 8 KM de Badajoz, cidade fronteiriça.

Em tempos passados, constituiu um ponto estratégico de

defesa da fronteira e herdou um vasto património militar

de reconhecido valor e autenticidade.

Devido ao grande empenho da edilidade, nomeadamente

de uma senhora vereadora, Dra. Elsa Grilo, que não sendo

Elvense, muito se dedicou à nossa cidade, contribuindo

com o seu trabalho, para que fosse classificado como Património

da Humanidade, todo o centro histórico, as muralhas

abaluartadas do séc. XVII, o Forte de Santa Luzia, o

Forte da Graça, o Aqueduto da Amoreira e os três fortins:

de São Pedro, de São Mamede e de São Domingos ou da

Piedade, a nossa homenagem póstuma.

Elvas conserva vestígios muralhados que remontam ao século

X, período medieval e fortificações da época da restauração

da independência de Portugal, em 1640. Várias

dessas fortificações representam o mais bem conservado

exemplo de fortificações do mundo, com origem na escola

militar holandesa.

Na Colectânea “ELVAS À VISTA”, que organizei com 41 autores

elvenses, editada em 2019, ficou guardado este meu

poema, dedicado à minha amada cidade:

“DO ALTO DA COLINA”

“Aqui, do alto da colina, meus olhos se estendem na calma

paisagem.

Vejo Elvas, sempre menina, protegida com muralhas,

hoje, com nova roupagem.

Minha cidade milenar, com castelo e pelourinho, ruas estreitas,

empedradas,

Com vasinhos enfeitadas, onde as aves fazem ninho.

Grandes largos, tão branquinhos, neles se erguem igrejas

e repenicam os sinos,

Convidando à oração, o povo simples e cristão.

Cidade do sol ardente, de jardins tão refrescantes, fontanários

dando à gente,

Água, que vem de tão longe, correndo em arcos elegantes.

E, já fora das muralhas, surge uma Elvas moderna, crescendo

em altura,

A cidade do futuro, que assinala a nova era.”

Ao longe, se avista o Forte da Graça, como um exemplo

notável da arquitetura militar do séc. XVIII, considerada,

por muitos historiadores, como uma das mais poderosas

fortalezas abaluartadas do mundo. Torna-se ainda mais

original, pela sua conceção e implantação, num monte, o

monte de Nossa Senhora da Graça, bastante elevado.

Também, o Aqueduto da Amoreira, construído entre 1530

e 1622 para o abastecimento de água à cidade, com 1367

metros de galerias subterrâneas e mais de 5 quilómetros

e meio à superfície com arcadas que chegam a superar os

30 metros de altura, é símbolo da elegância e grandiosidade

de Elvas.

O Aqueduto da Amoreira, construído para permitir resistir

a longos cercos, levando água aos habitantes da cidade, é

o maior da Península Ibérica.

Tenho cantado Elvas, em todos os meus livros, porque nela

me revejo, nela sinto a minha alma rejuvenescer.

“ELVAS, SEMPRE ELVAS”

– in “ELVAS À VISTA”

Elvas, minha cidade, princesa do Alentejo!

Mata, em mim, esta saudade, com teu abraço e beijo!

Elvas, berço de mouras, olhos belos, sedutores,

Das ameias debruçadas, olhando os seus amores!

Elvas, cidade fronteiriça, de olhos virados para Espanha!

Ainda hoje despertas cobiça, com tua beleza tamanha!

Elvas, sempre Elvas, és o meu encanto, cidade abaluartada!

Para ti, este meu canto, linda princesa encantada!

Elvas, ó Elvas, diz que me amas, até ao nascer da alvorada!

As fortificações de Elvas

são um dos grandes destinos

culturais e que atraem

numerosos viajantes.

É com alguma vaidade

que podemos afirmar que

Elvas tem um dos mais

belos centros históricos de

Portugal.

Elvas não é apenas, um

mero ponto de passagem.

O turista sensível quase

sente a obrigação de aqui

ficar para conhecer estas

extraordinárias fortalezas,

que são as mais monumentais

no mundo, com

destaque de relevo para o

Forte da Graça.

Mas, Elvas tem muito mais

para mostrar, a quem a visita.

O seu património religioso

e cultural é digno de

ser descoberto.

No meu livro “MEU ALENTEJO-RAÍZES” escrevi este poema

que retrata um pouco do que somos e do que temos:

“ELVAS, LINDA CIDADE”

Elvas, linda cidade, terra de gente raiana, de ti eu tenho

vaidade, minha rica alentejana.

Tuas ruas estreitinhas, cheias de vasos floridos, guardam

saudades minhas, recordam tempos idos.

Cidade antiga, moura encantada, branca e tão linda,

eterna namorada.

Estás perto do rio Caia, nele lavas os teus pés! Ofereces

sericaia, aos forasteiros fiéis!

Cidade de tradições, com as saias bem cantadas, que

alegram os corações, nas tardes ensoalheiradas.

Cercada de olivais, que nos dão azeite puro, por lá cantam

os pardais comendo o fruto maduro.

O Senhor da Piedade, ancestral romaria traz alegria à

cidade e bons dias de folia!

Todos nos sentimos gratos pelo amor dedicado à nossa cidade,

por quem nos representa ao mais alto nível, político,

social e cultural.

Elvas é o nosso orgulho! Que os anos vindouros sejam de

paz e progresso!

