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Biomais_56Web

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Entrevista:<br />

Presidente da ABGD, sobre os avanços da geração distribuída de energia<br />

ENERGIA SUSTENTÁVEL<br />

AS VANTAGENS DO CAVACO DE<br />

MADEIRA, UMA BIOMASSA COM<br />

ALTO PODER ENERGÉTICO<br />

INVESTIMENTO<br />

PIRÂMIDE SOLAR É INSTALADA<br />

EM ANTIGO ATERRO SANITÁRIO<br />

INOVAÇÃO<br />

EMPRESA DE SANEAMENTO INVESTE<br />

NA GERAÇÃO DE BIOGÁS


SUMÁRIO<br />

06 | EDITORIAL<br />

O avanço da energia<br />

sustentável<br />

08 | CARTAS<br />

10 | NOTAS<br />

20 | ENTREVISTA<br />

26 | PRINCIPAL<br />

30 | INVESTIMENTO<br />

Capital sustentável<br />

34 | INOVAÇÃO<br />

Esgoto vira energia<br />

38 | TECNOLOGIA<br />

Investimento em energia solar<br />

42 | ARTIGO<br />

48 | AGENDA<br />

50 | OPINIÃO<br />

Etanol, RenovaBio e captura de<br />

carbono em biorrefinarias: o<br />

tripé para emissões neutras<br />

04 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

A foto da capa é da Enebra Energia,<br />

empresa que está contribuindo<br />

para o crescimento no setor de<br />

cavaco para biomassa.<br />

O AVANÇO DA<br />

ENERGIA SUSTENTÁVEL<br />

A<br />

edição da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS traz como reportagem principal o crescente mercado<br />

do aproveitamento de cavaco para biomassa no país. O crescimento da geração distribuída<br />

de energia é o tema da entrevista exclusiva com o presidente da ABGD (Associação<br />

Brasileira de Geração Distribuída), Guilherme Chrispim, que atua há 8 anos na área e fala sobre<br />

os avanços e desafios do setor. A edição também traz reportagens especiais sobre os investimentos<br />

em energia renovável feitos pela Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) e pela prefeitura de<br />

Curitiba (PR), que inaugurou recentemente, a Pirâmide Solar do Caximba, além de informações sobre a<br />

área de biomassa e bioenergia. Uma ótima leitura!<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO X - EDIÇÃO 56 - ABRIL 2023<br />

Diretor Comercial<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação<br />

Gisele Rossi<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

(criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Mídias Sociais<br />

Cainan Lucas<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Dep. Comercial<br />

Gerson Penkal - Carlos Augusto<br />

(comercial@revistabiomais.com.br)<br />

Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Dep. de Assinaturas<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

Veículo filiado a:<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e<br />

independente, dirigida aos produtores e consumidores de<br />

energias limpas e alternativas, produtores de resíduos para<br />

geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa,<br />

estudantes universitários, órgãos governamentais, ONG’s,<br />

entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se<br />

responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes<br />

materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização,<br />

reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados,<br />

sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras<br />

criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente<br />

proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

06 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CARTAS<br />

CARBONO NEUTRO<br />

A JOTA EDITORA está de parabéns, tentando buscar cada vez mais a sustentabilidade.<br />

Lucas Marques - Curitiba (PR)<br />

Foto: divulgação<br />

ARTIGO<br />

Em longo prazo essa geração de energia pode ser muito útil, até para a sustentabilidade, dando um novo rumo para o lixo.<br />

João Novakoski - Desterro (PB)<br />

ENTREVISTA<br />

Muito legal essa entrevista, podemos ver que é uma pessoa que tem muito conhecimento falando, passa muita<br />

confiança.<br />

Wesley Matos - Rio de Janeiro (RJ)<br />

PRINCIPAL<br />

Interessante essa ideia do aproveitamento de biomassa, pois muitas empresas não<br />

sabem o que fazer com os resíduos e acaba virando um empecilho para a indústria.<br />

Gabriel Liang - Blumenau (SC)<br />

Foto: divulgação<br />

www.revistabiomais.com.br<br />

na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

@revistabiomais<br />

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Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

CRESCIMENTO DO MERCADO DE PELLETIZAÇÃO<br />

O Congresso do Pinus Sul Brasil e<br />

a TechForestry – III Feira de Tecnologia<br />

para Indústria da Madeira e Floresta,<br />

que aconteceu no final de março, no<br />

Centroserra Convention Center, em<br />

Lages (SC), reuniu importantes empresas<br />

do setor. A Gell Techno Solutions,<br />

empresa pioneira em tecnologia robusta<br />

e na solução turkney foi uma das<br />

participantes do evento que teve como<br />

foco principal a atualização tecnológica<br />

do plantio ao processamento do pinus,<br />

além de discutir a evolução da espécie<br />

no sul do Brasil, e incentivar o fomento<br />

e o plantio, com tecnologia para maior<br />

produtividade florestal. A realização do<br />

congresso foi considerada um marco<br />

para motivar o setor e fortalecer as<br />

indústrias do ramo madeireiro. Equipamentos<br />

de pelletização expostos pela<br />

Gell Techno Solutions na feira foram<br />

uma das atrações. “Todo e qualquer<br />

subproduto tem seu gap econômico, mas o<br />

pellet, hoje, é um co-produto no mercado.<br />

O Brasil hoje já figura-se no mapa mundi.<br />

O volume produzido em 2022 foi de 1,3<br />

milhões de toneladas e a estimativa para<br />

2023 é de uma produção de 2 milhões de<br />

toneladas de pellets”, projetou Joel Rosa,<br />

diretor da Gell Techno Solutions. O equipamento<br />

da empresa fornece uniformização<br />

da granulometria, e a partir desse processo<br />

tem a transformação da biomassa, que é<br />

a pelletizadora. “É um mercado que vem<br />

crescendo. Hoje são 60 empresas pelletizadoras<br />

registradas no Brasil. Realmente é<br />

um mercado ascendente, já se tratando de<br />

uma comodities, com o apelo ecológico que<br />

o pelletes têm hoje. Isso é uma tendência.<br />

Estamos onde, no cenário com valor agregado,<br />

a matéria-prima está estabilizada e o<br />

produto está sendo consumido e o pellet<br />

entra na recomposição de caixa. Trabalhamos<br />

em um subproduto agregando valor<br />

e transformando em co-produto, e isso é<br />

interesse hoje para o investidor”, salientou<br />

Joel Rosa. A Gell Techno Solutions tem uma<br />

linha completa de máquinas para biomassa<br />

sendo referência no setor.<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

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NOTAS<br />

INVESTIMENTO EM ALTO MAR<br />

Com 7,5 mil km (quilômetros) de costa litorânea, o Brasil tem grande potencial para ampliar a geração de energia<br />

eólica em alto mar, chamada offshore. O sistema de energia eólica offshore é a fonte de energia limpa e renovável que<br />

aproveita a força do vento que sopra em alto mar. Para explorar ao máximo esse recurso, são desenvolvidas megaestruturas<br />

assentadas sobre o leito marinho. O coordenador de gestão de geradores da Trinity Energias Renováveis, Gustavo<br />

Moraes, afirma que as hélices por meio do sistema offshore alcançam uma velocidade maior e mais constante devido<br />

à inexistência de barreiras, diferente da modalidade onshore, em terra. “As máquinas, os aerogeradores, nos projetos<br />

onshore, as mais recentes chegam a até potências próximas do 6 MW a 8 MW (megawatt), cada um dos aerogeradores.<br />

Quando a gente levar isso para o offshore, a gente consegue trabalhar com potências muito maiores, na faixa dos<br />

12 MW. Tem máquina mais recente que chega até 15 MW”, explica Gustavo. Os ventos que sopram na costa brasileira<br />

são propícios para a instalação da energia eólica offshore. Com o objetivo de zerar as emissões de GEE (gases do efeito<br />

estufa) até 2050, a Petrobras já tem o planejamento estratégico para implementação de energia eólica offshore entre os<br />

anos de 2023 e 2027. Os estudos aprofundados das áreas já estão sendo feitos. Testes em parceria com os Senai do Rio<br />

Grande do Norte e de Santa Catarina estão sendo desenvolvidos. A ideia é que as estruturas de geração de energia pelo<br />

mecanismo sejam montadas perto das plataformas de petróleo já existentes em locais próximos à costa. Como explica<br />

o economista especialista em gestão de negócios Rica Mello: “O Brasil acaba ficando em uma posição muito privilegiada,<br />

como uma das, provavelmente, duas ou três maiores potências de energia eólica do mundo. E na energia eólica<br />

offshore ainda, por ter essa costa tão grande, por já ter essas plataformas de petróleo, por já ter uma certa infraestrutura<br />

próxima dos lugares onde seriam colocadas de energia eólica. Isso faz com que a gente tenha um potencial enorme,<br />

não só de produzir energia para o nosso país, mas também para exportar essa energia”, aponta Rica.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

