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Revista Adoro ED 09 - LEM - MAIO | JUNHO - 2022

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@psicologacarolpelissari

ANSIEDADE NO PÚBLICO

INFANTO JUVENIL PODE

CAUSAR PROBLEMAS

FUNCIONAIS

PAIS DEVEM FICAR EM ALERTA E PROCURAR

UM ESPECIALISTA AO PERCEBEREM

PRIMEIROS SINTOMAS

Engana-se quem pensa que ansiedade é coisa exclusiva de

gente grande. Hoje, cada vez mais crianças e adolescentes

enfrentam o problema em todo o mundo. Muitos sofrem em

silêncio e os pais sequer percebem os sinais, que muitas vezes

estão bem ali, estampados como um pedido de socorro.

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Quem faz o alerta é a psicóloga Ana Carolyna Pelissari,

especialista em psicologia positiva e sistêmica na clínica

individual, que alega que o transtorno está diretamente

ligado à uma rotina saudável e é diferente de uma ansiedade

natural: “Essa última é um fator de proteção e não atrapalha

a rotina diária. São geralmente aqueles medos comuns a

todas as crianças, como medo de palhaço, escuro ou altura,

que acontece muitas vezes quando a criança está aprendendo

a andar e se desenvolver de forma psicomotora, quando ela

adquire o medo de cair e se sente insegura”, explica Carol.

À medida que a criança vai crescendo e evoluindo, ela passa a

identificar os perigos e esse medo tende a diminuir: “Aí a criança

passa a ter a capacidade de entender que essa emoção é um

sinal de alerta e age de forma preventiva. O perigo é quando

esse sentimento ultrapassa os níveis saudáveis e naturais e

começa a prejudicar à saúde”, ressalta a psicóloga.

Especialmente na pandemia, as crianças e adolescentes

passaram mais horas em telas de celulares, computadores

e tablets, o que contribuiu para o aumento da irritabilidade

e do déficit de atenção. Carol diz que ao passar muito tempo

frente às telas, a visão é estimulada, o que é uma ponte para

a ansiedade: “No meu consultório recebo muitas crianças

com ansiedade patológica devido aos estímulos das telas

e do seu uso excessivo, que resultam em irritabilidade,

dificuldade de atenção e distúrbios alimentares, como consumo

exagerado de doces, altamente prejudiciais à saúde. No caso

dos adolescentes, que são bastante cobrados e passam

por diversas experimentações e escolhas, eles chegam ao

consultório com sintomas de ansiedade e insônia porque não

conseguem lidar com tantas demandas da contemporaneidade,

especialmente a internet”, alerta a especialista.

Apesar do fim do isolamento social e do retorno às escolas e às

atividades presenciais no pós-pandemia, pais e filhos seguem

em batalha pela diminuição de horas em telas e redes sociais,

responsáveis também pelo sedentarismo, sobrepeso e tristeza.

Por isso, a atenção deve ser redobrada, principalmente ao

perceber algum sintoma como alteração no apetite, oscilação

de humor, dificuldade para dormir, irritabilidade ou apatia. E

nunca, jamais rotular a criança ou jovem, caso ele apresente

algum sinal como esse:

www.revistaadoro.com.br

Fotos: Divanildo Silva

AS PESSOAS COSTUMAM DIZER QUE É “FRESCURA”, MAS, DE FATO,

SE TRATA DE UMA PATOLOGIA QUE PODE SER RESPONSÁVEL PELO

DESENVOLVIMENTO DA DEPRESSÃO, DO ISOLAMENTO SOCIAL E

DA PARALISIA DAS ATIVIDADES EM CONSEQUÊNCIA DA FALTA DE

PROCURA DE AJUDA ESPECIALIZADA, AVISA.

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