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Robert B. Chisholm Jr. - Introdução aos Profetas

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Isaías | 49 |

outro descendente decepcionante de Davi. Outros profetas chamam esse rei

ideal de “Davi” ou o mostram como a segunda vinda de Davi (Jr 30.9; Ez

34.23-24; 37.24-25; Os 3.5; Mq 5.2) Como o Davi de antigamente (ISm

16.13), esse rei será energizado pelo Espírito de Deus, que lhe dá sabedoria

extraordinária e o habilitará a executar os planos de Deus e instilará nele

lealdade absoluta ao Senhor (v. 2-3a).

A expressão “de sabedoria e de entendimento” (v. 2) combina sinônimos

para realçar o nível de discernimento que o rei possui. Essa sabedoria

sobrenatural toma o rei capaz de decisões justas baseadas na verdade, mais

do que na simples aparência (v. 3b).

A expressão “de conselho e de fortaleza” (v. 2), que combina ideias relacionadas,

refere-se à sua habilidade sobrenatural de executar os planos e as

estratégias que concebe. Essa capacidade o habilita a defender os oprimidos

pela implementação de políticas justas e pela eliminação de seus opressores

(v. 4). De fato, seu compromisso com a justiça é o fundamento de seu

governo; é ele quem fomece estabilidade e apoio, como um cinto que se usa

em volta da cintura (v. 5).

A expressão “de conhecimento e de temor do S e n h o r ” (v. 2) mostra

essa absoluta lealdade ao Senhor. “Conhecimento” é usado aqui em seu

sentido convencional e se refere ao reconhecimento da autoridade de Deus

e a uma vontade de se submeter a ela (veja Jr 22.16, em que “conhecer” o

Senhor é definido como um comprometimento com a justiça). “Temor do

Senhor” refere-se, aqui, a um respeito saudável pela autoridade de Deus

que gera obediência. Juntando os dois termos, destaca-se a qualidade única

da lealdade ao Senhor. Essa lealdade garante que ele tome decisões legais e

justas e implemente políticas justas (v. 3-5).

Na visão de Isaías, a transformação da sociedade humana é acompanhada

por uma transformação radical dentro do reino animal (v. 6-9). O mundo

animal como o conhecemos é caracterizado pela regra “com unhas e dentes”,

em que predadores caçam e devoram animais mais fracos. Mas, durante o reinado

do rei ideal, essa estrutura básica muda. Os predadores não mais atacam

e comem os animais mais fracos. Em vez disso, a natureza fundamental dos

predadores é alterada e eles se tomam herbívoros. Essa visão surpreendente

pode meramente ter sentido figurado, com predadores simbolizando opressores

humanos e a caça, suas vítimas desassistidas (v. 4-5), mas é possível

que descreva uma mudança literal que espelha a transformação na sociedade

humana, em que as categorias “opressor” e “oprimido” são eliminadas.

Enquanto esse reino de paz alcançará todo o mundo (2.2-4; 11.10), o

versículo 9 concentra-se na mudança que tem lugar em Jerusalém e na terra

de Israel. O versículo 9 afirma que “não se fará [aparentemente referindo-

-se aos predadores mencionados, que, por sua vez, simbolizam os ímpios

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