Florestal_255 - Opps

ENTREVISTA
>> Como surgiu o interesse pela engenharia florestal?
Provavelmente como muita gente começa, sem saber direito
como é realmente o curso, mas atraído por essa fascinação
que a floresta traz. Quando ainda estava no ensino médio,
fazia trilha e tinha contato com a natureza. Do hobby surgiu
um grupo de amigos e todos decidiram cursar engenharia
florestal. O primeiro ano foi de mais dúvidas do que certezas,
mas no segundo ano em diante, comecei a entender
realmente tudo que poderia fazer e tomei a decisão de
largar o emprego que tinha para focar na faculdade e no
que ela poderia proporcionar. O que mais mexeu comigo,
nem foi tanto a prática direta do campo, mas sim, a relação
que a floresta, plantada ou nativa, tem sobre a sociedade e
a comunidade que está inserida. Essas atividades foram realmente
as que mais me trouxeram alegria durante o curso
e também posteriormente na profissão. Acho importante
salientar, para os leitores e para meus alunos, que há um leque
muito grande de possibilidades, que a academia proporciona
e o direcionamento ainda na graduação é chave para
o profissional sair já focado no que vai fazer no mercado de
trabalho.
>> E a caminhada dentro da profissão?
Comecei a estudar em 1999 e foi desesperador, algo que
todos passam. O contato com as matérias básicas, sem ver
a aplicabilidade do que se está aprendendo é muito pesado
e hoje, na função de docente, acho que precisamos mudar.
É importante que o estudante possa sentir o curso, sentir a
profissão, já no início da faculdade. Retomando o raciocínio,
passei por diversos laboratórios, fiz pesquisas, estágios e
no final do curso passei a trabalhar no laboratório benefício
da floresta, com foco em economia e política florestal, que,
curiosamente, hoje coordeno com o doutor Vitor Hoeflich.
E ainda dentro da universidade, uma das minhas maiores
crises era a falta de conhecimento do grande público em
relação a engenharia florestal e para mim a área tinha um
potencial gigantesco. Via a engenharia como uma ferramenta
para o desenvolvimento social e econômico. Tenho isso
como um dogma: o setor de base florestal, que planta, colhe
e replanta árvores no mesmo lugar tem um papel importantíssimo
para a sociedade. A interação do ser humano com a
floresta é intrínseca e nosso futuro depende da relação, que
temos e teremos com a floresta. Quando me formei logo
depois encaminhei meu mestrado e passei a trabalhar como
professor de ensino fundamental. Ao final do mestrado
trabalhei em uma consultoria e em 2008 recebi o convite da
APRE. Desde então, há 15 anos concilio a docência, primeiro
na PUC e depois na UFPR, e o trabalho na associação.
>> A docência sempre foi um sonho?
A docência é algo muito desafiador, pois ser professor é uma
verdadeira vocação. Precisa-se estar lendo constantemente,
se atualizando e sabendo de todas as novidades para poder
ensinar. Não era um sonho, mas poder juntar a possibilidade
de difundir conhecimento e continuar atuando no que
gosto é muito gratificante. E claro, isso me ajuda também,
How did you become interested in Forestry Engineering?
Probably like many people, I started out not knowing exactly
what my studies would be, but I was attracted by the
fascination of the forest. When I was still in high school, I
went hiking and had much contact with nature. A group of
friends who participated with me in this pastime decided
to study forest engineering. The first year was one that created
more doubts than certainties, but in the second year
of the course, I began to understand everything I could do
and decided to quit my job and focus on my studies and
what they could provide. What moved me the most was
not so much the direct practice in the field but rather the
relationship that the forest, planted or native, had on the
society and the community in which it is inserted. These activities
were the ones that brought me the most joy during
the course and later in the profession. I must point out to
the readers and my students that education provides many
possibilities and directions. Graduation is the key for the
professional to leave already focused on what he will do in
the labor market.
And your career within the profession?
I started studying in 1999, and it was eye-opening, something
everyone goes through. The contact with the basic
subjects is very unclear without seeing the applicability of
what is being learned, and today, in the role of teacher, I
think it is something that we need to change. It is vital that
the students feel the course material and the profession,
even at the beginning of their studies. Resuming, I went
through several laboratories and carried out research and
internships. At the end of the course, I started to work in
the Forest Benefit Laboratory (LBF), focusing on forest
economics and policy, which, curiously, I coordinate with
PhD Vitor Hoeflich who was my research director when I
was still a student. Still, within the university, one of my
biggest challenges is the lack of knowledge by the general
public concerning forest engineering. For me, the area has
a gigantic potential. I see engineering as a tool for social
and economic development. I have this as a dogma: the
Forest-based Sector, which plants, harvests, and replants
trees in the same place, has a crucial role in society. The
interaction of the human being with the forest is intrinsic,
and our future depends on the relationship we have and
will have with the forest. Soon after I graduated, I started
my Master’s degree and started working as an elementary
school teacher. At the end of my Master’s degree, I worked
as a consultant, and in 2008, I was invited to work with
Apre. Since then, for 15 years, I have been conciliating
teaching, first at PUC and then at Ufpr, and working at the
Association.
Has teaching always been your dream?
Teaching is very challenging because being a teacher
is something I understand as a true vocation. You must
constantly read, update yourself, and keep up with all the
advances, to be able to teach about any new technologies.
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