Revista Coamo - Agosto de 2022
Revista Coamo - Agosto de 2022
Revista Coamo - Agosto de 2022
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COM SEMENTES COAMO, COOPERADOS PREPARAM NOVA SAFRA DE VERÃO<br />
revista<br />
www.coamo.com.br<br />
agosto/<strong>2022</strong><br />
ano 48 edição 527<br />
MANGUEIRINHA<br />
Encontro<br />
reuniu mais <strong>de</strong><br />
200 mulheres<br />
cooperativistas<br />
João Barcarol e Willian<br />
Sehaber, <strong>de</strong> Luiziana (PR)<br />
JOVENS LÍDERES<br />
Curso formou 26ª<br />
turma <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res<br />
no campo<br />
DUPLA APTIDÃO<br />
Integração entre a produção <strong>de</strong> grãos e a pecuária é opção para melhorar o sistema.<br />
Prática proporciona mais rentabilida<strong>de</strong> e sustentabilida<strong>de</strong> nas proprieda<strong>de</strong>s rurais
expediente<br />
Órgão <strong>de</strong> divulgação da <strong>Coamo</strong><br />
ano 48 | edição 527 | agosto <strong>de</strong> <strong>2022</strong><br />
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO COAMO<br />
Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos, Wilson Bibiano Lima, Ana Paula Bento Pelissari Smith,<br />
Antonio Marcio dos Santos, Ruthielle Borsuk da Silva, Raquel Sumie Eishima,<br />
Aline Aristi<strong>de</strong>s Bazán, Marcos Gabriel Batista dos Santos e Kamilly Santana<br />
Cazotto.<br />
Contato: (44) 3599-8129 - comunicacao@coamo.com.br<br />
Jornalista responsável e Editor: Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos<br />
Reportagens e fotos: Antonio Marcio dos Santos, Wilson Bibiano Lima, Ana<br />
Paula Bento Pelissari Smith, Ruthielle Borsuk da Silva e Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos<br />
Edição <strong>de</strong> fotografia: Antonio Marcio dos Santos e Wilson Bibiano Lima<br />
Contato publicitário: Agromídia Desenvolvimento <strong>de</strong> Negócios Publicitários<br />
Contato: (11) 5092-3305<br />
Contato publicitário: Guerreiro Agromarketing Contato: (44) 3026-4457<br />
Acompanhe a <strong>Coamo</strong> pelas re<strong>de</strong>s sociais<br />
É permitida a reprodução <strong>de</strong> matérias, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte. Os artigos assinados ou cita-dos<br />
não exprimem, necessariamente, a opinião da <strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>.<br />
COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA<br />
SEDE: Rua Fioravante João Ferri, 99 - Jardim Alvorada. CEP 87308-445. Campo Mourão - Paraná - Brasil. Telefone (44) 3599.8000 - Caixa Postal, 460 - www.coamo.com.br<br />
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Presi<strong>de</strong>nte: Engenheiro Agrônomo, José Aroldo Gallassini. MEMBROS VOGAIS: Claudio Francisco Bianchi Rizzatto, Ricardo Accioly Cal<strong>de</strong>rari,<br />
Joaquim Peres Montans, Anselmo Coutinho Machado, Emilio Magne Guerreiro Júnior, Wilson Pereira <strong>de</strong> Godoy, Rogério <strong>de</strong> Mello Barth e Adriano Bartchechen.<br />
CONSELHO FISCAL: Jonathan Henrique Welz Negri, Igor Eduardo <strong>de</strong> Mello Schreiner e Pedro Augusto Brunetta Borgo (Membros Efetivos). Angelo Mauro Zanin, Danilo Henrique<br />
Rosolem e Cláudio Fulaneto Junior (Membros Suplentes).<br />
DIRETORIA EXECUTIVA: Presi<strong>de</strong>nte Executivo: Airton Galinari. Diretor Administrativo e Financeiro: Antonio Sérgio Gabriel. Diretor Comercial: Rogério Trannin <strong>de</strong> Mello.<br />
Diretor Industrial: Divaldo Corrêa. Diretor <strong>de</strong> Logística e Operações: E<strong>de</strong>nilson Carlos <strong>de</strong> Oliveira. Diretor <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência Técnica: Aquiles <strong>de</strong> Oliveira Dias.<br />
Extensão Territorial: 4,5 milhões <strong>de</strong> hectares. Capacida<strong>de</strong> Global <strong>de</strong> Armazenagem: 6,59 milhões <strong>de</strong> toneladas. Receita Global <strong>de</strong> 2021: R$ 24,666 bilhões.<br />
Sobras liquidas: R$ 1,835 bilhão. Tributos e taxas gerados e recolhidos em 2021: R$ 534,940 milhões. Cooperados: mais <strong>de</strong> 30 mil. Municípios presentes: 74. Unida<strong>de</strong>s: 111.<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista<br />
3
sumário<br />
??<br />
P R O G R A M A<br />
A G R E G A<br />
B A S F ////////<br />
R E L A C I O N A M E N T O<br />
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4 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
índice<br />
Entrevista<br />
10<br />
Mariely Biff, consultora e palestrante em sucessão familiar no agro, é a entrevistada do mês. Para ela,<br />
sucessão não é substituição. É continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um legado construído com muito esforço e <strong>de</strong>dicação<br />
Integração do Sistema<br />
14<br />
Criação <strong>de</strong> gado e cultivo <strong>de</strong> lavouras na mesma área ajudam a manter o sistema mais produtivo<br />
e rentável. Cooperados investem na tecnologia como opção <strong>de</strong> diversificação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
Safra <strong>de</strong> Verão<br />
22<br />
A instalação da lavoura requer um planejamento a<strong>de</strong>quado e a gerência <strong>de</strong> Sementes da <strong>Coamo</strong><br />
apresenta recomendações que <strong>de</strong>vem ser levadas em consi<strong>de</strong>ração para uma boa semeadura<br />
Novo Aplicativo<br />
Foi lançado o novo aplicativo da Credicoamo. A plataforma está disponível no Google Play e App<br />
Store. Ferramenta nasceu mo<strong>de</strong>rna, completa e terá atualizações constantes para os associados<br />
36<br />
44<br />
Sucessão no campo<br />
A <strong>Coamo</strong> formou mais uma turma <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas. A 26ª<br />
edição contou com a participação <strong>de</strong> cooperados do Paraná e Santa Catarina.<br />
Foram cinco meses <strong>de</strong> curso e mais <strong>de</strong> 144 horas <strong>de</strong> aprendizado em sete<br />
módulos, com ênfase em gestão e empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
Família cooperativista<br />
46<br />
A <strong>Coamo</strong> realizou o Encontro da Família Cooperativista <strong>de</strong> Mangueirinha (PR). Mais <strong>de</strong> 200 mulheres<br />
participaram do evento que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010, traz temas atuais e motivacionais às participantes<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista<br />
5
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E UTILIZE OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.<br />
Certeza N
governança<br />
Quando o conhecimento faz a diferença<br />
A<br />
equida<strong>de</strong>, respeito e a<br />
valorização do ser humano<br />
estão presentes nos<br />
Valores da <strong>Coamo</strong> e fazem parte<br />
das Diretrizes Corporativas. Acreditamos<br />
nas pessoas e buscamos<br />
contribuir para o seu crescimento.<br />
Investimos no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
pessoal e profissional, e na família.<br />
Desta forma, promovemos iniciativas<br />
que alcançam os cooperados,<br />
suas famílias e os funcionários.<br />
Por isso é que antes<br />
mesmo da fundação da <strong>Coamo</strong>,<br />
sempre promovi reuniões para<br />
difundir o cooperativismo e sua<br />
importância aos produtores.<br />
Com o surgimento da cooperativa<br />
foram inúmeros os eventos<br />
promovidos nessas mais <strong>de</strong> cinco<br />
décadas para aproximar e fortalecer<br />
a educação e <strong>de</strong>senvolver<br />
a <strong>Coamo</strong> e o cooperativismo.<br />
Uma <strong>de</strong>ssas iniciativas<br />
começou em 1998 com a primeira<br />
turma do curso <strong>de</strong> formação<br />
<strong>de</strong> jovens lí<strong>de</strong>res cooperativistas.<br />
O pensamento era bem simples,<br />
alcançar jovens cooperados que<br />
já faziam parte da cooperativa.<br />
Com o apoio do Sescoop/<br />
PR, o curso virou um programa<br />
bem-sucedido e já graduou 26<br />
turmas <strong>de</strong> 1998 até este ano, com<br />
a formação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> mil jovens<br />
cooperados em toda a nossa área<br />
<strong>de</strong> ação. Já contabilizamos muitas<br />
famílias que tiveram pais e filhos<br />
formandos neste programa premiado<br />
em 1994 pela OCB/<strong>Revista</strong><br />
Globo Rural como <strong>de</strong>staque<br />
na educação cooperativista, que<br />
apresenta resultados positivos<br />
como instrumento eficaz na evolução<br />
e sucessão dos negócios<br />
nas proprieda<strong>de</strong>s.<br />
O conhecimento repassado<br />
pelos professores e instituições<br />
renomadas ensina aos<br />
jovens serem mais responsáveis<br />
com a implantação <strong>de</strong> um novo<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> administração, <strong>de</strong><br />
forma mais profissional. Assim<br />
como a melhoria da gestão dos<br />
negócios, on<strong>de</strong> eles já estão à<br />
frente <strong>de</strong> modo individual ou em<br />
parceria com pais e familiares.<br />
Muitas foram as transformações<br />
nesses 25 anos. Os <strong>de</strong>poimentos<br />
dos jovens formandos consolidam<br />
o sucesso <strong>de</strong>ste programa.<br />
Eles recebem novas informações,<br />
mas valorizam suas origens e as lições<br />
aprendidas em família.<br />
O conhecimento faz a<br />
diferença e po<strong>de</strong> ser partilhado<br />
para muitos. Com este pensamento,<br />
os jovens estão com uma<br />
gran<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescer e<br />
prosperar, e vão construindo bonitas<br />
histórias com respeito aos<br />
seus pais, com os pés no chão e a<br />
visão no futuro. Eles aprimoram a<br />
administração no presente, mas<br />
sabem que são os sucessores<br />
nos negócios familiares, e <strong>de</strong>vem<br />
ter foco no planejamento e no<br />
gerenciamento para o sucesso<br />
dos seus empreendimentos.<br />
Como a <strong>Coamo</strong> não foi<br />
feita para uma ou duas gerações,<br />
e não <strong>de</strong>ve ficar velha, valorizamos<br />
a educação e a família cooperativista<br />
para alcançar a todos.<br />
“Os jovens estão sendo<br />
mais responsáveis com<br />
um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
administração, <strong>de</strong> forma<br />
mais profissional.”<br />
Recentemente, criamos a revistinha<br />
“<strong>Coamo</strong> Kids”, voltada para<br />
mostrar o cooperativismo e <strong>de</strong>spertar<br />
nas crianças o interesse<br />
pelo sistema e a cooperação, e o<br />
“FuturoCoop”, que reúne adolescentes<br />
<strong>de</strong> 13 a 17 anos. São iniciativas<br />
que vem recebendo elogios<br />
com gran<strong>de</strong> interesse e repercussão,<br />
e mostram que estamos no<br />
caminho certo levando o conhecimento<br />
e promovendo o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
técnico, educacional e<br />
social da família cooperativista.<br />
JOSÉ AROLDO GALLASSINI,<br />
Presi<strong>de</strong>nte dos Conselhos <strong>de</strong> Administração <strong>Coamo</strong> e Credicoamo<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista<br />
7
gestão<br />
Logística eficiente para uma safra recor<strong>de</strong><br />
Trabalhamos para ser a melhor opção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
dos cooperados por meio <strong>de</strong><br />
uma equipe comprometida e profissional aliada<br />
a uma eficiente estrutura, que muitas vezes não é<br />
conhecida e percebida pelos associados da <strong>Coamo</strong>.<br />
A Companhia Nacional <strong>de</strong> Abastecimento (Conab)<br />
aponta para uma produção brasileira da safra <strong>de</strong><br />
grãos safra 2021/<strong>2022</strong> com volume superior a 271<br />
milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> grãos, 6,2% maior que o da<br />
safra anterior. No caso do milho, a colheita <strong>de</strong>verá<br />
ser <strong>de</strong> 114,7 milhões <strong>de</strong> toneladas, com uma produção<br />
31% maior que a da safra passada.<br />
Na área da <strong>Coamo</strong>, estamos na reta final da<br />
colheita <strong>de</strong> milho segunda safra, cuja produção irá<br />
estabelecer um novo recor<strong>de</strong> na história da cooperativa,<br />
com volume superior a 54 milhões <strong>de</strong> sacas e<br />
15% a mais que a safra do cereal recebida há dois<br />
anos nos armazéns da cooperativa.<br />
Graças a Deus, estamos registrando uma<br />
produção com boa qualida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>s,<br />
sem contratempos climáticos que pu<strong>de</strong>ssem afetar<br />
os grãos, e mesmo com o evento da cigarrinha, o<br />
resultado é <strong>de</strong> uma safra expressiva.<br />
Com volumes nunca recebidos antes na história<br />
da <strong>Coamo</strong>, foi preciso uma estrutura eficiente <strong>de</strong> logística<br />
e operações para aten<strong>de</strong>r esta gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda<br />
dos cooperados. Tudo está transcorrendo <strong>de</strong>ntro<br />
do planejamento e do padrão <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
com boa produção e uma sinergia que envolve a equipe<br />
<strong>de</strong> profissionais da cooperativa e os associados.<br />
Mas, na prática nem tudo é simples, pois<br />
para cumprir a missão <strong>de</strong> um recebimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
e agilida<strong>de</strong>, é necessário um forte planejamento<br />
e trabalho <strong>de</strong> logística, estar <strong>de</strong> olho no clima,<br />
acompanhar o <strong>de</strong>senvolvimento das lavouras e<br />
a colheita da produção.<br />
Para que tenhamos uma excelente recepção<br />
da safra, o nosso trabalho começa bem antes do<br />
plantio. Com o apoio <strong>de</strong> uma eficiente estrutura da<br />
área <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência Técnica foi possível<br />
acompanhar o mercado, e neste ano, antecipamos<br />
a aquisição dos produtos junto aos parceiros<br />
"Registrando uma produção com<br />
boa qualida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>s,<br />
sem contratempos climáticos.<br />
O resultado é <strong>de</strong> uma safra<br />
expressiva.”<br />
fornecedores em face dos graves problemas <strong>de</strong> fornecimento<br />
<strong>de</strong> insumos provocados pela guerra da<br />
Ucrânia, para cumprir a nossa missão <strong>de</strong> gerar renda<br />
aos cooperados com <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />
Promovemos um forte trabalho <strong>de</strong> logística<br />
para garantir o transporte dos insumos até os nossos<br />
armazéns, e os produtores possam retirar no momento<br />
oportuno para implantar a nova safra. Desta forma,<br />
avaliamos que o trabalho foi muito intenso e realizado<br />
com eficiência para tranquilida<strong>de</strong> dos cooperados.<br />
Como resultado <strong>de</strong>sta atuação da <strong>Coamo</strong><br />
está o fornecimento dos insumos com segurança e<br />
qualida<strong>de</strong> para os nossos mais <strong>de</strong> 30 mil associados,<br />
que, sozinhos, dificilmente conseguiriam ter acesso<br />
a estes benefícios, que só tem sido possível nesses<br />
anos todos pela estrutura e apoio da cooperativa.<br />
AIRTON GALINARI<br />
Presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong><br />
agosto/<strong>2022</strong> revista<br />
9
entrevista<br />
MARIELY BIFF<br />
Consultora e palestrante em sucessão familiar no agro<br />
“Sucessão não é substituição. É continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />
legado construído com muito esforço e <strong>de</strong>dicação”<br />
“ Toda empresa familiar que <strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>: As mulheres estão<br />
mais ávidas por apren<strong>de</strong>r e<br />
<strong>de</strong>sejar perpetuar seu legado<br />
por gerações, <strong>de</strong>ve ampliar o conhecimento?<br />
iniciar o mais breve possível o Mariely: Com certeza! Mais<br />
processo <strong>de</strong> profissionalização da<br />
empresa, e, junto <strong>de</strong>le, o planejamento<br />
sucessório.” A frase é <strong>de</strong><br />
Mariely Biff, consultora e palestrante<br />
em sucessão familiar no agro.<br />
Segundo ela, antigamente, muitos<br />
her<strong>de</strong>iros se tornavam sucessores<br />
por necessida<strong>de</strong> ou por obrigação<br />
e poucos tinham possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
estudar e trabalhar fora do negócio<br />
