Florestal_260Web
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ENTREVISTA<br />
Pablo Ruival, presidente da AFOA, fala do desenvolvimento da silvicultura na Argentina<br />
CONEXÃO FORTE<br />
ATENDIMENTO E PRODUTOS DE QUALIDADE<br />
IMPULSIONAM INDÚSTRIA DE MANGUEIRAS<br />
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as necessidades específicas<br />
do mercado brasileiro.
SUMÁRIO<br />
MARÇO 2024<br />
52<br />
TRADIÇÃO,<br />
TECNOLOGIA<br />
E CUIDADO<br />
12 Editorial<br />
14 Cartas<br />
16 Bastidores<br />
18 Notas<br />
32 Coluna CIPEM<br />
34 Frases<br />
36 Entrevista<br />
50 Coluna<br />
52 Principal<br />
58 Carbono<br />
64 Plantio<br />
68 Manejo<br />
74 Compostagem<br />
78 Operação<br />
80 Evento<br />
82 Pesquisa<br />
86 Agenda<br />
88 Espaço Aberto<br />
58<br />
68<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
25 Agroceres<br />
49 Algar Farming<br />
15 BKT<br />
13 Bruno<br />
17 Carrocerias Bachiega<br />
85 D’Antonio Equipamentos<br />
39 Denis Cimaf<br />
02 Dinagro<br />
35 DRV Ferramentas<br />
61 Duffatto<br />
31 Engeforest<br />
92 Envimat<br />
23 Envimat / CBI<br />
77 Envimat / Compostagem<br />
11 Envu<br />
29 Fex<br />
51 Hennings<br />
04 Himev<br />
41 J de Souza<br />
67 Lignum<br />
06 Lion Equipamentos<br />
63 Mill Indústrias<br />
71 Neutraliza<br />
47 Potenza<br />
89 Prêmio REFERÊNCIA<br />
83 Remsoft<br />
43 Rocha Facas<br />
19 Rotary-Ax<br />
08 Rotor Equipamentos<br />
90 Sparta Brasil<br />
21 Syngenta<br />
73 Tech Forestry<br />
27 Tecmater<br />
33 Vantec<br />
45 WDS Pneumática<br />
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EDITORIAL<br />
Fatores de crescimento<br />
Ao analisar uma área de plantio florestal são levadas em conta todas as<br />
variáveis que podem influenciar o desenvolvimento das mudas em árvores.<br />
Clima, solo, umidade, potencial de pragas e outros inumeráveis tópicos que dão<br />
razão à atividade dos profissionais envolvidos no processo. Da mesma forma, ao<br />
atender seus clientes, cada empresa que participa do mercado de base florestal<br />
precisa mais do que atender uma demanda, é necessário entender o que seus<br />
clientes buscam. Como diz o ditado, o remédio de um pode não funcionar no<br />
outro e por isso, analisar cada situação de forma específica garante o sentimento<br />
de dever cumprido. Produtos de qualidade, prazo de entrega, atendimento<br />
rápido e precisão são as chaves para crescer e se destacar. Nessa edição, o Leitor<br />
irá conhecer um pouco mais sobre os produtos e serviços da Hennings, empresa<br />
especializada na fabricação e venda de mangueiras e acessórios, a importância<br />
do eucalipto no mercado de carbono, as ações do poder público no fomento do<br />
carbono, as novidades do mercado de trituradores, a cobertura completa de um<br />
evento sobre formigas cortadeiras, além de uma entrevista exclusiva com Pablo<br />
Ruival, presidente da AFOA (Associação <strong>Florestal</strong> Argentina), que apresenta a<br />
realidade do país vizinho no mercado de silvicultura, além dos planos para o<br />
desenvolvimento da atividade naquele país.<br />
2<br />
1<br />
Na capa dessa edição, a<br />
Hennings, com sua linha<br />
completa de mangueiras<br />
e conexões para<br />
implementos florestais<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XXVI • Nº260• Março 2024<br />
ENTREVISTA<br />
Pablo Ruival, presidente da AFOA, fala do desenvolvimento da silvicultura na Argentina<br />
CONEXÃO FORTE<br />
ATENDIMENTO E PRODUTOS DE QUALIDADE<br />
IMPULSIONAM INDÚSTRIA DE MANGUEIRAS<br />
STRONG<br />
CONNECTION<br />
SERVICE AND QUALITY<br />
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DISTRIBUTOR<br />
GROWTH FACTORS<br />
The analysis of a forest plantation area takes into account all the variables<br />
that can influence the development of seedlings into trees. Climate, soil,<br />
humidity, pest potential, and a myriad of other issues justify the activity of<br />
the professionals involved in this process. In the same way, when serving its<br />
customers, every company that participates in the forest-based market needs to<br />
do more than meet a demand, it is necessary to understand what its customers<br />
are looking for. As the saying goes, one’s remedy may not work for another, and<br />
therefore, analyzing each situation in a specific way ensures a sense of accomplishment.<br />
Quality products, timely delivery, fast service, and accuracy are the<br />
keys to growing and standing out. In this issue, the reader learns more about the<br />
products and services of Hennings, a company specializing in the manufacture<br />
and sale of hoses and accessories, the importance of eucalyptus in the carbon<br />
market, the actions of the government in the promotion of carbon, the news of<br />
the shredder market, full coverage of an event on leaf-cutting ants, as well as an<br />
exclusive interview with Pablo Ruival, President of the Argentine Forestry Association<br />
(AFOA), who presents the reality of the neighboring country in the forestry<br />
market and the plans for the development of the activity in that Country.<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXVI - EDIÇÃO 260 - MARÇO 2024<br />
Entrevista com<br />
Pablo Ruival,<br />
presidente da<br />
AFOA<br />
Compostagem florestal<br />
3<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Vinicius Santos<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Cipem<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Julia Harumi<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Redes Sociais/ Social media<br />
Guilherme Leodoro<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
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fone: +55 (41) 3333-1023<br />
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0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
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Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />
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without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />
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CARTAS<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
MERCADO Novo picador florestal Thor combina robustez, potência, tecnologia e alta performance<br />
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Capa da Edição 259 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de fevereiro de 2024<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
ISSN 2359-4659<br />
<br />
ANO 26 Nº 259 FEVEREIRO 2024<br />
Ano XXVI • Nº259• Fevereiro 2024<br />
STRENGTH AND<br />
PRODUCTIVITY<br />
CUTTING CHAIN PROVIDES HIGH<br />
PERFORMANCE AND SAFETY IN<br />
FORESTRY OPERATIONS<br />
PRINCIPAL<br />
Por Carlos Ribeiro, Lebon Régis (SC)<br />
A mecanização da atividade florestal incentiva as empresas a fazer cada vez<br />
mais e melhor. Ótimo trabalho da Oregon para garantir mais produtividade.<br />
ENTREVISTA<br />
Por Maria Ester Gomes, São Paulo (SP)<br />
A floresta é incrível, cresce onde nós nem imaginamos. Parabéns para o<br />
pessoal de Goiás, que faz um trabalho sério onde poucos sabem o que<br />
acontece.<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
TRANSPORTE<br />
Por Joaquim Almeida, Astorga (PR)<br />
Já se foi o tempo que o caminhoneiro sofria dentro do caminhão. A melhoria<br />
na qualidade e na estrutura do trabalho é um ganho para o profissional e<br />
para as empresas.<br />
Foto: divulgacão Scania<br />
ACOMPANHE AS PUBLICAÇÕES DA REVISTA TAMBÉM EM NOSSAS REDES SOCIAIS<br />
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Revista Referência <strong>Florestal</strong><br />
@referenciaflorestal<br />
@revistareferencia9702<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados também para redação<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.