ITAIPU BINACIONAL QUITA DÍVIDA<br />

A Itaipu Binacional quitou no final do mês de fevereiro as últimas parcelas da dívida contraída para a construção da hidrelétrica,<br />

e assim tornou-se uma empresa amortizada. Os últimos pagamentos foram destinados à Eletrobras e ao BNDES (Banco Nacional de<br />

Desenvolvimento Econômico e Social) e somaram US$ 115 milhões. Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW (megawatts) de potência<br />

instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 2,9 bilhões<br />

de MWh. Nos últimos 12 meses, foi responsável por 8,6% do suprimento de eletricidade do Brasil e 86,3% do Paraguai. O valor da dívida<br />

contraída para o empreendimento hidrelétrico de Itaipu foi de US$ 63,3 bilhões, recurso empregado para que toda a infraestrutura<br />

necessária pudesse sair do papel, incluindo desapropriação de terras, construção de casas e pagamento das empreiteiras. Desse<br />

total, US$ 35,4 bilhões foram pagos a título de amortização de empréstimos e financiamentos e US$ 27,9 bilhões como encargos<br />

financeiros. Os governos do Brasil e do Paraguai desembolsaram o valor necessário para compor o capital social da empresa, de US$<br />

100 milhões, metade de cada país. Com a quitação da dívida abre-se caminho para a renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu,<br />

que estabelece as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade da usina. As negociações vão envolver os governos<br />

do Brasil e do Paraguai e devem começar em agosto deste ano.<br />

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PRATICIDADE,<br />

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NOTAS<br />

BRASIL ENTRE OS MAIORES DE ENERGIA SOLAR<br />

Com base em dados da IRENA (Agência Internacional de Energias Renováveis), o Brasil entrou, pela primeira vez,<br />

na lista dos dez países com maior potência instalada acumulada da fonte solar fotovoltaica. O país encerrou 2022<br />

com 24GW (gigawatts) de potência operacional solar e assumiu, de forma inédita, a oitava colocação no ranking<br />

internacional. Os dados consideram a somatória das grandes usinas solares com os sistemas de geração própria<br />

solar de pequeno e médio portes, em telhados e fachadas de edifícios e também em pequenos terrenos, com base<br />

na potência total acumulada ao final de 2022. De acordo com o mapeamento, a oitava colocação do Brasil é fruto<br />

dos cerca de 10 GW adicionados no ano de 2022. Com isso, apenas no ano passado, o setor solar atraiu mais de R$<br />

45,7 bilhões de novos investimentos, crescimento de 64% em relação aos valores financeiros acumulados até o final<br />

de 2021 no país. Ao analisar a capacidade instalada acumulada da tecnologia solar entre 2021 e 2022, o Brasil subiu<br />

cinco posições no ranking mundial da fonte fotovoltaica no período, saindo da 13ª colocação em 2021 para a oitava<br />

em 2022. O ranking é liderado pela China (392 GW), seguida pelos EUA (Estados Unidos da América) - 111 GW -,<br />

Japão (78,8 GW), Alemanha (66,5 GW) e Índia (62,8 GW).<br />

C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

MY<br />

CY<br />

CMY<br />

K<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

MATO GROSSO SE CONSOLIDA NA<br />

PRODUÇÃO DE ETANOL<br />

O Estado do Mato Grosso se consolida cada vez mais<br />

como um dos principais produtores de etanol do país e<br />

já ocupa o terceiro lugar no ranking de maior fabricante<br />

do biocombustível, ficando atrás apenas de São Paulo e<br />

Goiás. Para a próxima safra, a estimativa é que sejam gerados<br />

5,3 bilhões de litros, o que representa o aumento<br />

de mais de um bilhão de litros em relação ao produzido<br />

na última colheita. Atualmente, segundo dados apresentados<br />

pelas indústrias de bioenergia do Estado, cerca<br />

de 75% da produção de etanol do Mato Grosso é de<br />

milho. Na safra passada foram registrados 3,2 bilhões,<br />

sendo que a previsão é de que este número alcance<br />

o patamar de 4,2 bilhões de litros na safra 2023/2024.<br />

Quanto ao etanol de cana-de-açúcar, foram 1,075 bilhão<br />

de litros produzidos e, para a próxima safra, o esperado<br />

é de 1,1 bilhão de litros. Os dados, conforme o vice-governador<br />

Otaviano Pivetta, são surpreendentes. “O que<br />

aconteceu de 2015 a 2022 foi nada mais do que crescer dez vezes a produção de etanol. O Estado está acompanhando e procurando<br />

facilitar em tudo que é seu papel, além de criar condições para que novos investimos se estabeleçam.”<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

NOVAS USINAS ENTRAM EM OPERAÇÃO<br />

A matriz elétrica brasileira fechou o primeiro trimestre de 2023 com uma expansão de 2.746,5 MW (megawatts) – o dobro do<br />

crescimento de 1.367 MW verificado no mesmo período de 2022. Até 31 de março, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)<br />

registrou a entrada em operação comercial<br />

de 82 usinas, sendo 44 eólicas (1.485 MW), 23<br />

solares fotovoltaicas (920,2 MW), 10 termelétricas<br />

(278,1 MW), quatro pequenas centrais<br />

hidrelétricas (59,8 MW) e uma central geradora<br />

hidrelétrica (3,4 MW). Plantas solares e<br />

eólicas representam, juntas, 87,6% da capacidade<br />

instalada no ano. As usinas com operação<br />

iniciada este ano estão localizadas em<br />

treze Estados de quatro regiões brasileiras.<br />

Em ordem decrescente, apresentam maiores<br />

resultados até o momento os Estados de Minas<br />

Gerais (827,7 MW), Rio Grande do Norte<br />

(666,4), Bahia (501,6 MW) e Piauí (276,4 MW).<br />

Conforme dados do SIGA (Sistema de Informações<br />

de Geração da ANEEL) o Brasil somou<br />

191.323,9 MW de potência fiscalizada até 31<br />

de março, desse total em operação, 83,6%<br />

das usinas são consideradas renováveis.<br />

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Nova planta produzindo Pellets com<br />

biomassa de casca de arroz


ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

GUILHERME<br />

CHRISPIM<br />

Formação: formado em Economia pela<br />

Universidade Federal de Juiz de Fora<br />

(MG). Mestre em Administração de<br />

Empresas pelo MADE (RJ). Há 8 anos atua<br />

no mercado de energias renováveis e<br />

eficiência energética com experiências em<br />

mercados e empresas do Brasil, América<br />

Latina e Europa.<br />

Cargo: presidente executivo da ABGD<br />

(Associação Brasileira de Geração<br />

Distribuída)<br />

O CRESCIMENTO DA<br />

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA<br />

A<br />

ABGD completa 8 anos de atuação em setembro de 2023. Apesar de pouco tempo, a associação<br />

já fez muito pelo setor e continua investindo em iniciativas para fomentar e expandir a GD<br />

(geração distribuída) de energia no país. Em janeiro de 2022, Guilherme Chrispim, foi eleito<br />

para assumir a presidência executiva da ABGD para o período de 2022-2023. Antes, entre 2020<br />

e 2021, já havia presidido o conselho da associação. Com mais de 25 anos de experiência de mercado, principalmente<br />

na área comercial de empresas nacionais e multinacionais, nesta entrevista exclusiva para a Revista<br />

REFERÊNCIA BIOMAIS, Guilherme fala das ações da ABGD, sobre o crescimento da geração distribuída<br />

que neste ano deve acrescentar cerca de 8 GW (gigawatts) de potência instalada no sistema, e os desafios<br />

colocados pela nova regulamentação, que instituiu o marco legal da micro e minigeração de energia.<br />

20 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Como surgiu a ABGD?<br />