da família. “Com o passar dos<br />
anos, por meio do avanço da tecnologia<br />
porteira a<strong>de</strong>ntro, da melhoria<br />
<strong>de</strong> acesso às proprieda<strong>de</strong>s<br />
e da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comandar o<br />
negócio remotamente, percebe-<br />
-se um aumento significativo <strong>de</strong><br />
jovens que <strong>de</strong>sejam continuar os<br />
negócios, inclusive porque muitos<br />
pais batalharam para que os filhos<br />
estudassem e adquirissem bagagem<br />
técnica, fazendo com que<br />
hoje eles possam voltar à proprieda<strong>de</strong><br />
e aplicar os aprendizados.<br />
Assumir a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />
ávidas e permeadas <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />
por meio <strong>de</strong> muitos<br />
movimentos que vêm sendo<br />
criados ao longo dos anos, tanto<br />
partindo das próprias mulheres,<br />
que constituem grupos e projetos,<br />
como também por meio <strong>de</strong><br />
iniciativas a exemplo do projeto<br />
Mulheres que Semeiam, da <strong>Coamo</strong>,<br />
permitindo a expansão <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>ranças femininas e fazendo<br />
com que elas tenham possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ter suas vozes ecoadas,<br />
transformando a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />
do círculo familiar e na socieda<strong>de</strong>.<br />
O agronegócio precisa<br />
<strong>de</strong> homens e mulheres capazes.<br />
Pessoas com se<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança<br />
e transformação. E os diferentes<br />
papéis que cada um po<strong>de</strong> ocupar<br />
<strong>de</strong>ntro e fora da porteira, tornam<br />
o setor mais rico, forte e pujante.<br />
Sempre haverá lugar para<br />
a competência, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> gênero.<br />
sucessor não é tarefa fácil. Exige<br />
preparo, resiliência para lidar com<br />
as diferenças <strong>de</strong> gerações”, diz.<br />
RC: A <strong>Coamo</strong> lançou o programa<br />
“Mulheres que semeiam”.<br />
Qual sua avaliação preliminar?<br />
Mariely: O projeto é uma excelente<br />
iniciativa da cooperativa,<br />
pois visa a transformação das mulheres<br />
por meio do conhecimento.<br />
Houve troca <strong>de</strong> informações,<br />
permitindo que as cooperadas<br />
pu<strong>de</strong>ssem compartilhar suas<br />
vivências e apren<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma<br />
prática com dicas e ferramentas<br />
aplicáveis ao negócio <strong>de</strong> imediato.<br />
Trabalhamos temas técnicos<br />
aliados à prática em assuntos<br />
sobre sucessão, governança e<br />
gestão, além <strong>de</strong> fomentar o autoconhecimento<br />
para auxiliar na<br />
tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e melhorar o<br />
posicionamento.<br />
RC: A sucessão é um tema <strong>de</strong>safiante.<br />
Quais as orientações para<br />
quem necessita passar por este<br />
processo?<br />
Mariely: Toda empresa familiar<br />
que <strong>de</strong>sejar perpetuar seu legado<br />
por gerações, <strong>de</strong>ve iniciar o<br />
mais breve possível o processo<br />
<strong>de</strong> profissionalização da empresa,<br />
e, junto <strong>de</strong>le, o planejamento<br />
sucessório. Se pensarmos<br />
nas proprieda<strong>de</strong>s rurais, on<strong>de</strong><br />
a maioria esmagadora é com-<br />
10 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
posta por famílias que estão no<br />
comando dos negócios, algumas<br />
dicas po<strong>de</strong>m colaborar para<br />
que o processo ocorra <strong>de</strong> forma<br />
mais harmoniosa, como a busca<br />
por informações acerca do assunto<br />
traz compreensão sobre<br />
o processo e colabora para a<br />
conscientização da necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> iniciá-lo. Também conhecer<br />
outras famílias e negócios que<br />
estão passando, ou já passaram,<br />
pela sucessão, para ter referência<br />
e enxergar que existem <strong>de</strong>safios<br />
fora do seu negócio e círculo familiar.<br />
Vale ressaltar que há uma<br />
gran<strong>de</strong> diferença entre senso<br />
<strong>de</strong> semelhança e comparação.<br />
É saudável buscar semelhanças.<br />
Elas ajudam no direcionamento<br />
do processo. O que não se <strong>de</strong>ve<br />
fazer, é comparar. Sua família e<br />
a sua empresa não possuem a<br />
mesma dinâmica que as <strong>de</strong>mais,<br />
os valores po<strong>de</strong>m ser diferentes,<br />
fundadores são distintos, bem<br />
como pessoas e suas personalida<strong>de</strong>s.<br />
Cada um tomou <strong>de</strong>cisões<br />
diferentes, teve oportunida<strong>de</strong>s<br />
diferentes, então não há espaço<br />
para comparações. Importante<br />
olhar com carinho para a realida<strong>de</strong><br />
do negócio e a individualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> cada membro da família.<br />
Listar pontos que necessitam<br />
evolução e contemplar o crescimento<br />
e amadurecimento que já<br />
ocorreu, colaboram para que o<br />
processo <strong>de</strong> sucessão não seja<br />
pesado.<br />
Mariely Biff é natural do Paraná, filha e neta <strong>de</strong> produtores rurais, e resi<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996 no<br />
Mato Grosso. Mestranda em Gestão Estratégica <strong>de</strong> Empresas Familiares Unini/Porto Rico, MBA<br />
em Agronegócios – Esalq/USP, Pós-graduada em Gestão Empresarial - Uned e Graduada em<br />
Administração com habilitação em Agronegócios - Uned. Consultora e palestrante em Sucessão<br />
Familiar Agro há mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, aten<strong>de</strong> produtores rurais e empresas do setor em todo país.<br />
Protagonista dos comerciais “Minuto Agro” da Caixa, exibidos em re<strong>de</strong> nacional pelo SBT.<br />
RC: Quanto ao planejamento,<br />
transferência <strong>de</strong> gestão e a preparação<br />
das pessoas?<br />
Mariely: Se a família tem um<br />
bom alinhamento, é interessante<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 11
entrevista<br />
"SUCESSÃO É UM PROCESSO. PROFISSIONALIZAR E IMPLANTAR<br />
GOVERNANÇA TAMBÉM É UM PROCESSO. RESPEITE OS SEUS PROCESSOS."<br />
começar a pensar em mudanças<br />
possíveis nos três círculos – família,<br />
proprieda<strong>de</strong> e gestão – e<br />
que no primeiro momento, não<br />
tenha <strong>de</strong>pendência externa.<br />
Esta primeira movimentação colabora<br />
para aumentar o vínculo<br />
e o senso <strong>de</strong> pertencimento, e<br />
amadurece os envolvidos para<br />
as próximas etapas, que necessitam<br />
<strong>de</strong> técnica e execução<br />
por meio <strong>de</strong> auxílio profissional.<br />
Como dica, planeje a transferência<br />
da gestão para que seja da<br />
maneira mais harmoniosa possível.<br />
Envolva as pessoas e <strong>de</strong>pois,<br />
gradativamente dê a elas oportunida<strong>de</strong><br />
para tomarem <strong>de</strong>cisões.<br />
Comece com questões <strong>de</strong><br />
menor impacto, e nas situações<br />
mais arriscadas, você até po<strong>de</strong><br />
perguntar o que po<strong>de</strong>ria ser<br />
feito se o sucessor precisasse<br />
<strong>de</strong>cidir. Assim, fará com que ele<br />
vivencie os momentos da tomada<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sem ter a responsabilida<strong>de</strong><br />
imediata <strong>de</strong> acertar e<br />
junto disso, estimula a preparação<br />
para quando este momento<br />
realmente chegar. Mas, prepare<br />
pessoas, pois ninguém amadurece<br />
<strong>de</strong> imediato. O preparo é<br />
algo que exige esforço, vivência,<br />
tempo, fracassos. Ainda assim,<br />
ninguém está 100% preparado<br />
para nada nesta vida. Sempre<br />
temos algo a apren<strong>de</strong>r. Sempre<br />
temos algo a modificar na nossa<br />
forma <strong>de</strong> trabalho. O mais<br />
importante nesta jornada, é<br />
que o futuro gestor tenha amor<br />
pelo que faz, que <strong>de</strong>seje ver o<br />
negócio perpetuar, e que tenha<br />
humilda<strong>de</strong> para apren<strong>de</strong>r com<br />
quem tem mais experiência,<br />
sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> inovar e acompanhar<br />
as tendências do mercado,<br />
algo que é extremamente importante<br />
para esta geração <strong>de</strong><br />
sucessores. Nós só transformamos<br />
o nosso negócio por meio<br />
da transformação das pessoas.<br />
É necessário que profissionalize<br />
o negócio melhorando a tomada<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e a comunicação<br />
em todos os ambientes, aperfeiçoando<br />
a gestão, inserindo o<br />
hábito <strong>de</strong> ter uma prestação <strong>de</strong><br />
contas transparente e acessível<br />
aos familiares e sócios, criando<br />
normas, regras e protocolos<br />
para que sirvam <strong>de</strong> orientação<br />
tanto para os atuais colaboradores,<br />
quanto para as gerações<br />
futuras.<br />
RC: Por que você diz que sucessão<br />
não é substituição?<br />
Mariely: Sim, sucessão não é<br />
substituição, mas é continuida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um legado construído com<br />
muito esforço e <strong>de</strong>dicação. Portanto,<br />
meu <strong>de</strong>sejo é que todos<br />
os sucessores tenham a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> experimentar momentos<br />
valiosos <strong>de</strong> troca com a geração<br />
mais experiente e possam<br />
caminhar lado a lado por muito<br />
tempo, cada qual com suas contribuições<br />
distintas fazendo o negócio<br />
prosperar.<br />
Mariely Biff no programa Mulheres que Semeiam, promovido pela <strong>Coamo</strong> em Campo Mourão<br />
RC: A prática da sucessão se tornou<br />
mais profissional?<br />
Mariely: O campo mudou muito.<br />
Antigamente, muitos her<strong>de</strong>iros<br />
se tornavam sucessores por<br />
necessida<strong>de</strong> ou por obrigação.<br />
Poucos tinham possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
estudar e trabalhar fora do negócio<br />
da família. Com o passar<br />
12 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
dos anos, por meio do avanço da<br />
tecnologia porteira a<strong>de</strong>ntro, da<br />
melhoria <strong>de</strong> acesso às proprieda<strong>de</strong>s<br />
e da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comandar<br />
o negócio remotamente,<br />
percebe-se um aumento significativo<br />
<strong>de</strong> jovens que <strong>de</strong>sejam<br />
continuar os negócios, inclusive<br />
porque muitos pais batalharam<br />
para que os filhos estudassem e<br />
adquirissem bagagem técnica,<br />
fazendo com que hoje eles possam<br />
voltar à proprieda<strong>de</strong> e aplicar<br />
o aprendizado. Assumir a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ser sucessor<br />
não é tarefa fácil. Exige preparo,<br />
resiliência para lidar com as diferenças<br />
<strong>de</strong> gerações, além <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong><br />
para pensar no negócio<br />
<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado suas preferências,<br />
para pensar no crescimento<br />
e favorecimento coletivo.<br />
RC: Qual a maior dificulda<strong>de</strong> na<br />
escolha do sucessor?<br />
Marilely: A maior é que a “escolha”<br />
do sucessor, não parte apenas<br />
da análise das habilida<strong>de</strong>s<br />
para a condução do negócio. É<br />
preciso muito mais do que isso.<br />
Deve haver vonta<strong>de</strong>. Se o negócio<br />
tiver um sucessor sem perfil,<br />
mas com vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e<br />
continuar o negócio, é treinável.<br />
Agora, se um sucessor que aten<strong>de</strong><br />
todas as <strong>de</strong>mandas para o<br />
processo não quiser fazer parte,<br />
e por algum motivo for forçado<br />
ou persuadido a ocupar o cargo,<br />
há gran<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />
negócio não prosperar.<br />
RC: Então, quais os <strong>de</strong>safios para<br />
implantação da sucessão e governança<br />
familiar?<br />
Mariely: Existem fatores que<br />
comprometem o início do planejamento<br />
sucessório e tornam a<br />
transferência da gestão morosa.<br />
Dentre eles, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar,<br />
fatores culturais: estão diretamente<br />
ligados ao tradicionalismo<br />
e ao autoritarismo, gerando<br />
resistência pela busca <strong>de</strong> conhecimento,<br />
inclusão <strong>de</strong> outras<br />
pessoas na gestão e inserção <strong>de</strong><br />
tecnologia; fatores emocionais:<br />
"O agronegócio precisa<br />
<strong>de</strong> homens e mulheres<br />
capazes. Pessoas com<br />
se<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança<br />
e transformação.<br />
Sempre haverá lugar<br />
para a competência,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
gênero."<br />
on<strong>de</strong> o titular se sente ameaçado<br />
e com medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o po<strong>de</strong>r e<br />
a utilida<strong>de</strong>; confiança: as relações<br />
<strong>de</strong> confiança entre os familiares,<br />
principalmente entre o titular e<br />
sucessor, afetam todo o processo<br />
<strong>de</strong> transferência da gestão. Aos<br />
aspectos relacionados à confiança,<br />
po<strong>de</strong>mos observar a falta <strong>de</strong><br />
confiança do titular no sucessor e<br />
a do sucessor em si, porque em<br />
muitos momentos não se sente<br />
capaz para assumir os <strong>de</strong>safios.<br />
Recursos: Medo do negócio não<br />
se perpetuar, <strong>de</strong> que o sucessor<br />
não consiga prover o sustento<br />
dos familiares e <strong>de</strong> não ter um final<br />
<strong>de</strong> vida digno, dispondo dos<br />
recursos necessários.<br />
RC: O que fazer para a continuida<strong>de</strong><br />
dos negócios em harmonia<br />
após o processo sucessório?<br />
Mariely: Organizar e profissionalizar<br />
família e empresa, e implantar<br />
regras antes que sejam<br />
necessárias, é uma boa forma <strong>de</strong><br />
colaborar para a continuida<strong>de</strong><br />
dos negócios. É importante que<br />
a família entenda a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> capacitação contínua mesmo<br />
após o processo implantado.<br />
Nada é imutável, nem as regras.<br />
Tudo se constrói <strong>de</strong> acordo com<br />
o atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio e a<br />
dinâmica da família, mas sabemos<br />
da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão<br />
periódica dos processos, regras<br />
e métodos, pois pessoas entram<br />
e saem das famílias, as priorida<strong>de</strong>s<br />
mudam, as coisas mudam<br />
muito rápido, e para que possamos<br />
nos manter competitivos no<br />
mercado, é totalmente relevante<br />
estar em constante aprendizado.<br />
Será preciso cada vez mais capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> adaptação para que as<br />
empresas familiares possam se<br />
manter ativas no mercado afim<br />
<strong>de</strong> perpetuarem o legado para<br />
as próximas gerações. Sucessão<br />
é um processo. Profissionalizar e<br />
implantar governança também<br />
é um processo. Respeite os seus<br />
processos!<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 13
sistema integrado<br />
João Soares Barcarol e o genro Willian<br />
Ferreira Sehaber, cooperados em Luiziana (PR)<br />
14 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
No caminho da<br />
sustentabilida<strong>de</strong><br />
Criação <strong>de</strong> gado e lavouras na mesma área ajudam<br />
a manter o sistema mais produtivo e rentável<br />
Defensor <strong>de</strong> uma agropecuária<br />
sustentável e rentável,<br />
João Soares Barcarol<br />
e o genro Willian Ferreira Sehaber,<br />
cooperados em Luiziana<br />
(Centro-Oeste do Paraná), se utilizam<br />
dos benefícios <strong>de</strong> colher na<br />
mesma área grãos e boi gordo.<br />
O sistema que integra a lavoura<br />
com a pecuária já vem sendo<br />
adotado há alguns anos. Com a<br />
prática, além <strong>de</strong> elevar o número<br />
<strong>de</strong> animais na área, há uma melhora<br />
no <strong>de</strong>sempenho do rebanho,<br />
já que a pastagem fica mais<br />
nutritiva, pois aproveita todo nutriente<br />
<strong>de</strong>ixado pela agricultura.<br />