BASTIDORES<br />
Revista<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
CAPA<br />
A empresa Oregon Tool foi a capa da Edição<br />
de Fevereiro de 2024 da Revista REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL. A entrega do exemplar foi realizada pelo<br />
diretor comercial da Revista, Fábio Machado, para o<br />
gerente de marketing e operações da América Latina<br />
da Oregon Tool, Jeferson Souza.<br />
EM CAMPO<br />
A Revista REFERÊNCIA FLORESTAL recebeu um<br />
convite da empresa Komatsu Forest para assistir ao<br />
jogo entre Coritiba 1x1 Athletico Paranaense, no<br />
camarote da empresa, no estádio Major Antônio<br />
Couto Pereira, em Curitiba (PR). Quem representou a<br />
Revista foi o diretor comercial Fábio Machado ao lado<br />
do marketing da Komatsu Forest, Rafael Milarch.<br />
ALTA<br />
CAFÉ E FLORESTA JUNTOS<br />
Uma pesquisa demonstrou a viabilidade econômica<br />
da restauração florestal em áreas produtoras<br />
de café, na Mata Atlântica. Publicado na revista<br />
One Earth, o estudo é assinado por pesquisadores<br />
da USP (Universidade de São Paulo) e pelo diretor-executivo<br />
da Fundação SOS Mata Atlântica,<br />
Luís Fernando Guedes Pinto. O estudo aponta,<br />
que o aumento dos serviços ecossistêmicos<br />
impulsionados pelo reflorestamento, entre eles<br />
a polinização, pode levar à maior produtividade<br />
cafeeira, compensando os custos referentes à<br />
restauração da floresta. Além disso, um valor de<br />
CO₂ de pelo menos US$ 20 por tonelada melhoraria<br />
a viabilidade financeira da restauração.<br />
MARÇO 2024<br />
TRAGÉDIA CHILENA<br />
Os incêndios que atingem a região turística<br />
costeira de Valparaíso, no centro do Chile, já<br />
deixaram pelo menos 122 mortos, número que<br />
pode aumentar à medida que os bombeiros<br />
combatem os cerca de 40 focos de fogo. O presidente<br />
Gabriel Boric afirmou que o país enfrenta<br />
uma tragédia de grande magnitude. Segundo as<br />
autoridades, centenas de pessoas continuam<br />
desaparecidas, o que faz prever que o número<br />
de mortos aumente à medida que os corpos<br />
são encontrados nas encostas e nas habitações<br />
devastadas pelas chamas.<br />
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NOTAS<br />
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facilitado<br />
A Bruno, especialista na fabricação de trituradores e picadores<br />
florestais passa a contar com um CDP (Centro de Distribuição<br />
de Peças) na cidade de Rondonópolis (MT). O novo centro chega<br />
com a proposta de expandir o mercado e suprir as necessidades<br />
dos clientes Bruno. Situada no meio-oeste de Santa Catarina,<br />
a empresa Bruno é uma das líderes no mercado e acaba de<br />
anunciar a implantação de um CDP, em Rondonópolis (MT).<br />
Estrategicamente localizado, próximo aos principais anéis viários<br />
da região, ocupa uma área de 400 m² (metros quadrados) e conta<br />
com uma área administrativa.<br />
Tendo como diretriz a satisfação do cliente, o novo espaço<br />
chega com a intenção de proporcionar uma entrega mais rápida<br />
e eficiente de peças e serviços aos nossos clientes situados na região.<br />
A Bruno se destaca pela confiabilidade, eficiência e robustez<br />
em todas as operações. Além disso, oferece serviços especializados,<br />
que atendem às necessidades específicas dos clientes. Não é<br />
a toa que a empresa ocupa uma posição de destaque no mercado,<br />
sendo reconhecida como uma marca de tradição e confiança.<br />
O diretor da Bruno, Angelo Henz, reforça o comprometimento<br />
com a entrega e satisfação. Segundo o diretor, com o novo CDP,<br />
será fortalecido o compromisso da Bruno em oferecer excelência<br />
e qualidade em todas as interações com seus clientes. “Estamos<br />
entusiasmados com esta nova fase e ansiosos para continuarmos<br />
a fornecer soluções de alta qualidade e serviço excepcional”,<br />
destacou Angelo.<br />
Fotos: divulgação Bruno<br />
18 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
Nova direção<br />
Foto: divulgação AMIF<br />
A presidente da AMIF (Associação Mineira de Florestas), Adriana Maugeri, foi nomeada pelo Ministro Carlos Fávaro, como a<br />
nova presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas do MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária). É a<br />
primeira vez que uma mulher assume este posto.<br />
Para Adriana Maugeri, essa é uma oportunidade única e estratégica para promover a necessária integração e o desenvolvimento<br />
de parcerias em prol do fortalecimento das múltiplas cadeias produtivas da agroindústria florestal brasileira. “O nosso objetivo<br />
na presidência da Câmara Setorial será ampliar e direcionar a voz e a força das cadeias produtivas do nosso setor, desenvolvendo<br />
com estratégia as necessárias alianças que compactuem com a urgente necessidade de dar amplitude ao desenvolvimento da<br />
economia verde nacional por meio do seu maior vetor na atualidade, as florestas produtivas”, destaca.<br />
Ainda de acordo com Adriana Maugeri, a nomeação no MAPA representa a conquista de credenciais frente à lideranças nacionais<br />
e internacionais que discutem questões sensíveis, como a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e a ampliação do<br />
acesso à renda e à dignidade humana, dois produtos indiscutíveis da agroindústria florestal brasileira.<br />
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NOTAS<br />
Manejo valorizado<br />
O IFT (Instituto Floresta Tropical) iniciou em outubro de 2023 as ações de um novo projeto destinado ao fortalecimento<br />
do manejo florestal sustentável nas RESEX (Reservas Extrativistas) Arióca Pruanã e Mapuá, na região do Marajó (PA). Financiado<br />
pelo Fundo Vale, o projeto: Valorização da floresta; prevê a estruturação da produção madeireira local, a promoção de<br />
novas cadeias da sociobiodiversidade e o fortalecimento de dois planos de manejo florestal comunitários, um em cada reserva<br />
atendida pelo IFT.<br />
Em outubro de 2023 foram realizadas duas reuniões de apresentação das ações do projeto, uma no município de Breves<br />
e outra em Oeiras do Pará, com lideranças das organizações sociais desses territórios, como cooperativas, associações e grupo<br />
de manejadores, além da participação de analistas do Núcleo de Gerenciamento Integrado Breves, do ICMBio.<br />
Na RESEX Mapuá, o projeto realizou ainda uma reunião sobre comercialização de madeira, com a participação de manejadores<br />
comunitários, lideranças locais, representantes da cooperativa de produtores agroextrativistas dos rios Aramã e<br />
Mapuá (Coama), técnicos do IFT e o dono de uma empresa madeireira de São Miguel do Guamá, no nordeste paraense. No<br />
encontro, sediado na comunidade Boa Esperança, os manejadores apresentaram a dinâmica da produção madeireira na unidade<br />
de conservação e discutiram com os outros participantes sobre potencial produtivo, comercialização, logística e acesso<br />
ao mercado. A iniciativa é uma forma de aproximar os extrativistas locais com o setor comercial madeireiro e esclarecer dúvidas<br />
sobre o manejo florestal comunitário.<br />
Foto: divulgação<br />
22 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Detalhes do eucalipto<br />
Uma dissertação de mestrado, desenvolvida<br />
na área experimental do Programa<br />
Cooperativo sobre Produtividade e<br />
EUCFLUX (Fluxos de Carbono e Água em<br />
Eucalyptus), do IPEF (Instituto de Pesquisas<br />
e Estudos Florestais), avaliou o uso de<br />
sensoriamento remoto na estimativa da ET<br />
(evapotranspiração) em um povoamento<br />
de eucalipto. De autoria de Luca Nunes,<br />
com orientação do professor Clayton Alcarde<br />
Alvares, da UNESP/FCA (Universidade<br />
Estadual Paulista/Faculdade de Ciências<br />
Agronômicas), o estudo acompanhou o<br />
desempenho do tradicional algoritmo sebal<br />
na área experimental do Eucflux utilizando<br />
imagens do Landsat 8, entre os anos de<br />
2014 e 2018. O professor Clayton explica<br />
que o cultivo de eucalipto, impulsionado<br />
pela crescente demanda por madeira,<br />
se destaca por sua rápida adaptação e<br />
crescimento em diversas regiões. Contudo,<br />
as variáveis climáticas, especialmente a ET,<br />
desempenham um papel crítico em seu<br />
desenvolvimento. “A ET, que abrange a<br />
soma da transpiração das plantas e a evaporação<br />
da água na superfície terrestre, é<br />
fundamental para entender espacialmente<br />
o consumo hídrico dessa cultura. Embora<br />
a medição direta da ET por meio de uma<br />
torre de fluxo seja precisa, ela é pontual e<br />
dispendiosa”, alerta o professor e esclarece<br />
que entre os métodos indiretos, o uso de<br />
sensoriamento remoto emerge como uma<br />
opção promissora e acessível para pesquisadores<br />
