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COMUNICAÇÕES 242 - Paulo Portas: pelo digital é que vamos

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em desta<strong>que</strong><br />

30<br />

de password para o sucesso. Um estudo da IDC<br />

divulgado no ano passado revela <strong>que</strong> Portugal<br />

tem mais de duas mil startups e destas, cerca de<br />

33% atuam no setor das TIC. Contas feitas, são<br />

largas centenas a lutar por um lugar ao sol versus…<br />

sete unicórnios. A verdade <strong>é</strong> <strong>que</strong> no mundo<br />

existem cerca de 700 unicórnios, por isso o<br />

nosso score, em termos relativos, at<strong>é</strong> pode ser<br />

considerado, sem favor, muito positivo. Sete<br />

unicórnios, quatro deles nascidos em plena crise<br />

pand<strong>é</strong>mica? Só pode ser bom.<br />

Inês Mar<strong>que</strong>s, EMEA regional vice president<br />

channel & aliances da Outsystems, já ganhou o<br />

estatuto de veterana, pois está, há 14 anos, na<br />

equipa de um dos primeiros unicórnios com<br />

ADN português a serem anunciados ao mundo.<br />

Esse estatuto permite-lhe ter a visão de<br />

helicóptero necessária para melhor analisar o<br />

fenómeno da transmutação de uma empresa<br />

com potencial, num caso de sucesso planetário.<br />

Baseada na experiência da Outsystems, diz <strong>que</strong><br />

o “o segredo de um unicórnio <strong>é</strong>, primeiro <strong>que</strong><br />

tudo, a ideia <strong>que</strong> está subjacente ao negócio,<br />

mas depois um certo modo de estar”. Os dois<br />

fatores, assegura, são indissociáveis.<br />

Com efeito, durante os cerca de 20 anos <strong>que</strong><br />

já leva de existência, nem tudo foram rosas na<br />

Outsystems. Mas a empresa liderada por <strong>Paulo</strong><br />

Rosado não desistiu e essa resiliência, alimentada<br />

pela f<strong>é</strong> inabalável no produto <strong>que</strong> tinha<br />

para vender ao mercado – uma plataforma <strong>que</strong><br />

descomplicava o desenvolvimento de software – , acabou<br />

por lhes render todo o sucesso e reconhecimento<br />

do mundo. Em 2018 tornaram-se um unicórnio. Desde<br />

então o desafio <strong>é</strong> conservarem-se no topo. Inês diz<br />

<strong>que</strong> isso, mais uma vez, depende em boa parte da atitude:<br />

“Nunca estamos confortáveis”, adianta. “Toda a<br />

inovação tecnológica e todo o esforço <strong>que</strong> colocamos<br />

no desenvolvimento das capacidades do nosso produto<br />

– algumas muito à frente do <strong>que</strong> o mercado está a<br />

conseguir entregar – <strong>é</strong> o <strong>que</strong> continua a manter-nos<br />

no topo”. O facto de durante a pandemia terem nascido,<br />

só em Portugal, mais quatro unicórnios não a surpreendeu:<br />

“As dificuldades <strong>que</strong> o país tem enfrentado<br />

nos últimos anos são muito propícias, por<strong>que</strong> obrigam<br />

as pessoas a reinventarem-se e a terem ideias”.<br />

ESTAR NO SÍTIO CERTO, À HORA CERTA<br />

Foi isto <strong>que</strong> aconteceu? No final de 2020, o conhecido<br />

investidor Eric Paley deu ao New York Times uma entrevista<br />

<strong>que</strong> ficou nas bocas do mundo. Na linguagem<br />

colorida dos <strong>que</strong> se movem no clube restrito do capital<br />

de risco, descreveu a animação <strong>que</strong> se começou a<br />

Inês Mar<strong>que</strong>s, há 14 anos na Outsystems, diz <strong>que</strong> “o segredo de um<br />

unicórnio”, al<strong>é</strong>m da ideia <strong>que</strong> está subjacente ao negócio, depende de<br />

“um certo modo de estar”<br />

sentir no seu meio, só com a expectativa de <strong>que</strong> 2021<br />

traria consigo a tão esperada retoma: “A festa está tão<br />

barulhenta e as bebidas estão a fluir com tanta liberdade<br />

como no boom das dot-com, embora estejamos todos<br />

sozinhos a beber em casa”, disse então. O <strong>que</strong> este<br />

quadro da firma Founder Collective quis descrever foi a<br />

impaciência <strong>que</strong> o compasso de espera provocado <strong>pelo</strong><br />

cho<strong>que</strong> pand<strong>é</strong>mico gerou. Um ano de paragem forçada<br />

foi o máximo <strong>que</strong> a sua gente pôde aguentar. Segundo<br />

o relatório Crunchbase, no primeiro trimestre de 2021<br />

todos os recordes de financiamento global por capital<br />

de risco foram batidos, tendo atingido a bonita soma<br />

de 125 mil milhões de dólares, o <strong>que</strong> representou um<br />

aumento de 94%, face ao período homólogo.<br />

O <strong>que</strong> tem isto a ver com os unicórnios nascidos em<br />

Portugal durante a pandemia? Tudo. Pois este movimento<br />

foi global e o nosso país simplesmente refletiu<br />

uma tendência geral. Mesmo estando confinados, os<br />

financiadores trataram de colocar na sua mira sobretudo<br />

as startups tecnológicas e entre estas escolheram as<br />

<strong>que</strong> apresentavam projetos nas áreas <strong>que</strong> se tornaram<br />

mais <strong>que</strong>ntes durante a crise sanitária: a saúde, a ciber-

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