Barcarol explica que a<br />
integração surgiu com a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> alimentar os bovinos<br />
durante o período mais frio do<br />
ano. Com o sistema, ele consegue<br />
integrar a produção das<br />
áreas e observa que a prática<br />
ajudou a melhorar o sistema produtivo.<br />
No caso dos animais, há<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 15
sistema integrado<br />
João Barcarol, Willian Sehaber e o médico veterinário Fabiano Camargo. Sistema possibilita integrar a produção <strong>de</strong> grãos e criação <strong>de</strong> gado numa mesma área<br />
um ganho <strong>de</strong> peso, e fertilida<strong>de</strong><br />
nas vacas. Na proprieda<strong>de</strong> é <strong>de</strong>senvolvido<br />
o processo <strong>de</strong> cria.<br />
“O inverno é um período em que<br />
a alimentação fica mais escassa,<br />
po<strong>de</strong>ndo até faltar pasto para o<br />
gado que fica fraco, causando<br />
prejuízo. Temos que nos prevenir<br />
e a melhor opção é cultivar aveia<br />
para alimentação dos animais.”<br />
Neste ano, foram cultivados<br />
cerca <strong>de</strong> 80 alqueires <strong>de</strong><br />
aveia <strong>de</strong>stinados para abrigar os<br />
animais. Já a área <strong>de</strong> pastagem<br />
perene é <strong>de</strong> 280 alqueires e receberá<br />
os animais <strong>de</strong>pois que<br />
<strong>de</strong>socuparem o local com aveia<br />
para o plantio da soja. Em toda<br />
proprieda<strong>de</strong> serão cultivados um<br />
total <strong>de</strong> 300 alqueires <strong>de</strong> soja.<br />
Willian observa que o<br />
mo<strong>de</strong>lo adotado na proprieda<strong>de</strong><br />
é benéfico para todo o sistema.<br />
“Fazemos esse rodízio no inverno,<br />
com o gado sendo alimentado<br />
na aveia e nas <strong>de</strong>mais áreas<br />
temos a rotação com o trigo e<br />
mais aveia para cobertura do<br />
solo, que servirá <strong>de</strong> suplementação<br />
na alimentação dos animais.<br />
Essa diversificação proporciona<br />
um sistema mais equilibrado. A<br />
rotação das plantas e a mudança<br />
<strong>de</strong> manejo trazem importantes<br />
benefícios. A integração entre<br />
lavoura e pecuária vem trazendo<br />
um bom resultado, já que o gado<br />
tem um ganho <strong>de</strong> peso nesse período<br />
e sem essa área <strong>de</strong> aveia,<br />
seria mais difícil manter essa<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> animais no inverno”,<br />
diz.<br />
Após retirar o gado, a<br />
área ficará em torno <strong>de</strong> 40 dias<br />
em pousio para <strong>de</strong>pois receber o<br />
manejo necessário e ser preparada<br />
para o plantio da soja, previsto<br />
para iniciar a partir da segunda<br />
quinzena <strong>de</strong> outubro. O médico<br />
veterinário Fabiano Camargo, da<br />
<strong>Coamo</strong>, explica que a integração<br />
lavoura pecuária é um sistema<br />
benéfico porque <strong>de</strong>ixa uma boa<br />
matéria orgânica na área, melhorando<br />
a parte biológica do solo e,<br />
também, a produção das lavouras<br />
<strong>de</strong> verão. “A integração beneficia<br />
a pecuária e a agricultura. No<br />
caso do gado, é uma opção para<br />
melhorar o <strong>de</strong>sempenho dos animais<br />
no inverno. Se ficassem somente<br />
na pastagem perene po<strong>de</strong>riam<br />
per<strong>de</strong>r peso”, comenta.<br />
16 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
ANTONIO IRINEU TRENTIN, DE ITAPORÃ (MS), É PECUARISTA TRADICIONAL<br />
E ESTÁ INVESTINDO NA AGRICULTURA COMO FORMA DE INTEGRAÇÃO<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 17
sistema integrado<br />
Camargo explica que o gran<strong>de</strong><br />
problema para quem trabalha com a pecuária<br />
é o período do inverno. “Todo pecuarista<br />
tem a obrigação <strong>de</strong> se preparar<br />
para essa época, que é mais seca e, geralmente,<br />
falta pastagem para os animais.<br />
Isso faz com que o gado que engordou<br />
no verão perca peso, o ‘efeito sanfona’,<br />
como chamamos. O plantio <strong>de</strong> outra cultura,<br />
como a aveia e azevém, por exemplo,<br />
faz com que os animais não passem<br />
fome e continuem engordando”, observa.<br />
Na proprieda<strong>de</strong> do cooperado<br />
Antonio Irineu Trentin, em Itaporã (Mato<br />
Grosso do Sul), a integração lavoura-pecuária<br />
foi implantada há cerca <strong>de</strong> três<br />
anos e surgiu pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
nova opção <strong>de</strong> renda e melhoria no sistema<br />
<strong>de</strong> produção. A área fica na região<br />
do Carumbé e soma 160 hectares <strong>de</strong><br />
plantio <strong>de</strong> lavoura e 36 <strong>de</strong> pasto perene.<br />
Com a integração são criados cerca<br />
<strong>de</strong> 105 cabeças <strong>de</strong> gado da raça senepol.<br />
O cooperado está no Mato Grosso<br />
do Sul há 15 anos. Antes ele residia em<br />
Val Paraíso (SP), on<strong>de</strong> trabalhava com<br />
gado <strong>de</strong> leite.<br />
Até 2018 ele trabalhava exclusivamente<br />
com a pecuária e a conciliação<br />
entre as duas ativida<strong>de</strong>s está trazendo ganhos,<br />
não só na parte financeira, mas para<br />
o sistema <strong>de</strong> produção, que está mais<br />
equilibrado. “A agricultura que conhecia<br />
era o plantio <strong>de</strong> milho para a produção<br />
<strong>de</strong> silagem. Com a mudança, estamos<br />
plantando soja no verão e braquiária no<br />
inverno para pastagem <strong>de</strong> animais. As<br />
duas últimas safras <strong>de</strong> verão não foram<br />
boas <strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong> chuva e, por isso,<br />
ainda não conseguimos consolidar os dados<br />
<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. Mas, acredito que<br />
teremos uma melhoria também na produção<br />
<strong>de</strong> soja, <strong>de</strong>vido aos investimentos<br />
realizados em adubação, tanto no inverno<br />
quanto no verão”, diz.<br />
Os animais que estão na área <strong>de</strong><br />
braquiária serão retirados em setembro<br />
para dar lugar a soja. O gado será levado<br />
para outro local com pastagem perene<br />
e receberão também alimentação suplementar<br />
com silagem. “Antes <strong>de</strong> fazer a<br />
integração, faltava alimento para o gado<br />
e agora estamos tendo até sobra <strong>de</strong> comida<br />
e os animais ganhando peso. Com<br />
o apoio da <strong>Coamo</strong> e da Credicoamo estamos<br />
realizando novos investimentos, para<br />
<strong>de</strong>ixar o sistema produtivo ainda mais<br />
sustentável”, observa Trentin.<br />
O engenheiro agrônomo Elvison<br />
Alves da Cruz, da <strong>Coamo</strong> em Itaporã,<br />
ressalta que para a integração lavoura<br />
pecuária é importante um bom planejamento.<br />
“É uma prática que visa além da<br />
rotação <strong>de</strong> cultura a diversificação <strong>de</strong><br />
manejos, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos ter a preservação<br />
<strong>de</strong> tecnologias para manejo <strong>de</strong><br />
pragas e doenças, assim como aumento<br />
na biomassa que diretamente auxilia<br />
na reciclagem <strong>de</strong> nutrientes e obtenção<br />
<strong>de</strong> lucros na diversificação, assim como<br />
ganhos diretos no manejo <strong>de</strong> pragas e<br />
doenças”, diz.<br />
Ele ressalta que no caso do seu<br />
Irineu, o primeiro passo foi visualizar<br />
como estava a estrutura química do solo,<br />
por meio <strong>de</strong> uma boa análise com a agricultura<br />
<strong>de</strong> precisão da <strong>Coamo</strong>. “Diante<br />
dos resultados, foram realizadas as correções<br />
necessárias. Outro ganho visível é o<br />
manejo <strong>de</strong> plantas daninhas que se torna<br />
muito mais cômodo, por ter uma diminuição<br />
consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> sementes.<br />
Outro benefício foi o aumento dos teores<br />
<strong>de</strong> matéria orgânica. Há três anos os teores<br />
médios eram <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3,5%, e hoje<br />
após uma reanalise, estão em cerca <strong>de</strong><br />
4,75 % no mesmo local. Um gran<strong>de</strong> avanço<br />
quando comparado com os sistemas<br />
convencionais que po<strong>de</strong>m levar até cerca<br />
<strong>de</strong> seis a <strong>de</strong>z anos”, explica Cruz.<br />
18 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
Cooperado Antonio Irineu Trentin e o agrônomo Elvison Alves da Cruz acompanham área com<br />
braquiária que serviu <strong>de</strong> alimento para o gado no inverno. No verão, local receberá plantio <strong>de</strong> soja<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 19
CARROSSEL DE LEITE<br />
Sistema implantado pela família Arsego, em Xanxerê (SC),<br />
permite or<strong>de</strong>nhar 48 vacas em menos <strong>de</strong> 15 minutos<br />
A<br />
história da família Arsego com a produção <strong>de</strong><br />
leite começou há cerca <strong>de</strong> 60 anos. Quem iniciou<br />
a ativida<strong>de</strong> foi o patriarca Waldir Arsego.<br />
Quando chegou em Xanxerê (Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina),<br />
o cenário era <strong>de</strong> mato. Waldir então preparou o<br />
terreno e começou plantando cereais. Depois, comprou<br />
duas vacas para consumo do leite, e foi evoluindo,<br />
até começar a comercializar o produto.<br />
Atualmente, os responsáveis pela proprieda<strong>de</strong><br />
são os dois filhos <strong>de</strong> Waldir: Eleandro e Laudir.<br />
Eleandro conta que começou a ativida<strong>de</strong> quando<br />
era criança, aos oito anos. Segundo ele, tiravam leite<br />
<strong>de</strong> forma manual e aos poucos foram crescendo<br />
e se <strong>de</strong>senvolvendo. “Começamos a entregar leite<br />
na cida<strong>de</strong>, no tempo em que guardávamos leite no<br />
freezer. Com o tempo fomos nos mo<strong>de</strong>rnizando,<br />
cada vez mais. Nosso sistema era <strong>de</strong> piquetes, vaca<br />
a pasto. Hoje estamos trabalhando com 820 animais<br />
em produção, no sistema compost barn”, explica.<br />
Diariamente, são produzidos cerca <strong>de</strong> 24 mil<br />
litros <strong>de</strong> leite. Isso é possível graças a tecnologia utilizada<br />
na proprieda<strong>de</strong>. Há pouco mais <strong>de</strong> um ano, a<br />
família investiu no sistema carrossel, para or<strong>de</strong>nha<br />
das vacas. Com o equipamento é possível or<strong>de</strong>nhar<br />
48 vacas em menos <strong>de</strong> 15 minutos. As 820 vacas levam<br />
em torno <strong>de</strong> três horas e meia para serem or<strong>de</strong>nhadas.<br />
O trabalho começa às quatro horas da manhã,<br />
com a primeira or<strong>de</strong>nha. A segunda meio-dia e<br />
a última às 20 horas. Outra vantagem do sistema é<br />
a mão <strong>de</strong> obra reduzida, já que o animal entra e sai<br />
sozinho do carrossel.<br />
Todas as vacas em lactação na proprieda<strong>de</strong><br />
são monitoradas com dois chips eletrônicos individuais,<br />
que me<strong>de</strong>m a produção diária, avisa se as<br />
20 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
tecnologia<br />
As 820 vacas levam em torno <strong>de</strong> três horas e meia para serem or<strong>de</strong>nhadas<br />
Eleandro Arsego, cooperado em Xanxerê (SC)<br />
vacas estão no cio, o horário a<strong>de</strong>quado para inseminação<br />
artificial e mandam sinal <strong>de</strong> alerta indicando<br />
quando as vacas ficam doentes.<br />
De acordo com Eleandro, o que limita o<br />
crescimento da produção é a dificulda<strong>de</strong> para se<br />
produzir alimento. “O carrossel tem capacida<strong>de</strong><br />
para or<strong>de</strong>nhar 1500 vacas por dia, mas falta área<br />
para produzir forrageiras, silagem, pré-secados para<br />
os animais”, observa.<br />
A alimentação é fornecida conforme a produção<br />
<strong>de</strong> cada animal. As vacas são divididas em lotes.<br />
“Os animais em alta produção ganham silagem<br />
<strong>de</strong> milho, a base da alimentação. O concentrado é<br />
produzido na proprieda<strong>de</strong>, composto por casca <strong>de</strong><br />
soja, farelo <strong>de</strong> soja, minerais, caroço <strong>de</strong> algodão e<br />
pré-secados <strong>de</strong> alfafa e silagem.”<br />
O volumoso usado para alimentação dos<br />
animais é produzido nos 200 hectares <strong>de</strong> lavoura.<br />
A <strong>Coamo</strong> auxilia na parte técnica e no fornecimento<br />
<strong>de</strong> insumos, para produzir mais alimentos, com<br />
a melhor qualida<strong>de</strong>. “Temos um trabalho <strong>de</strong> vários<br />
anos com a cooperativa. Fizemos esse ano a análise<br />
do solo, investimos em agricultura <strong>de</strong> precisão, para<br />
produzir mais alimentos por hectare e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
melhor. Por consequência, a produção dos animais<br />
também aumenta por conta da boa alimentação”,<br />
acrescenta o cooperado.<br />
A engenheira agrônoma Denise Schimieguel,<br />
da <strong>Coamo</strong> em Xanxerê, afirma que a família<br />
Arsego <strong>de</strong>senvolve um trabalho buscando alcançar<br />
bons resultados. “A principal ativida<strong>de</strong> na proprieda<strong>de</strong><br />
é o milho. Então, buscamos aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />
e qualida<strong>de</strong> na silagem, que é o principal<br />
produto utilizado na fazenda. Um exemplo disso é<br />
a adoção <strong>de</strong> agricultura <strong>de</strong> precisão e o cuidado físico<br />
do solo.” Segundo a agrônoma, o cooperado<br />
faz um trabalho <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> plantas daninhas,<br />
pragas e doenças que ocorrem no <strong>de</strong>correr da<br />
lavoura e tem boas práticas agronômicas, fazendo<br />
com que sejam alcançados bons resultados.<br />
Eleandro confere alimentação dos animais<br />
Engenheira agrônoma Denise Schimieguel, da <strong>Coamo</strong> em Xanxerê (SC)<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 21
sementes<br />
PARA COMEÇAR BEM A SAFRA DE VERÃO<br />
A<br />
instalação da lavoura <strong>de</strong> soja requer um planejamento<br />
a<strong>de</strong>quado, pois é uma etapa que<br />
<strong>de</strong>termina o início <strong>de</strong> um ciclo produtivo <strong>de</strong><br />
aproximadamente 130 a 140 dias. Sabe-se que o<br />
sucesso está diretamente ligado ao plantio. A gerência<br />
<strong>de</strong> Sementes da <strong>Coamo</strong> elaborou algumas<br />
recomendações técnicas que <strong>de</strong>vem ser levadas em<br />
consi<strong>de</strong>ração para uma boa semeadura.<br />
Observa-se em nível <strong>de</strong> campo que pequenas<br />
variações <strong>de</strong> população não afetam significativamente<br />
o rendimento das lavouras, visto que os<br />
próprios obtentores recomendam uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> semeadura com intervalo <strong>de</strong> aproximadamente<br />
20% em média, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as plantas estejam bem<br />
distribuídas e sem muitas falhas.<br />
Todas as cultivares apresentam uma época<br />
tolerada e outra preferencial <strong>de</strong> plantio para que<br />
respondam com todo potencial produtivo.<br />
A temperatura média do solo para uma<br />
emergência rápida e uniforme das plântulas <strong>de</strong> soja<br />
vai <strong>de</strong> 20 a 30º C, sendo o i<strong>de</strong>al 25º C. Temperatura<br />
inferior a 18º C torna o processo <strong>de</strong> germinação e<br />
emergência mais lento, po<strong>de</strong>ndo resultar em drástica<br />
redução do estan<strong>de</strong>. Ocorre predominantemente,<br />
on<strong>de</strong> a semeadura é realizada anteriormente à<br />
época preferencial.<br />
A umida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al para germinação e emergência<br />
da semente da soja requer absorção <strong>de</strong> água<br />
<strong>de</strong> pelo menos 50% do peso seco para iniciar o processo.<br />
Além da umida<strong>de</strong>, as condições físicas do solo<br />
também são importantes para que ocorra o melhor<br />
contato entre solo e semente. Vale lembrar que semeadura<br />
realizada com insuficiência hídrica, é extremamente<br />
prejudicial ao processo <strong>de</strong> germinação.<br />