Mais um poema que escrevi e foi publicado na contra-capa

de “ELVAS À VISTA”, como testemunho da nossa boa

vizinhança, com os amigos de Espanha:

“Quando Elvas se levanta,

Com seu ar namoradeiro,

Na paisagem se espreguiça

E tem, na sua garganta,

Melodia transfronteiriça!”

Porém, a minha cidade de Elvas não

é apenas um lugar de monumentos

bem conservados, como também se

orgulha de ser berço de Cultura, que

abre as suas portas, a todo o visitante.

Talvez, nas suas férias, deseje passar

por Elvas e visitar o magnífico MU-

SEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA,

cuja história, aqui lhe deixo e onde

poderá admirar obras de Arte, reunidas,

de vários artistas, na celebração

dos 15 anos da inauguração do Museu.

“O Museu de Arte Contemporânea

de Elvas está instalado no edifício

da antiga Santa Casa da Misericórdia

de Elvas, fundada no início do século

XVI, entre 1501 e 1540, e conserva

ainda hoje o essencial do conjunto

original, alterado em diversos momentos

do século XVIII e que, em

data recente, foi restaurado e adaptado

para as novas funções museológicas.

O Museu foi inaugurado em julho de

2007 e o projeto de adaptação museológica

do edifício foi concebido por uma equipa que

integrou o arquiteto Pedro Reis,

o designer de equipamento Filipe Alarcão e o designer

Henrique Cayatte.

Na atualidade, o MACE possui no seu acervo permanente,

mais de seis centenas de peças da Coleção António

Cachola. Trata-se duma coleção cronológica e tematicamente

vasta que apresenta artistas portugueses contemporâneos,

com obras que vão dos anos 1980 à atualidade,

contendo desenho, gravura, pintura, escultura, instalação,

vídeo e fotografia.”

Boas férias em Portugal!

Crónica

34

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Actualidade

Farmácias da Basileia venderão

maconha(*) pelo preço do tráfico

Swissinfo (**)

O primeiro projeto suíço sobre a venda

legal de maconha em farmácias

terá início em 15 de setembro na cidade

cantonal da Basileia. Os usuários

com mais de 18 anos podem agora se

inscrever para participar, com o número

de participantes limitado a 370.

Seis produtos canabinoides - quatro

tipos de flores de maconha e dois

tipos de haxixe - serão vendidos em

nove farmácias selecionadas pelas

autoridades, disse na quinta-feira o

secretário estadual da saúde Lukas

Engelberger.

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Os preços cobrados pelas farmácias

estarão em torno dos preços cobrados

pelos traficantes para produtos

com conteúdo de THC. Portanto, um

grama custará CHF 8-CHF12 ($8,40-

$12,60).

O Departamento Federal de Saúde

Pública aprovou o projeto piloto em

abril. Ele será parte de um projeto da

Universidade da Basileia, de suas clínicas

psiquiátricas e do departamento

de saúde cantonal.O objetivo é ajudar

a avaliar os efeitos das novas regulamentações

sobre o uso recreativo da

maconha e, por fim, combater o tráfico.

Produtos em exposição na feira internacional CannaTrade de cannabis em Berna, em

maio © Keystone / Anthony Anex

Proibição legal

Várias outras autoridades locais, incluindo

Zurique, Genebra e Berna,

também se candidataram para realizar

testes semelhantes. O parlamento

suíço estabeleceu a base legal para

tais iniciativas em pequena escala em

setembro de 2020. O Ministério da

Saúde estima que existam 220.000

consumidores regulares de cannabis

na Suíça, apesar de uma proibição legal.

O uso da cannabis só é permitido

por razões médicas.Em 2008, quase

dois terços dos eleitores suíços rejeitaram

uma iniciativa para descriminalizar

o consumo de cannabis; foi a

segunda votação nacional sobre o assunto

em uma década.

(*) Canábis

(**) Escreve segundo a variante

brasileira da Língua Portuguesa.

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Saúde

Suíça legaliza canábis para

uso medicinal, incluindo a

exportação.

Presidente da Costa Rica

anuncia projecto de lei para

legalizar a canábis recreativa

Foto: Montagem de João Xabregas

João Xabregas

Desde o início de Agosto que a Suíça

se juntou aos países europeus que já

permitem a utilização de canábis para

fins medicinais através de receita médica.

Antes desta lei, os pacientes tinham

que fazer um pedido ao Gabinete

Federal de Saúde Pública, mas com

a nova legislação o acesso torna-se

mais fácil e passa também a ser permitida

a exportação de canábis para

fins medicinais. Para isso, as empresas

têm de adquirir uma autorização junto

da Swissmedic, a autoridade reguladora

de medicamentos e dispositivos

médicos na Suíça.

De forma a proceder à legalização da

canábis para fins medicinais no país, o

Conselho Federal Suíço retirou a proibição

da canábis para fins medicinais,

alterando assim novamente a lei sobre

narcóticos que o parlamento tinha

aprovado em Março do 2021, noticiou

a Forbes. A nova regulamentação para

fins medicinais veio no seguimento da

crescente procura de autorizações nos

últimos anos.

Segundo a SWI swissinfo.ch, o Gabinete

Federal de Saúde Pública

Continua...

emitiu cerca

de 3.000 autorizações para pacientes

com cancro, doenças neurológicas ou

esclerose múltipla em 2019. No entanto,

este número excluiu os pacientes que

obtiveram canábis no mercado ilegal.

