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Jornal Cocamar Abril 2023

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PARCERIA<br />

17 anos do Programa Cultivar<br />

Cerca de 40 colaboradores produziram um milhão de mudas de espécies<br />

nativas doadas a cooperados de várias regiões para a recomposição de APP<br />

Opremiado Programa<br />

Cultivar, mantido pela<br />

<strong>Cocamar</strong> em parceria<br />

com a Apae nas cidades<br />

de Maringá e Rolândia, onde<br />

promove a inclusão de alunos<br />

com deficiência intelectual e várias<br />

faixas etárias no mercado de<br />

trabalho, completou 17 anos dia<br />

22/3.<br />

MÃOS ESPECIAIS - Ao longo de<br />

quase duas décadas essa<br />

equipe formada por cerca de 40<br />

colaboradores produziu um milhão<br />

de mudas de espécies nativas<br />

que foram doadas a produtores<br />

cooperados de várias<br />

regiões para a recomposição de<br />

áreas de preservação permanente<br />

(APP). O lema do programa<br />

é “Fazendo florestas com<br />

mãos especiais”.<br />

FAZ A DIFERENÇA - Em dois viveiros,<br />

um em cada cidade, eles<br />

se dedicam a esse trabalho, sob<br />

supervisão. “O Cultivar faz a diferença<br />

na vida dos colaboradores”,<br />

comenta a instrutora Maria Rosimeire<br />

dos Santos, explicando que<br />

se trata de um trabalho protegido,<br />

em que os alunos têm carteira<br />

assinada e todos os benefícios<br />

oferecidos pela <strong>Cocamar</strong>.<br />

“Além de estarem em um ambiente<br />

agradável, fazendo o que<br />

gostam, eles se sentem ativos no<br />

mercado de trabalho e contribuem<br />

para o orçamento de suas<br />

famílias”, observa.<br />

SATISFAÇÃO - O aluno Lucas<br />

Maccgnan, de Maringá, explica<br />

como o programa melhorou sua<br />

vida: “Ajudo nas despesas de<br />

casa, compro calçados e roupas,<br />

me sinto bem assim, pagando as<br />

contas com o dinheiro do meu<br />

trabalho”. Para Kleber Oliveira,<br />

também de Maringá, o sentimento<br />

de satisfação é o mesmo<br />

e ele conta que, entre outros benefícios<br />

de sua participação,<br />

aprendeu a administrar seu dinheiro.<br />

“Antes eu gastava tudo o<br />

que meu pai me dava, agora valorizo<br />

mais” e lembra que, graças<br />

a esse trabalho, passou a contar<br />

com um plano de saúde.<br />

RECUPERAÇÃO - Para os produtores<br />

que se utilizam das mudas<br />

produzidas pelos alunos, as árvores<br />

que veem se desenvolvendo<br />

na propriedade chegam a ter um<br />

valor sentimental. Em Tapira, no<br />

noroeste do Paraná, o jovem produtor<br />

Sérgio Magalhães Silva,<br />

filho do cooperado Júlio Ferreira<br />

da Silva, diz que há anos começou<br />

a pegar mudas no Cultivar, por<br />

meio da unidade local da <strong>Cocamar</strong>,<br />

para plantio como mata ciliar.<br />

“Agora, é uma área bem protegida<br />

e até a nascente de água foi<br />

recuperada”, comenta, acrescentando<br />

ter percebido, inclusive, que<br />

há mais peixes no rio e uma frequência<br />

maior de pássaros na<br />

propriedade.<br />

QUALIDADE - Jovem produtora,<br />

Bruna Bernardes Medeiros, filha<br />

do cooperado Odilo Vieira de Medeiros,<br />

de Presidente Prudente<br />

(SP), cita que a família tinha uma<br />

área muito grande para ser recomposta<br />

com APP e Reserva<br />

legal. “As mudas que recebemos<br />

e continuamos a receber são de<br />

grande importância para nós. A<br />

ótima qualidade delas facilitou o<br />

replantio e o crescimento dessas<br />

áreas”.<br />

2 | J o r n a l C o c a m a r


PALAVRA DO PRESIDENTE<br />

Tecnologias<br />

e boas práticas<br />

para o crescimento<br />

sustentável<br />

<strong>Cocamar</strong> faz da ILPF uma proposta que, efetivamente,<br />

é a solução para o fortalecimento da atividade<br />

agropecuária, sobretudo em solos arenosos<br />

Divanir Higino, presidente da <strong>Cocamar</strong><br />

Muito embora o Brasil seja referência em preservação<br />

ambiental – mantendo intactos 66% de sua vegetação<br />

nativa original e os produtores trabalhem sob<br />

um rigoroso código florestal - podemos avançar em<br />

algumas práticas preservacionistas como, por exemplo, o sistema<br />

de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em relação ao qual<br />

a <strong>Cocamar</strong> é uma das pioneiras no país. A ILPF já é desenvolvida,<br />

de forma transformadora, em cerca de 17,5 milhões de hectares,<br />

podendo chegar a 30 milhões em 2030.<br />

Aproveitamos para agradecer aos cooperados pela confiança depositada<br />

na <strong>Cocamar</strong>, que acaba de receber a sua maior safra de<br />

soja, um marco que assinala, de forma muito virtuosa, a passagem<br />

de seus 60 anos de fundação.<br />

Com solidez, governança e prestação de serviços de alta qualidade<br />

aos cooperados, a <strong>Cocamar</strong> não apenas mantém o seu forte ritmo<br />

de crescimento como se sobressai ainda mais no primeiro lugar<br />

entre as melhores cooperativas agropecuárias do Brasil.<br />

Transformadora porque faz de pastagens degradadas - que ocupam<br />

ainda extensas áreas no Brasil - uma produção intensiva de<br />

grãos e proteína animal, gerando bem estar animal e, entre seus<br />

inúmeros efeitos positivos, preservando os recursos naturais e<br />

mitigando os gases de efeito estufa.<br />

Com a oportunidade oferecida pela ILPF, e as modernas tecnologias<br />

de produção, os empresários rurais brasileiros, já muito admirados<br />

pelo empreendedorismo, bem como a sua importância para o desenvolvimento<br />

econômico do país e por fazerem do Brasil uma<br />

grande potência global em produção de alimentos, vão ser um<br />

exemplo para o mundo, também, em crescimento sustentável.<br />

Sobre isso, importante ressaltar a parceria recentemente firmada<br />

entre a <strong>Cocamar</strong> e o Sistema Faep/Senar-PR para o aprimoramento<br />

técnico de mais de duas dezenas de profissionais da cooperativa<br />

envolvidos na difusão da ILPF e na assistência aos<br />

produtores que desenvolvem sistemas integrados.<br />

Em seu histórico compromisso de contribuir para o desenvolvimento<br />

econômico regional e para que os produtores cooperados<br />

tenham mais rentabilidade em seus negócios, a <strong>Cocamar</strong> faz da<br />