A ABGD nasceu em 2015. E porque ela<br />

nasceu? Já havia a Absolar (Associação Brasileira<br />

da Energia Solar Fotovoltaica), que faz 10 anos<br />

em 2023. Só que a Absolar não olhava para o<br />

telhado com placas fotovoltaicas, para o pequeno<br />

produtor de energia. Ela tem um olhar para<br />

grandes projetos, como a associação da eólica<br />

olha para as usinas eólicas. Na época tinha mais<br />

usinas de energia fotovoltaica do que placas<br />

nos telhados de casas, empresas, comércios. A<br />

geração distribuída se sentia órfã e um grupo<br />

de empresários resolveu criar a ABGD. Mas a GD<br />

(geração distribuída), como conceito e aplicabilidade,<br />

nasce efetivamente em 7 de abril de 2012<br />

quando é validado pela ANEEL (Agência Nacional<br />

de Energia Elétrica) a resolução 482. Não estou<br />

dizendo sobre o sistema fotovoltaico, pois já existiam<br />

módulos de fotovoltaico nessa data. Com<br />

a resolução, foi criada a base para o que a gente<br />

conhece hoje como GD. Em 2015 veio a resolução<br />

687, importante, porque abriu ainda mais a<br />

possibilidade para GD no Brasil.<br />

Como explicar a potência instalada pela<br />

GD no sistema elétrico brasileiro em tão pouco<br />

tempo?<br />

Acho interessante, um marco de 10 anos de<br />

GD que completou em 2022. Do início da GD em<br />

2012 até 2017, na metade do caminho, ao longo<br />

de 5 anos tinha acumulado 240 MW (megawatts).<br />

Foram 5 anos para a GD chegar em 240 MW e nos<br />

outros 5 anos, de 2017 até 2022 chegamos em<br />

18 GW. Não sei nem explicar. Hoje, os 5 primeiros<br />

anos a gente faz em uma semana em GD. É<br />

muita coisa. Aí a gente vê, que hora que a chave<br />

virou? Acho que em 2018 começa a ter números<br />

que impactavam. Foi 2 GW (gigawatts) de GD ao<br />

longo do ano, e daí foram 3 anos consecutivos de<br />

crescimento. A GD foi a fonte que mais colocou<br />

potência no sistema elétrico brasileiro. Em 2022<br />

se somar todas as fontes renováveis não dá o que<br />

a GD colocou: quase 8 GW. A energia solar é hoje<br />

a segunda fonte de potência no Brasil e é por<br />

conta dos telhados com placas fotovoltaicas, da<br />

empresa, do microempreendedor, principalmente.<br />

Na sua avaliação qual foi o incentivo para<br />

crescer a GD no Brasil?<br />

É natural que no início se gerava menos energia,<br />

com menos conhecimento e número menor<br />

de fornecedores. Hoje se tornou mais acessível,<br />

barateou. A crise energética no radar, o discurso<br />

em prol de energias renováveis, energia limpa,<br />

colaborou para o crescimento. E outro ponto fundamental<br />

foi o setor financeiro. Quando o setor<br />

financeiro entrou no jogo fez muita diferença. Em<br />

geral se leva 4 anos, 5 anos para pagar uma instalação,<br />

então, quando abriu financiamento, teve<br />

uma enxurrada de projetos, dinheiro emprestado,<br />

ficou mais barato para investir, isso ajudou<br />

a expansão. Em 2022 caiu um pouco. O ano de<br />

2021 foi de muito crescimento. A GD colocou 4<br />

GW no sistema, colocou 10% mais que a eólica, e<br />

56% dos sistemas fotovoltaicos foram financiados.<br />

Já em 2022, a GD colocou 7,4 GW, mas somente<br />

22% do sistema foi financiado, então houve uma<br />

redução significativa. A taxa de juros começou<br />

a ficar mais alta, a inadimplência de uma forma<br />

geral aumentou, o financiamento é um ponto<br />

crítico, seja para o distribuidor, para o fabricante.<br />

É uma cadeia e o custo financeiro começou a ficar<br />

alto, mas ainda há crescimento.<br />

Recentemente a ANEEL regulamentou a<br />

micro e minigeração distribuída por meio da<br />

lei 14.300/2022. Para ABGD, quais os principais<br />

A GD foi a fonte que<br />

mais colocou potência<br />

no sistema elétrico<br />

brasileiro. A energia solar<br />

é hoje a segunda fonte de<br />

potência no Brasil<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

21


ENTREVISTA<br />

benefícios para o setor com esta regulamentação?<br />

Particularmente acho que a ANEEL errou na<br />

forma, ela trouxe nova discussão, que na verdade<br />

era para ela ter apaziguado. A lei foi promulgada<br />

em 7 de janeiro de 2022, depois de muita<br />

conversa, se chegou em uma lei de consenso e<br />

ficaram alguns pontos para serem definidos pela<br />

agência reguladora, no caso ANEEL, que ia dizer<br />

como ia ser, mas já tinha ali um ponto de partida.<br />

Eles trouxeram alguns elementos novos que nos<br />

surpreenderam.<br />

Poderia explicar os pontos mais críticos?<br />

No caso do B Optante, por exemplo. Tá na lei,<br />

é regra. Antes tinha que cumprir um requisito,<br />

agora tem que cumprir três requisitos para poder<br />

ser B Optante, porque a ANEEL determinou. Já é<br />

um erro grave, e mais, isso vai funcionar mesmo<br />

para quem, quando fez o seu projeto lá atrás, e<br />

optou por ser B Optante. Agora ele vai ter que<br />

mudar característica do projeto que ele fez. Aí não<br />

dá. Porque quando a pessoa fez o investimento a<br />

regra não era essa. A pessoa pode até fazer essa<br />

loucura daqui para frente. Mas a ANEEL disse que<br />

agora vai ser assim. Quem quiser ser B Optante<br />

tem que se enquadrar. Vai ter questionamento. A<br />

judicialização na própria ANEEL e nas distribuidoras.<br />

Porque, como falei, compra-se um carro com<br />

determinada característica, e de repente falam:<br />

carro com carburador não pode andar mais. A lei<br />

tem que ser tipo não pode fabricar mais, porque<br />

quando comprei não tinha essa regra e mudar a<br />

regra depois de estabelecida é ruim.<br />

Quais seriam outras questões que a ANEEL<br />

não apaziguou com a nova norma?<br />

Outra questão é agora taxar também a microgeração,<br />

outro ponto que acho um absurdo.<br />

A força da GD está na microgeração, 85% da<br />

potência de 18 GW hoje, vem do telhadinho, da<br />

mercearia, da padaria, do agronegócio pequeno.<br />

E agora vai pagar demanda contratada. As<br />

pessoas que geram sua própria energia na hora<br />

que fizer a troca com a rede de distribuição ela<br />

vai ter que pagar essa demanda. Ela vai ter que<br />

pagar a energia que ela manda para rede e o que<br />

pega de volta, porque eles estão entendendo<br />

que a pessoa tá usando a rede para mandar e<br />

pegar de volta. Isso já tinha sido apaziguado que<br />

é adequado pagar só o fio B mas não pagar para<br />

mandar e pegar de volta. Acho errado, porque<br />

há um beneficio enorme para a distribuidora. Por<br />

exemplo, hoje entrego para a distribuidora mais<br />

de 55% do que consumo, estou juntando crédito,<br />

pode ser que use um dia ou não. Acontece que<br />

essa energia que disponibilizei para a distribuidora,<br />

ela vendeu para o meu vizinho a preço cheio,<br />

ou seja, ela não fez investimento nenhum, zero,<br />

ela usou uma energia que é minha, tudo bem, a<br />

regra é essa mesmo, só que a pessoa se apropriou<br />

desse recurso agora para me devolver um dia,<br />

porque tem que devolver. Mas pode ser que eu<br />

mude, se mudar para outra distribuidora, não<br />

consigo levar o crédito. Com quem fica o crédito?<br />

Com a pessoa. Não tenho nem a possibilidade de<br />

dizer, olha dá meu crédito para o meu vizinho.<br />

Não, essa energia que gerei e entreguei para a<br />

distribuidora fica presa à unidade consumidora.<br />

Acho que houve um desequilíbrio. Acho que<br />

viram esse crescimento da GD, é um crescimento<br />

que impressiona, e estão tentando achar uma<br />

forma de diminuir este crescimento.<br />

Faltou clareza na nova norma?<br />

Com relação a divisão de usinas conseguiu<br />

apaziguar, cada distribuidora criou um critério<br />

para entender o que era divisão de usina. Mas não<br />

há clareza sobre o limite de potência. Em Minas<br />

A ANEEL fala que é<br />

a favor da GD, fez<br />

uma resolução boa<br />

lá atrás, mas agora,<br />

com a nova resolução<br />

pode vir a ter<br />

questionamentos<br />

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ENTREVISTA<br />

Gerais, por exemplo, tinha limite de potência de<br />

5 MW, agora mudou para até 3 MW. Dai surgem<br />

questões como: pode pegar usina de 100 MW<br />

e dividir para poder ficar no limite para ter os<br />

benefícios da GD? Não, não pode fazer isso. Pode<br />

ter uma usina de 3 MW do lado da outra? Pode.<br />

De quem é uma, e de quem é a outra? Não tem<br />

critério objetivo. O impacto energético, tem esses<br />

desafios, o sentimento nosso é que o discurso é<br />

diferente da prática. A ANEEL fala que é a favor<br />

da GD, fez uma resolução boa lá atrás, mas agora,<br />

com a nova resolução pode vir a ter questionamentos.<br />

A ABGD possui várias ações para fomentar<br />

o setor. Falta esclarecimentos sobre a GD para<br />

a sociedade de uma forma geral?<br />

Nesse chapéu da associação a gente tem<br />

alguns propósitos que precisam ser desenvolvidos,<br />

precisam ser feitos, porque tem muitas<br />

dúvidas com relação a GD como, por exemplo, se<br />

precisa de bateria, se vai esquentar a água, se a<br />

distribuidora vai permitir que gere minha própria<br />

energia. Não cabe à distribuidora permitir, tem a<br />

lei da ANNEL, que permite e regulamenta. Então<br />

fomos para rua explicar. É um desafio ainda hoje<br />

contar como funciona a GD. Uma das ações é o<br />

Road Show que na primeira edição rodou 32 mil<br />

km (quilômetros), foram mais de 1.600h (horas)<br />

de curso de capacitação, mais de 60 cidades, 4<br />

mil pessoas passaram pelo curso. Outro exemplo<br />

é o programa setorial de qualidade, lançado este<br />

ano, e é fundamental também. Porque lá no início<br />

não tinha tantos fornecedores de módulos, de<br />

inversores, de cabos, eram poucos, o mercado naturalmente<br />

cresceu e chamou atenção, em volume<br />

o Brasil deve ser o quarto mercado hoje. Eram<br />

poucas marcas, de repente tem 80, 70 marcas de<br />

inversores e dai tem de tudo, de marcas reconhecidas<br />

e outras desconhecidas. E o discurso comercial<br />

de que é tudo igual, mas tem muita diferença<br />

entre um e outro. Por isso criamos uma forma de<br />

validar isso, de checar esse equipamento. Porque<br />

estamos expondo as pessoas a risco. A própria<br />

ABGD News, é uma plataforma que a gente criou<br />

também para informar o mercado que pode ser<br />

acessada pelo nosso site (www.abgd.com.br).<br />

A ABGD criou recentemente o Conselho<br />

Empresarial. Qual o objetivo deste conselho?<br />

Este projeto do Conselho Empresarial foi para<br />

aproveitar o potencial de pessoas da associação<br />

e que vive o mercado dia a dia, seja o fabricante<br />

de carro, a empresa de equipamento, o empreendedor<br />

que desenvolve projetos maiores.<br />

São pessoas que vivem o mercado e a ideia foi<br />

trazê-los, com alguma periodicidade, presencial e<br />

uma vez híbrida, para que possam trazer a visão<br />

delas de negócios e ouvir os problemas, pois é<br />

uma das diretrizes de uma associação também<br />

fomentar negócios, ajudar que as empresas<br />

possam fazer negócios, ouvir quem está vivendo<br />

o setor. Se o setor não falar, a gente não vai saber<br />

dos problemas.<br />

Qual expectativa para o futuro da GD?<br />

O desafio da transição energética está apresentado<br />

para todos nós, tem uma hora que pode<br />

reduzir a expansão, mas a questão é que esse<br />

conceito de gerar sua própria energia, o conceito<br />

é muito forte. Cedo ou tarde as pessoas vão ter<br />

isso, o mercado vai achar um jeito. A tendência é<br />

estar cada vez mais eletrificado, com mais aparelhos<br />

elétricos. Mobilidade e geração vão andar de<br />

mãos dadas. As distribuidoras, acho que algumas<br />

já perceberam isso, estão tentando alongar esse<br />

sofrimento. Hoje deveriam oferecer mais serviços,<br />

pensar em como participar deste negócio, mas<br />

estão tentando manter o status quo.<br />

É um desafio ainda<br />

hoje contar como<br />

funciona a GD. Se<br />

o setor não falar, a<br />

gente não vai saber<br />

dos problemas<br />

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Você sabia que<br />

facas bem<br />

afiadas garantem:<br />

• Qualidade no cavaco<br />

• Maior produtividade do picador<br />

• Menor consumo de combustível<br />

• Aumento da vida útil do rotor<br />

• Evita quebras de embreagem do picador<br />

• Diminui as pausas para setup<br />

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faz toda a diferença!<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS


PRINCIPAL<br />

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CAVACO DE<br />

MADEIRA<br />

BIOMASSA COM ALTO PODER<br />

ENERGÉTICO E BAIXO CUSTO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

P<br />

odemos dizer que as grandes plantações de<br />

pinus e eucalipto se tornaram uma espécie<br />

de florestas de energia, devido a utilização de<br />

seus resíduos que contribuem para a redução<br />

de CO2 (gás carbônico) na atmosfera. O cavaco de<br />

madeira é um desses produtos que tem ganhado o<br />

mercado. Eficiente produtor de energia e com fácil<br />

armazenamento, o cavaco de madeira é uma biomassa<br />

que tem sido muito utilizada para gerar energia<br />

térmica em diferentes indústrias, por meio da queima<br />

em caldeira.<br />

Com baixo custo de mercado, alta produtividade<br />

em gerar energia para caldeiras e ainda sendo um<br />

material sustentável, o cavaco de madeira se tornou<br />

um importante combustível nestes tempos em que<br />

reduzir a emissão de CO2 e praticar ações mais sustentáveis<br />

tem se tornado cada vez mais importante.<br />

Devido a quantidade de energia liberada em sua<br />

queima, que pode ser resumida em calor, o cavaco é<br />

utilizado como combustível nas fornalhas das caldeiras,<br />

que produzem vapor em alta pressão e temperatura,<br />

alimentando turbogeradores e produzindo<br />

energia elétrica de forma eficiente e com baixo custo<br />

operacional.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

27


PRINCIPAL<br />

COMO SE OBTÉM<br />

O cavaco é gerado por meio da trituração em picadores<br />

de faca e/ou martelos, resíduos de serrarias, e<br />

ponteiras de árvores de eucalipto, pinus, acácia-negra,<br />

entre outras espécies. A partir da colheita de florestas<br />

destinadas ao mercado madeireiro e de reflorestamento<br />

é retirado após a derrubada das árvores e a<br />

separação em toras, que são por sua vez picadas e<br />

transformadas em cavaco.<br />

Para se obter cavaco de madeira de qualidade é<br />

preciso se atentar ao tipo de corte, ao tronco granulometria<br />

e quantidade de insumos, como galhos e<br />

folhas. E ainda observar o período de secagem, que,<br />

normalmente, deve ser entre quatro a seis meses,<br />

sem ramos e folhas, antes do seu destroçamento ou<br />

picagem.<br />

Este tipo de biomassa é cultivado em larga escala<br />

nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, e colabora<br />

para a redução do uso de florestas nativas, além<br />

de contribuir também com a geração de empregos e a<br />

diversificação das fontes energéticas locais.<br />

Dessa forma, o cavaco de madeira se torna uma<br />

das fontes energéticas mais eficientes e baratas no<br />

momento para geração de energia.<br />

TIPOS DE CAVACO<br />

Podemos dizer que existem três tipos de cavaco<br />

de madeira que se diferenciam pela produção e umidade<br />

que carregam:<br />

• No tipo I, o cavaco de madeira é feito pela trituração<br />

de galhos, folhas, cascas, copas de árvores e até<br />

árvores inteiras. Devido às diferentes partes inseridas,<br />

esse material possui umidade próxima a 50%, podendo<br />

influenciar no valor de venda. Seu destino, geralmente,<br />

são as caldeiras de médio e grandes indústrias,<br />

a fim de gerar combustível.<br />

"Esperamos um<br />

crescimento de 40% de<br />

faturamento, comparado<br />

ao exercício passado"<br />

Guilherme Henrique Araújo Elias,<br />

sócio da Enebra Energia<br />

28<br />

www.REVISTABIOMAIS.com.br


Foto: Vinícius Mutão<br />

• O tipo II, é resultado do processo da madeira na<br />

serraria, utilizando de pedaços pequenos de madeira,<br />

madeiras tortas, lascas, costaneiras e outros restos.<br />

Nesse caso, devido a sua porcentagem menor de<br />

umidade, entre 40% e 50%, seu uso está relacionado a<br />

combustível de caldeiras pequenas.<br />

• Já o tipo III, o cavaco de madeira é formado pelo<br />

corte da madeira das árvores. Para sua produção, são<br />

utilizados pedaços de madeira, toras sem ramos e<br />

folhas para chegar a um produto final com 30% de<br />

umidade. Dessa forma, sua utilização será feita por<br />

caldeiras de edifícios residenciais e comerciais.<br />

VANTAGENS DO CAVACO<br />

Com tamanhos variáveis entre 5 mm e 50 mm<br />

(milímetros) de pedaço de madeira, o cavaco proporciona<br />

fácil armazenamento. Ele pode ser colocado em<br />

silos ou em pilhas ao ar livre, sem necessidade de um<br />

local específico.<br />

Outra vantagem é a economia financeira do uso<br />

do cavaco de madeira, uma vez que ele possui valor<br />

bruto menor do que outro tipo de combustível para<br />

caldeiras. Além disso, vale sempre ressaltar que o uso<br />

do cavaco também é ecologicamente correto, já que<br />

utiliza do reaproveitamento de uma matéria natural,<br />

que seria descartada.<br />

MERCADO<br />

Uma empresa que está se destacando no mercado<br />

é a Enebra Energia, de Anápolis (GO). A empresa<br />

trabalha na produção de biomassa, seja por meio de<br />

espécie exótica (eucalipto/pinus), ou no reprocessamento<br />

do resíduo de supressão nativa legalizada.<br />

"A demanda de biomassa é crescente ante aos<br />

grandes projetos industriais consumidores em implantação.<br />

O atendimento de tal demanda exigirá a utilização<br />

de novos tipos de biomassa alternativos em razão<br />

da inexistência de maciço florestal compatível", aponta<br />

Guilherme Henrique Araújo Elias, sócio da empresa.<br />

Para o ano de 2023, a Enebra Energia espera uma<br />

perspectiva bastante relevante de mercado.<br />

"Esperamos um crescimento de 40% de faturamento,<br />

comparado ao exercício passado", projeta<br />

Guilherme.<br />

Importante, também destacar, a responsabilidade<br />

e o compromisso que a empresa possui no mercado.<br />

"Diferentemente da produção do cavaco de eucalipto,<br />

a operação de reaproveitamento dessa biomassa<br />

de supressão nativa é totalmente rastreada e fiscalizada<br />

em todas as suas etapas pela Secretaria do Meio<br />

Ambiente e todos os demais órgãos fiscalizatórios de<br />

manejo", explica Guilherme.<br />

Em uma comparação do resíduo de madeira<br />

reflorestada, a principal diferença se baseia nos custos<br />

de operação, que são muitas vezes superiores na<br />

supressão nativa e demanda de equipamentos muito<br />

mais robustos pela heterogeneidade de indivíduos,<br />

