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@psidanielamattos
AUTOCOBRANÇA E
AUTOCOMPAIXÃO:
VOCÊ SABE DOSAR?
MAIO | JUN | 2022
ESPECIALISTA EXPLICA COMO
ENCONTRAR O EQUILÍBRIO
Foto: Divanildo Silva
O mundo se tornou cada vez mais
exigente e, nessa nova configuração,
a rotina exige performances cada
vez mais ativas e produtivas, seja
dentro de casa ou no ambiente de
trabalho. O problema é que, a longo
prazo, a pressa, a falta de tempo, o
excesso de demandas e a contínua
sensação de sobrecarga podem
ultrapassar os limites do corpo e da
mente. Especialistas alertam que,
quando isso acontece, é hora de
pisar no freio, pois a saúde pode ficar
comprometida em ciclos repetitivos
onde há excesso de autocobrança e
a falta de autocompaixão.
É normal querer melhorar a
performance em atividades do dia a
dia, como explica a psicóloga Daniela
Mattos:
QUANDO A BUSCA
POR EXCELÊNCIA NO
DESEMPENHO É EXAGERADA
E CONSISTE UNICAMENTE
NO DESEJO DE ALCANÇAR
MAIS RESULTADOS, SER
MAIS RÁPIDO E O MELHOR,
A SENSAÇÃO DE COBRANÇA
PODE GERAR JUSTAMENTE
O EFEITO CONTRÁRIO. DO
ESFORÇO QUE NÃO TRAZ
RESULTADOS ALMEJADOS, O
QUE SE TEM É INSATISFAÇÃO,
ESTRESSE E CANSAÇO.
Quando a constante busca por
melhoria pessoal insiste em bater
na trave, torna-se cada vez mais
difícil olhar para si mesmo com
amor: “A autocobrança surge, muitas
vezes, de inseguranças não tratadas
ou da necessidade de agradar e
não decepcionar o outro. Nós só
conseguimos minimizar essas
sensações a partir do momento em
que passamos a desenvolver o nosso
autoconhecimento e entendemos
quais os nossos objetivos. Isso nos
permite ter um olhar mais gentil e
afetuoso sobre nós mesmos, sobre
os nossos problemas e demais
preocupações”, diz a psicóloga.
No consultório, a especialista
conta que é muito comum perceber
comportamentos relacionados ao
excesso de autocobrança e pouca
autocompaixão em pacientes com
diagnósticos de depressão, ansiedade
e quadros de burnout: “Quando
não agimos com autocompaixão,
acabamos nos colocando em espaços
de autocobrança em que elas são
elevadas e muitas vezes irreais, e isso
aumenta os níveis de ansiedade e da
visão negativa sobre si”, ressalta.
A profissional diz que a autocompaixão
é o elemento essencial para minimizar
os níveis de cobrança e aprender a
aceitar e acolher a si mesmo sem focar
nos erros e, principalmente, buscar
ajuda: “Para mudar esse cenário é
preciso começar um processo de
autoconhecimento para começar a se
priorizar dentro das rotinas. A terapia
é extremamente necessária para
fortalecer a autoestima e desenvolver
um olhar com mais compaixão,
aceitação e menos cobranças dentro
de cada realidade”, finaliza ela.
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