Até hoje, a lei permitia produtos contendo

níveis elevados de CBD e com menos

de 1% de THC, que é o limite estabelecido

para a indústria do cânhamo no país,

enquanto a canábis para uso adulto é

ainda considerada ilegal. No entanto, a

Suíça iniciou um programa experimental

para o uso adulto de canábis, com o

objectivo de obter e fornecer informações

para regulamentar a canábis em

todo o país através da venda de produtos

de canábis para uso adulto em Basel

a cerca de 400 voluntários. Zurique

também já tem um programa piloto a

decorrer.

Em Junho, a Universidade de Genebra

publicou um estudo que estimava que

o impacto económico da legalização na

Suíça geraria um volume de negócios

anual de cerca de 1,02 mil milhões de

euros e criaria cerca de 4.400 empregos

a tempo inteiro, enquanto outro estudo

publicado em 2020 estimava que o

mercado suíço de canábis valeria até

514 milhões de euros.

Em termos económicos, a legalização

da canábis para fins medicinais beneficiaria

as inúmeras empresas de CBD do

país, uma vez que estas poderiam exportar

produtos com um nível de THC

de até 1%, como canábis para fins medicinais,

tornando o país competitivo no

continente europeu.

Segundo a Forbes, sector do CBD ganhou

popularidade na Suíça nos últimos

anos, uma vez que não está sujeito

à Lei dos Narcóticos, porque não produz

quaisquer efeitos psicoactivos. No

entanto, a Associação Suíça de Químicos

advertiu em Fevereiro que a grande

maioria dos produtos vendidos contendo

CBD não cumprem os requisitos legais,

uma vez que a quantidade de THC

excede os limites legais.

Ao legalizar a canábis para fins medicinais,

a Suíça procura uma regulamentação

adequada para permitir o acesso ao

tratamento médico com produtos de

canábis e, simultaneamente, proteger a

população, contendo e combatendo o

mercado ilegal de canábis, que há anos

que abastece amplamente os doentes

com canábis para fins medicinais.

Além disso, o programa de ensaios

para a venda de canábis para uso adulto

poderia convencer os legisladores a

legalizar a canábis para uso adulto no

país. A Suíça tem demonstrado ter uma

abordagem progressista ao estabelecer

a sua política de drogas ao longo dos

anos.

A legalização da canábis para fins medicinais

é, portanto, o último passo que

traça uma nova tendência na Europa

no que diz respeito às políticas sobre a

canábis. Nos últimos anos, vários países

europeus têm demonstrado interesse

em legalizar a canábis para uso adulto

ou medicinal como uma nova solução

para proteger a saúde pública e combater

o mercado ilegal.

Laura Ramos

O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, anunciou

um projecto de lei para aprovar o uso recreativo

de canábis no país, durante o acto oficial comemorativo

dos primeiros 100 dias do seu governo. Segundo

Chaves, a iniciativa será encaminhada para discussão

no Congresso, que já aprovou o regulamento sobre a

canábis medicinal. As reacções entre os costarriquenhos

estão divididas: alguns acreditam que a legalização

é a melhor opção para o país, outros nem por isso.

“Preparámos a regulamentação do cânhamo industrial

para uso medicinal e vamos promover o projecto de lei

de legalização da canábis para uso recreativo”, disse o

presidente no seu discurso, sem no entanto avançar detalhes

específicos sobre como o uso adulto de canábis

será regulamentado.

Estes e outros artigos, podem ser lidos na edição digital desta revista, aqui:

Leia estes e outros artigos em

WWW.CANNAREPORTER.EU

Foto: D.R. | harrisbricken.com

A verdade é que a proposta não apanhou ninguém de

surpresa: durante a campanha, Rodrigo Chaves já tinha

afirmado várias vezes que estava de acordo com a legalização

e que iria avançar com as reformas necessárias.

O actual presidente também disse que havia evidências

científicas para apoiar a decisão, explicando o

caso de vários países que legalizaram e obtiveram bons

resultados.

Conseguir a aprovação desta lei na Costa Rica não será,

porém, uma tarefa fácil. A proposta ainda gera polémica

e muitas reacções adversas em alguns sectores,

com alguns partidos políticos a opor-se à legalização

no passado.

https://tinyurl.com/LUSITANO-ZURIQUE

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completamente suportado pela comunidade. Para

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leitores é fundamental. Torne-se apoiante do Can-

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Opinião

Tailândia começou o efeito

dominó na Ásia:

Malásia poderá passar da pena de morte

à legalização da canábis medicinal

Das moscas do

mercado

João Costa

A Malásia poderá vir a considerar a legalização

de canábis para fins medicinais, de acordo com

as declarações de um funcionário do Ministério

da Saúde da Malásia à Reuters. A recente política

de canábis da vizinha Tailândia deverá ser

o exemplo e a inspiração para legalizar o uso

medicinal da canábis na Malásia, onde ainda se

aplica a pena de morte para quem possuir mais

de 200 gramas de canábis.

A discussão sobre a possível legalização aconteceu após

o ministro da Saúde Pública da Tailândia, Anutin Charnvirakul,

divulgar que se reuniria com o seu colega da Malásia

durante uma reunião de ministros, onde ambos estariam

presentes, e onde a Tailândia mostraria os resultados do

seu programa.

“Estamos a desenvolver a nossa própria estrutura para o

uso de canábis para fins medicinais e queremos aprender

com a Tailândia”, disse um funcionário do Ministério da

Saúde à Malásia à Reuters, sob anonimato.