e gestores florestais.<br />
Sobre a dissertação de mestrado, Lucas<br />
pontua que em geral, o modelo testado<br />
apresentou uma superestimação da ET.<br />
“Embora o algoritmo seja amplamente<br />
utilizado há mais de 15 anos para estimar a<br />
evapotranspiração em plantações florestais,<br />
esse é o primeiro estudo a validar o<br />
modelo com observações de campo, sendo<br />
que novas pesquisas serão essenciais para<br />
consolidar a qualidade do modelo Sebal e<br />
determinar se ajustes paramétricos para<br />
a cultura do eucalipto são necessários”,<br />
conclui Lucas.<br />
Foto: divulgação<br />
24 www.referenciaflorestal.com.br
Qualidade<br />
Sistema de Gestão de Qualidade<br />
certificado pela ISO 9001: 2015,<br />
em desenvolvimento, produção,<br />
comercialização e serviços pós-venda.<br />
Eficiência<br />
Resultados de controle comprovado em<br />
campo e por ensaios técnicos de universidades.<br />
Precisão
NOTAS<br />
Recompensa devida<br />
Em Mazagão (AP), um modelo inovador de gestão florestal impulsiona a economia e gera empregos na região sul do<br />
Estado. O PAE (Projeto de Assentamento Agroextrativista) Maracá garante renda sustentável à comunidade por meio da<br />
Bolsa Floresta, benefício acordado entre o Governo do Estado e a iniciativa privada, que reflete o compromisso conjunto<br />
com práticas que preservam a natureza e impulsionam o desenvolvimento local.<br />
O plano de manejo florestal sustentável executado pela Associação dos Trabalhadores do Assentamento Agroextrativista<br />
do Maracá em parceria com a empresa Ecoforte Bioenergia, destina 98% dos recursos da extração da madeira para a<br />
comunidade. O valor representa R$ 1 milhão mensal na economia da região e a renda de R$ 1.058 para mais de mil famílias<br />
da região.<br />
Aliar desenvolvimento e sustentabilidade pode ser possível com boas práticas, como a do manejo, que está mudando<br />
a vida das pessoas da região. Esse é um dos passos para iniciar a transformação que pode elevar os indicadores sociais do<br />
Amapá, que já tem os maiores índices de preservação ambiental.<br />
A técnica em enfermagem, Paula Dias, de 65 anos, é uma das beneficiárias da Bolsa Floresta. O auxílio vai permitir que<br />
a moradora da comunidade Maracá realize a reforma da casa dela, além de quitar as prestações que estava devendo. “Com<br />
certeza está tendo evolução na nossa comunidade, está crescendo as coisas, as pessoas estão conseguindo comprar seus<br />
materiais de casa, como geladeira, freezer, televisão, muitas coisas que a gente não poderia comprar hoje sem essa ajuda, a<br />
gente está conseguindo. Espero que nós continuemos assim, com essa parceria, que tenho certeza de que vai dar certo para<br />
a vida de muitas pessoas, principalmente dos assentados, que é um benefício que vai alcançar a todos”, celebra Paula.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Madeira nativa sustentável<br />
Foto: divulgação<br />
Se o Brasil atingir 20 milhões de ha (hectares) em concessão de florestas, o PIB (Produto Interno Bruto) seria aumentado em<br />
R$ 3,3 bilhões, proporcionando uma arrecadação de impostos da ordem de R$ 250 milhões, com a geração de cerca de 170 mil<br />
empregos e um valor da produção em 2030 equivalente a R$ 6,3 bilhões. A avaliação é de estudo do FNBF (Fórum Nacional das<br />
Atividades de Base <strong>Florestal</strong>), entidade criada em 1999 que congrega cerca de 3.500 empresas associadas. Conforme a entidade, o<br />
Brasil tem perto de 450 milhões de ha de florestas, o segundo país no mundo em extensão florestal. No entanto, representa apenas<br />
6% do suprimento industrial de madeira. O restante vem de floresta plantada. No Brasil, há apenas 1,4 milhão de ha em área<br />
concedida pelo Estado ou pela união. “Dentre os gargalos do setor florestal estão a falta de linha de crédito para um setor competitivo<br />
e que mantém a floresta de pé. Também existe confusão entre quem produz legalmente a madeira e os grupos criminosos que<br />
promovem o desmatamento ilegal”, destaca em comunicado o presidente do FNBF, Frank Rogieri, que em março estará à frente<br />
do evento: Madeira Sustentável - O Futuro do Mercado; uma iniciativa do FNBF e do CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e<br />
Exportadoras de Madeira de Mato Grosso), que ocorrerá no dia 15 de março, no Rio de Janeiro (RJ).<br />
O FNBF esclarece que a produção sustentável de madeira consiste no manejo florestal correto, realizado de forma a respeitar<br />
a legislação e garantir a preservação ambiental. No Pará, o manejo florestal gera 90 mil empregos diretos e indiretos, que atende a<br />
uma demanda anual de 6 milhões de m³ (metros cúbicos) e proporciona US$ 200 milhões em exportações, principalmente para os<br />
EUA (Estados Unidos da América) e para a Europa, em particular para França, Países Baixos e Portugal.<br />
28 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Fora de época<br />
O período de proibição para exploração do manejo florestal sustentável está em vigor em Mato Grosso e segue até o<br />
dia 1º de abril. A restrição se aplica ao corte, derrubada, arraste e transporte de toras. O objetivo da medida, que começou<br />
a valer a partir do dia 1º de fevereiro, é proteger o solo do impacto da retirada de madeira, principalmente no período das<br />
chuvas.<br />
Em Mato Grosso, cerca de 6% do território é atingido pela proibição, totalizando 52 mil km2 (quilômetros quadrados)<br />
de áreas que possuem PMFS (Planos de Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) autorizados pela SEMA-MT (Secretaria de Estado de<br />
Meio Ambiente de Mato Grosso). De acordo com a superintendente de Gestão <strong>Florestal</strong> da Sema (MT), Tatiana Paula Marques<br />
de Arruda, até abril só será possível emitir a guia florestal e transportar o volume e espécie das madeiras que foram<br />
estocadas na esplanada principal e cadastradas no sistema Sisflora antes do início do período proibitivo.<br />
Segundo Tatiana, respeitar essa fase de reserva da madeira é importante para manter o equilíbrio entre o desenvolvimento<br />
ambiental, o econômico e o social. A medida está prevista em resolução do Conama (Conselho Nacional de Meio<br />
Ambiente) e é regulamentada pela Câmara Técnica <strong>Florestal</strong> de Mato Grosso, por meio da resolução 10/2017, que dispõe<br />
sobre o período proibitivo de exploração florestal sob o regime de Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável de Baixo Impacto.<br />
Foto: divulgação<br />
30 www.referenciaflorestal.com.br
COLUNA<br />
Madeira nativa é<br />
o caminho para a<br />
descarbonização<br />
A matéria-prima<br />
proveniente dos<br />
PMFS é um vetor de<br />
desenvolvimento<br />
sustentável que<br />
abrange duas<br />
vertentes: o sequestro<br />
de carbono e a não<br />
emissão de gases de<br />
efeito estufa<br />
Manejo florestal sustentável é uma<br />
das chaves para o desenvolvimento<br />
de uma economia mais verde e<br />
sustentável<br />
Amadeira nativa, proveniente de PMFS (Planos de Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável),<br />
é um material resistente e versátil que continua revolucionando<br />
a construção civil mundial. Utilizada desde a antiguidade, há mais de<br />
10 mil anos, essa matéria-prima pode ser empregada em várias etapas<br />
das obras, desde aquelas em estágio temporário, até estruturas definitivas.<br />
Nas edificações, confere conforto térmico e arquitetura diferenciada. Propicia,<br />
ainda, a redução de impactos ambientais e auxilia na mitigação da crise climática por<br />
ser um material natural e renovável.<br />
Trata-se de uma solução que agrega tecnologia e sustentabilidade nas construções,<br />
após submetida a processos industriais, como por exemplo a MLC (Madeira<br />
Laminada Colada), que resulta em um sistema de alto desempenho que substitui o<br />
uso de concreto e aço em elementos como lajes, vigas, pilares, coberturas, paredes e<br />
treliças.<br />
Unindo tradição e inovação, a madeira oferece ganhos ambientais e econômicos<br />
na construção civil. O duplo benefício advém da economicidade dessa matéria-prima<br />
associada à redução do impacto ambiental com absorção de CO2 (gás carbônico), que<br />
fica capturado na própria edificação. Segundo a pesquisadora do MMA (Ministério do<br />
Meio Ambiente), Maria de Fátima Brito Lima, as edificações em madeira custam 30%<br />
menos que as obras de alvenaria.<br />
Em Mato Grosso, o incremento de 3,6 milhões de ha (hectares) de áreas de manejo<br />
florestal, até 2050, possibilitará uma redução de 1 milhão de toneladas métricas<br />
de CO2, segundo cálculos da SEMA-MT (Secretaria Estadual de Meio Ambiente de<br />
Mato Grosso). Este é um passo essencial para que o Estado alcance o objetivo de<br />
