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262-263 she never dream for ever
be nobody wifey
As Escrituas Sagradas Enquanto Molde
Primordial da discriminação feminina.
Women in the Bible: Miracle
Births, Heroic Deeds, Bloodlust
and Jeolousy
por John Baldock
Mahanagar (1963), Dir. Satyajit Ray
homem e a mulher sem distinção de
género, apenas à sua imagem, com
igualdade de direitos e liberdades,
em harmonia com a natureza. E o
termo “ajudante”, usado por Deus
como a razão da criação da mulher
(para “ajudar” o homem) não indica
inferioridade, muito pelo contrário.
Contudo, para o homem, a mulher
é vista como um apêndice, que
lhe pertence, que é descartável e
substituível e nunca como um ser
igual, que nasce com ele. O facto de
Eva ter sido o último ser criado também
reforça as ideias de inferioridade
feminina, mas a verdade é que Deus a
criou porque só depois da sua criação é
que a Terra estava finalmente completa.
Assim, as escrituras aos olhos das
civilizações da época, certamente
atendem às condições sociais em que
se vivia, criando preceitos que ainda são
discutidos séculos mais tarde.
decisivo para a sua integração social.
Eram economicamente dependentes,
e objeto da autoridade do pai, irmãos,
e mais tarde marido, sem poder herdar
propriedades diretamente (com raras
excessões em que um pai não possuía
filhos, por exemplo). Estas eram leis
sociais aceites como normais e até
lógicas. Considerava-se que se vivia
em igualdade: a mulher cumpria os
seus deveres domésticos, e o homem
económicos e políticos.
Women in the Bible, Qumran
and Early Rabbinic Literature
Their Status and Roles
A Mulher No Casamento
“Free” é uma música da cantora
americana Ultra Naté lançada em
1997. Esta foi vista pela comunidade
gay como uma música sobre empoderamento,
adotando-a assim como hino.
A análise das doutrinas religiosas, como a Bíblia
e o Corão, é fundamental para a compreensão
da posição histórica da mulher na sociedade,
uma vez que constituem pilares estruturantes da
nossa cultura. Claro está que, as interpretações
destas ao longo dos séculos muito influenciaram
o status da mulher face ao homem, e portanto o
regime patriarcal.
por Paul Heger
Alexander Andreyevich Ivanov (1835)
“Appearence of Jesus Christ to Maria Magdalena”
As narrativas da Creação
e da Queda do Homem (presentes
no Genesis) foram partircularmente
interpretadas de forma inferiorizante
para a mulher tanto na religião
Cristã, como na Judaica, retratando a
Mulher (Eva) como uma personagem
“secundária”, uma ajudante, que
provém e depende totalmente do
Homem (Adão), e que é a razão do
pecado no ser humano. A posição
da mulher na antiga sociedade
Israelita também é justificada com
estas narrativas: corroboram o dever
da mulher ser submissa, e não lhe
poder ser dada uma posição de
independência seja no contexto social,
familiar, político, entre outros.
No entanto, segundo
a narrativa da Creação, Deus cria o
Nas Escrituras, é
frequente que as mulheres não sejam
referidas pelo nome, excetuando as
vezes em que se destacavam por razões
incomuns. Mesmo Maria, é chamada
de “a Virgem” ou a “mãe de Jesus” e é
raramente mencionada nos Evangelhos.
Apesar de socialmente a mulher não
ser aceite na vida pública ou religiosa (o
que se verifica tanto no Antigo como no
Novo Testamento), Jesus muitas vezes
contrariava esta norma (o que causava
escândalo entre os seus seguidores)
abordando mulheres de forma
preocupada e carinhosa numa série de
episódios, como o da Mulher Samaritana.
No que toca às
perspetivas da Bíblia sobre o papel
da mulher no casamento, observase,
segundo os costumes da época,
uma clara segregação com base no
género, de valorização dos direitos
do homem em detrimento dos da
mulher. O adultério era castigado
com apedrejamento apenas para a
mulher, bem como outros crimes
sexuais, como a masturbação e a
homosexualidade. O divórcio era
livremente permitido ao homem, e à
mulher apenas com o consentimento
do marido. As leis relativamente à
virgindade e pureza da mulher não
têm qualquer equivalente no que toca
ao homem, e o seu cumprimento era