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Por Tâmara Mannis
Transtorno Explosivo
Intermitente:
SÍNDROME DO PAVIO CURTO
Aracaju SE BR
*Doutorando em Ciências da Saúde *Mestre Ciências da Saúde *Professor Adjunto da UFS *Professor Adjunto da UNIT
A instabilidade emocional demonstrada pela inesperada
expressão de raiva é um acontecimento muito comum,
e alguns podem até dizer “natural”. Em algumas pessoas,
particularmente, estas explosões de raiva se tornam tão
repetitivas que acabam por caracterizar as mesmas como
aquelas que têm “sangue quente”, “pavio curto”, ou mesmo
que se encontram “na gota d’água”.
Atualmente, a ideia prevalente e a crítica realizada é
a de que tais pessoas necessitam de maior, e/ou melhor,
inteligência Emocional. Destacamos que os episódios de explosões
raivosas podem ocorrer nas relações sociais, profissionais,
afetivas (conjugais) e/ou familiar, o que acaba por
prejudicar cada um desses âmbitos, quiçá, todos.
Em um mundo globalizado, onde temos infinitas possibilidades
de comunicação, a habilidade de administrar suas
próprias emoções se tornou fator relevante para o sucesso
individual e profissional. Dessa forma, o autocontrole emocional
é requisito para alguém ser mais do que simplesmente
bem-sucedido, mas para, primordialmente, o seu
bem estar pessoal e social.
Abaixo pontuamos os principais sintomas:
• Perda de controle da agressividade superior a 2 vezes
por semana;
• Ataques de agressividade não premeditados desproporcionais
ao evento que o desencadeou;
• Sentimentos de culpa, vergonha, arrependimento,
depois de um certo tempo, em relação aos ataques agressivos;
• Presença de familiares que apresentem caracterís-
ticas semelhantes;
• Crises de agressividade impulsivas, repentinas;
• Destruição de objetos e propriedades;
• Comportamento precedido de sensações físicas
como: forte tensão, formigamento, tremores, palpitações,
aperto no peito, tensão nas costas, pressão na cabeça, pensamentos
raivosos que os levam a fortes impulsos de agir
agressivamente;
• Relatam vontade de “matar alguém”, “necessidade
de ferir ou atacar”, ou frases como “é como um pico
de adrenalina” ou “como se eu estivesse com sangue nos
olhos”;
• Sensação de alívio imediatamente após crise.
No entanto, quando se fala em controlar as emoções,
é preciso que não se confunda o controle emocional (para
evitar as explosões) com ficar isento de emoção demonstrando
indiferença irreal, pois é quase impossível alguém
conseguir não se mobilizar emocionalmente diante de um
estímulo de média ou alta intensidade que provoque a tão
temida alteração emocional. Todavia, analisando e ponderando
a intensidade das emoções, com auxílio de um
profissional da área de saúde mental como psicólogos e
psiquiatras, mediante observação e alguns possíveis exercícios
com a finalidade de reconhecer quando o controle vai
sair das mãos, é possível dominar tanto a expressão verbal
quanto a corporal indesejada e desqualificada. Técnicas respiratórias
e de relaxamento oferecidas, por exemplo, pela
Yoga, também são de grande importância na busca pela
manutenção do equilíbrio em toda e qualquer situação.
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Atração_ fevereiro de 2022