neutralizar emissões de carbono dentro deste horizonte.<br />
Carbono Neutro – Os PMFS contribuem significativamente para o sequestro de<br />
carbono e desempenham um papel crucial na proteção das florestas. A matéria-prima<br />
proveniente dos PMFS é um vetor de desenvolvimento sustentável que abrange<br />
duas vertentes: o sequestro de carbono e a não emissão de GEE (gases de efeito<br />
estufa).<br />
A fixação do carbono na estrutura da árvore contribui para o aumento de seu volume<br />
e crescimento por meio da fotossíntese, processo em que há sequestro de CO2<br />
e liberação de O2 (oxigênio) na atmosfera. Colher apenas árvores maduras nas áreas<br />
de PMFS evita quedas desordenadas das espécies arbóreas nas florestas, preservando<br />
a biodiversidade. Além disso, a árvore colhida armazena massa física de CO2.<br />
https://cipem.org.br<br />
32 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Foto: divulgação
FRASES<br />
Foto: divulgação<br />
A confusão do desmatamento<br />
ilegal com manejo florestal<br />
sustentável leva muitos<br />
profissionais da área de<br />
arquitetura, urbanismo e<br />
engenharia a não indicarem o<br />
uso da madeira nos projetos<br />
para não contribuir com o<br />
desmatamento da Floresta<br />
Amazônica, e isso não tem<br />
nada a ver<br />
Frank Rogieri, presidente do FNBF (Fórum<br />
Nacional de Base <strong>Florestal</strong>) sobre o potencial<br />
da atividade no Brasil<br />
“A inclusão expressa da região<br />
como prioritária nas aplicações<br />
de recursos financeiros do FNMA<br />
visa atender a uma demanda<br />
urgente e estratégica para a<br />
proteção do meio ambiente<br />
brasileiro, tendo em vista as<br />
crescentes demandas por<br />
preservação ambiental e a seca,<br />
especialmente exacerbada este<br />
ano, na Amazônia”<br />
“Mato Grosso do Sul está<br />
consolidando sua posição de<br />
grande produtor de eucalipto<br />
com mais de 1,2 milhão de<br />
hectares cultivados. E mais<br />
gerando renda para inúmeras<br />
famílias!”<br />
Duda Ramos, deputado do MDB (RR), autor do<br />
projeto que prevê prioridade na aplicação dos<br />
recursos do FNMA (Fundo Nacional do Meio<br />
Ambiente) para projetos que tenham como área<br />
de atuação a Amazônia Legal<br />
Jaime Verruck, secretário de meio ambiente<br />
do Mato Grosso do Sul, sobre os programas<br />
de fomento e inclusão social no ciclo do<br />
eucalipto no Estado<br />
34 www.referenciaflorestal.com.br
PICAR EM ALTA<br />
PRODUTIVIDADE É<br />
UMA ARTE PARA POUCOS!<br />
Para obter um alto potencial<br />
produtivo em operações de<br />
picagem, além do picador<br />
robusto, você precisa de facas<br />
de alta performance e uma<br />
afiação eficaz.<br />
A DRV tem as ferramentas<br />
certas para cada<br />
operação!<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
ENTREVISTA<br />
Floresta<br />
ARGENTINA<br />
Forests in Argentina<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
N<br />
o mercado sul americano, o Brasil é a grande<br />
liderança dentro do segmento florestal, sendo<br />
um dos grandes players globais nesse campo.<br />
O que poucos têm contato é com a realidade<br />
da produção florestal em outros países da América Latina,<br />
que vêem o Brasil como exemplo e as florestas plantadas<br />
como uma grande oportunidade de desenvolvimento econômico.<br />
Pablo Ruival, presidente da AFOA (Associação <strong>Florestal</strong><br />
Argentina), compartilha sua experiência, planos para o setor<br />
e o que nossos vizinhos têm feito para crescer e fortalecer<br />
sua indústria de base florestal.<br />
Pablo Ruival<br />
I<br />
n the South American market, Brazil is a major leader<br />
in the forestry segment and is one of the major global<br />
players in this field. What few people are aware of is<br />
the reality of forestry production in other Latin American<br />
countries, that see Brazil as an example and its planted<br />
forests as an excellent opportunity for economic development.<br />
Pablo Ruival, president of the Argentine Forestry Association<br />
(AFOA), shares his experience, plans for the Sector, and what<br />
our neighbors have done to grow and strengthen their forest-<br />
-based industry.<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Diretor Nacional da Arauco Argentina, ingressou na empresa<br />
em julho de 2002 como Gerente Comercial de Madeira e<br />
Painéis. Posteriormente, atuou como Gerente de Assuntos<br />
Públicos e Comerciais. Pablo é formado em Administração<br />
de Empresas, pela Universidade Católica da Argentina.<br />
The National Director of Arauco Argentina, joined the<br />
Company in July 2002 as Sales Manager for Wood and<br />
Panels. Subsequently, he served as Public and Sales Affairs<br />
Manager. Ruival holds a degree in Business Administration<br />
from the Catholic University of Argentina.<br />
36 www.referenciaflorestal.com.br
Qual é a situação atual do setor florestal argentino?<br />
O setor florestal e silvo-industrial é muito importante no país,<br />
embora esteja longe do seu potencial e tenha ficado aquém do<br />
crescimento que teve nos países vizinhos. Temos novas expectativas<br />
de que isso possa ser revertido. Para dar dimensão ao setor,<br />
as províncias reconheceram uma área de cerca de 55 milhões de<br />
ha (hectares) de florestas nativas no planejamento realizado no<br />
âmbito da lei 26.331. Por outro lado, a indústria de base florestal<br />
fornece 95% da madeira de plantações florestais. Neste sentido,<br />
1,3 milhões de ha foram reflorestados com pinus, eucaliptos e<br />
salicáceas, majoritariamente na Mesopotâmia e no Delta, 55%<br />
deles certificados com selos de gestão sustentável reconhecidos<br />
internacionalmente. O valor acrescentado da madeira florestal<br />
inclui a produção de pasta e papel; madeira e tábuas para habitação<br />
e móveis; energia elétrica e térmica e diversos produtos<br />
químicos. Com 13 mil produtores florestais e mais de 6 mil empresas,<br />
a indústria florestal emprega direta e formalmente cerca<br />
de 100 mil pessoas e exporta cerca de US$ 700 milhões anualmente.<br />
Historicamente, apresenta saldo comercial negativo, principalmente<br />
devido à importação de papel.<br />
>> Como se interessou por florestas?<br />
Desde que ingressei na Arauco Argentina em 2002, conheci um<br />
setor comprometido com a gestão, gerando processos e modelos<br />
de trabalho integradores ao longo de todo o ciclo produtivo na<br />
busca constante pela melhoria. Além disso, o fato de trabalhar<br />
em uma empresa que tem a sustentabilidade como núcleo do<br />
seu negócio - com a convicção de que o setor florestal e silvo-<br />
-industrial pode dar respostas à agenda mais importante para o<br />
futuro imediato: colaborar para mitigar as alterações climáticas e<br />
proporcionar opções de desenvolvimento sustentável -, faz com<br />
que meu compromisso cresça e se expanda dia a dia. Através<br />
do trabalho na Arauco, que é uma empresa que tem todo o seu<br />
patrimônio florestal Certificado para Gestão Sustentável com os<br />
dois mais reconhecidos selos internacionais (FSC e PEFC), que<br />
seguem elevados padrões de gestão ambiental em suas operações<br />
e gerando processos de economia circular, pude também<br />
expandir os meus conhecimentos para outras áreas de gestão,<br />
especialmente em diversas entidades como a AFOA e outros protagonistas<br />
do setor.<br />
>> Como foi sua trajetória dentro da associação?<br />
Profundamente ligado ao setor, também sou presidente do CER-<br />
FOAR – PEFC Argentina representando a AFOA. O PEFC trabalha<br />
para proteger as florestas e os ecossistemas florestais, além de<br />
promover a gestão florestal sustentável através de certificações,<br />
considerando uma perspectiva social e local que gera benefícios<br />
para todos. Na AFOA ocupei especialmente vários cargos no<br />
conselho de administração, até ano passado, altura em que fui<br />
nomeado Presidente até 2025.<br />
>> Poucos anos antes, a AFOA cumpriu um papel importante<br />
para dar maior segurança jurídica ao setor. Considera uma das<br />
vitórias mais marcantes para o segmento?<br />
Sim, foi um dos acontecimentos mais marcantes da história.<br />
Foi em 2004, quando assinei um acordo com o Ministério do<br />
Trabalho, Emprego e Segurança Social - ainda em vigor - pelo<br />
What is the current situation in the Argentine Forest-based<br />
Sector?<br />
The Forest-based Sector is very important in the Country,<br />
although it is far from achieving its potential and has fallen<br />
short of the growth it has had in neighboring countries. We<br />
have new expectations that this can be reversed. To give<br />