ILPF uma proposta que, efetivamente, pelos seus resultados, é a<br />

solução para o fortalecimento da atividade agropecuária, sobretudo<br />

em solos arenosos.<br />

Com solidez, governança e<br />

prestação de serviços de alta<br />

qualidade aos cooperados,<br />

a <strong>Cocamar</strong> não apenas mantém<br />

o seu forte ritmo de crescimento<br />

como se sobressai ainda mais<br />

no primeiro lugar entre as<br />

melhores cooperativas<br />

agropecuárias do Brasil.<br />

Jo r n a l C o ca m a r | 3


RALLY COCAMAR<br />

Do pior ao melhor ano da história<br />

Animados com a expectativa de boa produção, agricultores investiram<br />

mais em tecnologias para prevenir doenças e potencializar os resultados<br />

Não foi preciso andar<br />

muito por aí, na<br />

safra de soja<br />

2022/23, para encontrar<br />

produtores colhendo volumes<br />

recordes. Eles estavam<br />

por toda parte. Nunca demorou<br />

tão pouco para estufar de grãos<br />

o reservatório de uma colheitadeira.<br />

maior quantidade de soja de<br />

sua história, que pode passar<br />

de 2,3 milhões de toneladas,<br />

um milhão a mais em comparação<br />

ao ciclo anterior (2021/<br />

22). O grão é o seu carro-chefe,<br />

assim como também a principal<br />

cultura para os aproximadamente<br />

20 mil produtores<br />

cooperados.<br />

MUITO BOA - Nas regiões atendidas<br />

pela <strong>Cocamar</strong>, nos estados<br />

do Paraná, São Paulo e Mato<br />

Grosso do Sul, salvo algumas exceções<br />

onde faltou chuva em<br />

momentos críticos e a produtividade<br />

foi afetada, a avaliação dos<br />

técnicos era de uma safra muito<br />

boa.<br />

TECNOLOGIA - Animados diante<br />

da expectativa de uma boa produção,<br />

os agricultores investiram<br />

mais em tecnologias para a prevenir<br />

doenças e potencializar os<br />

resultados. Ao final, foram surpreendidos<br />

por uma temporada<br />

de chuvas torrenciais no início da<br />

colheita que causaram alguns<br />

danos, sem, no entanto, empanar<br />

o brilho da supersafra.<br />

UM MILHÃO A MAIS - A cooperativa<br />

planeja receber a<br />

VISITA - O Rally <strong>Cocamar</strong> de Produtividade<br />

visitou alguns municípios<br />

para acompanhar a colheita.<br />

Em Paiçandu, município vizinho a<br />

Maringá, onde boa parte das lavouras<br />

estavam colhidas, o engenheiro<br />

agrônomo Luiz Matheus<br />

Moncalvo, da unidade local<br />

da <strong>Cocamar</strong>, comentou que as<br />

médias estavam entre 70 e 74<br />

sacas de 60kg por hectare, mas<br />

havia produtores que relataram<br />

uma produtividade entre 86 e 88<br />

sacas por hectare. Luiz e o gerente<br />

Valdecir Frare acompanharem<br />

a equipe do Rally em visita a<br />

propriedades.<br />

MELHOR MÉDIA - A família Luca,<br />

que produz soja em Paiçandu,<br />

Maringá, Sarandi e Itambé, fechou<br />

com média de 79 sacas nesse último<br />

município e, no começo da<br />

colheita em Paiçandu, o primeiro<br />

A família Luca, com propriedades em vários municípios<br />

João Bologuese de Paiçandu investiu mais em tecnologia<br />

lote registrou 80 sacas por hectare.<br />

“No geral, acredito que vamos<br />

ficar numa média de 80<br />

sacas, a melhor que já conseguimos”,<br />

comentou o produtor Valter,<br />

ao lado do irmão Valdecir, do filho<br />

Jorge e do sobrinho Marcelo.<br />

CINCO VEZES MAIS - A média<br />

esperada pelos Luca, neste ano,<br />

era mais de cinco vezes em<br />

comparação à alcançada no ciclo<br />

anterior, de apenas 14 sacas por<br />

hectare. A forte quebra foi causada<br />

pelo prolongado déficit hídrico,<br />

que devastou as lavouras<br />

principalmente nas regiões noroeste<br />

e oeste do estado. “2022<br />

foi o pior ano, sofremos muito,<br />

mas <strong>2023</strong>, em compensação,<br />

promete ser o melhor da história”,<br />

comenta Valter.<br />

TECNIFICADO - Ainda em Paiçandu,<br />

os irmãos João e Braulino<br />

Bologuese tinham colhido metade<br />

de seus 100 alqueires e a<br />

média passava de 70 sacas. A<br />

exemplo dos Luca, eles são produtores<br />

tecnificados e, nesta<br />

safra, investiram mais em adubação<br />

e no manejo com fertilizantes<br />

foliares. “Num lote, colhemos<br />

74 sacas por hectare. No<br />

ano passado, tivemos que juntar<br />

a produção de dez alqueires para<br />

dar 75 sacas”, comenta João.<br />

MELHOR SAFRA - No vizinho<br />

município de Doutor Camargo, o<br />

Rally esteve na propriedade de<br />

Nazareno Maróstica - cujas terras,<br />

na verdade, ficam em Ourizona.<br />

Ele já havia colhido 70% de<br />

seus 320 alqueires. “A média<br />

4 | J o r n a l C o c a m a r


geral é de 170 sacas” (70,2/hectare)<br />

afirmou Nazareno, mencionando<br />

que, em alguns talhões, a<br />

produtividade atingiu o pico de<br />

210 sacas de média (86,7/hectare).<br />

O produtor contou que<br />

planta soja desde 1970 e esta é<br />

a melhor safra de todas, lembrando,<br />

também, que nunca<br />

houve um ano tão ruim quanto<br />

2022. “Nem vou falar quanto<br />

colhi no ano passado, não vale a<br />

pena”, desconversa Nazareno,<br />

ele próprio conduzindo uma de<br />

suas duas colheitadeiras novas.<br />

FAZER BEM FEITO - Segundo o<br />

técnico agrícola Fernando Smith<br />

e a engenheira agrônoma Samara<br />

Barragan, da unidade da<br />

<strong>Cocamar</strong>, que acompanharam o<br />

Rally, Nazareno Maróstica está<br />

sempre atento a novas tecnologias,<br />

faz adubação diferenciada<br />

e, a cada ano, instala campo de<br />

sementes para testar dezenas<br />

de variedades. “A gente não consegue<br />

acompanhar tudo, tecnologia<br />

é caro, mas, de qualquer<br />

forma, o desembolso é grande e<br />

tem que fazer bem feito”, completa<br />

o produtor.<br />

PRA ESQUECER - Em Mandaguaçu,<br />

onde a maior parte das<br />

terras é de consistência mista,<br />

Hilário Luvizoto havia colhido um<br />

terço dos 70 alqueires da família<br />

e a média variava entre 73 e 78<br />

sacas por hectare. Ele estava na<br />

fila para descarregar soja na estrutura<br />

da cooperativa. “Nossa<br />

média nos anos anteriores oscilou<br />

de 62 a 68 sacas”, diz, mas<br />

não passou de 40 sacas em<br />

2022, “um ano pra esquecer”.<br />

Segundo Hilário, desta vez a produtividade<br />

está sendo melhor no<br />

solo misto ou arenoso, do que na<br />

própria terra roxa. “Acho que o<br />

excesso de chuvas encharcou<br />

mais a lavoura na terra roxa, não<br />

foi tão bom quanto na areia”.<br />

ÚLTIMA - Na última visita do dia,<br />

na comunidade Guerra em Maringá,<br />

acompanhado pelo gerente<br />

da unidade da <strong>Cocamar</strong>,<br />

Adilson Nocchi, o Rally teve uma<br />

certeza: o ano não poderia ter<br />

sido melhor para o produtor Cleber<br />

Veroneze.<br />

ESPERAR PRA CONFERIR - Altamente<br />

tecnificado, Cleber investe<br />

em manejos e em rotação<br />

de culturas no inverno, sempre<br />

procurando se superar, sendo<br />

reconhecido por suas elevadas<br />

médias mesmo em anos difíceis.<br />

Como ele participa das edições<br />

deste ano do prêmio de produtividade<br />

do Comitê Estratégico<br />

Soja Brasil (Cesb) e do tradicional<br />

concurso que reúne os cooperados<br />

da <strong>Cocamar</strong>, o Rally não vai<br />

divulgar seus números, da casa<br />

dos três dígitos. É esperar para<br />

conferir.<br />

APUCARANA - Em Apucarana, o<br />

produtor Alcides Gabriel e o filho<br />

dele, Ronaldo, foram um dos últimos<br />

a fazer a colheita. Em seus<br />

Nazareno Maróstica, com técnicos da <strong>Cocamar</strong> de Dr. Camargo<br />