O ministro da Saúde, Khairy Jamaluddin, afirmou que o governo

da Malásia deu boas-vindas a ensaios clínicos para o

uso médico do canabidiol (CBD). De acordo com a Reuters,

a agência de notícias estatal noticiou no mês passado que

o Ministério da Saúde pretendia começar a registar alguns

produtos com CBD no próximo ano, depois de estudar a

sua segurança, embora a aprovação para o cultivo ainda

esteja distante.

O cultivo e o uso recreativo de canábis ainda é ilegal na

Malásia. A posse de mais de 200 gramas (7 onças) implica

uma sentença de morte obrigatória, mas o ministro da

Saúde, Khairy Jamaluddin, disse que a importação e o uso

de canábis medicinal sob prescrição médica são permitidos

se forem registados e licenciados pela Autoridade de

Controle de Drogas.

O extraordinário volte-face da Tailândia

A Tailândia mudou radicalmente a sua política em relação

à canábis, com o Ministro da Saúde Pública, Anutin Charnvirakul,

a investir na indústria e na economia local para

a recuperação económica do país e a aparecer, inclusive,

com camisas alusivas a canábis, ao mesmo tempo que

anunciava a protecção de quatro variedades tailandesas

como património nacional. Visto como o “principal impulsionador

da legalização da canábis para fins medicinais”

no seu país, o Ministro tailandês estima que a indústria

possa valer mais de 3 mil milhões de euros em cinco anos.

No entanto, a súbita “legalização” trouxe também alguma

revolta, com vários médicos a pedir o fim imediato do uso

recreativo no país.

No encontro em que participou, em Banguecoque, Anutin

revelou em entrevista colectiva a vontade de expandir a

sua política a outros países asiáticos: “os tópicos de discussão

serão sobre como avançar em conjunto com esse

tipo de política para criar benefícios económicos e medicinais.

Queremos que todos reconheçam a propriedade

desta planta. Quanto mais pessoas estiverem interessadas

neste campo, mais desenvolvimento e pesquisa serão

criados”, cita a Reuters.

Carlos Matos Gomes

-Minhas amigas e meus amigos, sendo

certo que aqui pelo centro de Portugal

não está bom para a praia, nem

para esplanadas tomo a liberdade de

vos enviar este texto. Entendo que

seis meses depois destas operações

especiais, os nossos grandes governantes

devem apresentar um relatório

de contas. Onde estamos, que resultados

obtivemos, que esperanças

devemos manter. Quanto aos russos

eles que peçam contas aos seus, se

for caso disso. Nós distinguimo-nos

por ter o direito de pedir faturas, relatórios,

justificações.

Com os melhores cumprimentos. -

Das moscas do mercado é uma frase-

-título do livro «Assim Falava Zaratustra»,

de Friedrich Nietzsche. “Das moscas

do mercado”: “Foge, meu amigo,

para a solidão! Vejo-te ensurdecido

pelo ruído dos grandes homens e picado

pelos ferrões dos pequenos”.

Parece-me uma apreciação adequada

ao tempo que vivemos. Os ditos

grandes homens, e grandes mulheres,

aqueles que determinam a nossa vida

venderam-nos um conjunto de felicidades

futuras se os apoiássemos na

guerra contra a Rússia. O diabolizado

presidente da Federação Russa, que

invadira a pacífica e ordeira Ucrânia,

governada por um quase santo revelado

nas televisões locais. Havia que

repor a ordem e punir o agressor. Nós,

as moscas, éramos convocados para a

gesta dos grandes homens e mulheres.

Nietzsche tinha uma opinião sobre os

grandes homens e mulheres que governavam

o mundo quando chega o

momento de verificar o balanço entre

promessas e realizações:

“Tornaram-se todos outra vez devotos;

estão a rezar, estão doidos!” (…) E, de

facto, todos aqueles homens superiores,

os dois reis, o Papa aposentado,

o maligno enfeitiçador, o mendigo

voluntário, o viajante sombra, o velho

vaticinador, o consciencioso do espírito

e o homem mais feio, estavam de

joelhos, todos como crianças ou velhinhas

piedosas, e adoravam o burro.

E, nesse preciso momento, o homem

mais feio começou a gorgolejar e a

bufar como se algo inexprimível dele

quisesse sair; mas quando, realmente,

conseguiu chegar a articular palavras,

eis que surdiu uma estranha e devota

ladainha para glorificação do adorado

e incensado burro. Ora, essa ladainha

rezava assim: “Ámen! Louvor, honra, sabedoria,

gratidão, recompensa e força

ao nosso Deus, de eternidade em eternidade!”

Ao que o burro, porém, zurrou:

“Hi-han!”

Os grandes homens e mulheres de

hoje não parecem muito distintos do

retrato que dele fez Nietzsche e zurram,

até gritarem: Salve-se quem puder!