dimension to the Sector, the Provinces recognized an area of<br />
about 55 million ha as native forests in the planning carried<br />
out under Law 26.331. On the other hand, the forest-based<br />
industry provides 95% of the wood from forest plantations.<br />
In this regard, 1.3 million ha have been reforested with pine,<br />
eucalyptus, and salicaceous species, mainly in Mesopotamia<br />
and the Delta, 55% of them certified with internationally recognized<br />
Sustainable Management seals. The added value of<br />
forest wood includes pulp and paper production, sawn wood<br />
for housing and furniture, electrical and thermal energy, and<br />
various chemicals. With 13 thousand forest producers and<br />
more than six thousand companies, the forest-based industry<br />
directly and formally employs about a hundred thousand people<br />
and exports about US$ 700 million annually. Historically, it<br />
has a negative trade balance, mainly due to paper imports.<br />
How did you become interested in forests?<br />
Since I joined Arauco Argentina in 2002, I have met a Sector<br />
committed to Management, generating integrative processes<br />
and work models throughout the entire production cycle in<br />
the constant search for improvement. In addition, the fact<br />
that I work in a Company that has sustainability as the core of<br />
its business - with the conviction that the Forest-based Sector<br />
can respond to the most critical agenda for the immediate<br />
future, collaborating to mitigate climate change and providing<br />
sustainable development options - makes my commitment<br />
grow and expand day by day. Through my work at Arauco, a<br />
company that has all its forest assets Certified for Sustainable<br />
Management with the two most recognized international<br />
seals (FSC and PEFC), which follow high standards of environmental<br />
management in their operations and generating<br />
circular economy processes, I was also able to expand my<br />
knowledge to other areas of management, especially in various<br />
entities such as AFOA and other players in the Sectors.<br />
What has been your path within the Association?<br />
Deeply connected to the Sectors, I am also President of<br />
CERFOAR – PEFC Argentina representing AFOA. PEFC works<br />
to protect forests and forest ecosystems, as well as promote<br />
sustainable forest management through certification, considering<br />
a social and local perspective that generates benefits for<br />
all. At AFOA, I held various positions on the Board of Directors<br />
until last year, when I was appointed Chairman until 2025.<br />
A few years ago, AFOA played an important role in providing<br />
greater legal certainty to the Forest-based Sector. Do<br />
you consider it one of the most remarkable victories for the<br />
Sector?<br />
Yes, it was one of the most remarkable events in its history. It<br />
was in 2004 when it signed an agreement with the Ministry<br />
of Labor, Employment, and Social Security - still in force - by<br />
Março 2024<br />
37
ENTREVISTA<br />
qual a AFOA, em colaboração com a UATRE, foi designada como:<br />
Organismo Certificador de Trabalhadores Florestais. Uma tarefa<br />
que ambas as entidades realizam atualmente em todo o país de<br />
forma incessante, na qual já foram avaliadas e certificadas mais<br />
de 7 mil pessoas por competências, dando maior segurança e<br />
empregabilidade aos trabalhadores do setor. A favor da sustentabilidade,<br />
destacam-se a colaboração no desenvolvimento do<br />
sistema argentino de certificação florestal para a gestão sustentável<br />
(CERFOAR) e o apoio à criação do escritório nacional do<br />
sistema de certificação florestal FSC. Mas não é só isso, desde<br />
1946, a AFOA tem participado ativamente em todos os espaços<br />
de diálogo público-privado, tanto a nível nacional como provincial,<br />
representando o setor florestal. Atualmente faz parte do<br />
CONFIAR (Conselho <strong>Florestal</strong>-Industrial Argentino), que reúne as<br />
entidades representativas da cadeia de valor florestal-industrial,<br />
aquelas que participaram da elaboração do Plano Estratégico<br />
<strong>Florestal</strong>-Industrial 2030, juntamente com representantes do<br />
setor público e entidades da sociedade civil, o que marca o trabalho<br />
a ser realizado nos próximos anos (disponível em http://<br />
www.AFOA.org.ar/web/PublicacionForestales-11Dic2019.pdf).<br />
No referido contexto, a primeira preocupação é aumentar as taxas<br />
de plantação florestal e enriquecimento de florestas nativas<br />
para cumprir o objetivo de atingir 2 milhões de ha até 2030. Este<br />
tem sido o compromisso do país no Acordo de Paris e o objetivo<br />
estabelecido no Plano Estratégico <strong>Florestal</strong>-Industrial 2030. Isto<br />
implica aumentar a atual taxa de reflorestamento de cerca de 35<br />
mil ha (menos que a taxa de substituição) para cerca de 100 mil<br />
ha anualmente durante os próximos 10 anos.<br />
>> O que mais a AFOA inclui em sua agenda?<br />
Inclui, além da promoção florestal, a promoção da pecuária florestal<br />
com modelos que melhorem a produtividade, o bem-estar<br />
animal e permitam a produção de carne neutra em carbono;<br />
uma forte aposta nos trabalhadores florestais, promovendo a<br />
certificação de competências e a formação contínua com programas<br />
específicos com o MTEySS; apoio à certificação florestal para<br />
a gestão sustentável, como ferramenta fundamental para a sustentabilidade<br />
e possibilidades de exportação e, em particular, o<br />
acompanhamento do Plano Estratégico 2030. Para tal, as associações<br />
representativas desta cadeia de valor (AFOA, AFCP, FAIMA,<br />
ASORA e SRA) se uniram no CONFIAR e trabalham juntas.<br />
>> Quais as principais diretrizes do plano florestal e industrial<br />
2030?<br />
Este Plano Estratégico <strong>Florestal</strong> e <strong>Florestal</strong>-Industrial Argentina<br />
2030 é um marco histórico para o setor, produto da articulação<br />
alcançada entre o setor público, a sociedade civil e o setor privado<br />
no contexto da Mesa Redonda de Competitividade <strong>Florestal</strong>-<br />
-Industrial (que retornará em breve a se encontrar). Seus objetivos<br />
incluem conservar e valorizar as florestas nativas; aumentar<br />
a área de florestas cultivadas para 2 milhões de ha, conseguir<br />
investimentos de US$ 7 bilhões em indústrias da cadeia de valor:<br />
biorrefinarias; papéis; construção com madeira; energia; móveis<br />
com uma importante agenda de inovação ali estabelecida. Isto<br />
geraria quase 187 mil novos empregos e reverteria o histórico<br />
déficit comercial do setor graças à exportação de mais de US$<br />
2,5 bilhões. Estes objetivos são especialmente importantes<br />
which AFOA, in collaboration with UATRE, was designated<br />
as the Certification Body for Forestry Workers. This is a task<br />
that both entities currently carry out throughout the Country<br />
incessantly, and more than seven thousand workers have<br />
already been evaluated and certified for skills, giving greater<br />
security and employability to workers in the forestry segment.<br />
In favor of sustainability, we highlight the collaboration in the<br />
development of the Argentine forest certification system for<br />
sustainable management (CERFOAR) and the support for the<br />
creation of the national office of the FSC forest certification<br />
system. Not only that, since 1946, AFOA has actively participated<br />
in all public-private dialogue spaces, both at national<br />
and provincial levels, representing the Forest-based Sector.<br />
It is currently part of the Argentine Forest-Industrial Council<br />
(CONFIAR), which brings together the representative entities<br />
of the forest product value chain, those that participated in<br />
the preparation of the Forest-Industrial Strategic Plan 2030,<br />
together with representatives of the Public Sector and Civil<br />
Society entities, which marks the work to be carried out in the<br />
coming years (available on http://www.AFOA.org.ar/web/<br />
PublicacionForestales-11Dic2019.pdf.) In this context, the first<br />
concern is to increase forest planting rates and enrichment of<br />
native forests to meet the goal of reaching two million ha by<br />
2030. This has been the Country’s commitment to the Paris<br />
Agreement and the objective set out in the strategic plan,<br />
Forest-Industrial Plan 2030. This entails increasing the current<br />
reforestation rate from about 35 thousand (less than the replacement<br />
rate) to about one hundred thousand ha annually<br />
over the next ten years.<br />
What else does AFOA have on its agenda?<br />
Included, in addition to the promotion of forestry, are the<br />