tratamento da sílica, ambiente adverso, dentre outros<br />

fatores. Tais características ainda inviabilizam a maior<br />

parte dos projetos existentes no país.<br />

VANTAGENS DO CAVACO DE MADEIRA:<br />

Fácil armazenamento;<br />

Baixo custo para gerar energia;<br />

Uso ecológico correto;<br />

Aproveitamento de sobra de resíduos.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 29


INVESTIMENTO<br />

CAPITAL<br />

SUSTENTÁVEL<br />

FOTOS JOSÉ FERNANDO OGURA/SMCS E GILSON ABREU<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PIRÂMIDE SOLAR DO<br />

CAXIMBA É INSTALADA<br />

EM ANTIGO ATERRO<br />

SANITÁRIO E ENERGIA<br />

GERADA ATENDE<br />

222 UNIDADES DA<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

MUNICIPAL DE CURITIBA<br />

C<br />

om nome que faz referência ao bairro<br />

onde está localizada, a prefeitura de<br />

Curitiba (PR) inaugurou a Pirâmide Solar<br />

do Caximba. Trata-se de uma usina com<br />

cerca de 8,6 mil painéis fotovoltaicos instalados<br />

sobre um aterro sanitário desativado em 2010. É a<br />

primeira usina deste modelo da América Latina, e foi<br />

inaugurada no dia 29 de março, dia do aniversário<br />

da capital do Paraná.<br />

Com a geração de energia da Pirâmide distribuída<br />

na rede da Copel (Companhia Paranaense de<br />

Energia Elétrica), Curitiba vai suprir o equivalente a<br />

30% do consumo dos prédios públicos. Este número<br />

corresponde a R$ 2,6 milhões por ano de economia<br />

na fatura de energia.<br />

“O valor é suficiente para construir um Centro<br />

Municipal de Educação Infantil, para transformar<br />

aproximadamente 660m (metros) de ruas de saibro<br />

em ruas com pavimentação de boa qualidade e<br />

completa estrutura de drenagem ou, ainda, subsidiar<br />

mil refeições por dia, durante um ano e meio, do<br />

programa Mesa Solidária, que atende pessoas em<br />

situação de vulnerabilidade”, comentou o prefeito<br />

de Curitiba, Rafael Greca, durante a inauguração.<br />

“Estamos vendo um lugar que antes era passivo<br />

ambiental transformado em um ativo ambiental”,<br />

destacou o prefeito.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

31


INVESTIMENTO<br />

PROJETO INOVADOR<br />

O empreendimento ocupa pouco mais de 100<br />

mil m2 (metros quadrados) de área do aterro, com<br />

quase 48 mil m2 de painéis. Ao todo, são cerca de 8,6<br />

mil módulos fotovoltaicos bifaciais, com uma potência<br />

instalada de 4,5 MW (megawatts) pico, gerando<br />

até 3,5 MW. São 222 unidades consumidoras que<br />

estão recebendo a energia gerada na Pirâmide Solar,<br />

por meio de compensação, através de uma rede de<br />

transmissão com 7 km (quilômetros) de extensão<br />

ligando a Pirâmide até a Subestação de Fazenda<br />

Rio Grande, município da Região Metropolitana de<br />

Curitiba.<br />

A Pirâmide Solar do Caximba faz parte do programa<br />

Curitiba Mais Energia, uma das estratégias<br />

da cidade para combater e mitigar as mudanças<br />

climáticas, por meio da produção de energia renovável,<br />

o que também resulta em economia aos cofres<br />

públicos.<br />

O programa contempla, ainda, painéis instalados<br />

em outros endereços da administração municipal,<br />

incluindo o Palácio 29 de Março, sede do governo<br />

municipal. A próxima etapa do Curitiba Mais<br />

Energia inclui sistemas fotovoltaicos nos telhados<br />

dos terminais de ônibus do Santa Cândida (465 kW<br />

- quilowatts) e Boqueirão (512 kW), com serviços em<br />

andamento; além do Terminal do Pinheirinho (925<br />

kW), com licitação em fase final e na Rodoferroviária<br />

de Curitiba. Com mais esses projetos, a prefeitura<br />

pretende suprir até 60% do consumo de energia dos<br />

prédios públicos do município.<br />

“Com a economia gerada na conta de luz, o<br />

projeto se paga em cerca de 10 anos, com um<br />

retorno financeiro bastante interessante e que pode<br />

ser aplicado nas outras necessidades do município”,<br />

explicou a secretária municipal do Meio Ambiente,<br />

Mariuza Dias. “Mas o mais importante é estarmos<br />

no caminho da chamada transição energética, que<br />

é tão necessária para diminuir a dependência dos<br />

combustíveis fósseis, reduzir a emissão dos GEE<br />

(gases de efeito estufa) e diminuir os efeitos das<br />

mudanças climáticas.”<br />

32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


FINANCIAMENTO INTERNACIONAL<br />

Idealizado em 2012 por Rafael Greca, o projeto é<br />

uma colaboração do C40 Cities Climate Leadership<br />

Group e da Deutsche Gesellschaft für Internationale<br />

Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, que apoia cidades<br />

no desenvolvimento de projetos para reduzir as<br />

emissões de gases e frear o aumento da temperatura<br />

global.<br />

O projeto da prefeitura recebeu investimentos<br />

de R$ 28 milhões através de um financiamento internacional.<br />

O programa recebeu financiamento do<br />

BMZ (Ministério Federal Alemão para o Desenvolvimento<br />

Econômico e Cooperação), pelo BEIS (Departamento<br />

de Negócios, Energia e Estratégia Industrial<br />

do Reino Unido) e pela USAID (Agência dos Estados<br />

Unidos para o Desenvolvimento Internacional).<br />

“Estarmos no caminho da<br />

chamada transição energética,<br />

que é tão necessária para<br />

diminuir a dependência dos<br />

combustíveis fósseis, reduzir<br />

a emissão dos gases de efeito<br />

estufa e diminuir os efeitos das<br />

mudanças climáticas”<br />

Mariuza Dias, secretária de Meio<br />

Ambiente de Curitiba<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

33


INOVAÇÃO<br />

ESGOTO<br />

VIRA ENERGIA<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


INICIATIVA EM<br />

PESQUISA<br />

E INOVAÇÃO<br />

TEM GERADO<br />

ENERGIA ORIUNDA<br />

DO TRATAMENTO<br />

ANAERÓBICO<br />

DO ESGOTO<br />

DOMÉSTICO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

U<br />

m projeto desenvolvido pela Sanepar (Companhia<br />

de Saneamento do Paraná) concorreu ao prêmio<br />

Melhores do Biogás durante o V Fórum Sul Brasileiro<br />

de Biogás e Biometano, que aconteceu em Foz<br />

do Iguaçu (PR) em meados de abril. A participação foi um reconhecimento<br />

ao trabalho que a empresa vem desenvolvendo<br />

com diversas iniciativas associadas com o biogás de suas<br />

ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto), com o objetivo de<br />

