Florestal_255 - Opps
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ARTIGO<br />
de promover a conservação da própria espécie. Em relação<br />
ao incremento diamétrico médio anual, este é influenciado,<br />
principalmente, pelo fator idade, com maiores taxas ocorrendo<br />
até os 40 anos do plantio, aproximadamente. Acima<br />
desta faixa etária, os melhores resultados de incremento<br />
são encontrados em regiões com outono úmido, em solos<br />
profundos com alto teor de matéria orgânica e, ainda, com<br />
verões abaixo de 142 mm (milímetros) de precipitação, características<br />
concentradas em uma grande região à norte do<br />
Estado e em manchas à oeste. Ainda, é importante considerar<br />
que outras variáveis não analisadas neste estudo podem<br />
ter influência no crescimento da espécie, tais como, fatores<br />
genéticos e manejo. Conclui-se que para expandir o CIFPEN,<br />
é essencial que este seja mais bem traduzido e divulgado à<br />
população, sobretudo em relação a aspectos legais.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O aumento populacional e a consequente necessidade<br />
por mais matéria-prima vêm causando um fenômeno global<br />
de conversão do uso da terra, caracterizado por ocorrer<br />
em alta magnitude e velocidade (Meyer; Turner, 1992). A<br />
produção agrícola monocultural vem apresentando-se como<br />
um dos principais motores para este processo, afetando a<br />
biodiversidade, os recursos hídricos e as condições climáticas<br />
(Zhao; Pitman; Chase, 2001; Ortiz et al., 2021; Hoekstra;<br />
Mekonnen, 2012). Além deste, o cultivo monoespecífico de<br />
espécies invasoras em plantios silviculturais também é forte<br />
ameaça (Vilà et al., 2011; Gallardo et al. 2017; Castro-Diez<br />
et al., 2019; Pysek et al., 2020; Helsen et al., 2021). Espécies<br />
exóticas invasoras caracterizam-se por apresentarem ampla<br />
dispersão (Gallardo; Vila, 2019; Gurevitch; Padilla, 2004;<br />
Mack et al., 2000), dessa forma, seu cultivo em larga escala<br />
promove a ampliação da área de invasão destas espécies,<br />
as quais competem com as espécies nativas por recursos,<br />
influenciando negativamente a riqueza de espécies e os serviços<br />
ecossistêmicos (Castro-Diez et al., 2019; Pysek et al.,<br />
2020; Helsen et al., 2021; Piña-Rodrigues; Silva, 2021).<br />
O Brasil tem forte representatividade em seu setor primário,<br />
sendo destaque tanto na agricultura, como no plantio<br />
de árvores exóticas. Aproximadamente 25% do PIB (Produto<br />
Interno Bruto) do país corresponde ao setor do agronegócio<br />
(Martinelli et al., 2010). Tal modalidade de cultivo ocupa<br />
30% da cobertura territorial do país e vem sofrendo significativo<br />
aumento em área desde 1980, o qual é concomitante<br />
com o desmatamento de florestas nativas (Martinelli et<br />
al., 2010). Em relação as florestas plantadas, a silvicultura<br />
de espécies exóticas representa, aproximadamente, 98%<br />
da área total de árvores plantadas em território brasileiro<br />
(Brockerhoff et al., 2008; Fearnside, 1998; IBA, 2017). Destacam-se<br />
os gêneros pinus e eucalyptus, que juntos correspondem<br />
a pouco mais de 93% desta área (Valverde, 2012).<br />
Uma projeção realizada por Fearnside (1998) indica que, até<br />
2050, essas áreas possam sofrer um aumento de 3,2 vezes<br />
em relação a 1991. Ainda, os Estados do sul e do sudeste<br />
118 www.referenciaflorestal.com.br