740 alqueires (1.790 hectares)<br />

que compreendem também os<br />

municípios de Marialva, Terra<br />

Boa e Janiópolis, a média se<br />

aproximou de 180 sacas por alqueire<br />

(74,3 sacas/hectare), na<br />

avaliação do engenheiro agrônomo<br />

Gustavo Emori, da <strong>Cocamar</strong>/Apucarana,<br />

que presta assistência<br />

à família.<br />

GRUPO + - Segundo Alcides, de<br />

72 anos, a quase totalidade das<br />

terras é arrendada e, em paralelo<br />

à agricultura, a família possui<br />

uma propriedade de 36 alqueires<br />

(87 hectares) onde mantém<br />

gado de cria. Eles trabalham com<br />

maquinários de ponta e, em<br />

Apucarana, começam a receber<br />

as orientações técnicas do engenheiro<br />

agrônomo Osmar Burato,<br />

integrante do Grupo+ de<br />

assistência personalizada da <strong>Cocamar</strong>.<br />

Em algumas das áreas do<br />

município, não foi percebida uma<br />

alta incidência de doenças fúngicas,<br />

o que contribui para aumentar<br />

a produtividade.<br />

RALLY – Em seu oitavo ano, o<br />

Rally <strong>Cocamar</strong> de Produtividade<br />

tem o objetivo de identificar e<br />

valorizar as boas práticas entre<br />

os produtores cooperados da<br />

<strong>Cocamar</strong>. Seus patrocinadores:<br />

Basf, Nissan Bonsai Motors, Sicredi<br />

Dexis e Fertilizantes Viridian<br />

(principais), <strong>Cocamar</strong> Máquinas/<br />

John Deere, Lubrificantes Texaco,<br />

Estratégia Ambiental e Irrigação<br />

<strong>Cocamar</strong>, com apoio do Comitê<br />

Estratégico Soja Brasil (Cesb),<br />

Aprosoja/PR e Unicampo (cooperativa<br />

de profissionais de<br />

agronomia).<br />

Cleber Veroneze é reconhecido por suas elevadas médias<br />

Alcides com o agrônomo Gustavo Emori,<br />

da <strong>Cocamar</strong> e ao lado, o filho Ronaldo<br />

Jo r n a l C o ca m a r | 5


RALLY COCAMAR<br />

Doenças afetam a produtividade<br />

Importante município produtor<br />

de soja do norte do Paraná, Nova<br />

Fátima, a 96 quilômetros de Londrina,<br />

já tinha 25% de suas lavouras<br />

colhidas na dia 21/3 quando<br />

recebeu a visita do Rally <strong>Cocamar</strong><br />

de Produtividade. Na avaliação da<br />

equipe técnica da unidade local<br />

da <strong>Cocamar</strong>, a expectativa era de<br />

uma média não muito superior a<br />

140 sacas por alqueire (57,8<br />

sacas na medida em hectare).<br />

FERRUGEM - De plantio mais<br />

tardio que em comparação, por<br />

exemplo, ao noroeste do estado,<br />

as lavouras ficaram mais vulneráveis<br />

a um intenso ataque de<br />

ferrugem - doença que neste<br />

ciclo encontrou condições favoráveis<br />

para se desenvolver devido<br />

às chuvas constantes, que<br />

também dificultaram o controle<br />

químico por parte dos produtores.<br />

Além disso, o tempo seco em<br />

dezembro reduziu o potencial<br />

produtivo.<br />

ANO BOM - “Em linhas gerais, foi<br />

um ano muito bom, ninguém<br />

pode se queixar, mas as lavouras<br />

não tiveram o mesmo desempenho<br />

de outras safras”, comenta<br />

o gerente da unidade, Claudinei<br />

Donizete Marcondes. A <strong>Cocamar</strong><br />

conta com cerca de 280 cooperados<br />

em Nova Fátima e a previsão<br />

era receber ao menos 50 mil<br />

toneladas da oleaginosa em<br />

suas estruturas.<br />

COLHEITA - A família Canedo já<br />

havia colhido aproximadamente<br />

100 de seus 320 alqueires na vizinha<br />

Congoinhas e segundo o<br />

produtor Joaquim - filho de José<br />

Antônio Canedo, um dos sócios da<br />

propriedade com seus irmãos Alcirley<br />

e Ronaldo - a média até o<br />

momento era de 150 sacas por<br />

alqueire (62/hectare), pouco acima<br />

Paulo Gulhão: vários fatores prejudicaram a produtividade<br />

das 147 sacas de média (60,7/<br />

hectare) obtida na safra 2021/22,<br />

mas longe do recorde de 168<br />

sacas/alqueire (69,4/hectare) alcançado<br />

no período 2020/21.<br />

MUITA CHUVA - “Deu muita ferrugem<br />

e também percevejo e por<br />

causa das chuvas a gente não<br />

conseguia entrar com a pulverização”,<br />

explica Joaquim, de 30<br />

anos, que é técnico agrícola e engenheiro<br />

civil. Atendidos pelo engenheiro<br />

agrônomo Jonatas<br />

Volpato, da <strong>Cocamar</strong>, os Canedo<br />

se dedicam à produção de sementes<br />

de soja e, no inverno,<br />

produzem trigo.<br />

PRODUÇÃO - Cerca de 40% das<br />

terras cultivadas pela família Gulhão,<br />

de um total de 1,3 mil alqueires<br />

em Nova Fátima e<br />

imediações, são também para a<br />

produção de sementes, informa<br />

Paulo, de 42 anos. Filho de Milton<br />

Gulhão e sócio dos irmãos Leandro<br />

e Renato, Paulo disse que<br />

Joaquim, com o pessoal da <strong>Cocamar</strong><br />

tinha a expectativa de uma<br />

média de 145 a 150 sacas por<br />

alqueire (60 a 62 sacas/hectare),<br />

inferior à marca de 168 sacas/<br />

alqueire (64,9 sacas) alcançada<br />

no último ano.<br />

VÁRIOS FATORES -“Choveu muito<br />

durante a floração”, explica o<br />

produtor, lembrando que a sequência<br />

de vários dias sem a incidência<br />

de sol pode ter atrapalhado<br />

a fotossíntese das plantas.<br />

“Tivemos também a ferrugem e,<br />

para completar, um período muito<br />

seco e sob fortes temperaturas<br />

em dezembro, o que chegou a<br />

prejudicar um pouco”, menciona.<br />

VIRIDIAN - Assistidos pelo engenheiro<br />

agrônomo Leandro<br />

Luppi, da <strong>Cocamar</strong>, os Gulhão investiram<br />

mais intensamente<br />

neste ano na aplicação de foliares<br />

recomendados pela cooperativa,<br />

como a sua linha de produtos Viridian<br />

que, na opinião de Paulo,<br />

“fez a diferença”.<br />

Jo r n a l C o ca m a r | 7


ANIVERSÁRIO<br />

<strong>Cocamar</strong> chega aos 60<br />

em seu melhor momento<br />

Além do maior faturamento de sua história, R$ 11,1 bilhões, distribuiu<br />

volume inédito de sobras superior a R$ 107 milhões e segue crescendo<br />

A<strong>Cocamar</strong> comemorou<br />

60 anos dia 27/3 fazendo<br />

o que tem sido<br />

rotina em suas atividades:<br />

conquistando recordes,<br />

como o recebimento de soja, que<br />

nessa safra será superior a 2 milhões<br />

de toneladas, mais que 33<br />

milhões de sacas. Depois de fechar<br />

2022 com o maior faturamento<br />

de sua história, de R$ 11,1<br />

bilhões, e de distribuir um volume<br />

inédito de sobras superior a R$<br />

107 milhões no final do ano passado<br />

aos cooperados, a cooperativa<br />

segue em sua trajetória<br />

consistente de crescimento.<br />

NOVO ÂNIMO - “A safra atual<br />

trouxe um novo ânimo, sobretudo<br />

depois de ter enfrentado em<br />

2021 uma forte frustração das<br />

safras de soja e de milho”, afirma<br />

o presidente executivo Divanir Higino,<br />

destacando que a <strong>Cocamar</strong><br />

planeja faturar R$ 13,7 bilhões<br />

em <strong>2023</strong>, registrando expansão<br />

sustentável em todas as suas<br />

áreas.<br />

PRODUTOS - Praticamente metade<br />

da soja recebida é processada<br />

em seu parque industrial,<br />

situado em Maringá. O óleo de<br />

soja, um dos mais vendidos do<br />

país, é o carro-chefe da linha de<br />

varejo da cooperativa, que inclui<br />

cafés, bebidas à base de soja,<br />

néctares de frutas, molhos, farinha<br />

de trigo e outros itens. Nos<br />

próximos meses, a lista será<br />

acrescida de carne bovina com<br />

marca própria. A organização finaliza<br />

detalhes para oferecer aos<br />

cooperados a oportunidade de<br />

diversificarem seus negócios com<br />

a produção de outra proteína animal,<br />

peixes, a partir de um modelo<br />

inovador que dispensa a<br />

construção de represas e se baseia<br />

em reservatórios com recirculação<br />

de água.<br />

INOVAÇÃO - “A inovação permeia<br />

a nossa história e é uma marca<br />

registrada da <strong>Cocamar</strong>”, pontua<br />

Higino, mencionando o pioneirismo,<br />

por exemplo, no sistema<br />

de Integração Lavoura-Pecuária-<br />

Floresta (ILPF). São cerca de 20<br />

mil famílias de cooperados que<br />

mantêm seus negócios – em especial<br />

a produção de grãos – em<br />

diversas regiões dos estados do<br />

Paraná, São Paulo e Mato Grosso<br />

do Sul. “É para eles que trabalhamos,<br />

a cooperativa existe para<br />

apoiá-los em suas atividades<br />

Cooperados na unidade Maringá durante<br />

a transmissão ao vivo com a diretoria<br />

para que obtenham o melhor resultado”,<br />

comenta.<br />

INSUMOS - Nesse sentido, é<br />

oferecida uma linha completa de<br />

insumos com as marcas de maior<br />

prestígio do mercado, que inclui a<br />

concessão de máquinas agrícolas<br />

John Deere. A <strong>Cocamar</strong> produz<br />

também fertilizantes foliares e<br />

adjuvantes, rações e suplementos<br />

minerais.<br />

TECNOLOGIAS - “Estamos impulsionando<br />

a agricultura de precisão,<br />

lançando mão das tecnologias<br />

mais avançadas, como a<br />

conectividade das máquinas e o<br />

uso de drones”, explica o presidente,<br />

salientando o esforço para<br />

o aumento da produtividade das<br />

lavouras, o que se dá, também,<br />

por meio da promoção de centenas<br />

de dias de campo, na soma<br />

de todas as regiões, envolvendo<br />

empresas parceiras, e a realização<br />

do Safratec, importante<br />

feira regional organizada pela<br />

<strong>Cocamar</strong> que, tradicionalmente<br />

em janeiro, inaugura o calendário<br />

técnico.<br />

AMPLIAÇÃO - Nos últimos anos,<br />

para turbinar ainda mais seu<br />

crescimento, a cooperativa adquiriu<br />

diversas estruturas de recebimento<br />

de grãos e ampliou de<br />

forma exponencial sua rede de<br />

unidades, hoje ao redor de 115<br />

nos três estados e já avançando<br />

também em direção ao Mato<br />

Grosso e Goiás.<br />

60 ANOS – Na manhã do dia 27<br />

de março a <strong>Cocamar</strong> comemorou<br />

a passagem do seu 60º aniversário<br />

reunindo cooperados e familiares<br />

em todas as suas unidades.<br />

Eles foram saudados, por meio<br />

de uma transmissão ao vivo, pelo<br />

presidente executivo Divanir Higino<br />

e o presidente do Conselho<br />

de Administração, Luiz Lourenço,<br />

seguido de “parabéns a você” e<br />

corte de bolo. “Temos muito a comemorar<br />

e a agradecer pela confiança<br />

e por tantas conquistas”,<br />

completa Higino.<br />

Acesse o QRCode para ver<br />

mais fotos do aniversário<br />

da <strong>Cocamar</strong> pelas unidades<br />

Jo r n a l C o ca m a r | 9


HÁ 40 ANOS<br />

Floresta é o berço do milho 2ª safra<br />

Cansados de perderem dinheiro com trigo, produtores paranaenses<br />

se tornaram, há 40 anos, precursores no cultivo de milho de inverno no Brasil<br />