promotion of forest livestock with models that improve<br />
productivity and animal welfare and promote the production<br />
of carbon-neutral meat; a strong focus on forestry workers,<br />
promoting the certification of skills and continuous training<br />
with specific programs such as MTEySS; support for forest certification<br />
for Sustainable Management, as a fundamental tool<br />
for sustainability and export possibilities and, in particular,<br />
the monitoring of the 2030 Strategic Plan. To this end, the associations<br />
representing this value chain (AFOA, AFCP, FAIMA,<br />
ASORA, and SRA) have joined CONFI and work together.<br />
What are the main guidelines of the 2030 forest-based plan?<br />
This Argentine Forest-based Strategic Plan 2030 is a historic<br />
milestone for the Sector, the product of the articulation<br />
achieved between the Public Sector, Civil Society, and the<br />
Private Sector in the context of the Roundtable on Forest<br />
Product Competitiveness (which will meet again shortly). Its<br />
objectives include conserving and enhancing native forests,<br />
increasing the area of planted forests to two million hectares,<br />
achieve investments of US$ 7 billion in industries in the value<br />
chain: biorefineries, paper making, construction with wood,<br />
and energy, with an important innovation agenda established<br />
there. This would generate almost 187 thousand new jobs<br />
and reverse the Sector’s historic trade deficit thanks to exports<br />
of more than US$ 2.5 billion. These goals are especially<br />
38 www.referenciaflorestal.com.br
produção<br />
nacional<br />
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ENTREVISTA<br />
How has the Country’s economic situation influenced forest<br />
production?<br />
Argentina has numerous comparative advantages for forest<br />
production. Regarding forest plantations, about one million ha<br />
(80% of the total) are in Mesopotamia and the Delta, which<br />
is one of the most productive regions in the world for species<br />
such as Pine, Eucalyptus, and Salicaceae. Expansion possiquando<br />
a agenda internacional dá prioridade à mitigação das<br />
alterações climáticas e à descarbonização da economia. O setor<br />
florestal e florestal industrial pode ser uma fonte de crescimento<br />
econômico em uma base renovável e de baixa intensidade carbônica.<br />
É um dos setores com maior capacidade para aumentar o<br />
desenvolvimento regional de forma sustentável, proporcionando<br />
empregos tanto nas zonas rurais como nas urbanas.<br />
>> A associação oferece cursos ou treinamentos para seus associados?<br />
A entidade organiza diversos seminários gratuitos sobre diversos<br />
temas ligados à atividade florestal e florestal industrial. Nos últimos<br />
anos, vários temas têm sido desenvolvidos, em uma média<br />
de 3 ou 4 seminários por ano, incluindo: estimativa da oferta disponível<br />
de madeira nas regiões da Mesopotâmia Argentina (províncias<br />
do nordeste Argentino); exportações e cadeias produtivas<br />
livres de desmatamento; experiências de certificação no grupo<br />
PEFC (Sistema de certificações florestais) argentina; sistemas<br />
florestais e carne de baixo e neutro carbono; e a chave para controlar<br />
os incêndios florestais e rurais. Como um de seus eventos<br />
mais importantes, organiza o Congresso <strong>Florestal</strong> Argentino, que<br />
em sua quinta edição, foi realizado em conjunto com o VIII CON-<br />
FLAT (Congresso <strong>Florestal</strong> Latino-americano) em março de 2023<br />
na cidade de Mendoza, capital da província de Mendoza.<br />
>> Qual a importância do congresso florestal para promover a<br />
atividade na Argentina?<br />
O Congresso <strong>Florestal</strong> de 2023 teve como fio condutor conceitual:<br />
o papel vital da floresta em tempos complexos e de<br />
mudança. Foi um evento muito concorrido, com mais de 1.000<br />
participantes de diversos atores do setor em um espaço onde foram<br />
analisados os desafios econômicos, ambientais e sociais que<br />
a atividade enfrenta hoje. Contou com oradores internacionais<br />
com grande experiência, empresas, universidades, entidades de<br />
diversas áreas, governos nacionais e provinciais, além de outros<br />
stakeholders. Mais de 200 trabalhos de pesquisa foram apresentados.<br />
O encontro, organizado pela Universidade Nacional de<br />
Cuyo, CONICET (Conselho nacional de pesquisa científica e técnicas),<br />
INTA (Instituto Nacional de Tecnologia Argentina), AFOA e<br />
com o apoio do governo da Província de Mendoza, do CFI (Conselho<br />
Federal de Investimentos), do Ministério de Ciência e Tecnologia,<br />
entre diversas entidades públicas e privadas, baseou-se<br />
em cinco eixos temáticos fundamentais: alterações climáticas,<br />
ecologia, biodiversidade e genética florestal, sustentabilidade<br />
social e educação florestal, biometria, silvicultura e inovação<br />
produtiva e competitividade econômica. Informações completas<br />
sobre as apresentações e trabalhos de pesquisa apresentados<br />
podem ser vistas em https://congresoforestal2023.org.ar<br />
>> Como a situação econômica do país influenciou a produção<br />
florestal?<br />
A Argentina tem inúmeras vantagens comparativas para a produção<br />
florestal. Em relação às plantações florestais, cerca de 1<br />
milhão de ha (80% do total) estão na Mesopotâmia e no Delta,<br />
que é uma das regiões mais produtivas do mundo para espécies<br />
como pinus, eucalipto e salicáceas. As possibilidades de<br />
expansão são muito importantes. Um estudo realizado pela FAO<br />
important when the international agenda prioritizes climate<br />
change mitigation and the decarbonization of the economy.<br />
The Forest-based Sector can be a source of economic growth<br />
on a renewable and low-carbon basis. It is one of the sectors<br />
with the greatest capacity to increase regional development<br />
sustainably, providing jobs in both rural and urban areas.<br />
Does the Association offer seminars and training courses for<br />
its members?<br />
The Association organizes several free seminars on various<br />
topics related to forestry and forest product activity. In recent<br />
years, several themes have been developed, on an average<br />
of three or four seminars per year, including estimation of<br />
the available supply of timber in the Argentine Mesopotamia<br />
Regions (Provinces of Northeastern Argentina); deforestation-free<br />
exports and production chains; certification<br />
experiences in the Argentine Forest Certification System<br />
(PEFC) group; low- and carbon-neutral forestry and meat<br />
systems; and the key to controlling forest and rural fires. As<br />
one of its most important events, it organizes the Argentine<br />
Forest-based Congress, which, in its fifth event, was held in<br />
conjunction with the VIIIth Latin American Forest-based Congress<br />
(CONFLAT) in March 2023 in the city of Mendoza, capital<br />
of the Province of Mendoza.<br />
What is the importance of Congress in promoting the activity<br />
in Argentina?<br />
The 2023 Congress had as its conceptual theme: The vital role<br />
of the forest in complex and changing times. It was a very<br />
popular event, with more than a thousand participants from<br />
various professionals in the Sectors. It was a space where<br />
the economic, environmental, and social challenges that the<br />
activity faces today were analyzed. It featured international<br />
speakers with much experience, companies, universities, entities<br />
from various areas, national and provincial governments,<br />
and other stakeholders. More than two hundred research<br />
papers were submitted. The meeting, organized by the National<br />
University of Cuyo, the National Council for Scientific<br />
and Technical Research (CONICET), the National Institute of<br />
Argentine Technology (INTA), and AFOA, and with the support<br />
of the government of the Province of Mendoza, the Federal<br />
Investment Council (CFI), and the Ministry of Science and<br />
Technology, among several public and private entities, It was<br />
based on five key thematic axes: climate change, ecology,<br />
forest biodiversity and genetics, social sustainability and forest<br />
education, biometrics, forestry and productive innovation<br />
and economic competitiveness. Full information about the<br />
presentations and research papers presented can be found at<br />
https://congresoforestal2023.org.ar.<br />
40 www.referenciaflorestal.com.br
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•Maior vida útil da corrente e do rebolo;<br />
•Afiação consistente;<br />
•Fácil de operar e ajustar;<br />
•Economia de tempo e dinheiro;<br />
•Fabricado nos EUA.
