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185 RIOT

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Dr. Taha J. al-Alwani esclarece

questões acerca da maneira

como a mulher é vista pelo

Corão e o Islão. Este refere o

único verso no Corão referente

a uma situação de testemunho

de inclusão das mulheres.

“And call upon two of

your men to act as witnesses; and if two

men are not available, then a man and

two women from among such as are

acceptable to you as witnesses (…) so that

if one of them should make a mistake, the

other could remind her (…) ”

Assim, é aludida

esta clara discriminação de género,

afirmando que para um homem teriam

de existir duas mulheres.

Segundo o presidente da

School of Islamic and Social Sciences

em Virginia, esta mentalidade surgiu

da cultura pré-Islâmica Árabe, onde

a mulher era vista como inferior e

como a culpa da humanidade não ter

Plato Terentev

The Testimony of Women in Islamic Law

de Taha Jaber Al-Alwani

conquistado o paraíso. Nesta época,

afirma o autor, era comum o infanticidio

feminino, pois as meninas eram motivo

de vergonha e castigo para os pais. É

mencionado também que muito desta

cultura pré-Islâmica era baseada na

tradição oral, sendo que veio a afetar

a mentalidades de várias gerações e,

que ainda hoje é possível ver alguns

resultados disso.

Concluindo, o Corão promove a igualdade,

seja ela qual for, porém, a forma

como os juristas interpretam a lei do

Corão está, muitas vezes, errada.

“All individual human beings have the

same rights from birth to death.

We are all the same.”

- Dalai Lama

266-267 ‘cause baby you were

born this way.

Cressida J. Heyes trabalha

atualmente no departamento

de Filosofia do Género e

Sexualidade da Universidade de

Alberta. A filósofa inglesa toma

em consideração a existência de

mulheres transgénero e o facto

de muitas feministas consideram

a existência destas mulheres

como inválida, colocando em

polos opostos as suas lutas.

Mulheres Lésbicas e Trans

Aos Olhos da Lei

Inspirada pelas músicas de emancipação

feminina e homossexual dos anos 90, a cantora e

compositora norte-americana Lady Gaga lançou

“Born This Way” enquanto uma canção de liberdade,

um renascer numa sociedade sem qualquer tipo de

preconceitos.

Transgénero refere-se ao que é conhecido como

identidade ou expressão de género, ou seja, a maneira

como uma pessoa se identifica. O ser humano tende a

recear o diferente, aquilo que não conhece ou não percebe

e, por isso, continua a existir uma forte resistência perante

este grupo de pessoas.

Por isto mesmo, também a mulher lésbica permanece

sujeita a esta discriminação desumana e suja, até aos dias

de hoje.

“The efforts of transgender people over the twentieth

century and (...) to achieve visibility and justice are adding

rich, vibrant chapters to this history.”

- Gennyn Beemy

Feminist Solidarity after Queer

Theory: The Case of Transgender

de Cressida J. Heyes

Pose (2018-2021)

enfatiza que a problemática transsexual

só é possível devido aos avanços da

tecnologia médica, estando estas

mulheres inteiramente dependentes

destes fatores para estarem de acordo

com a sua expressão de género.

À luz destas ideias

incisivas e divisórias, Heyes afirma

que a hipótese da transsexualidade

ser antifeminista nestes pontos de

vista torna-se impossível de contestar,

porque as suas defensoras consideram

apenas um sujeito, que nomeia de

women-identified women.

Ao não considerarem

outras identidades e expressão de

género, mulheres ferministas não-trans,

falham em formar alianças, deixando as

mulheres transsexuais expostas ainda

mais a uma sociedade das quais já são

alvo de grande ódio.

Assim, é patenteada uma

perspetiva acerca da hostilidade entre

feministas e mulheres trans, e em como

estas podem convergir as suas lutas,

sendo solidárias umas com as outras,

indo a autora, além do preconceito

de que mulheres transgénero são

“pacientes” patológicos que dependem

inteiramente de intervenção médica.

Heyes começa por

analisar a assunção de muitas teoristas

de que género é um conjunto de

relações hierárquicas entre sujeitos

com géneros diferentes criticando

as posições de escritoras feministas

Janice Raymond e Bernice Hauman

- que colocam apenas as mulheres

transsexuais no domínio da patologia

– defendendo que o livro Transsexual

Empire de Raymond se tornou a

arquetípica hostilidade de mulheres

feministas cis-género contra mulheres

transsexuais, cortando estas mulheres

da experiência feminina, argumentando

que transsexuais são um resultado da

sociedade patriarcal, pois “são homens

que negam o seu privilégio”. Dentro da

mesma linha de pensamento, Hauman,

Euphoria (2021)

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