22 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS<br />
Cada agricultor <strong>de</strong>ve estar atento<br />
aos mecanismos do seu equipamento <strong>de</strong><br />
plantio. Dentre eles, o tipo <strong>de</strong> dosador <strong>de</strong><br />
semente, o limitador <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e o<br />
compactador <strong>de</strong> sulco, on<strong>de</strong> os mesmos<br />
<strong>de</strong>vem estar em boas condições.<br />
A velocida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> plantio é <strong>de</strong><br />
4 a 6 km/h para que não haja interferência<br />
na uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição ou cause<br />
dano mecânico à semente.<br />
A profundida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al oscila <strong>de</strong><br />
3 a 5 cm, com cuidado para posição semente<br />
e adubo, o qual <strong>de</strong>ve ficar abaixo<br />
da semente, evitando o contato direto,<br />
pois a salinização do fertilizante prejudica<br />
a germinação e emergência das plântulas<br />
<strong>de</strong> soja.<br />
Um item <strong>de</strong> extrema importância<br />
é a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> semeadura, pois para<br />
cada cultivar existe uma recomendação <strong>de</strong><br />
população <strong>de</strong> plantas por hectare. Para se<br />
obter um estan<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al, <strong>de</strong>ve-se calcular o<br />
número <strong>de</strong> sementes a serem distribuídas.<br />
Para isso, se faz necessário conhecer o percentual<br />
<strong>de</strong> germinação do lote <strong>de</strong> semente.<br />
O padrão brasileiro para produção<br />
e comercialização <strong>de</strong> semente <strong>de</strong><br />
soja é <strong>de</strong> no mínimo 75% para categoria<br />
Básica e mínimo 80% para as categorias<br />
C1, C2, S1 e S2.<br />
SEMENTES DE QUALIDADE<br />
A <strong>Coamo</strong> é produtora e certificadora<br />
da própria semente seguindo rigorosamente<br />
a legislação e normas vigentes.<br />
A cooperativa conta com Laboratório <strong>de</strong><br />
Análise <strong>de</strong> Sementes cre<strong>de</strong>nciado pelo<br />
Ministério da Agricultura. Os lotes passam<br />
por diversos testes oficiais como pureza,<br />
<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> outras sementes por número,<br />
teste <strong>de</strong> germinação e realiza testes<br />
para controle interno <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Antes<br />
da entrega da semente ao cooperado, a<br />
<strong>Coamo</strong> realiza internamente o teste <strong>de</strong><br />
solo como controle interno <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
garantindo assim segurança e confiabilida<strong>de</strong><br />
aos agricultores.<br />
Aliado a todas estas práticas e cuidados<br />
relacionados, vale ressaltar a prática<br />
do tratamento <strong>de</strong> sementes, a qual traz<br />
muitos benefícios ao cooperado.<br />
Com nova embalagem, Sementes <strong>Coamo</strong> sendo preparadas para os cooperados<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 23
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24 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
credicoamo<br />
SEGURO PARA O VERÃO<br />
Agências da Credicoamo estão<br />
contratando seguro agrícola dos<br />
custeios que financiaram a safra<br />
<strong>de</strong> verão <strong>2022</strong>/23<br />
O<br />
planejamento do plantio <strong>de</strong> safra exige uma<br />
série <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões do produtor rural, que nem<br />
sempre estão relacionadas ao manejo das lavouras.<br />
Mais do que adquirir insumos, se faz necessário<br />
consi<strong>de</strong>rar na gestão do investimento da cultura o<br />
seguro agrícola. Esta <strong>de</strong>cisão, além <strong>de</strong> ser um indutor<br />
<strong>de</strong> tecnologia, garante aos associados a estabilida<strong>de</strong><br />
e a permanência na ativida<strong>de</strong> agrícola. As agências da<br />
Credicoamo já estão contratando seguro agrícola dos<br />
custeios que financiaram a safra <strong>de</strong> verão <strong>2022</strong>/2023.<br />
“A<strong>de</strong>rir ao seguro agrícola é uma forma do associado<br />
garantir o retorno do investimento realizado na<br />
implantação e condução da lavoura em caso <strong>de</strong> frustração<br />
<strong>de</strong> safra. Uma gestão sustentável é incorporar o<br />
seguro agrícola como mais um insumo no planejamento<br />
dos custos <strong>de</strong> produção. É um instrumento que vem<br />
substituir a produção esperada em caso <strong>de</strong> eventos climáticos<br />
cobertos pelo seguro. É a fonte <strong>de</strong> receita que<br />
vem substituir a receita da produção não colhida”, diz o<br />
diretor <strong>de</strong> Negócios da Credicoamo, Dilmar Peri.<br />
De acordo com ele, os associados que costumeiramente<br />
vêm financiando o seu custeio na Credicoamo<br />
terão seguro agrícola. Peri explica que neste<br />
ano, em função dos fatos ocorridos na safra 2021/22<br />
<strong>de</strong>vido aos problemas climáticos, as seguradoras impuseram<br />
algumas condições mínimas para aceitação<br />
do seguro. Contudo, nada que possa impedir a contratação.<br />
Ele cita como exemplo, a área mínima para<br />
contração do seguro que ficou em 20 hectares em<br />
caso <strong>de</strong> talhões específicos. “Todo o associado que<br />
tem cobertura por talhão na sua proprieda<strong>de</strong>, o mesmo<br />
terá que ser <strong>de</strong> no mínimo <strong>de</strong> 20 hectares”, frisa.<br />
O seguro por média <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> do<br />
associado é um diferencial em relação ao mercado<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 25
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“A<strong>de</strong>rir ao seguro agrícola é uma forma do associado<br />
garantir o retorno do investimento realizado na<br />
implantação e condução da lavoura em caso <strong>de</strong><br />
frustração <strong>de</strong> safra. Uma gestão sustentável é<br />
incorporar o seguro agrícola como mais um insumo no<br />
planejamento dos custos <strong>de</strong> produção."<br />
com base na realida<strong>de</strong> do associado. É um seguro<br />
que toma como base a média histórica do próprio<br />
associado, o que representa uma garantia <strong>de</strong><br />
produção maior que os padrões do IBGE. Para esta<br />
condição a produtivida<strong>de</strong> é apurada com base na<br />
média <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> que o cooperado entregou<br />
na <strong>Coamo</strong>, nos últimos cinco anos. “Este diferencial<br />
foi construído ao longo <strong>de</strong> vários anos <strong>de</strong> acompanhamento<br />
e da <strong>de</strong>monstração da atuação da área<br />
técnica da <strong>Coamo</strong> na orientação da condução das<br />
lavouras e dos métodos <strong>de</strong> tecnologia aplicados<br />
para o aumento da produtivida<strong>de</strong> do associado. E<br />
como garantia ficou estabelecido o mínimo <strong>de</strong> 65%<br />
da média dos últimos cinco anos e o máximo <strong>de</strong><br />
70% <strong>de</strong>ssa média”, diz Peri.<br />
Em relação aos preços, a pedido do presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho <strong>de</strong> Administração da Credicoamo,<br />
José Aroldo Gallassini, um incentivador do seguro<br />
agrícola, ficou acertado com as seguradoras o<br />
mínimo <strong>de</strong> R$ 130 e máximo <strong>de</strong> R$ 150 por saca <strong>de</strong><br />
soja. “Fica a critério do associado <strong>de</strong>finir o melhor<br />
valor a ser segurado”, ressalta o diretor.<br />
O bom <strong>de</strong>senvolvimento da lavoura começa<br />
com a escolha <strong>de</strong> uma boa semente com teor alto<br />
<strong>de</strong> germinação e que seja homogêneo para se ter<br />
um estan<strong>de</strong> com ótimo potencial produtivo. Outro<br />
<strong>de</strong>talhe que tem que ser evi<strong>de</strong>nciado é o seguro <strong>de</strong><br />
replantio. Peri esclarece, que a cobertura <strong>de</strong> replantio<br />
passa a valer 24 horas após o plantio, po<strong>de</strong>ndo<br />
alcançar até 70% da área plantada e com a planta<br />
estando em no máximo 15 centímetros <strong>de</strong> altura. A<br />
área mínima para o replantio é <strong>de</strong> 20% do local atingido,<br />
com o mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z hectares. “Então, qual<br />
<strong>de</strong>sses fatores for o menor, será a <strong>de</strong>finição da seguradora<br />
para fazer a cobertura do replantio.”<br />
Dilmar lembra, também, quais os tipos <strong>de</strong><br />
solo que po<strong>de</strong>m receber seguro agrícola. “O tipo 1<br />
não tem cobertura <strong>de</strong> seguro, somente os tipos 2 e<br />
3. Já é <strong>de</strong> rotina do associado na hora <strong>de</strong> contratar<br />
o seguro ou o financiamento agrícola apresentar as<br />
análises <strong>de</strong> solo”, pon<strong>de</strong>ra observando que as coberturas<br />
rotineiras são seca, incêndio, inundação,<br />
raio, granizo, tromba d'água, variações excessivas<br />
<strong>de</strong> temperatura e vendaval.<br />
“Situações ocasionadas por doenças e pragas<br />
que tem controle não se enquadram nas coberturas<br />
<strong>de</strong> seguros agrícolas. O associado que tiver<br />
alguma dúvida sobre a contratação <strong>de</strong> seguro<br />
agrícola <strong>de</strong>ve procurar a agência da Credicoamo ou<br />
o agrônomo que dá assistência técnica para evitar<br />
transtornos futuros”, reitera Peri.<br />
Outro ponto a <strong>de</strong>stacar, é o reconhecimento<br />
das seguradoras pela condução profissional e séria,<br />
dada ao seguro agrícola pela Credicoamo e <strong>Coamo</strong>,<br />
assistência técnica, perícia e postura do associado.<br />
“Essas qualificações vêm permitido se obter agilida<strong>de</strong><br />
nas análises com benefício na conclusão dos processos<br />
<strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizações. Salientamos que a <strong>de</strong>mora<br />
das in<strong>de</strong>nizações da safra 2021/22 se <strong>de</strong>u pelo gran<strong>de</strong><br />
volume <strong>de</strong> acionamento”, relata Alcir José Goldoni,<br />
presi<strong>de</strong>nte Executivo da Credicoamo.<br />
Dilmar Peri, diretor <strong>de</strong> Negócios da Credicoamo<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 27
informe técnico<br />
Trigo: um aliado no manejo integrado <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s da soja<br />
DR. PAULO KUHNEM<br />
Fitopatologista da Biotrigo Genética<br />
De acordo com a Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />
Nematologia, os nematoi<strong>de</strong>s causam prejuízos <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> R$ 16 bilhões ao ano somente na cultura da<br />
soja. Diversas medidas <strong>de</strong> controle integradas têm<br />
sido utilizadas para mitigar essas perdas, tais como<br />
o uso <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> soja resistentes, o tratamento<br />
<strong>de</strong> sementes com nematicidas e a rotação <strong>de</strong> culturas<br />
com espécies não hospe<strong>de</strong>iras. Tais medidas têm seu<br />
foco <strong>de</strong> controle apenas durante a estação <strong>de</strong> cultivo<br />
<strong>de</strong> verão. No entanto, o manejo durante a entressafra<br />
tem auxiliado no combate aos nematoi<strong>de</strong>s, e a cultura<br />
do trigo tem se mostrado uma aliada na redução<br />
populacional <strong>de</strong>ssas pragas, além <strong>de</strong> proporcionar<br />
rentabilida<strong>de</strong> no inverno para o produtor.<br />
Dentre as principais espécies que infectam<br />
a soja no Brasil, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar o nematoi<strong>de</strong> das<br />
galhas (Meloidogyne javanica e M. incognita), nematoi<strong>de</strong><br />
das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus),<br />
nematoi<strong>de</strong> do cisto (Hetero<strong>de</strong>ra glycines) e nematoi<strong>de</strong><br />
reniforme (Rotylenchulus reniformis).<br />
A prevalência da espécie ou a intensida<strong>de</strong> e<br />
extensão dos sintomas nas lavouras <strong>de</strong> soja variam<br />
<strong>de</strong>vido a diversos fatores. Dentre os fatores relacionados<br />
ao solo, a ocorrência <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s tem sido<br />
associada a solos com baixa fertilida<strong>de</strong>, baixo teor<br />
<strong>de</strong> matéria orgânica e mais sujeitos ao déficit hídrico.<br />
Em solos argilosos, com altos teores <strong>de</strong> matéria orgânica<br />
e em regiões com boa distribuição <strong>de</strong> chuvas,<br />
os sintomas da parte aérea po<strong>de</strong>m não serem vistos,<br />
fazendo com que a presença <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s nas lavouras<br />
passe <strong>de</strong>sapercebida, o que tem levado erroneamente<br />
à conclusão <strong>de</strong> que nematoi<strong>de</strong>s não têm<br />
potencial <strong>de</strong> perdas econômicas nessas áreas.<br />
Sintomatologia<br />
Créditos: Ricardo Casa e Cristiano Bellé<br />
Créditos: Ricardo Casa e Paulo Kuhnem<br />
Os sintomas primários são observados no<br />
sistema radicular. O nematoi<strong>de</strong> das galhas causa o<br />
engrossamento das raízes, formando galhas <strong>de</strong> número<br />
e tamanhos variados. Já os sintomas do nematoi<strong>de</strong><br />
das lesões consistem em um sistema radicular<br />
menos volumoso, pouco <strong>de</strong>senvolvido e raízes parcial<br />
ou totalmente escuras.<br />
Sistema radicular <strong>de</strong> soja com formação <strong>de</strong> galhas causadas por Meloidogyne<br />
sp. e lesões escuras causadas por Prathylencus brachyurus<br />
Os sintomas <strong>de</strong> ambos os nematoi<strong>de</strong>s são<br />
normalmente observados em reboleiras, com plantas<br />
amareladas e menos <strong>de</strong>senvolvidas. Ao analisar<br />
a parte aérea das plantas nessas reboleiras, as infectadas<br />
pelo nematoi<strong>de</strong> das galhas apresentam folhas<br />
com manchas cloróticas ou necrose entre as nervuras,<br />
sintoma conhecido como folha “carijó”. Já as<br />
plantas infectadas pelo nematoi<strong>de</strong> das lesões apresentam<br />
nanismo, clorose e murcha nas horas mais<br />
quentes do dia.<br />
Lavoura <strong>de</strong> soja com reboleiras causadas por nematoi<strong>de</strong> e sintomas <strong>de</strong> folha carijó<br />
28 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
Ao i<strong>de</strong>ntificar esses sintomas, é importante<br />
se ter claro que a erradicação dos nematoi<strong>de</strong>s é uma<br />
tarefa extremamente difícil, sendo necessária a adoção<br />
<strong>de</strong> uma estratégia baseada em medidas integradas<br />
<strong>de</strong> manejo que visem a redução populacional e<br />
minimizem as condições favoráveis ao seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
O uso <strong>de</strong> cultivares resistentes é uma das<br />
principais medidas a serem utilizadas. Utiliza-se o<br />
fator <strong>de</strong> reprodução (FR) para caracterizar o nível <strong>de</strong><br />
resistência <strong>de</strong> uma cultivar aos nematoi<strong>de</strong>s.<br />
FR <strong>de</strong> cultivares aos nematoi<strong>de</strong>s<br />
Menor que 1 – não houve reprodução, cultivar é resistente<br />
Entre 1 e 2 - baixa taxa <strong>de</strong> reprodução, cultivar é mo<strong>de</strong>radamente<br />
resistente<br />
Acima <strong>de</strong> 2 – maior taxa <strong>de</strong> reprodução, cultivar é<br />
mo<strong>de</strong>radamente suscetível ou suscetível<br />
O papel do trigo na redução da população <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s<br />
Dentre as culturas disponíveis no inverno, o<br />
trigo é uma alternativa com rentabilida<strong>de</strong> econômica<br />
para o produtor que, além <strong>de</strong> proporcionar diversos<br />
benefícios ao sistema, também tem apresentado,<br />
em diversos genótipos, potencial na redução da<br />
população <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s.<br />
Resultados <strong>de</strong> um ensaio realizado em 2021<br />
pela Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá (UEM), em<br />
Umuarama/PR, para avaliar em condições controladas<br />