ratificar seu potencial de recuperação de energia.<br />

A Sanepar concorreu na categoria Melhor Planta de<br />

Saneamento - Unidade Geradora de Biogás. A planta em<br />

questão foi a ETE Ouro Verde, localizada em Foz do Iguaçu<br />

e foi a primeira usina brasileira de geração distribuída de<br />

energia elétrica movida a biogás oriundo do tratamento<br />

anaeróbio de esgoto doméstico a ser cadastrada junto a<br />

ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e também foi<br />

a primeira no país a aderir ao sistema de compensação de<br />

energia elétrica preconizado pelas Resoluções Normativas<br />

da ANEEL nº 482/12 e 687/15, como unidade microgeradora.<br />

PIONEIRA NA PESQUISA<br />

A ETE iniciou sua operação em 1997 e possui capacidade<br />

de atendimento de até 35 mil habitantes, podendo tratar até<br />

70 L/s de esgoto doméstico. Seu processo de tratamento do<br />

esgoto é constituído pelas etapas físicas de remoção de sólidos<br />

grosseiros com base em gradeamento e desarenação,<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

35


INOVAÇÃO<br />

e pela etapa de degradação biológica em um RALF (reator<br />

anaeróbio de lodo fluidizado). A ETE Ouro Verde opera, atualmente,<br />

com uma eficiência de aproximadamente 75% na<br />

remoção da matéria orgânica. Um subproduto do processo<br />

anaeróbio de tratamento de esgoto é o biogás, cuja produção<br />

estimada é de 50 Nm3/dia. O biogás formado no RALF é<br />

captado em uma tubulação de PVC e forçado a passar por<br />

um filtro à base de limalha de ferro, onde é dessulfurizado.<br />

Após ser dessulfurizado, o biogás é guiado até um gasômetro<br />

cilíndrico horizontal com capacidade para armazenar até<br />

50 m³ (metros cúbicos).<br />

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA<br />

O consumo médio de energia elétrica da ETE Ouro Verde<br />

é de aproximadamente 0,8 MWh/mês (megawatts por hora,<br />

por mês). Estima-se que o sistema de geração distribuída<br />

pode produzir até 3,6 MWh/mês, disponibilizando um excedente<br />

de energia de cerca de 2,8 MWh/mês. Contudo, a ETE<br />

opera apenas em horário comercial, sob demandas específicas<br />

de projetos de pesquisa e inovação e, assim, entre os<br />

anos de 2020 e 2022, compensaram-se mais de 18,5 MWh de<br />

energia elétrica na localidade.<br />

Destaca-se, ainda, que a ETE possui um sistema híbrido<br />

de geração distribuída de energia elétrica composto por um<br />

motogerador à biogás, um sistema fotovoltaico (5 kwp) e<br />

duas microturbinas hidráulicas (2 kw) instaladas no emissário<br />

do efluente da estação. Trata-se, portanto, da primeira<br />

ETE do Brasil a implementar e a investigar tal arranjo, o qual<br />

é muito promissor na perspectiva dos microgrids.<br />

INVESTINDO EM INOVAÇÃO<br />

A ETE Ouro Verde tem sido ao longo dos anos referência<br />

de pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor de saneamento<br />

ambiental, notadamente por empregar conceitos<br />

“A Sanepar tem tradição na<br />

utilização do biogás e temos<br />

um potencial muito grande<br />

de aumentar esse uso devido<br />

ao grande volume de biogás<br />

que já produzimos. Isso traz<br />

benefícios ao meio ambiente<br />

e também contribuirá para<br />

a modicidade tarifária,<br />

como preconiza o marco do<br />

saneamento”<br />

Claudio Stabile, diretor-presidente da<br />

Sanepar<br />

contemporâneos voltados à economia circular e de baixo<br />

carbono e por possibilitar a geração de diretrizes replicáveis<br />

em plantas similares.<br />

A Sanepar tem o maior parque de reatores anaeróbios<br />

de esgoto doméstico do mundo, o que a torna com grande<br />

potencial de geração de energia a partir do biogás. “A Sanepar<br />

tem tradição na utilização do biogás e temos um potencial<br />

muito grande de aumentar esse uso devido ao grande<br />

volume de biogás que já produzimos. Isso traz benefícios<br />

ao meio ambiente e também contribuirá para a modicidade<br />

tarifária, como preconiza o marco do saneamento”, afirma o<br />

diretor-presidente da companhia, Claudio Stabile.<br />

Até 2024, a tecnologia de aproveitamento de biogás na<br />

geração de energia será utilizada em mais oito estações de<br />

esgoto da Sanepar, com financiamento já aprovado pelo<br />

banco alemão KfW.<br />

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PRODUTORES DE AÇAÍ<br />

INVESTEM EM<br />

ENERGIA SOLAR<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

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EQUIPAMENTO COM TECNOLOGIA NACIONAL<br />

