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edição de 27 de maio de 2024

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59anos<br />

propmark.com.br ANO 60 - Nº 2994 - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> R$ 20,00<br />

Divulgação<br />

Com 28 Lápis, resultado do mercado<br />

brasileiro surpreen<strong>de</strong> no D&AD <strong>2024</strong><br />

Além <strong>de</strong> a soma ter sido superior à do ano passado, quando a propaganda brasileira recebeu <strong>27</strong> Lápis, também houve mais peso dos prêmios. Foram cinco<br />

Lápis Amarelos, cinco <strong>de</strong> Grafite e 18 <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira. A AlmapBBDO e a AKQA São Paulo foram os <strong>de</strong>staques do país no festival, que é consi<strong>de</strong>rado o mais criterioso<br />

do mundo. A Almap conquistou dois Lápis Amarelos, com os cases ‘Gerações’ (para Volkswagen) e ‘Carl sagan message’ (para Pacto Global da ONU), ambos<br />

com produção da Boiler Filmes, e chegou a sete troféus. A AKQA ganhou dois Lápis Amarelos com a peça ‘Cartão da transparência’, criada para Congresso em<br />

Foco, totalizando quatro prêmios. Nesta edição, o D&AD distribuiu 652 Lápis, sendo quatro Black Pencils, que equivalem a Grand Prix. pág. 16<br />

Márcia Esteves estreia<br />

no júri do Cannes Lions<br />

CEO da Lew’Lara\TBWA,<br />

Márcia Esteves é jurada<br />

do festival pela primeira<br />

vez. Vai julgar trabalhos<br />

inscritos na categoria<br />

Creative Business<br />

Transformation, que<br />

busca i<strong>de</strong>ias capazes<br />

<strong>de</strong> “mudar o mundo ou<br />

uma pequena comunida<strong>de</strong>,<br />

que transformem<br />

um negócio, sirvam <strong>de</strong><br />

benchmark, que possam<br />

ainda ser replicadas, e<br />

que sejam relevantes.<br />

Não uma i<strong>de</strong>ia pela<br />

i<strong>de</strong>ia”. pág. 25<br />

Live marketing cresce<br />

e faz uso da onda tech<br />

Projetos instagramáveis e uso <strong>de</strong> inteligência artificial estão<br />

no escopo das agências e clientes. Sherpa42 criou Floating<br />

Bar para a Heineken (foto), em São Paulo. Projeção <strong>de</strong><br />

elevação <strong>de</strong> negócios é <strong>de</strong> até 20% neste ano. pág. 20<br />

Publicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ampliar<br />

foco para a diversida<strong>de</strong><br />

Alê Oliveira Divulgação Divulgação<br />

Mulher trans e crescida<br />

na periferia paulistana, a<br />

executiva Raquel Virgínia,<br />

CEO da startup Nhai, faz<br />

alerta para as marcas<br />

e todo o ecossistema<br />

da publicida<strong>de</strong> estar<br />

conectado com os temas<br />

da diversida<strong>de</strong>, inclusão e<br />

negritu<strong>de</strong>. Em entrevista,<br />

ela promete entregar<br />

censo qualitativo ainda<br />

neste ano para servir <strong>de</strong><br />

parâmetro para essas<br />

questões que consi<strong>de</strong>ra<br />

sensíveis e urgentes.<br />

pág. 10


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

A joia da coroa<br />

Por mais caras que sejam, joias têm um preço. Mas a criativida<strong>de</strong> brasileira é<br />

daqueles tesouros intangíveis, incalculáveis. Tem valor. É a verda<strong>de</strong>ira joia da<br />

coroa, que brilhou mais uma vez no festival D&AD Awards <strong>2024</strong>, realizado em<br />

Londres na semana passada.<br />

Com 28 prêmios - cinco Lápis Amarelos, cinco Grafites e 18 <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira - o resultado<br />

foi melhor que em 2023, quando o mercado brasileiro ganhou <strong>27</strong> prêmios. Neste<br />

ano, o país emplacou 62 finalistas, contra 45 na edição anterior.<br />

A brasileira mais premiada foi a AlmapBBDO. A agência conquistou dois Lápis Amarelos<br />

com o filme ‘Gerações’, além <strong>de</strong> um <strong>de</strong> Grafite e quatro <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira. Lançada<br />

em julho <strong>de</strong> 2023 para celebrar os 70 anos da Volkswagen no país, ‘Gerações’ utilizou<br />

inteligência artificial (IA) para colocar a cantora Elis Regina, morta há mais <strong>de</strong><br />

40 anos, a bordo da tradicional Kombi, cantando ao lado <strong>de</strong> sua filha Maria Rita, que<br />

dirige um ID.Buzz, a Kombi elétrica da marca.<br />

Na sequência, vem a AKQA São Paulo com dois Lápis Amarelos também, um <strong>de</strong> Grafite<br />

e um <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira. A David São Paulo levou um Lápis Amarelo e quatro <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira.<br />

Já a DM9 recebeu dois Lápis <strong>de</strong> Grafite e três <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira.<br />

A Africa Creative e a MRM Brasil conquistaram dois Lápis <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira, cada uma.<br />

Entre as produtoras, a Boiler Filmes ganhou um Lápis Amarelo junto com a Almap-<br />

BBDO e a Satélite Audio, um <strong>de</strong> Grafite e outro <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira.<br />

Do total <strong>de</strong> 652 Lápis, foram quatro Black Pencils, consi<strong>de</strong>rado o Grand Prix do festival.<br />

Dentsu Tokyo’s com ‘My Japan railway’; Marcel com ‘WoMen’s football’; Apple<br />

com ‘VisionOS’; e McCann Poland com ‘WhereToSettlev’ são os vencedores.<br />

A VML New York foi eleita a Agência <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> do Ano; a Raw Materials, a Agência<br />

<strong>de</strong> Design; a Division, a Produtora do Ano; a AB InBev, o Cliente do Ano; e a Serviceplan<br />

ganhou como Re<strong>de</strong> In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do Ano, enquanto a Ogilvy é a Re<strong>de</strong> do Ano.<br />

O D&AD Awards recebeu em <strong>2024</strong> inscrições <strong>de</strong> 78 países em um total <strong>de</strong> 12.387, o<br />

<strong>maio</strong>r número <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007.<br />

Por falar em festivais, o Cannes Lions também se avizinha, e o propmark dá<br />

sequência aos perfis dos jurados brasileiros, que nesta edição apresenta Márcia<br />

Esteves, CEO da Lew’Lara\TBWA, em Creative Business Transformation; Lui Lima,<br />

creative director da Talent, em Social & Influencer; Mariana Sá, co-CCO da Africa Creative,<br />

em Direct Lions; e Henrique Tanji, fundador e CEO da Ritmika Audio Arts, em<br />

Entertainment Lions for Music.<br />

Das premiações para o dia a dia, o live marketing ganha <strong>de</strong>staque com a estimativa<br />

<strong>de</strong> crescer 20%. Profissionais do setor ouvidos pelo jornal estão otimistas<br />

com o potencial da inteligência artificial (IA) para gerar experiências na<br />

jornada dos consumidores.<br />

Imersão é o que promete também o mercado <strong>de</strong> games, que <strong>de</strong>ve faturar cerca<br />

<strong>de</strong> US$ 230 bilhões no mundo em <strong>2024</strong>. Mastercard, Santan<strong>de</strong>r, Heineken, Nestlé<br />

(KitKat e Dolce Gusto), Coca-Cola e Sanofi (Dorflex), além <strong>de</strong> Gillette, Red Bull e Dell,<br />

são algumas das marcas que já entraram no jogo.<br />

Em entrevista, Diego Martinez, gerente-geral da Riot Games no Brasil, <strong>de</strong>ixa um<br />

alerta. “A inserção tem <strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> forma orgânica para estabelecer a conexão<br />

da marca aos nossos produtos e não a simples exposição com compra <strong>de</strong> espaço.”<br />

Experiências inesquecíveis não <strong>de</strong>vem faltar também nas ações das marcas<br />

para a décima Copa do Mundo Feminina da Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>de</strong> Futebol<br />

(Fifa), que entre os dias 24 <strong>de</strong> junho e 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 20<strong>27</strong> será realizada<br />

no Brasil, primeiro país sul-americano a sediar a competição. A agência Fuse<br />

analisa oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Frase:“Estu<strong>de</strong> o produto antes <strong>de</strong> criar a campanha” .(David Ogilvy)<br />

as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />

1ª<br />

2ª<br />

O Cannes Lions vai homenagear o publicitário francês Jacques Séguéla<br />

com o Leão <strong>de</strong> São Marcos, honraria concedida a profissionais que possuem<br />

protagonismo na indústria criativa.<br />

3ª<br />

Jacques Séguéla receberá o Leão<br />

<strong>de</strong> São Marcos <strong>de</strong> Cannes Lions <strong>2024</strong><br />

Publicis Groupe lança o PXP Creators by<br />

BR Media Group, seu hub <strong>de</strong> influência<br />

O Publicis Groupe lançou a PXP Creators by BR Media Group, operação <strong>de</strong><br />

marketing <strong>de</strong> influência. A novida<strong>de</strong> tem o objetivo <strong>de</strong> otimizar as etapas da<br />

construção <strong>de</strong> soluções criativas<br />

Brasil conquista 28 Lápis no D&AD <strong>2024</strong><br />

e AlmapBBDO é a mais premiada<br />

O Brasil conquistou 28 Lápis no D&AD Awards <strong>2024</strong>, sendo cinco Lápis<br />

Amarelos, cinco Grafites e 18 <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira. A AlmapBBDO foi a agência mais<br />

premiada; na sequência, vêm a AKQA São Paulo, David SP e a DM9.<br />

4ª<br />

A VML fundou o Centro <strong>de</strong> Expertise <strong>de</strong> Dados na América Latina com o<br />

objetivo <strong>de</strong> integrar a comunida<strong>de</strong> especializada em dados e incentivar<br />

as melhores práticas.<br />

5ª<br />

VML cria centro <strong>de</strong><br />

expertise sobre dados<br />

Caso Kid Bengala: processo contra<br />

Burger King é arquivado pelo Conar<br />

O Conar <strong>de</strong>cidiu, por unanimida<strong>de</strong>, arquivar o processo contra o Burger King<br />

e campanha com Kid Bengala. A ação tinha a frase “Chamamos o Kid BKala,<br />

especialista em tamanho, pra constatar que não é hack, é exagero!!!”.<br />

4 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


AlmapBBDO é a brasileira mais premiada do D&AD <strong>2024</strong><br />

Brasil encerrou<br />

participação com 28<br />

Lápis e a AlmappBBDO<br />

foi a brasileira mais<br />

premiada do festival,<br />

realizado em Londres<br />

na semana passada.<br />

AKQA, David, DM9,<br />

Africa Creative e MRM<br />

Brasil também estão<br />

entre os ganhadores.<br />

OOH prepara<br />

recuperação no RS<br />

Setor propõe renegociação<br />

<strong>de</strong> prazos, espaços e<br />

preços a fim <strong>de</strong> garantir a<br />

manutenção <strong>de</strong> estratégias<br />

capazes <strong>de</strong> manter os<br />

investimentos em uma das<br />

mídias mais afetadas pelo<br />

<strong>de</strong>sastre ambiental que se<br />

abateu no estado. pág. 31<br />

índice<br />

16<br />

Copa Feminina<br />

no Brasil atrai<br />

oportunida<strong>de</strong>s<br />

Reprodução<br />

Seleção Feminina Sub-20 celebra<br />

a vitória no Sul-Americano<br />

<strong>2024</strong> (foto). Desempenho das<br />

jogadoras nos últimos anos<br />

foi <strong>de</strong>cisivo para a escolha do<br />

Brasil como se<strong>de</strong> da Copa do<br />

Mundo Feminina da Fifa 20<strong>27</strong>,<br />

anunciada no dia 17 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>. A<br />

agência Fuse avalia potencial <strong>de</strong><br />

negócios. pág. 29<br />

propmark<br />

propmark.com.br<br />

Jor na lis ta res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editor: Paulo Macedo<br />

Editor <strong>de</strong> fotografia: Alê<br />

Oliveira<br />

Editores-assistentes: Janaina<br />

Langsdorff e Vinícius Novaes<br />

Editor especial: Pedro Yves<br />

Repórteres: Adrieny Magalhães,<br />

Carolina Vilela e Tayla Carolina<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Editor <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />

Luz<br />

Diagramador Pleno: Lucas<br />

Boccatto<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />

Armando Ferrentini<br />

Diretor-executivo<br />

Tiago Ferrentini<br />

Departamento comercial<br />

Gerentes <strong>de</strong> contas:<br />

Mel Floriano<br />

mel@propmark.com.br<br />

tel. (11) 2065 0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@propmark.com.br<br />

tel. (11) 2065 0744<br />

Assinaturas<br />

www.propmark.com.br/signup<br />

assinaturas@propmark.com.br<br />

tel. (11) 2065 0737<br />

Redação<br />

Rua François Coty, 228<br />

01524-030 - São Paulo – SP<br />

Tel. (11) 2065 0772 / 0766<br />

redacao@propmark.com.br<br />

As ma té rias as si na das não re pre sen tam<br />

ne ces sa ria men te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal,<br />

po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

Editorial ............................................................................. 4<br />

Conexões ........................................................................... 7<br />

Curtas ................................................................................. 8<br />

Inspiração .......................................................................... 9<br />

Entrevista .......................................................................... 10<br />

Digital ................................................................................ 12<br />

Prêmios.............................................................................. 16<br />

Mercado ............................................................................. 20<br />

Quem Fez ........................................................................... 24<br />

Cannes Lions <strong>2024</strong> ............................................................ 25<br />

Agências ............................................................................ 29<br />

Mídia .................................................................................. 31<br />

Opinião............................................................................... 32<br />

Click do Alê ........................................................................ 33<br />

ESG no MKT ........................................................................ 34<br />

Negócios & Sustentabilida<strong>de</strong> ........................................... 35<br />

We Love MKT ...................................................................... 36<br />

Supercenas ........................................................................ 37<br />

Última Página .................................................................... 38<br />

Riot Games bate<br />

recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> audiência<br />

no CBLOL<br />

Diego Martinez, gerente-geral<br />

da Riot Games no Brasil, orienta<br />

as marcas no universo dos jogos<br />

eletrônicos, que <strong>de</strong>ve faturar<br />

cerca <strong>de</strong> US$ 230 bilhões no<br />

mundo em <strong>2024</strong>. Campeonato<br />

Brasileiro <strong>de</strong> League of Legends<br />

(CBLOL) bateu o recor<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

459 mil espectadores pág. 12<br />

6 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


conexões<br />

última hora<br />

LUXO<br />

O Grupo L’Oréal no Brasil anuncia Marina<br />

Torres (foto à esquerda) como nova<br />

diretora-geral da sua divisão Luxo no país.<br />

Anteriormente, atuava como gerentegeral<br />

<strong>de</strong> fragrâncias na equipe <strong>de</strong> Travel<br />

Retail Américas, Marina será responsável<br />

pela gestão das marcas Lancôme, Giorgio<br />

Armani, Yves Saint Laurent, Ralph Lauren,<br />

Azzaro, Prada, Mugler, Aesop e Cacharel. Seu<br />

papel visa ao fortalecimento e crescimento<br />

<strong>de</strong>ssas marcas, assim como a consolidação<br />

da reputação <strong>de</strong>ssa área da multinacional<br />

francesa.<br />

PRÊMIO<br />

A DaHouse conquistou um Emmy na terçafeira<br />

(20), durante a entrega do Emmy<br />

Sports Awards <strong>2024</strong>. A produtora brasileira<br />

foi responsável por todo o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico <strong>de</strong> áudio do case ‘Dreamcaster’,<br />

criado pela FCB Nova York para Michelob Ultra, que permitiu colocar Cameron Black, jornalista<br />

esportivo cego, como narrador <strong>de</strong> uma partida oficial dos playoffs da NBA.<br />

EXPANSÃO<br />

A Atua Agência, com se<strong>de</strong> em Sorocaba, interior paulista, anuncia a abertura <strong>de</strong> seu novo hub<br />

na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

PROJEÇÃO<br />

Segundo pesquisa da Goldman Sachs, até 20<strong>27</strong> o mercado <strong>de</strong> creator economy <strong>de</strong>ve<br />

chegar a US$ 480 bilhões, ou seja, mais <strong>de</strong> R$ 2,4 trilhões na cotação atual. Informação é do<br />

especialista Erih Carneiro, fundador da Agência Gombo.<br />

SILVER<br />

Daniel Moreira (foto à esq., com Antonio<br />

Camarotti, CEO da Forbes Brasil),<br />

CEO e fundador da fintech Hub4pay,<br />

participou da semana <strong>de</strong> eventos<br />

da Forbes Brasil em Nova York e, na<br />

programação do Forbes 50 Over 50 no<br />

último dia 15. Pô<strong>de</strong> captar insights <strong>de</strong><br />

empresários como Deives Rezen<strong>de</strong> e<br />

José Vicente Bernardo. Rezen<strong>de</strong> expôs<br />

sua reinvenção na carreira após os<br />

50 anos, e Bernardo, ao abordar a<br />

importância da experiência acumulada,<br />

mostrou como a maturida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

crucial para o sucesso nos negócios,<br />

oferecendo lições para a nova geração<br />

<strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res no mercado. Moreira explica<br />

que o mercado <strong>de</strong>ve projetar futuro no<br />

qual a ida<strong>de</strong> seja vista como um ativo,<br />

não como uma barreira.<br />

ALVO<br />

Em 2023, o mercado <strong>de</strong> geomarketing movimentou globalmente US$ 14,35 bilhões, segundo<br />

análise da Mordor Intelligence. A ferramenta se baseia em dados <strong>de</strong> localização para atingir<br />

o público-alvo com as mensagens certas, criando novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio e tem sido<br />

muito utilizada por re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> franquias, por possuir um ritmo <strong>de</strong> expansão mais acelerado.<br />

“A estratégia <strong>de</strong> marketing precisa ser adaptada para aten<strong>de</strong>r às características específicas<br />

<strong>de</strong> cada região, levando em consi<strong>de</strong>ração diferenças culturais, <strong>de</strong>mográficas e econômicas”,<br />

diz Lucien Newton, vice-presi<strong>de</strong>nte da vertical <strong>de</strong> consultoria da 300 Ecossistema <strong>de</strong> Alto<br />

Impacto, que acumula mais <strong>de</strong> 90 re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> franquias sócias e mais <strong>de</strong> 10 mil franquias<br />

abertas em todas as regiões do Brasil.<br />

NEGÓCIO<br />

A The Juju e a 99Pay, carteira digital <strong>de</strong>ntro do aplicativo da 99, acabam <strong>de</strong> anunciar o início<br />

<strong>de</strong> uma parceria para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> todas as ações <strong>de</strong> marketing do anunciante.<br />

PATROCÍNIO<br />

Grupo Heineken e Eisenbahn, marca do seu portfólio, abriram patrocínio do João Rock, festival<br />

que será realizado no começo <strong>de</strong> junho, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto (SP).<br />

LinkedIn<br />

Post: Media Monks Brasil anuncia a<br />

chegada <strong>de</strong> Patrícia Gerard e Quentin<br />

Mahé<br />

Bora, Quentin Mahé!<br />

Eduardo Cabral<br />

Dois queridos e competentes profissionais!<br />

Sorte e sucesso na nova etapa! Brilhem<br />

ainda mais.<br />

Carla Purcino<br />

Escolheram certo <strong>de</strong>mais! Todo o sucesso<br />

do mundo para vocês!<br />

Diego Leonardo<br />

Marina Pires, que baita movimento e belas<br />

pessoas para ter por perto. Parabéns!<br />

Quentin Mahé, muita inspiração nesta<br />

nova temporada.<br />

Flávio Proença<br />

dorinho<br />

Que <strong>de</strong>mais, Patricia Gerard, arrasa!<br />

Vanessa B.<br />

Sucesso, Quentin!<br />

Alexandre Manisck<br />

Errata<br />

Na matéria<br />

“Profissionais<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

buscam<br />

ativida<strong>de</strong>s<br />

que ativam<br />

prazer<br />

pessoal”, publicada<br />

em<br />

20/5, o nome <strong>de</strong> Elise Passamani, vice-<br />

-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> cultura e operações da<br />

Lew’Lara\TBWA, foi grafado errado.<br />

Pedimos <strong>de</strong>sculpas a Elise, que faz balé<br />

e estuda alemão nas horas vagas.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 7


curtas<br />

Divulgação<br />

WMccann convoca IvEtE SangaLo<br />

para São João da cErvEJa ItaIpava<br />

Campanha “Ita-no coração, a cerveja do nosso São João” <strong>de</strong>senvolvida pela agência valoriza<br />

tradições brasileiras e mostra como o coração do nor<strong>de</strong>stino bate mais forte nesta época<br />

do ano, que materializa o amor dos habitantes <strong>de</strong>ssa região, que transpira sua cultura. “A<br />

Itaipava reconhece a importância <strong>de</strong>ssa festa para o povo nor<strong>de</strong>stino não apenas como<br />

uma celebração, mas como um momento <strong>de</strong> reafirmação cultural. Por isso, a marca se<br />

compromete em promover e enaltecer esta tradição. A nova campanha é também uma<br />

maneira <strong>de</strong> dizer que a Itaipava está com o coração no São João, junto com cada pessoa<br />

que celebra essa época tão especial do ano”, explica Diego Santelices, head <strong>de</strong> comunicação<br />

e mídia do Grupo Petrópolis. Ação chegou aos canais <strong>de</strong> mídia na semana passada nas<br />

plataformas <strong>de</strong> TV e digital, com <strong>de</strong>staque para uma colaboração no Instagram entre Ivete<br />

e Itaipava, e se esten<strong>de</strong>rá até o dia 30 <strong>de</strong> junho. A estratégia <strong>de</strong> comunicação contará com<br />

peças digitais que comunicam <strong>de</strong> forma nacional, com foco <strong>de</strong> mídia 100% no Nor<strong>de</strong>ste,<br />

fortalecendo o laço que a marca possui com o consumidor nor<strong>de</strong>stino.<br />

Bra<strong>de</strong>sco ganha prêmio com ação antifrau<strong>de</strong><br />

Divulgação<br />

duraBilida<strong>de</strong> é o tema <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o da dunlop<br />

Divulgação<br />

Bra<strong>de</strong>sco ganha prêmio com campanha criada pela Al<strong>de</strong>iaH, que alerta sobre frau<strong>de</strong>s<br />

Dunlop traz fundador da empresa <strong>de</strong> pneus em série que fala sobre a invenção do produto<br />

A campanha do Bra<strong>de</strong>sco ‘Quem conhece o truque, não cai em cilada’, composta por cerca <strong>de</strong><br />

190 peças veiculadas na TV, rádio, re<strong>de</strong>s sociais e em mídias OOH, foi premiada na categoria<br />

‘Estratégia <strong>de</strong> Marketing mais Inovadora’ no Fintech Américas Awards, que celebra cases <strong>de</strong><br />

sucesso <strong>de</strong> instituições financeiras em toda a América Latina. Como resultado, no período da<br />

ação, foi registrado mais <strong>de</strong> 380M visualizações nos filmes no ambiente digital, sendo 242M<br />

só no YouTube. Criação da Al<strong>de</strong>iaH com produção da Rebolucion e direção <strong>de</strong> João MacFarland,<br />

projeto foi um dos que chamaram a atenção durante a Fintech Américas Miami <strong>2024</strong>, um dos<br />

eventos voltados para CEOs, CFOs e <strong>de</strong>cisores do mercado financeiro.<br />

