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Robert B. Chisholm Jr. - Introdução aos Profetas

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Isaías I 33 J

confirmação de sua intenção de proteger Judá dos invasores (v. 10-11). O

Senhor deu a Acaz um cheque em branco; o rei podia pedir qualquer sinal

que desejasse, incluindo um que estivesse fora dos limites da experiência

humana comum. Mas Acaz, que já tinha decidido cortejar os assírios mais

do que confiar em Deus (2Rs 16.7-8), empacou, ponderando que não queria

“testar” o Senhor (v. 12). E verdade que o Senhor ficou irado por gerações

anteriores de israelitas o “testarem”, questionando sua bondade e sua capacidade

de cuidar deles (Êx 17.2-7; Nm 14.22; Dt 6.16; SI 78.18,41,56; 95.9;

106.14). Mas o Senhor não estava impedido de dar um sinal de confirmação

para aqueles cuja pouca fé precisava de um reforço (Jz 6.17; ISm 1.7-9).

A oferta do Senhor para Acaz era um convite generoso para estimular a fé,

não um truque para tentar Acaz. A resposta de Acaz, aparentemente piedosa,

era uma cortina de fumaça enviada por alguém que preferia andar

pela vista, nâo pela fé.

Isaías não pretendia deixar Acaz contornar o assunto. Lembrando ao

rei sua ascendência espiritual, o profeta se dirigia a toda a “casa de Davi”,

alertando-os que estavam testando não apenas a paciência de Isaías, mas

também a paciência de Deus (v. 13).26 Com uma mudança sutil, mas sarcástica,

na forma verbal, Isaías chamou o Senhor de “meu Deus”, não de “seu

Deus” (como o faz no v. 11). A inferência é clara: nesse ponto, o profeta não

estava tão certo de que a casa real via o Senhor como seu Deus.

Embora Acaz se recusasse a pedir um sinal, o Senhor insistiu em lhe

dar um. Esse “sinal” envolvia uma série de eventos esboçados nos versículos

14-25. Uma jovem mulher, conhecida da família real, daria à luz em

breve um menino a quem a mãe chamaria de Emanuel (que significa “Deus

conosco”). Essa criança comeria leite azedo (ou coalhada) e mel, uma

experiência que a ajudaria a tomar decisões morais sábias. Antes que isso

acontecesse, contudo, os sírios e os israelitas seriam derrotados. O Senhor,

então, lideraria por um período, de forma que nunca se tinha visto desde a

divisão da nação em reinos separados, quase 200 anos antes.

O Egito e a Assíria poriam seus olhos sobre Judá. O versículo 18 compara

os egípcios a moscas e os assírios a abelhas. Enxames de moscas

aborrecem; abelhas são irritantes e particularmente perigosas por causa

da dor que causam com sua picada (Dt 1.44; SI 118.12). As metáforas

são bem escolhidas, pois os assírios eram muito mais poderosos e perigosos

do que os egípcios. No entanto, os dois botariam pressão sobre

Judá, porque o Egito queria que Judá funcionasse como um Estado que

26 As formas verbais e os pronomes na segunda pessoa masculina nos versículos 13-14 são plurais

em hebraico, indicando que a mensagem é dirigida a toda a casa real. Nos versículos 16-17, o profeta

retoma ao singular, concentrando-se novamente em Acaz.

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