Revista Coamo - Agosto de 2022
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sistema integrado<br />
Camargo explica que o gran<strong>de</strong><br />
problema para quem trabalha com a pecuária<br />
é o período do inverno. “Todo pecuarista<br />
tem a obrigação <strong>de</strong> se preparar<br />
para essa época, que é mais seca e, geralmente,<br />
falta pastagem para os animais.<br />
Isso faz com que o gado que engordou<br />
no verão perca peso, o ‘efeito sanfona’,<br />
como chamamos. O plantio <strong>de</strong> outra cultura,<br />
como a aveia e azevém, por exemplo,<br />
faz com que os animais não passem<br />
fome e continuem engordando”, observa.<br />
Na proprieda<strong>de</strong> do cooperado<br />
Antonio Irineu Trentin, em Itaporã (Mato<br />
Grosso do Sul), a integração lavoura-pecuária<br />
foi implantada há cerca <strong>de</strong> três<br />
anos e surgiu pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
nova opção <strong>de</strong> renda e melhoria no sistema<br />
<strong>de</strong> produção. A área fica na região<br />
do Carumbé e soma 160 hectares <strong>de</strong><br />
plantio <strong>de</strong> lavoura e 36 <strong>de</strong> pasto perene.<br />
Com a integração são criados cerca<br />
<strong>de</strong> 105 cabeças <strong>de</strong> gado da raça senepol.<br />
O cooperado está no Mato Grosso<br />
do Sul há 15 anos. Antes ele residia em<br />
Val Paraíso (SP), on<strong>de</strong> trabalhava com<br />
gado <strong>de</strong> leite.<br />
Até 2018 ele trabalhava exclusivamente<br />
com a pecuária e a conciliação<br />
entre as duas ativida<strong>de</strong>s está trazendo ganhos,<br />
não só na parte financeira, mas para<br />
o sistema <strong>de</strong> produção, que está mais<br />
equilibrado. “A agricultura que conhecia<br />
era o plantio <strong>de</strong> milho para a produção<br />
<strong>de</strong> silagem. Com a mudança, estamos<br />
plantando soja no verão e braquiária no<br />
inverno para pastagem <strong>de</strong> animais. As<br />
duas últimas safras <strong>de</strong> verão não foram<br />
boas <strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong> chuva e, por isso,<br />
ainda não conseguimos consolidar os dados<br />
<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. Mas, acredito que<br />
teremos uma melhoria também na produção<br />
<strong>de</strong> soja, <strong>de</strong>vido aos investimentos<br />
realizados em adubação, tanto no inverno<br />
quanto no verão”, diz.<br />
Os animais que estão na área <strong>de</strong><br />
braquiária serão retirados em setembro<br />
para dar lugar a soja. O gado será levado<br />
para outro local com pastagem perene<br />
e receberão também alimentação suplementar<br />
com silagem. “Antes <strong>de</strong> fazer a<br />
integração, faltava alimento para o gado<br />
e agora estamos tendo até sobra <strong>de</strong> comida<br />
e os animais ganhando peso. Com<br />
o apoio da <strong>Coamo</strong> e da Credicoamo estamos<br />
realizando novos investimentos, para<br />
<strong>de</strong>ixar o sistema produtivo ainda mais<br />
sustentável”, observa Trentin.<br />
O engenheiro agrônomo Elvison<br />
Alves da Cruz, da <strong>Coamo</strong> em Itaporã,<br />
ressalta que para a integração lavoura<br />
pecuária é importante um bom planejamento.<br />
“É uma prática que visa além da<br />
rotação <strong>de</strong> cultura a diversificação <strong>de</strong><br />
manejos, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos ter a preservação<br />
<strong>de</strong> tecnologias para manejo <strong>de</strong><br />
pragas e doenças, assim como aumento<br />
na biomassa que diretamente auxilia<br />
na reciclagem <strong>de</strong> nutrientes e obtenção<br />
<strong>de</strong> lucros na diversificação, assim como<br />
ganhos diretos no manejo <strong>de</strong> pragas e<br />
doenças”, diz.<br />
Ele ressalta que no caso do seu<br />
Irineu, o primeiro passo foi visualizar<br />
como estava a estrutura química do solo,<br />
por meio <strong>de</strong> uma boa análise com a agricultura<br />
<strong>de</strong> precisão da <strong>Coamo</strong>. “Diante<br />
dos resultados, foram realizadas as correções<br />
necessárias. Outro ganho visível é o<br />
manejo <strong>de</strong> plantas daninhas que se torna<br />
muito mais cômodo, por ter uma diminuição<br />
consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> sementes.<br />
Outro benefício foi o aumento dos teores<br />
<strong>de</strong> matéria orgânica. Há três anos os teores<br />
médios eram <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3,5%, e hoje<br />
após uma reanalise, estão em cerca <strong>de</strong><br />
4,75 % no mesmo local. Um gran<strong>de</strong> avanço<br />
quando comparado com os sistemas<br />
convencionais que po<strong>de</strong>m levar até cerca<br />
<strong>de</strong> seis a <strong>de</strong>z anos”, explica Cruz.<br />
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agosto/<strong>2022</strong>