Estrelada pelo ator Eriberto Leão, o terceiro episódio, ‘Durabilida<strong>de</strong>’, da campanha da Dunlop,<br />

reforça inovação como conceito <strong>de</strong> marca. “O ator segue dando vida a John Boyd Dunlop, figura<br />

emblemática na história da empresa. A narrativa, que já conta com mais <strong>de</strong> seis milhões <strong>de</strong><br />

views no YouTube, “guia os espectadores por uma jornada que ressalta não apenas a invenção<br />

revolucionária do pneu, mas também os avanços contínuos da companhia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua fundação,<br />

em 1888”, explica comunicado da Dunlop. “Estamos <strong>de</strong>terminados a superar as expectativas dos<br />

motoristas do Brasil, oferecendo experiência <strong>de</strong> condução em termos <strong>de</strong> conforto, segurança<br />

e durabilida<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>staca Rodrigo Alonso, diretor nacional <strong>de</strong> vendas e marketing da marca.<br />

filmes da asaas traz evaristo costa vml aBre centro <strong>de</strong> dados para al dorflex tem série criada pela druid<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

Apresentador é protagonista da ação da marca financeira<br />

O jornalista é a primeira celebrida<strong>de</strong> contratada pela instituição<br />

financeira que apresentará dois filmes publicitários a partir<br />

<strong>de</strong>ste mês nas mídias online e offline. Longe da televisão e<br />

morando na Inglaterra há sete anos, Evaristo Costa empresta<br />

imagem para estrelar uma campanha que fala sobre sair do<br />

tradicional, algo que conhece bem, contraste da sua rotina <strong>de</strong><br />

apresentador da Re<strong>de</strong> Globo com momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração.<br />

“Nós já estamos presentes em quase todos os aeroportos do<br />

Brasil, somos patrocinadores master do Red Bull Bragantino<br />

e <strong>de</strong> alguns dos principais campeonatos <strong>de</strong> futebol, e agora<br />

entramos no meio online com mais essa campanha que conta<br />

com um nome <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> peso”, diz Júnior Beltrão, diretor <strong>de</strong><br />

marketing do Asaas.<br />

Re<strong>de</strong> do WPP lança centro <strong>de</strong> dados com base em São Paulo<br />

Realização do primeiro Data&Knowledge Summit Latam marca<br />

a formação do núcleo com a participação <strong>de</strong> executivos<br />

<strong>de</strong> todos os países do grupo para novo Centro <strong>de</strong> Expertise<br />

<strong>de</strong> Dados na América Latina. “Nosso objetivo estratégico é<br />

garantir que as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> negócios dos nossos clientes<br />

sejam tomadas baseadas em dados <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fácil<br />

acesso, compreendidos <strong>de</strong>ntro do contexto cultural <strong>de</strong> cada<br />

país. Nada melhor que nos reunirmos para trocar conhecimento<br />

e acelerar este processo”, afirma Fabia Juliasz, CEO da<br />

Marketdata. Estiveram presentes lí<strong>de</strong>res da VML Argentina,<br />

Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Peru, Porto Rico, Uruguai<br />

e Brasil, além dos parceiros da Mirum e I-Cherry, agências<br />

pertencentes ao ecossistema da VML.<br />

Druid assina campanha para Dorflex no League of Legends<br />

Dorflex Uno lança websérie inédita para incentivar a categoria<br />

<strong>de</strong> base do League of Legends no Brasil. Marca <strong>de</strong> consumer<br />

healthcare da Sanofi, em cocriação com a Pain Gaming<br />

e Druid, fortalece o relacionamento com o público gamer<br />

a partir da criação <strong>de</strong> conteúdo inédita para contar as histórias<br />

extraordinárias da categoria <strong>de</strong> base do CBLOL. “Dorflex<br />

UNO resolveu contar essa história <strong>de</strong> crescimento e superação,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento em que seu time foi campeão do<br />

1º Split do CBLOL Aca<strong>de</strong>my, em abril <strong>de</strong>ste ano, até a ida do<br />

atleta para um time profissional para jogar junto com o<br />

seu irmão”, esclarece a executiva Marilia Zanoli, diretora <strong>de</strong><br />

marketing <strong>de</strong> consummer healthcare da Sanofi, que aprovou<br />

a campanha.<br />

8 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

Do vi<strong>de</strong>oclipe à publicida<strong>de</strong><br />

Fotos: Arquivo Pessoal<br />

“O mercado audiovisual vem sofrendo com uma onda <strong>de</strong> mudanças tão<br />

drásticas que fica até difícil traçar uma linha <strong>de</strong> raciocínio do que virá”<br />

Murilo Paiva<br />

Especial para o propmark<br />

Assim como aconteceu com a internet, a inteligência artificial (IA) surgiu décadas<br />

antes <strong>de</strong> ganhar escala e começar a mostrar todo seu potencial. Sabemos bem o<br />

que aconteceu a partir dos anos 1990, quando a conectivida<strong>de</strong> começou a fazer parte<br />

da vida das pessoas, primeiro em seus computadores, <strong>de</strong>pois nos smartphones.<br />

Com a IA, 30 anos <strong>de</strong>pois da ascensão da internet, estamos apenas no começo. É praticamente<br />

impossível prever quais serão os limites <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>sta tecnologia, especialmente<br />

<strong>de</strong>pois que a IA generativa ganhou popularida<strong>de</strong>. Uma coisa é certa: o mercado audiovisual<br />

nunca mais será o mesmo.<br />

Não é segredo que a OpenAI, dona do ChatGPT, tem circulado entre os <strong>maio</strong>res estúdios<br />

<strong>de</strong> Hollywood para apresentar o Sora, uma ferramenta <strong>de</strong> IA capaz <strong>de</strong> criar ví<strong>de</strong>os a partir<br />

<strong>de</strong> textos. Em tese, ela po<strong>de</strong>ria substituir roteiristas, técnicos, atores e figurantes – eventualmente,<br />

diretores.<br />

Mas será que este realmente é o futuro? Não seria a primeira vez que mudanças tecnológicas<br />

são anunciadas como se estivessem a um passo <strong>de</strong> mudar tudo radicalmente. Nem<br />

sempre cumprem o prometido.<br />

A verda<strong>de</strong> é que não sabemos. O mercado audiovisual vem sofrendo com uma onda <strong>de</strong><br />

mudanças tão drásticas que fica até difícil traçar uma linha <strong>de</strong> raciocínio do que virá pela<br />

frente. E nesse contexto, certamente a IA é hoje a gran<strong>de</strong> incógnita para nós, profissionais<br />

do meio. Saber os limites da influência <strong>de</strong>la nas nossas produções vai ser o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />

<strong>de</strong>sses próximos anos.<br />

Em minha trajetória profissional, já experimentei uma boa dose <strong>de</strong> mudanças. Por exemplo,<br />

atuei como diretor <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oclipes. Foi uma experiência proporcionalmente<br />

<strong>de</strong>safiadora e enriquecedora.<br />

Trabalhar com os vi<strong>de</strong>oclipes e todas as dificulda<strong>de</strong>s que esse segmento possui<br />

proporcionaram um gran<strong>de</strong> aprendizado. Permitiram-me conhecer uma gama <strong>de</strong> jovens<br />

profissionais incríveis (muitos <strong>de</strong>les inclusive colegas hoje no segmento publicitário)<br />

e me ensinaram a lidar com a pressão dos prazos apertados, budgets curtos e i<strong>de</strong>ias improváveis.<br />

Foi como produtor <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oclipes que eu entendi <strong>de</strong> maneira mais ampla o papel <strong>de</strong> um<br />

diretor <strong>de</strong> produção em projetos audiovisuais. Muito do que eu exerço hoje, trago <strong>de</strong> antigos<br />

aprendizados dos meus tempos <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oclipes<br />

Aprendi a aprimorar o cuidado nas relações pessoais, como gerir equipes formadas por<br />

pessoas tão diferentes e conseguir com que todos trabalhem harmoniosamente. Lembrando<br />

que os <strong>maio</strong>res <strong>de</strong>safios, claro, estão sempre relacionados aos budgets curtos, mas é a<br />

partir <strong>de</strong>ssa barreira financeira que direção e produção apren<strong>de</strong>m a trabalhar <strong>de</strong> maneira<br />

integrada e eficiente propondo soluções inteligentes para realizar os projetos.<br />

Minha transição para a atuação na produtora Sugarcane, foi bem repentina. O principal<br />

aspecto que me influenciou para tomar esta <strong>de</strong>cisão foi a agilida<strong>de</strong> na produção. Meus primeiros<br />

projetos no novo cargo foram muito dinâmicos, com gravações na rua e em comunida<strong>de</strong>s.<br />

Foi o caso, por exemplo, <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano <strong>de</strong> iFood, em que gravamos<br />

com o motoqueiro que mais havia feito corridas no ano em todo o Brasil pelo aplicativo.<br />

Logo nesses primeiros projetos, entendi o abismo que existe entre produzir vi<strong>de</strong>oclipes<br />

e publicida<strong>de</strong>. Mas ao mesmo tempo consegui enxergar o tanto que minha experiência em<br />

vi<strong>de</strong>oclipes, principalmente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> favelas, havia me ensinado, sobre como lidar com<br />

situações adversas, conviver com pessoas <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> diferente da sua e fazer com<br />

que tudo isso seja positivo para o projeto.<br />

A maneira como o público consome o audiovisual interfere diretamente na forma como<br />

as produções são realizadas. Antigamente as pessoas paravam para ouvir novos álbuns <strong>de</strong><br />

música, iam ao cinema com mais frequência e tinham mais paciência para assistir ví<strong>de</strong>os<br />

longos ou até filmes com gran<strong>de</strong> duração.<br />

A impaciência dos tempos atuais faz com que as pessoas tenham mais dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

conectar com aquilo que estão assistindo. Para nós, criadores <strong>de</strong> conteúdo, seja ela publicitário<br />

ou não, esse é o confronto que temos encontrado: pensar maneiras <strong>de</strong> criar algo que<br />

possa passar uma mensagem em pouco tempo e imprima todo o esforço <strong>de</strong> produção que<br />

houve por trás daqueles poucos segundos <strong>de</strong> conteúdo.<br />

E é nesse contexto, e com base na minha experiência pessoal, que acredito que o mercado<br />

audiovisual no país vive um momento <strong>de</strong>safiador, com as inovações chegando <strong>de</strong> maneira<br />

<strong>de</strong>savisada e confusa.<br />

Mas o mercado brasileiro já provou em outros momentos a sua incrível e rápida capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> adaptação ao novo. Algo que vem <strong>de</strong> fora e chega aqui já um pouco mais consolidado<br />

pelas experiências estrangeiras se torna o diferencial daqueles que conseguem<br />

assimilar <strong>de</strong> maneira inteligente e ágil.<br />

Murilo Paiva é coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> produção na Sugarcane Filmes<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 9


entrevista<br />

raquel virgínia<br />

CEO da startup Nhai<br />

Pink Economy tem impacto<br />

O impacto econômico da Parada do<br />

Orgulho LGBTQIA+ em São Paulo ultrapassa<br />

os R$ 800 milhões. Como é realizada em<br />

vários países, além <strong>de</strong> outros aspectos<br />

que englobam a Pink Economy, os valores<br />

globais chegam a US$ 4 trilhões por<br />

ano. Fundadora e CEO da startup Nhai, a<br />

executiva Raquel Virgínia, mulher trans,<br />

negra, nascida e criada na periferia <strong>de</strong><br />

SP, se propõe a <strong>de</strong>senvolver projetos <strong>de</strong><br />

diversida<strong>de</strong> para gerar impacto social<br />

para empresas. Fonte para a questão<br />

LGBTQIA+, está à frente <strong>de</strong> censo que será<br />

concluído no fim <strong>de</strong>ste ano para medir<br />

a produtivida<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> no país.<br />

Cantora foi indicada duas vezes ao Grammy<br />

Latino, um feito inédito. A seguir, fala sobre<br />

preconceito, como as marcas <strong>de</strong>vem<br />

contemplar questões <strong>de</strong> gênero e equida<strong>de</strong>.<br />

E o papel da publicida<strong>de</strong> e do marketing.<br />

Paulo Macedo<br />

Diversida<strong>de</strong>, inclusão e negritu<strong>de</strong>. Por que as marcas precisam<br />

estar antenadas com esses temas?<br />

Porque essas pessoas significam novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio, inspiram novos produtos,<br />

são um mercado consumidor. Então, tendo conversas mais efetivas com a socieda<strong>de</strong><br />

sobre o tema e incluindo, obviamente, haverá uma <strong>maio</strong>r conversão em vendas. Na<br />

prática, a conversão para aquela marca e para os produtos daquela marca é melhor<br />

ao consi<strong>de</strong>rar essa comunida<strong>de</strong>. Além disso, esse <strong>de</strong>bate tem a ver com o quanto essa<br />

marca está conectada. Essa conexão faz com que uma empresa <strong>de</strong>marque a sua contemporaneida<strong>de</strong><br />

e isso, com certeza, faz com que o público tenha um olhar diferente<br />

para uma marca que se faz presente no momento, mas também no futuro.<br />

Na publicida<strong>de</strong>, o preconceito rola? Mesmo num país negro? Que<br />

tipo <strong>de</strong> preconceito? Velado?<br />

Eu acredito que o racismo estrutural é algo presente em todas as estruturas e, certamente,<br />

também no mercado da comunicação e da indústria criativa. Na publicida<strong>de</strong>,<br />

percebemos esse preconceito quando falamos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>, por exemplo.<br />

Mas não é só na frente das câmeras. A falta <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> também está por<br />

trás das câmeras. Afinal, qual é o número <strong>de</strong> dirigentes negras e negros na li<strong>de</strong>rança?<br />

Quantos negros e negras estão <strong>de</strong>finindo verba, tom e pauta <strong>de</strong> campanhas? Tudo isso,<br />

toda essa alta gestão ainda é racialmente muito branca. Claro que essa realida<strong>de</strong> é<br />

sintoma <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> racializada, com uma hegemonia da branquitu<strong>de</strong>.<br />

Divulgação<br />

Quais são as principais questões que a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria levar<br />

em conta em relação à LGBTQIAP+? E nas questões <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />

e inclusão?<br />

Na minha opinião, a principal questão que as marcas têm <strong>de</strong> levar em consi<strong>de</strong>ração em<br />

relação à pauta LGBT é que a gente está falando <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> enorme, que tem<br />

o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> movimentar bilhões <strong>de</strong> reais por ano no Brasil. Precisamos ter em mente<br />

que é uma comunida<strong>de</strong> muito po<strong>de</strong>rosa e que po<strong>de</strong> elevar ainda mais o seu lugar na<br />

socieda<strong>de</strong>, consumindo e movimentando a economia. É preciso se atentar para a potência<br />

da comunida<strong>de</strong> LGBT. É só pensarmos na Parada LGBT <strong>de</strong> São Paulo: em um dia, o<br />

evento movimenta quase 1 bilhão <strong>de</strong> reais. Então, quantos produtos, quantos mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> negócio essa comunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> movimentar? É por isso que as marcas precisam<br />

prestar atenção e levar em consi<strong>de</strong>ração uma série <strong>de</strong> fatores, como seus propósitos,<br />

suas missões e seus princípios.<br />

Qual foi a chave/fator para a mudança?<br />

Na minha visão, houve um estouro no <strong>de</strong>bate sobre o tema e um consequente investimento<br />

por parte das empresas, que ocorreu um pouco antes, e com um ápice, no período<br />

pós-estrangulamento até a morte <strong>de</strong> George Floyd, nos Estados Unidos. No Brasil,<br />

o caso João Alberto, espancado e asfixiado por seguranças da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> supermercados<br />

Carrefour, em 2021, também refletiu em altas na aplicação <strong>de</strong> recursos em projetos<br />

voltados à diversida<strong>de</strong> por parte das empresas. Nós, que somos profissionais que lidamos<br />

com o tema, notamos que o mercado encarou isso como um momento <strong>de</strong><br />

tendência. Porém, o problema não se resolve <strong>de</strong> imediato, com ações pontuais. É<br />

10 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


“Afinal, qual é o número <strong>de</strong> dirigentes<br />

negras e negros na li<strong>de</strong>rança?”<br />

uma questão estrutural e o mercado não está acostumado a pensar em tão longo<br />

prazo. Mas é preciso ser consistente nesse investimento para que tenhamos mudanças<br />

efetivas.<br />

Ainda requer luta ou já há uma ambientação padrão?<br />

Sim, ainda é preciso muita luta. Temos muitas questões, temos muitas pautas para dar<br />

visibilida<strong>de</strong>. A pesquisa “Representa - O mapa da representativida<strong>de</strong> na publicida<strong>de</strong>”,<br />

elaborada pela ONU Mulheres, mostra que, no ano passado, foi <strong>de</strong> 0% o número <strong>de</strong> peças<br />

publicitárias com o público LGBTQIAP+. Não houve nenhuma campanha com a comunida<strong>de</strong><br />

LGBT representada. E quantas pessoas da socieda<strong>de</strong> fazem parte <strong>de</strong>sse grupo?<br />

Portanto, a gente ainda vive uma negação. Existe um negacionismo do mercado como<br />

um todo em relação a nossa potência. As empresas e a mídia, em geral, ainda olham<br />

<strong>de</strong> maneira muito sazonal para a nossa comunida<strong>de</strong>, seus valores e suas dores. Eu acho<br />

que a gente tem <strong>de</strong> olhar para essa causa <strong>de</strong> uma forma mais pragmática e enten<strong>de</strong>r<br />

o quanto <strong>de</strong> movimento essa comunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> gerar. Assim, temos uma luta gran<strong>de</strong><br />

para nos fazermos perceber como potência.<br />

Como a política e as leis contribuem? E representação nas casas<br />

legislativas e executivas?<br />

Políticas públicas e parcerias público-privadas são extremamente importantes nesse<br />

processo <strong>de</strong> evolução que o mercado publicitário precisa abraçar em relação às pautas<br />

dos grupos sub-representados. Para isso, a comunida<strong>de</strong> precisa estar representada<br />

em todos os campos. Quando pessoas da comunida<strong>de</strong> LGBT ocupam cargos políticos,<br />

elas po<strong>de</strong>m trazer uma perspectiva única para questões importantes, como direitos<br />

civis, igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero e políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Além disso, suas presenças ajudam<br />

a combater o preconceito e a promover a inclusão em todos os níveis da socieda<strong>de</strong>.<br />

Ter representantes LGBT na política não apenas fortalece a <strong>de</strong>mocracia, mas também<br />

inspira outros membros da comunida<strong>de</strong> a se envolverem ativamente na vida política,<br />

contribuindo para uma socieda<strong>de</strong> mais justa e inclusiva para todos.<br />

Observa alguma evolução nessa área <strong>de</strong> conteúdo da comunicação<br />

publicitária?<br />

Vejo uma evolução muito tímida em relação à comunida<strong>de</strong> LGBT na publicida<strong>de</strong>, parece<br />

acontecer apenas em alguns momentos. Em outros, o que eu vejo é, inclusive, um retrocesso.<br />

As empresas, as marcas e as campanhas precisam <strong>de</strong>senvolver mais storydoing<br />

e menos storytelling. Os conteúdos são produzidos apenas sazonalmente, nos meses<br />

em que há datas <strong>de</strong> luta ou comemoração, por exemplo. Mas o que a gente precisa é <strong>de</strong><br />

uma ação mais assertiva, mais efetiva, que mobilize e mostre na prática o que é contado<br />

nas histórias. O que a gente quer é conversar com essa comunida<strong>de</strong> tão potente que<br />

movimenta bilhões por ano.<br />

Gloria Groove e outras já emprestaram imagens para campanhas.<br />

O que é necessário para ampliar a participação?<br />

É menos importante a presença <strong>de</strong> figuras como Gloria Groove e Pabllo Vittar na publicida<strong>de</strong><br />

e é mais importante a gente enten<strong>de</strong>r o que a falta <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong><br />

como um todo significa do ponto <strong>de</strong> vista estrutural. O fato <strong>de</strong> termos essas pessoas<br />

como performers, fazendo performances, não representa necessariamente uma<br />

mudança estrutural na publicida<strong>de</strong>. É claro que, mesmo pontualmente, é importante,<br />

mas não é algo que você possa dizer: conquistamos, isso aqui é verda<strong>de</strong>iramente uma<br />

mudança <strong>de</strong> estrutura. Eu acredito que é um conjunto <strong>de</strong> fatores que vai fazer com<br />

que haja uma mudança relevante.<br />

Nas novelas, por exemplo, Maria Clara Spinelli vive papel principal<br />

em ‘Elas por elas’, além <strong>de</strong> ter sido <strong>de</strong>staque em ‘Salve Jorge’. Na<br />

música, Pablo Vittar é estrela. Como observa essa e outras escolhas<br />

na dramaturgia, sem esquecer a pioneira Priscilla?<br />

Todas essas figuras têm um papel, são ícones que, com suas existências e suas artes,<br />

vão criando uma conversa em torno do tema. Porém, o que a gente precisa observar<br />

com mais atenção são as construções estruturais <strong>de</strong>sse mercado. Eu acho que é isso<br />

que vai fazer com que a gente construa caminhos <strong>de</strong>finitivos para que não fiquemos<br />

sempre vivendo pequenos avanços seguidos <strong>de</strong> retrocessos <strong>maio</strong>res. O mercado precisa<br />

ter uma construção em que as conquistas sejam perenes e <strong>de</strong>finitivas. Para isso, é<br />

necessário que as marcas olhem para a comunida<strong>de</strong> LGBT <strong>de</strong> uma forma estratégica e<br />

tática, pensando em mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios que entendam que somos um gran<strong>de</strong> mercado<br />

consumidor. É se <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong> forma sustentável em todos os aspectos. Eu acho<br />

que é isso que falta para a gente crescer.<br />

As agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> já contratam profissionais LGBTQIA+?<br />

Contratam pessoas, sim, mas essas pessoas não são necessariamente as li<strong>de</strong>ranças<br />

máximas <strong>de</strong>ssas empresas. A presença <strong>de</strong>ssas pessoas não está nos processos <strong>de</strong>cisórios.<br />

Ainda é um movimento tímido, mas po<strong>de</strong>mos dizer que tem pessoas interessantes<br />

no mercado. Érica Malunguinho, consultora criativa da área <strong>de</strong> Cultura e Impacto da<br />

agência Soko, é uma profissional relevante para o mercado, por exemplo.<br />

Junho é o mês LGBTQIA+. O que essa gigante comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<br />

comemorar?<br />

Não vejo como comemoração: junho é um mês <strong>de</strong> luta. É um mês para a gente <strong>de</strong>marcar<br />

quais são as nossas lutas. Eu acho que comemorar não é bem o que fazemos nesse período.<br />

Junho é o mês do orgulho, mas um orgulho em torno <strong>de</strong> uma luta, <strong>de</strong> um embate com a<br />

socieda<strong>de</strong>. Mas, se for para comemorar, que a gente comemore que vive em um país <strong>de</strong>mocrático,<br />

on<strong>de</strong> temos leis que, minimamente, nos protegem. Ainda que não na prática com<br />

a efetivida<strong>de</strong> que precisamos, mas temos uma legislação que protege a comunida<strong>de</strong> LGBT.<br />

Mesmo com tanta visibilida<strong>de</strong>, o dia do orgulho precisa ter manifestações<br />

públicas como em São Paulo e Nova York? Por quê?<br />

A nossa comunida<strong>de</strong> não tem tanta visibilida<strong>de</strong>. Acho que precisamos, sim, fazer a marcha,<br />

promover o dia do orgulho, dar <strong>de</strong>staque a tantas pessoas que foram invisíveis<br />

para toda uma socieda<strong>de</strong> por muito tempo. Conseguir colocar os olhos <strong>de</strong> todos para<br />

nós é uma forma <strong>de</strong> pressionar por mudanças e combater o retrocesso.<br />

O que o censo (em parceria com o pacto Global da ONU) revela?<br />

Por enquanto, temos o resultado da primeira etapa do censo que a Nhaí elabora em<br />

parceria com o Pacto Global da ONU e com a agência AlmapBBDO. Po<strong>de</strong>mos dizer que<br />

o que é mais revelador é o fato <strong>de</strong> não termos dados sobre a inclusão produtiva LGBT.<br />

Nós não temos informações sobre quantas pessoas são empreen<strong>de</strong>doras LGBT no Brasil,<br />

não sabemos o que elas produzem e o quanto elas retornam para o país por meio<br />