As promessas que os grandes homens

colocaram em saldo na abertura das

hostilidades foram o enfraquecimento

da Rússia, o que aumentaria a nossa

segurança e bem-estar, além de nos

apaziguar a consciência com a certeza

de estar do lado do Bem. Pelo caminho,

se se lembram, além de se libertar

dos oligarcas russos e dos seus mísseis

apontados ao coração da Europa e

dos seus tanks que poderiam chegar à

Península Ibérica (isto foi afirmado!) a

Europa, de uma vezes União Europeia,

de outras NATO, de outras Ocidente,

libertava-se da dependência energética

da Rússia (nenhum grande homem

falou de como a substituir), mas as fábricas

(em particular as alemãs) continuariam

a funcionar mesmo sem gás

e as casas a ser aquecidas ou arrefecidas

sem energia. Tudo seria verde. As

sanções apenas atingiriam a Rússia. E

foi montado um gigantesco espetáculo

de perseguição aos oligarcas russos

(com imagens de iates e palácios

para reforçar a mensagem do vamos a

eles!). Também surgiram cenas da saí-

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Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu

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da dos hambúrgueres da MC Donald, do fecho das Zara, da

Chanel, do cancelamento da importação de caviar e vodka

(os milionários russos não tinham acesso às marcas de luxo

e os milionários europeus não comiam caviar beluga nem

caviar — ficariam pela lagosta e pelas ostras, que com champanha

vão muito bem!).

Nenhum dos grandes homens e mulheres ocidentais falou

dos cereais e dos fertilizantes para o pão dos pobres, produtos

que a Rússia continuou a exportar e que a Rússia impediu

a Ucrânia de exportar. Nunca foi referido o risco de fome

mundial. Desde a pobre rainha Antonieta que se sabe que os

ricos comem brioches! Nenhum grande homem ou mulher

falou de inflação, desemprego, pobreza, regresso ao carvão

e à energia nuclear, ou às lareiras!

No pacote de promessas das moscas do mercado, estava incluída

desvalorização brutal do rublo, uma inflação insuportável,

que iriam provocar tumultos por toda a Rússia e derrubar

o regime, dele emergindo, de dentro das matrioskas,

uma réplica de Zelenski, fiel e submisso. Para já é o euro que

se desvaloriza e são os dirigentes ocidentais que estão na

corda bamba.

Mais adiante, com o evoluir da invasão, grandes homens e

mulheres da nossa Europa apresentaram a hipótese de levar

todos os dirigentes políticos da Federação Russa a tribunal,

para serem julgados por crimes de guerra, contra a humanidade

e o mais que fosse. Deve ter havido quem, acreditando

em contos do vigário, já imaginasse um oficial de diligências

e um Bobby inglês, com o capacete preto a bater à porta do

Kremlin para colocar algemas em todo o governo e chefias

militares russas, por ordem de Boris Johnson, ou do secretário

da NATO!

Toda esta mercadoria foi exposta e promovida por vendedores

excitados, nos grandes meios de manipulação de opinião,

que funcionou num regime entre um anúncio de lotaria e

uma licitação permanente de lota. Simplícios e adventícios

foram arrebanhados e trazidos aos púlpitos para venderem

as moscas deste mercado. Os príncipes petroleiros da Arábia

foram convertidos em democratas, inimigos como Maduro

passaram a sócios, o turco Erdogan passou a salvador dos

aflitos, a crise ambiental desapareceu.

Resta-nos a nós, as moscas atraídas ao mercado pelos grandes

homens e mulheres, olhar para eles e interrogá-los sobre

as suas previsões, sobre as promessas dos seus sermões da

montanha, aquele que foi dedicado aos bem-aventurados

pobres de espírito, se se recordam. E que somos nós, enquanto

quisermos ser, assim tomados.

Autor escreve segundo o AO

“O que podemos fazer para

acabarmos com os Andrés

Venturas deste mundo”

Vítor Rua (*)

Não! Não é tratando-os com indiferença

ou ignorando-os!

Sempre que ignoramos algo (as Alterações

Climáticas, a Fome ou a Pobreza

no Mundo, a Discriminação), estamos

ou a atrasar aquilo que poderia

ser uma evolução nas Consciências

das Pessoas, ou a permitir o avanço de

quem queira parar ou proibir até essa

transformação.

Opinião

Secção das Palavras Cruzadas

SUSPENSAS

O autor apenas voltará a disponibilizar um passatempo

quando vender o primeiro livro para a Suíça.

Também não é promovendo Debates

(sejam televisivos ou não), onde

se discutem esses energúmenos ou

a sua horripilante visão, pois é disso

que esses paparrotões se alimentam

e crescem, pois a ignorância e analfabetismo

- por um lado - ainda são

grandes, e - por outro lado - também

uns neo-nazi-fachos (que até podem

possuir um grau académico), mas que

não brilham no que à inteligência diz

respeito.

Então qual é a forma de lutarmos ou

aniquilarmos estes imbecis?

É através de cada um de nós todos os

dias, em todos os locais, a toda a hora!

Sempre que virmos algo discriminatório,

temos o dever de o denunciar ou

impedir.

Sempre que estivermos presente algo

que ponha a nossa Liberdade em risco,

temos o dever de Lutarmos contra

isso.

Sempre que estivermos na presença

de alguém que defenda publicamente

ideais desses idiotas, temos o dever

de tentar educar essas pessoas , mostrando-lhes

o ridículo que é defender

dietas que só atacam a nossa Liberdade,

dos outros seres, ou do nosso

Planeta.

Criar textos, ensaios, teses, que mostrem

às pessoas de forma científica,

as disfunções éticas e morais que essa

pessoas sofrem, e de que forma as podemos

erradicar.

Educarmos os nosso filhos de forma a

que estes achem repelentes as ideias

anti-democráticas desses indigentes.

Se cada um de nós fizer o seu papel

numa mudança de Paradigma das

Mentalidades, contribuirá para um

Futuro melhor isento de criminosos

éticos.

