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de produzir arte com signicado e valores. As
obras são mais que peças estéticas, têm que
ter ética e imagética. A escolha foi recaindo
na arte com sentido e de preferência que esteticamente
fosse impactante.
Quando se olha para alguém como o Rui
Sá, que inevitavelmente sempre foi olhado
como empresário de uma família cujo
nome é reconhecido em toda a Região e
fora dela, não se adivinha o “outro” Rui
Sá. Aquele que pinta, que fotografa, que
esculpe. Onde, e de que forma, consegues
encontrar o equilibrio entre os vários Ruis
que existem em ti?
- Participei em muitos eventos e feiras internacionais,
nas quais aproveitava para visitar
os Museus mais próximos. O marketing empresarial,
onde era o principal responsável
pela imagem e design do nosso grupo de empresas.
Sempre gostei de imaginar slogans,
- O primeiro passo foi dado, mostrar algo que
estava há muitos anos para dar à Luz. Dois
anos e meio a construir o espaço MAMMA
também concluído. Agora há um tempo próprio
para crescer e amadurecer para a obra
brotar noutras paragens algures noutros
palcos do planeta. Este tempo de reconhecimento
internacional implica muito trabalho
nomeadamente na divulgação do Museu e
também encontrar os parceiros e os canais
certos para que tal seja uma realidade. A ver
vamos. Sei que não depende só de mim. Vou
estar atento e focado. Neste momento é fundamental
apostar na divulgação do MAMMA.
A sorte dá muito trabalho e há apoios que
são cruciais para alavancar os projectos. O
planeta está repleto de Arte, toneladas de génios,
e muita gente a desejar aparecer. Mas
quando temos algo diferente, e acreditamos
muito no que fazemos, tudo pode acontecer!.
Sempre fui muito
interessado
e curioso
nos detalhes
criativos, nas
diferentes artes,
na simbologia e
nas mensagens
associadas, na
comunicação dos
conceitos
diversão…e partilha dos melhores momentos.
Quando viajo, acumulo muita informação
e guardo quase tudo, o que sinto ser
interessante. Há viagens, em distintas áreas,
que me despertaram para novos conceitos
de arte, muitas vezes em sítios inesperados.
Grandes surpresas! Toda essa informação
naturalmente resultou no enriquecimento
da minha arte. Seria fastidioso enumerar e
descrever toda esse conjunto de influências
que tive o privilégio de usufruir de diferentes
formas.
De que forma a tua veia de artista plástico
molda o teu carácter, o teu dia-a-dia, a
tua forma de olhar o mundo e o teu próximo?
- Continuo a ser uma pessoa simples, humilde
e muito empenhada em concretizar os
meus objectivos. Nada acontece por acaso,
há que transpirar muito para que a inspiração
surja. E mesmo assim, nada é garantido.
Sem disciplina e uma boa gestão de tempo,
muito pouco aparece. Há que estar sempre
desperto para a criatividade e quando menos
esperamos ela surge. Felizmente tenho
um excelente atelier e quase diáriamente estou
lá. Normalmente demoro algum tempo
a pensar e depois executo rápido sem tempo,
sem controlo do tempo, algo complicado
por vezes. Sinto uma felicidade enorme
quando no dia seguinte observo o que produzi...
Outro ponto importante, tem a ver
com a postura em relação dos outros artistas:
compreensão e respeito. Na arte quase
nada é comparável. Há que tentar entender
os critérios os tempos de execução. Por um
lado, o meu olhar está sempre para lá do horizonte,
e por outro, quanto mais viajo, mais
consciência tenho da importância de ter nascido
neste pequeno paraíso: Madeira. Gosto
marcas, conteúdos, desde a marca própria,
folhetos, imagem corporativa, etc. A parte
comunicacional foi também algo que sempre
cultivei. Desde 1987, que sou vice-presidente
do Marítimo, e comecei como Relações Públicas.
O mundo do desporto é desafiante,
enquanto praticante e enquanto dirigente.
O equilíbrio entre as várias faces não é fácil,
pois sempre encarei esta parte das artes,
como mais um hobbie, hobbie esse que foi se
tornando cada vez mais importante. O ideal é
haver uma interação. A parte da gestão emprtesarial
nas artes é deveras importante e
os negócios só têm a ganhar se forem salpicados
com muita criatividade.
Temos por princípio que a terra que habitamos
é sempre pequena para a nossa
genialidade artística. Gostarias de ir mais
longe, ou seja, saltar as fronteiras da ilha
e ir, por exemplo, expor lá fora?
O que é que os visitantes do MAMMA podem
encontrar ao longo da sua visita, que
não deixa de ser ao mesmo tempo uma
viagem através do artista? Ou de braço
dado com o artista. E o que vem acrescentar
o MAMAA ao espólio museológico
regional?
- A oferta artística do MAMMA resulta de um
trabalho de mais de 15 anos e em exclusiva
estreia expositiva. Quer o Museu quer as
Obras quer toda a organização, vulgo curadoria,
é da minha autoria. Para já, é um trabalho
de autor com uma chancela própria.
O estilo dos trabalhos é deveras diversificado
dentro de uma harmonia possível. A
ideia principal, é desafiar os observadores a
pensar sobre algo que é universal diria até,
intemporal, mas que é um tipo de arte total,
que se apresenta nas diferentes formas
de expressão sensorial transportando-nos
6 saber setembro 2021