<strong>de</strong> impostos. Em termos <strong>de</strong> empregabilida<strong>de</strong>, não sabemos quantas pessoas estão <strong>de</strong>sempregadas<br />

e fazem parte da comunida<strong>de</strong> LGBT, não sabemos os motivos pelos quais<br />

elas estão sem empregos, nem quantas estão empregadas e quais são seus cargos e<br />

salários. Precisamos ter essas informações para, a partir <strong>de</strong> dados, guiarmos políticas<br />

públicas e ações da iniciativa privada.<br />

Po<strong>de</strong>ria listar os principais insights do censo sobre a Pink Economy?<br />

Os resultados finais do censo estão previstos para o fim <strong>de</strong> <strong>2024</strong>. Serão dados muito importantes<br />

sobre o po<strong>de</strong>r econômico e sobre a inclusão produtiva <strong>de</strong>ssa comunida<strong>de</strong>. O<br />

primeiro resultado da pesquisa, elaborada pelo Datafolha, foi divulgado em março, na<br />

se<strong>de</strong> da ONU, em NY. A fase qualitativa do estudo mostra que as barreiras começam com<br />

os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> aceitação familiar que levam à evasão escolar e a problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

mental. As pessoas ouvidas relatam que a negação <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s para evitar conflitos<br />

leva à criação <strong>de</strong> ambientes tóxicos e prejudiciais ao <strong>de</strong>senvolvimento humano e profissional.<br />

E essa discriminação na educação é fatal para o acesso a oportunida<strong>de</strong>s futuras.<br />

O peso econômico exerce influência?<br />

O po<strong>de</strong>r econômico <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>, sim, ser um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisivo, mas para<br />

isso é preciso que haja uma organização voltada a esse objetivo. Um exemplo é a comunida<strong>de</strong><br />

judaica: eles se organizam em torno do dinheiro <strong>de</strong> uma forma muito eficiente.<br />

Mas por que a comunida<strong>de</strong> negra e a comunida<strong>de</strong> LGBT, que são tão potentes economicamente,<br />

não estão organizadas? As duas comunida<strong>de</strong>s movimentam bilhões, mas isso<br />

não significa muita coisa. Vai significar quando estiverem organizadas para dar po<strong>de</strong>r<br />

a esse dinheiro. Um dos projetos da minha empresa - o Pink Economy Experience - vai<br />

reunir essas pessoas potentes, essas li<strong>de</strong>ranças, para que a gente pense em maneiras<br />

<strong>de</strong> nos organizarmos em torno do nosso po<strong>de</strong>r econômico.<br />

Quais são as principais categorias <strong>de</strong> consumo fora o básico?<br />

As principais categorias <strong>de</strong> consumo da comunida<strong>de</strong> LGBT são moda, beleza e gastronomia.<br />

Sem dúvidas é neste trio que a comunida<strong>de</strong> LGBT tem mais força <strong>de</strong> consumo.<br />

O que esperar do futuro?<br />

O que a gente tem <strong>de</strong> esperar do futuro é muita organização e uma tomada <strong>de</strong> consciência<br />

por parte do mercado <strong>de</strong> que a gente po<strong>de</strong> formar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios interessantíssimos,<br />

gerar conversas maravilhosas e isso vai virar conversão para as nossas<br />

marcas e para os cofres.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 11


digital<br />

Fotos: Divulgação<br />

Final da primeira etapa do CBLOL <strong>2024</strong>, realizada em abril nos estúdios da Riot, em São Paulo, atraiu 459 mil espectadores simultaneamente nas plataformas <strong>de</strong> streaming<br />

Riot Games bate recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> 459 mil<br />

espectadores com CBLOL <strong>2024</strong><br />

Final da primeira etapa do torneio <strong>de</strong> League of Legends (LOL) ocorreu<br />

em abril nos estúdios da Riot, em São Paulo, com a presença <strong>de</strong> marcas<br />

Janaina Langsdorff<br />

Restaurante Priceless, no terraço do Shopping Light, no centro <strong>de</strong> São Paulo, foi ambientado com o universo <strong>de</strong> LOL pela Mastercard<br />

No jogo do marketing, a missão das<br />

marcas <strong>de</strong> se conectar aos consumidores<br />

pula para uma nova fase<br />

quando o eSports <strong>de</strong>limita o território<br />

<strong>de</strong> batalha. Os números da <strong>de</strong>senvolvedora<br />

<strong>de</strong> jogos eletrônicos norte-americana<br />

Riot, que pertence à empresa chinesa<br />

<strong>de</strong> tecnologia Tencent, <strong>de</strong>marcam<br />

o po<strong>de</strong>r do mercado.<br />

Em abril, 459 mil espectadores acompanharam<br />

simultaneamente a final da<br />

primeira fase do Campeonato Brasileiro<br />

<strong>de</strong> League of Legends (CBLOL) pelas plataformas<br />

<strong>de</strong> streaming. O recor<strong>de</strong> não<br />

consi<strong>de</strong>ra a audiência vinda do SporTV.<br />

Com capacida<strong>de</strong> para acomodar 150<br />

pessoas, os estúdios da Riot Games em<br />

São Paulo (SP) receberam a partida, que<br />

consagrou a organização <strong>de</strong> eSports Pain<br />

Gaming como vencedora e tetracampeã,<br />

em disputa contra o time da Loud.<br />

CBLOL é hoje um dos <strong>maio</strong>res torneios<br />

<strong>de</strong> esportes eletrônicos do mundo em<br />

meio às ligas norte-americana, europeia,<br />

sul-coreana e chinesa. Carro-chefe da<br />

Riot, League of Legends (LOL) registra um<br />

crescimento <strong>de</strong> 62% ano após ano. O sucesso<br />

extrapolou o mundo digital.<br />

Em 2021, a franquia virou série da Netflix.<br />

A segunda temporada <strong>de</strong> ‘Arcane’<br />

chegará à plataforma em novembro e<br />

a Riot prepara uma série <strong>de</strong> ativações.<br />

“Arcane é uma gran<strong>de</strong> aposta para <strong>2024</strong>”,<br />

sublinha Diego Martinez, gerente-geral<br />

da Riot Games no Brasil.<br />

imersão<br />

As marcas não tardaram a testar a<br />

prática <strong>de</strong> jogo. Mastercard, Santan<strong>de</strong>r,<br />

Heineken, Nestlé (KitKat e Dolce Gusto),<br />

“Marcas ganham<br />

vida aqui e<br />

fora, sempre<br />

conectadas<br />

ao jogo”<br />

Coca-Cola e Sanofi (Dorflex) patrocinam<br />

o CBLOL, que já fechou parcerias com Gillette,<br />

Red Bull e Dell. Os estúdios da Riot<br />

também disponibilizam espaços para<br />

ativação.<br />

Com Heineken e Mastercard, a experiência<br />

foi além do mundo digital. Em 2023,<br />

a Heineken 0.0 ergueu um bar inspirado<br />

nos contêineres <strong>de</strong> Icebox, um dos mapas<br />

do jogo <strong>de</strong> tiro tático Valorant, outro<br />

sucesso da Riot. ‘Heineken 0.0 IceBox Bar’<br />

foi montado em um espaço no bairro da<br />

Vila Madalena, Zona Oeste da capital pau-<br />

12 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


lista. “A marca trouxe uma experiência<br />

além do domínio da Riot. Tinha área para<br />

jogar, tirar foto, interagir com influenciadores<br />

e atletas profissionais. Foi um ponto<br />

<strong>de</strong> encontro da comunida<strong>de</strong> gamer,<br />

dos fãs <strong>de</strong> Valorant, <strong>de</strong> eSports e da Heineken”,<br />

diz Martinez. A iniciativa encampou<br />

o patrocínio da variante sem álcool<br />

da Heineken ao VCT Americas. “Marcas<br />

ganham vida aqui e fora, sempre conectadas<br />

ao jogo”, garante o executivo.<br />

Já a Mastercard explorou o universo<br />

<strong>de</strong> LOL. Também no ano passado, a marca<br />

envelopou o espaço Priceless, restaurante<br />

situado no terraço do Shopping Light,<br />

na região central <strong>de</strong> São Paulo, com experiência<br />

sensorial e menu do chef Onildo<br />

Rocha, repleto <strong>de</strong> referências a momentos<br />

e personagens do jogo. “A marca queria<br />

celebrar a história do jogador <strong>de</strong> LOL,<br />

seus campeões e atletas, que são únicos,<br />

<strong>de</strong>ntro do conceito priceless, uma <strong>de</strong><br />

suas plataformas”, explica Martinez.<br />

inimigo<br />

Mas a publicida<strong>de</strong> ainda luta para<br />

combater o vilão da abordagem ina<strong>de</strong>quada.<br />

“A inserção tem <strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong><br />

forma orgânica para estabelecer a conexão<br />

da marca aos nossos produtos e<br />

não a simples exposição com a compra<br />

<strong>de</strong> espaço. Não somos uma empresa <strong>de</strong><br />

mídia, e não se trata apenas <strong>de</strong> colocar<br />

um logo na janela <strong>de</strong> transmissão”, esclarece<br />

Martinez.<br />

A empresa busca experiências capazes<br />

<strong>de</strong> entregar benefícios aos consumidores,<br />

jogadores e audiência, formada<br />

especialmente por jovens. I<strong>de</strong>ntificar<br />

o problema, ter clareza sobre o serviço<br />

prestado e o posicionamento da marca<br />

são as recomendações para quem quer<br />

combinar po<strong>de</strong>res e vencer a concorrência.<br />

“Fazemos uma a<strong>de</strong>quação para o<br />

nosso universo. Conhecemos o perfil do<br />

jogador”, frisa Martinez. Uma marca do<br />

setor financeiro po<strong>de</strong> ofertar, por exemplo,<br />

linhas <strong>de</strong> crédito para que o jogador<br />

adquira equipamentos e se torne um<br />

atleta profissional.<br />

As marcas avançam nesse entendimento.<br />

Ações pontuais <strong>de</strong>ram lugar a<br />

estratégias <strong>de</strong> longo prazo para construir<br />

brand equity e evitar o oportunismo.<br />

Mesmo diante <strong>de</strong> projetos piloto, a Riot<br />

tenta conectar entregas que permitam<br />

trilhar um caminho exploratório. “Os times<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marketing enten<strong>de</strong>m<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma abordagem<br />

mais longeva. Existe um trabalho, <strong>de</strong><br />

educar as equipes, para ver o valor que<br />

esse investimento traz”, aponta Martinez.<br />

A empresa organiza até apresentações<br />

para os tomadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão a fim <strong>de</strong><br />

mostrar a potência do setor.<br />

Inspirado no jogo <strong>de</strong> tiro tático Valorant, ‘Heineken 0.0 IceBox Bar’ foi montado na Vila Madalena, Zona Oeste <strong>de</strong> São Paulo, em 2023<br />

Diego Martinez, da Riot Games Brasil: inserção orgânica para conexão genuína<br />

Po<strong>de</strong>r<br />

Estima-se que a indústria <strong>de</strong> games<br />

<strong>de</strong>va faturar cerca <strong>de</strong> US$ 230 bilhões no<br />

mundo em <strong>2024</strong>. A expectativa é alcançar<br />

US$ 320 bilhões até meados <strong>de</strong> 20<strong>27</strong>. “O<br />

mercado brasileiro avança a um ritmo<br />

médio <strong>de</strong> 4% ao ano, enquanto o mundo<br />

registra uma retração <strong>de</strong> quase dois pontos<br />

percentuais”, situa Martinez.<br />

Sancionado pelo presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio<br />

Lula da Silva (PT) no dia 3 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>,<br />

o Marco Legal dos Jogos Eletrônicos (Lei<br />

14.852), que nasceu do Projeto <strong>de</strong> Lei<br />

<strong>27</strong>96/21, impulsiona a expansão do setor.<br />

A lei regulamenta a fabricação, importação,<br />

comercialização e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> jogos eletrônicos no Brasil, com<br />

a promessa <strong>de</strong> atrair empregos e negócios.<br />

Os jogos <strong>de</strong> azar eletrônicos estão<br />

excluídos.<br />

“Foi um gran<strong>de</strong> acerto. Temos agora<br />

maneiras <strong>de</strong> fomentar o crescimento<br />

“I<strong>de</strong>ias prontas,<br />

muitas vezes,<br />

não conseguem<br />

ter sobrevida”<br />

Fotos: Divulgação<br />

dos <strong>de</strong>senvolvedores, além <strong>de</strong> elevar a<br />

competitivida<strong>de</strong> internacional. Dá mais<br />

previsibilida<strong>de</strong> para investimentos”, analisa<br />

Martinez. Porém, a maneira como a<br />

legislação será traduzida para o dia a dia<br />

ainda gera dúvida. “Participamos <strong>de</strong>sse<br />

entendimento com as autorida<strong>de</strong>s. Há<br />

muitas questões associadas à operacionalização<br />

do fomento, proteção e transparência<br />

<strong>de</strong> dados. Estamos abertos a<br />

contribuir”, emenda.<br />

Pista<br />

A Riot se aproxima cada vez mais das<br />

agências para aprimorar o conhecimento<br />

sobre o mercado <strong>de</strong> jogos eletrônicos.<br />

Envolver os <strong>de</strong>senvolvedores, publishers<br />

e estúdios <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos projetos é<br />

essencial para evitar abordagens inexpressivas.<br />

“I<strong>de</strong>ias prontas, muitas vezes,<br />

não conseguem ter sobrevida porque<br />

faltou combinar antes o jogo, e precisam<br />

ser ajustadas. Mas tudo isso faz parte do<br />

processo <strong>de</strong> aprendizagem”, reconhece<br />

Martinez.<br />

A Riot ajuda as agências a enten<strong>de</strong>r<br />

o momento da marca e a viabilida<strong>de</strong> das<br />

estratégias apresentadas. Esse cuidado<br />

garante não só a pertinência da mensagem<br />

na comunida<strong>de</strong> gamer como o<br />

retorno dos investimentos. “Com o bate-<br />

-volta, fica a impressão <strong>de</strong> que há algo<br />

<strong>de</strong> errado. Pedimos para que os profissionais<br />

venham até a fonte para estudar,<br />

visitar um campeonato e, junto com os<br />

publishers, criar uma proposta”, convida<br />

Martinez.<br />

Enten<strong>de</strong>r o comportamento dos gamers<br />

é essencial para <strong>de</strong>senvolver os<br />

produtos. “Temos a matéria-prima na<br />

fonte”, lembra o executivo. A agência <strong>de</strong><br />

social media da Riot é a Final Level. Em<br />

publicida<strong>de</strong>, a empresa fecha parcerias<br />

conforme os projetos.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 13


11:21, UMA<br />

AGENCIA<br />

^<br />

DA<br />

REDE 11:21,<br />

PART OF THE<br />

11:21 GROUP.


Nascemos como 11:21,<br />

mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma<br />

fusão com a 11:21, nos<br />

tornamos a 11:21,<br />

parte do grupo 11:21,<br />

adquirida mais tar<strong>de</strong><br />

pela holding<br />

Company 11:21. E<br />

assim, a gente vem,<br />

nos últimos 19 anos,<br />

espalhando nossa<br />

Simplicida<strong>de</strong> Criativa<br />

pela comunicação<br />

<strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />

marcas que<br />

experimentam<br />

resultados acima da<br />

expectativa. Em São<br />

Paulo, Rio ou Lisboa,<br />

procure a 11:21.<br />

11:21, part of the Eu<br />

Sozinho group.


prêmios<br />

Fotos: Divulgação<br />

Em novo espaço, no Southbank Centre, o festival recebeu cerca <strong>de</strong> 900 participantes, mais do que o dobro em relação ao ano passado; número <strong>de</strong> inscrições também foi recor<strong>de</strong><br />

Brasil ganha 28 Lápis no D&AD <strong>2024</strong> e<br />

AlmapBBDO e AKQA são os <strong>de</strong>staques<br />

As agências receberam dois Lápis Amarelos cada uma, além <strong>de</strong> outros<br />

prêmios, e li<strong>de</strong>ram o ranking nacional, cujo resultado foi superior a 2023<br />

Kelly Dores<br />

- <strong>de</strong> Londres<br />

A estrategista em tecnologia Priya Prakash falou sobre IA<br />

“Além <strong>de</strong> usar<br />

as ferramentas,<br />

temos <strong>de</strong> pensar<br />

no impacto <strong>de</strong>las<br />

na natureza”<br />

Público conferiu novida<strong>de</strong>s nos estan<strong>de</strong>s dos patrocinadores<br />

O<br />

Brasil manteve posição e ganhou<br />

28 Lápis no D&AD Awards <strong>2024</strong>, sendo<br />

cinco Lápis Amarelos, cinco <strong>de</strong><br />

Grafite e 18 Lápis <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira. O resultado<br />

foi superior ao do ano passado, quando o<br />

mercado brasileiro recebeu <strong>27</strong> prêmios,<br />

entre eles três Lápis Amarelos. Nesta<br />

62ª edição do festival, o país também<br />

emplacou 62 finalistas (ficando no top 10<br />

mundial), contra 45 em 2023. Ser finalista<br />

no D&AD, consi<strong>de</strong>rado o mais criterioso<br />

dos festivais da publicida<strong>de</strong> mundial,<br />

por si só, já é um prêmio e vale um ponto.<br />

A agência local mais premiada foi<br />

a AlmapBBDO, com a conquista <strong>de</strong> dois<br />

Lápis Amarelos, um Grafite e quatro Ma<strong>de</strong>iras.<br />

O primeiro Lápis Amarelo foi para<br />

o filme ‘Gerações’, criado para a Volkswagen,<br />

com produção da Boiler Filmes, em<br />

Digital & Social. O comercial, que promove<br />

por meio <strong>de</strong> inteligência artificial<br />

o encontro da cantora Elis Regina com<br />

a sua filha Maria Rita, já faturou alguns<br />

dos principais prêmios nacionais, como<br />

Colunistas e O Melhor Comercial do Brasil.<br />

Com o case ‘Eart4’, <strong>de</strong>senvolvido para<br />

B3 Stock Exchange, UN Global Compact,<br />

ganhou um Grafite em PR, e três Lápis <strong>de</strong><br />

Ma<strong>de</strong>ira, em Experiential, Impact e Integrated.<br />

Em Impact, levou mais um <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira<br />

com ‘Abrigo amigo’ para Eletromidia.<br />

O segundo Lápis Amarelo foi na categoria<br />

Product Design, com o trabalho ‘Carl sagan<br />

message’, para United Nations Global Compact.<br />

A produção é da Boiler Filmes.<br />

Em segundo lugar entre as agências,<br />

vem a AKQA São Paulo, com dois Lápis<br />

Amarelos, um <strong>de</strong> Grafite e um <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira.<br />

A AKQA recebeu um <strong>de</strong>staque especial<br />

em comunicado oficial do festival<br />

pela conquista dos dois Lápis Amarelos,<br />

nas categorias Digital & Social e Digital<br />

Design, com ‘Cartão da transparência’,<br />

<strong>de</strong>senvolvido para o Congresso em Foco,<br />

“por trazer um impacto positivo à socieda<strong>de</strong><br />

e usar dados e tecnologia para ajudar<br />

os brasileiros a i<strong>de</strong>ntificar corrupção<br />

na utilização do dinheiro público”.<br />

O case também foi premiado com o<br />

Lápis <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira em Impact. “É uma inovação<br />

muito importante, ainda mais no contexto<br />

<strong>de</strong> um país como o Brasil”, diz Carolina<br />

Pinheiro, diretora criativa da AKQA Casa.<br />

O Lápis <strong>de</strong> Grafite da AKQA São Paulo veio<br />

com ‘Anitta squad’ para Garena, em Game.<br />

A David São Paulo, que na edição 2023<br />

foi a brasileira mais premiada, ganhou<br />

um Lápis Amarelo (em cocriação com a<br />

David Madri, Ogilvy NY e UK) com #TurnYourBack<br />

para Unilever, em Integrated.<br />

Além <strong>de</strong> quatro Lápis <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira: ‘Mis-<br />

16 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

A AlmapBBDO conquistou um Lápis Amarelo com ‘Gerações’, criado para Volkswagen<br />

‘Cartão da transparência’, da AKQA São Paulo, também recebeu Lápis Amarelo<br />

sion: Whopper’ para Burger King, em Digital<br />

& Social; ‘The new crown’ para Burger<br />

King, em Direct; #TurnYourBack, também<br />

em Direct; e ‘The sticker <strong>de</strong>al’ para Burger<br />

King, em Press & Outdoor.<br />

A DM9 recebeu dois Lápis <strong>de</strong> Grafite<br />

com o case ‘The one exhibition’ para Leica,<br />

em Art Directon e Experiential, e mais<br />

dois <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira em Photography e Press<br />

& Outdoor. A agência ganhou mais um<br />

Lápis <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira com ‘Audience <strong>de</strong>livery’<br />

para iFood, em Commerce.<br />

A Africa Creative e a MRM Brasil conquistaram<br />

dois Lápis <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira, cada<br />

uma. A Africa ganhou em Entertainment,<br />

com a campanha ‘O time exilado’ para<br />

Brahma; e em Impact, com ‘A jornada do<br />

autismo’, para Vivo. Com o mesmo case,<br />

‘Samsung throwback <strong>de</strong>als’ para Samsung,<br />

a MRM venceu em Commerce.<br />

Entre as produtoras, a Satélite Audio<br />

recebeu um Lápis <strong>de</strong> Grafite (em trabalho<br />

conjunto com a Youth e a TBWA\Collective)<br />

com ‘Ashe versus’ para Mo<strong>de</strong>rna, na<br />

categoria Animation, e outro <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira,<br />

com a mesma campanha, em Pharma.<br />

Por fim, o Brasil também recebeu um<br />

Lápis <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira na categoria Direct, pelo<br />

case ‘Tip for Heinz’, para Heinz, em cocriação<br />

da Mischief @ No Fixed Address, Easy<br />

Mondays e The Maestros.<br />

Em sua <strong>maio</strong>ria, as peças brasileiras<br />

já haviam sido premiadas em outros festivais<br />

internacionais, sendo que “encerrar”<br />

o ciclo no D&AD funciona como uma<br />

espécie <strong>de</strong> selo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Global<br />

Neste ano, o D&AD distribuiu um total<br />

<strong>de</strong> 652 Lápis, sendo quatro Black Pencils,<br />

consi<strong>de</strong>rado o Grand Prix do festival. Eles<br />

foram para: Dentsu Tokyo’s, com ‘My Japan<br />

railway’; Marcel, com ‘WoMen’s football’;<br />

Apple, com ‘VisionOS’; e McCann<br />

Poland, com ‘WhereToSettlev’.<br />

A VML New York foi nomeada a Agência<br />

<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> do Ano; a Raw Materials,<br />

a Agência <strong>de</strong> Design; a Division, a<br />

Produtora do Ano; a AB InBev, o Cliente<br />

do Ano; a Serviceplan ganhou como Re<strong>de</strong><br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do Ano, enquanto a Ogilvy<br />

é a Re<strong>de</strong> do Ano.<br />

O D&AD recebeu inscrições <strong>de</strong> 78<br />

países em um total <strong>de</strong> 12.387, o <strong>maio</strong>r<br />

número <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007. O público também<br />

cresceu, mais do que dobrou em relação<br />

a 2023: <strong>de</strong> 400 para 900 pessoas.<br />

Tanto que para suportar o crescimento<br />

dos participantes, o festival saiu da<br />

antiga cervejaria The Truman Brewery,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> vários anos, para um espaço<br />

<strong>de</strong> eventos <strong>maio</strong>r, o Southbank Centre,<br />

no centro <strong>de</strong> Londres, on<strong>de</strong> ocorreu<br />

também a cerimônia <strong>de</strong> premiação, no<br />

último dia 22.<br />

Além dos quatro Lápis Pretos, foram<br />

entregues quatro Lápis Brancos; 66 Lápis<br />

Amarelos; 180 Lápis <strong>de</strong> Grafite; 391 Lápis<br />

<strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira e 7 Lápis em Future Impact.<br />