Foi uma casualidade, admite<br />

o produtor João<br />

Dolphini, de Floresta,<br />

município da região<br />

metropolitana de Maringá. Ele<br />

tinha 25 anos em 1983 e ajudava<br />

o pai e os tios nas atividades rurais<br />

quando, se recorda, sua família<br />

decidiu “largar mão” do trigo,<br />

cultivado na entressafra da soja,<br />

mas, que não se desenvolvia bem<br />

por causa da baixa altitude local<br />

(392 metros). Em seu lugar, a família<br />

semeou milho para cobrir o<br />

solo e, assim, mantê-lo protegido<br />

da erosão.<br />

INOVAÇÃO - E foi assim, sem<br />

saber, que os Dolphini (os irmãos<br />

e sócios Nestor, Antônio Luciano,<br />

Ormindo, Étore e Ricardo) se tornaram<br />

responsáveis por uma<br />

grande inovação na agricultura<br />

brasileira.<br />

PONTO DE PARTIDA - Aquele<br />

plantio seria nada menos que o<br />

ponto de partida para o que, por<br />

muito tempo, ficou conhecido<br />

como milho “safrinha” - o milho<br />

de segunda safra que nas décadas<br />

seguintes cresceria de forma<br />

exponencial pelo país a ponto de<br />

se tornar a sua segunda mais importante<br />

colheita de grãos, só<br />

atrás da soja. Para se ter ideia, no<br />

ciclo 2021/22 o país produziu<br />

118 milhões de toneladas do cereal,<br />

das quais praticamente 80%<br />

durante o inverno, proporção que<br />

se mantém no atual período<br />

2022/23.<br />

SEM SEGURO - Daqueles cinco<br />

irmãos pioneiros, são dois os remanescentes:<br />

Étore e Ricardo. E,<br />

muito embora o sobrinho deles,<br />

João, fosse ainda muito novo na<br />

época, sua memória é fotográfica.<br />

“O lucrinho obtido na soja ia todo<br />

embora com o trigo e o pessoal<br />

ficava aborrecido”, comenta. Aí<br />

que, segundo ele, em meio a dificuldade,<br />

surgiu a ideia de semear<br />

milho, “mas foi aleatório, nenhum<br />

produtor que tivesse juízo cogitava<br />

plantar milho no inverno devido<br />

ao alto risco, não tinha<br />

seguro, não tinha nada”.<br />

COBRIR O SOLO - Juízo nunca<br />

faltou aos Dolphini. Aos 83 anos,<br />

Étore Cezarini explica que a primeira<br />

semeadura eles fizeram<br />

sem pensar em colher, apenas<br />

para cobrir o solo com palha. E<br />

sorri ao lembrar que quando alguns<br />

vizinhos viram o que eles<br />

estavam fazendo, acharam um<br />

despropósito.<br />

SÓ SEMENTES - “A gente pegou<br />

Primeira área foi plantada com grãos de paiol, só como cobertura<br />

do solo, mas aos poucos foi agregando tecnologias<br />

aquelas sementes de milho colhido<br />

no verão, praticamente um<br />

milho de paiol, porque não era híbrido,<br />

e selecionou com uma peneira<br />

de mamona”, recorda-se<br />

João. Ao abanar, ficavam só os<br />

grãos maiores, que assim era selecionados<br />

e classificados. Em seguida,<br />

iam para uma pequena<br />

plantadeira de três linhas na qual<br />

havia dois compartimentos, um<br />

para as sementes e outro para o<br />

adubo. E afirma: “A gente nem<br />

colocava adubo, só semente”.<br />

PIONEIRISMO - Naquele primeiro<br />

ano, de acordo com Étore e<br />

João, embora tivessem tomado o<br />

cuidado de não semear onde já<br />

haviam produzido milho no verão,<br />

o milharal apresentou um porte<br />

baixo. Uma parte a família resolveu<br />

gradear e, em outra, achou<br />

que valia a pena passar a colheitadeira.<br />

Sem imaginar, eles estavam<br />

fazendo a primeira colheita<br />

de milho de inverno no Brasil,<br />

cujos números foram irrisórios.<br />

NA RAÇA - Os Dolphini fizeram<br />

tudo por conta própria, sem qualquer<br />

orientação agronômica. Até<br />

porque, segundo João, nenhum<br />

agrônomo seria maluco de orientar<br />

sobre algo que parecia tão improvável.<br />

“Foi tudo na raça mesmo”.<br />

PRA VALER - Nos anos seguintes,<br />

animados com os primeiros<br />

resultados, eles começaram a<br />

ter algum apoio técnico mais específico.<br />

Da própria <strong>Cocamar</strong>, por<br />

exemplo, receberam a sugestão<br />

de plantar um milho de melhor<br />

qualidade. Foi então que, em<br />

contato com a Agroceres, importante<br />

fornecedora de<br />

Jo r n a l C o c a m a r | 1 1


HÁ 40 ANOS<br />

sementes, se interessaram<br />

em ficar com sobras de híbridos<br />

comercializados no verão. “A<br />

Agroceres vendia para nós por<br />

um preço bem acessível para<br />

plantar na safrinha. Com isso, a<br />

gente começou a plantar pra<br />

valer, porque o custo compensava<br />

muito”, diz João.<br />

POTENCIAL - Vendo que o milho<br />

de inverno apresentava potencial,<br />

os agrônomos orientavam os<br />

Dolphini a colocar um pouco de<br />

adubo. Dessa forma, utilizando<br />

híbridos e com adubação, eles<br />

foram longe para os padrões da<br />

época: chegaram a produzir de 80<br />

a 100 sacas por alqueire (ao redor<br />

de 30 a 40 sacas por hectare).<br />

RESULTADOS - Não demorou e<br />

os profissionais da assistência<br />

técnica voltaram a fazer novas<br />

recomendações para aprimorar o<br />

cultivo. Ideal, segundo eles, que a<br />

cultura fosse turbinada com ureia<br />

assim que tivesse o tamanho de<br />

60 centímetros. Para isso, a família<br />

investiu na compra de um pequeno<br />

cultivador, por meio do<br />

qual a ureia era aplicada próximo<br />

às plantas de milho. “Aquilo foi<br />

dando resultado. Onde se jogava<br />

adubo e ureia, começou a dar<br />

certo. E aí foram surgindo novas<br />

variedades de milho, a safrinha foi<br />

pegando força e os vizinhos viram<br />

que não era loucura, mas uma<br />

nova fonte de renda”, completa<br />

João.<br />

AJUSTES - Para completar, os<br />

Dolphini sabiam muito bem que<br />

estavam lidando com uma cultura<br />

de alto risco para o período<br />

proposto, o inverno, pois, não<br />

raras vezes, tinham sofrido perdas<br />

com geadas. A solução foi<br />

ajustarem o calendário da cultura<br />

anterior, a soja, que, de forma<br />

gradativa, passou a ser semeada<br />

mais cedo.<br />

MAIS CEDO - João Dolphini explica<br />

que, antigamente, a soja era<br />

João e seu tio Étore: ambos participaram de uma<br />

grande inovação na agricultura brasileira<br />

semeada a partir de 15 de outubro<br />

e quase sempre esse trabalho<br />

só terminava por volta de<br />

15 de novembro. Muito tarde<br />

para o milho cultivado na sequência<br />

que, assim, ficava sob o<br />

risco iminente de ser prejudicado<br />

pelas baixas temperaturas. Então,<br />

eles e os demais produtores<br />

de Floresta que aderiram ao<br />

“milho safrinha” passaram a semear<br />

soja mais cedo em comparação<br />

às outras regiões. “Nosso<br />

município ficou famoso por plantar<br />

soja bem cedo e a explicação<br />

é essa”, completa.<br />

Uma história de pioneirismo<br />

Os Dolphini chegaram à região de<br />

Floresta em 1958, vindos de<br />

Cambé. O pai deles, Cuirico, filho<br />

de italianos, era natural de Pirassununga<br />

(SP) e, em 1935, decidiu<br />

se aventurar pelo norte do Paraná,<br />

em busca de oportunidades.<br />

DO CAFÉ À SOJA - Durante muitos<br />

anos só se falava em café,<br />

cultura que já na década de 1960<br />

começou a perder espaço para<br />

as chamadas lavouras brancas.<br />

Em 1965, a família comprou o<br />

primeiro trator para a retirada<br />

dos cafezais e plantar soja. No<br />

ano seguinte o governo federal<br />

lançou um programa para a erradicação<br />

dos cafeeiros, mas o<br />

golpe de misericórdia na cafeicultura<br />

foi, mesmo, a geada negra<br />

de 1975. Depois dela, houve uma<br />

grande transformação da economia<br />

regional, com o êxodo rural e<br />

a mecanização.<br />

Os produtores com o gerente da unidade da <strong>Cocamar</strong>, Márcio Sartori<br />

