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edição de 23 de janeiro de 2023

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PRoDUtoRas<br />

históRia<br />

Alberto Lopes, sócio e produtor-executivo<br />

da Vetor Zero, também afirma que<br />

a sua produtora tem recebido bastante<br />

convite para fazer projetos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />

content, confirmando a tendência que se<br />

anuncia.<br />

“Se você olhar a história recente nas<br />

marcas brasileiras, percebe que ele começou<br />

com um formato <strong>de</strong> documentário,<br />

então se fazia um filme e tinham mini<br />

docs com aspectos do corpo principal da<br />

peça que estava se fazendo. Aqui, na Vetor,<br />

a gente pensa no bran<strong>de</strong>d content um<br />

pouco diferente”, diz ele, explicando: “Já<br />

fizemos projetos filmados e também em<br />

stop motion. O que a gente procura aplicar<br />

são as iniciativas quando percebemos<br />

uma oportunida<strong>de</strong>. Por exemplo, quando<br />

estamos fazendo o tratamento <strong>de</strong> um projeto,<br />

a gente procura levar opções, oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> aproveitamento <strong>de</strong> assets<br />

que explorem personagens ou histórias<br />

paralelas do filme. Vale pontuar, que não<br />

é qualquer talento que está pronto para<br />

dirigir uma peça <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content.<br />

Você não po<strong>de</strong> ser só um diretor <strong>de</strong> ficção,<br />

precisa ter vivência <strong>de</strong> produto e <strong>de</strong> marca<br />

e tem <strong>de</strong> pensar no story making, não<br />

só no storytelling, isso já precisa estar na<br />

pele do diretor, ele tem <strong>de</strong> se envolver no<br />

roteiro pra ter um bom resultado”.<br />

tRansfoRmação<br />

Segundo Lopes, no digital também,<br />

quando se tem um asset <strong>de</strong> um filme,<br />

por exemplo, <strong>de</strong> um cenário que é muito<br />

caro, <strong>de</strong>pois que o filme acaba, tenta-<br />

-se aproveitar o cenário <strong>de</strong> outras formas.<br />

“Como escaneá-lo e colocá-lo em um<br />

game, transformar em um filtro do Instagram<br />

ou até mesmo criar alguma coisa<br />

para que as pessoas possam visitar esse<br />

cenário em algum lugar público. Essas<br />

são as i<strong>de</strong>ias que a Vetor propõe quando<br />

percebe que existe um highlight, um valor<br />

extra e também um investimento que<br />

po<strong>de</strong> ser aproveitado para o que é melhor<br />

para uma campanha”, afirma.<br />

Para ele, as marcas querem cada vez<br />

mais chamar a atenção do consumidor,<br />

conversar com ele <strong>de</strong> forma que <strong>de</strong>senvolva<br />

um “carinho” pela marca. E é esse<br />

sentimento que se torna “um diferencial<br />

no que diz respeito à jornada do cliente,<br />

e torna-se fundamental para se ter bons<br />

resultados”.<br />

“Por isso, é importante ter profissionais<br />

que olhem para a marca com certo<br />

distanciamento do publicitário, do profissional<br />

e, assim, consiga trazer um olhar<br />

mais humanizado. Aqui, na produtora,<br />

temos as diretoras roteiristas e cineastas<br />

Paula Saqueta e Sabrina Delgado, que sabem<br />

fazer isso muito bem. Pedro Coutinho,<br />

da dupla Batti Coutinho, também é<br />

um roteirista e diretor <strong>de</strong> séries e longas e<br />

olha para a marca e consegue criar histórias<br />

e fazer story making. Outro exemplo,<br />

é a Carol Delgado, uma diretora que tem<br />

conteúdo <strong>de</strong> marca abre leq<br />

Marianna Souza: “somando o conjunto <strong>de</strong> fatores, eles vêm impactando diretamente no formato da publicida<strong>de</strong>”<br />

Marianna Souza, presi<strong>de</strong>nte-executiva<br />

da Apro (Associação Brasileira<br />

da Produção <strong>de</strong> Obras Audiovisuais), está<br />

acompanhando a retomada da tendência<br />

<strong>de</strong> conteúdos mais longos como cases <strong>de</strong><br />

sucesso nos festivais internacionais, assim<br />

como uma <strong>de</strong>manda cada vez mais<br />

constante do mercado audiovisual local<br />

em relação às questões operacionais, tais<br />

como mo<strong>de</strong>los contratuais, tipos <strong>de</strong> registro<br />

na Ancine e assim por diante.<br />

“Com essa nova <strong>de</strong>manda, criamos o<br />

Instituto Objetiva, com foco nas novas<br />

discussões e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio”, diz.<br />

Para ela, com o advento da internet, o<br />

mercado <strong>de</strong> comunicação vive uma realida<strong>de</strong><br />

cada vez mais efêmera.<br />

“As marcas, por sua vez, precisam correr<br />

atrás para que estejam no mindset do<br />

consumidor, uma busca constante para<br />

serem lembradas pela experiência e não<br />

apenas pelo consumo do produto em si, o<br />

que ocorre com a publicida<strong>de</strong> convencional”,<br />

<strong>de</strong>clara.<br />

“E o bran<strong>de</strong>d content permite isso,<br />

criando uma narrativa e proporcionando<br />

essa conexão emocional. De forma atrativa<br />

e fluida, ele visa a criar essa conexão<br />

com a audiência por meio <strong>de</strong> valores,<br />

causas, informações ou entretenimento<br />

para que, posteriormente, ela procure saber<br />

mais sobre a marca”, acrescenta.<br />

Marianna comenta ainda que o bran-<br />

<strong>de</strong>d content apresenta um novo leque <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s no que tange às formas <strong>de</strong><br />

narrativa para criar lembranças positivas no<br />

momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra. “Fora isso,<br />

não po<strong>de</strong>mos esquecer como a tecnologia<br />

também vem impactando essa linguagem e<br />

todos os <strong>de</strong>bates inerentes a questões geracionais.<br />

Enfim, somando esse conjunto <strong>de</strong><br />

fatores, eles vêm impactando diretamente<br />

no formato da publicida<strong>de</strong> convencional,<br />

que foca principalmente no produto”.<br />

Ela acredita também que o bran<strong>de</strong>d content<br />

é uma tendência forte, já que “a população<br />

é sobrecarregada <strong>de</strong> informações<br />

e cada vez mais está exposta a diferentes<br />

marcas, produtos, serviços e conteúdos.<br />

“Por outro lado, vivemos em uma socieda<strong>de</strong><br />

cada vez mais questionadora, conectada<br />

e consciente. Para uma marca ser lembrada<br />

e <strong>de</strong>sejada não basta apenas ter um<br />

bom produto.”<br />

Segundo ela, o que vai <strong>de</strong>stacar uma<br />

marca da outra é a forma como ela atua no<br />

mercado, a mensagem que transmite, como<br />

ela se posiciona em relação às discussões<br />

atuais, que engajam as pessoas, assim ela<br />

vai conseguir gerar essa conexão verda<strong>de</strong>ira<br />

com o público.<br />

“E acredito que isso acaba sendo mais<br />

‘precioso’ do que apenas tentar ven<strong>de</strong>r um<br />

produto, porque você cria uma conexão<br />

emocional, o que acaba fi<strong>de</strong>lizando um<br />

consumidor”.<br />

28 <strong>23</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> 20<strong>23</strong> - jornal propmark

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