IntelIGêncIa artIfIcIal<br />

Como não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser, o<br />

D&AD <strong>2024</strong> teve a inteligência artificial<br />

entre os tópicos principais das conferências<br />

realizadas durante o festival. Em tom<br />

<strong>de</strong> provocação, a estrategista<br />

em tecnologia<br />

Priya Prakash,<br />

por exemplo, convocou<br />

a audiência a<br />

fazer três perguntas<br />

básicas sobre como<br />

usar IA em sua apresentação<br />

‘Uniting<br />

natural and artificial<br />

intelligence in<br />

advertising: how to win in conditions of<br />

uncertainty’.<br />

A primeira <strong>de</strong>las é Why? (por que<br />

usar?); seguida <strong>de</strong> Play seriously (aplique<br />

com serieda<strong>de</strong>) e How to adapt? (como<br />

se adaptar?). Para ela, a afirmação <strong>de</strong><br />

que o futuro da propaganda é a IA não<br />

passa <strong>de</strong> uma bobagem. Em sua visão,<br />

os humanos sabem como fazer as coisas<br />

funcionar e vão coexistir com a inteligência<br />

artificial, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> fundamentalmente<br />

das pessoas.<br />

“Com a IA, nós conseguimos customizar<br />

a comunicação, mas a tecnologia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

das pessoas para receber o briefing.<br />

É preciso enten<strong>de</strong>r como alimentar<br />

o ChatGPT, por exemplo, e ser muito<br />

curioso”, disse ela.<br />

“Não se tem um<br />

bom resultado<br />

se a i<strong>de</strong>ia não for<br />

boa, se o texto<br />

não for ótimo”<br />

Pryia <strong>de</strong>stacou que os criativos precisam<br />

cuidar dos negócios e a tecnologia<br />

<strong>de</strong>ve ser utilizada em prol disso. “Os ingredientes<br />

são: tecnologia, negócio, cultura<br />

e governança”. Ela ressaltou ainda<br />

que o uso da IA <strong>de</strong>ve estar acompanhado<br />

<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>. “Além <strong>de</strong> usar as<br />

ferramentas, temos <strong>de</strong> pensar no impacto<br />

<strong>de</strong>las na natureza.”<br />

No painel ‘Imaginations of aI’, a <strong>de</strong>signer<br />

e diretora criativa Alexa Sirbu, do XK<br />

Studio, ressaltou que o objetivo da empresa<br />

é focar no valor que a tecnologia<br />

traz para mudar processos, tornando-os<br />

mais interessantes e eficientes. “Estamos<br />

muito interessados em mostrar<br />

como a tecnologia funciona. Somos artistas,<br />

po<strong>de</strong>mos focar no valor que ela traz”.<br />

Gaby Pearl, <strong>de</strong>signer do Google Deepmind,<br />

também compartilhou insights<br />

no mesmo painel. “Acreditamos que a<br />

colaboração entre humanos e IA po<strong>de</strong> ter<br />

um gran<strong>de</strong> resultado. E é muito importante<br />

que as pessoas<br />

encontrem valor<br />

nisso”. Ela também<br />

chamou a atenção<br />

para a responsabilida<strong>de</strong><br />

no uso da<br />

ferramenta. “Não<br />

po<strong>de</strong>mos abusar e<br />

precisamos treinar<br />

a tecnologia para<br />

trazer diversida<strong>de</strong> e<br />

diferentes pontos <strong>de</strong> vista”, pontuou.<br />

CCO global da Media.Monks, Jouke<br />

Vuurmans trouxe uma perspectiva interessante<br />

sobre a era da inteligência artificial<br />

para a indústria no painel ‘Transforming<br />

concern into excitement with<br />

AI’, fazendo o contraponto com o cenário<br />

proposto por ele como White Canvas X<br />

Black Mirror (o que traz progresso versus<br />

o que atrasa o processo). Em sua visão, a<br />

IA traz progresso para a criativida<strong>de</strong>, mas<br />

“o mercado ainda não aproveita todas as<br />

possibilida<strong>de</strong>s, que são infinitas”.<br />

Para ele, é necessário se mover para<br />

frente em direção ao <strong>de</strong>sconhecido. “As<br />

máquinas tornarão a experiência melhor<br />

e mais humana se forem usadas do jeito<br />

certo”. Ele <strong>de</strong>stacou que, obviamente, é<br />

preciso se manter relevante, afinal, “a IA<br />

não vai trazer i<strong>de</strong>ias prontas”. Segundo<br />

Vuurmans, em vez <strong>de</strong> se sentirem ansiosas<br />

e com medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>rem seus trabalhos,<br />

as pessoas <strong>de</strong>veriam se informar<br />

mais a respeito da tecnologia.<br />

“É o que fazemos na agência, semanalmente,<br />

todas as quartas-feiras, quando<br />

tiramos 15 minutos para falar sobre IA.<br />

Encorajamos os nossos criativos a abraçarem<br />

a tecnologia e conhecerem mais<br />

sobre ela. E isso não é difícil, afinal todo<br />

mundo está falando sobre IA”, enfatizou.<br />

crIação<br />

Para além da discussão sobre os impactos<br />

da inteligência artificial no mercado,<br />

o D&AD também trouxe reflexões<br />

sobre a criação <strong>de</strong> filmes publicitários.<br />

No painel ‘Film with feel in conversation<br />

with Noam Murro’, Chaka Sobhani (presi<strong>de</strong>nt<br />

e chief creative officer da DDB<br />

Worldwi<strong>de</strong>) conduziu uma <strong>de</strong>scontraída<br />

conversa com o premiado diretor <strong>de</strong> cinema<br />

israelense.<br />

Sem meias palavras, Murro disse que<br />

não quer saber sobre a tecnologia e sim<br />

sobre o conteúdo <strong>de</strong> um filme. Ele <strong>de</strong>stacou<br />

que hoje os criativos estão per<strong>de</strong>ndo<br />

aquele sentimento <strong>de</strong> ver algo outstanding<br />

e dizer: “por que não tive essa<br />

i<strong>de</strong>ia?” ou “eu gostaria <strong>de</strong> ter feito isso”.<br />

“No final das contas, o que importa é<br />

a história, se eu choro, me emociono ou<br />

dou risada. Não tem a ver com tecnologia,<br />

o filme tem <strong>de</strong> ser simples e ter uma<br />

boa i<strong>de</strong>ia”, resumiu Murro.<br />

Presi<strong>de</strong>nte do júri <strong>de</strong> Film no festival,<br />

Chaka pon<strong>de</strong>rou com o diretor a respeito<br />

da relevância que a tecnologia trouxe para<br />

o mercado em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratizar a<br />

criativida<strong>de</strong>. Embora reconheça que a<br />

tecnologia disponível seja “inacreditável”<br />

e está aí para ser usada, Murro reforçou a<br />

importância <strong>de</strong> contar uma boa história.<br />

“Não se tem um bom resultado se a<br />

i<strong>de</strong>ia não for boa, se o texto não for ótimo.<br />

Aliás, precisamos discutir o que fazer<br />

parar proteger o bom texto. E é necessário<br />

ser claro e intenso. Não é que sou romântico,<br />

mas no fim do dia é tudo sobre<br />

uma boa história”, frisou o diretor.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 17


Brasileiros se <strong>de</strong>stacam nos júris, nas<br />

discussões e prospecção <strong>de</strong> negócios<br />

Festival teve 14 profissionais da publicida<strong>de</strong> nacional como jurados;<br />

Apro ampliou ações no evento para se aproximar do mercado inglês<br />

Kelly Dores<br />

– <strong>de</strong> Londres<br />

Os brasileiros marcaram presença<br />

<strong>de</strong> várias formas na 62ª edição do<br />

D&AD, realizada na última semana,<br />

em Londres. Seja integrando os júris do<br />

festival, participando ou promovendo<br />

eventos, como fizeram a Apro (Associação<br />

Brasileira da Produção <strong>de</strong> Obras<br />

Audiovisuais) e a Tátil para se aproximar<br />

do mercado britânico, em uma noite para<br />

“celebrar a criativida<strong>de</strong> brasileira”.<br />

Além <strong>de</strong> fazer networking e prestigiar<br />

um dos mais importantes festivais<br />

da publicida<strong>de</strong> mundial, os profissionais<br />

também buscam negócios. O mercado<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> inglês cresceu 5% no<br />

ano passado. Só o investimento em produção<br />

audiovisual alcançou 10 milhões<br />

<strong>de</strong> libras. “É uma fatia gran<strong>de</strong> que eu<br />

acredito que o Brasil po<strong>de</strong> ampliar a participação”,<br />

diz Marianna Souza, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Apro.<br />

Quem participou dos júris aproveitou<br />

o palco do D&AD para aprofundar a discussão<br />

sobre o presente e o futuro da<br />

propaganda. Para Luiz Sanches, CCO North<br />

America da BBDO e chairman/partner da<br />

AlmapBBDO, é preciso ressignificar.<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri pela terceira vez no<br />

D&AD, neste ano em Integrated, Sanches<br />

afirmou que uma das principais discussões<br />

no julgamento foi encontrar um<br />

ressignificado para a categoria.<br />

“O que é integrado hoje? A primeira<br />

coisa foi <strong>de</strong>finir o que é integrado. A <strong>de</strong>finição<br />

que colocamos para ser relevante<br />

é algo como era o Titanium Lions. Ou seja,<br />

uma i<strong>de</strong>ia diferenciada, única, surpreen<strong>de</strong>nte.<br />

É nova, mas conta essa narrativa<br />

através <strong>de</strong> vários canais. E não simplesmente<br />

uma campanha que tica os boxes<br />

dos canais”, <strong>de</strong>staca ele.<br />

“Estamos vivendo o ressignificado <strong>de</strong><br />

Integrated e acho que outras categorias<br />

também vão passar por isso para encontrar<br />

relevância, porque a gran<strong>de</strong> discussão<br />

é sobre o quanto a comunicação é<br />

inspiradora, impactante e replicável.”<br />

O segundo ponto foi <strong>de</strong>bater o sarrafo<br />

do próprio festival. “A segunda questão<br />

que conversamos é que todo mundo fala<br />

que o D&AD é um festival muito difícil,<br />

Luiz Sanches: “Estamos aqui para celebrar a comunicação”<br />

que <strong>de</strong>tona tudo. E eu acho que tem <strong>de</strong><br />

tomar cuidado com isso, porque é uma<br />

linha muito tênue. A gente tem <strong>de</strong> ser<br />

suficientemente rigoroso para não <strong>de</strong>ixar<br />

passar qualquer coisa, mas também<br />

não temos <strong>de</strong> achar que viemos aqui<br />

para matar as coisas. Estamos aqui para<br />

celebrar a comunicação. Conseguir trazer<br />

diferentes formas <strong>de</strong> pensar é bom para<br />

a nossa indústria, que na minha opinião<br />

está na mesmice.”<br />

Sobre o hype do momento, inteligência<br />

artificial, Sanches avalia que a IA vai<br />

padronizar tudo. “A gran<strong>de</strong> questão será<br />

fazer algo diferente do outro com tudo<br />

padronizado e trazer valor para a indústria”,<br />

pon<strong>de</strong>ra.<br />

A inteligência artificial vai ser a tônica<br />

dos trabalhos neste ano e nos próximos,<br />

<strong>de</strong>creta o criativo. Não à toa, o case<br />

com <strong>maio</strong>r repercussão mundial e mais<br />

premiado nos festivais internacionais<br />

tem sido ‘WoMen’s football’, feito pela<br />

Marcel para a Orange, que inclusive acaba<br />

<strong>de</strong> ganhar Black Pencil. Para combater<br />

o preconceito <strong>de</strong> gênero no futebol<br />

feminino e encorajar a seleção francesa<br />

na Copa do Mundo 2023, a agência utilizou<br />

IA para uma montagem. O ví<strong>de</strong>o<br />

“A gente está<br />

substituindo<br />

causas, que era a<br />

gran<strong>de</strong> trend,<br />

por IA”<br />

Fotos: Divulgação<br />

Marianna Souza: “Expectativa é alta para exportar produção”<br />

mostrava lances <strong>de</strong> craques como Mbappé,<br />

Giroud e Griezmann, e <strong>de</strong>pois revelava<br />

que, na verda<strong>de</strong>, os movimentos<br />

eram das estrelas da seleção feminina,<br />

que tiveram seus rostos “substituídos”<br />

pelos dos jogadores.<br />

“A gente está substituindo causas,<br />

que era a gran<strong>de</strong> trend, por IA. Mas eu<br />

acho que é saudável, porque a inteligência<br />

artificial padroniza a execução e a<br />

produção acaba sendo melhor. E o nosso<br />

negócio é sobre i<strong>de</strong>ia, que sempre vai ser<br />

relevante. E como executar a i<strong>de</strong>ia, que é<br />

o craft, talvez tenhamos <strong>de</strong> rever, porque<br />

já não é mais tão incrível, todo mundo<br />

po<strong>de</strong> fazer”, reflete Sanches.<br />

“Para chegar a algum lugar inédito,<br />

primeiro tem <strong>de</strong> ser inesperado, e a<br />

IA lida com uma convenção <strong>de</strong> coisas.<br />

Para ser inesperado, muitas vezes vem<br />

<strong>de</strong> um aci<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> um raciocínio ilógico,<br />

que por alguma razão ou experiência<br />

passada traz uma interpretação<br />

emocional. E, pelo menos por enquanto,<br />

a IA não é emocional, é racional. Eu<br />

acho que o <strong>maio</strong>r valor que temos para<br />

agregar às marcas como publicitários é<br />

trazer valor emocional para as marcas”,<br />

<strong>de</strong>fine ele.<br />

18 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Sophie Schönburg: “Não basta ser uma boa i<strong>de</strong>ia” Gilvana Viana: “Ambiente é rico, diverso e respeitador” Deh Bastos: “Premiamos filmes <strong>de</strong> marcas mesmo”<br />

“O D&AD é o<br />

prêmio mais sério<br />

e criterioso <strong>de</strong><br />

fato. As conversas<br />

são muito ricas”<br />

Film<br />

Uma das áreas mais clássicas, o júri<br />

<strong>de</strong> Film contou com a participação <strong>de</strong><br />

Deh Bastos, diretora-executiva <strong>de</strong> criação<br />

na MAP Brasil. Segundo ela, o julgamento<br />

foi tenso. O Brasil não teve nem finalista.<br />

“Eu acho muito legal quando um festival<br />

como esse e outros estão tentando<br />

fazer com que as novas linguagens, as<br />

novas narrativas e os novos formatos<br />

também cheguem às categorias mais<br />

clássicas, mas acho que a gente vai levar<br />

muito tempo ainda até conseguir fazer<br />

algum tipo <strong>de</strong> movimentação”, avalia.<br />

De acordo com a criativa, tinha pouca<br />

coisa do mercado brasileiro em Film. “O<br />

pouco que tinha eu tentei argumentar.<br />

Mas eu acho que não é nem a questão <strong>de</strong><br />

ser bom ou ruim, e sim <strong>de</strong> ser um contexto<br />

muito diferente do que para eles é lido<br />

como algo que é ‘premiável’. Isso é muito<br />

ruim. Por mais que você argumente sobre<br />

contexto cultural e formato, é muito diferente.<br />

E a gente tem outro problema que<br />

muita coisa do Brasil era uma referência<br />

do que já foi feito aqui há muito tempo. E<br />

o que tem humor é muito específico e só<br />

faz sentido <strong>de</strong>ntro do contexto cultural.”<br />

Para ela, as peças mais emocionais<br />

são mais fáceis <strong>de</strong> se ter uma repercussão<br />

mundial. “E o que chegou do mercado<br />

brasileiro trazia pontos muito culturais”.<br />

A diretora-executiva <strong>de</strong> criação fala<br />

que, no geral, havia cases bem-feitos,<br />

mas nada muito surpreen<strong>de</strong>nte.<br />

O ponto que mais chamou a atenção<br />

da criativa é que houve um direcionamento<br />

do júri <strong>de</strong> Film para premiar peças<br />

<strong>de</strong> marcas. “Eu achei interessante que foi<br />

uma premiação bem comercial, porque<br />

filme geralmente tem algumas coisas<br />

que são mais artísticas, mas houve um<br />

direcionamento para premiar filmes <strong>de</strong><br />

marcas mesmo. E isso é bem legal, porque<br />

dá uma mensagem importante para<br />

o mercado”, enfatiza Deh.<br />

No júri <strong>de</strong> Entertainment, Sophie<br />

Schönburg, VP <strong>de</strong> criação da BETC Havas,<br />

está alinhada com o pensamento <strong>de</strong> Luiz<br />

Sanches ao afirmar que a área sofre com<br />

a <strong>de</strong>finição da própria categoria.<br />

“Isso é ou não é entretenimento?<br />

Por sorte, existem as subcategorias, que<br />

ajudam um pouco a colocar algumas<br />

fronteiras. Uma coisa que posso dizer é<br />

que se, no passado recente, as pessoas<br />

acreditavam que, para estar em entretenimento,<br />

bastava fazer um conteúdo <strong>de</strong><br />

longa duração, hoje, isso não é mais o<br />

suficiente. E tão pouco, o único formato.<br />

É uma categoria que tem puxado os limites<br />

da criativida<strong>de</strong> mais e mais.”<br />

Segundo a criativa, havia bons trabalhos<br />

do Brasil, mas ela chama a atenção<br />

para o fato <strong>de</strong> que o mercado precisa<br />

melhorar muito na execução. “De novo, o<br />

craft conta muito. Não só da i<strong>de</strong>ia, mas<br />

<strong>de</strong> como se conta uma i<strong>de</strong>ia. O Brasil<br />

participou com poucas peças, mas, ainda<br />

assim, chegamos longe. Mas temos <strong>de</strong><br />

apren<strong>de</strong>r a não só ter boas i<strong>de</strong>ias, mas a<br />

<strong>de</strong>senvolvê-las com muita precisão. Não<br />

<strong>de</strong>ixar nenhuma ponta solta é essencial”,<br />

relata a VP <strong>de</strong> criação da BETC Havas.<br />

A Africa Creative foi a única a ganhar<br />

prêmio em Entertainment, um Lápis <strong>de</strong><br />

Ma<strong>de</strong>ira, com ‘O time exilado’, <strong>de</strong>senvolvido<br />

para Brahma.<br />

Sophie aponta que julgou vários trabalhos<br />

com IA <strong>de</strong> extrema relevância,<br />

mas faz um alerta. “Como toda nova<br />

ferramenta, temos <strong>de</strong> tomar cuidado <strong>de</strong><br />

não nos encantarmos mais com a ferramenta<br />

do que com a i<strong>de</strong>ia em si. Quando<br />

a IA entra para potencializar uma i<strong>de</strong>ia,<br />

maravilha. Quando ela entra para ser a<br />

i<strong>de</strong>ia, acho um pouco mais complicado.<br />

Ainda funciona, mas vai cair rapidamente<br />

em <strong>de</strong>sgraça. IA é uma ferramenta<br />

que temos <strong>de</strong> incorporar no nosso dia a<br />

dia, como tantas outras que usamos naturalmente<br />

hoje e já foram novida<strong>de</strong> em<br />

algum momento.”<br />

Pela segunda vez no júri do festival,<br />

mas a primeira vez foi pandêmica, tudo<br />

online, Sophie <strong>de</strong>staca que ter essa troca<br />

pessoalmente com outros jurados é<br />

sempre muito mais enriquecedor. Para<br />

a criativa, o D&AD é o prêmio mais sério<br />

e criterioso <strong>de</strong> fato. “Então as conversas<br />

são muito ricas, é sobre o trabalho e ponto.<br />

E a régua é alta. Não basta ser uma<br />

boa i<strong>de</strong>ia, o craft conta e muito. E tem <strong>de</strong><br />

fazer sentido para aquela marca. Se for<br />

uma i<strong>de</strong>ia incrível, mas não tiver nenhum<br />

link com o propósito da marca, esqueça.<br />

Por tudo isso, quem ganha um Lápis (e<br />

ainda Amarelo) precisa celebrar mesmo”,<br />

enfatiza ela.<br />

Já Gilvana Viana, co-foun<strong>de</strong>r e CEO da<br />

MugShot, disse estar <strong>de</strong>slumbrada por<br />

ter participado do júri <strong>de</strong> Sound Design<br />

& Use of Music. “É a primeira vez que julgo<br />

no D&AD. O festival é incrível, estou<br />

<strong>de</strong>slumbrada. O ambiente é muito rico,<br />

diverso e respeitador. A qualida<strong>de</strong> técnica<br />

e criativa dos filmes que julgamos foi<br />

superelevada, pena que o Brasil tinha só<br />

duas peças e nenhuma <strong>de</strong>las chegou à<br />

shortlist”, revela a executiva.<br />

Produção<br />

Um dos motivos para a Apro manter a<br />

constância e ampliar suas ações no D&AD, e<br />

também em outros festivais como Cannes<br />

Lions, consiste no fato <strong>de</strong> que a produção<br />

brasileira está atraente para o mercado<br />

internacional por dois fatores principais: o<br />

câmbio favorável e a nova safra <strong>de</strong> diretores.<br />

Além, claro, da excelência criativa das<br />

produtoras. A Boiler Filmes, por exemplo,<br />

levou dois Lápis Amarelos este ano junto<br />

com a Almap.<br />

“A taxa cambial vem ajudando muito<br />

e, por outro lado, a gente vive uma safra<br />

<strong>de</strong> diretores em alta internacionalmente.<br />

São nomes como Vellas, Douglas e Alaska,<br />

que estão indo muito bem no mercado internacional.<br />

E isso ajuda a Apro na venda<br />

<strong>de</strong> negócios, colocando o Brasil como polo<br />

<strong>de</strong> criação importante. O país também tem<br />

uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> locações e casting,<br />

com um leque propício para qualquer campanha<br />

global ser feita no país”, explica a<br />

presi<strong>de</strong>nte da Apro, Marianna Souza.<br />

A agenda da Apro no D&AD é focada em<br />

fomentar negócios das produtoras brasileiras<br />

no mercado britânico. “E <strong>de</strong>ntro do<br />

projeto FilmBrazil, temos alguns mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> exportação. O full service, por exemplo,<br />

que é quando uma agência contrata uma<br />

produtora brasileira e toda a parte criativa;<br />

tem o outro braço, que é a exportação<br />

do diretor em si, quando o talento é emprestado<br />

para trabalhar na Europa, e aí a<br />

produtora recebe uma taxa; e tem o product<br />

service, que é a coprodução <strong>de</strong> uma<br />

produtora brasileira com uma produtora<br />

<strong>de</strong> outro país para viabilizar os projetos”,<br />

<strong>de</strong>talha ela.<br />

No ano passado, a exportação da produção<br />

brasileira fechou na casa dos US$<br />

50 milhões e voltou ao volume <strong>de</strong> 2017. “A<br />

expectativa para este ano é muito boa”, finaliza<br />

Marianna.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 19


mercado<br />

Fotos: Divulgação<br />

Sempre em busca <strong>de</strong> novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios nos seus clientes, a The Group criou ativação para a Vortx: experiência em autódromo apenas com carros elétricos<br />

Live marketing projeta crescimento<br />

<strong>de</strong> 20% e novas tecnologias como a IA<br />

Profissionais do segmento manifestam otimismo com o po<strong>de</strong>r da<br />

ferramenta para gerar experiêcias na jornada dos consumidores<br />

Paulo Macedo<br />

O<br />

impacto na economia brasileira do<br />

segmento <strong>de</strong> live marketing contempla<br />

várias métricas. Porém, se<br />

analisado apenas pelo olhar do setor <strong>de</strong><br />

eventos corporativos, <strong>de</strong> acordo com<br />

a Ubrafe (União Brasileira <strong>de</strong> Feiras e<br />

Eventos <strong>de</strong> Negócios), apenas a cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo movimentou em 2023 R$<br />