BAIXA ALTITUDE - O pai Cuirico<br />

labutou muito no café, mas essa<br />

lavoura não era um bom negócio<br />

em Floresta, por causa da baixa<br />

altitude. Os cafeicultores sofriam,<br />

também, com as crises constantes<br />

em função da superoferta e o<br />

mercado desorganizado. Os filhos<br />

de Cuirico, a exemplo da<br />

grande maioria dos produtores,<br />

se renderam à praticidade da<br />

soja, prosperaram e a história da<br />

família enche de orgulho os seus<br />

descendentes.<br />

Jo r n a l C o c a m a r | 1 3


PERSONAGEM<br />

O ex-colaborador que se tornou bispo<br />

De família humilde, trabalhou por dois<br />

anos, de 1984 a 1985, na Máquina de<br />

Algodão, onde desempenhou várias<br />

funções e fez muitos amigos<br />

Ao longo dos 60 anos<br />

de história da <strong>Cocamar</strong>,<br />

milhares foram<br />

os seus colaboradores,<br />

nas mais diferentes áreas. E,<br />

dentre esses, se sabe que vários<br />

seguiram a vocação religiosa, se<br />

tornaram padres, diáconos ou<br />

pastores, mas não havia notícia<br />

de que algum deles teria sido elevado<br />

à condição de bispo da igreja<br />

católica.<br />

PRIMEIRO - Dom Eduardo Vieira<br />

dos Santos, 58 anos, há pouco<br />

mais de um ano à frente da Diocese<br />

de Ourinhos (SP), missão<br />

que lhe foi confiada pelo Papa<br />

Francisco, é possivelmente o primeiro<br />

religioso, ex-funcionário da<br />

<strong>Cocamar</strong>, a alcançar o prelado,<br />

respondendo por uma importante<br />

região que conta com 24<br />

municípios e uma população de<br />

centenas de milhares de pessoas.<br />

D. Eduardo, bispo da região de Ourinhos (SP)<br />

1 4 | Jo r n a l C o c a m a r


BOIA FRIA - Nascido em 18 de<br />

março de 1965 em Bom Sucesso<br />

(PR), é o sexto filho de uma família<br />

de nove irmãos, trabalhadores<br />

rurais que prestavam seus serviços<br />

em terras dos outros. O pai<br />

Augusto foi porcenteiro de café<br />

na região de Terra Boa e Malu e,<br />

com o declínio da cultura, passaram<br />

a trabalhar como “boias frias”.<br />

PRIMEIRO EMPREGO - Sua passagem<br />

pela cooperativa se deu<br />

em 1984 e 1985, quando a família<br />

se mudou para Maringá. “A <strong>Cocamar</strong><br />

foi o meu primeiro emprego<br />

com carteira assinada”, lembra<br />

D. Eduardo, que foi admitido como<br />

horista na Máquina de Algodão,<br />

no recebimento da safra. “A<br />

gente organizava o pátio para receber<br />

o algodão que ia para as<br />

tulhas e depois era beneficiado”,<br />

conta, lembrando que havia ali<br />

grandes estrados de madeira,<br />

nos quais o produto era descarregado<br />

dos caminhões que vinham<br />

da roça.<br />

CLASSIFICAÇÃO - “Em poucos<br />

dias fui chamado para trabalhar<br />

junto às tulhas, como marcador”.<br />

Com uma prancheta nas mãos,<br />

sua função era anotar o tipo do<br />

algodão. “Como eu tinha a oitava<br />

série e sabia ler e escrever, fui designado<br />

para trabalhar junto ao<br />

classificador nas tulhas. E, como<br />

passei a entender de classificação,<br />

fui classificar algodão no<br />

pátio. A safra era muito grande e<br />

havia longas filas de caminhões”.<br />

CRESCIMENTO - Terminando a<br />

safra, os trabalhadores sazonais<br />

eram desligados, mas ele, por sua<br />

dedicação e a facilidade em realizar<br />

os trabalhos, permanecia, sendo<br />

conduzido para outras estruturas.<br />

“Ajudei no bicho da seda, na Máquina<br />

de Café, passei por diversos<br />

setores, e trabalhava na manutenção.<br />

Fui até lá no IBC onde recebia<br />

o algodão já beneficiado,<br />

para armazenar os fardos”. Depois,<br />

começava a safra de algodão novamente.<br />

Para D. Eduardo, esse<br />

era o período mais marcante, devido<br />

ao grande número de empregados.<br />

“Era muito divertida e bonita<br />

aquela convivência”.<br />

FAMÍLIA - A família residiu no<br />

Maringá Velho e ele seguia de bicicleta<br />

para o trabalho, enquanto<br />

o pai Augusto, que também foi<br />

horista na <strong>Cocamar</strong>, preferia caminhar<br />

ou ir de ônibus. Sua função<br />

era varrer o pátio, cuidar das<br />

vias do parque industrial e manter<br />

tudo limpo. Outro irmão de D.<br />

Eduardo, Manuel, foi ensacador<br />

na cooperativa, ligado ao sindicato<br />

da categoria.<br />

AMIGOS - Ele se recorda que um<br />

dos classificadores era o Jacob,<br />

“muito conhecido, mas, bravo”. E<br />

entre outros, havia o Juca, jogador<br />

de truco, o Brito, o Zenardino, o Zé<br />

Bassan, “pessoas já de certa<br />

idade, que me ajudaram muito.<br />

Eu era um guri, tinha apenas uns<br />

20 anos na época”. João Santinho,<br />

um dos responsáveis pela parte<br />

operacional, gostava de conversar<br />

com seu pai. No escritório<br />

tinha o responsável, o Tetsuo<br />

Noda, a dona Eliza, o Wilson, motorista<br />

da kombi, o José Magossi,<br />

o Natalino, o Gaúcho da balança.<br />

Ele se lembra do Rubens da Máquina<br />

de Café, e do pessoal do<br />

sindicato dos ensacadores, principalmente<br />

do Imbuzeiro e do Catité.<br />

Entre os dirigentes da <strong>Cocamar</strong>,<br />

conheceu o Dr. Constâncio<br />

Pereira Dias, presidente, e ouvia<br />

falar muito de Luiz Lourenço.<br />

SAÍDA - Em 1985, quando a região<br />

foi afetada por uma seca, a<br />

<strong>Cocamar</strong> realizou ajustes estruturais<br />

e precisou demitir um<br />

grande número de colaboradores.<br />

Ao saber, junto a João Santinho,<br />

que seu nome não estava na lista,<br />

Eduardo pediu que fosse incluído,<br />

pois durante a safra não conseguia<br />

estudar e seu sonho era dedicar-se<br />

à vida religiosa. “Eu já<br />

havia me matriculado duas vezes<br />

para fazer o colegial no Instituto<br />

de Educação, mas não conseguia<br />

estudar porque na época da safra<br />

tinha que trabalhar à noite também”.<br />

Foi uma demissão voluntária.<br />

Então, ele achou outro emprego<br />

e completou os estudos<br />

com o supletivo no Colégio Paraná.<br />

VOCAÇÃO - D. Eduardo conta que<br />

desde os 10 anos, já cultivava o<br />

desejo de ser padre, uma vocação<br />

natural que o fazia “celebrar” missas<br />

em casa para os irmãos. Segundo<br />

ele, “ficaram lembranças<br />

maravilhosas da <strong>Cocamar</strong>”, onde<br />

fez muitos amigos, em um tempo<br />

bom e de muito trabalho, “e foi<br />

uma época que me ajudou a realizar<br />

o meu sonho, com a minha<br />

família”.<br />

ALEGRE E FELIZ - Ao deixar a <strong>Cocamar</strong>,<br />

seu pai foi trabalhar como<br />

segurança na casa do Dr. Constâncio.<br />

“Ele era de dentro da casa<br />

do Dr. Constâncio”. Seu pai, aliás,<br />

gostava de contar causos, o que,<br />

nos finais de semana, mantinha a<br />

casa repleta de amigos e vizinhos,<br />

enquanto os irmãos se divertiam<br />

tocando violão e, no quintal, a<br />

criançada brincava tranquila.<br />

“Meu ambiente familiar sempre<br />

foi alegre e feliz”.<br />

SAUDADES – Quando passa por<br />

Maringá para visitar parentes em<br />

Paiçandu, D. Eduardo conta que<br />

só por estar perto da <strong>Cocamar</strong> “dá<br />

uma alegria muito grande e ao<br />

mesmo tempo um aperto no coração.<br />

Vêm lembranças boas,<br />

passa um filme na minha cabeça<br />

de tudo que passei. Foram dois<br />

anos intensos e sinto que ajudei<br />

a construir um pouco da cooperativa”.<br />

FÉ - Com sua fé, logo que chegou<br />

a Maringá o jovem foi participar<br />

de missas na Catedral e se recorda<br />

da voz vigorosa do então<br />

bispo, D Jaime Luiz Coelho. Na paróquia<br />

Cristo Ressuscitado, se<br />

lembra de padre Geraldo Schneider,<br />

e na Santa Maria Goretti,<br />

onde frequentava grupos de jovens,<br />

conviveu com os padres<br />

Geraldo Trabuco e Júlio Antônio da<br />

Silva. Foi o padre Julinho quem lhe<br />

deu a carta de apresentação para<br />

estudar na Congregação de Santa<br />

Cruz, em São Paulo.<br />

ORDENAÇÃO - Ordenado padre<br />

em 15 de dezembro de 2000,<br />

trabalhou na Arquidiocese de São<br />

Paulo e, já em 10 de dezembro de<br />

2014, foi nomeado bispo-auxiliar.<br />

Em 7 de julho de 2021, D.<br />

Eduardo tomou posse como<br />

bispo diocesano de Ourinhos, em<br />

substituição a D. Salvador Paruzzo,<br />

que renunciou por atingir a<br />

idade limite de 75 anos.<br />

D. Eduardo recebe presente da <strong>Cocamar</strong>,<br />

das mãos do jornalista Rogério Recco<br />

A História da <strong>Cocamar</strong> continua nas próximas edições<br />

Jo r n a l C o c a m a r | 1 5


LANÇAMENTO<br />

ILPF ganha Programa de Capacitação<br />

A proposta tem o objetivo de preparar<br />

profissionais para prestar assistência<br />

técnica aos produtores rurais do Paraná<br />

OParaná tem potencial<br />

para aumentar muito a<br />

produção de grãos e<br />

madeira e contribuir<br />

para a sustentabilidade da agropecuária<br />

sem aumentar a área. A<br />

chave para isso é o sistema de Integração<br />

Lavoura-Pecuária-Floresta<br />

(ILPF), estratégia de manejo<br />

que integra diferentes sistemas<br />

produtivos na mesma área. Os benefícios<br />

ambientais, econômicos e<br />

sociais da prática motivaram a <strong>Cocamar</strong><br />

e o Sistema Faep/Senar a<br />

desenvolverem o Programa de Capacitação<br />

em Sistemas de ILPF.<br />

LANÇAMENTO - A proposta tem o<br />

objetivo de preparar profissionais<br />

para prestar assistência técnica aos<br />

produtores rurais do Paraná. Isso<br />

ficou evidente durante o lançamento<br />

do programa, dia 30/3, em<br />

Maringá, com a participação de lideranças,<br />

técnicos e produtores rurais.<br />

A solenidade reuniu representantes<br />

dos apoiadores da proposta,<br />

a Associação Rede ILPF, a Embrapa<br />

e o Instituto de Desenvolvimento<br />

Rural do Paraná (IDR-Paraná).<br />

INTENSIFICAR - “Vamos criar conhecimento<br />

na área, para diversificar<br />

a propriedade, intensificar a produção<br />

na mesma área e aumentar a<br />

produção de grãos e carne onde há<br />

baixa produtividade. Para isso, é<br />

preciso um bom trabalho técnico de<br />

apoio ao produtor”, ressalta o presidente<br />

do Conselho de Administração<br />

da <strong>Cocamar</strong> e da Rede ILPF,<br />

Luiz Lourenço, que fomenta o sistema<br />

desde 1996.<br />

CRESCIMENTO- “Nos últimos<br />

anos, a área de implantação de ILPF<br />

cresceu no Brasil e o Paraná precisa<br />

acompanhar essa evolução. Nós<br />

sabemos do compromisso dos<br />

produtores com o desenvolvimento<br />

sustentável do campo. Para<br />

garantir que as melhores tecnologias<br />

sejam utilizadas, precisamos<br />

investir na capacitação dos profissionais<br />

de assistência técnica”,<br />

afirma Ágide Meneguette, presidente<br />

do Sistema Faep/Senar.<br />

MAIOR DEMANDA - A aula<br />

magna do curso ficou por conta do<br />

consultor Paulo Herrmann, expresidente<br />

da John Deere Brasil e<br />

um dos mais conhecidos defensores<br />

de sistemas integrados no<br />

país. Ele destacou as projeções de<br />

crescimento da população global e<br />

da demanda por alimentos, onde<br />

a sustentabilidade deve ser o<br />

ponto-chave. “Até 2050, 60% da<br />

população vão estar concentradas<br />

na Ásia e vamos ter que alimentar<br />

essas pessoas. Esse é o novo<br />

mundo para o qual vamos ter que<br />

produzir alimentos. O Brasil vai ter<br />

que produzir 50% a mais do que<br />

hoje e as circunstâncias sob as<br />

quais isso vai acontecer é pela intensificação<br />

sustentável”, afirmou.<br />

CAPACITAÇÃO -Herrmann frisou a<br />

importância da capacitação, principalmente<br />

dos jovens, para conduzir<br />

esses sistemas e trazer inovação<br />

para a agropecuária. Neste processo,<br />

destacou o compromisso<br />

das entidades do setor para conciliar<br />

a produção de alimentos com a<br />

questão ambiental, aproveitando a<br />

aptidão agrícola do país. “Nós precisamos<br />

de gente com capacidade<br />

para manejar essa tecnologia de<br />

maneira eficiente. Precisamos nos<br />

engajar nesse processo, ajudando<br />

a difundir conhecimento, dando suporte<br />

para que as pesquisas não<br />

parem e construindo narrativas<br />

para que a futura geração esteja<br />

conectada com o agro”, disse.<br />

COMO SERÁ -Com o programa de<br />

capacitação, a expectativa é identificar<br />

