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COMUNIDADES
A V MARIA DOS SANTOS
Caros sócios, amigos e leitores
da Revista do Centro Lusitano,
estamos de volta.
Dois meses se passaram desde que
folheamos a última revista...
Na última página publicou-se a notícia
que a Confederação pretendia
elevar a idade da reforma para as
mulheres aos 65 anos, ficando assim
em igualdade em relação aos homens.
Rádios, televisões redes sociais e
Comunicação Social, em geral, alertaram
para esta tentativa de Alain
Berset.
No entanto, a minha decepção foi
enorme, quando não assisti a qualquer
reacção sobre este tema após
exposto e discutido.
Sou fiel à ideia de que um cérebro
em silêncio analisa a estrada da vida
e o que queremos percorrer.
Esperemos que uma vez mais o parlamento
junto com as diversas organizações
de cidadãos, saibam dizer
não.
É lógico que sendo Alain Berset o
impulsionador desta iniciativa e sendo
ele o responsável pelo gabinete
da Saúde pública, social, Cultural e
Igualdade de género, sempre pensei
que mais tarde ou mais cedo, a tentativa
de alterar a lei chegaria.
Mas confesso que chegou mais rápido
do que previa e com ratoeira
armada.
Dizem “eles” que se a proposta for
aceite, darão uma compensação prevista
entre os 50 e 150 Fr. Suíços,
para aquelas mulheres que estarão
envoltas numa primeira fase da reforma
aos 65 anos.
Não será a minha geração a sofrer
com esta reforma, caso o referendo
seja aprovado.
Estou, no entanto, preocupada com
a geração que deixo atrás, para não
falar do que poderá ser o futuro dos
nossos filhos.
Uma onda arrepiante me envolve o
corpo. Pressinto que apenas teremos
duas classes sociais; os ricos e
os pobres. A classe média ir-se-a diluindo
nestas.
Como olhar para uma Suíça detentora
de um estatuto; o “País das maravilhas”?
Ainda não tenho netos, mas tenho
o livro da Alice e certamente que se
um dia for avó, estará na linha da
frente, para ler devagarinho e baixinho
como recado, da nossa luta pelo
respeito aos Direitos da Mulher.
É comum ouvir-se de certos agentes
políticos que as cotizações e contribuições,
não são suficientes para repor
os fundos.
O que sei é que devemos todos dizer
não. Teremos que apoiar os partidos
de esquerda e os sindicatos, que já
denunciaram no passado dia 9 Junho
o desrespeito pelas mulheres no
mercado de trabalho.
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Lusitano de Zurique - Setembro 2021 | www.cldz.eu