a reação <strong>de</strong> quatro cultivares <strong>de</strong> trigo (TBIO<br />
Calibre, Astro, Duque e Aton) às duas espécies <strong>de</strong><br />
nematoi<strong>de</strong> das galhas indicam, na média, um fator<br />
<strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> 0,64 para M. incognita e 1,40 para<br />
M. javanica. Comparados com a soja testemunha do<br />
experimento, a redução média na população foi <strong>de</strong><br />
79% para M. incognita e <strong>de</strong> 75% para M. javanica. As<br />
cultivares <strong>de</strong> trigo avaliadas praticamente não diferiram<br />
entre si quanto à reação a ambas as espécies <strong>de</strong><br />
nematoi<strong>de</strong>s das galhas. No entanto, o FR apresentou<br />
variação <strong>de</strong> 0,33 a 1,11 para M. incognita e 0,36<br />
a 0,89 para M. javanica. Tais resultados <strong>de</strong>monstram<br />
a viabilida<strong>de</strong> da utilização da cultura do trigo no manejo<br />
integrado <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
se conhecer a reação <strong>de</strong>ssas e <strong>de</strong> outras cultivares<br />
separadamente para cada espécie.<br />
Já em ensaio <strong>de</strong> campo realizado em Campo<br />
Mourão/PR, em 2018, após avaliar o efeito <strong>de</strong><br />
diferentes sistemas <strong>de</strong> manejo, como pousio, milho<br />
segunda safra, aveia e trigo sob a população <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong><br />
das galhas, observou-se que o híbrido <strong>de</strong><br />
milho utilizado aumentou em oito vezes a população<br />
inicial, com fator <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> 8,1. Enquanto<br />
isso, os manejos <strong>de</strong> aveia e trigo tiveram FR <strong>de</strong> 0,24<br />
e 0,43, respectivamente, <strong>de</strong>monstrando que o uso<br />
das varieda<strong>de</strong>s testadas para essas culturas reduziu<br />
efetivamente a população <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s no campo.<br />
Vale ressaltar que o pousio também apresentou um<br />
FR baixo, <strong>de</strong> 0,71. No entanto, nesse experimento<br />
foi realizado um controle eficaz <strong>de</strong> plantas daninhas,<br />
as quais são hospe<strong>de</strong>iras do nematoi<strong>de</strong> das galhas.<br />
Além <strong>de</strong> não gerar renda no inverno, o pousio mantém<br />
o solo <strong>de</strong>sprotegido.<br />
Fica evi<strong>de</strong>nte a existência <strong>de</strong> uma variabilida<strong>de</strong><br />
genética no trigo que <strong>de</strong>manda a caracterização<br />
da reação <strong>de</strong> cada cultivar para cada espécie <strong>de</strong><br />
nematoi<strong>de</strong>. Entretanto, cultivares <strong>de</strong> trigo têm mostrado<br />
potencial para auxiliar na redução populacional<br />
<strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong> das galhas, po<strong>de</strong>ndo ser utilizadas<br />
como uma das estratégias <strong>de</strong> manejo integrada <strong>de</strong>stas<br />
pragas, além dos <strong>de</strong>mais benefícios já conhecidos<br />
da cultura e da rentabilida<strong>de</strong> econômica para o<br />
produtor.<br />
Confira o artigo na íntegra,<br />
com todos os gráficos dos<br />
experimentos.<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 29
Fernanda Luísa Stein Fabrício<br />
com os filhos Heloísa e Felipe,<br />
em Mangueirinha (PR)<br />
SUCESSÃO AMPARADA<br />
PELO COOPERATIVISMO<br />
Cooperada em Mangueirinha (Sudoeste do<br />
Paraná), Fernanda Luísa Stein Fabrício está<br />
à frente da proprieda<strong>de</strong>, junto com os dois<br />
filhos, Heloísa, 13 anos, e Felipe, 16 anos, após o falecimento<br />
do esposo, Elisandro Fabrício, há pouco<br />
mais <strong>de</strong> um ano.<br />
Fernanda é filha e neta <strong>de</strong> agricultores, já<br />
vinha <strong>de</strong> uma família do campo, mas resolveu fazer<br />
faculda<strong>de</strong> e trabalhar em outra área. “Meu pai sempre<br />
foi pequeno agricultor e eu, quando fui estudar,<br />
acabei fazendo faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> química. Comecei<br />
trabalhando como professora. A intenção era fazer<br />
bioquímica ou farmácia, mas no <strong>de</strong>correr do tempo,<br />
me casei e voltei a morar no interior. Até atuei como<br />
professora durante seis anos. E aí, quando vieram os<br />
filhos, fiquei em casa para cuidar <strong>de</strong>les e ajudar o<br />
esposo.” A cooperada sempre atuou ao lado do esposo<br />
na agricultura.<br />
Na proprieda<strong>de</strong>, a família trabalha com agricultura<br />
e pecuária. São 130 alqueires <strong>de</strong> lavoura e<br />
criação <strong>de</strong> gado, com integração lavoura pecuária.<br />
“O meu esposo sempre trabalhou com pecuária e<br />
a gente continua no ramo por gostar também. Hoje<br />
eu vejo que o Felipe e a Heloísa gostam muito do<br />
gado.”<br />
A gestão fica com a matriarca, e os dois jovens<br />
se divi<strong>de</strong>m entre ajudar a mãe com a parte burocrática,<br />
e o operacional. “O Felipe auxilia na gestão<br />
e na parte operacional, que ele gosta. A Heloísa<br />
é minha assistente, por ser mais nova ainda, mas<br />
quando po<strong>de</strong>, ajuda no operacional. Temos funcionários<br />
com bastante experiência e nos dão suporte<br />
para tocar o negócio”, afirma.<br />
Após o falecimento do esposo, Fernanda diz<br />
30 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
Família conta com apoio da <strong>Coamo</strong> e<br />
Credicoamo. Engenheiro agronômo Cristiano<br />
Fabbris é responsável pela assistência técnica<br />
que não pensou em nenhum momento em <strong>de</strong>sistir.<br />
“Eu não hesitei em dizer que pegaria essa responsabilida<strong>de</strong>,<br />
que ia dar conta e assumir. Foi e ainda é difícil,<br />
uma situação inesperada. Mas, com meus filhos<br />
ao meu lado, me apoiando em tudo, me motivam<br />
a continuar. São meu suporte, tudo o que eu estou<br />
fazendo é por eles.”<br />
De acordo com ela, o apoio da <strong>Coamo</strong> e<br />
Credicoamo foi fundamental para a continuida<strong>de</strong><br />
na ativida<strong>de</strong>. “Sou muito grata as cooperativas que<br />
nos ajudaram e incentivaram a continuar com a ativida<strong>de</strong><br />
agrícola. Todos prestaram solidarieda<strong>de</strong>, com<br />
muita humanida<strong>de</strong> nesse momento difícil, além do<br />
fundamental que é a credibilida<strong>de</strong> que eles passam”,<br />
comenta Fernanda.<br />
A cooperada concluiu o curso <strong>de</strong> Jovens<br />
Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas, agregando mais conhecimento<br />
que já está sendo aplicado na proprieda<strong>de</strong>.<br />
Para ela, o curso é fantástico, pois permite abrir um<br />
leque <strong>de</strong> aprendizado. “Eu consi<strong>de</strong>ro muito bom,<br />
um divisor <strong>de</strong> águas. Agora é o momento <strong>de</strong> estar<br />
aberta a apren<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> buscar conhecimento. Esse<br />
curso veio num momento muito importante.”<br />
O engenheiro agrônomo da <strong>Coamo</strong> em<br />
Mangueirinha, Cristiano Fabbris conta que a família<br />
Fabrício é parceira da cooperativa há anos, e o trabalho<br />
na proprieda<strong>de</strong> sempre foi muito bem-feito,<br />
tanto na parte técnica quanto nas <strong>de</strong>mais áreas. “A<br />
Fernanda assumiu a proprieda<strong>de</strong> recentemente,<br />
mas já vinha acompanhando as ativida<strong>de</strong>s e participando<br />
dos eventos que a <strong>Coamo</strong> oferece. Claro<br />
que há muita coisa nova. É um <strong>de</strong>safio. Mas, ela está<br />
se saindo muito bem. Participando da formação <strong>de</strong><br />
Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas, observamos ainda<br />
mais essa evolução da cooperada, que apren<strong>de</strong> sobre<br />
vários temas, como gestão, e consegue ver as<br />
coisas <strong>de</strong> uma forma diferente do que se vinha trabalhando”,<br />
conclui Fabbris.<br />
Fernanda concluiu o curso <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas,<br />
agregando mais conhecimento que já está sendo aplicado na proprieda<strong>de</strong><br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 31
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EM BUSCA DE NOVAS OPORTUNIDADE NO MS<br />
Cooperado Cláudio Fulaneto Júnior é <strong>de</strong> Araruna (PR) e cultiva lavouras em Ban<strong>de</strong>irantes (MS) há quatro. Na imagem com engenheiro agrônomo Ronaldo Lopes Costa<br />
Há quatro anos, o agricultor<br />
Cláudio Fulaneto<br />
Júnior <strong>de</strong>cidiu<br />
buscar novos <strong>de</strong>safios e o<br />
crescimento na sua ativida<strong>de</strong><br />
agrícola. Ele saiu <strong>de</strong> Araruna,<br />
no Centro-Oeste do Paraná,<br />
e foi para a região <strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>irantes,<br />
distante 60 km da<br />
capital Campo Gran<strong>de</strong>, no<br />
Mato Grosso do Sul. “Vim<br />
conhecer e vi que as terras<br />
eram mais baratas do que na<br />
minha região, mas também<br />
produtivas, daí mu<strong>de</strong>i para<br />
cá e estou contente com esses<br />
primeiros anos”, conta o<br />
produtor.<br />
Cooperado da <strong>Coamo</strong><br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, o agricultor<br />
fez parte da 14ª turma do programa<br />
Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas.<br />
Ele planta uma<br />
área <strong>de</strong> 275 hectares, dos<br />
quais 100% <strong>de</strong> soja na safra<br />
<strong>de</strong> verão, e no inverno, cultiva<br />
50 hectares <strong>de</strong> sorgo, 10 <strong>de</strong><br />
milheto para sementes e 115<br />
no sistema <strong>de</strong> consórcio com<br />
braquiária, milheto e sorgo.<br />
“As terras são produtivas, fui<br />
corrigindo com agricultura <strong>de</strong><br />
precisão e acredito que com<br />
tecnologia e o apoio da <strong>Coamo</strong><br />
iremos aumentar nossas<br />
produtivida<strong>de</strong>s a cada nova<br />
safra”, diz.<br />
“Quando cheguei<br />
aqui não tinha uma <strong>Coamo</strong><br />
por perto, mas <strong>de</strong>morou só<br />
alguns anos para isso acontecer,<br />
pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> outubro<br />
do ano passado ela chegou<br />
e começou a operar aqui em<br />
Ban<strong>de</strong>irantes. Fiquei muito<br />
feliz, pois sei muito bem o<br />
que representa o nome e a<br />
confiança que a <strong>Coamo</strong> tem e<br />
do apoio <strong>de</strong>la para todos os<br />
cooperados”, comemora.<br />
Em Araruna, Cláudio<br />
Fulaneto Júnior andava 2 km<br />
para entregar suas safras na<br />
cooperativa, e atualmente sua<br />
proprieda<strong>de</strong> no MS fica a 60<br />
km do entreposto da <strong>Coamo</strong>.<br />
“Tudo fica mais fácil quando<br />
a gente tem uma <strong>Coamo</strong><br />
por perto, aqui em Ban<strong>de</strong>irantes<br />
teremos um mo<strong>de</strong>rno<br />
entreposto que está sendo<br />
construído e os produtores<br />
da região estão começando<br />
a conhecer como é o padrão<br />
<strong>Coamo</strong>. É um processo que<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong>morar um pouco,<br />
mas com certeza haverá uma<br />
participação gran<strong>de</strong> nos próximos<br />
anos e a <strong>Coamo</strong> irá colaborar<br />
para mudar a nossa<br />
agricultura da região”, prevê<br />
o cooperado.<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 33
visita<br />
Cooperativistas do Pará e da<br />
Costa Rica conhecem a <strong>Coamo</strong><br />
Comitiva da Coopernorte <strong>de</strong> Paragominas (Pará)<br />
Integrantes da Cooperativa <strong>de</strong> Produtores <strong>de</strong> Leite dos Pinos, <strong>de</strong> Alajuela, na Costa Rica<br />
Para conhecer o cooperativismo praticado pela <strong>Coamo</strong><br />
por meio dos serviços e produtos disponibilizados<br />
aos cooperados, o processo <strong>de</strong> governança e o<br />
trabalho nas unida<strong>de</strong>s, recentemente a cooperativa<br />
recebeu dois grupos <strong>de</strong> cooperativistas, sendo um<br />
da cooperativa agropecuária Coopernorte <strong>de</strong> Paragominas<br />
(Pará), e outro da Cooperativa <strong>de</strong> Produtores<br />
<strong>de</strong> Leite dos Pinos, <strong>de</strong> Alajuela, na Costa Rica,<br />
América Central.<br />
Os visitantes paraenses foram recepcionados<br />
pelo presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong> Administração<br />
da <strong>Coamo</strong>, José Aroldo Gallassini e o presi<strong>de</strong>nte<br />
Executivo da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari, que apresentaram<br />
aos 25 profissionais <strong>de</strong> diversas áreas um pouco<br />
da história, estrutura e os serviços da <strong>Coamo</strong> em<br />
prol do <strong>de</strong>senvolvimento dos mais <strong>de</strong> 30 mil cooperados.<br />
Eles visitaram também o parque industrial da<br />
cooperativa, em Campo Mourão.<br />
A Coopernorte foi fundada em 2011 e é a<br />
maior cooperativa <strong>de</strong> grãos do Pará, sediada em Paragominas,<br />
que é o município <strong>de</strong> maior produção <strong>de</strong><br />
commodities do Estado. Conta com atuação <strong>de</strong> 100<br />
cooperados que cultivam soja, milho, sorgo e milheto.<br />
Diego Andra<strong>de</strong>, gerente <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
<strong>de</strong> Cooperativas da OCB-Pará (Organização das<br />
Cooperativas do Estado do Pará), coor<strong>de</strong>nador da<br />
visita, <strong>de</strong>stacou a importância da visita à <strong>Coamo</strong> e<br />
ao cooperativismo paranaense. “Foi muito impor-<br />
tante conhecer <strong>de</strong> perto como funciona e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do cooperativismo do Paraná. Viemos à<br />
<strong>Coamo</strong> para ver e constatar <strong>de</strong> perto esse <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e atuação que coloca a cooperativa como<br />
referência entre as principais cooperativas e empresas<br />
do país. Vamos levar esta troca <strong>de</strong> experiência<br />
e partilhar estes conhecimentos com os paraenses<br />
para que o nosso agronegócio e o cooperativismo<br />
possam continuar crescendo cada vez mais.”<br />
costa rica<br />
Para a comitiva da Cooperativa <strong>de</strong> Produtores<br />
<strong>de</strong> Leite dos Pinos, com se<strong>de</strong> em Alajuela,<br />
na Costa Rica, na América Central, foi valiosa a<br />
visita à <strong>Coamo</strong>. A cooperativa é uma empresa <strong>de</strong><br />
alimentos 100% costarriquenha e lí<strong>de</strong>r na indústria<br />
<strong>de</strong> laticínios na América Central e Caribe, com<br />
uma vasta linha <strong>de</strong> produtos para consumo humano<br />
que ultrapassam 900 varieda<strong>de</strong>s. “Temos uma<br />
constante preocupação em melhorar nossas operações<br />
e fortalecer nossos cooperados, por isso<br />
viemos na <strong>Coamo</strong> para conhecer melhor esta cooperativa<br />
que é referência, pois buscamos melhorar<br />
continuamente nossas práticas e gestão, para que<br />
a cada dia sejam mais eficientes. Vamos compartilhar<br />
esta excelente experiência que vivemos aqui”,<br />
afirma Ricardo Martí, diretor Corporativo <strong>de</strong> Serviço<br />
aos Associados.<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 35
inovação<br />
ASSOCIADOS APROVAM NOVO<br />
APLICATIVO DA CREDICOAMO<br />
Foi lançado no dia 06 <strong>de</strong> junho o novo aplicativo<br />
da Credicoamo. A ferramenta está disponível<br />
para baixar no celular nas lojas no Google Play<br />
e App Store. Os associados também po<strong>de</strong>m procurar<br />
as agências para fazerem este processo e receberem<br />
orientações.<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento do novo aplicativo contou<br />
com a participação <strong>de</strong> vários associados e funcionários<br />
da Credicoamo, tornando-o mais prático,<br />
interativo e amigável. Foram utilizadas as tecnologias<br />
mais avançadas, oferecendo o que há <strong>de</strong> mais<br />
mo<strong>de</strong>rno e com segurança do mercado financeiro.<br />
Portanto, o aplicativo já nasceu mo<strong>de</strong>rno, completo<br />
e terá atualizações constantes visando o melhor<br />
atendimento das necessida<strong>de</strong>s dos associados.<br />