9,3 bilhões com 7 milhões <strong>de</strong> participantes<br />

e 1.286 ativida<strong>de</strong>s.<br />

Claro, a capital paulista está no topo<br />

<strong>de</strong>sse ecossistema, mas o interior do estado<br />

também é robusto com a Festa <strong>de</strong><br />

Peão <strong>de</strong> Barretos e similares, além, por<br />

exemplo, do Agrishow, referência no tra<strong>de</strong>.<br />

Fora o que acontece em todo o Brasil,<br />

que é um país festeiro. O Carnaval do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro é uma mina <strong>de</strong> ações para<br />

o segmento, com impacto econômico<br />

consistente, capaz <strong>de</strong> gerar mais <strong>de</strong> 600<br />

mil empregos diretos e indiretos. Antes<br />

da pan<strong>de</strong>mia nos projetos corporativos,<br />

com mais <strong>de</strong> 50 nichos econômicos o faturamento<br />

chegava a R$ 930 bilhões. Em<br />

2021, o live marketing (ativação, incetivo,<br />

promoções, tra<strong>de</strong> etc.), segundo a Ampro<br />

Bruno Ferreira é da área <strong>de</strong> experiência da DM9<br />

(Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional),<br />

angariou cerca <strong>de</strong> R$ 50 bilhões. A entida<strong>de</strong><br />

promete para o mês <strong>de</strong> agosto um<br />

balanço <strong>de</strong> 2023 com os <strong>de</strong>talhes da performance<br />

das agências especializadas e<br />

associadas.<br />

A pan<strong>de</strong>mia trouxe subtração <strong>de</strong> negócios.<br />

A ativação do Perse (Programa<br />

Emergencial <strong>de</strong> Retomada do Setor <strong>de</strong><br />

Eventos) no ano <strong>de</strong> 2021 <strong>de</strong>u fôlego e o<br />

setor tenta adiar seu fim.<br />

“vemos um<br />

mercado <strong>de</strong><br />

live marketing<br />

ainda em franco<br />

crescimento”<br />

Luciana Barbosa é business lea<strong>de</strong>r na Netza Martech Agency<br />

E agora? O que esperar <strong>de</strong>ssa ferramenta<br />

merdológica? A tecnologia veio<br />

para ficar, como esclarece Breno Ferreira,<br />

VP <strong>de</strong> experience da DM9.<br />

“O mercado <strong>de</strong> live marketing no<br />

Brasil tem observado um aumento significativo<br />

na <strong>de</strong>manda em um ambiente<br />

altamente competitivo, on<strong>de</strong> as marcas<br />

estão procurando maneiras cada vez<br />

mais criativas para se <strong>de</strong>stacar, impactar<br />

e engajar consumidores, além <strong>de</strong> conver-<br />

20 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


ter vendas. Estratégias como eventos ao<br />

vivo, experiências imersivas e ativações<br />

<strong>de</strong> marca são entendidas como formas<br />

eficazes <strong>de</strong> conectar-se com o público-alvo.<br />

Além disso, a adoção <strong>de</strong> soluções tecnológicas<br />

amplia ainda mais as oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Nesse contexto, o live marketing<br />

se <strong>de</strong>staca, utilizando tecnologias como<br />

realida<strong>de</strong> aumentada e inteligência artificial<br />

para criar conexões sensoriais e/<br />

ou oferecer insights profundos sobre o<br />

comportamento humano.”<br />

A retomada continua, como avalia<br />

Paulo Octavio Pereira <strong>de</strong> Almeida, diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />

da Ubrafe. “O ano <strong>de</strong> <strong>2024</strong><br />

tem a característica <strong>de</strong> ser o primeiro<br />

pós-pan<strong>de</strong>mia com diversos lançamentos<br />

<strong>de</strong> novas feiras <strong>de</strong> negócios (a Gamescon,<br />

como exemplo), além da reinauguração<br />

do principal recinto <strong>de</strong> eventos<br />

da América Latina, agora em junho (distrito<br />

Anhembi). Com esses dois fatores,<br />

inovação com novos lançamentos, e<br />

novos recintos à disposição dos organizadores<br />

<strong>de</strong> eventos, estamos firmes na<br />

expectativa <strong>de</strong> que iremos crescer 20%<br />

em relação aos números <strong>de</strong> 2023”.<br />

A The Group, do CEO Fernando Guntovitch,<br />

mantém otimismo e ressalta<br />

que a relação <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> com seus<br />

clientes contribui para ativar negócios<br />

previstos na agenda, como presença no<br />

Agrishow, por exemplo, e novos projetos.<br />

Em abril, organizou evento <strong>de</strong> relacionamento<br />

para a Vortx, cliente da agência do<br />

setor financeiro.<br />

“Foi um evento ao ar livre no Autódromo<br />

<strong>de</strong> Capuava, em São Paulo, 100% com<br />

carros elétricos. Uma verda<strong>de</strong>ira experiência<br />

sustentável, que uniu o melhor da<br />

tecnologia com o talento do expertise<br />

humano”, frisa Guntovitch. “Estou com o<br />

radar ligado na rubrica ‘ótima perpesctiva<br />

para <strong>2024</strong>’”, ele acrescenta.<br />

Luciana Araujo é head <strong>de</strong> negócios da agência Sherpa42<br />

Caetano <strong>de</strong> Pádua atua na criação na RedDoor Agency<br />

CONEXÃO<br />

Marcas buscam exposição diferenciada<br />

em todos os canais e disciplinas.<br />

Luciana Araujo, head <strong>de</strong> negócios da<br />

Sherpa42, consi<strong>de</strong>ra que há muitas oportunida<strong>de</strong>s<br />

e contraditórios.<br />

“O <strong>maio</strong>r risco <strong>de</strong> uma marca é ser<br />

esquecida e cair no lugar comum, por<br />

isso estamos em um excelente momento<br />

para o live marketing. É por meio das<br />

experiências que po<strong>de</strong>mos proporcionar<br />

uma conexão real e memorável para<br />

o público. É esse mesmo público que,<br />

espontaneamente, vai falar e compartilhar<br />

sobre o momento que viveu e o que<br />

aquela marca proporcionou. Existe uma<br />

gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar experiências<br />

memoráveis, distintas e relevantes,<br />

<strong>de</strong>safiando as expectativas dos consumidores<br />

em vez <strong>de</strong> apenas atingi-las. Para<br />

isso, é preciso assumir riscos, objetivando<br />

conquistar relevância cultural e criação<br />

<strong>de</strong> conexões profundas.”<br />

“O <strong>maio</strong>r risco<br />

<strong>de</strong> uma marca<br />

é ser esquecida<br />

e cair no lugar<br />

comum”<br />

O executivo Fernando Guntovitch é CEO da The Group<br />

Eçaine Rufato é presi<strong>de</strong>nte da agência Avantgar<strong>de</strong><br />

Fotos: Divulgação<br />

Máquinas <strong>de</strong> lavar antigas ficaram<br />

lado a lado com equipamentos inteligentes<br />

<strong>de</strong> última geração, na expressão<br />

<strong>de</strong> Luciana Barbosa, business lea<strong>de</strong>r da<br />

Netza Martech Agency. As gerações anteriores<br />

ganharam linguagem artística<br />

e as novas os recursos facilitadores da<br />

marca LG.<br />

“Além das abordagens tradicionais, o<br />

live marketing po<strong>de</strong> se tornar disruptivo<br />

explorando novas tecnologias e inovação,<br />

como realida<strong>de</strong> aumentada, metaverso<br />

e envolvendo ativamente o público<br />

na criação <strong>de</strong> conteúdo. Também po<strong>de</strong><br />

aproveitar tendências sociais, como sustentabilida<strong>de</strong><br />

e diversida<strong>de</strong>, para criar<br />

experiências inovadoras e impactantes.<br />

Em resumo, a chave está em experimentar<br />

i<strong>de</strong>ias que <strong>de</strong>safiem o status quo e<br />

cativem o público <strong>de</strong> maneiras memoráveis”,<br />

coloca a executiva.<br />

“O live marketing está percebendo<br />

uma oportunida<strong>de</strong> única para as marcas<br />

buscarem exposição diferenciada. O importante<br />

é se ater aos princípios <strong>de</strong> cada<br />

marca, entendê-los como únicos e criar<br />

estratégias que proporcionem interações<br />

autênticas e memoráveis com seu<br />

público-alvo. O live marketing se <strong>de</strong>staca<br />

como uma po<strong>de</strong>rosa ferramenta para<br />

criar experiências imersivas e envolventes,<br />

permitindo que as marcas se conectem<br />

emocionalmente com seus clientes<br />

<strong>de</strong> maneira impactante”, afirma Luciana.<br />

Sair da caixinha e <strong>de</strong>satar nós impeditivos,<br />

é o que recomenda Rafael Arraes,<br />

executivo responsável pela Dream Experience,<br />

agência <strong>de</strong> brand experience da<br />

Dream Factory.<br />

“Buscamos ativações que vão além<br />

do tradicional, explorando as novas tecnologias<br />

com criativida<strong>de</strong>. Nosso drive<br />

é criar projetos que virem notícia; que<br />

tenham alto potencial <strong>de</strong> PR. Usar da-<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 21


dos para personalizar as experiências ao<br />

vivo, aten<strong>de</strong>ndo às preferências específicas<br />

<strong>de</strong> cada consumidor. Isso aumenta<br />

a relevância e o impacto emocional<br />

da interação. Colaborar com artistas e<br />

outras marcas para criar experiências<br />

únicas que não po<strong>de</strong>riam ser realizadas<br />

individualmente. Incorporar elementos<br />

<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong><br />

social que ressoem com os valores dos<br />

consumidores, posicionando a marca<br />

como um agente <strong>de</strong> mudança positiva.<br />

Desenvolver ativações que envolvam<br />

múltiplos sentidos para criar uma experiência<br />

memorável e emocionalmente<br />

envolvente”, <strong>de</strong>staca Arraes.<br />

Fotos: Divulgação<br />

COMPETIVIDADE<br />

Renascimento no pós-pan<strong>de</strong>mia,<br />

com os features agregados nessa era <strong>de</strong><br />

transformação, é o que observa Caetano<br />

<strong>de</strong> Pádua, head of strategy and creative<br />

director na RedDoor Agency.<br />

“Live stream, ferramentas <strong>de</strong> social<br />

media, novas tecnologias como AR, XR<br />

(Mixed Reality) e inteligência artificial<br />

generativa foram alguns aceleradores<br />

<strong>de</strong>sse período que precisam ser incorporados<br />

pelas agências e empresas que<br />

quiserem ser competitivas para o futuro.<br />

A boa notícia é que ficou ainda mais<br />

evi<strong>de</strong>nte a potência do contato humano,<br />

da experiência ao vivo, do impacto<br />

dos eventos, dos shows, das ativações,<br />

dos encontros, das exposições para as<br />

nossas emoções e para a construção <strong>de</strong><br />

memórias vívidas e duradouras. Percebemos<br />

na prática o quanto tudo isso nos<br />

faz falta. Portanto vemos um mercado<br />

<strong>de</strong> live marketing ainda em franco crescimento,<br />

acelerado, on<strong>de</strong> as fronteiras<br />

estão se dissipando entre a mídia tradicional,<br />

as ferramentas digitais, as re<strong>de</strong>s<br />

sociais e as experiências ao vivo. Para<br />

Roberta Rubini é diretora <strong>de</strong> planejamento da Atenas.ag<br />

Arte foi a proposta que a Netza Martech Agency colocou em prática para seu cliente LG: máquinas <strong>de</strong> lavar antigas pintadas<br />

as marcas que buscam uma exposição<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, acredito que o melhor caminho<br />

seja apostar em boas histórias,<br />

i<strong>de</strong>ias realmente novas e inéditas e, ainda<br />

mais importante, i<strong>de</strong>ias que consigam<br />

fazer a ponte entre a experiência ao vivo<br />

e a reverberação da mensagem (digital<br />

ou offline). Ou seja, pensar a “brand experience”<br />

como parte integrante e essencial<br />

da mensagem, nunca como um<br />

apêndice”, recomenda Pádua.<br />

“Quando tudo parece igual - do briefing<br />

do cliente até as referências que todos<br />

têm acesso - a visão estratégica, criteriosa<br />

e questionadora, funciona como<br />

pontapé para permitir que uma entrega<br />

<strong>de</strong> projeto evolua para um caminho di-<br />

“Posicionamos<br />

a marca como<br />

um agente<br />

<strong>de</strong> mudança<br />

positiva”<br />

ferenciado e disruptivo - da criação até<br />

a execução. E junto com o pensamento<br />

e suas costuras e amarrações, as i<strong>de</strong>ias<br />

criativas vêm para encantar, mas também<br />

para criar o DNA, a impressão digital,<br />

o tal do ‘gene único’ <strong>de</strong> um projeto.<br />

Brenda Maia é CEO da agência <strong>de</strong> live marketing Avantgar<strong>de</strong><br />

Nossos projetos para o Grupo Heineken,<br />

por exemplo, nos fazem provar que essa<br />

crença funciona na prática também:<br />

Floating Bar, <strong>de</strong> Heineken; e Espírito, <strong>de</strong><br />

Amsterdam <strong>de</strong> Amstel, projetos proprietários<br />

<strong>de</strong>ssas marcas, entregaram experiências<br />

completamente disruptivas ao<br />

público”, comenta Roberta Rubini, diretora<br />

<strong>de</strong> planejamento da Atenas.ag.<br />

TOUCHPOINT<br />

O repertório também cresce no live<br />

marketing. Touchpoint é o processo <strong>de</strong><br />

branding que a Fino Trato, da sócia Tamara<br />

Ferreira, orquestra para estabelecer<br />

relações duradouras entre consumidores<br />

e marcas.<br />

“Quando sai da vivência bidimensional<br />

e parte para uma experiência imersiva<br />

on<strong>de</strong> as marcas ganham voz, rostos,<br />

cheiros e tudo o mais que se possa<br />

pensar. Um exemplo disso foi o evento<br />

<strong>de</strong> relacionamento da IRB (Instituto <strong>de</strong><br />

Resseguros do Brasil) com seus principais<br />

associados. O céu é o limite. De acordo<br />

com a equalização entre os objetivos<br />

e as verbas das empresas, cada projeto<br />

é <strong>de</strong>senhado para maximizar o impacto<br />

gerando uma vivência nova e inusitada.<br />

Isso se alcança com o uso <strong>de</strong> elementos<br />

diversos que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> contatos humanos<br />

e emocionais até o uso da tecnologia,<br />

como a realida<strong>de</strong> virtual que criamos<br />

para a Yahsat, que leva o convidado em<br />

uma viagem espacial on<strong>de</strong> ele vê a lua,<br />

o planeta Terra e conhece mais sobre o<br />

satélite da empresa”, garante Tamara.<br />

Mercado saturado e fragmentado<br />

22 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


exige que as marcas busquem <strong>de</strong>staque.<br />

É o que pensa Elaine Rufato, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Avantgar<strong>de</strong>. “Com a explosão dos canais<br />

digitais e a crescente concorrência,<br />

as marcas precisam encontrar maneiras<br />

inovadoras <strong>de</strong> se conectar com seu público-alvo<br />

e criar experiências memoráveis.<br />

É aí que o live marketing entra em cena.<br />

Um dos principais <strong>de</strong>safios com que<br />

nos <strong>de</strong>paramos hoje, é a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> criar experiências superinovadoras e<br />

originais, que se <strong>de</strong>staquem da multidão<br />

para os nossos clientes. As marcas, que<br />

estão cada vez mais exigentes, buscam<br />

experiências únicas e inesquecíveis que<br />

realmente engajem com o público-alvo”,<br />

afirma.<br />

“O live marketing continuará a crescer<br />

em importância nos próximos anos. As<br />

marcas estão cada vez mais conscientes<br />

do valor das experiências ao vivo e estão<br />

investindo mais nesse tipo <strong>de</strong> marketing.<br />

Com o avanço rápido das novas tecnologias,<br />

as agências terão mais trabalho, e<br />

mais ferramentas à sua disposição para<br />

criar experiências ainda mais diferenciadas”,<br />

ela acrescenta.<br />

ESG<br />

Fase <strong>de</strong> renovação que gera relevância<br />

e faz do live marketing uma das<br />

principais ferramentas <strong>de</strong> comunicação.<br />

Paula Silveira, CEO e sócia da ÀS Comunicação,<br />

também contempla a competição<br />

do mercado e a saturação <strong>de</strong> canais.<br />

“As empresas estão se voltando para<br />

estratégias <strong>de</strong> experiências imersivas,<br />

personalizadas, tecnológicas e inovadoras,<br />

com engajamento e impacto nas<br />

re<strong>de</strong>s sociais, sempre alinhadas com a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> e a responsabilida<strong>de</strong><br />

social. Essas experiências apenas o live<br />

marketing consegue proporcionar ao<br />

consumidor”, afirma Paula.<br />

Projeto instagramável criado pela agência Sherpa42 para a marca da Meta durante o festival Lollapalooza<br />

Por outro lado, Alexandre Carmona,<br />

sócio-diretor da Innova AATB, fala <strong>de</strong><br />

conexão e integração <strong>de</strong> tecnologias.<br />

“Como a realida<strong>de</strong> aumentada e a virtual,<br />

que proporcionam experiências imersivas,<br />

e a IA, que <strong>de</strong>sempenha um papel<br />

significativo fornecendo insights sobre<br />

o comportamento do consumidor. Outra<br />

possibilida<strong>de</strong> é tornar as narrativas interativas<br />

e coparticipativas, permitindo<br />

que o público cocrie o conteúdo ao vivo<br />

e tenha um engajamento mais profundo.<br />

Além disso, no live marketing, as práticas<br />

<strong>de</strong> ESG po<strong>de</strong>m ser integradas ao<br />

unir instituições socioambientais com a<br />

tecnologia para <strong>de</strong>senvolver estratégias<br />

inovadoras. Essas parcerias po<strong>de</strong>m resultar<br />

em experiências que não apenas<br />

impactam o consumidor, mas também<br />

promovem valores <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

e responsabilida<strong>de</strong> social, criando engajamento<br />

mais significativo e duradouro.”<br />

Quais são as oportunida<strong>de</strong>s para ir<br />

“Cada projeto é<br />

<strong>de</strong>senhado para<br />

maximizar o<br />

impacto”<br />

além do pragmático e se aproximar do<br />

disruptivo? Quem respon<strong>de</strong> é Caio Campagni,<br />

sócio e head <strong>de</strong> planejamento e<br />

criação da Oito.<br />

“É importante sempre trazer mais tecnologia<br />

e real time para pontos específicos<br />

da experiência em si. Como o consumidor<br />

po<strong>de</strong> participar da construção da<br />

experiência e da cenografia. Como que<br />

a experiência ganha vida para além dos<br />

limites físicos <strong>de</strong>la durante a própria execução.<br />

Os projetos não precisam mais ser<br />

gigantes em quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> público, por-<br />

Floating Bar <strong>de</strong>senvolvido pela agência Atenas para seu cliente Heineken, intervenção sem fins lucrativos realizada em São Paulo<br />

Fotos: Divulgação<br />

que po<strong>de</strong> ser algo muito ‘raiz’ e apostar<br />

no conteúdo para dar cauda longa a essa<br />

experiência. Em resumo, enxergamos<br />

muito o crescimento das inciativas que<br />

conectam o físico com o digital. As marcas<br />

precisam pensar como elas po<strong>de</strong>m se<br />

tornar relevantes, ainda mais, para seus<br />

públicos, consumidores e com quem<br />

querem se relacionar. Conseguir singularida<strong>de</strong><br />

nas ações e encontrar o código<br />

da marca e traduzir isso em experiência.<br />

E, por último, estar constantemente se<br />

atualizando e enten<strong>de</strong>ndo que as experiências<br />

físicas estão em transformação<br />

tanto quanto o digital está. No digital, é<br />

mais perceptível, mas no real, as coisas<br />

também mudam. Priorida<strong>de</strong>s vão mudar.<br />

A velocida<strong>de</strong> fala mais do que a estética<br />

hoje em dia. Como conseguem criar coisas<br />

menos megalomaníacas, mas que<br />

façam mais sentido para as pessoas.”<br />

SOLIDARIEDADE<br />

Se a essência do live marketing é<br />

conectar pessoas, quando há propósito<br />

no escopo, o valor também cresce. A<br />

Ampro e a Abrace estão com campanha<br />

para apoiar os <strong>de</strong>sabrigados pela enchente<br />

histórica no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

Duas carretas já foram enviadas com materiais<br />

usados pelo tra<strong>de</strong>, como lonas e<br />

banners, entre outras coisas, que po<strong>de</strong>m<br />

contribuir.<br />

“Temos conhecimento <strong>de</strong> várias iniciativas,<br />

mas não po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

fazer nossa parte mobilizando o setor.<br />

Nesse momento, cada gesto conta, por<br />

isso pedimos a sua contribuição - seja<br />

compartilhando o conteúdo da campanha<br />

que está disponível nas nossas<br />

re<strong>de</strong>s, seja fazendo uma doação, especialmente<br />

se você é do setor <strong>de</strong> live<br />

marketing”, explica Heloísa Santana, presi<strong>de</strong>nte-executiva<br />

da Ampro.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 23


quem fez<br />

Paulo Macedo<br />

paulo@propmark.com.br<br />

Ogilvy Brasil<br />

Nestlé<br />

Fotos Divulgação<br />

Título: “liga esportiva Nescau”<br />

CCO: Rafael donato<br />

ECD: teco cipriano<br />

Diretor <strong>de</strong> criação associado: alexandre tobio<br />

Head of content: Valeria <strong>de</strong>si<strong>de</strong>ri<br />

CSO: thais Frazão<br />

Aprovação: luana carvalho e isabella Pregnolatto<br />

Marca Nescau faz parceria com o canal Desimpedidos para se conectar com<br />

novas gerações e amplificar sua liga esportiva. Como a i<strong>de</strong>ia é engajar cada<br />

vez mais crianças e adolescentes, parceria usa do entretenimento para estimular<br />

práticas esportivas. “A conexão com o Desimpedidos foi uma estratégia<br />

inovadora e divertida”, resume Valeria Desi<strong>de</strong>ri.<br />

DPZ<br />

electRolux<br />

Título: “Quem escolhe viver num mundo melhor, não<br />

joga nada fora”<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação: Fabio Mozeli<br />

Diretora <strong>de</strong> criação: ariane dias<br />

Produtora: saigon Filmes<br />

Aprovação: Juliane Mussareli e Gabriele Pádua<br />

Na primeira parte, em 2023, o filme ‘Perguntinhas’ trouxe<br />

crianças cobrando adultos com relação à sustentabilida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> alimentos. Agora, pai e filha, num diálogo<br />

bem divertido, falam sobre não <strong>de</strong>sperdiçar os alimentos<br />

que estão na gela<strong>de</strong>ira. I<strong>de</strong>ia é engajar consumidores no<br />

reaproveitamento.<br />

DDaO<br />

Óticas diNiz<br />

Título: “enjoei, troquei”<br />

VP <strong>de</strong> criação: Rica domingues<br />

Criação: Rica domingues, Felipe ajala, thalles lorencini e Polianna lima<br />

Produtora: Pa6<br />

Diretor: thiago eva<br />

Aprovação: luciane Gomes, ellen almeida e Renata Martins<br />

“Ou ou, iê iêi… sem você eu viverei! Troque logo, eu não aguento tanto tempo com<br />

você”, o jingle envolvente, na voz do ícone dos anos 1980, Ovelha, adaptado do hit<br />

<strong>de</strong> sucesso ‘Sem você não viverei’, ecoará nas telinhas durante os meses <strong>de</strong> <strong>maio</strong> e<br />

junho. A aguardada campanha ‘Enjoei, troquei’, promovida anualmente pelas Óticas<br />

Diniz, <strong>maio</strong>r re<strong>de</strong> <strong>de</strong> óticas 100% brasileira e mais <strong>de</strong> 1.000 unida<strong>de</strong>s no país, voltou<br />

estimulando a troca <strong>de</strong> óculos antigos por novos com <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> R$ 200 nas<br />

compras acima <strong>de</strong> R$ 899. No ar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, o filme <strong>de</strong> 30 segundos aborda a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óculos novos <strong>de</strong> forma inovadora. Desenvolvido pela agência DDAO.<br />