(*) Músico, produtor e compositor português.

Encomendas

Adoro que me contactem e tenho

inúmeras formas de o fazer. Utilize

qualquer uma destas plataformas,

mas diga-me qualquer coisa.

E-mail: paulo@palavrascruzadas.pt

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Humor - ”Quem não sabe rir, não sabe viver” Passatempo

Entre dois motoristas

Numa ponte estreita, onde

o trânsito se faz alternadamente,

tendo os semáforos

deixado de funcionar, dois

motoristas vão encontra-

-se frente a frente no meio

da ponte. Ambos parados,

cada um aguarda que o

outro recue, mas, ambos

teimosos, nenhum deles se

decide. Até que, às tantas,

um, para arreliar o colega,

abre o jornal e põe-se a lê-

-lo. Nisto, o outro sai do seu

automóvel muito calmamente,

vai ter com o colega

e diz: O amigo importa-se

de me emprestar o jornal,

quando acabar de o ler?...

Entre militares

O sargento para os recrutas:

- Amanhã, o nosso coronel

irá passar-vos revista. Quero

ver-vos a todos de camisa

mudada. Impossível, meu

sargento. Só temos uma

cada um! - responde um rufião.

Não quero saber. Trocai-a

uns com o outros!...

Uma opinião de Einstein

Alberto Einstein, o pai da

Teoria da Relatividade, apesar

do asilo que os Estados

Unidos lhe concederam

quando ele deixou a Alemanha

perseguido pelos esbirros

nazis, nunca se mostrou

muito indulgente para com

o país que o acolheu:

Os Estados Unidos - dizia

ele, fornecem o melhor

exemplo de um povo que

passou da barbárie à decadência

sem nunca ter passado

pela civilização...

O Jesuíta e o Franciscano

Dois sacerdotes, um Jesuíta

e o outro Franciscano,

encontravam-se, certo dia,

a discutir sobre assuntos

relacionados com a Fé, a

Igreja e a Religião. (É preciso

referir que os sacerdotes

da Companhia de Jesus

ou da Ordem dos Jesuítas,

fundada por Santo Inácio

de Loyola, em 1534, nem

sempre levaram a melhor

nas suas questões polémicas

com os Franciscanos).

E, a dada altura, a discussão

tendo incidido precisamente

sobre uma questão polémica,

o Jesuíta, desejando

surpreender ou atrapalhar

o Franciscano, decidiu colocar

lhe uma pergunta algo

difícil:

Diga-me uma coisa. Na sua

opinião, Jesus Cristo nasceu

com os olhos abertos ou fechados?

-Na minha opinião,

Jesus Cristo nasceu com os

olhos abertos, respondeu o

Franciscano. Mas, ao ver a

vaca, o burro e o jumento

é possível que Ele se tenha

interrogado: «Esta é que é a

companhia de Jesus»? E, indignado,

os tenha imediata

mente fechado...

O bêbado no autocarro

Um bêbado entra num autocarro

e senta-se ao lado

de uma senhora idosa que

vem da igreja. - Talvez não

saiba, mas o senhor vai inferno

- diz a velhota. O bêbedo

dá imediatamente um

salto e diz para o condutor:

Pare, por favor. Deixe-me

descer aqui: enganei-me no

autocarro...

O bebé chinês

Um casal sem filhos decide

adoptar uma criança chinesa

e, depois, decidem pôr-

-se a aprender chinês.

A língua chinesa é uma língua

bastante difícil diz-lhes

o professor de chinês. Mas,

digam-me uma coisa, por

que motivo desejam aprender

chinês?

É que adoptamos um bebé

chinês - diz a esposa e,

como ele está logo a fazer

um ano não vai tardar em

começar a falar, gostaríamos

de compreender o que

ele nos vai dizer...

Um fulano de cinquenta

anos

Querida, não imaginas a impressão

com que fico quando

acabo de me barbear.

Dá-me a impressão de que

tenho menos vinte anos! -

diz ele para a esposa. - Pois,

então responde a esposa —,

devias barbear-te à noite

antes de ires para a cama...

Baptista Soares

(Endireita)

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LETRAS

Quantas vezes!

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POESIA

Detesto

despedidas

Carmindo

de Carvalho

Detesto despedidas

Detesto despedidas. Tanta

vez fiquei a pensar se

não seria a última vez.

É dolorosa a sensação da

incógnita.

Adoro abraços de chegadas,

detesto abraços de

despedida.

Lembro-me do pranto da

minha mãe, lavada em

lágrimas, na despedida

no fim de todas as férias.

E eu que poderia dizer,

para atenuar o sentimento

de tanta tristeza

BÚZIOS

Maria José Praça

Chegam-me búzios aos pés

Vestidos de água com sal

E um a um, a cada passo,

Em rasgos do coração,

Apanho-os p’ra desvendar

A palma da minha mão

Feitos de nadas que invento

Ou que a memória me traz,

Às nuvens que vão correndo

Na tela do meu cartaz!

Maria José Praça

( “Pedras do meu andar “ )

naquele coração apertado

de mãe?

Dizia: Deixe lá, até para

o ano. Pró ano tornamos

a vir.

E foi também com estas

palavras que me despedi,

a última vez que a vi.

Sei, que ainda bem que

temos que ficar pela

incerteza, porque senão

ficaríamos eternamente

abraçados, agarrados,

como uma lapa ao que

tanto gostamos.

