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O centurião que comandou a crucificação de Jesus era um seguidor de
Jesus e teria um papel fundamental não apenas na preservação dos restos
mortais do Messias como também permitir que ele sofresse o mínimo
possível durante todo o processo da crucificação. O centurião, Quintus
Cornélius, não permitiu que Jesus fosse açoitado com o lictor (uma espécie
de chicote com pedaços de ossos pontiagudos na extremidade que ao
ser usado tirava pedaços de carne de quem recebia os golpes), assim como
ordenou que outro homem levasse a cruz no lugar de Jesus, um homem
chamado Simão de Cirene, que levou a cruz até o Gólgota, onde
Jesus foi crucificado. A palavra Gólgota significa em aramaico caveira e
justamente por esse motivo nas escolas iniciáticas a caveira representa o
sacrifício por um ideal maior, aquele que vence as provações, aquele que
vence a lei da carne em prol da lei do Espírito (Gálatas capítulo 5).
O centurião permitiu que fosse dada uma mistura de vinho com mirra à
Jesus, era algo utilizado na época para atenuar o sofrimento dos partos e
também daqueles que eram crucificados. Assim que bebeu daquela mistura,
Jesus desencarnou (João 19:29-30) e após morrer o centurião não
permitiu que as pernas do Messias fossem quebradas (João 19:33). Assim
que Jesus morreu, o centurião exclamou: “Este homem era realmente o
Filho de Deus” (Marcos 15:39)
A ligação entre Jesus e esse centurião é narrada nos evangelhos em
Marcos 8:5-10,13 e Lucas 7:2-10. “Entrou Jesus em Cafarnaum. Um
centurião veio a ele e lhe fez esta súplica: Senhor, meu servo está em
casa, de cama, paralítico, e sofre muito.
Disse-lhe Jesus: Eu irei e o curarei. Respondeu o centurião: Senhor, eu
não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu
servo será curado. Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados
às minhas ordens. Eu digo a um: Vai, e ele vai; a outro: Vem, e ele vem; e
a meu servo: Faze isto, e ele o faz... Ouvindo isto, cheio de admiração,
disse Jesus aos presentes: Em verdade vos digo: não encontrei semelhante
fé em ninguém de Israel. Depois, dirigindo-se ao centurião, disse: Vai,
seja-te feito conforme a tua fé. Na mesma hora o servo ficou curado.”.
Cornélius era um homem de família rica ligada à nobreza romana, que
viviam em Cesaréia, enquanto o centurião vivia em Cafarnaum. Após a
morte de Jesus um dos locais que Pedro buscou refúgio foi justamente em
Jope, localidade no litoral muito próxima a Cesaréia. No décimo capítulo
de Atos dos Apóstolos, um anjo aparece em visão para Cornélius e orien-
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