São inúmeros os <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> associados<br />
que aprovam o novo aplicativo, enaltecendo as<br />
qualida<strong>de</strong>s: “O aplicativo já era bom e agora ficou<br />
melhor. Prático, rápido, interativo, com excelente<br />
aparência e muita segurança. Utilizo todos os dias,<br />
seja para consultas ou realizar minhas operações. É<br />
a Credicoamo comigo on<strong>de</strong> eu estiver”, diz o associado<br />
Flávio Gregio, <strong>de</strong> Boa Ventura <strong>de</strong> São Roque<br />
(Centro do Paraná).<br />
Emílio Magne Guerreiro Júnior, <strong>de</strong> Campo<br />
Mourão (Centro-Oeste do Paraná), comenta que o<br />
José Luiz Conrado, diretor <strong>de</strong> Controladoria da Credicoamo<br />
aplicativo da Credicoamo traz todas as necessida<strong>de</strong>s<br />
dos associados. “Foi muito bom fazer parte <strong>de</strong>ssa<br />
experiência, po<strong>de</strong>r ver como funciona a criação e<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um aplicativo. O novo aplicativo<br />
vem com gran<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, não per<strong>de</strong> em<br />
nada para outros, e tem a nossa ‘cara’, mostrando<br />
que foi personalizado para o associado, ouvindo e<br />
visando nossas necessida<strong>de</strong>s. É um avanço que a<br />
Credicoamo traz para nós, associados.”<br />
Jonathan Henrique Welz Negri, <strong>de</strong> Engenheiro<br />
Beltrão (Centro-Oeste do Paraná), observa que o novo<br />
aplicativo da Credicoamo está ainda mais seguro, intuitivo,<br />
com mais integrações, novos relatórios, uma fonte<br />
<strong>de</strong> letra mais leve e com a força da cooperativa.<br />
José Luiz Conrado, diretor <strong>de</strong> Controladoria da<br />
Credicoamo, recorda que a Credicoamo sempre manteve<br />
o foco em disponibilizar canais digitais para facilitar<br />
e ampliar o atendimento aos associados, com segurança<br />
e agilida<strong>de</strong>. “Oferecemos uma ferramenta segura,<br />
beneficiando os associados que po<strong>de</strong>m fazer as operações<br />
financeiras <strong>de</strong> on<strong>de</strong> estiverem.”<br />
O diretor cita que entre as principais novida<strong>de</strong>s<br />
está a inicialização do aplicativo com o reconhecimento<br />
facial ou digital. “Incluímos, também,<br />
no aplicativo, por meio <strong>de</strong> inteligência artificial, uma<br />
ferramenta para que os serviços mais utilizados pelo<br />
associado venham no primeiro plano, com ênfase<br />
no Pix, facilitando a interação.”<br />
Conrado revela ainda que foram inseridos no<br />
novo aplicativo mais mecanismos <strong>de</strong> segurança para<br />
as transações via Pix. “São ações para se evitar ou dificultar<br />
golpes e frau<strong>de</strong>s na plataforma <strong>de</strong> pagamento<br />
instantâneo. O sistema conta com uma série <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong>s<br />
que visam i<strong>de</strong>ntificar a conduta do beneficiário<br />
para proteger as transações dos associados,<br />
evitando possíveis prejuízos em golpes e frau<strong>de</strong>s.”<br />
Conrado menciona que em setembro próximo,<br />
será incorporado no aplicativo mais duas<br />
36 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
melhorias: a primeira, solicitada pelos associados,<br />
apresentará as cotações <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> lousa praticados<br />
na <strong>Coamo</strong> para soja, milho e trigo e o preço do<br />
dólar comercial; e a segunda melhoria diz respeito à<br />
segurança <strong>de</strong> transações, para TEDs e Boletos, que<br />
é a validação dos <strong>de</strong>stinatários dos recursos, evitando<br />
golpes quando o <strong>de</strong>stinatário já tiver registro <strong>de</strong><br />
indícios <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> em meios <strong>de</strong> pagamento.<br />
Ainda no quesito segurança, Conrado informa<br />
que a atuação sistêmica da Cooperativa é<br />
ativa, no sentido <strong>de</strong> barrar operações suspeitas,<br />
e é proativa, pois monitora em tempo real todas<br />
as transações dos associados, com um sistema<br />
robusto que exige autenticação <strong>de</strong> senhas do associado<br />
para suas operações. Por fim, conclui que<br />
a Credicoamo e a <strong>Coamo</strong> investem recursos na<br />
disponibilização <strong>de</strong> sistemas seguros, mas que é<br />
necessário o associado estar atento para os golpes<br />
em aplicativos <strong>de</strong> mensagens, golpes <strong>de</strong> engenharia<br />
social e golpes <strong>de</strong> clonagem, conforme<br />
<strong>de</strong>stacados pelo Banco Central do Brasil e pela<br />
Febraban e publicados tanto no site Credicoamo<br />
quanto nesta revista <strong>Coamo</strong>.<br />
O presi<strong>de</strong>nte Executivo, Alcir José Goldoni,<br />
por sua vez, <strong>de</strong>staca que “a estratégia da Credicoamo<br />
é disponibilizar canais digitais que facilitam e<br />
agilizam as operações financeiras dos associados,<br />
mas tudo isso só terá efeito se o associado também<br />
ficar atento às mensagens que recebe pelo celular.<br />
Não <strong>de</strong>ve abrir nenhuma mensagem que venha suscitar<br />
dúvida. O associado antes <strong>de</strong> qualquer transferência<br />
que não é corriqueira, <strong>de</strong>ve validar com<br />
os familiares ou nas agências da Credicoamo. Principalmente<br />
em mensagens on<strong>de</strong> se observa muita<br />
vantagem em qualquer tipo <strong>de</strong> negócio ou quando<br />
se tem uma mensagem que envolve os familiares. A<br />
Credicoamo quer estar junto com o associado on<strong>de</strong><br />
ele estiver e com segurança, menciona o slogan”.<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 37
investimento<br />
OPORTUNIDADES NO PORTO DE ITAPOÁ<br />
Estrutura da <strong>Coamo</strong> em Itapoá contará com quatro terminais e extensão <strong>de</strong> frente para o mar <strong>de</strong> 400 metros quadrados<br />
Expandir e buscar novas oportunida<strong>de</strong>s e mercados<br />
fazem parte da essência da <strong>Coamo</strong>. Há cerca<br />
<strong>de</strong> oito anos a cooperativa <strong>de</strong>u mais um passo<br />
importante, quando iniciou as tratativas para adquirir<br />
um terminal no Porto <strong>de</strong> Itapoá, em Santa Catarina. Isso<br />
porque em 2014, existia um gargalo da produção. O<br />
Sul do país ficou estrangulado em relação aos portos e<br />
a <strong>Coamo</strong> precisou buscar outras opções.<br />
O Porto <strong>de</strong> Itapoá foi uma alternativa. É um<br />
terminal <strong>de</strong> uso privado, em que se po<strong>de</strong> operá-lo<br />
integralmente, conforme explica o diretor <strong>de</strong> Logística<br />
e Operações da <strong>Coamo</strong>, E<strong>de</strong>nilson Carlos<br />
<strong>de</strong> Oliveira. “Se ven<strong>de</strong>rmos um milho para julho <strong>de</strong><br />
2023, sabemos que a programação será cumprida<br />
exatamente nesta data, sem qualquer atraso. Diferente<br />
<strong>de</strong> Paranaguá, on<strong>de</strong> há navios <strong>de</strong> todos os players<br />
e tem 11 terminais, ligados a três berços, dificultando<br />
uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> embarque.”<br />
38 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
Aumento do<br />
recebimento da<br />
produção dos<br />
cooperados ao longo<br />
dos anos reforçam a<br />
necessida<strong>de</strong> da <strong>Coamo</strong><br />
estar preparada e não<br />
limitar o crescimento<br />
e remuneração do<br />
quadro social<br />
O presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong>, Airton<br />
Galinari, acrescenta que essa aquisição surgiu <strong>de</strong><br />
uma dificulda<strong>de</strong> que se estava tendo em Paranaguá,<br />
em função <strong>de</strong> filas e <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> navios para atracação.<br />
“Tínhamos compromissos que não conseguíamos<br />
aten<strong>de</strong>r em função <strong>de</strong>sses problemas. Foi uma<br />
época em que a regularização da fila <strong>de</strong> navios em<br />
Paranaguá estava um tanto quanto perturbada, com<br />
regras que não favoreciam a eficiência. Então, fomos<br />
buscar alternativas em diversos portos do Sul<br />
do país, que pu<strong>de</strong>ssem abrigar um porto próprio,<br />
uma vez que Paranaguá é um porto on<strong>de</strong> compartilhamos<br />
a atracação <strong>de</strong> navios com outros terminais.<br />
Nós queríamos ter controle na fila <strong>de</strong> navios para fazer<br />
uma logística mais eficiente.”<br />
Galinari explica que Itapoá foi uma oportunida<strong>de</strong>.<br />
“Fizemos aquisições estratégicas, da frente do<br />
mar para o fundo. Nosso terminal terá uma extensão<br />
<strong>de</strong> frente para o mar <strong>de</strong> 400 metros quadrados. Enquanto<br />
fazíamos essas aquisições, verificamos a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fazer mais <strong>de</strong> um berço <strong>de</strong> atracação.<br />
Então o projeto passou para a atracação <strong>de</strong> três navios<br />
simultaneamente. Com isso, po<strong>de</strong>remos realizar<br />
parcerias e, inclusive, já estamos com algumas sendo<br />
discutidas nos berços que a <strong>Coamo</strong> não irá operar.”<br />
Dentro <strong>de</strong>ste porto, portanto, a <strong>Coamo</strong> terá<br />
quatro terminais, um para grãos e farelos, um para<br />
fertilizantes, um para líquidos e outro para gases<br />
GLP - gás liquefeito <strong>de</strong> petróleo. “Não são negócios<br />
que a cooperativa irá explorar, mas como a área permite,<br />
é possível arrendar os terminais e gerar mais<br />
receita que possibilitará um melhor retorno da operacionalização<br />
que interessa <strong>de</strong> fato para a <strong>Coamo</strong>.<br />
Um exemplo, é a Supergasbrás, que arrendará um<br />
<strong>de</strong>stes espaços”, revela E<strong>de</strong>nilson Carlos <strong>de</strong> Oliveira.<br />
Outro ponto favorável ao Porto <strong>de</strong> Itapoá, <strong>de</strong><br />
acordo com o diretor <strong>de</strong> Logística e Operações da<br />
<strong>Coamo</strong>, E<strong>de</strong>nilson Carlos <strong>de</strong> Oliveira, é a condição<br />
<strong>de</strong> água da baía <strong>de</strong> Babitonga e a localização, pois é<br />
bem no início, facilitando o fluxo. “Há uma condição<br />
<strong>de</strong> navegabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 14 a 16 metros para chegar<br />
no canal. O calado natural do local on<strong>de</strong> será instalado<br />
o píer é <strong>de</strong> 25 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Tudo<br />
isso permite a atracação <strong>de</strong> navios maiores”, explica.<br />
A <strong>Coamo</strong> conseguiu a outorga da marinha<br />
para operar no porto. Em julho do ano passado iniciaram<br />
os estudos <strong>de</strong> impactos ambientais <strong>de</strong> fauna<br />
e flora, e encerraram no outono <strong>de</strong>ste ano. Agora,<br />
vem a segunda etapa, <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> campo, apresentar<br />
aos órgãos competentes este estudo e as<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 39
investimento<br />
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© <strong>2022</strong> Corteva
investimento<br />
medidas que a cooperativa irá tomar. Isso para conseguir uma<br />
licença prévia <strong>de</strong> operação. “Estamos na licença prévia, <strong>de</strong>pois<br />
virá a licença <strong>de</strong> instalação e a <strong>Coamo</strong> estaria liberada para a<br />
construção, para <strong>de</strong>pois ter a licença <strong>de</strong> operação, quando o<br />
porto estivesse pronto”, esclarece o presi<strong>de</strong>nte Executivo.<br />
Agora, o licenciamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos órgãos ambientais.<br />
“Estamos com uma empresa muito capacitada, contratada<br />
para fazer isso. Estamos levando todas as informações, juntamente<br />
com os órgãos públicos competentes. A expectativa é<br />
que tenhamos essa licença prévia até 2023, para então fazer a<br />
licença <strong>de</strong> instalação, que é razoável pensar em uns dois anos<br />
mais ou menos. Então teríamos mais uns três anos para ter todo<br />
o licenciamento, pronto para então iniciar uma obra.”<br />
Essa expansão é com vistas a <strong>Coamo</strong> do futuro, pois o<br />
produtor rural está tendo um crescimento orgânico e vai produzir<br />
mais <strong>de</strong>ntro da mesma área. “Aliado à expansão <strong>de</strong> área<br />
da cooperativa, percebemos que precisamos avançar nisso,<br />
para não criar um gargalo que limite esse crescimento e remuneração<br />
do cooperado. Quando limito o escoamento da produção,<br />
limito a comercialização, criando um gargalo que po<strong>de</strong><br />
prejudicar o quadro social”, consi<strong>de</strong>ra o diretor <strong>de</strong> Logística e<br />
Operações.<br />
O presi<strong>de</strong>nte Executivo, Airton Galinari, diz que é importante<br />
essa expansão para o cooperado. “Até agora, com Paranaguá<br />
já dobramos nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exportação e nossa<br />
<strong>de</strong>manda vem sendo suprida, com a recente inauguração do<br />
terminal dois. Com Itapoá, as oportunida<strong>de</strong>s serão ainda maiores,<br />
<strong>de</strong> fazer uma logística própria tanto por terra quanto marítima.<br />
Isso nos permitirá negócios com garantias maiores e reais<br />
<strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> espera <strong>de</strong> navio e entrega <strong>de</strong> produtos, uma vez<br />
que, vamos coor<strong>de</strong>nar toda a operação. Para o cooperado isso<br />
se reverte em menos custos, e quando temos menos custos,<br />
po<strong>de</strong>mos remunerar melhor o produtor rural, que é o objetivo<br />
principal <strong>de</strong> todas as ações da <strong>Coamo</strong>.”<br />
PARCERIA COM A<br />
SUPERGASBRAS<br />
A Supergasbras, empresa<br />
do Grupo SHV, lí<strong>de</strong>r mundial<br />
na distribuição <strong>de</strong> GLP, firmou<br />
acordo com a <strong>Coamo</strong>. Um dos<br />
berços da cooperativa será arrendado<br />
para a empresa por 35<br />
anos. Este é o segundo projeto<br />
anunciado pela companhia em<br />
<strong>2022</strong>, que agora já chega a mais<br />
<strong>de</strong> R$ 1,6 bilhão <strong>de</strong> investimento<br />
para a construção <strong>de</strong> terminais<br />
para importação e movimentação<br />
<strong>de</strong> GLP – gás liquefeito <strong>de</strong><br />
petróleo. O empreendimento<br />
terá capacida<strong>de</strong> para 38 mil toneladas<br />
<strong>de</strong> GLP, com movimentação<br />
anual <strong>de</strong> 425 mil toneladas. A<br />
tancagem será utilizada para armazenagem<br />
<strong>de</strong> GLP nacional ou<br />
importado. O investimento está<br />
estimado em R$ 850 milhões, e,<br />
em sua fase <strong>de</strong> construção, <strong>de</strong>ve<br />
gerar 800 empregos diretos e indiretos<br />
na região.<br />
“É uma estocagem adicional<br />
muito significativa, que dá<br />
garantia <strong>de</strong> suprimento para a<br />
região e beneficia a população.<br />
Este novo acordo que estamos<br />
assinando com a <strong>Coamo</strong> segue<br />
em linha com o nosso objetivo<br />
<strong>de</strong> melhorar a infraestrutura<br />
primária para a distribuição <strong>de</strong><br />
GLP <strong>de</strong> Norte a Sul do país. Em<br />
março, anunciamos o projeto no<br />
Pecém, no Ceará, e agora está<br />
parceria com a <strong>Coamo</strong>, que beneficiará<br />
a região Sul do país”,<br />
ressalta Júlio Cardoso, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Supergasbras.<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 41
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© <strong>2022</strong>. Todos os direitos reservados a Cosan Lubrificantes e Especialida<strong>de</strong>s S.A. (Moove).<br />
Proibida reprodução ou distribuição sem autorização. Todas as marcas utilizadas neste material são marcas ou marcas registradas da Exxon Mobil Corporation ou uma <strong>de</strong> suas subsidiárias, utilizadas<br />
por Cosan Lubrificantes e Especialida<strong>de</strong>s S.A., ou uma <strong>de</strong> suas subsidiárias, sob licença. Outras marcas ou nomes <strong>de</strong> produtos utilizados neste material são <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus respectivos donos.