ENTREVISTA<br />
(Divisão da ONU dedicada a produção agrícola e alimentação<br />
- 2020) no âmbito de biomassa, para avaliar o potencial de plantações<br />
para energia madeireira na Argentina, detectou quase<br />
15 milhões de ha potencialmente adequados para plantações<br />
florestais em todo o país. Esta estimativa não incluiu solos utilizados<br />
na agricultura ou áreas consideradas no planejamento de<br />
florestas nativas. A esta área podemos somar outros estudos realizados<br />
pelo INTA para espécies de alto valor, como o Toona (que<br />
substitui o cedro), que identifica cerca de 2 milhões de ha de<br />
alta e média aptidão para esta espécie na área de Salta e Jujuy,<br />
bem como os interessantes avanços genéticos que estão sendo<br />
alcançados para o plantio de quebracho e alfarroba na região do<br />
Gran Chaco.<br />
>> Quais vantagens o segmento florestal argentino oferece para<br />
o mercado?<br />
As vantagens competitivas para o setor florestal-industrial incluem:<br />
ótimas condições naturais: a Argentina possui áreas de<br />
alta produtividade florestal que permitem turnos de corte de 9 a<br />
15 anos em média (nos países nórdicos é de 30 a 45 anos) e solos<br />
adequados que não competem com a agricultura ou áreas de<br />
florestas nativas; Demanda interna significativa: a Argentina tem<br />
uma balança comercial negativa no papel, um déficit habitacional<br />
que pode ser resolvido com a construção em madeira, a possibilidade<br />
de expansão da produção de móveis e o uso de energia<br />
renovável na forma de chips e pellets, bem como capacidade<br />
tecnológica para inovação em biomateriais; Crescente procura<br />
internacional de produtos derivados da madeira: este é o caso<br />
tanto dos produtos tradicionais (celulose, determinados papéis,<br />
mobiliário) como das novas aplicações na construção com madeira<br />
e biomateriais, impulsionadas pela sua capacidade de substituir<br />
produtos não renováveis associados a elevadas emissões<br />
de GEE (gases de efeito estufa), como plásticos, cimento, tijolos<br />
e combustíveis fósseis; Capacidades científico-tecnológicas qualificadas:<br />
estão presentes nas principais regiões do país (recursos<br />
humanos, institutos, cursos universitários, observatórios, redes);<br />
e conhecimento e mapeamento abrangente do território: o que<br />
permite identificar e preservar ambientes críticos e a biodiversidade.<br />
>> Existem políticas públicas para promover o reflorestamento?<br />
As plantações florestais são promovidas pela lei 25.080 de promoção<br />
de investimentos em florestas cultivadas, que foi prorrogada<br />
até 2029. Esta Lei prevê estabilidade fiscal, benefícios fiscais<br />
e uma contribuição econômica não reembolsável (AENR) que<br />
cobre parte do custo do plantio, poda e desbaste. Os períodos<br />
entre a plantação e a colheita – cerca de 16 anos – reduzem os<br />
incentivos à silvicultura comercial, o que tem justificado o seu<br />
apoio em todo o mundo até que, pelo menos, sejam desenvolvidos<br />
investimentos industriais em valor acrescentado que<br />
promovam as plantações florestais e fechem um círculo virtuoso.<br />
Infelizmente, o financiamento da promoção tem estado sujeito<br />
às crises financeiras do país. O pagamento das contribuições tem<br />
sido feito com atraso (em média mais de 4 anos após o plantio).<br />
Por outro lado, os grandes investimentos florestais-industriais<br />
necessários para atender à demanda global dos últimos 20 anos<br />
foram feitos no Brasil, no Uruguai e no Chile e não chegaram à<br />
bilities are very important. A study carried out by FAO (UN<br />
Division dedicated to Agricultural Production and Food - 2020)<br />
in the field of biomass, to assess the potential of plantations<br />
for timber energy in Argentina, detected almost 15 million ha<br />
potentially suitable for forest plantations across the Country.<br />
This estimate did not include land used in agriculture or areas<br />
considered in the planning of native forests. To this area, we<br />
can add other areas included in studies carried out by INTA<br />
for high-value species, such as Toona (which replaces cedar),<br />
which identifies about two million ha of high and medium<br />
aptitude for this species in the Salta and Jujuy area, as well<br />
as the interesting genetic advances that are being achieved<br />
for the planting of Quebracho and Carob in the Gran Chaco<br />
Region.<br />
What advantages does the Argentine Forest-based Sector<br />
offer to the market?<br />
Competitive advantages for the Sector include optimal natural<br />
conditions. Argentina has areas of high forest productivity<br />
that allow cutting cycles of nine to 15 years on average (in<br />
the Nordic countries, it is 30 to 45 years) and suitable soils<br />
that do not compete with agriculture or native forest areas,<br />
significant domestic demand. Argentina has a negative trade<br />
balance for paper, a housing deficit that can be solved with<br />
constructions in wood, the possibility of expanding furniture<br />
production, and the use of renewable energy in the form of<br />
chips and pellets, as well as technological capacity for innovation<br />
in biomaterials. Growing international demand for woodbased<br />
products: this is the case for both traditional products<br />
(cellulose, certain papers, and furniture) and new applications<br />
in construction with wood and biomaterials, driven by their<br />
ability to replace non-renewable products associated with<br />
high Greenhouse emissions, such as plastics, cement, bricks,<br />
and fossil fuels; a qualified scientific-technological workforce,<br />
present in the main regions of the Country (human resources,<br />
institutes, university courses, observatories. networks);<br />
and comprehensive knowledge and mapping of the territory:<br />
which allows the identification and preservation of critical<br />
environments and biodiversity.<br />
Are there public policies to promote reforestation?<br />
Forest plantations are promoted by Law 25.080 for the promotion<br />
of investments in planted forests, which was extended<br />
until 2029. This Law provides for fiscal stability, tax benefits,<br />
and a non-refundable economic contribution (AENR) that<br />
covers part of the cost of planting, pruning, and thinning. The<br />
periods between planting and harvesting – about 16 years –<br />
reduce incentives for commercial forestry, which has justified<br />
its support around the world, at least, until value-added<br />
industrial investments are developed that promote forest<br />
plantations and close a virtuous circle. Unfortunately, the<br />
funding for the promotion has been subject to the Country’s<br />
financial crises. The payment of contributions has been made<br />
late (on average more than four years after planting). On the<br />
other hand, the large forest product investments needed to<br />
meet the global demand of the last 20 years have been made<br />
in Brazil, Uruguay, and Chile and have not reached Argentina.<br />
42 www.referenciaflorestal.com.br
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ENTREVISTA<br />
Argentina. A falta de investimento na agregação de valor também<br />
reduziu o incentivo para plantar.<br />
>> No Brasil vivemos uma realidade de muito preconceito com<br />
as atividades florestais na sociedade civil. Existe algo semelhante<br />
na Argentina?<br />
Sim, partilhamos de fato alguns mitos na sociedade que, apesar<br />
de solidamente demolidos pela realidade, continuam a assombrar<br />
a opinião pública. Este é um ponto preocupante e com altíssimo<br />
nível de desconhecimento por parte da sociedade argentina.<br />
Seja no que diz respeito aos níveis de reciclagem de papel e<br />
papelão, como principalmente no que diz respeito ao fato de não<br />
serem derrubadas árvores de florestas nativas para a produção<br />
de papel e celulose. Por um lado, no que diz respeito ao aspecto<br />
da reciclagem, é necessário saber que não é possível reciclar<br />
infinitamente, pois é necessário o aporte de fibras virgens incorporadas,<br />
uma vez que o reciclado se desgasta após vários ciclos<br />
de uso, o que o torna inutilizável para Indústria. Mas, além disso,<br />