GUARDA O EXCEDENTE DA ENERGIA SOLAR<br />

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U<br />

ma fazenda pioneira na produção de açaí<br />

da região centro-oeste, localizada em zona<br />

rural de Sobradinho, cidade satélite de Brasília<br />

(DF), se antecipou aos riscos inerentes<br />

ao seu negócio e investiu em tecnologia que usa energia<br />

solar de maneira autônoma: o NHS QUAD Híbrido.<br />

O equipamento, que é o único produzido no Brasil, foi<br />

instalado pela C&T Estação Solar – um dos parceiros<br />

integradores da NHS. A energia é fundamental para<br />

manter o açaí na temperatura ideal de armazenamento<br />

e problemas com quedas ou oscilações de energia<br />

podem causar grandes perdas financeiras para os<br />

produtores.<br />

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TECNOLOGIA<br />

COMO FUNCIONA O QUAD<br />

A energia solar depende da energia elétrica para<br />

funcionar quando falamos na modalidade on grid,<br />

mas o QUAD é tanto on grid quanto off grid, ou seja,<br />

ele injeta energia na rede elétrica e ainda conta com<br />

um backup de baterias para o armazenamento de<br />

energia solar. “Por se tratar de um sistema inteligente,<br />

o QUAD utiliza a energia solar para suprir as necessidades<br />

de energia elétrica do local e o excedente é armazenado<br />

em banco de baterias ou volta para a rede de<br />

distribuição gerando créditos que são revertidos em<br />

descontos na fatura de energia”, explica Fabio Moro,<br />

diretor comercial e de marketing da NHS.<br />

Os proprietários da Fazenda Bonança, Jairon<br />

Honório Cardoso e Agnes Ashiuchi Cardoso, testemunharam<br />

que o sistema de backup está funcionando<br />

de acordo com a expectativa deles. “Desligamos o<br />

disjuntor do padrão de entrada à noite e a fazenda<br />

apagou toda, ficando a casa da sede acesa onde está<br />

o maquinário da produção e os freezers de estoque<br />

do açaí. A troca da energia foi quase imperceptível.<br />

Para quem vive numa área rural isolada, o sistema<br />

"Por se tratar de um sistema inteligente, o QUAD utiliza a<br />

energia solar para suprir as necessidades de energia elétrica<br />

do local e o excedente é armazenado em banco de baterias<br />

ou volta para a rede de distribuição gerando créditos"<br />

Fabio Moro, diretor comercial e de marketing da NHS de Curitiba<br />

40 www.REVISTABIOMAIS.com.br


de backup automático faz uma grande diferença<br />

na segurança e na qualidade de vida”, comemora o<br />

proprietário. Além das cargas essenciais da residência<br />

e sua iluminação externa, o sistema solar foi instalado<br />

para alimentar as cargas que mantêm a conservação<br />

da produção de açaí. “Instalamos as baterias no banco,<br />

o conectamos no QUAD, fizemos as extensões de rede<br />

necessárias para as conexões das cargas essenciais e<br />

internet, colocamos o inversor na monitoração e testamos<br />

o funcionamento do sistema, que apresentou<br />

um desempenho excelente e conforme o projetado”,<br />

revela Miguel Cleto, engenheiro responsável da C&T<br />

Estação Solar.<br />

Para o projeto da Fazenda Bonança, foi escolhido<br />

um kit com um Inversor QUAD 5 kw (quilowatts) com<br />

10 módulos 545 Amerisolar, totalizando um sistema<br />

de 5,45 kWp operando com 20 baterias estacionárias<br />

de 12V totalizando 240V para uma autonomia de 14h<br />

(horas) para as cargas essenciais. “Os negócios que<br />

dependem da energia não podem ficar reféns das<br />

concessionárias e precisam buscar alternativas que garantam<br />

que o trabalho não pare”, lembra Fabio Moro.<br />

www.usinagempanucci.com.br | Rua Prof. Joaquim Borges Rodrigues, 201 - Jd. Bom Viver II Lins/SP | Contatos: (14) 99623-9161 | (19) 99256-7657 | (41) 98744-6516<br />

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Na Panucci as facas são produzidas com aços especialmente desenvolvidos para o setor<br />

madeireiro/florestal composto por alto teor de cromo gerando resistência ao desgaste.<br />

Além disso, ainda no tratamento térmico fazemos três processos de alívio de tensões<br />

evitando trincas e quebras, gerando ganho de produtividade e segurança ao cliente.<br />

Nossa missão é fornecer materiais de desgastes de qualidade reduzindo o custo dos<br />

nossos clientes, visando ser a maior e mais moderna fábrica de materiais de desgastes<br />

industriais atuando no setor de mineração, celulose e biomassa, tendo como principal<br />

foco, a ética, o compromisso e o respeito!


ARTIGO<br />

BIOMASSA DE<br />

DENDROCALAMUS GIGANTEUS<br />

COMO RECURSO<br />

BIOENERGÉTICO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


GUSTAVO VARGAS DA SILVA<br />

DANIEL TAVARES DE FARIAS<br />

RODRIGO COLDEBELLA<br />

WANESSA LUNARDI WACHT<br />

CRISTIANE PEDRAZZI<br />

UFSM (Universidade Federal de Santa Maria)


ARTIGO<br />

RESUMO<br />

B<br />

uscar alternativas sustentáveis para diversificar<br />

a matriz energética tornou-se uma meta a<br />

ser alcançada por todas as nações. A biomassa<br />

de bambu pode ser uma dessas alternativas<br />

por ser uma fonte de energia neutra em CO2 com a<br />

possibilidade de uso como combustível na forma sólida,<br />

líquida ou gasosa. Neste estudo objetivou-se avaliar o<br />

efeito da idade de 12 anos e 7 anos nas propriedades<br />

químicas e energéticas de colmos de Dendrocalamus<br />

giganteus. Para isso, foram determinados os teores de<br />

extrativos totais, de lignina, de materiais voláteis, de cinzas<br />

e de carbono fixo, além da densidade básica, poder<br />

calorífico superior e densidade energética dos colmos.<br />

Também foram realizadas as avaliações de rendimento<br />

gravimétrico do carvão vegetal e do licor pirolenhoso<br />

produzidos a partir da carbonização do material. Os<br />

bambus apresentaram boas propriedades químicas para<br />

fins energéticos. Os valores de teor de lignina, materiais<br />

voláteis, carbono fixo e cinzas foram semelhantes entre<br />

as idades. Entretanto, o poder calorífico líquido, densidade<br />

energética, rendimento gravimétrico do carvão vegetal<br />

e ácido pirolenhoso aumentaram com o aumento<br />

da idade, e os maiores valores foram verificados para os<br />

colmos com 12 anos. A espécie apresentou propriedades<br />

físico-químicas e energéticas, e atendem aos critérios<br />

de qualidade esperados para o aproveitamento dessa<br />

biomassa para produção de energia térmica.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O constante crescimento populacional traz consigo<br />

algumas demandas, como o aumento da necessidade de<br />

matrizes energéticas renováveis. A queima de combustíveis<br />

fósseis, que hoje é a maior fonte de energia do<br />

planeta, gera poluição e consequentemente mudanças<br />

climáticas em decorrência da emissão de gases de efeito<br />

estufa. Os danos ambientais e o esgotamento das fontes<br />

de combustíveis fósseis tornaram o desenvolvimento de<br />

energia sustentável uma temática complexa, holística<br />

e que considera crescimento econômico, sociedade e<br />

meio ambiente na transição para fontes alternativas de<br />

energia uma meta a ser alcançada pelas nações (Gunnarsdóttir<br />

et al., 2021). De acordo com a Agência Internacional<br />

de Energia (International Energy Agency, 2021), a<br />

transição de fontes de eletricidade não renováveis para<br />

fontes alternativas e renováveis acelerou em um ritmo<br />

inesperado no ano de 2020, e estima que haja uma<br />

expansão muito maior desse cenário após a pandemia<br />

da Covid-19 pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Dessas<br />

44 www.REVISTABIOMAIS.com.br


fontes renováveis de energia, a biomassa representa<br />

uma fonte de energia térmica usada em praticamente<br />

todos os setores, tornando-se uma alternativa para a diversificação<br />

da matriz energética mundial, diminuindo a<br />

dependência de combustíveis de origem fóssil (Aragão<br />

Pedrosso et al., 2018).<br />

Nesse sentido, o Brasil é destaque no uso de energias<br />

renováveis. Além de sua capacidade hídrica, apresenta<br />

alto potencial para outras fontes alternativas de energia,<br />

considerando sua extensa área territorial e clima favorável.<br />

É um país com excelentes condições edafoclimáticas<br />

que favorecem a produção de biomassa vegetal, com<br />

enorme vantagem, de não competir com a agricultura<br />

tradicional e sem divergências em relação aos impactos<br />

ambientais (Borges et al., 2016). Dentre as biomassas vegetais<br />

promissoras para energia, as espécies de bambu,<br />

devido às suas características químicas e morfológicas,<br />

seu crescimento rápido e elevada produção por unidade<br />

de área, torna essa gramínea uma ótima opção para<br />

geração de energia.


ARTIGO<br />

No Brasil, a produção anual<br />

de bambu é estimada em<br />

150 mil toneladas, cultivados<br />

em todas as regiões, sendo<br />

a biomassa cultivada nos<br />

Estados do Maranhão,<br />

Piauí, Pernambuco,<br />

Paraíba e Bahia destinada<br />

principalmente à geração<br />

de energia para o setor<br />

industrial, e celulose e papel<br />

para embalagens<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O estudo foi realizado com amostras de bambu<br />

coletadas de duas touceiras distintas. Ambos os plantios<br />

não sofreram nenhum tipo de interferência ou manejo<br />

no seu ciclo. O bambuzal está localizado em uma<br />

propriedade rural familiar na cidade de Júlio de Castilho<br />

(RS), Brasil (29º13’47,5’’ S, 53º35’17,32’’ O). Com auxílio de<br />

motosserra, colmos com 12 e 7 anos, B12 e B7 respectivamente,<br />

foram selecionados e acondicionados em<br />

local seco, com ventilação natural durante o período de<br />

abril a dezembro de 2019. As amostras foram levadas ao<br />

LAQUIM (Laboratório de Química da Madeira) da UFSM<br />

(Universidade Federal de Santa Maria) e todos os colmos<br />

coletados foram seccionados com auxílio de serra circular<br />

e reduzidos a colmos com aproximadamente 5 cm<br />

(centímetros) de altura. A densidade básica foi determinada<br />

de acordo com o método de imersão em água,<br />

como descrito por Vidal (1984). Os colmos foram imersos<br />

em água até a completa saturação das fibras para obter<br />

o volume saturado pelo princípio e Arquimedes. Em<br />

seguida, a massa a 0% de umidade foi determinada<br />

secando as amostras em estufa a 105ºC (graus Celsius).<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