24 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


cannes lions <strong>2024</strong><br />

“Buscamos i<strong>de</strong>ias que mu<strong>de</strong>m o mundo”<br />

Márcia Esteves, CEO da Lew’Lara\<br />

TBWA, estreia como jurada do<br />

Cannes Lions na categoria Creative<br />

Business Transformation, que<br />

tem a criativida<strong>de</strong> como alavanca<br />

para o crescimento das empresas.<br />

São campanhas que precisam<br />

<strong>de</strong>monstrar como a mudança<br />

criativa proporcionou um impacto<br />

positivo e <strong>de</strong> expansão para a<br />

companhia, funcionários ou<br />

clientes. Segundo Márcia, o júri<br />

garimpa i<strong>de</strong>ias capazes <strong>de</strong> “mudar<br />

o mundo ou uma pequena<br />

comunida<strong>de</strong>, que transformem<br />

um negócio, sirvam <strong>de</strong><br />

benchmark, que possam ainda ser<br />

replicadas, e que sejam relevantes.<br />

Não uma i<strong>de</strong>ia pela i<strong>de</strong>ia”.<br />

Márcia Esteves: para ganhar Leão, i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>ve ser real, escalável e transformadora<br />

Divulgação<br />

Carolina Vilela<br />

Festival<br />

As minhas expectativas são sempre<br />

muito altas e correspondidas em Cannes<br />

que, para mim, é o <strong>maio</strong>r festival que<br />

celebra a criativida<strong>de</strong> do mundo. Cannes<br />

não per<strong>de</strong> o foco. Não importa se anunciam<br />

novas categorias, ele se transforma<br />

e abre espaço. As pessoas vão para<br />

apren<strong>de</strong>r e celebrar a criativida<strong>de</strong>, que<br />

se transforma o tempo todo. Em minha<br />

primeira vez como jurada, po<strong>de</strong>rei ver o<br />

processo completo <strong>de</strong> uma categoria <strong>de</strong><br />

transformação <strong>de</strong> negócio, que eu adoro.<br />

traNsFOrMaÇÃO<br />

Buscamos i<strong>de</strong>ias capazes <strong>de</strong> mudar<br />

o mundo ou uma pequena comunida<strong>de</strong>,<br />

que transformem um negócio, sirvam <strong>de</strong><br />

benchmark, que possam ainda ser replicadas,<br />

e que sejam relevantes. Não uma<br />

i<strong>de</strong>ia pela i<strong>de</strong>ia, e sim que seja replicável<br />

para fazer uma transformação genuína<br />

na socieda<strong>de</strong>, produto ou marca.<br />

teMas<br />

Vamos ver o uso da criativida<strong>de</strong> para<br />

soluções sobre equida<strong>de</strong>, transformação<br />

climática, diversida<strong>de</strong> e inclusão. São<br />

questões que enfrentamos como socieda<strong>de</strong>.<br />

Estou com um olhar crítico. É óbvio<br />

que temos <strong>de</strong> olhar para os trabalhos <strong>de</strong><br />

transformações sociais, mas quando a<br />

gente coloca uma marca atrelada a tudo<br />

isso, tudo fica ainda mais po<strong>de</strong>roso e, ao<br />

mesmo tempo, mais <strong>de</strong>safiador. Torço para<br />

ver trabalhos <strong>de</strong> marca, além <strong>de</strong> ONGs.<br />

CONvite<br />

Quando recebi o convite, fiquei muito<br />

feliz e honrada. Não esperava. Sempre<br />

quis estar lá, apren<strong>de</strong>r com esse processo.<br />

Eu me inspiro a cada case que assisto.<br />

É um privilégio fazer parte do grupo que<br />

<strong>de</strong>fine as melhores i<strong>de</strong>ias do mundo.<br />

expeCtativa<br />

Torço muito pelo nosso país, o coração<br />

bate mais forte, e para ser surpreendidapor<br />

cases <strong>de</strong> marcas nas quais eu possa<br />

falar: “fui impactada por isso”. Somos a<br />

nona economia do mundo e o quarto país<br />

mais criativo. Espero ver cases <strong>de</strong> transformação<br />

<strong>de</strong> negócios saindo do Brasil,<br />

que possam ser explorados no mundo.<br />

“É um privilégio<br />

fazer parte do<br />

grupo que <strong>de</strong>fine<br />

as melhores<br />

i<strong>de</strong>ias do mundo”<br />

preparaÇÃO<br />

É uma escola, uma maratona. O festival<br />

é muito estruturado, com critérios<br />

e treinamentos, cuidados e orientações.<br />

A preparação começa com um mês <strong>de</strong><br />

antecedência do julgamento. Em reunião<br />

com a nossa presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri, nos conhecemos<br />

e combinamos critérios para<br />

ter um grupo homogêneo. Agora, estamos<br />

na fase <strong>de</strong> olhar os cases e, semanalmente,<br />

conversar para ver a evolução,<br />

tirar dúvidas e trocar i<strong>de</strong>ia antes da discussão<br />

final lá no festival.<br />

reFerêNCias<br />

Analisei cases dos anos anteriores e<br />

estu<strong>de</strong>i muito os critérios. Temos seis<br />

subcategorias, então, encontramos o<br />

geral e o subcritério indicado. Esse é<br />

outro <strong>de</strong>safio. Estu<strong>de</strong>i muito para saber<br />

diferenciar.<br />

DesaFiOs<br />

Temos <strong>de</strong> estar atentos aos <strong>de</strong>talhes<br />

para sermos justos. Posso olhar para um<br />

case e achar que não merece ir para a<br />

shortlist. Mas a percepção <strong>de</strong> outro colega<br />

po<strong>de</strong> mudar a minha. Isso é o mais legal.<br />

Há aspectos que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da nossa<br />

interpretação, e julgamos trabalhos <strong>de</strong><br />

países que não conhecemos, com culturas<br />

muito específicas. Muita vezes, alguém<br />

te dá informações sobre isso e a<br />

gente enten<strong>de</strong> melhor.<br />

leões e Gps<br />

Tem <strong>de</strong> ser real, escalável, mas, primeiro,<br />

ser uma i<strong>de</strong>ia capaz <strong>de</strong> transformar<br />

a socieda<strong>de</strong>, o meio ambiente, uma<br />

situação <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, igualda<strong>de</strong> e inclusão.<br />

Se cumprir esses requisitos, entra<br />

no critério <strong>de</strong> premiável.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 25


cannes lions <strong>2024</strong><br />

“Será impossível sair sem aprendizado”<br />

Henrique Tanji, fundador e<br />

CEO da Ritmika Audio Arts e<br />

jurado <strong>de</strong> Entertainment Lions<br />

for Music, consi<strong>de</strong>ra a música<br />

como o fio condutor para<br />

garantir conexão emocional.<br />

“Mas não po<strong>de</strong>mos ter só um<br />

artista superfamoso cantando o<br />

jingle da campanha num show<br />

aleatório e achar que po<strong>de</strong><br />

ganhar algo”, avisa. Tanji encara<br />

a sua primeira experiência no<br />

júri do Cannes Lions como<br />

“uma das mais enriquecedoras,<br />

pela troca presencial <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ias, conceitos, análises e<br />

repertório com alguns dos mais<br />

importantes profissionais do<br />

mundo na área <strong>de</strong> música, áudio,<br />

entretenimento e criativida<strong>de</strong>”.<br />

Janaina Langsdorff<br />

ApurAção<br />

Em uma categoria como a <strong>de</strong> Entertainment,<br />

nunca <strong>de</strong>vemos nos restringir<br />

somente à criativida<strong>de</strong> ou conteúdo<br />

musical na colaboração com a marca.<br />

Acredito que, nessa equação, é fundamental<br />

consi<strong>de</strong>rar também os esforços,<br />

limitações, link social e contexto, além,<br />

claro, <strong>de</strong> investigar a veracida<strong>de</strong> e a relevância<br />

do trabalho em relação àquilo que<br />

está na apresentação. É preciso “<strong>de</strong>safiar<br />

a i<strong>de</strong>ia”, afinal, não po<strong>de</strong>mos ter só um<br />

artista superfamoso cantando o jingle da<br />

campanha num show aleatório e achar<br />

que po<strong>de</strong> ganhar algo.<br />

requisitos<br />

Para ser premiada nesta categoria,<br />

primeiro <strong>de</strong> tudo, claro, a campanha<br />

precisa ter uma excelente i<strong>de</strong>ia. Depois,<br />

a apresentação conta muito, ainda mais<br />

em uma categoria que fala e ilustra o<br />

entretenimento. Mesmo sem gran<strong>de</strong>s<br />

produções, é preciso que tudo seja mostrado<br />

<strong>de</strong> forma clara e eloquente, que<br />

prenda a atenção. Além disso, os resultados<br />

precisam acontecer e ser claramente<br />

comprovados para que não estejamos<br />

falando apenas <strong>de</strong> entretenimento puro,<br />

mas <strong>de</strong> uma ação para as marcas.<br />

Compromisso<br />

Particularmente, adoro ir atrás e cruzar<br />

os dados com a realida<strong>de</strong> para enten<strong>de</strong>r<br />

se o impacto gerado por um gran<strong>de</strong><br />

case é mesmo real.<br />

reAlizAção<br />

Nunca fui jurado em Cannes, mas<br />

sempre tive esse <strong>de</strong>sejo, como uma<br />

realização profissional. Participei <strong>de</strong><br />

outros júris importantes, mas Cannes<br />

é especial. E a expectativa está bem<br />

alta. Acredito que seja uma das experiências<br />

mais enriquecedoras que se po<strong>de</strong><br />

ter, especialmente pela troca presencial<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, conceitos, análises e repertório<br />

com alguns dos mais importantes profissionais<br />

do mundo na área <strong>de</strong> música,<br />

áudio, entretenimento e criativida<strong>de</strong>.<br />

Será impossível sair <strong>de</strong> lá sem um aprendizado<br />

gigante e muita inspiração para<br />

Henrique Tanji: Brasil terá bons concorrentes para brigar com trabalhos internacionais<br />

“Gosto dos cases<br />

que ajudam<br />

a resolver<br />

problemas<br />

sociais”<br />

os próximos projetos.<br />

fio ConDutor<br />

A minha expectativa quanto à qualida<strong>de</strong><br />

dos trabalhos a serem julgados é<br />

altíssima. Acredito que os temas <strong>de</strong>vam<br />

variar bastante, passando pela <strong>maio</strong>ria<br />

dos segmentos e indústrias, uma vez<br />

que a música é o fio condutor i<strong>de</strong>al para<br />

uma conexão emocional com qualquer<br />

tipo <strong>de</strong> audiência. Mas, particularmente,<br />

gosto muito dos cases que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m e<br />

ajudam a resolver causas e problemas<br />

sociais. Estou ansioso para ver gran<strong>de</strong>s<br />

exemplos nesse sentido.<br />

Divulgação<br />

inovAções<br />

Impossível não citar aqui a questão<br />

da inteligência artificial (IA). Com as novas<br />

ferramentas generativas, apesar <strong>de</strong><br />

relativamente recentes, certamente já<br />

há casos <strong>de</strong> sucesso que unem a criativida<strong>de</strong><br />

humana com o potencial da IA.<br />

Quero enten<strong>de</strong>r melhor como isso está<br />

sendo feito na prática junto aos <strong>maio</strong>res<br />

especialistas e, principalmente, para<br />

on<strong>de</strong> vamos.<br />

DesAfio<br />

A área <strong>de</strong> entretenimento é sempre<br />

um <strong>de</strong>safio para o Brasil, especialmente<br />

por conta das verbas astronômicas<br />

que mercados como o norte-americano<br />

têm em comparação ao nosso. Porém,<br />

quando falamos em música, o nosso<br />

talento e criativida<strong>de</strong> falam mais alto.<br />

Tanto que, em 2023, conquistamos<br />

cinco Leões na categoria, sendo um <strong>de</strong><br />

Ouro. Ainda não tive contato direto com<br />

os cases brasileiros, mas tenho a certeza<br />

<strong>de</strong> que teremos bons concorrentes<br />

para brigar <strong>de</strong> igual para igual com a<br />

<strong>maio</strong>ria dos trabalhos internacionais.<br />

26 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


cannes lions <strong>2024</strong><br />

“Criativida<strong>de</strong> é o diferencial que traz a mágica”<br />

O júri <strong>de</strong> Direct Lions contará<br />

com a brasileira Mariana Sá para<br />

premiar cases que celebram<br />

a criativida<strong>de</strong> direcionada aos<br />

resultados. Em 2023, o Brasil<br />

conquistou três Pratas e dois<br />

Bronzes na categoria. A co-CCO<br />

da Africa Creative espera um<br />

<strong>de</strong>sempenho melhor. “Os cases<br />

do Brasil vão trazer simplicida<strong>de</strong>,<br />

sagacida<strong>de</strong> e humor, que são<br />

características nossas”, acredita.<br />

‘Shah rukh khan-my-ad’, da<br />

Cadbury; ‘Phone it in’, da Skinny; e<br />

‘Skittles – apologize the rainbow’,<br />

da Skittles, são exemplos <strong>de</strong> Leões<br />

que apresentaram i<strong>de</strong>ia, estratégia,<br />

execução, impacto e resultados,<br />

critérios avaliados pelo júri da área.<br />

Mariana Sá: oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir o que a indústria tem produzido <strong>de</strong> original<br />

Divulgação<br />

Carolina Vilela<br />

OpOrtunida<strong>de</strong><br />

O festival é sempre uma gran<strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver e discutir tudo o<br />

que a nossa indústria tem produzido <strong>de</strong><br />

mais original. Cannes Lions vem acompanhando<br />

as rápidas mudanças e hoje,<br />

além <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar os trabalhos mais criativos<br />

do mundo, passou a ser o palco <strong>de</strong><br />

discussões sobre inovação, tecnologia,<br />

diversida<strong>de</strong>, propósito, impacto, temas<br />

socioambientais, conexões e muito<br />

aprendizado.<br />

trabalhOs<br />

Acredito que veremos mais inteligência<br />

artificial (IA). Brinca<strong>de</strong>iras à parte,<br />

acho que o festival <strong>de</strong>ste ano seguirá<br />

trazendo inovações tecnológicas como<br />

ferramenta para gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias, sejam<br />

experiências, campanhas ou produtos.<br />

Magia<br />

Com a tecnologia presente em todas<br />

as partes da nossa vida, a criativida<strong>de</strong> é<br />

o diferencial que traz a mágica a partir<br />

das tantas ferramentas disponíveis hoje.<br />

De outro lado, vemos também uma volta<br />

do humor e da simplicida<strong>de</strong> em meio a<br />

tanta informação.<br />

teMáticas<br />

Acho difícil dissociar uma temática<br />

da outra, como social, ambiental, inclusão,<br />

diversida<strong>de</strong> e as <strong>de</strong>mais, por serem<br />

intrinsecamente ligadas. Todas são igualmente<br />

urgentes e importantes para as<br />

marcas e seu impacto no mundo.<br />

respOstas<br />

A categoria é sobre a criativida<strong>de</strong><br />

direcionada para respostas. As i<strong>de</strong>ias<br />

precisam mostrar como insights e dados<br />

foram usados como parte da estratégia<br />

para falar com grupos <strong>de</strong> público-alvo específicos<br />

e <strong>de</strong>senvolver relacionamentos,<br />

inspirando ações e produzindo resultados.<br />

cases brasileirOs<br />

O Brasil tem uma gran<strong>de</strong> reputação<br />

criativa e a expectativa é sempre melhorar<br />

a cada ano. Acredito que os cases do<br />

mercado brasileiro vão trazer simplicida<strong>de</strong>,<br />

sagacida<strong>de</strong> e humor, que são características<br />

nossas.<br />

“Vemos uma<br />

volta do humor e<br />

da simplicida<strong>de</strong><br />

em meio a tanta<br />

informação”<br />

disciplina<br />

Já começamos a julgar a shortlist e<br />

são muitas inscrições em Direct, então, a<br />

melhor maneira <strong>de</strong> se preparar é ter muita<br />

disciplina e <strong>de</strong>dicar tempo o suficiente<br />

para analisar a fundo cada campanha,<br />

além <strong>de</strong> fazer anotações para a discussão<br />

em grupo. Também tenho visto as<br />

i<strong>de</strong>ias premiadas nos anos anteriores<br />

para ajudar a pensar em como a categoria<br />

evoluiu.<br />

edições passadas<br />

São muitas i<strong>de</strong>ias incríveis, mas vou<br />

citar aqui três exemplos, que trazem<br />

criativida<strong>de</strong>, excelentes resultados e<br />

com execuções diferenciadas. Todas<br />

extremamente eficientes nas respostas<br />

<strong>de</strong> seus públicos.<br />

exeMplO 1<br />

A primeira é para Cadbury, se chama<br />

‘Shah rukh khan-my-ad’, uma campanha<br />

totalmente baseada em dados,<br />

que usa IA para ajudar milhares <strong>de</strong><br />

empresas locais a se reerguer, unindo<br />

tecnologia e propósito.<br />

exeMplO 2<br />

O segundo case é ‘Phone it in’, para<br />

Skinny, uma campanha <strong>de</strong> baixo custo,<br />

totalmente analógica para falar <strong>de</strong><br />

preço.<br />

exeMplO 3<br />

A terceira é ‘Skittles – apologize the<br />

rainbow’, uma campanha que é a mais<br />

simples expressão da categoria <strong>de</strong> Direct,<br />

que traz toda a leveza e humor da<br />

marca associada à tecnologia.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> <strong>27</strong>


cannes lions <strong>2024</strong><br />

“Espero ver o lado criativo do brasileiro”<br />

“Estou emocionado, entusiasmado,<br />

feliz, eletrizado, impactado,<br />

estimulado, encantado, eufórico,<br />

exultante, contente e grato”.<br />

É assim que Lui Lima <strong>de</strong>fine<br />

a sua escolha para integrar o<br />

júri <strong>de</strong> Social & Influencer, que<br />

premia o pensamento social,<br />

criativo e soluções estratégicas<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> influência.<br />

Os trabalhos precisam mostrar<br />

resultados comerciais originados<br />

pelo envolvimento, alcance social<br />

e uso das re<strong>de</strong>s sociais, além <strong>de</strong><br />

influenciadores, embaixadores e<br />

criadores da marca. “Espero ver um<br />

festival plural, com novas histórias<br />

e pontos <strong>de</strong> vista”, antecipa o<br />

diretor criativo da Talent.<br />

Lui Lima: atenção aos vieses inconscientes para sermos justos e afastar estereótipos<br />

Divulgação<br />

Carolina Vilela<br />

Brilho<br />

Espero ver um festival plural, com novas<br />

histórias e pontos <strong>de</strong> vista, que leve<br />

em conta as mudanças sociais, culturais<br />

e tecnológicas e mostre como isso se<br />

reflete em resultados, com uma mensagem<br />

positiva. E, claro, espero ver o Brasil<br />

brilhando. “Estou emocionado, entusiasmado,<br />

feliz, eletrizado, impactado, estimulado,<br />

encantado, eufórico, exultante,<br />

contente e grato.<br />

Pistas<br />

Vejo muitos cases, relembrando o que<br />

já aconteceu, que foram importantes no<br />

passado, analisando quais são os novos<br />

pontos <strong>de</strong> vista e as novas discussões<br />

que po<strong>de</strong>mos ter para este ano. Ser o<br />

único jurado brasileiro na categoria também<br />

traz a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explicar<br />

o contexto cultural do Brasil. É importante<br />

estar preparado nesse sentido.<br />

verda<strong>de</strong><br />

Eu espero ver campanhas po<strong>de</strong>rosas,<br />

que se conectem com o público e<br />

gerem conversas, que tenham diversida<strong>de</strong>,<br />

com discussões que nos façam<br />

evoluir como socieda<strong>de</strong> e usem a criativida<strong>de</strong><br />

como ferramenta para transformações<br />

reais.<br />

contexto<br />

Um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios é enten<strong>de</strong>r<br />

o contexto cultural <strong>de</strong> cada local e os<br />

motivos <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia ter funcionado, gerado<br />

engajamento para ser consi<strong>de</strong>rada<br />

criativa para aquela população. Também<br />

é necessário que estejamos atentos aos<br />

vieses inconscientes para sermos justos<br />

e não reforçarmos estereótipos.<br />

riquezas<br />

Social & Influencer é uma das categorias<br />

que têm mais inscrições. Ela fala<br />

sobre plataformas, engajamento, alcance,<br />

reverberação e celebra o pensamento<br />

social criativo, além do uso criativo<br />

dos influencers. É uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conhecer e enten<strong>de</strong>r o contexto<br />

cultural <strong>de</strong> cada país, quais são as suas<br />

riquezas, como cada população se comunica<br />

e como as marcas entram nessas<br />

conversas.<br />

“Quando o<br />

assunto são as<br />

re<strong>de</strong>s sociais,<br />

o brasileiro<br />

é expert”<br />

esPecialistas<br />

Quando o assunto são as re<strong>de</strong>s sociais,<br />

o brasileiro é expert. Por isso, espero<br />

ver o lado criativo e inovador do<br />

brasileiro, com estratégias claras e <strong>de</strong><br />

impacto, que gerem resultados potentes<br />

e mensuráveis.<br />

conversa<br />

Nessa categoria, esperamos sempre<br />

encontrar trabalhos que causem impacto,<br />

que gerem conversas po<strong>de</strong>rosas em<br />

torno <strong>de</strong> um assunto importante para a<br />

socieda<strong>de</strong> e mostrem como uma mar-<br />

ca po<strong>de</strong> entrar nessa conversa <strong>de</strong> uma<br />

maneira natural, sem parecer intrusa. O<br />

case ‘World cop <strong>de</strong>livery’, feito para PedidosYa,<br />

levou Ouro na categoria porque<br />

fez exatamente isso. Foi uma i<strong>de</strong>ia simples<br />

e muito po<strong>de</strong>rosa, com um timing<br />

ótimo, que conectou a marca aos seus<br />

consumidores <strong>de</strong> uma maneira brilhante,<br />

gerando um engajamento gigantesco.<br />

toPo<br />

O Grand Prix <strong>de</strong>fine um patamar na<br />

nossa indústria. É um norte. Então, para<br />

que uma i<strong>de</strong>ia seja po<strong>de</strong>rosa o suficiente<br />

para levar um GP, além <strong>de</strong>, obviamente,<br />

muito criativa, ela precisa ter algo que<br />

dite os próximos passos daquela categoria.<br />

comBustível<br />

Já é pauta faz tempo, mas a inteligência<br />

artificial (IA) tem evoluído muito, e<br />

vemos novos tipos <strong>de</strong> aplicação a cada<br />

dia, que servem <strong>de</strong> combustível para a<br />

criativida<strong>de</strong>. Acho que a IA ainda po<strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>stacar como temática. Além disso,<br />

a mudança climática e causas sociais <strong>de</strong>vem<br />

continuar tendo importância.<br />

28 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


agências<br />

Copa do Mundo Feminina 20<strong>27</strong><br />

movimenta planos <strong>de</strong> agências<br />

Fuse Brasil analisa impacto do evento, que será realizado no<br />

Brasil, primeiro país sul-americano a sediar a competição da Fifa<br />

Janaina Langsdorff<br />

Agências especializadas em esportes<br />

e entretenimento já iniciaram<br />

o seu aquecimento para a décima<br />

Copa do Mundo Feminina da Fe<strong>de</strong>ração<br />

Internacional <strong>de</strong> Futebol (Fifa), que<br />

entre os dias 24 <strong>de</strong> junho e 25 <strong>de</strong> julho<br />

<strong>de</strong> 20<strong>27</strong> será realizada no Brasil, primeiro<br />

país sul-americano a sediar a competição.<br />

A escolha foi anunciada durante o 74º<br />

Congresso da Fifa, em Bangkok, na Tailândia,<br />

no dia 17 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>. Dez dos 12 estádios<br />

da Copa do Mundo Masculina 2014 receberão<br />

os jogos. O Estádio Jornalista Mário<br />

Filho, o Maracanã (RJ), será palco da abertura<br />

e encerramento do torneio. A seleção<br />

feminina busca a sua primeira taça.<br />

Com 119 votos, o Brasil <strong>de</strong>sbancou a<br />

candidatura conjunta <strong>de</strong> Alemanha, Bélgica<br />

e Holanda, que levou 78 consi<strong>de</strong>rações.<br />

Em 2023, Austrália e Nova Zelândia<br />

sediaram a competição, que consagrou<br />

a Espanha como campeã. Entre parceiros,<br />

patrocinadores e apoiadores, estavam<br />

Itaú, Adidas, Coca-Cola, Wanda, Qatar<br />

Airways, Hyundai/Kia Motors, Visa,<br />

Budweiser, McDonald’s, Unilever, Mengniu<br />

Dairy, Globant, Booking.com, Calm,<br />

Keter Group e Hublot.<br />

“O cenário <strong>de</strong> patrocínios e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

eventos esportivos internacionais<br />

no Brasil vem crescendo em um ritmo<br />

excepcional. Apenas na última década,<br />

sediamos os dois <strong>maio</strong>res eventos esportivos<br />

do planeta, Copa do Mundo <strong>de</strong> Futebol<br />

e os Jogos Olímpicos”, lembra Luiz<br />

Fiorese, head da Fuse Brasil, agência do<br />

Omnicom Media Group (OMG).<br />

Apesar da euforia, oportunida<strong>de</strong>s<br />

inexploradas abrem caminho para inovações<br />

endossadas pela reputação do<br />

Brasil em revelar as <strong>maio</strong>res atletas do<br />

mundo. Acompanhado da movimentação<br />

financeira, o evento ainda gera empregos,<br />

inclusão social e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

comunitário.<br />

“A escolha do Brasil como se<strong>de</strong> da<br />

próxima Copa do Mundo Feminina aproveita<br />

o legado <strong>de</strong>ixado pela Copa do Mundo<br />

Masculina, em 2014, on<strong>de</strong> muito foi investido<br />

nas construções <strong>de</strong> novas arenas,<br />

que receberam gran<strong>de</strong>s torneios interna-<br />

Staff Images/Divulgação CBF<br />

Seleção Feminina Sub-20 celebra a vitória do Sul-Americano <strong>2024</strong>, no Estádio Mo<strong>de</strong>lo Alberto Spencer, em Guayaquil (Equador), em <strong>maio</strong><br />

