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Foto: divulgação<br />
ESPAÇO ABERTO<br />
Além da<br />
TECNOLOGIA<br />
Por Carolina Maestri<br />
O compromisso ético e<br />
social dos data centers na<br />
sociedade conectada<br />
E<br />
m um mundo cada vez mais digital e conectado, os data<br />
centers desempenham um papel crucial na infraestrutura da<br />
tecnologia da informação – e grande parte das pessoas sequer<br />
conhece a sua importância. E à medida que a demanda<br />
por serviços digitais cresce, surge a necessidade de falarmos<br />
sobre questões éticas e de responsabilidade social associadas a esses<br />
ambientes. De acordo com pesquisa da Comscore, para se ter uma ideia,<br />
a população digital brasileira abrange cerca de 121 milhões de dispositivos<br />
móveis. Ou seja, trata-se de um tema de grande interesse público.<br />
Quando há o comprometimento com a responsabilidade social, é<br />
fundamental que a organização apresente transparência com todos os<br />
stakeholders, isto é, indivíduos e grupos interessados ou afetados pelas<br />
suas atividades. Estamos falando de disponibilizar informações detalhadas<br />
sobre as práticas sustentáveis e iniciativas sociais em seus websites e<br />
redes. Também deve-se buscar participar de índices e rankings de ESG e<br />
obter reconhecimentos por meio de certificações e premiações.<br />
É cada vez mais evidente que os data centers são grandes consumidores<br />
de energia e, consequentemente, emissores de GEE (gases de<br />
efeito estufa) na atmosfera. Embora haja empresas no setor que já estejam<br />
adotando medidas para reduzir drasticamente essas emissões, ainda<br />
há muito trabalho a ser feito em todo o mercado. Em vista disso, devo<br />
reiterar a relevância da adoção de práticas sustentáveis para minimizar o<br />
impacto ambiental das operações, que também reflete na comunidade.<br />
A migração da energia tradicional – procedente também de combustíveis<br />
fósseis – para a energia proveniente totalmente de fontes renováveis<br />
é o cenário ideal. Entre eles estão os materiais desgastados, como<br />
cabos e baterias, e materiais como papel, papelão e plásticos. Sempre<br />
que possível, deve-se reaproveitar o teor de matéria ou energia desses<br />
elementos, reinserindo-os na cadeia.<br />
Além disso, uma alternativa para iniciar a jornada na sustentabilidade<br />
ambiental é participar de iniciativas que buscam combater, colaborativamente,<br />
os impactos ambientais e as mudanças climáticas. Desse<br />
modo, podemos mencionar o ICA (Acordo Climático iMasons) e a SBTI<br />
(Science Based Targets Initiative) – dois grandes exemplos de iniciativas<br />
abertas ao mercado que podem auxiliar a jornada sustentável de data<br />
centers. A primeira compartilha melhores práticas do setor e a segunda<br />
incentiva empresas a estabelecer metas de redução de emissões alinhadas<br />
com as descobertas científicas.<br />
Não podemos deixar de olhar para a comunidade em que esses centros<br />
de processamento e armazenamento de dados estão inseridos. Não<br />
se trata de dizer que a companhia se preocupa com o meio ambiente,<br />
mas também é importante mostrar como ela engaja com as pessoas impactadas<br />
de alguma forma – seja direta ou indiretamente. E mais do que<br />
afirmar, deve-se colocar em prática todas essas medidas e tê-las enraizadas<br />
na organização para que os resultados de fato aconteçam.<br />
Em geral, ética e responsabilidade social são pilares indispensáveis<br />
para o funcionamento adequado e sustentável dos data centers. Esses<br />
ambientes têm um grande impacto tanto no meio ambiente como na comunidade<br />
e na sociedade em geral. Por isso, ao assumir essas responsabilidades,<br />
eles reforçam a sua posição como agentes positivos e prudentes<br />
na construção de um futuro sustentável. E as práticas mencionadas<br />
são maneiras de demonstrar esse compromisso e fortalecer a confiança<br />
dos stakeholders.<br />
122 www.referenciaflorestal.com.br