COMUNICAÇÕES 242 - Paulo Portas: pelo digital é que vamos
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portugal <strong>digital</strong><br />
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O novo plano estrat<strong>é</strong>gico para os serviços de distribuição da água e de tratamento<br />
de águas residuais, agora em discussão pública, visa dar um impulso decisivo à<br />
transformação <strong>digital</strong> do setor – informa o presidente da LIS-Water, Jaime Melo Batista<br />
marco <strong>que</strong> assinalará a transição de todo o setor para<br />
a cultura <strong>digital</strong>.<br />
APOSTA NA ADAPTAÇÃO CLIMÁTICA<br />
A exploração dos recursos<br />
hídricos do país não se<br />
esgota, por<strong>é</strong>m, na gestão,<br />
tratamento e distribuição<br />
da água para consumo humano.<br />
Se a escassez desta<br />
parece não estar em causa,<br />
já o mesmo não se pode<br />
afirmar relativamente à<br />
agricultura e ao abastecimento<br />
de água para rega<br />
de infraestruturas urbanas<br />
como jardins, ruas e<br />
campos de golfe. Das medidas anunciadas em 2017<br />
constava o aproveitamento de águas residuais tratadas<br />
Hoje já se consegue obter<br />
água potável a partir do<br />
mar a 50 cêntimos o metro<br />
cúbico e a tendência <strong>é</strong> para<br />
esse custo diminuir<br />
a partir de 50 estações de tratamento<br />
para esses fins. A expetativa, então, era<br />
a de se conseguir, at<strong>é</strong> 2025, usar 10 em<br />
cada 100 litros das águas residuais <strong>que</strong><br />
são geradas. Mais: esperava-se <strong>que</strong> esse<br />
rácio subisse gradualmente, at<strong>é</strong> <strong>que</strong> em<br />
2030 atingisse os 20%. Mas nada disso<br />
aconteceu. Segundo dados da Entidade<br />
Reguladora de Águas e Resíduos (ER-<br />
SAR), em 2020 só 1,1% do volume total<br />
de águas residuais tratadas foram reutilizadas.<br />
Uma percentagem muito inferior<br />
à da m<strong>é</strong>dia comunitária, <strong>que</strong> já em<br />
2018 era de 2,4%.<br />
A reabilitação de barragens para aumentar<br />
a sua capacidade e qualidade de<br />
armazenamento foi outro objetivo fixado<br />
há cinco anos e <strong>que</strong> tarda em ser alcançado.<br />
A quantidade de água captada<br />
no país todos os anos – mais de metade<br />
em rios e albufeiras – <strong>é</strong> de cerca de 6 mil<br />
milhões de metros cúbicos. Mas perante<br />
a tendência para se multiplicarem e<br />
prolongarem os períodos de escassez,<br />
são cada vez mais as vozes <strong>que</strong> se erguem<br />
a defender outras prioridades,<br />
uma vez <strong>que</strong> em períodos de seca, o problema<br />
<strong>é</strong> a falta de água, não a capacidade<br />
de armazenamento da mesma. Al<strong>é</strong>m<br />
disso, apostar nas barragens como panaceia<br />
para todos os males, <strong>é</strong>, de acordo<br />
com Francisco Ferreira, um erro: “Esta<br />
ideia de <strong>que</strong> o ideal era reter a água em<br />
barragens, por<strong>que</strong> <strong>é</strong> uma pena ir parar<br />
toda ao oceano, corresponde a uma visão<br />
completamente errada, pois se não tivermos água<br />
nos rios e a chegar aos estuários, <strong>que</strong> estão entre as zonas<br />
mais produtivas do planeta, deixamos de ter pesca,<br />
já <strong>que</strong> 60% das esp<strong>é</strong>cies dependem dos estuários”.<br />
A verdade <strong>é</strong> <strong>que</strong> a urgência<br />
climática está a<br />
pressionar Portugal. E neste<br />
contexto todas as opções<br />
se colocam em cima<br />
da mesa. A dessalinização<br />
<strong>é</strong> uma delas. Ao contrário<br />
do <strong>que</strong> sucedia no passado,<br />
hoje já se consegue obter<br />
água potável a partir do<br />
mar a 50 cêntimos o metro<br />
cúbico e a tendência será<br />
para este custo diminuir<br />
com o tempo. Portanto, um dos inconvenientes <strong>que</strong><br />
se apontava a este m<strong>é</strong>todo – o do seu elevado custo –