Luiz Fiorese, da Fuse Brasil: “Impacto po<strong>de</strong>rá se esten<strong>de</strong>r muito além do nosso país”<br />

cionais <strong>de</strong> futebol”, insiste Fiorese.<br />

O head da Fuse Brasil <strong>de</strong>staca a expansão<br />

e profissionalização do futebol<br />

feminino brasileiro frente ao cenário<br />

do esporte na América do Sul, ainda em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. “As ligas femininas se<br />

aproximam dos Estados Unidos e Europa.<br />

Sem dúvida, o impacto da Copa do Mundo<br />

Feminina po<strong>de</strong>rá se esten<strong>de</strong>r muito além<br />

do nosso país”, acredita Fiorese.<br />

O momento pressupõe a investida<br />

<strong>de</strong> marcas, patrocinadores e <strong>de</strong>tentores<br />

<strong>de</strong> direitos esportivos interessados em<br />

“Investimento<br />

<strong>de</strong>ve ser mantido<br />

se quisermos<br />

colher benefícios<br />

a longo prazo”<br />

conectar e se relacionar com um público<br />

engajado, “colocando o Brasil no centro<br />

das conversas sobre o esporte”, emenda<br />

Fiorese.<br />

Ao consolidar o futebol feminino na<br />

região, a Copa estimula jovens a praticar<br />

o futebol, afastando gradualmente<br />

o preconceito. “O investimento <strong>de</strong>ve ser<br />

mantido após a Copa se quisermos que<br />

o Brasil e o mercado sul-americano possam<br />

colher benefícios a longo prazo”,<br />

adverte Fiorese. Segundo ele, o crescimento<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá também dos esforços<br />

<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s públicas e dirigentes da<br />

Fifa, além do compromisso das marcas<br />

em patrocinar e ativar o esporte. “E, claro,<br />

dos fãs continuar apoiando o futebol<br />

feminino”, convida.<br />

Chegada<br />

A agência britânica Fuse acaba <strong>de</strong><br />

abrir escritório em São Paulo. A expectativa<br />

é crescer 15% em <strong>2024</strong>. Ezze Seguros,<br />

F12Bet, Panini, Comitê Olímpico do Brasil<br />

(COB), Pay 4 Fun e Heineken, além <strong>de</strong> patrocínios<br />

com a KTO, estão entre os clientes.<br />

Consultoria <strong>de</strong> parcerias e direitos,<br />

ativação e mensuração <strong>de</strong> resultados<br />

são os serviços oferecidos pela agência,<br />

que já planeja o lançamento do Fuse Ignite,<br />

consultoria e vendas voltada para<br />

<strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> direitos.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 29


agências<br />

Educação digital une a edtech SoulCo<strong>de</strong><br />

com a DM9 para estratégia publicitária<br />

Fabricio Cardoso e Camila Borst, ambos da SoulCo<strong>de</strong> Aca<strong>de</strong>my, com Pipo Calazans, copresi<strong>de</strong>nte e CEO da DM9<br />

UM CONSULTOR NOS CONSELHOS<br />

A quase totalida<strong>de</strong> do Conselho das empresas é constituída por<br />

profissionais e empresários experientes, éticos, admiráveis.<br />

Porém, e em <strong>de</strong>corrência do tsunami tecnológico, e mesmo<br />

carregados das melhores intenções, acabam acelerando as empresas<br />

em direção ao passado.<br />

O MADIAMUNDOMARKETING, através da atuação presencial<br />

<strong>de</strong> seu fundador e diretor presi<strong>de</strong>nte, FRANCISCO MADIA, capacitou-se<br />

e qualificou-se para orientar as empresas em todo o processo <strong>de</strong><br />

travessia. Do velho para o novo. Claro e sempre, sob a ótica do<br />

mercado, e que, em verda<strong>de</strong>, é o que conta.<br />

Vamos agendar um primeiro café?<br />

- Na foto, Madia, e sua adorada primeira netinha, ISABELLA.<br />

AGENDAMENTO DO CAFÉ:<br />

(11) 98990-0376, MARCIA<br />

Divulgação<br />

Parceria preten<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mocratizar acesso<br />

à capacitação<br />

martech em todo o<br />

território brasileiro<br />

A<br />

DM9 acaba <strong>de</strong> selar uma parceria com a Soul-<br />

Co<strong>de</strong> Aca<strong>de</strong>my, que tem como propósito <strong>de</strong>mocratizar<br />

a educação digital no Brasil. Para<br />

apoiar o novo parceiro na missão <strong>de</strong> capacitar pessoas<br />

não óbvias nas áreas <strong>de</strong> tecnologia e martech,<br />

gerar renda e impacto social, a agência vai utilizar<br />

seu potencial criativo e estratégico para dar <strong>maio</strong>r<br />

alcance e engajamento aos cursos e programas da<br />

marca, que já transformaram a vida <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100<br />

mil alunos.<br />

Fundada por Carmela Borst, Fabricio Cardoso e<br />

Silvio Genesini, a plataforma <strong>de</strong> educação inclusiva já<br />

transformou a vida <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três mil pessoas por<br />

meio <strong>de</strong> bootcamps com bolsas gratuitas <strong>de</strong> educação<br />

digital, além <strong>de</strong> possibilitar que mais <strong>de</strong> 500 jovens <strong>de</strong><br />

favelas tenham acesso a inclusão digital.<br />

A colaboração entre a SoulCo<strong>de</strong> e a DM9 representa<br />

uma convergência <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e inovação em educação,<br />

segundo Carmela Borst, CEO e cofundadora da<br />

SoulCo<strong>de</strong>. O objetivo, conta, é ressignificar o compartilhamento<br />

<strong>de</strong> conhecimento na área e <strong>de</strong>mocratizar o<br />

seu acesso.<br />

“O que fazemos é transformar pessoas não óbvias<br />

em profissionais <strong>de</strong> tecnologia e martech, levando educação<br />

para locais além dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos e<br />

capitais, <strong>de</strong>safiando convenções. A SoulCo<strong>de</strong> não é uma<br />

edtech comum; assim como a DM9, li<strong>de</strong>rada por pessoas<br />

extraordinárias, não é uma agência comum. Juntas, reforçamos<br />

nossa convicção <strong>de</strong> que não há fronteiras para<br />

on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos ir”, enfatiza a executiva<br />

ProPósito<br />

Um dos propósitos da nova parceria é a criação <strong>de</strong><br />

programas exclusivos que fomentem o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

digital <strong>de</strong>ntro da agência e no mercado publicitário.<br />

Vale lembrar que a DM9, como explica comunicado da<br />

agência, “já é atuante nesse pilar que une educação e<br />

diversida<strong>de</strong>, por meio do projeto MOVE. O programa proporciona<br />

uma jornada <strong>de</strong> conhecimento e vivência para<br />

pessoas <strong>de</strong> grupos minorizados em fase inicial ou <strong>de</strong><br />

transição <strong>de</strong> carreira”.<br />

“É uma honra po<strong>de</strong>r ajudar a SoulCo<strong>de</strong> a <strong>de</strong>scobrir<br />

e formar talentos não óbvios em programação e educação<br />

digital. Projetos arrojados e transformadores como<br />

esse só aumentam o nosso orgulho pelo impacto que<br />

nosso trabalho po<strong>de</strong> ter”, afirma Pipo Calazans, copresi<strong>de</strong>nte<br />

e CEO da DM9, marca do Omnicom no mercado<br />

brasileiro.<br />

30 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


mídia<br />

Out of home <strong>de</strong> Porto Alegre planeja<br />

recomeço após <strong>maio</strong>r enchente da história<br />

Associações ligadas à publicida<strong>de</strong> do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul pe<strong>de</strong>m que os<br />

anunciantes fora do estado mantenham seus investimentos em mídia<br />

Vinícius Novaes<br />

Os números da tragédia ambiental<br />

no Rio Gran<strong>de</strong> Sul são preocupantes<br />

— até o fechamento <strong>de</strong>sta matéria,<br />

eram mais <strong>de</strong> 160 mortos e um número<br />

superior a 580 mil <strong>de</strong>salojados —, mas as<br />

imagens que se veem são alarmantes. Cida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>vastadas, cobertas por entulho<br />

e lama, empresas e comércios <strong>de</strong>struídos<br />

mostram a imensurável consequência<br />

das chuvas no estado.<br />

Em Porto Alegre, a água do Guaíba<br />

transbordou e <strong>de</strong>ixou boa parte da capital<br />

submersa. Pontos turísticos, como o Mercado<br />

Público, a Casa <strong>de</strong> Cultura Mario Quintana,<br />

o Museu <strong>de</strong> Arte do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

(MARGS), os estádios do Internacional e do<br />

Grêmio e o Aeroporto Internacional Salgado<br />

Filho, só para citar alguns, ainda contabilizam<br />

os estragos.<br />

Longe <strong>de</strong> qualquer comparação, o mercado<br />

publicitário também contabiliza as<br />

consequências do temporal que atingiu as<br />

cida<strong>de</strong>s gaúchas. Em nota divulgada nesta<br />

semana, a ARP (Associação Riogran<strong>de</strong>nse<br />

<strong>de</strong> Propaganda) e o GAV (Grupo <strong>de</strong> Atendimento<br />

<strong>de</strong> Veículos do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul),<br />

por exemplo, pediram que os anunciantes<br />

fora do RS mantenham os seus investimentos<br />

em mídia.<br />

De acordo com as entida<strong>de</strong>s, “manter e<br />

até ampliar os investimentos nos diversos<br />

e competentes veículos <strong>de</strong> mídia é também<br />

criar uma conexão importante com os<br />

gaúchos”. Além disso, a ARP e o GAV <strong>de</strong>stacam<br />

a importância <strong>de</strong> olhar para a situação<br />

do anunciante local.<br />

“Repensar negociações, esten<strong>de</strong>r prazos<br />

e/ou bonificar espaços será importantíssimo<br />

para que o máximo possível <strong>de</strong><br />

marcas permaneçam na mídia, marcando<br />

presença na vida dos seus consumidores<br />

<strong>de</strong> acordo com as suas estratégias. É tempo<br />

<strong>de</strong> negociação, mas principalmente<br />

trata-se <strong>de</strong> um momento on<strong>de</strong> o prazo e o<br />

preço são essenciais para manutenção dos<br />

planos previstos antes <strong>de</strong> sermos tomados<br />

pelo mais duro <strong>de</strong> todos os embates vividos<br />

nesta terra”, disse o comunicado.<br />

De todas as mídias, o OOH foi a mais<br />

afetada pelo <strong>de</strong>sastre ambiental. O Muro<br />

da Mauá — parte <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> proteção<br />

contra cheias após a enchente <strong>de</strong> 1941,<br />

Mercado Público <strong>de</strong> Porto Alegre, no centro: nível da água foi superior ao da enchente <strong>de</strong> 1941, até então, a <strong>maio</strong>r da história<br />

Viaduto da rodovia BR-448, em Porto Alegre, no bairro Humaitá<br />

e explorado comercialmente pelo consórcio<br />

formado pela OOH Sinergy e a HMídia<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2022 — mescla arte e publicida<strong>de</strong><br />

pelos 850 metros ao longo da avenida que<br />

dá nome ao muro.<br />

O Muro da Mauá possui 14 cotas anuais<br />

<strong>de</strong> patrocínios, que têm marcas como O<br />

Boticário, Vivo, Unimed e Grupo RBS, apenas<br />

para citar alguns, dispostos entre painéis<br />

com obras <strong>de</strong> arte. “Vamos conversar<br />

com os anunciantes assim que fizermos o<br />

painel que vai agra<strong>de</strong>cer às pessoas que<br />

ajudaram na nossa recuperação”, disse<br />

Eduardo Ferreira, sócio-fundador e CEO da<br />

Sinergy e sócio-diretor do consórcio Novo<br />

Muro da Mauá.<br />

“O out of home tem um papel muito<br />

importante na motivação das pessoas,<br />

porque o OOH nao tem i<strong>de</strong>ologia, ele fala<br />

sobre smart cities, é motivacional”, completou<br />

o executivo.<br />

Salgado Filho<br />

A Anac (Agência Nacional <strong>de</strong> Aviação<br />

Civil) proibiu operações <strong>de</strong> pouso e<br />

<strong>de</strong>colagem <strong>de</strong> aviões no Aeroporto Salgado<br />

Filho, em Porto Alegre, por conta<br />

das inundações provocadas pela chuva.<br />

A agência informou que a medida, <strong>de</strong> caráter<br />

provisório, é válida por tempo in<strong>de</strong>terminado<br />

e será mantida até que a Fraport<br />

Brasil, concessionária que administra o<br />

Fotos: Rafa Ned<strong>de</strong>rmeyer/ Agência Brasil<br />

aeroporto, comprove o restabelecimento<br />

das operações aéreas.<br />

Responsável pelo OOH no aeroporto<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2018, a Eletromidia possui 86 faces<br />

<strong>de</strong>ntro do terminal — até agora, ainda não<br />

se sabe o tamanho do prejuízo. Além do<br />

aeroporto, a empresa também está em outras<br />

três verticais — tembici, shoppings e<br />

edifícios —, o que totaliza 1,3 mil telas.<br />

Marcelo Pacheco, chief sales officer na<br />

Eletromidia, conta que o Centro <strong>de</strong> Operações<br />

da empresa na cida<strong>de</strong> está embaixo<br />

d’água, e seis carros foram perdidos.<br />

“Antes <strong>de</strong> tudo, nós cuidamos dos nossos<br />

colaboradores, que foram alocados em hotéis,<br />

e, <strong>de</strong>pois, as campanhas foram tiradas<br />

do ar”, contou.<br />

O plano da Eletromidia foi também conversar<br />

com os anunciantes para doar R$<br />

10 milhões do inventário para captar doações<br />

para as vítimas da enchente e para a<br />

prefeitura <strong>de</strong> Porto Alegre utilizar as telas<br />

para as suas ações.<br />

Pacheco ressaltou ainda que o mercado<br />

<strong>de</strong> Porto Alegre é o quarto mais importante<br />

para a Eletromidia. “Estávamos<br />

numa crescente <strong>de</strong> faturamento, todos<br />

os meses batíamos recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> vendas”,<br />

disse. “Também estamos convidando os<br />

anunciantes a migrarem para outro ativo”,<br />

complementou.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 31


opinião<br />

Divulgação<br />

Marketing: eficácia<br />

não é eficiência<br />

Sandra Martinelli<br />

é CEO da ABA e membro do<br />

executive committee da WFA<br />

presi<strong>de</strong>ncia-executiva@aba.com.br<br />

Sandra Martinelli<br />

I<strong>de</strong>almente, uma estratégia <strong>de</strong> marketing bem-sucedida<br />

seria tanto eficiente quanto eficaz, ou seja, muito<br />

bem executada usando os recursos disponíveis<br />

– como tempo, dinheiro e esforço – da melhor maneira<br />

possível, <strong>de</strong> forma a maximizar os resultados <strong>de</strong>sejados,<br />

como aumentar as vendas, fortalecer a marca e<br />

atrair mais clientes, entre outros.<br />

Porém, tratando eficácia do marketing como tema<br />

prioritário há 70 anos, a WFA – World Fe<strong>de</strong>ration of Advertisers<br />

–, entida<strong>de</strong> global que representa os anunciantes<br />

e da qual a ABA é filiada e membro <strong>de</strong> seu Executive<br />

Committee, percebeu que este ainda é um dos principais<br />

problemas dos anunciantes.<br />

Na prática, profissionais estão altamente concentrados<br />

na execução e entrega das tarefas, enquanto <strong>de</strong>veriam<br />

aprimorar seus entendimentos sobre os objetivos<br />

<strong>de</strong> suas campanhas, concentrando-se em métricas <strong>de</strong><br />

eficácia, i<strong>de</strong>ntificando os KPIs que estão diretamente<br />

ligados a esses objetivos e alinhando as iniciativas <strong>de</strong><br />

marketing com esses indicadores.<br />

Através <strong>de</strong> uma pesquisa realizada pela WFA em<br />

parceria com a ISBA e IPA Marketing Effectiveness Roadmap,<br />

a Ebiquity, e os resultados das reuniões do Forum<br />

Connect da WFA, foram pontuadas quatro áreas-chaves<br />

em que as estratégias <strong>de</strong> marketing precisam focar para<br />

melhoria da eficácia do marketing e, consequentemente,<br />

do crescimento das empresas: processos; pessoas;<br />

dados, ferramentas e medição; e foco.<br />

Para orientar os profissionais na melhoria <strong>de</strong>sse<br />

quadrante, a ABA trouxe para o Brasil este mês o Guia<br />

‘Criando uma cultura global <strong>de</strong> marketing eficaz’, uma<br />

entrega dos Comitês <strong>de</strong> Mídia e <strong>de</strong> Insights da entida<strong>de</strong>,<br />

exclusivo para os nossos associados, e uma livre<br />

tradução do material original elaborado a partir da<br />

pesquisa da WFA.<br />

Um dos alertas do estudo é com relação a um crescente<br />

foco da medição centrada nos efeitos <strong>de</strong> curto<br />

prazo da mídia e <strong>de</strong> performance, um reflexo do avanço<br />

do digital, das mudanças no comportamento dos consumidores,<br />

da saturação do mercado e do aumento da<br />

concorrência, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Mesmo com 71% dos profissionais <strong>de</strong> marketing tendo<br />

a compreensão <strong>de</strong> que os efeitos <strong>de</strong> marca a longo<br />

prazo são cruciais para construir relacionamentos genuínos<br />

com os clientes, criar lealda<strong>de</strong>, marcas mais fortes<br />

e duradouras, e, com isso, performarem melhor, apenas<br />

59% dizem ter métricas significativas para medir isso.<br />

Dessa forma, é muito mais fácil concentrar suas estratégias<br />

<strong>de</strong> marketing em objetivos imediatos, que é o que<br />

vem acontecendo.<br />

Concentrar esforços na otimização do uso <strong>de</strong> dados,<br />

investir em ferramentas <strong>de</strong> medição que possibilitem<br />

previsões precisas e <strong>de</strong>talhadas, dar priorida<strong>de</strong> à avaliação<br />

abrangente a curto e longo prazo, e garantir que os<br />

insights <strong>de</strong> dados sejam entregues em tempo hábil para<br />

a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões do negócio, assim como o envolvimento<br />

das li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> insight <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do planejamento<br />

das campanhas são caminhos para construir<br />

uma cultura <strong>de</strong> eficácia no marketing, propostos neste<br />

guia publicado pela ABA.<br />

Como única entida<strong>de</strong> que representa os anunciantes<br />

no Brasil, há 65 anos, seguimos firmes em nosso compromisso<br />

<strong>de</strong> disseminar as melhores práticas para que<br />

as marcas maximizem o rendimento dos negócios.<br />

Este guia sugere um roteiro que certamente ajudará<br />

os profissionais <strong>de</strong> marketing nessa missão, mas é<br />

importante que todos tenhamos em mente que não se<br />

trata <strong>de</strong> uma ação pontual, mas, sim, <strong>de</strong> algo a ser adaptado<br />

ao longo do processo nas organizações, por isso a<br />

importância <strong>de</strong> criar essa cultura <strong>de</strong> comprometimento<br />

e encontrar o equilíbrio certo entre tornar as estratégias<br />

gerenciáveis e relevantes para todos.<br />

“Profissionais estão<br />

concentrados na<br />

execução e entrega<br />

das tarefas, enquanto<br />

<strong>de</strong>veriam aprimorar<br />

seus entendimentos<br />

sobre os objetivos<br />

<strong>de</strong> suas campanhas”<br />

32 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


click do alê<br />

Alê Oliveira<br />

aleoliveira@propmark.com.br<br />

APRO Talks reúne talentos para<br />

discussões sobre o audiovisual<br />

A Apro (Associação Brasileira da Produção <strong>de</strong> Obras<br />

Audiovisuais) realizou mais um Apro Talks, que pela<br />

primeira vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a pan<strong>de</strong>mia foi presencial.<br />

O evento reuniu gran<strong>de</strong>s nomes do mercado audiovisual<br />

no último dia 16 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, no BETC Havas Café, em<br />

São Paulo, para painéis sobre direitos autorais e suas<br />

aplicações nas mídias digitais, inteligência artificial<br />

(IA) nas produções audiovisuais e Olimpíadas <strong>2024</strong> e<br />

gestão <strong>de</strong> direitos no esporte. O encontro contou com<br />

o apoio da Getty Images e ofereceu uma tar<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

palestras exclusivas para <strong>de</strong>bater pontos importantes<br />

sobre <strong>de</strong>safios e tendências do setor. O primeiro painel,<br />

‘Esclarecimento dos direitos autorais e suas aplicações<br />

nas mídias digitais’, foi mediado por Bia Ambrongi,<br />

presi<strong>de</strong>nte da Apro+Som, e contou com Monyca Motta,<br />

advogada especializada em direito do entretenimento, e<br />

Dudu Marote, produtor musical com mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong><br />

experiência, que já colaborou com artistas como Skank,<br />

BaianaSystem e Emicida.<br />

Na sequência, o tema ‘IA na produção audiovisual’ foi<br />

mediado por Mateus Basso, advogado especializado em<br />

direito autoral, proprieda<strong>de</strong> intelectual, direito do entretenimento, mídias e publicida<strong>de</strong>, e responsável pelo <strong>de</strong>partamento jurídico da Apro. Entre os profissionais presentes,<br />

estavam Boca Ceravolo, premiado diretor e cofundador da Lado Animation, AiR e Nylon; Domenico Massareto, fundador da Rain e vencedor <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 40 prêmios em<br />

Cannes; Henrique Fabretti, advogado e mestrando em direito e tecnologia pela FGV; e Guilherme Carboni, especialista em proprieda<strong>de</strong> intelectual e tecnologia.<br />

Para finalizar o dia, Verônica Raad, manager <strong>de</strong> New Business da Getty Images, com mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> experiência no mercado publicitário, conduziu o painel ‘Olimpíadas<br />

