edição de 23 de janeiro de 2023

Fotos: Divulgação
Mari Lima, do TikTok: senso de comunidade forma clube do livro de alcance global
Ricardo Perez, da Amazon: democratização da leitura e aumento da bibliodiversidade
lha para garantir os recursos necessários”,
garante Mari.
No universo dos livros, criadores de conteúdo
apresentam a obra, conectando cultura
e entretenimento. “O TikTok é mais um
meio que proporciona a democratização e o
incentivo desse hábito. É um clube do livro
de alcance global”, define Mari. Essa parte
da história do TikTok começou a ser escrita
em meados de 2020.
A virada de página não tardou, e hoje
a explosão de visualizações das hashtags
BookTok (103 bilhões), Booktokbrasil (12,4
bilhões), Booktoker (9,6 bilhões), Booktokbr
(1 bilhão), Booktiktok (836 milhões) e
Booktokclub (289 milhões) pontua o sucesso
da plataforma.
“Booktokers e booktubers ajudam a
pautar tendências dentro e fora das redes.
O caso da obra da autora norte-americana
Colleen Hoover é um exemplo de uma tendência:
os nativos digitais devem seguir explorando
e pautando as buscas neste ano”,
prevê Ricardo Perez, gerente-geral de livros
da Amazon.com.br. O executivo reconhece
a importância das redes sociais nos hábitos
de compra.
“Conteúdos que viralizam e influenciadores
que sabem comunicar as suas
preferências estão direcionando o comportamento
de compras, inclusive na Amazon,
como vimos na lista de livros mais
vendidos em 2022, com a comunidade de
booktokers”, atesta Perez.
EMPurrão
O fenômeno consolida o incentivo à leitura
entre jovens e adultos. A Amazon apoia
a criação de conteúdo por meio do Portal de
Associados, canal utilizado para realizar a
comunicação de ofertas e cupons. No Brasil
desde 2012, a marca, que tem a sua origem
nos livros, começou ofertando 13 mil títulos
em português com os dispositivos Kindle e
e-books, além da ferramenta de autopublicação
Kindle Direct Publishing.
somente a hashtag
Booktok soma 103
Bilhões de visualizações,
Pontuando o sucesso
do tiktok no universo
da leitura
Em 2014, iniciou a venda de livros físicos,
com 150 mil títulos em português. “Hoje,
são milhões de títulos, impressos e digitais,
incluindo mais de 650 mil em português”,
conta Perez. Em 2017, a expansão alcançou
a montagem de um marketplace e, dois
anos depois, veio o lançamento do primeiro
centro de distribuição próprio em Cajamar
(SP), além de novas categorias e programas
de benefícios. Hoje, são 12 centros de distribuição
espalhados por todo o país.
Mesmo sem abrir números, Perez nota a
receptividade dos brasileiros. “Enxergamos
uma enorme importância no incentivo à
leitura, independentemente do formato. A
leitura é essencial para uma sociedade saudável,
e nossa missão é inspirar os leitores,
tornando-a mais fácil”, observa Perez.
dEMocratização
Conectar as pessoas à sua próxima leitura
e ajudar autores a encontrar o seu público
estão entre as inovações encapadas por
boas experiências de compra. Do romance
à graphic novels, a Amazon oferta mais de
30 gêneros literários e títulos independentes,
além dos pacotes de assinatura Prime
Reading, presente no Amazon Prime, com
mais de mil títulos, incluindo as principais
revistas encontradas nas bancas; e Kindle
Unlimited, que tem mais de 2,5 milhões de
obras em diferentes idiomas.
Disponível por meio de e-reader ou pelo
app gratuito para Android e iOS, o Kindle
traz funções como o Whispersync, que permite
sincronizar leitura, marcações e anotações
em diferentes dispositivos. Há ainda
o recurso Leia enquanto enviamos, que
libera uma prévia digital enquanto o leitor
espera a chegada do livro físico.
“Acreditamos na importância de democratizar
a leitura e a escrita, e promover o
aumento da bibliodiversidade”, garante
Perez. A sétima edição do Prêmio Kindle
de Literatura, realizado em parceria com o
Grupo Editorial Record, é outra estratégia
de incentivo.
A obra vencedora ganhará R$ 50 mil, e
a versão impressa será publicada no selo
editorial José Olympio. A intenção da
Amazon não fica nas entrelinhas. A empresa
organizou 28 palestras na Bienal
do Livro de São Paulo em 2022, palestrou
na Festa Literária Internacional de Paraty
(Flip) e no Festival Internacional Literário
de Gramado (Filigram).
“A ideia dessas ações é valorizar os autores
na mesma proporção que queremos
incentivar leitores assíduos e novos leitores
a se engajarem com diferentes títulos”, insiste
Perez.
Página EM Branco
Apesar dos esforços, o brasileiro lê uma
média de 2,6 livros ao ano. Segundo a quinta
edição da pesquisa Retratos da leitura no
Brasil, o país tinha 100,1 milhões de leitores
entre 2015 e 2019, perda de 4,6 milhões de
adeptos no período. As versões impressas
(67%) predominam na comparação com o
livro digital (17%). Celular (73%) e computador
(31%) são os dispositivos mais utilizados,
enquanto tablet, iPad e leitores digitais,
como Kindle, Kobo e Lev, ficam com
menos de 10% das citações.
jornal propmark - 23 de janeiro de 2023 15