48 revista julho/<strong>2021</strong>
segunda safra Cooperado Wilson Rangel, <strong>de</strong> Mariluz, acompanha <strong>de</strong>senvolvimento do trigo com o engenheiro agrônomo Hugo Lorran <strong>de</strong> Melo Rocha Trigo com renda e benefícios ao sistema O trigo respon<strong>de</strong> muito bem aos investimentos tecnológicos se tornando, assim, boa alternativa econômica <strong>de</strong> inverno. Triticultor <strong>de</strong> longa data, o cooperado Wilson Rangel, <strong>de</strong> Mariluz (Noroeste do Paraná), não abre mão <strong>de</strong> cultivar a cultura todo ano. Ele justifica a opção, lembrando que o trigo entra no sistema <strong>de</strong> produção como um multiplicador <strong>de</strong> nutrientes, contribuindo diretamente na rotação <strong>de</strong> culturas e correção do solo. Rangel explica que cultiva o cereal pensando na parte econômica, mas também, nos benefícios <strong>de</strong>ixados para a lavoura <strong>de</strong> soja. “É uma boa opção para a rotação <strong>de</strong> culturas. As áreas ocupadas com trigo ficam mais limpas, com mais fertilida<strong>de</strong> e prontas para receber a soja”, diz o cooperado. “Planto trigo há mais <strong>de</strong> 20 anos. A área po<strong>de</strong> aumentar ou diminuir, mas nunca <strong>de</strong>ixo <strong>de</strong> semear o cereal. Pelo menos 20 ou 30% da área sempre é com trigo”, acrescenta. Ele conta que a lavoura está se <strong>de</strong>senvolvendo bem, com o clima contribuindo. O plantio na proprieda<strong>de</strong> começou no dia 20 <strong>de</strong> maio e a previsão <strong>de</strong> colheita é para a primeira quinzena <strong>de</strong> setembro. O engenheiro agrônomo Hugo Lorran <strong>de</strong> Melo Rocha, da <strong>Coamo</strong> em Mariluz, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o trigo é uma cultura com viabilida<strong>de</strong> econômica e técnica para a região <strong>de</strong> Mariluz, on<strong>de</strong> existe a monocultura com soja e milho <strong>de</strong> segunda safra. “Essa prática, durante vários ciclos, po<strong>de</strong> trazer prejuízos para o sistema. Nossa estratégia com o cooperado é usufruir dos principais benefícios agronômicos que o trigo oferece”, diz. De acordo com ele, o cereal entra como mais uma opção rentável <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> culturas e ajuda a aumentar a produtivida<strong>de</strong> das culturas subsequentes. “Pesquisas apontam que a soja cultivada em palhada <strong>de</strong> trigo tem, em média, uma produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 8 a 10% em comparação a soja plantada em resteva ou palhada <strong>de</strong> milho”, observa Rocha. Os principais benefícios para o sistema, ainda segundo o agrônomo, é o auxílio no controle <strong>de</strong> plantas daninhas e diminuição <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> produção para a safra <strong>de</strong> verão. “O sistema radicular do trigo é excelente e ajuda a melhorar o aspecto biológico e físico do solo. Contribuiu ainda na supressão <strong>de</strong> algumas pragas e doenças. Com certeza, é a melhor opção <strong>de</strong> cultura para o inverno e <strong>de</strong>ve ser introduzida com mais frequência na rotação <strong>de</strong> culturas. Além <strong>de</strong> uma opção <strong>de</strong> renda, o trigo traz benefícios agronômicos para o campo.” julho/<strong>2021</strong> revista 49