produtores com potencial para<br />

difusão da tecnologia no estado,<br />

ampliando a adoção do sistema. A<br />

iniciativa será conduzida por 13<br />

meses, até abril de 2024. Serão 16<br />

encontros, com dias de campo, visitas<br />

técnicas e consultorias para<br />

treinamento de 30 profissionais,<br />

entre técnicos da <strong>Cocamar</strong> e do<br />

IDR-Paraná, além de instrutores do<br />

Senar/PR.<br />

PRÁTICA -Os envolvidos vão atuar<br />

em duplas, acompanhando 22<br />

produtores rurais cooperados da<br />

<strong>Cocamar</strong> que disponibilizarão suas<br />

propriedades para que a equipe<br />

técnica coloque seu conhecimento<br />

em prática. “O produtor tem o papel<br />

de colaborar e de realizar as atividades<br />

propostas, além de ser a<br />

pessoa fomentadora do manejo”,<br />

explica Emerson Nunes, gerente<br />

técnico de ILPF na <strong>Cocamar</strong>. “As<br />

práticas são adaptáveis para diferentes<br />

realidades e tamanhos de<br />

produção”, diz.<br />

Curso terá a duração de treze meses<br />

ARENITO CAIUÁ - O foco do programa<br />

é o arenito caiuá, região com<br />

mais de 3 milhões de hectares<br />

conhecida por ter solo arenoso,<br />

baixa umidade e temperaturas elevadas.<br />

No local, as atividades desenvolvidas<br />

em sistemas de ILPF<br />

desempenham papel importante<br />

para promover a recuperação de<br />

áreas de pastagens degradadas e<br />

aumentar a rentabilidade das propriedades<br />

rurais com o cultivo de<br />

soja. A integração otimiza o uso da<br />

terra, aumenta a produtividade, diversifica<br />

as atividades econômicas<br />

e agrega valor aos produtos. Com<br />

isso, há redução dos riscos de redução<br />

de renda por eventos climáticos<br />

ou por condições de mercado,<br />

além da diminuição dos custos com<br />

insumos e dos custos fixos para<br />

produção animal.<br />

EFICIÊNCIA -Com a maior eficiência<br />

de utilização de recursos naturais,<br />

há redução do uso de agroquímicos,<br />

da abertura de novas<br />

áreas para fins agropecuários sem<br />

desmatamento, e de passivos ambientais.<br />

Promove manutenção da<br />

biodiversidade, ciclagem de nutrientes,<br />

mitigação de gases de efeito<br />

estufa, bem-estar animal e controle<br />

dos processos erosivos com a<br />

manutenção da cobertura do solo.<br />

As vantagens ainda podem ser<br />

sentidas no âmbito social, como<br />

com a redução da sazonalidade do<br />

uso de mão de obra, geração de<br />

empregos diretos e indiretos e incentivo<br />

à qualificação profissional e<br />

ao estudo.<br />

(Com assessoria de imprensa do<br />

Sistema Faep/Senar-PR)<br />

J o r n a l C o c a m a r | 1 7


EMPRESAS<br />

<strong>Cocamar</strong> entre as com melhor gestão no Brasil<br />

A<strong>Cocamar</strong> recebeu, pelo<br />

segundo ano consecutivo,<br />

o prêmio de Empresas<br />

com Melhor Gestão no Brasil,<br />

conferido pela Deloitte, uma das<br />

maiores empresas especializadas<br />

em auditoria em todo o<br />

mundo. De acordo com a Deloitte,<br />

o programa Empresas com<br />

Melhor Gestão - em sua segunda<br />

edição no Brasil – “visa<br />

apoiar as organizações no desenvolvimento<br />

dos negócios e<br />

reconhecer o esforço na adoção<br />

das boas práticas de gestão corporativa”.<br />

RECONHECIMENTO - “Trata-se<br />

de um programa consolidado<br />

globalmente, presente em 46<br />

países, e que avalia as empresas<br />

considerando diferentes<br />

dimensões:<br />

estratégia, cultura<br />

e comp<br />

r o m i s s o ,<br />

capacidade e<br />

inovação, governança<br />

e finanças.<br />

Ao final é concedido<br />

um selo de reconhecimento<br />

àquelas que<br />

comprovem técnicas de<br />

gestão alinhadas às boas<br />

práticas de gestão do<br />

mercado”, informa a<br />

companhia.<br />

TROFÉU - A gerente executiva de<br />

governança, Fernanda Volpato,<br />

representou a organização em<br />

um evento de celebração promovido<br />

pela Deloitte em São<br />

Paulo, oportunidade<br />

em que as empresas<br />

foram<br />

a g r a c i a d a s<br />

com um troféu.<br />

SUSTENTA-<br />

BILIDADE - “O<br />

prêmio concedido<br />

por uma<br />

corporação<br />

tão respeitada<br />

quanto a Deloitte,<br />

confirma<br />

a assertividade<br />

da cooperativa em sua<br />

preocupação de aprimorar cada<br />

vez mais a gestão no sentido de<br />

que continue crescendo com<br />

sustentabilidade e oferecendo<br />

os melhores resultados aos cooperados”,<br />

afirma o presidente<br />

executivo da <strong>Cocamar</strong>, Divanir Higino.<br />

RESULTADOS - Higino ressalta,<br />

ainda, o sucesso da gestão profissional<br />

adotada a partir de 2014<br />

que, entre muitos outros frutos,<br />

levou a cooperativa a ser distinguida<br />

pelo segundo ano consecutivo<br />

(em 2021 e 2022) como a<br />

melhor cooperativa agropecuária<br />

do país, conforme avaliação da<br />

revista IstoÉ Dinheiro.“Temos na<br />

<strong>Cocamar</strong> um modelo de governança<br />

profissional, transparente<br />

e que gera credibilidade aos associados,<br />

colaboradores e parceiros”,<br />

complementa.<br />

1 8 | Jo r n a l C o c a m a r


EVENTO<br />

<strong>Cocamar</strong> Máquinas demonstra tecnologias<br />

Concessionária está preparada para<br />

atender a todo o ecossistema de<br />

tecnologias e serviços John Deere<br />

e oferecer soluções aos clientes<br />

Cerca de 90 produtoras<br />

de várias regiões do estado<br />

participaram dia<br />

29/3 na Unidade de Difusão<br />

de Tecnologias da <strong>Cocamar</strong><br />

em Floresta, município vizinho a<br />

Maringá, da 2ª edição do evento<br />

Conectadas, promovido pela <strong>Cocamar</strong><br />

Máquinas/Concessionária<br />

John Deere.<br />

TECNOLOGIAS - Ao fazer sua<br />

saudação, o superintendente da<br />

concessionária, Arquimedes Alexandrino,<br />

disse que o objetivo não<br />

se resume a apenas vender máquinas.<br />

“A <strong>Cocamar</strong> Máquinas<br />

está preparada para atender a<br />

todo o ecossistema de tecnologias<br />

e serviços John Deere, no<br />

sentido de oferecer soluções às<br />

demandas dos clientes”.<br />

VISÃO GLOBAL - Algumas pessoas<br />

poderiam perguntar, segundo<br />

Arquimedes, por qual<br />

motivo uma concessionária de<br />

máquinas agrícolas se empenha<br />

em oferecer iniciativas como o<br />

programa Solo Forte, o Projeto de<br />

Linha, o pacote de conectividade,<br />

as aplicações em taxas variáveis e<br />

outras. A explicação é que, “pertencendo<br />

à rede de concessionários<br />

John Deere, a <strong>Cocamar</strong><br />

Máquinas atua de acordo com<br />

uma visão global no sentido de<br />

que a propriedade rural se torne<br />

mais sustentável”.<br />

PODE CONTAR - E mesmo que<br />

trabalhe com maquinários de outras<br />

marcas, a produtora e o produtor<br />

podem contar com a <strong>Cocamar</strong><br />

Máquinas para a incorporação<br />

das mais avançadas tecnologias.<br />

“A partir de agora, vamos<br />

promover esse evento todos os<br />

anos, sempre no mês de março,<br />

em que se homenageia a mulher,<br />

na UDT em Floresta”, anunciou.<br />

AGENDA - A programação constou<br />

também de um pronunciamento<br />

da engenheira mecânica<br />

Naiara Martinelli, gerente de suporte<br />

ao cliente John Deere, sobre<br />

a sua trajetória na companhia, do<br />

gerente corporativo de agricultura<br />

de precisão da <strong>Cocamar</strong> Máquinas,<br />

Bruno Guidi, e da produtora<br />

Carla Rossato, que faz a gestão de<br />

propriedades da família em Sertanópolis,<br />

Sertaneja e Santa Mariana,<br />

municípios do norte do<br />

Paraná.<br />

Carla Rossato: "todos os nossos maquinários são John Deere"<br />

FUTURO - Carla citou que sua família<br />

ingressou em 1975 na atividade,<br />

a partir de 2009 passou a<br />

trabalhar com maquinários John<br />

Deere e hoje está selecionada<br />

entre as Propriedades do Futuro<br />

pela <strong>Cocamar</strong> Máquinas. “Praticamente<br />

todos os nossos maquinários<br />

são John Deere”, contou a<br />

produtora, lembrando que o pai<br />

sempre incentivou o investimento<br />

em tecnologia. “Como a propriedade<br />

é uma indústria a céu aberto,<br />

o emprego de tecnologia ajuda a<br />

reduzir riscos e ela se paga rápido”,<br />

disse, ressaltando ainda que “se<br />

hoje os recursos tecnológicos<br />

proporcionam mais produtividade,<br />

imagine o que nos reserva o futuro”.<br />

EFICIÊNCIA - Carla explicou que<br />

acompanha as operações atentamente<br />

e que o uso do piloto automático<br />

assegura mais horas<br />

trabalhadas com maior rendimento<br />

operacional, fazendo com<br />

que o operador dê mais atenção à<br />

eficiência do equipamento e da<br />

própria operação. As taxas variáveis<br />

trazem economia de insumos,<br />

garantindo mais competitividade<br />

ao negócio, sendo que a<br />

correção do solo é feita todos os<br />

anos. Ela disse que a tecnologia de<br />

aplicação Exactapply garante<br />

maior aproveitamento da vazão,<br />

com média de 30 pulsos por segundo,<br />

ao passo que os equipamentos<br />

da concorrência se<br />

resumem de 10 a 15 pulsos por<br />

segundo.<br />

CSC - Já o monitoramento, segundo<br />

Carla, é sinônimo de qualidade<br />

de aplicação, com parâmetros<br />

meteorológicos e mais<br />

assertividade na operação, enquanto<br />

a tecnologia de colheita<br />

proporciona mais qualidade dos<br />

grãos. Ao falar do Centro de Soluções<br />

Conectadas (CSC), a produtora<br />

disse ser a certeza de que o<br />

processo será agilizado. “Tempo é<br />

dinheiro e a propriedade fica mais<br />

sustentável”, completou. Agora,<br />

após a colheita de soja e o plantio<br />

das culturas de inverno, ela vai se<br />

reunir com os profissionais da <strong>Cocamar</strong><br />

Máquinas para uma avaliação<br />

da safra e saber em quais<br />

pontos é possível melhorar.<br />

ESTAÇÕES - Em seguida, as participantes<br />

foram divididas em grupos<br />

para um rodízio por várias<br />

estações distribuídas pela UDT,<br />

onde foram abordados temas específicos<br />

sobre as práticas e tecnologias<br />

que podem ser utilizadas<br />

para que a produtora e o produtor<br />

tenham mais rentabilidade.<br />

Jo r n a l C o c a m a r | 1 9


CADASTRO AMBIENTAL<br />

Adesão ao PRA tem prazo maior<br />

Medida Provisória prorroga até o final de <strong>2023</strong><br />

e de 2025 o tempo limite para aderir ao programa,<br />

dependendo do tamanho da propriedade<br />

Para garantir mais segurança<br />

jurídica e previsibilidade<br />

aos proprietários<br />

rurais em<br />

relação ao processo de adesão<br />

ao Programa de Regularização<br />

Ambiental (PRA), a Câmara Federal<br />

aprovou no dia 30 de março<br />

último a Medida Provisória<br />

1150/2022.<br />

PRAZOS - Com a medida, os<br />

produtores com áreas de até<br />

quatro módulos fiscais que se<br />

inscreverem no Cadastro Ambiental<br />

Rural (CAR) até o final de<br />

2025, poderão aderir ao PRA. Já<br />

os produtores com mais de quatro<br />

módulos podem se inscrever<br />

no CAR até o fim de <strong>2023</strong> para a<br />

adesão ao PRA. O esclarecimento<br />

foi feito pela Organização<br />

das Cooperativas Brasileiras<br />

(OCB) naquela mesma data<br />

(30/3/<strong>2023</strong>).<br />

ATUAÇÃO - Segundo a OCB, a<br />

MP foi fruto da atuação do então<br />

deputado federal Sérgio Souza<br />

(PR) como relator da matéria e<br />

integrante da diretoria da Frencoop.<br />

O Sistema OCB diz que<br />

“atuou durante a tramitação da<br />

matéria junto ao relator para sugerir<br />

aprimoramentos ao texto”.<br />

DETALHE - Detalhe importante,<br />

segundo a entidade: “a adesão<br />

ao PRA será requerida pelo produtor<br />

rural ‘por até um ano’ após<br />

a convocação do órgão competente.<br />

No Paraná, só 58% aderiram até agora<br />

Praticamente a totalidade dos<br />

produtores paranaenses fez o Cadastro<br />

Ambiental Rural (CAR) e<br />

considera que esteja em dia com<br />

suas obrigações. Assunto encerrado?<br />

Nada disso, alerta a assessora<br />

técnica de Meio Ambiente da<br />

Federação da Agricultura do Estado<br />

do Paraná (Faep), Carla Beck.<br />

PALESTRA - Segundo Carla, que<br />

no dia 16/3 palestrou a cerca de<br />