<strong>2024</strong> & gestão <strong>de</strong> direitos no esporte’, ao lado <strong>de</strong> Daniel Barcellos, editor sênior <strong>de</strong> pesquisa para o Brasil, América Latina e América do Norte <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2018, que auxilia clientes<br />

com solicitações <strong>de</strong> pesquisa e aprovações. O evento foi encerrado com celebração. Convidados e participantes se reuniram num happy hour no estiloso BETC Havas Café.<br />

Dudu Marote (produtor musical), Bia Ambrogi<br />

(Apro+Som) e Monyca Motta (advogada)<br />

Domenico Massareto (Rain) participa <strong>de</strong> painel com<br />

Mateus Basso (Apro), Henrique Fabretti (advogado),<br />

Boca Ceravolo (Lado Animation) e Guilherme Carboni<br />

(advogado)<br />

Marianna Souza entre Verônica Raad, Meche Mármol e<br />

Daniel Barcellos (Getty Image)<br />

Fabiana Antacli (BETC Havas) e Carlos Righi<br />

(Damasco Filmes)<br />

Isabel Lenza (Audioink), Karina Vadasz (Quiet City Music)<br />

e Valeria Andrighetti (Publicis)<br />

Marianna Souza com associados da Apro<br />

Produtores <strong>de</strong> agências marcam presença no evento<br />

Mari Souza e Bia Ambrogi, presi<strong>de</strong>ntes da Apro<br />

e Apro+Som, respectivamente, com associados<br />

Apro+Som<br />

Evento foi realizado no estiloso espaço BETC Havas Café,<br />

em São Paulo<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 33


esg no mkt<br />

Alê Oliveira<br />

Cisne Ver<strong>de</strong>: abra<br />

as asas sobre nós!<br />

“Os sistemas econômicos e sociais atuais estão<br />

falhando em abordar efetivamente esses <strong>de</strong>safios”<br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

Os atuais acontecimentos, principalmente a tragédia<br />

no Sul do país, nos faz refletir sobre a capacida<strong>de</strong><br />

humana <strong>de</strong> reverter um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação<br />

ambiental que vem afetando nossas vidas.<br />

Dessa reflexão, resgatei o conceito <strong>de</strong> Green Swan<br />

(Cisne Ver<strong>de</strong>), <strong>de</strong> John Elkington, exposto no livro ‘Cisne<br />

ver<strong>de</strong>: O futuro do capitalismo’ (título original ‘Green<br />

swans: The coming boom in regenerative capitalism’).<br />

No livro, o autor apresenta uma visão transformadora<br />

para o futuro do capitalismo, fundamentada na necessida<strong>de</strong><br />

urgente <strong>de</strong> enfrentar as crises ambientais e sociais<br />

do nosso tempo.<br />

Os “Cisnes Ver<strong>de</strong>s” são apresentados como soluções<br />

inovadoras e regenerativas que não apenas resolvem<br />

problemas, mas também abrem caminho para um crescimento<br />

sustentável e um futuro mais resiliente.<br />

Elkington introduz o conceito <strong>de</strong> “Cisnes Ver<strong>de</strong>s” em<br />

contraste com os “Cisnes Negros” <strong>de</strong> Nassim Nicholas<br />

Taleb. Enquanto os Cisnes Negros são eventos imprevisíveis<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> impacto negativo, os Cisnes Ver<strong>de</strong>s são<br />

inovações que trazem impactos positivos significativos<br />

e transformadores.<br />

Eles são disruptivos e têm o potencial <strong>de</strong> mudar sistemas<br />

inteiros, resolvendo problemas ambientais e sociais<br />

enquanto criam novas oportunida<strong>de</strong>s econômicas.<br />

O livro <strong>de</strong>staca a urgência da crise climática, apontando<br />

para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ação imediata e coor<strong>de</strong>nada.<br />

Os sistemas econômicos e sociais atuais estão falhando<br />

em abordar efetivamente esses <strong>de</strong>safios, o que<br />

resulta em uma <strong>de</strong>gradação contínua dos ecossistemas<br />

e no aumento das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais.<br />

A mensagem central é clara: sem uma transformação<br />

significativa, os impactos negativos continuarão a se intensificar.<br />

Elkington propõe então uma transição para<br />

um capitalismo regenerativo, que não apenas minimiza<br />

os danos, mas também restaura e revitaliza ecossistemas<br />

e comunida<strong>de</strong>s.<br />

Este novo mo<strong>de</strong>lo econômico se baseia em práticas<br />

que promovem a sustentabilida<strong>de</strong> em todos os níveis,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a produção até o consumo.<br />

A inovação tecnológica e empresarial <strong>de</strong>sempenha<br />

um papel crucial aqui, proporcionando as ferramentas<br />

e processos necessários para criar sistemas<br />

verda<strong>de</strong>iramente sustentáveis. As empresas estão na<br />

linha <strong>de</strong> frente <strong>de</strong>sta transformação.<br />

Segundo o autor, elas <strong>de</strong>vem li<strong>de</strong>rar o caminho,<br />

adotando práticas que incorporem critérios ESG. Isso<br />

envolve uma mudança fundamental na forma como<br />

os negócios operam, priorizando a sustentabilida<strong>de</strong><br />

não apenas como uma responsabilida<strong>de</strong>, mas como<br />

uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento e inovação. O<br />

investimento em soluções ver<strong>de</strong>s não é apenas uma<br />

estratégia ética, mas também financeiramente sensata,<br />

pois as empresas que li<strong>de</strong>ram em sustentabilida<strong>de</strong><br />

ten<strong>de</strong>m a ser mais resilientes e lucrativas a<br />

longo prazo.<br />

A transformação necessária é sistêmica e requer<br />

colaboração entre todos os setores da socieda<strong>de</strong>. Governos,<br />

empresas, organizações da socieda<strong>de</strong> civil e<br />

indivíduos <strong>de</strong>vem trabalhar juntos para criar políticas<br />

e práticas que incentivem a sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Políticas públicas que promovem incentivos para<br />

práticas ver<strong>de</strong>s e penalizam comportamentos prejudiciais<br />

são essenciais para este processo.<br />

Apesar dos <strong>de</strong>safios, Elkington mantém uma visão<br />

otimista para o futuro.<br />

Ele argumenta que, com ação imediata e coor<strong>de</strong>nada,<br />

po<strong>de</strong>mos criar um mundo on<strong>de</strong> o crescimento<br />

econômico e a sustentabilida<strong>de</strong> an<strong>de</strong>m <strong>de</strong> mãos<br />

dadas.<br />

A adoção dos princípios dos Cisnes Ver<strong>de</strong>s por parte<br />

das empresas é fundamental para alcançar esse<br />

futuro.<br />

Adotar práticas regenerativas e sustentáveis não é<br />

apenas uma responsabilida<strong>de</strong> social, mas uma oportunida<strong>de</strong><br />

para li<strong>de</strong>rar a próxima gran<strong>de</strong> onda <strong>de</strong> inovação<br />

e crescimento.<br />

Ao se posicionarem na vanguarda <strong>de</strong>sta transformação,<br />

as empresas não só contribuirão para a resolução<br />

dos <strong>maio</strong>res <strong>de</strong>safios globais, mas também garantirão<br />

a própria resiliência e perenida<strong>de</strong>. Que venha<br />

uma revoada <strong>de</strong> cisnes ver<strong>de</strong>s sobre nós!<br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

é sócio-fundador da ESG4<br />

alexis@criativista.com.br<br />

34 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


negócios &<br />

sustentabilida<strong>de</strong><br />

Alê Oliveira<br />

A ética como estratégia<br />

para a sua marca<br />

Ricardo Esturaro<br />

é escritor, administrador <strong>de</strong> empresas<br />

e especialista em marketing, estratégia<br />

e sustentabilida<strong>de</strong><br />

ricardo@esturaro.com<br />

Ricardo Esturaro<br />

Trilhar o caminho da conduta ética nos negócios<br />

não é uma tarefa simples. O marketing, por exemplo,<br />

envolve uma relação complexa entre a marca,<br />

o consumidor e outros diferentes grupos, cada um<br />

com expectativas distintas e, às vezes, conflitantes. Os<br />

acionistas buscam o lucro, os consumidores querem o<br />

melhor produto pelo melhor preço, enquanto a socieda<strong>de</strong><br />

espera das empresas o pagamento <strong>de</strong> impostos<br />

e o uso responsável dos recursos naturais. A complexida<strong>de</strong><br />

se intensifica para as empresas com operações<br />

globais, que enfrentam uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> situações<br />

legais e culturais que exigem um equilíbrio <strong>de</strong>licado<br />

entre os interesses <strong>de</strong> diversos stakehol<strong>de</strong>rs.<br />

Nesse contexto diversificado <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas, a importância<br />

<strong>de</strong> construir uma reputação empresarial fundamentada<br />

em princípios éticos se <strong>de</strong>staca como um diferencial<br />

crucial. No mundo <strong>de</strong> negócios, on<strong>de</strong> a confiança<br />

é o alicerce das relações comerciais, essa reputação se<br />

torna um ativo intangível <strong>de</strong> valor inestimável, cuja perda<br />

é difícil <strong>de</strong> reparar. Os riscos associados a escândalos<br />

e crises <strong>de</strong>correntes da falta <strong>de</strong> ética empresarial são<br />

abundantes, como <strong>de</strong>monstrado pelo infame caso da Enron<br />

nos Estados Unidos ou, mais recentemente, o envolvimento<br />

das Lojas Americanas e seus acionistas no Brasil.<br />

Honestida<strong>de</strong>, transparência e integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem<br />

ser as bases em todas as etapas da implementação da<br />

estratégia <strong>de</strong> uma marca, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a interação nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais até o lançamento <strong>de</strong> novos produtos. É cada vez<br />

mais evi<strong>de</strong>nte que os <strong>de</strong>slizes na conduta corporativa<br />

po<strong>de</strong>m acarretar em danos profundos à reputação <strong>de</strong><br />

uma marca ou empresa, especialmente em um ambiente<br />

marcado pela superexposição das mídias sociais.<br />

É inegável que a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões empresariais<br />

é um processo dinâmico e contínuo, em que os profissionais<br />

são frequentemente confrontados com dilemas<br />

complexos no cotidiano corporativo. Esses dilemas <strong>de</strong>mandam<br />

habilida<strong>de</strong>s para navegar em uma “área cinzenta”,<br />

on<strong>de</strong> nem sempre está claro o que é certo ou<br />

errado. Nessa situação, os lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong>sempenham um papel<br />

crucial e <strong>de</strong>vem buscar os resultados comerciais sem<br />

negligenciar a construção <strong>de</strong> uma cultura ética <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> suas organizações.<br />

Esses dilemas cotidianos são amplos e <strong>de</strong>mandam<br />

um pensamento crítico e uma abordagem ética que <strong>de</strong>veriam<br />

ser os pilares na formação dos administradores<br />

<strong>de</strong> empresas. No entanto, é preocupante observar que<br />

os cursos das principais escolas <strong>de</strong> administração <strong>de</strong>dicam<br />

pouca atenção à ética em seus programas, evi<strong>de</strong>nciando<br />

uma lacuna na formação dos futuros lí<strong>de</strong>res<br />

empresariais.<br />

A percepção da ética nos negócios evoluiu <strong>de</strong> um<br />

simples requisito regulatório para um imperativo estratégico,<br />

compreen<strong>de</strong>ndo que “legal” e “ético” nem sempre<br />

são sinônimos. Ser ético significa, estrategicamente,<br />

antecipar-se à legislação ou ao escopo <strong>de</strong> controle governamental,<br />

promovendo uma cultura <strong>de</strong> integrida<strong>de</strong> e<br />

responsabilida<strong>de</strong> que abrange consi<strong>de</strong>rações mais amplas,<br />

incluindo sustentabilida<strong>de</strong> ambiental, responsabilida<strong>de</strong><br />

social e transparência nos negócios.<br />

Uma das maneiras mais eficazes <strong>de</strong> promover a ética<br />

empresarial é assegurar que ela esteja enraizada na<br />

cultura e nos valores da empresa. Contudo, é importante<br />

ressaltar que não basta apenas ter um conjunto <strong>de</strong> valores<br />

e uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> missão. Empresas genuinamente<br />

éticas precisam viver esses valores todos os dias,<br />

o que reforça ainda mais o papel do exemplo por parte<br />

dos lí<strong>de</strong>res empresariais.<br />

A ética não é apenas um imperativo moral, mas também<br />

uma estratégia sólida para os negócios, fundamental<br />

para estabelecer e manter relações duradouras com<br />

todos os stakehol<strong>de</strong>rs.<br />

“Deslizes na<br />

conduta corporativa<br />

po<strong>de</strong>m acarretar em<br />

danos à reputação”<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 35


we<br />

mkt<br />

Alê Oliveira<br />

Temos um 4º<br />

gran<strong>de</strong> banco.<br />

E é 100% digital<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

fmadia@madiamm.com.br<br />

“Não sabendo que era impossível,<br />

foram lá e fizeram”.<br />

Jean Cocteau<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

Ao divulgar os resultados referentes ao primeiro<br />

trimestre <strong>de</strong>ste ano, o Nubank revela números<br />

exuberantes, e qualifica-se, <strong>de</strong>finitivamente, pela<br />

base espetacular <strong>de</strong> clientes que possui, a ingressar<br />

no mesmo ranking on<strong>de</strong> se digladiam Itaú, Bra<strong>de</strong>sco e<br />

Santan<strong>de</strong>r.<br />

Vamos aos números. Um lucro no trimestre <strong>de</strong> quase<br />

US$ 450 milhões, uma alta <strong>de</strong> 11,8% em relação ao quarto<br />

trimestre <strong>de</strong> 2023, e, um salto <strong>de</strong> 79,1 milhões <strong>de</strong> clientes<br />

para 99,3 milhões. Dias <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> anunciar os resultados,<br />

voltou à imprensa para informar já ter superado a casa<br />

<strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong> clientes.<br />

Assim, em número <strong>de</strong> clientes, já é <strong>maio</strong>r que o Santan<strong>de</strong>r,<br />

e encostou no Bra<strong>de</strong>sco e no Itaú... Ainda distante<br />

da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral com mais <strong>de</strong> 150 milhões<br />

<strong>de</strong> clientes...<br />

Bra<strong>de</strong>sco, Itaú, Santan<strong>de</strong>r, Caixa e Banco do Brasil<br />

levaram décadas ou séculos para chegarem on<strong>de</strong> se encontram<br />

hoje. O Nubank, exatos, 10 anos...<br />

Um exemplo clássico do ensinamento <strong>de</strong> Jean Cocteu.<br />

“Não sabendo que era impossível, David Vélez, Edward<br />

Wible e Cristina Junqueira, foram lá e fizeram...”.<br />

O que os <strong>de</strong>mais gran<strong>de</strong>s bancos do Brasil levaram,<br />

em média, um século para construir, o Nubank precisou<br />

<strong>de</strong> 10. Apenas isso. O impacto monumental e espetacular<br />

da tecnologia nos negócios.<br />

Qual o sentido das auditorias<br />

Semanas atrás compareceram à CPI da Câmara dos<br />

Deputados que investiga o Caso Americanas, dois representantes<br />

<strong>de</strong> consagradas empresas <strong>de</strong> auditoria. PwC<br />

– PriceWaterHouseCoopers, e da KPMG.<br />

Claro, não iriam reconhecer suas culpas, mas simplesmente<br />

negaram, ao <strong>de</strong>por, o sentido, a razão <strong>de</strong> ser das<br />

empresas <strong>de</strong> auditoria. Quase a dizer, auditoria e nada<br />

dá no mesmo, ou, é a mesma coisa.<br />

A representante da KPMG disse sobrarem motivos<br />

para repudiar as insinuações contra a KPMG. Afirma<br />

que sua empresa, durante os trabalhos realizados, chamou<br />

a atenção da Americanas sobre “as <strong>de</strong>ficiências e<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria nos controles <strong>de</strong> verbas <strong>de</strong><br />

propaganda cooperadas...”, e, completou, “nada indicava<br />

frau<strong>de</strong>...”. É exatamente para isso que, em tese, <strong>de</strong>veriam<br />

servir empresas <strong>de</strong> auditoria, i<strong>de</strong>ntificar, on<strong>de</strong> nada indique,<br />

a existência da frau<strong>de</strong>... É pra isso que servem e são<br />

contratadas, por dizerem ser especialistas e que nada<br />

escapa <strong>de</strong> seus olhos, conhecimento e controle.<br />

Já o representante da Price, alegando que não compete<br />

aos auditores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes realizarem análises<br />

e revisões <strong>de</strong> todas as transações das empresas auditadas,<br />

disse, “Há risco inevitável <strong>de</strong> que distorções não<br />

sejam i<strong>de</strong>ntificadas...”.<br />

Como assim? Mas não é exatamente pra isso que se<br />

contrata especialistas. Para i<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>nunciar o que<br />

escapa aos olhos dos <strong>de</strong>mais mortais e não especialistas?<br />

Simplesmente, patético.<br />

36 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo<br />

paulo@propmark.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

Marcelo Rizério, da Euphoria Creative; Valeria Desi<strong>de</strong>ri, da Ogilvy Nestlé; e Dogura Kozonoe, da MRM Brasil; opinam sobre <strong>de</strong>cisão da Apple <strong>de</strong> retirar do ar filme do iPad Pro<br />

REPERCUSSÃO<br />

O filme ‘Crush’, da Apple, ainda chama a atenção <strong>de</strong><br />

profissionais <strong>de</strong> criação brasileiros. Marcelo Rizério,<br />

CCO da Euphoria Creative, coloca que o comercial não<br />

lhe provoca incômodo: “Em meio a tantas campanhas<br />

irrelevantes, a Apple conseguiu (mais uma vez) chamar<br />

a atenção, ganhar mídia espontânea e provavelmente<br />

ven<strong>de</strong>r muito. Uns gostaram, outros não, mas<br />

com certeza o algoritmo enten<strong>de</strong>u esse assunto como<br />

relevante e o impulsionou para todos. Enfim, prefiro<br />

focar meu incômodo em tentar ter i<strong>de</strong>ias cada dia<br />

mais culturalmente relevantes, mesmo que possam<br />

gerar algum tipo <strong>de</strong> polêmica como essa”. Mas Dogura<br />

Kozonoe, CCO da MRM Brasil, tem uma pon<strong>de</strong>ração: “O<br />

que incomoda é ter um filme <strong>de</strong> LG da BBH Londres,<br />

em 2008, praticamente igual. Como é o mesmo segmento<br />

e a mesma i<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong>veriam ter mais cuidado.<br />

Sobre a polêmica, achei <strong>de</strong>sproporcional. A Apple se<br />

<strong>de</strong>sculpar, po<strong>de</strong> ter sido o melhor caminho em termos<br />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> crise, mas <strong>de</strong>veriam ter sustentado a<br />

i<strong>de</strong>ia ou então ter avaliado os riscos antes <strong>de</strong> colocar<br />

A empresa francesa JCDecaux usa o traço inconfundível do brasileiro Kobra para associar marca à <strong>de</strong>legação brasileira<br />

na rua”. Outra pon<strong>de</strong>ração é <strong>de</strong> Valeria Desi<strong>de</strong>ri, head<br />

of content na Ogilvy Nestlé, que chama a atenção para<br />

as alegorias que a publicida<strong>de</strong> costuma fazer uso:<br />

“Para mim, não há motivo no filme para uma retratação.<br />

É uma metáfora e, quando falamos <strong>de</strong> alegorias,<br />

é óbvio que temos sentidos diferentes <strong>de</strong> interpretação.<br />

Não acredito que vá afetar a marca em longo<br />

prazo, mas é mais um episódio que mostra que precisamos<br />

estar atentos em relação ao que criamos e<br />

colocamos na rua”.<br />

ARTE<br />

Já no clima das Olimpíadas<br />

<strong>de</strong> Paris, a JCDecaux convocou<br />

o artista brasileiro Eduardo<br />

Kobra para assinar uma instalação;<br />

ativação em Saint-Ouen,<br />

na França. O grafite retrata<br />

Nathalie Moellhausen, campeã<br />

mundial <strong>de</strong> esgrima e uma das<br />

esperanças do Brasil nos Jogos<br />

<strong>de</strong>ste ano. O local foi escolhido<br />

por ser o headquarter da <strong>de</strong>legação<br />

tupiniquim. A exposição<br />

fica até o fim <strong>de</strong>ste mês. A<br />

empresa <strong>de</strong> out of home tem<br />

origem francesa e está bem<br />

antenada com projetos como<br />

esse que a arte brasileira cria<br />

para o país.<br />

VISITA<br />

O executivo Saturnino<br />

Izquierdo, que atua no global<br />

da IPG Health, esteve na<br />

unida<strong>de</strong> brasileira, presidida<br />

por João Consorte, que é<br />

hub <strong>de</strong> inovação na região<br />

Latam. A conversa contemplou<br />

troca <strong>de</strong> insights sobre<br />

tendências do setor, como<br />

IA e outras tecnologias.<br />

Saturnino Izquierdo com equipe da IPG Health Brasil<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 37


última página<br />

Alê Oliveira<br />

Flavio Waiteman<br />

é sócio e CCO da Tech&Soul<br />

flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />

Propaganda,<br />

propaganda<br />

Flavio Waiteman<br />

Esse é o novo elogio que está aparecendo aqui e<br />

ali em conversas e postagens sobre publicida<strong>de</strong><br />

original, simples e bem-feita: propaganda, propaganda!<br />

Quando a i<strong>de</strong>ia é original, forte, com roteiro bem escrito<br />

e produção impecável, mesmo que seja simples<br />

e econômica, o pessoal tá dizendo “Isso é propaganda,<br />

propaganda!”<br />

Campanha com link imediato do que as pessoas estão<br />

sentindo <strong>de</strong> modo geral, aquela i<strong>de</strong>ia que estava<br />

quicando para alguma marca? “Finalmente, propaganda,<br />

propaganda!”<br />

Tema <strong>de</strong> uma marca que entra na vida das pessoas e<br />

passa a ser parte da cultura? “Propaganda, propaganda<br />

funciona!”<br />

Palavras têm po<strong>de</strong>r. E é ótimo ver e ouvir a palavra<br />

propaganda (que no Brasil significa publicida<strong>de</strong> comercial)<br />

voltar a ser usada com significados positivos.<br />

E a própria expressão é bastante criativa em si, já que<br />

dois substantivos em sequência <strong>de</strong>spertam em nossos<br />

pensamentos um adjetivo bastante original.<br />

É um movimento como um todo. Os clientes também<br />

querem <strong>de</strong> volta conceitos fortes, campanhas criativas<br />

<strong>de</strong> impacto.<br />

Aliás, os clientes têm amadurecido muito e criado<br />

resistência com as falsas promessas da publicida<strong>de</strong> invisível<br />

que têm arruinado muitas marcas valiosíssimas<br />

que sumiram das nossas vidas apesar <strong>de</strong> estarem ainda<br />

à venda.<br />

Coisa boa também volta. E boa notícia, também é<br />

notícia. Para quem não abandonou o ofício, é ótimo ver<br />

esse resgate orgânico <strong>de</strong> uma profissão que tentaram<br />

esculhambar <strong>de</strong> todo jeito.<br />

Nos últimos anos, se ouviu muita gente boa e talentosa<br />

dizendo que as agências tinham morrido, que propaganda<br />

tinha ficado no passado. Que era algo tão fácil<br />

que fariam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. Que não era transparente,<br />

confiável etc.<br />

Só hoje a gente sabe que a tática <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir tudo o<br />

que está aí, para colocar outra coisa no lugar ou se colocar<br />

no lugar, foi amplamente praticada não apenas na<br />

propaganda. Funciona durante um tempo. Depois passa.<br />

O trabalho do dia a dia grita. A entrega clarifica e o<br />

tempo é o <strong>maio</strong>r filtro <strong>de</strong> bobagem que existe. A realida<strong>de</strong><br />

nua e crua é que todo mundo hoje em dia <strong>de</strong>seja abrir<br />

uma agência <strong>de</strong> propaganda. Ou competir pela verba <strong>de</strong><br />

propaganda.<br />

“Os clientes<br />

também querem<br />

<strong>de</strong> volta conceitos<br />

fortes”<br />

38 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark

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