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Dr. Taha J. al-Alwani esclarece
questões acerca da maneira
como a mulher é vista pelo
Corão e o Islão. Este refere o
único verso no Corão referente
a uma situação de testemunho
de inclusão das mulheres.
“And call upon two of
your men to act as witnesses; and if two
men are not available, then a man and
two women from among such as are
acceptable to you as witnesses (…) so that
if one of them should make a mistake, the
other could remind her (…) ”
Assim, é aludida
esta clara discriminação de género,
afirmando que para um homem teriam
de existir duas mulheres.
Segundo o presidente da
School of Islamic and Social Sciences
em Virginia, esta mentalidade surgiu
da cultura pré-Islâmica Árabe, onde
a mulher era vista como inferior e
como a culpa da humanidade não ter
Plato Terentev
The Testimony of Women in Islamic Law
de Taha Jaber Al-Alwani
conquistado o paraíso. Nesta época,
afirma o autor, era comum o infanticidio
feminino, pois as meninas eram motivo
de vergonha e castigo para os pais. É
mencionado também que muito desta
cultura pré-Islâmica era baseada na
tradição oral, sendo que veio a afetar
a mentalidades de várias gerações e,
que ainda hoje é possível ver alguns
resultados disso.
Concluindo, o Corão promove a igualdade,
seja ela qual for, porém, a forma
como os juristas interpretam a lei do
Corão está, muitas vezes, errada.
“All individual human beings have the
same rights from birth to death.
We are all the same.”
- Dalai Lama
266-267 ‘cause baby you were
born this way.
Cressida J. Heyes trabalha
atualmente no departamento
de Filosofia do Género e
Sexualidade da Universidade de
Alberta. A filósofa inglesa toma
em consideração a existência de
mulheres transgénero e o facto
de muitas feministas consideram
a existência destas mulheres
como inválida, colocando em
polos opostos as suas lutas.
Mulheres Lésbicas e Trans
Aos Olhos da Lei
Inspirada pelas músicas de emancipação
feminina e homossexual dos anos 90, a cantora e
compositora norte-americana Lady Gaga lançou
“Born This Way” enquanto uma canção de liberdade,
um renascer numa sociedade sem qualquer tipo de
preconceitos.
Transgénero refere-se ao que é conhecido como
identidade ou expressão de género, ou seja, a maneira
como uma pessoa se identifica. O ser humano tende a
recear o diferente, aquilo que não conhece ou não percebe
e, por isso, continua a existir uma forte resistência perante
este grupo de pessoas.
Por isto mesmo, também a mulher lésbica permanece
sujeita a esta discriminação desumana e suja, até aos dias
de hoje.
“The efforts of transgender people over the twentieth
century and (...) to achieve visibility and justice are adding
rich, vibrant chapters to this history.”
- Gennyn Beemy
Feminist Solidarity after Queer
Theory: The Case of Transgender
de Cressida J. Heyes
Pose (2018-2021)
enfatiza que a problemática transsexual
só é possível devido aos avanços da
tecnologia médica, estando estas
mulheres inteiramente dependentes
destes fatores para estarem de acordo
com a sua expressão de género.
À luz destas ideias
incisivas e divisórias, Heyes afirma
que a hipótese da transsexualidade
ser antifeminista nestes pontos de
vista torna-se impossível de contestar,
porque as suas defensoras consideram
apenas um sujeito, que nomeia de
women-identified women.
Ao não considerarem
outras identidades e expressão de
género, mulheres ferministas não-trans,
falham em formar alianças, deixando as
mulheres transsexuais expostas ainda
mais a uma sociedade das quais já são
alvo de grande ódio.
Assim, é patenteada uma
perspetiva acerca da hostilidade entre
feministas e mulheres trans, e em como
estas podem convergir as suas lutas,
sendo solidárias umas com as outras,
indo a autora, além do preconceito
de que mulheres transgénero são
“pacientes” patológicos que dependem
inteiramente de intervenção médica.
Heyes começa por
analisar a assunção de muitas teoristas
de que género é um conjunto de
relações hierárquicas entre sujeitos
com géneros diferentes criticando
as posições de escritoras feministas
Janice Raymond e Bernice Hauman
- que colocam apenas as mulheres
transsexuais no domínio da patologia
– defendendo que o livro Transsexual
Empire de Raymond se tornou a
arquetípica hostilidade de mulheres
feministas cis-género contra mulheres
transsexuais, cortando estas mulheres
da experiência feminina, argumentando
que transsexuais são um resultado da
sociedade patriarcal, pois “são homens
que negam o seu privilégio”. Dentro da
mesma linha de pensamento, Hauman,
Euphoria (2021)