mil produtores rurais em Maringá,<br />

durante evento promovido pela<br />

Usina Santa Terezinha, dos 498<br />

mil cadastros feitos no Paraná,<br />

apenas 58% aderiram ao Programa<br />

de Regularização Ambiental<br />

(PRA).<br />

CPF DA PROPRIEDADE - De<br />

acordo a assessora, o CAR não é<br />

uma ferramenta de regulação<br />

fundiária, mas de regulamentação<br />

ambiental, “é como um CPF da<br />

propriedade”. Para os produtores<br />

que se inscreveram no CAR, há algumas<br />

orientações.<br />

CONSULTAR CADASTRO -Se, durante<br />

a análise do cadastro, o<br />

órgão ambiental encontrar uma<br />

irregularidade, o proprietário rural<br />

só tomará conhecimento por<br />

meio do site do CAR e não por<br />

uma correspondência. Em razão<br />

disso, Carla recomenda que ao<br />

menos uma vez por mês o proprietário<br />

consulte o seu cadastro.<br />

E comenta: “Muitos fizeram o seu<br />

cadastro e acham que está tudo<br />

resolvido. Alguns nem se lembram<br />

mais da senha para entrar no site<br />

ou de quem ajudou a elaborar”.<br />

CORRIGIR - Sem consultar o site,<br />

o proprietário não terá como saber<br />

de uma possível irregularidade e<br />

vai deixar de corrigir. As situações<br />

mais comuns, de acordo com a<br />

assessora, são informações erradas,<br />

áreas em sobreposição, a não<br />

menção de todos os sócios da<br />

propriedade, a não citação exata<br />

das Áreas de Proteção Permanente<br />

(APP), a omissão de lagoas<br />

e nascentes, bem como de áreas<br />

consolidadas e de interesse público,<br />

enfim. “Se um cadastro deixa<br />

de citar a existência de uma simples<br />

nascente, o proprietário vai<br />

ser sérios problemas lá na frente”,<br />

adverte.<br />

RESTRIÇÃO - Com o seu CAR não<br />

regularizado, o proprietário fica impedido<br />

de realizar qualquer providência<br />

relacionada àquela área em<br />

cartório e não vai poder nem<br />

mesmo comercializar a safra,<br />

alerta a assessora da FAEP, que<br />

acrescenta: “Ele sequer será atendido<br />

pela companhia fornecedora<br />

de energia elétrica”.<br />

ATUALIZAR - É preciso, portanto,<br />

estar sempre atualizando o CAR,<br />

esclarece, lembrando que o cadastro<br />

é por matrícula. Carla lembra<br />

que de acordo com o decreto<br />

7.930/2012, o cadastro é declaratório<br />

e as informações são de<br />

responsabilidade do proprietário. E<br />

avisa: “Menções enganosas, falsas<br />

ou omissões podem gerar multas<br />

pesadas”.<br />

RESOLVER - “É muito importante<br />

que o proprietário verifique no site<br />

se o seu cadastro está ativo, pois<br />

ele tem a oportunidade de resolver<br />

todos os problemas dentro do<br />

prazo. Mas, se deixar de fazer as<br />

correções e o prazo terminar, será<br />

notificado”, explica, salientando que<br />

não é um bom negócio arranjar<br />

encrenca com o órgão ambiental.<br />

CERTIFICADO - Por fim, segundo<br />

ela, além de manter o CAR em dia,<br />

o proprietário precisa ter o Certificado<br />

de Cadastro de Imóvel Rural<br />

(CCIR) também atualizado (e as informações,<br />

claro, devem conferir<br />

com o cadastro ambiental).<br />

Jo r n a l C o c a m a r | 2 1


SOLOS<br />

Safra <strong>2023</strong>/24 terá novo Zarc da soja<br />

Metodologia com seis tipos de solos<br />

considera composição da terra para<br />

definir de forma mais completa<br />

os riscos envolvidos na lavoura<br />

OZoneamento Agrícola<br />

de Risco Climático<br />

(Zarc) está<br />

mais completo,<br />

pois passou a contar com seis<br />

tipos diferentes de classes de<br />

água disponível no solo. Antes,<br />

eram três divisões que levavam<br />

em consideração apenas<br />

a concentração de argila na<br />

composição. Na nova forma de<br />

identificar os tipos de terra, há<br />

uma fórmula que envolve a<br />

proporção percentual entre argila,<br />

silte e areia, correlacionados<br />

com a quantidade de água<br />

que pode ser armazenada no<br />

solo, o chamado índice de Água<br />

Disponível (AD). A partir de<br />

agora, o produtor terá que baixar<br />

um aplicativo ou uma planilha<br />

para identificar a classe do<br />

seu solo pelas novas regras. A<br />

primeira cultura a adotar os<br />

novos parâmetros será a soja<br />

na safra <strong>2023</strong>/24.<br />

REGRAS - As regras da nova<br />

classificação estão na Instrução<br />

Normativa (IN) 1/2022, da Secretaria<br />

de Política Agrícola do Ministério<br />

da Agricultura e Pecuária<br />

(Mapa), em vigor desde 1º de<br />

julho. A norma antiga (IN SPA/<br />

2 2 | Jo r n a l C o c a m a r


Mapa 2/2021), que estabelece<br />

os tipos de solo com base na<br />

concentração de argila, permanece<br />

vigente. Isso ocorre porque<br />

todas as portarias do Zarc utilizam<br />

a metodologia atual, válidas<br />

até que uma nova seja publicada,<br />

o que acontece sempre antes do<br />

início da safra, quando houver.<br />

METODOLOGIA - A nova metodologia<br />

foi desenvolvida e validada<br />

pela Embrapa Solos, com<br />

participação do setor produtivo.<br />

“As atualizações sistemáticas de<br />

metodologia iniciaram em 2017,<br />

em uma reunião na sede do Sistema<br />

FAEP/SENAR-PR. Foram<br />

apresentadas as mudanças e os<br />

critérios técnicos pela Embrapa<br />

para o Zarc da soja”, lembra Ana<br />

Paula Kowalski, técnica do Departamento<br />

Técnico e Econômico<br />

do Sistema FAEP/SENAR-PR.<br />

FÓRMULA - O produtor precisa<br />

saber, para ficar em dia com suas<br />

obrigações, que o novo método<br />

de classes de AD1 a AD6 considera<br />

as três frações de solo (argila,<br />

silte e areia). “A nova fórmula<br />

que classifica os solos é mais<br />

complexa, contemplando melhor<br />

as interações que resultam da<br />

capacidade de armazenamento<br />

de água nos diferentes solos.<br />

Esse é um dos parâmetros principais<br />

para se determinar o período<br />

recomendado de plantio<br />

para cada cultura na metodologia<br />

do Zarc”, explica Ana Paula<br />

ZONEAMENTO - O Zarc define o<br />

melhor momento para se cultivar,<br />

a probabilidade de perdas na<br />

produção para determinada cultura<br />

e por município, sinalizando<br />

os períodos de semeadura com<br />

menor risco climático. Esse zoneamento<br />

é obtido a partir de um<br />

amplo banco de dados oficiais,<br />

sistematizado pela Embrapa, que<br />

envolvem séries climatológicas<br />

históricas, tipos de solo, comportamento<br />

e exigências da espécie<br />

plantada, cultivares e sistemas<br />

de produção. As classificações de<br />

riscos são de 20%, 30% e 40%.<br />

FINANCIAMENTO - Atender ao<br />

Zarc é requisito obrigatório<br />

para concessão de financiamentos<br />

agropecuários, no âmbito<br />

de crédito rural e acesso ao<br />

Proagro e Proagro Mais. Plantar<br />

dentro dos períodos do Zarc<br />

é obrigatório para quem acessa<br />

a subvenção federal na contratação<br />

de seguros agrícolas. As<br />

seguradoras podem ser mais<br />

restritivas nos períodos ou nos<br />

tipos de solos aceitos para<br />

contratação.<br />

Perguntas e respostas<br />

Por que o Mapa mudou a classificação<br />

de solos?<br />

O Zarc é uma ferramenta técnico-científica<br />

cuja metodologia<br />

foi desenvolvida na década de<br />

1990. A nova classificação dos<br />

solos faz parte de avanços na<br />

metodologia e nos parâmetros. A<br />

estimativa da capacidade de armazenamento<br />

de água é fundamental<br />

para os estudos de riscos<br />

de produção agrícola em modelos<br />

de simulação e planejamento<br />

como o Zarc. A avaliação feita do<br />

volume de Água Disponível (AD)<br />

é onerosa, pois envolve a coleta<br />

de amostras indeformadas e<br />

avaliações por laboratórios especializados.<br />

Essa dificuldade tem<br />

levado os pesquisadores a buscarem<br />

formas indiretas de estimar<br />

a AD do solo. Com a publicação<br />

da nova IN, a classificação foi<br />

simplificada para ser estimada<br />

em função da composição granulométrica<br />

de teores em porcentagem<br />

de areia, de silte e de<br />

argila. Isso permitirá maior<br />

abrangência dos solos enquadrados.<br />

Como se chegou a esse modelo?<br />

Foi baseada na pesquisa “Predição<br />

de água disponível no solo<br />

em função da granulometria para<br />

uso nas análises de risco no Zarc”,<br />

da Embrapa, solicitada pelo<br />

Mapa para melhorias na metodologia.<br />

Quando o novo modo de classificar<br />

os solos será adotado?<br />

Os estudos do Zarc são atualizados<br />

por cultura em nível nacional.<br />

Algumas culturas têm entre três<br />

e cinco anos para serem atualizadas.<br />

Os estudos de Zarc realizados<br />

no formato de três tipos<br />

de solos continuam válidos até<br />

que um novo seja realizado para<br />

a cultura. A primeira cultura que<br />

passará a ter novo formato, para<br />

a safra <strong>2023</strong>/24, será a soja,<br />

cujos resultados foram divulgadas<br />

em dezembro de 2022 para<br />

dar maior previsibilidade para<br />

adaptação ao novo formato.<br />

O que o produtor precisa fazer?<br />

O produtor precisa ter uma análise<br />

granulométrica do solo que<br />

seja representativa da área. Como<br />

para classificar o solo no formato<br />

anterior também é necessário<br />

conhecer os teores de areia,<br />

silte e argila, as análises já existentes<br />

são válidas para classificação<br />

dos solos nos dois formatos<br />

utilizados pelo Zarc. No aplicativo<br />

“Zarc Plantio Certo” é possível<br />

inserir os teores de areia,<br />

silte e argila para classificação<br />

dos solos em seis classes de AD<br />

e no site do Mapa foi disponibilizada<br />

uma calculadora para facilitar<br />

a classificação.<br />

O novo modelo traz que benefícios<br />

ao produtor?<br />

O principal é a melhor indicação<br />

do risco ao qual o produtor está<br />

exposto. Também ocorre uma<br />

maior abrangência dos solos<br />

brasileiros (mais de 90%), pois na<br />

classificação anterior não considerava<br />

solos com teores menores<br />

de 10% de argila, e com mais<br />

de 35% de argila eram enquadrados<br />

em apenas uma classe.<br />

(Texto de autoria de Antônio C. Senkovski,<br />

extraído do Boletim Informativo<br />

Faep/Senar, edição<br />

20/10/2022)<br />

J o rn a l C o ca m a r | 2 3


DIA DA ÁGUA<br />

Proteção de nascentes<br />

Evento em Astorga mostrou trabalho<br />

de proteção e conservação de nascente<br />

e ação de educação ambiental<br />

envolvendo alunos de escola municipal<br />

Em comemoração ao<br />

Dia Mundial da Água, a<br />

<strong>Cocamar</strong> Cooperativa<br />

Agroindustrial, em parceria<br />

com o Instituto de Desenvolvimento<br />

Rural (IDR), Instituto<br />

da Água e Terra (IAT) e Prefeitura<br />

Municipal de Astorga organizou<br />

um evento, no último dia 22 de<br />

março, no Pesqueiro Nossa<br />

Senhora Aparecida, do cooperado<br />

Manoel Lopes Pereira, onde<br />

foi executado o trabalho de proteção<br />

e conservação da primeira<br />

nascente no município dentro da<br />

parceria. O evento foi marcado<br />

também por uma ação de conscientização<br />

e educação ambiental<br />

envolvendo alunos e professores<br />

do quarto ano da Escola<br />

Municipal Alfredo Sofientini.<br />

PARCERIA - A ação faz parte do<br />

projeto, iniciado no ano passado,<br />

de conservação de nascentes<br />

encampado pela <strong>Cocamar</strong> em<br />

parceria do IDR, IAT, Prefeituras<br />

Municipais de toda a área de<br />

ação da cooperativa no Paraná,<br />

São Paulo e Mato Grosso do Sul<br />

e que conta com o apoio da empresa<br />

Ihara. “A água é um recurso<br />

essencial para a vida, mas, finito<br />

em condições ideais de uso se<br />

não for preservada. Ao preservar<br />

as nascentes, estamos garantindo<br />

água de qualidade e em<br />

quantidade para os produtores e<br />

para as comunidades”, afirmou<br />

Bruna Altomani, Analista Ambiental<br />

da <strong>Cocamar</strong><br />

Lideranças presentes no evento e abaixo, José Conti,<br />

da <strong>Cocamar</strong>, com os proprietários do pesqueiro<br />

PROJETO - A <strong>Cocamar</strong> vem fazendo<br />

um levantamento dos cooperados<br />

e produtores em geral<br />

interessados em participar do<br />

projeto que visa recuperar e proteger<br />

nascentes, e da quantidade<br />