E assim, só nos resta seguir

em frente, gerindo a

dor das perdas, e saboreando,

tentando prolongar

no tempo, o tanto

que tivermos de bom a

cada momento, a cada

instante da nossa vida.

7, julho, 2022

AONDE ESTÁS?

Manuel António

Tantas vezes!

Percorro o tempo para te procurar,

perguntando ao vento e às ondas do mar,

implorando-lhes que me digam aonde estás,

suplicando-lhes com lágrimas a tua presença,

para que libertes da minha sentença,

e me protejas das coisas más,

me ajudes também a compreender,

e a ter força sem nada temer,

quando em algum acto imponderado,

como acontece frequentemente,

me apontarem injustamente,

eu possa sentir-te a meu lado,

...mas, tu não estás!

Sinto a falta do teu ombro amigo,

e do calor dos teus beijos,

onde sem isso, não mais consigo,

alimentar meus desejos,

nem tranquilizar o pensamento,

sem ouvir a tua voz,

restando-me olhar o firmamento

e ficar a pensar em nós,

quando tu me incentivavas,

e me davas confiança,

dizias que me amavas,

e tínhamos uma aliança,

...mas, tu onde estás?

Quantas vezes!

Depois de tanto chorar,

por me sentir incompreendido

sem alguém com quem falar,

e demasiado desprotegido,

por coisas vãs e sem sentido,

onde me sinto perdido,

no meio de tanto rancor,

em vez de algum amor,

que me aqueça o coração,

me alivie dos tormentos,

me dê bons pensamentos,

e alimentem a ilusão,

de sentir a felicidade,

a ser uma realidade,

...mas, não sei aonde estás!

Tantas vezes!

Sofro de tanta injustiça,

e de muita incompreensão,

sem alguém que me oiça,

entregando-me à solidão,

que a mim me faz sofrer,

preferindo até morrer,

livrando-me da minha cruz,

encontrando assim concerteza

lá no belo mundo da luz,

novamente a tua beleza,

a tua compreensão,

a força da tua mão,

o conforto do teu amor

e o júbilo da tua calma,

que irão sarar a minha dor

e dar paz à minha alma!

Isabel A. Ferreira

Depois de uma pausa a que me obriguei,

para repor as forças que já me

iam faltando, regressar ao caos não

está a ser nada fácil, até porque a

minha vontade era permanecer na

minha bolha harmoniosa.Mas RESIS-

TIR é preciso.E é preciso porquê? Por

dois motivos:

Primeiro: por respeito àqueles Portugueses

que, no estrangeiro, vão resistindo,

para que a Língua Portuguesa

(*) não se extinga. Afinal, a Língua

Portuguesa é o elo que os une entre

si e à Pátria, que tiveram, necessariamente,

de abandonar, por não

existirem políticas que lhes permitissem

VIVER no seu próprio País, com

um mínimo de dignidade. Não são

apenas as guerras insanas, perpetradas

por gente insana, que escorraçam

os Povos do seus Países. São

também os governantes inúteis, incompetentes,

desonestos, corruptos

e alguns deles também insanos, que

se empoleiram no Poder para se servirem

a si próprios e às máfias que os

sustentam.

Segundo: porque logo no dia 01 de

Agosto, no Primeiro Jornal da SIC, às

13 horas, e a propósito do repugnante

acto racista contra os filhos de dois

actores brasileiros, num restaurante

de praia, na Costa da Caparica, e da

triste cena que se seguiu, o comentador-mor

de tudo e mais alguma

coisa (excepto daquilo que não lhe

convém) ou seja, o presidente da República

disse que em Portugal não

havia um racismo generalizado, excepto

pontualmente, no que respeita

à Língua Portuguesa, onde se revela

racismo e xenofobia contra os Brasileiros.

Mas que raio de exemplo foi ele

buscar?!!!!

Devemos ouvir isto e calar-nos?

Obviamente que, para Marcelo Rebelo

de Sousa, os defensores da Língua

Portuguesa, que rejeitam com veemência

e apropriadamente a grafia

do AO90, por esta ser quase cuspida e

escarrada a grafia brasileira, em vigor,

no Brasil, desde 1943, e que em nada

nos diz respeito, são racistas e xenófobos,

demonstrando, deste modo,

um desconhecimento total do significado

de racismo e de xenofobia.

Já agora, os Portugueses não podem

DEFENDER o que ele, como presidente

da República Portuguesa, tem o

DEVER e a OBRIGAÇÃO de defender e

não defende, porque opta por defender

interesses que não interessam a

Portugal e aos Portugueses?Defender

a nossa Cultura Linguística nada tem

a ver com racismo ou xenofobia, mas

unicamente com HONRA, algo que

falta àqueles políticos portugueses

que estão altamente envolvidos na

deliberada destruição da Língua Portuguesa.Regressando

ao título deste

texto:

Pasted Graphic.tiff ¬Fui contactada

pelo director-adjunto do Jornal «LUSI-

TANO», o qual desconhecia totalmente,

com a seguinte mensagem:

«Editamos um pasquinzinho (https://

yumpu.com/user/araujomota) para a

Comunidade portuguesa na Suíça e

somos contra o AO.Porque é importante

o texto que publicou no seu

blog (https://olugardalinguaportugue-

sa.blogs.sapo.pt/desde-ontem-que-

-o-grupo-novo-movimento-380362),

pergunto se nos permite a publicação

na edição de Julho/Agosto.»