meio ambiente<br />
SISTEMA CAMPO LIMPO<br />
94% das embalagens têm <strong>de</strong>stinação ambiental correta<br />
O<br />
Dia Nacional do Campo Limpo comemorado<br />
anualmente no dia 18 <strong>de</strong> agosto teve um<br />
evento em Campo Mourão (Centro-Oeste<br />
do Paraná), na unida<strong>de</strong> regional da Associação dos<br />
Distribuidores <strong>de</strong> Insumos e Tecnologia Agropecuária<br />
(Adita). "O Paraná recebe 13% do volume <strong>de</strong><br />
recolhimento nacional <strong>de</strong> embalagens e <strong>de</strong>ste montante,<br />
recebemos em nossas três regionais 25% do<br />
total das embalagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos agrícolas do<br />
Paraná. É um trabalho com bom resultado da sustentabilida<strong>de</strong>,<br />
por meio da atuação da Adita há mais<br />
<strong>de</strong> 20 anos com apoio <strong>de</strong> muitos, e em especial a<br />
participação da <strong>Coamo</strong>”, explica o diretor executivo<br />
da Adita, Waldir Baccarin.<br />
“As embalagens abandonadas no ambiente<br />
ou <strong>de</strong>scartadas ina<strong>de</strong>quadamente, po<strong>de</strong>m contaminar<br />
o solo, as águas superficiais e os lençóis freáticos.<br />
Há também o problema da reutilização sem critério. Ao<br />
longo dos anos, essa realida<strong>de</strong> melhorou e os cooperados<br />
vêm cumprindo o seu papel com a entrega das<br />
embalagens nos postos <strong>de</strong> recolhimento espalhados<br />
na área <strong>de</strong> ação da cooperativa”, explica o coor<strong>de</strong>nador<br />
do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> Ambiental<br />
da <strong>Coamo</strong>, Djalma Lúcio <strong>de</strong> Oliveira.<br />
O Sistema Campo Limpo é um programa <strong>de</strong><br />
logística reversa <strong>de</strong> embalagens vazias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensi-<br />
vos agrícolas, no qual o Instituto Nacional <strong>de</strong> Processamento<br />
<strong>de</strong> Embalagens Vazias (Inpev) atua como<br />
núcleo <strong>de</strong> inteligência em 99 centrais, 312 postos e<br />
mais <strong>de</strong> 1.700 profissionais participando direta ou<br />
indiretamente. O programa tem como base o conceito<br />
<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> compartilhada entre agricultores,<br />
indústria fabricante, canais <strong>de</strong> distribuição<br />
e po<strong>de</strong>r público com papeis e responsabilida<strong>de</strong>s específicas<br />
no fluxo <strong>de</strong> funcionamento do programa,<br />
<strong>de</strong>finidas por lei. O Brasil é referência na <strong>de</strong>stinação<br />
correta <strong>de</strong> embalagens vazias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos, com<br />
uma média anual <strong>de</strong> 94% das embalagens plásticas<br />
primárias comercializadas.<br />
Segundo pesquisa realizada pela Associação<br />
Nacional <strong>de</strong> Defesa Vegetal (An<strong>de</strong>f), em 1999, 50% das<br />
embalagens vazias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos agrícolas no Brasil naquela<br />
época eram doadas ou vendidas sem qualquer<br />
controle; 25% tinham como <strong>de</strong>stino a queima a céu<br />
aberto, 10% ficavam armazenadas ao relento e 15%<br />
eram simplesmente abandonadas no campo. Mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o início da operação, em 2002, o Sistema Campo<br />
Limpo vem sendo ampliado e atualmente assegura a<br />
<strong>de</strong>stinação ambientalmente correta <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 94%<br />
das embalagens plásticas primárias (que entram em<br />
contato direto com o produto) e 80% do total <strong>de</strong> embalagens<br />
vazias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos agrícolas comercializadas.<br />
Evento em Campo Mourão incluiu plantio <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong><br />
ipês e uma visita técnica <strong>de</strong> alunos do Colégio Agrícola<br />
Djalma Lúcio <strong>de</strong> Oliveira, coor<strong>de</strong>nador do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong><br />
Ambiental da <strong>Coamo</strong>, e Waldir Baccarin, diretor executivo da Adita<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 43
jovens lí<strong>de</strong>res<br />
FORMAÇÃO NO CAMPO<br />
Encerramento da 26ª turma <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas foi<br />
no dia 25 <strong>de</strong> agosto com a presença dos formandos e familiares<br />
A<br />
<strong>Coamo</strong> acredita que o processo <strong>de</strong> mudança<br />
para tornar o cooperativismo e o agronegócio<br />
mais produtivo e eficiente passa pela<br />
formação, educação e <strong>de</strong>senvolvimento dos cooperados.<br />
Pensando assim, realiza <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1998 o Programa<br />
<strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas,<br />
com a participação <strong>de</strong> associados <strong>de</strong> toda área <strong>de</strong><br />
ação no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do<br />
Sul. A formatura da 26ª turma foi realizada no dia<br />
25 <strong>de</strong> agosto com a presença dos formandos e familiares.<br />
O curso começou 06 <strong>de</strong> abril e foram mais<br />
<strong>de</strong> 144 horas <strong>de</strong> aprendizado em sete módulos que<br />
trataram sobre a <strong>Coamo</strong>, Credicoamo, cooperativismo,<br />
li<strong>de</strong>rança, gestões <strong>de</strong> pessoas, financeira e <strong>de</strong><br />
marketing. Realizado no formato presencial e virtual,<br />
o curso foi em parceria com o Sescoop/PR.<br />
Caio Tetsuo Moriyama, cooperado em Roncador<br />
(Centro-Oeste do Paraná), diz que o curso foi<br />
completo. “Quando fomos convidados para participar,<br />
não tínhamos muita noção <strong>de</strong> como seria. É um<br />
curso que abrange vários assuntos, mesmo em uma<br />
carga horária não muito extensa. É a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> conhecermos mais sobre a <strong>Coamo</strong> e a Credicoamo”,<br />
comenta. Segundo ele, os assuntos apresentados<br />
no curso são realizados com o dia a dia da<br />
proprieda<strong>de</strong> rural, facilitando a adoção do conhecimento<br />
nas ativida<strong>de</strong>s agrícolas. “Estamos em um<br />
processo <strong>de</strong> melhoria, inserindo novas tecnologias<br />
e novos hábitos com objetivo <strong>de</strong> melhorar o trabalho<br />
e o rendimento nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas na<br />
44 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
Tomas Sparano Martins, Alcir José Goldoni, Airton<br />
Galinari, Caio Tetsuo Moriyama e José Aroldo Gallassini<br />
Cristiane Biscolli Serpa, <strong>de</strong> Mangueirinha (PR), foi a<br />
oradora da 26ª turma <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativas<br />
proprieda<strong>de</strong>. O curso forneceu muitas oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> aprendizado”, comenta o cooperado. Ele foi<br />
um dos três alunos <strong>de</strong>staques do curso, com 100%<br />
<strong>de</strong> participação.<br />
Cristiane Biscoli Serpa, <strong>de</strong> Mangueirinha<br />
(Sudoeste do Paraná), foi a oradora da 26ª turma <strong>de</strong><br />
Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativas. Ela diz que participar<br />
do curso foi <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância. “Volto para casa<br />
com muitas informações, além da troca <strong>de</strong> experiências<br />
com colegas <strong>de</strong> outras regiões. A <strong>Coamo</strong> é um<br />
exemplo <strong>de</strong> gestão que po<strong>de</strong>mos levar para a nossa<br />
vida e ativida<strong>de</strong>s do dia a dia. Ficamos sabendo<br />
como os cooperados são importantes para a <strong>Coamo</strong><br />
e a Credicoamo, como as cooperativas são importantes<br />
para os associados. Isso nos motiva a continuar<br />
trabalhando para manter o legado do cooperativismo”,<br />
pon<strong>de</strong>ra.<br />
Na visão da cooperada, um diferencial da<br />
<strong>Coamo</strong> é pensar no futuro. “A continuida<strong>de</strong> da cooperativa<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos cooperados e da diretoria<br />
que conduz a <strong>Coamo</strong> e a Credicoamo com muita<br />
eficiência. Conhecer todo esse trabalho é uma experiência<br />
enriquecedora”, frisa Cristiane.<br />
Tomas Sparano Martins, professor da Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral do Paraná (UFPR), foi um dos responsáveis<br />
por ministrar o curso. Ele conta que cada<br />
turma é diferente e que a 26ª teve como diferencial<br />
a jovialida<strong>de</strong> e intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber mais conhecimento.<br />
“A <strong>Coamo</strong> está no caminho certo, com<br />
essas iniciativas. É importante se preocupar com a<br />
sucessão no campo e, também, nos conselhos das<br />
cooperativas”, ressalta.<br />
O presi<strong>de</strong>nte dos Conselhos <strong>de</strong> Administração<br />
da <strong>Coamo</strong> e Credicoamo, José Aroldo Gallassini,<br />
observa que um dos objetivos do curso é garantir<br />
a sucessão e perpetuação das duas cooperativas.<br />
“São lí<strong>de</strong>res que po<strong>de</strong>rão participar dos conselhos<br />
fiscal e <strong>de</strong> administração, tanto da <strong>Coamo</strong> quanto na<br />
Credicoamo. Tratam-se <strong>de</strong> duas gran<strong>de</strong>s cooperativas<br />
que precisam <strong>de</strong> pessoas preparadas e competentes<br />
para administrá-las”, comenta Gallassini. Ele<br />
lembra que mais <strong>de</strong> mil cooperados já passaram<br />
pelo curso, preparados, também, para a sucessão<br />
no campo. “São cooperados que estão dando continuida<strong>de</strong><br />
as ativida<strong>de</strong>s agrícolas, com mais conhecimento<br />
e profissionalismo”, pon<strong>de</strong>ra Gallassini.<br />
José Aroldo Gallassini, presi<strong>de</strong>nte dos Conselhos <strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong> e Credicoamo<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 45
encontro<br />
MULHERES COOPERATIVISTAS<br />
Unida<strong>de</strong> da <strong>Coamo</strong> em Mangueirinha (PR) reuniu mais <strong>de</strong> 200 mulheres<br />
A<br />
<strong>Coamo</strong> realizou no dia<br />
23 <strong>de</strong> agosto o Encontro<br />
da Família Cooperativista<br />
<strong>de</strong> Mangueirinha (Sudoeste do<br />
Paraná). Mais <strong>de</strong> 200 mulheres,<br />
cooperadas, esposas e filhas <strong>de</strong><br />
cooperados participaram do<br />
evento, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010, traz temas<br />
atuais e motivacionais que<br />
além <strong>de</strong> agregar conhecimento,<br />
emocionam as participantes. A<br />
programação contou com duas<br />
palestras. Uma sobre a comunicação<br />
assertiva na proprieda<strong>de</strong><br />
rural, com Eliane Gavasso, e outra<br />
que teve como tema: os cinco<br />
passos para o sucesso pessoal e<br />
profissional no cooperativismo,<br />
palestrada por Dani Amaral.<br />
Cleusa Scabeni Pane,<br />
esposa <strong>de</strong> cooperado, <strong>de</strong> Chopinzinho,<br />
esteve no encontro. Ela<br />
revela que as mulheres da região<br />
são participativas e unidas. “É<br />
uma honra estar neste evento,<br />
pois sei <strong>de</strong> todo o empenho e<br />
carinho da família <strong>Coamo</strong> para<br />
nos receber. Quando recebemos<br />
um convite como esse, na hora<br />
nos prontificamos em participar.<br />
Ainda mais <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passar por<br />
dois anos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, sem po<strong>de</strong>r<br />
se reunir. Foi muito bom participar,<br />
rever as amigas e ainda<br />
apren<strong>de</strong>r com duas palestras tão<br />
enriquecedoras.”<br />
Quem também na per<strong>de</strong><br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar<br />
é a cooperada Cristiane Manosso,<br />
<strong>de</strong> Mangueirinha. “A <strong>Coamo</strong><br />
sempre está <strong>de</strong> parabéns pela<br />
organização e pelas palestras escolhidas.<br />
Sempre estou presente<br />
nestes encontros, pois o conteúdo<br />
faz diferença em nosso dia<br />
a dia, tanto na vida profissional<br />
quanto pessoal. Sempre temos o<br />
que melhorar.”<br />
A também cooperada<br />
em Mangueirinha, Maria Elza<br />
Grzyb, <strong>de</strong>stacou que nas duas<br />
palestras apren<strong>de</strong>u muito. “Foi<br />
lindo assistir a história <strong>de</strong> superação<br />
da Dani Amaral. É uma lição<br />
<strong>de</strong> vida. A palestra da Eliane também<br />
foi importante, pois falou<br />
<strong>de</strong> comunicação. Então, com um<br />
evento bem preparado, me sinto<br />
valorizada na <strong>Coamo</strong>. É uma<br />
oportunida<strong>de</strong> para todas nós<br />
mulheres.”<br />
Segundo gerente <strong>de</strong><br />
Mangueirinha, Hudson <strong>de</strong> Almei-<br />
46 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
Eliane Gavasso falou sobre comunicação, um assunto<br />
que é sempre atual e exige prática <strong>de</strong> todos<br />
Dani Amaral apresentou exemplos pessoais <strong>de</strong> como é possível<br />
obter conquistas, por meio do <strong>de</strong>senvolvimento humano<br />
da, a <strong>Coamo</strong> retribui todo o engajamento<br />
e participação das mulheres,<br />
realizando todos os anos um<br />
evento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. “Esse evento<br />
é uma tradição em Mangueirinha.<br />
Há uma década, as mulheres daqui<br />
se envolvem e interagem para<br />
que esse momento seja especial.<br />
Por isso, escolhemos com muito<br />
carinho as palestras, diversificando<br />
os temas. Trazemos assuntos<br />
motivacionais, técnicos, sempre<br />
levando em consi<strong>de</strong>ração o que<br />
elas querem ouvir.”<br />
Superação e emoção<br />
“In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
se está, é possível conquistar os<br />
resultados que se almeja.” Essa foi<br />
a mensagem que a Dani Amaral<br />
<strong>de</strong>ixou para as participantes do<br />
