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Eusébio de Cesaréia, reconhecido historiador de sua época, cita na obra
Praeparatio Evangélica 8,11 o antigo erudito fenício Filon de Byblos,
como a referência de uma impressionante informação: “Moisés formou
inúmeros discípulos numa comunidade chamada essênios que obteve seu
nome, ao que parece, em virtude de sua santidade”.
Moisés criou no deserto um grupo de sacerdotes hebreus iniciados
conhecidos como essayas, palavra que significa curadores, médicos. Eles
seriam encarregados de levar o conhecimento ensinado a eles por Moisés
a diversos outros locais do mundo relativamente próximos a terra de Canaã,
local que futuramente receberia Jesus encarnado. Os descendentes
dos hebreus que foram iniciados por esses sacerdotes, chegariam até a
Pérsia, para colaborar na missão de Zoroastro, até a Índia onde colaborariam
na preparação para a vinda do Gautama, poucos séculos depois chegariam
a Alexandria, colaborando com a cultura helênica e com a famosa
Biblioteca de Alexandria, erguendo o templo essênio nas imediações do
lago Mareotis, para que então décadas depois chegassem até Damasco, ao
norte do monte Hermon e do mar da Galiléia, para que então pudessem
preparar dois locais ainda mais próximos do futuro vilarejo que receberia
o nascimento de Jesus. Esses dois locais seriam as bases essênias. Uma
ficou conhecida como templo de Qumran ou templo de Engadi, que ficava
próximo ao rio Jordão, a sudeste de Jerusalém e outra, ao norte de
Jerusalém, no Monte Carmelo, que tem atualmente em suas encostas a
maior cidade de Israel, Haifa. Os judeus do Monte Carmelo eram conhecidos
como nazarenos, pois muitos de seus membros originalmente moravam
na cidade de Nazaré, próxima do Monte Carmelo.
No tempo de Jesus havia vários grupos de judeus que simpatizavam
com os essênios, entre eles os ebionitas (do hebraico ebionim que significa:
pobres) que em grande número foram batizados por João Batista nas
imediações de Qumran antes que Jesus iniciasse sua jornada messiânica.
Outro grupo que simpatizava com os essênios eram os zelotes, um grupo
de judeus revolucionários que desejava a libertação de Jerusalém do jugo
romano e aguardavam a vinda de um messias libertador. Estavam muito
presentes nas imediações do Monte Carmelo, pois acreditavam que o
messias libertador seria Elias reencarnado e cheio do seu poder e força
conduziria a vitória dos zelotes sobre o poderio romano.
Os dois grupos predominantes da alta sociedade judaica na época eram
os fariseus e os saduceus, ambos disputavam o poder no Sinédrio, que
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