Obviamente, autorização concedida

(nem era preciso concedê-la, pois

LÍNGUA PORTUGUESA

O «LUSITANO» de Zurique é um jornal publicado

para a Comunidade Portuguesa na Suíça, e os seus

mentores são contra o AO90

(Já lá vou a este assunto).

desde que se mencione a fonte dos

textos, tudo o que publico no Blog

é passível de partilha, em qualquer

Jornal, de qualquer parte do mundo)

o texto foi publicado na edição cuja

capa aqui reproduzo.

Agradeço a honra que me deram,

e celebro com toda a minha fibra portuguesa

ao facto de os mentores do

«LUSITANO» de Zurique não se rebaixarem

ao SERVILISMO, podendo, desse

modo, proporcionar à Comunidade

Portuguesa, na Suíça, uma leitura

HONESTA em Língua Portuguesa.

Um BEM-HAJA aos mentores do «LU-

SITANO».

Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - SETEMBRO 2022 | www.cldz.eu

***

(*) (*) Apenas para que não haja qualquer

dúvida: a Língua Portuguesa é a

Língua Portuguesa. Ponto. O Português

é o Português. Ponto. Não existe

Português Europeu. Existe Português.

Ponto. Assim como NÃO existe Francês

Europeu, Inglês Europeu, Alemão

Europeu, Castelhano Europeu. Todas

estas Línguas são Indo-Europeias.

Ponto. Todas as outras línguas delas

derivadas, são VARIANTES ou DIA-

LECTOS. Ponto. Não existe Português

brasileiro. Ponto. O que existe é a Variante

Brasileira do Português.

NÃO existe Português guineense,

Português angolano, Português timorense,

Português moçambicano,

Português cabo-verdiano, Português

são-tomense. Não existe. Portanto,

há que mudar o paradigma da designação

da Língua Portuguesa, que é

apenas UM, e desse UM nasceram as

VARIANTES. A LÍNGUA PORTUGUESA

é a Língua portuguesa. Ponto final.

Nenhum outro País do mundo anda

com estas NIQUICES ao redor das

suas Línguas Nacionais e OFICIAIS.

Portugal tem HONRA, mas os nossos

governantes NÃO a honram, porque

não têm honra. É preciso começar a

honrar a HONRA PORTUGUESA, para

que possamos ser um País entre Países,

e não uma reles República DOS

Bananas, sem rei nem roque, que

tem com um presidente que NÃO

defende Portugal e os interesses dos

Portugueses.

47



Horóscopo

Publicidade

Carneiro

Boa fase para aprender coisas novas sobre

sua carreira e crescer. Se tiver compromisso,

faça menos cobranças ao par.

Capriche no visual se quiser conquistar

alguém. Melhor não misturar amizade

com dinheiro.

Touro

Não leve assunto de casa para o trabalho.

Fazer contacto com gente de fora

será positivo para a sua profissão. Período

favorável para o romance. Vale a pena

renovar seu visual.

Gémeos

Actividade em equipa deve render. Agarre

a chance profissional que surgir! Talvez

haja confusão na vida amorosa. Use

a sua intuição para seleccionar melhor os

seus amigos. Desfrute mais a companhia

dos seus familiares.

Caranguejo

Para chegar mais longe no emprego, junte-se

a quem pensa como você. É possível

que o ciúme complique o romance. Se

estiver só, vai querer envolvimento sério.

Fase excelente para começar um curso.

Leão

Encare as tarefas com seriedade para

colher os frutos mais tarde. É bom evitar

a rotina e a cobrança em excesso na

relação afectiva. No jogo da sedução, a

sua boa comunicação deve emplacar. A

saúde vai inspirar cuidados!

Virgem

Espere boa

notícia ligada

à carreira.

Contacto

com clientes

ou colegas

estará abençoado

pelas

estrelas. Namoro

pode ficar

mais sério.

Espante de vez o

ciúme! Modere os

gastos nos momentos

de lazer.

Balança

O seu jeito responsável vai destacar

a sua imagem no trabalho: aproveite

para promover mudanças. Pode se apaixonar

à primeira vista ou dar chance a

um ex-amor. Ouça conselhos de parente

sobre a sua saúde.

Escorpião

Espere sucesso se lida com clientes ou

público. Pode comprar algo para casa,

mas não gaste além da conta. Tudo azul

no romance desde que vigie o seu ciúme.

Óptima fase para conhecer gente nova.

Sagitário

Com a ajuda da família, pode encontrar

um jeito novo de facturar. A vida amorosa

ganha estabilidade. Dê chance a um

romance recente. É melhor separar bem

amizade e dinheiro. Que tal cuidar da

saúde com carinho?

Capricórnio

Se tem um projecto a longo prazo, reveja

as suas contas e tente poupar. Caberá

a si surpreender quem ama, seja no romance

ou na conquista. Seja mais paciente

com o pessoal de casa.

Aquário

Pode receber dinheiro inesperado, mas

não comente a respeito. A vida a dois segue

em paz. Talvez se encante por uma

pessoa comprometida. Boa hora para

cuidar de assunto ligado à sua saúde.

Peixes

Amplie interesses na profissão e não se

abra tanto com os colegas, pois há risco

de traição. Amigos podem dar uma força

no romance. Se tiver alguém, reforce

os laços de afecto. Chegou a hora de se

exercitar.

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(*) Escreve segundo a

variante brasileira da

Língua Portuguesa.

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