01.03.2023 Views

185 RIOT

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

entre a invisibilidade e a visibilidade da mulher designer...

é imperativo desmascarar a misoginia na

história do design.

Refletir acerca da sociedade e das

suas nuances é pensar em e com

design surgindo, assim, um conjunto

de vídeo-conversas de mulheres que

pensam acerca desta área. Desta

forma, Isabel Duarte, mulher designer

e investigadora, incita-nos a olhar para

a história da nossa prática subordinada

ao contexto português, fazendonos

questionar: É a mulher designer

esquecida ou negligenciada?

É nos dito que o bom designer

é invisível, contudo, a história está inundada

de homens designers que são aclamados

mundialmente pelo seu génio e inovação...

O mesmo não se aplica à mulher designer.

Na História traçada para

favorecer homens, a mulher não tem lugar.

Nesta perspetiva, a mulher no design é, muitas

vezes, considerada “à quem” da sua habilidade,

uma peça “solta” que vive à sombra do

masculino, forçada, assim, a ser invisível.

A mulher designer NÃO É

esquecida, a sua prática nunca foi reconhecida,

mas antes seletivamente omitida e ignorada.

A rara menção da mulher na história do design

restringe-a a um grupo limitado de figuras

despidas da sua humanidade em que o génio é

avaliado em detrimento dos cânones masculinos.

Maria Keil realizou uma obra vasta e diversificada que abrange diversas áreas, entre elas

o design gráfico e de mobiliário. Esta é uma das mulheres apresentadas por Isabel Duarte

no seu projeto ERRATA que se materializa numa revisão feminista à história do

design gráfico português.

Isabel Duarte expõe esta

mesma problemática, assegurando que todas

as mulheres conhecidas historicamente não

representam a totalidade das mesmas nesta

prática e que muita herança visual que nos foi

deixada não é do nosso conhecimento.

Reforça-se, ainda, a ideia

da inúmera quantidade de mulheres que

estiveram em frente de estúdios e projetos,

revolucionando a forma de pensar e ver,

todavía, nunca serão estas aclamadas,

abordadas ou sequer notadas. Por isto mesmo,

é obrigatório e urgente repensar e reescrever

a história do design, trazendo à luz todos os

nomes femininos que foram negligenciados

e não esquecidos. Fazendo justiça a estas

mesmas mulheres, podemos avançar para uma

sociedade mais transparente e igualitária onde

o bom design é desprovido de género.

“O feminismo reconhece a desigualdade

das mulheres no passado e não a

continua no futuro.”

- Isabel Duarte

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!