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Robert B. Chisholm Jr. - Introdução aos Profetas

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Isaías j 37 |

facilmente interpretado como a realização da profecia de 7.4. A presença

de um registro formal e de testemunhas (8.1-2) sugere que á criança tenha

a função de sinal (veja 7.14). Como em 7.14-16, a retirada dos inimigos

de Judá teria lugar antes que a criança atingisse uma idade específica (veja

8.4). Tanto em 7.17-25 quanto em 8.7-8, fala-se da invasão de Judá pelos

assírios após a derrota da aliança sírio-israelita. A referência direta a Emanuel

no final do texto de 8.8 faria sentido se seu nascimento já tivesse sido

registrado nos versículos anteriores.

Aprincipal objeção a essa leitura é o uso de nomes diferentes, mas duplicidade

na nomenclatura é verificada em outras partes do Antigo Testamento

(veja Gn 35.18).37 O nome Emanuel (dado pela mãe; veja 7.14) realçaria o

fato básico da presença de Deus, enquanto o nome Maer-Shalal-Hash-Baz

(dado por Isaías, veja 8.3), que significa “apressa-te ao despojo, apressa-

-te à presa”, explicaria exatamente como Deus estaria presente (no juízo).

Dar à criança um nome diferente na hora de seu nascimento também teria

sido altamente irônico, pois realça como a presença de Deus, normalmente

vista como uma realidade positiva, tinha sido transformada em algo escuro

e ameaçador pela descrença de Acaz. Alguns argumentam que a expressão

“tua terra”, em 8.8, indica uma referência à realeza (um filho de Acaz ou o

Messias), mas sua utilização em outras passagens mostra que a expressão

não precisa ser tão restrita. Se, por um lado, o pronome pode referir-se ao

rei de uma terra (veja Nm 20.17; 21.22; Dt 2.27; Jz 11.17,19; 2Sm 24.13;

lRs 11.22; Is 14.20), ele também pode se referir simplesmente ao nativo de

uma terra específica (veja Gn 12.1; 32.9; Jn 1.8). Veja também a utilização

de “sua terra” em Isaías 13.14, em que o pronome se refere a um nativo de

uma terra, e em 37.7, em que se refere a um rei.

Emanuel com o tipo

Além de ser um lembrete da presença de Deus na crise imediata enfrentada

por Acaz e Judá, Emanuel era uma garantia da grandeza futura da

nação no cumprimento das promessas da aliança com Deus. Eventualmente,

Deus libertaria seu povo das nações hostis (veja 8.9-10) por meio de

outra criança, um governante davídico ideal que incorporaria a presença de

Deus de maneira especial (veja 9.6-7).38

Jesus, o Messias, é a realização do ideal davídico profetizado por Isaías,

aquele a quem o Emanuel prenunciou. Por meio do milagre da encarnação

ele é, literalmente, “Deus conosco”, não simplesmente um lembrete

37 Também é interessante que Jesus não foi, de fato, chamado de Emanuel, nem há evidência de que

ele tenha sido chamado assim alguma vez.

38 Observem como a referência ao nascimento do rei, em 9.6, vincula esta passagem aos textos que

descrevem o nascimento do Emanuel (7.14) e de Maer-Shalal-Hash-Baz (8.3).

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