SCMedia News | Revista | Março 2023

SCM Supply Chain Magazine 15
é imperativo manter uma temperatura
adequada para evitar perdas e contaminações.
No entanto, a tarefa não é fácil e exige
um controlo rigoroso e constante através,
nomeadamente, da captura de dados.
Mas como garantir que esses dados são
efetivamente úteis e relevantes? Como
processá-los e tomar decisões oportunas?
E como garantir a sua disponibilidade em
tempo real? Para Carlos Vicente do Souto,
managing director na Vitacress Portugal, a
cadeia de frio é particularmente desafiadora
já que “somos uma empresa verticalizada,
ou seja, nós cultivamos a maior parte dos
nossos produtos e nessa parte, da agricultura,
trabalhamos praticamente a céu aberto na
região de Odemira. Enfim, estamos expostos
completamente aos climas”. Desta forma,
a empresa tem investido em sistemas que
permitem controlar a temperatura desde
o momento da entrega até a expedição do
produto. “Durante todo esse processo que
é um processo longo e complexo, tentamos
obter todas as informações possíveis.
Temos sistemas que nos permitem controlar
a temperatura desde o intake durante
todo o processo de segregação, lavagem,
embalamento e expedição”, explicou Carlos
Vicente do Souto. Por sua vez, Bruno Faneco,
administrador na Sogenave, refere que “o que
está aqui em causa não é quando o produto
chega à Azambuja ou às nossas instalações, é
o que aconteceu antes de ele ter vindo e o que
acontece depois de ele sair ou o que acontece
nas transições que, normalmente, são esses
os pontos críticos de controlo que nós muitas
vezes não dominamos”. Assim, segundo o
responsável, é preciso estabelecer um padrão
de temperatura que permita a todos trabalhar
da mesma forma, “nós recebemos um produto
na Sogenave e não sabemos a traçabilidade
da temperatura e a esse nível acho que se
desenvolveu muito pouco".
DA AUTOMAÇÃO
AO FATOR HUMANO
De acordo com Arménio Mendes, country
manager da Dr. Oetker Portugal, a falta de mão
de obra tem sido um problema crescente na
área da logística, especialmente em setores