A análise de variância mostrou que houve variação<br />

significativa para o percentual médio de extrativos totais,<br />

sendo observado valores médios de 13,40% e 16,50%<br />

para os colmos com 12 e 7 anos, respectivamente.<br />

Ainda, os maiores teores de extrativos totais foram<br />

obtidos nas análises dos colmos mais jovens, com 7 anos<br />

de idade. Resultados semelhantes foram encontrados<br />

por Marinho et al. (2012), que, ao analisarem amostras<br />

com idade entre 2 e 6 anos, verificaram redução do<br />

teor de extrativos totais com o incremento da idade,<br />

observando valores de 12,91% e 7,87% para colmos com<br />

2 e 6 anos, respectivamente. Vale et al. (2017) também<br />

verificaram a tendência de decréscimo no teor de<br />

extrativos totais para amostras de Bambusa vulgaris Var.<br />

vulgaris à medida que os colmos envelhecem, observando<br />

valores de 6,33%, 5,59% e 3,85% para as idades 1, 2 e<br />

3, respectivamente.<br />

CONCLUSÕES<br />

As propriedades químicas e energéticas de Dendrocalamus<br />

giganteus mostraram que essa biomassa é<br />

adequada para uso como recurso bioenergético, em sua<br />

forma in natura ou como carvão vegetal. Exibindo características<br />

semelhantes ou superiores a outras fontes de<br />

46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ecurso bioenergético encontradas na literatura, como<br />

o eucalipto, biomassa comercialmente utilizada como<br />

fonte de energia térmica. A biomassa constituída de colmos<br />

in natura com 12 anos apresentou teor de lignina,<br />

materiais voláteis, carbono fixo e cinzas semelhantes<br />

em relação aos colmos com 7 anos. Porém, os valores<br />

de densidade básica e densidade energética cresceram<br />

significativamente com o aumento da idade.<br />

A qualidade do carvão vegetal também tem variação<br />

em relação à idade dos colmos. O rendimento gravimétrico<br />

do carvão vegetal e ácido pirolenhoso foi mais elevado<br />

nos colmos com 12 anos; para o mesmo material<br />

também foi verificado os menores teores de umidade.<br />

Artigo completo: https://periodicos.ufsm.br/<br />

cienciaflorestal/article/view/67680/49479<br />

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AGENDA<br />

MAIO 2023<br />

E-WORLD<br />

Data: 23 a 25<br />

Local: Essen (Alemanha)<br />

Informações: https://www.e-world-essen.com/de/<br />

DESTAQUE<br />

JUNHO 2023<br />

ENASE (ENCONTRO NACIONAL DE<br />

AGENTES DO SETOR ELÉTRICO) 2023<br />

Data: 21 a 22<br />

Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />

Informações: www.enase.com.br<br />

AGOSTO 2023<br />

FENASUCRO & AGROCANA<br />

Data: 15 a 18<br />

Local: Sertãozinho (SP)<br />

Informações: www.fenasucro.com.br<br />

OUTUBRO 2023<br />

CONFERÊNCIA BIODIESEL<br />

BRASIL 2023<br />

Data: 02 a 03<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://conferencia.biodieselbr.com/2023/<br />

III EVENTO COGEN SUL<br />

Data: 11<br />

Local: Curitiba (PR)<br />

Informações: www.cogen.com.br/<br />

eventos/eventocogensul<br />

A Cogen (Associação da Indústria de Cogeração<br />

de Energia) promove em Curitiba (PR)<br />

a terceira edição do evento Cogen Sul, no dia<br />

11 de maio, das 8h às 13h. O evento conta com<br />

apoio da FIEP (Federação das Indústrias do Estado<br />

do Paraná) e Compagás. Será um momento<br />

para debater os desafios e oportunidades para o<br />

mercado paranaense de cogeração de gás.<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


VEM AÍ!<br />

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OPINIÃO<br />

Foto: divulgação<br />

O<br />

s relatórios do IPCC (Intergovernmental Panel<br />

on Climate Change) já deixaram muito claro a<br />

relevância de se limitar o aquecimento global a<br />

1,5°C (graus Celsius) em comparação aos 2°C, de<br />

modo que possamos reduzir os riscos e impactos, tanto para os<br />

sistemas naturais, quanto para os antrópicos. E, para conseguir<br />

isto, teremos o enorme desafio de zerar as emissões líquidas de<br />

GEE (gases de efeito estufa) de fontes antropogênicas ao redor<br />

de 2050.<br />

A redução de emissões envolve diferentes medidas de mitigação,<br />

contemplando distintas combinações entre a redução<br />

da intensidade energética na economia e a descarbonização de<br />

fontes de energia. Mas, em todos os casos, parece inevitável utilizarmos<br />

alguma estratégia de remoção de CO2 da atmosfera. E<br />

quanto menos avançarmos na direção da redução de emissões,<br />

obviamente mais teremos que lançar mão de estratégias de<br />

remoção de CO2, como o reflorestamento, a captura e armazenamento<br />

geológico do carbono (CCS, carbon capture and<br />

storage) e a combinação do CCS com a bioenergia.<br />

Os cenários traçados pelo IPCC e pela Agência Internacional<br />

de Energia têm apontado que a bioenergia deverá ser uma importante<br />

aliada não só para as ações climáticas, como também<br />

para se alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável.<br />

Naturalmente estamos falando do uso moderno da biomassa,<br />

explorando resíduos e eficientes culturas dedicadas para a<br />

produção de uma diversidade de produtos, como combustíveis,<br />

eletricidade, alimentos, produtos químicos etc.<br />

O CO2 mais fácil de capturar é o gerado no processo de<br />

fermentação para a produção do etanol. Por se tratar de uma<br />

corrente de CO2 praticamente pura, o processo é muito mais<br />

simples, o que se traduz nos mais baixos custos de captura.<br />

Considerando os volumes atuais de produção de etanol anidro<br />

e hidratado no Brasil, estamos falando de um potencial de captura<br />

anual de mais de 20 milhões de toneladas de CO2 somente<br />

associado à fermentação.<br />

Nesse sentido, cabe aqui mencionar a relevância estratégica<br />

da política brasileira de biocombustíveis, conhecida como<br />

RenovaBio. Lançado em 2017, tendo como pano de fundo<br />

ETANOL, RENOVABIO E<br />

CAPTURA DE CARBONO EM<br />

BIORREFINARIAS: O TRIPÉ<br />

PARA EMISSÕES NEUTRAS<br />

os compromissos assumidos na Contribuição Nacionalmente<br />

Determinada no âmbito do Acordo de Paris, o RenovaBio<br />

visa à promoção da expansão dos biocombustíveis na matriz<br />

energética, assegurando previsibilidade para o mercado, ao<br />

mesmo tempo em que induz ganhos de eficiência energética<br />

e a mitigação das emissões de GEE na cadeia produtiva. Um<br />

aspecto que merece destaque é que a lei do RenovaBio prevê<br />

a aplicação de um bônus de até 20% sobre a nota de eficiência<br />

energético-ambiental quando comprovada a emissão negativa<br />

de GEE no ciclo de vida do biocombustível em relação ao seu<br />

substituto de origem fóssil.<br />

Ainda há um outro importante compartimento a ser<br />

explorado para o sequestro de carbono associado ao etanol: o<br />

solo. A maior parte da expansão recente da cana-de-açúcar se<br />

deu sobre áreas de pastagens, muitas das quais com níveis de<br />

degradação e com estoques de carbono no solo baixos. Neste<br />

processo de transição para a cultura da cana, maiores estoques<br />

são estabelecidos, representando um relevante sequestro de<br />

carbono. Para além da cana, esse fenômeno também pode ser<br />

explorado no sistema de produção do etanol de milho. Esse<br />

sistema se caracteriza principalmente por dois elementos: o uso<br />

do milho safrinha e do cavaco de eucalipto como combustível<br />

para as caldeiras. Novamente temos um grande potencial para<br />

sequestro de carbono no solo, especialmente através da tendência<br />

natural de estabelecimento de plantações de eucalipto<br />

nas áreas de pastagens.<br />

Ou seja, o Brasil tem a grande oportunidade de utilizar o<br />

etanol como um mecanismo não só de mitigação de emissões,<br />

mas também como promotor de sequestro de carbono. Mas,<br />

para que essa relação virtuosa se concretize, será essencial garantir<br />

um contexto político e regulatório apropriado, de modo<br />

que os projetos possam se estruturar de forma economicamente<br />

viável.<br />

Por Joaquim Seabra<br />

Professor do Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia Mecânica<br />

da Unicamp. Doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos com pósdoutorado<br />

em Biorefinery Analysis nos EUA (Estados Unidos da Ámerica)<br />

Foto: divulgação<br />

50 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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