de nascentes existentes na região<br />

que poderão ser conservadas.<br />

“Sabemos da importância<br />

desse trabalho e temos conscientizado<br />

e incentivado o envolvimento<br />

de todos os produtores<br />

e da comunidade, fortalecendo<br />

essa parceria que é fundamental<br />

para a proteção do meio ambiente”,<br />

comentou José Conti, gerente<br />

da unidade de Astorga<br />

PROTEÇÃO - Neste trabalho de<br />

proteção, a técnica utilizada é a<br />

de solo-cimento e pedra rachão<br />

ou pedra-ferro, que serve como<br />

uma espécie de filtro instalado no<br />

olho d’água, que protege e garante<br />

a qualidade da água, protege<br />

da erosão e evita a<br />

contaminação da nascente e<br />

ainda aumenta a sua vazão. Segundo<br />

o vice-prefeito de Astorga,<br />

Geovani Conti, presente ao<br />

evento, ações simples como esta<br />

protegem o meio ambiente e beneficiam<br />

toda a comunidade e<br />

com as ações realizadas em parcerias<br />

como a do projeto de proteção<br />

de nascentes, pode-se ir<br />

muito mais longe, potencializando<br />

os resultados.<br />

FONTE DE VIDA - José Jaime de<br />

Lima, gerente da Mesorregião<br />

Noroeste - IDR-Paraná lembrou<br />

que a água é fonte de vida e que<br />

cada um precisa fazer a sua<br />

parte. Já Danielle Teixeira Tortato,<br />

gerente Estadual de Bacias Hidrográficas<br />

e da Diretoria de Saneamento<br />

Ambiental e Recursos<br />

Hídricos do IAT, ressaltou que<br />

todos os ciclos de vida dependem<br />

da água e que esse trabalho<br />

vai garantir que toda comunidade<br />

tenha água de qualidade.<br />

Jo r n a l C o c a m a r | 2 5


AGO<br />

2022 consolida solidez e<br />

maturidade da Unicampo<br />

No ano em que a cooperativa comemorou 30 anos, números expressivos do<br />

balanço evidenciaram a confiabilidade e o profissionalismo dos associados<br />

Mesmo com os<br />

impactos climáticos<br />

na região<br />

sul do país e em<br />

parte do Mato Grosso do Sul, que<br />

afetaram a estimativa de produção<br />

nacional, além do aumento<br />

dos custos de produção agropecuária,<br />

que trouxeram incertezas<br />

ao setor, a Unicampo fechou<br />

2022 com números expressivos,<br />

evidenciando a confiabilidade e o<br />

profissionalismo dos associados,<br />

diz André Carlos Garcia Vilhegas,<br />

diretor presidente da Unicampo.<br />

REFERÊNCIA - “A palavra que<br />

define 2022 é solidez e maturidade.<br />

Comemoramos 30 anos<br />

de grandes realizações e seguimos<br />

sendo referência no mercado<br />

agro, sobretudo quando se<br />

trata de desenvolvimento dos<br />

associados, investimento em<br />

novas tecnologias, oportunidades<br />

de trabalho e na capacitação<br />

A 39ª AGO - Assembleia Geral Ordinária reuniu cerca de 120 cooperados<br />

através de workshops, palestras<br />

e encontros. Para <strong>2023</strong> queremos<br />

intensificar esse trabalho. E,<br />

isso reflete diretamente na finalização<br />

da obra da nova sede da<br />

Unicampo, projeto que está próximo<br />

de ser consolidado, permitindo<br />

que construamos juntos<br />

uma cooperativa cada vez mais<br />

fortalecida nos princípios cooperativistas”,<br />

afirma Vilhegas.<br />

ASSEMBLEIA - O relatório de<br />

gestão com prestação de contas<br />

do ano de 2022, balanço patrimonial<br />

e os planos de atividade,<br />

metas e respectivos orçamentos<br />

de receitas e despesas para<br />

<strong>2023</strong>, destacando os aspectos e<br />

fatos que afetam o futuro da<br />

cooperativa, foram apresentados<br />

pela Unicampo no último dia<br />

25/3, na Associação <strong>Cocamar</strong>,<br />

em Maringá. Com participação<br />

aberta a todos os cooperados<br />

em nível de Brasil, especialmente<br />

do Paraná, Tocantins, Mato<br />

Grosso do Sul, Mato Grosso, São<br />

Paulo e Bahia, a 39ª AGO - Assembleia<br />

Geral Ordinária da cooperativa<br />

de trabalho reuniu cerca<br />

de 120 cooperados.<br />

NÚMEROS - Segundo Vilhegas,<br />

o número de associados atuantes<br />

aumentou 7% no ano, passando<br />

de 3.441 para 3.691, com<br />

destaque para a crescente participação<br />

das mulheres, que passou<br />

de 572 para 641 associadas<br />

atuantes, aumento de 30%. Também<br />

foram recebidos mais 20<br />

novos Tomadores de Serviços. O<br />

crescimento dos associados refletiu-se<br />

no aumento do faturamento<br />

em 30%, de R$ 253,9<br />

milhões em 2021 para R$ 330,7<br />

milhões em 2022.“Como resultado,<br />

conseguimos gerar R$ 4,0<br />

milhões de sobras, R$ 2,4 milhões<br />

de fundo rotativo e capitalizamos<br />

12% de juros na conta<br />

2 6 | Jo r n a l C o c a m a r


capital individual do associado no<br />

valor total de R$ 3,49 milhões,<br />

totalizando R$ 9,9 milhões aos<br />

associados. Esse resultado traz<br />

maior solidez para a Unicampo,<br />

aumentando nosso patrimônio<br />

líquido de R$ 49,3 milhões para<br />

R$ 61,0 milhões, ou seja, 24% a<br />

mais do que em 2021”, aponta<br />

Vilhegas.<br />

AÇÕES - Com o objetivo de manter<br />

os resultados, em 2022 foi<br />

realizada a primeira integração<br />

estratégica com colaboradores e<br />

membros do Conselho de Administração,<br />

com foco no Planejamento<br />

Estratégico da Unicampo.<br />

Também teve início as ações do<br />

Comitê de Ética e Compliance, visando<br />

acompanhar e manter a<br />

ética no trabalho de associados e<br />

colaboradores, e elaboração do<br />

Código de Conduta e do Manual<br />

do Cooperado, do Colaborador e<br />

do Fornecedor. “Nosso compromisso<br />

com o crescimento contínuo,<br />

sustentável e maior agilidade<br />

nos processos nos permitiu<br />

incluir a assinatura eletrônica de<br />

documentos no processo de integração,<br />

filiação e continuidade<br />

em projetos, reduzindo gastos, o<br />

desperdício de tempo e eliminando<br />

os documentos físicos,<br />

tornando a Unicampo modelo<br />

com essa inovação”, comentou o<br />

vice-presidente, Luciano Ferreira<br />

Lopes.<br />

PROJETOS - Para <strong>2023</strong>, a Unicampo<br />

pretende aumentar o número<br />

de oportunidades de<br />

trabalho, atuando em novos negócios<br />

e agregando valor aos<br />

serviços prestados, proporcionando<br />

aumento de receitas, com<br />

geração de resultados aos cooperados,<br />

além de fortalecer a<br />

marca Unicampo, destaca o diretor<br />

secretário Nivaldo Barbosa de<br />

Matos. A atual diretoria planeja<br />

ainda proporcionar melhorias internas<br />

na gestão de projetos e<br />

processos, além de estruturar o<br />

modelo de cocriação de soluções<br />

para projetos e melhorar o processo<br />

de atração e retenção; intensificar<br />

a cultura de segurança<br />

e conscientizar os cooperados;<br />

melhorar o modelo de governança,<br />

promovendo a integração<br />

com os colaboradores e desenvolvendo<br />

lideranças para sucessão;<br />

e desenvolver os cooperados<br />

e colaboradores com foco<br />

nas principais competências.<br />

VALORES - Para Luciano Ferreira<br />

Lopes, a AGO é a oportunidade<br />

para os cooperados expressarem<br />

suas opiniões e ideias, contribuindo<br />

para o futuro da cooperativa.<br />

“A Unicampo tem como<br />

valores fundamentais o desenvolvimento<br />

contínuo, a segurança,<br />

a cooperação, o compromisso<br />

com os resultados, a<br />

transparência e a ética. Esses valores<br />

guiam nossa administração,<br />

visando promover oportunidades<br />

de trabalho e oferecer ganhos<br />

para nossos associados, tomadores<br />

de serviço e parceiros”,<br />

afirma. Por isso, todos os números<br />

e dados do relatório de gestão<br />

de 2022 foram auditados<br />

pelo Conselho Fiscal e por uma<br />

auditoria externa e estão disponíveis<br />

na intranet no canal do<br />

Cooper Uniweb.<br />

CONSELHO FISCAL - No evento<br />

também foi definida a destinação<br />

de sobras apuradas em 2022 e<br />

houve a eleição e posse do Conselho<br />

Fiscal para o próximo período<br />

<strong>2023</strong>/24. Em vez do uso de<br />

cédulas de papel, como normalmente<br />

ocorre, a eleição foi realizada<br />

através do aplicativo Curia,<br />

desenvolvido e amplamente<br />

usado por cooperativas. “O resultado<br />

sai na hora, com total transparência,<br />

eficiência e agilidade”,<br />

comenta o coordenador do Conselho<br />

Fiscal, Rodrigo Pereira Coutinho.<br />

Foram eleitos como efetivos<br />

para a gestão <strong>2023</strong>/24 os<br />

cooperados Josimar Magaiver<br />

Robson Mafioletti: "vida longa à cooperativa"<br />

Gigliori Kraiewski, Marcelo Silva<br />

Gomes e Antonio dos Reis Poscidônio,<br />

tendo como suplentes<br />

Paulo Abarca Carmezini, Mário<br />

Juscelino Prizão e Rafael Gonçalves<br />

da Silva.<br />

PARABÉNS - Presente ao evento,<br />

Robson Mafioletti, superintendente<br />

do Sistema Ocepar,<br />

parabenizou a diretoria da Unicampo<br />

pelos resultados obtidos<br />

e pela transparência de todo trabalho,<br />

desejando vida longa à<br />

cooperativa.<br />

Acesse o QRCode para ver<br />

mais fotos da AGO<br />

Jo r n a l C o c a m a r | 2 7


EXCLUSIVO<br />

Sicredi Dexis oferece<br />

seguro para sistema solar<br />

Como a energia solar é limpa e economicamente viável, a procura tem<br />

aumentado: os contratos ativos de crédito cresceram 28% em 2022<br />

Produtores rurais associados<br />

ao Sicredi contam<br />

com um seguro<br />

exclusivo para placas<br />

solares da Mapfre. O produto, que<br />

está disponível desde o fim de fevereiro<br />

na Sicredi Dexis, tem cobertura<br />

básica diferenciada no<br />

mercado e pode ser acionado de<br />

forma desburocratizada.<br />

COBERTURAS - A cobertura básica<br />

inclui incêndio, queda de raio,<br />

explosão, danos de causa externa,<br />

roubo e furto total, além de vendaval.<br />

De forma adicional, pode<br />

ser contratada a cobertura de<br />

danos elétricos.<br />

DIFERENCIAL - Outro diferencial,<br />

segundo o assessor de seguros<br />

da Sicredi Dexis Alexandre Keiji, é<br />

que para indenização de até R$<br />

300 mil, a contratação é feita por<br />

risco absoluto, ou seja, sem aplicação<br />

de cláusula de rateio em<br />

caso de acionamento por sinistro.<br />

Até este valor também é dispensada<br />

a inspeção prévia para aceitação<br />

do risco. Outra vantagem é<br />

que há a possibilidade da contratação<br />

feita individualmente para<br />

placas instaladas em estruturas<br />

de solo ou em benfeitorias passíveis<br />

de aceitação.<br />

EXCLUSIVO - O seguro é exclusivo<br />

para sistemas em propriedades<br />

rurais e o pagamento do<br />

prêmio pode ser parcelado em<br />

dez vezes sem juros no boleto,<br />

débito em conta e cartão de crédito.<br />

Para conhecer mais sobre o<br />

produto e fazer cotação, é preciso<br />

ser associado da Sicredi Dexis e<br />

procurar uma das 111 agências<br />

da cooperativa no Paraná e em<br />

São Paulo.<br />

FINANCIAMENTO SOLAR - Os<br />

produtores que ainda não têm<br />

sistema de energia solar contam<br />

um programa exclusivo da Sicredi<br />

Dexis, o Energia da União, que<br />

também movimenta a economia<br />

local. Isso porque quem compra<br />

as placas solares de um dos mais<br />

de 300 fornecedores credenciados<br />

tem acesso à taxa de juros<br />

mais barata.<br />

PROGRAMA - Em contrapartida,<br />

esses fornecedores destinam<br />

um percentual para o programa<br />

A União Faz a Vida, que oferece<br />

uma metodologia que incentiva o<br />

protagonismo do aprendizado –<br />

o programa já recebeu quase R$<br />

1 milhão por meio do Energia da<br />

União.<br />

PROCURA MAIOR - Como a<br />

energia solar é limpa e economicamente<br />

viável, a procura tem aumentado:<br />

os contratos ativos de<br />

crédito solar na Sicredi Dexis cresceram<br />

28% em 2022. Foram<br />

1.224 novos contratos. No mesmo<br />

período, a carteira de energia<br />

solar aumentou de R$ 160 milhões<br />

para R$ 180 milhões.<br />

2 8 | Jo r n a l C o c a m a r


MEMÓRIA<br />

O que fazemos em vida,<br />

ecoa pela eternidade<br />

Em memória daqueles que deixaram seu legado na história da <strong>Cocamar</strong>, falecidos entre 20/02/<strong>2023</strong> e 20/03/<strong>2023</strong>


3 0 | Jo r n a l C o c a m a r


J o r na l C o ca m a r | 3 1

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