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50ª Edição_Revista ATRAÇÃO

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Esta é a Família Monteiro, a matriarca, dona Vicentina Monteiro, ao centro, de roupa verde, da esquerda para direita a professora Tereza Monteiro,

autora do presente texto, professora Rita Monteiro, José Lusmar Monteiro, médico naturista, Maria das Graças Monteiro, desembargadora Federal do Trabalho,

Dona Vicentina, a empresaria Fátima Monteiro, professor e advogado Francisco Paulo Monteiro, também conhecido como prof. Pimpão,

Adalberto Monteiro empresário do ramo Imobiliário e Ana Monteiro, Oficial de Justiça no Rio de Janeiro.

Queria pedir perdão a minha mãe por não conseguir falar sobre ela usando apenas

minhas próprias palavras, pois a dor é tão grande que não aperta só meu peito

mas também meu sistema nervoso central a ponto de travar a minha inspiração

para escrever. Assim, tive que me apropriar de alguns trechos dos textos postados

por netos e sobrinhos.

Começando pelas palavras do nosso primo José Mauro Oliveira, quando ele

disse: ¨Morre uma Fortaleza”. É verdade José Mauro, ela era uma pessoa muito forte,

superou muita coisa ruim e triste por causa dessa fortaleza, principalmente as perdas

de entes queridos e as doenças que de vez em quando insistiam em derrubá-la.

Já a Ana Cristina em seu texto, fez um verdadeiro retrato falado de minha mãe,

falou sobre sua voz mansa, sobre os conselhos dados, sobre a importância da oração

nas nossas vidas, em que devemos rezar até cair os queixos quando queremos

conseguir alguma coisa. Falou ainda sobre o medo que ela tinha de morrer porque

não sabia se no Céu tinha comida.

Assim mesmo era a dona Vicentina, era tão esposa, tão mãe, tão avó, tão tia

e tão madrinha a ponto de confundir a cabeça de todo mundo. Por um lado, o José

Mauro achava que ela também era mãe dele, por outro lado, bastou ela ser madrinha

do primogênito da família Saldanha para os demais filhos e netos até hoje a

chamarem de madrinha Vicentina e somente agora, por ocasião do seu desencarne

o Alberto Cesar atentou que ninguém sabia quem era mesmo o verdadeiro afilhado.

E por causa de toda essa confusão de parentesco e sentimentos, trouxe também

as palavras da Ivone Medeiros, quando ela escreveu “ Hoje o sentimento que

me vem é que enterramos uma outra parte de nossa história... sinto os nossos laços

familiares entrando em extinção”. Mas eu trouxe esse trecho para pedir, para pedir

não, suplicar, não vamos deixar nossos laços familiares entrarem em extinção. Como

dizia a mamãe “ se Deus quiser e ele quer” isso não vai acontecer.

E continuei sem palavras para falar sobre ela...

Ai, me veio a lembrança do tema da redação de quando fiz vestibular “Aos

Filhos só podemos dar duas coisas: raízes e asas “. Fiz minha redação na maior facilidade

do mundo porque me mirei nela, na minha mãe, que conduziu com tanta

maestria a criação de doze filhos, e ela nem conhecia esse pensamento filosófico,

apenas utilizou-se da Pedagogia do Amor para regar nossas raízes e fortalecer nossas

asas.

Como não tinha conhecimentos acadêmicos em Psicologia da infância e Psico

logia da adolescência, ela usou métodos errôneos mas eficazes, métodos

assertivos mas ineficazes e método dos corretos e eficazes. Dentre esses

métodos posso citar os vários conselhos que ela nos dava. Dentre eles

tem um que nunca esqueci: “ Cuidado! Não vão fazer besteiras por aí, pois

vocês são pobres e a única coisa que tem a zelar é o nome de vocês”. Eu

penso, que esse conselho foi a linha mais forte que ela usou para costurar

nossas asas.Como falava a minha mãe “ Oh abuso!” dessa história de

método de educar! Porque se você me perguntar qual o método que

minha mãe usou para nos educar? Eu respondo que foi o método CPA –

Cuidar, proteger e amar. Cuidar com toda dedicação, proteger como uma leoa

e amar incondicionalmente.

E continuei sem palavras.... Aí apelei para o Santo.

Ai me vieram as palavras de Santo Agostinho....

A morte não é nada.

Eu somente passei

para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.

O que eu era para vocês,

eu continuarei sendo.

Me dêem o nome

que vocês sempre me deram,

falem comigo

como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo

no mundo das criaturas,

eu estou vivendo

no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene

ou triste, continuem a rir

daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.

Rezem por mim.

É nessa certeza que você, mãe, está

apenas do outro lado, é que todos os dias

vou te pedir a benção para você me responder

com a ladainha que usava para

abençoar a todos: Deus te abençoe, Deus

te dê alegria, Deus te dê saúde, Deus te

dê amor, Deus te dê paz, Deus te dê união

e somente para mim, acrescentava Deus

te dê juízo.

Autora do presente texto

professora Tereza Monteiro

Que meu nome seja pronunciado

como sempre foi,

sem ênfase de nenhum tipo.

Sem nenhum traço de sombra

ou tristeza.

A vida significa tudo

o que ela sempre significou,

o fio não foi cortado.

Porque eu estaria fora

de seus pensamentos,

agora que estou apenas fora

de suas vistas?

Eu não estou longe,

apenas estou

do outro lado do Caminho…

Você que aí ficou, siga em frente,

a vida continua, linda e bela

como sempre foi.”

Atração_ fevereiro de 2022 37

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