Encontro da Família Cooperativista.<br />
A palestrante apresentou exemplos<br />
pessoais <strong>de</strong> como é possível<br />
obter conquistas, por meio do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
humano.<br />
Dani Amaral, é <strong>de</strong> Arapuã<br />
(Centro-Norte do Paraná), e<br />
per<strong>de</strong>u os dois braços aos quatro<br />
anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> em um aci<strong>de</strong>nte<br />
com uma máquina agrícola na<br />
proprieda<strong>de</strong> dos seus pais. “Foi<br />
um evento bem difícil tanto para<br />
mim quanto para a minha família.<br />
Mas, o que mudou minha cabeça<br />
foi enten<strong>de</strong>r que isso não iria me<br />
<strong>de</strong>finir. O que me <strong>de</strong>finiria seria o<br />
que eu ia fazer com essa história!<br />
Resolvi me adaptar e aprendi a<br />
fazer tudo sozinha.”<br />
Essa história, Dani Amaral,<br />
mostrou para as participantes,<br />
não como uma situação triste<br />
ou pesada. Mas, sim, como uma<br />
forma para todos repensarem e<br />
transformarem as situações <strong>de</strong><br />
forma positiva. “Quando levamos<br />
as coisas <strong>de</strong> forma mais leve,<br />
com certeza a nossa vida muda.”<br />
Comunicação assertiva<br />
A outra palestra foi conduzida<br />
por Eliane Gavasso. Ela<br />
falou sobre comunicação, um assunto<br />
que é sempre atual e exige<br />
prática <strong>de</strong> todos. “Apresentamos<br />
a comunicação associada aos papeis<br />
que cada um <strong>de</strong>sempenha<br />
na proprieda<strong>de</strong> rural. É preciso<br />
enten<strong>de</strong>r que além da questão<br />
familiar, essas pessoas que estão<br />
em casa, também trabalham na<br />
proprieda<strong>de</strong>. Então precisamos<br />
alinhar toda essa comunicação<br />
para gerar um resultado efetivo.”<br />
Eliane falou do exemplo<br />
da <strong>Coamo</strong>. “Percebemos a comunicação<br />
muito bem-organizada.<br />
Por isso, é um cooperativismo <strong>de</strong><br />
resultados. A proprieda<strong>de</strong> também<br />
<strong>de</strong>ve ser encarada <strong>de</strong>ssa<br />
forma, num jantar <strong>de</strong> família, pai,<br />
mãe e filhos <strong>de</strong>sempenham seu<br />
papel familiar, mas na ativida<strong>de</strong><br />
rural, cada um <strong>de</strong>ve realizar um<br />
papel como profissional. Deve<br />
ser uma organização como empresa.”<br />
Ainda sobre a comunicação<br />
assertiva, a palestrante <strong>de</strong>staca<br />
que esse equilíbrio ajuda a<br />
compreen<strong>de</strong>r como cada um se<br />
posiciona. “Ninguém muda o outro.<br />
Mas, se mudarmos o nosso<br />
entendimento e posicionamento,<br />
conseguimos resultados que<br />
melhoram o nosso <strong>de</strong>sempenho<br />
familiar e profissional”, ressalta.<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 47
48 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
atualização<br />
Mulher Atual em Engenheiro Beltrão<br />
O<br />
Mulher Atual voltou.<br />
Esse é um curso voltado<br />
para cooperadas,<br />
esposas e filhas <strong>de</strong> cooperados,<br />
que por conta, da pan<strong>de</strong>mia<br />
estava suspenso e retomou no<br />
mês <strong>de</strong> maio em Engenheiro<br />
Beltrão (Centro-Oeste do Paraná).<br />
O objetivo é sensibilizar a<br />
potencialida<strong>de</strong> feminina, com<br />
<strong>de</strong>senvolvimento humano, social<br />
e econômico, visando a aproximação<br />
ao sistema cooperativista.<br />
São 64 horas <strong>de</strong> curso, divididas<br />
em oito módulos com oito horas,<br />
abordando temas como: autoconhecimento,<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida,<br />
sustentabilida<strong>de</strong> e empreen<strong>de</strong>dorismo.<br />
O encerramento foi<br />
marcado pela emoção das 20<br />
participantes. “Estávamos ansiosas<br />
pelo retorno dos eventos<br />
presenciais, com sauda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> nos reunir. Depois <strong>de</strong> passar<br />
por essa pan<strong>de</strong>mia, com tantas<br />
perdas, esse Mulher Atual foi<br />
diferente, nos envolveu <strong>de</strong> forma<br />
ainda mais profunda. Vemos<br />
algo extraordinário acontecer<br />
aqui, com mudanças significativas<br />
na vida <strong>de</strong> todas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
primeiro encontro”, revela a oradora<br />
da turma, Walessa Bessani<br />
<strong>de</strong> Azevedo.<br />
Outra participante que<br />
se sentiu tocada pelo Mulher<br />
Atual foi Geonadir Navarro Giorgetti.<br />
Ela per<strong>de</strong>u o marido há<br />
dois anos, para a Covid-19. “É a<br />
primeira vez que participei do<br />
Mulher Atual. Obtive aprendizado<br />
em todas as áreas da minha<br />
vida. Tem sido muito difícil <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que meu marido se foi, mas com<br />
o autoconhecimento, a gente se<br />
reencontra. Sem contar, que a<br />
professora foi maravilhosa.”<br />
A instrutora do Senar/<br />
PR, Luciane Pimentel, ressalta<br />
que realizar esse curso neste<br />
momento foi uma experiência<br />
diferente. “As pessoas estavam<br />
se<strong>de</strong>ntas por sair <strong>de</strong> casa e unir<br />
essa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> casa e se<br />
reunir com conhecimento, foi o<br />
que proporcionou para elas essa<br />
evolução e <strong>de</strong>senvolvimento. Foi<br />
uma turma muito especial para<br />
mim, uma turma ímpar, que se<br />
permitiu <strong>de</strong>senvolver e aceitou<br />
o conhecimento. Foi incrível ver<br />
esse <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>las. O<br />
objetivo do curso foi atingido,<br />
com certeza”, elogia.<br />
Segundo o gerente da<br />
<strong>Coamo</strong> em Engenheiro Beltrão,<br />
Antonio Carlos Mazzei, é gratificante<br />
encerrar mais um Mulher<br />
Atual. “Essa vibração das participantes,<br />
<strong>de</strong>monstra que não<br />
foi uma participação qualquer. É<br />
algo que elas vão carregar para<br />
a vida toda e, com certeza, colocar<br />
em prática.”<br />
Objetivo é sensibilizar a<br />
potencialida<strong>de</strong> feminina,<br />
com <strong>de</strong>senvolvimento<br />
humano, social e econômico,<br />
visando a aproximação ao<br />
sistema cooperativista<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 49
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capacitação<br />
MULHERES QUE SEMEIAM<br />
Programa possibilitou às mais <strong>de</strong> 30<br />
participantes troca <strong>de</strong> experiências<br />
e o <strong>de</strong>spertar do sentimento <strong>de</strong><br />
pertencimento às cooperativas e a<br />
preparação para a gestão rural<br />
A<br />
<strong>Coamo</strong> iniciou em abril<br />
o curso “Mulheres que<br />
Semeiam” e seu encerramento<br />
foi no dia 13 <strong>de</strong> julho<br />
em Campo Mourão, reunindo as<br />
formandas em um evento com a<br />
presença das diretorias da <strong>Coamo</strong><br />
e da Credicoamo. O programa<br />
possibilitou às mais <strong>de</strong> 30 participantes<br />
troca <strong>de</strong> experiências<br />
e o <strong>de</strong>spertar do sentimento <strong>de</strong><br />
pertencimento às cooperativas e<br />
a preparação para a gestão rural.<br />
No total foram quatro<br />
módulos <strong>de</strong> quatro horas, com<br />
encontros mensais. “Em cada<br />
módulo abordamos um assunto<br />
diferente. É muito bom ver este<br />
interesse das mulheres, justamente<br />
porque elas são se<strong>de</strong>ntas<br />
<strong>de</strong> conhecimento e fazem parte<br />
do sucesso do cooperativismo e<br />
do agronegócio”, explica a professora<br />
do curso, Mariely Biff,<br />
consultora em Sucessão Familiar.<br />
O curso faz parte do programa<br />
“<strong>Coamo</strong> + Mulher” nas<br />
ativida<strong>de</strong>s do cooperativismo. O<br />
assessor <strong>de</strong> Cooperativismo da<br />
<strong>Coamo</strong>, José Ricardo Pedron Romani,<br />
diz que o propósito é <strong>de</strong>senvolver,<br />
integrar e capacitar as<br />
participantes na gestão e na produção<br />
das ativida<strong>de</strong>s da proprieda<strong>de</strong>.<br />
"Foram aplicados conteúdos<br />
viáveis, além <strong>de</strong> promover<br />
integração entre as cooperadas<br />
e a partilha das experiências, colaborando<br />
para fortalecer o relacionamento<br />
com a cooperativa.”<br />
Elaine Pereira dos Santos,<br />
<strong>de</strong> Campo Mourão, diz que<br />
o curso abriu seus horizontes.<br />
“Após participar, percebi que<br />
sou capaz <strong>de</strong> muitas coisas que<br />
eu pensava não ser. Foi um momento<br />
<strong>de</strong> autoconhecimento,<br />
<strong>de</strong>scoberta e muita informação.”<br />
Margareth Borsato Mottin,<br />
também <strong>de</strong> Campo Mourão,<br />
diz que todas as informações obtidas<br />
no curso foram importantes<br />
para seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
“Eu achei o conteúdo do curso<br />
muito válido, principalmente,<br />
pela questão <strong>de</strong> sucessão familiar.<br />
Precisamos pensar no futuro<br />
para que não se <strong>de</strong>sfaça amanhã<br />
o que construímos hoje”, afirma.<br />
O presi<strong>de</strong>nte dos Conselhos<br />
<strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong> e da<br />
Credicoamo, José Aroldo Gallassini,<br />
<strong>de</strong>staca a importância <strong>de</strong>las<br />
para o sucesso das cooperativas.<br />
“É muito bom ver essa presença<br />
feminina atuante no cooperativismo.<br />
Já são mais <strong>de</strong> 1.600 mulheres<br />
cooperadas na <strong>Coamo</strong> e na<br />
Credicoamo, e o nosso papel é<br />
esse, treinar os cooperados para<br />
as boas práticas <strong>de</strong> gestão e sucessão”,<br />
consi<strong>de</strong>ra Gallassini.<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 51
52 revista<br />
agosto/<strong>2022</strong>
alimentos<br />
ÓLEO DE SOJA COAMO É DESTAQUE NACIONAL<br />
Produto permanece em primeiro lugar no PR, SC e RS, subiu <strong>de</strong> posição<br />
na classificação nacional, passando da quinta para a quarta<br />
O<br />
óleo <strong>de</strong> soja da <strong>Coamo</strong> está em<br />
mais um pódio. Desta vez, no ranking<br />
da revista SuperVarejo, edição<br />
os 5+ <strong>de</strong> <strong>2022</strong>, o produto permanece<br />
em primeiro lugar no PR, SC e RS, subiu <strong>de</strong><br />
posição na classificação nacional, passando<br />
da quinta para a quarta posição, além<br />
<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacar pela primeira vez na gran<strong>de</strong><br />
São Paulo, em quinto lugar, e se manter em<br />
quarto lugar no interior <strong>de</strong> São Paulo e, em<br />
quinto, no DF/GO/MS e MT.<br />
O estudo 5+, divulgado anualmente<br />
pela revista SuperVarejo, é <strong>de</strong>senvolvido<br />
pela Nielsen, e cresce o número <strong>de</strong> categorias<br />
analisadas a cada edição da pesquisa,<br />
que em <strong>2022</strong> traz 206 categorias auditadas<br />
em lojas do varejo alimentar no Brasil. “A<br />
captação das informações é realizada por<br />
meio da ferramenta Scantrack Projetado.<br />
Por meio <strong>de</strong>la é eleito o canal Autosserviço<br />
mais o Cash & Carry, divididos pelo Brasil<br />
e áreas Nielsen, tendo as informações <strong>de</strong>limitadas<br />
pelo ano fechado anterior à publicação”,<br />
explica Wagner Picolli, Gerente <strong>de</strong><br />
Atendimento ao Varejo Senior da Nielsen.<br />
Além <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar os maiores fornecedores<br />
brasileiros, a edição do ranking<br />
com os 5+ <strong>de</strong> <strong>2022</strong> também aponta movimentações<br />
nos formatos <strong>de</strong> lojas e mercado<br />
<strong>de</strong> consumo. Segundo o gerente Comercial<br />
<strong>de</strong> Alimentos, Wagner Schnei<strong>de</strong>r,<br />
essa é uma pesquisa conceituada e que traz<br />
um bom parâmetro para a marca. “É motivo<br />
<strong>de</strong> orgulho para a <strong>Coamo</strong> ter o óleo <strong>de</strong> soja<br />
em <strong>de</strong>staque nesta pesquisa que é realizada<br />
por empresas sérias. Concorremos<br />
com as principais multinacionais do país.<br />
É o produto do cooperados chegando em<br />
todo o Brasil”, afirma.<br />
Schnei<strong>de</strong>r acrescenta que os alimentos<br />
da <strong>Coamo</strong> têm origem e rastreabilida<strong>de</strong>,<br />
além <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sabor. “Essa<br />
é uma forma <strong>de</strong> comprovar que nossa linha<br />
alimentícia agrada o paladar do consumidor<br />
final e <strong>de</strong> que estamos no caminho<br />
certo”, consi<strong>de</strong>ra.<br />
agosto/<strong>2022</strong> revista 53
eceita<br />
Além <strong>de</strong> curtir<br />
e compartilhar,<br />
você vai<br />
saborear.<br />
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<strong>de</strong> Leite com Café.<br />
Em casa, recebe os elogios por ele.<br />
INGREDIENTES<br />
2 Ovos<br />
1 e ½ caixa Creme <strong>de</strong> leite<br />
1 e ½ xícara (chá) Doce <strong>de</strong> leite<br />
2 colheres (sopa) Café <strong>Coamo</strong> Extraforte<br />
1 xícara (chá) Água fervente<br />
1 envelope Gelatina sem sabor<br />
¼ xícara(chá) Água<br />
½ xícara(chá) Café <strong>Coamo</strong> Extraforte coado<br />
MODO DE PREPARO<br />
Bata as claras em neve, picos firmes. Reserve. Misture o doce <strong>de</strong> leite com<br />
o creme <strong>de</strong> leite até obter uma mistura homogênea. Reserve. Prepare o café<br />
coado com 2 colheres (sopa) <strong>de</strong> Café <strong>Coamo</strong> Extraforte para 1 xícara <strong>de</strong> água<br />
fervente. Enquanto passa o café, misture a gelatina com a água em temperatura<br />
ambiente. Junte meia xícara <strong>de</strong> café à gelatina hidratada e mexa até dissolver<br />
bem. Misture o café ao doce <strong>de</strong> leite até ficar homogêneo, então incorpore<br />
as claras <strong>de</strong>licadamente. Sirva em taças individuais ou xícaras e leve para gelar<br />
por duas horas antes <strong>de</strong> servir.<br />
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