é paradoxal constatar que existe uma profunda consciência sobre<br />
o quão fundamental é para o ambiente plantar árvores, mas este<br />
fato está totalmente dissociado da necessidade industrial da sua<br />
utilização, o que faz com que as opiniões sobre a utilização de<br />
árvores, por desconhecimento, sejam negativas, principalmente<br />
entre os mais jovens. A realidade é que as fábricas de pasta e<br />
papel à base de madeira têm promovido a plantação de centenas<br />
de milhares de hectares que fazem parte do patrimônio florestal<br />
do país. A Argentina possui atualmente cerca de 1,3 milhão de<br />
ha de plantações florestais, 55% delas certificadas com selos de<br />
gestão sustentável reconhecidos internacionalmente, como o<br />
FSC (Conselho de Monitoramento de Florestas) e o PEFC. A indústria<br />
florestal argentina é abastecida com 95% da madeira dessas<br />
plantações. O valor agregado inclui a produção de celulose<br />
e papel na parte de trituração, mas, além disso, são produzidas<br />
madeiras e tábuas para residências e móveis, além de energia<br />
elétrica e térmica e diversos produtos químicos. Com 13 mil produtores<br />
florestais e mais de 6 mil empresas, a indústria florestal<br />
emprega direta e formalmente cerca de 100 mil pessoas e exporta<br />
cerca de US$ 700 milhões anualmente. O setor florestal-industrial<br />
é fonte de empregos e crescimento sustentável para o país.<br />
Toda a produção de papel que utiliza madeira na Argentina é<br />
abastecida com madeira certificada para manejo sustentável ou<br />
madeira controlada auditada por selos internacionais como FSC<br />
e PEFC, incluindo cadeias de custódia até a origem. Essa madeira<br />
não provém de florestas nativas e é produzida sob princípios<br />
e critérios internacionalmente aceitos de manejo sustentável.<br />
Também é neutro em carbono e colabora com a mitigação das<br />
mudanças climáticas e pode colaborar na transição energética<br />
e produtiva para a neutralidade de carbono no país. Ou seja, o<br />
papel que usamos e consumimos, em todas as suas formas, é<br />
feito de árvores que foram plantadas especialmente para serem<br />
consumidas, da mesma forma que um tomate ou um milho - por<br />
exemplo - são plantados para posterior colheita e consumo.<br />
>> Quais são os seus principais objetivos para a associação?<br />
Desde a sua criação em 1946, a AFOA promove o desenvolvimento<br />
florestal em todo o território da República Argentina. A sua<br />
missão atual é promover o desenvolvimento da silvicultura e da<br />
The lack of investment in adding value has also reduced the<br />
incentive to plant.<br />
In Brazil, we live in a reality of prejudice against forest activities<br />
by Civil Society. Is there something similar in Argentina?<br />
Yes, we do share some myths in Society that, although solidly<br />
demolished by reality, continue to haunt public opinion. This<br />
is a worrying point, as there is a very high level of ignorance<br />
on the part of Argentine Society. Be it with regard to the recycling<br />
of paper and cardboard or especially with regard to the<br />
fact that trees from native forests are not harvested for pulp<br />
and paper production. On the one hand, with regard to the<br />
recycling aspect, it is necessary to know that it is not possible<br />
to recycle infinitely, as it is necessary to incorporate virgin<br />
fibers since the recycled pulp wears out after several cycles of<br />
use, which makes it unusable for Industry. But in addition, it<br />
is paradoxical to note that there is a deep awareness about<br />
how fundamental it is for the environment to plant trees. Still,<br />
this fact is totally dissociated from the industrial need for<br />
their use, which makes the opinions about the use of trees,<br />
due to lack of knowledge grow, negative, especially among<br />
the younger. The reality is that wood-based pulp and paper<br />
mills have promoted the planting of hundreds of thousands of<br />
hectares that are part of the Country’s forest heritage. Argentina<br />
currently has about 1.3 million ha of forest plantations,<br />
55% of which are certified with internationally recognized<br />
sustainable management seals such as the FSC and PEFC.<br />
The Argentine Forest Product Sector is supplied with 95%<br />
of its wood needs from these plantations. The added value<br />
includes the production of pulp and paper and even sawn<br />
wood for homes and furniture, as well as producing electrical<br />
and thermal energy and various chemicals. With 13 thousand<br />
forest producers and more than six thousand companies, the<br />
forest product industry directly and formally employs about<br />
one hundred thousand people and exports about US$ 700<br />
millions annually. The Sector is a source of jobs and sustainable<br />
growth for the Country. All paper production using wood<br />
in Argentina is sourced with wood certified for sustainable<br />
management or controlled wood audited by international<br />
seals such as FSC and PEFC, including chain of custody back<br />
to origin. This wood does not come from native forests but<br />
is produced under internationally accepted principles and<br />
criteria of Sustainable Management. It is also carbon neutral<br />
and collaborates with the mitigation of climate change. It<br />
can also collaborate in the energy and productive transition<br />
to carbon neutrality in the Country. That is, the paper we use<br />
and consume, in all its forms, is made of trees that have been<br />
planted especially to be consumed, in the same way, that a<br />
tomato or corn - for example - are planted for later harvesting<br />
and consumption.<br />
What are your main goals for the Association?<br />
Since its creation in 1946, AFOA has promoted forest development<br />
throughout the Argentine Republic. Its current mission<br />
is to promote the development of the forestry, forest-based<br />
services, and forest product industry in an economically competitive,<br />
socially responsible, and environmentally sustainable<br />
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ENTREVISTA<br />
indústria e dos serviços de base florestal de uma forma economicamente<br />
competitiva, socialmente responsável e ambientalmente<br />
sustentável. Para cumprir os seus objetivos, a AFOA realiza as<br />
seguintes ações: dialoga e articula ações com o Estado Nacional,<br />
autoridades provinciais, ONGs e instituições públicas e privadas,<br />
promove o conhecimento científico e técnico através da organização<br />
e participação em congressos, seminários e palestras,<br />
promove programas de treinamento e educação continuada para<br />
o trabalho, participa de fóruns internacionais, elabora e promove<br />
notas de interesse e estudos setoriais, treina e informa jornalistas<br />
e formadores de opinião, é uma fonte para funcionários públicos<br />
e legisladores, comunica e orienta a sociedade e grupos de<br />
interesse, fornece informações de interesse aos seus associados,<br />
promove o manejo sustentável de florestas nativas, promove e<br />
monitora leis e regulamentos que envolvem o setor. Além disso<br />
a AFOA é membra da Comissão Consultiva da Lei 25.080 de Promoção<br />
de Florestas Cultivadas, do Conselho Nacional de Certificação<br />
de Competências Laborais e Formação Contínua do setor,<br />
bem como dos Organismos de Certificação de Competências<br />
Laborais dos trabalhadores dos setores florestal, madeireiro e de<br />
gestão de incêndios, coordena a Rede de Consórcios de Gestão<br />
de Incêndios Florestais, participa da Mesa Redonda sobre Carbono<br />
<strong>Florestal</strong>, é membra da Associação Civil responsável pela Administração<br />
do Sistema Nacional de Certificação <strong>Florestal</strong> aprovado<br />
com o selo PEFC, participa do sistema de certificação FSC, faz<br />
parte do Conselho Consultivo INTA e é parceira e integrante do<br />
CD da RITIM (Rede de Instituições de Desenvolvimento Tecnológico<br />
da Indústria da Madeira), promovendo o fortalecimento da<br />
rede de instituições de formação contínua do setor, bem como<br />
o financiamento da formação, participando no Fórum Madeira e<br />
Móveis INET e colaborando na orientação da formação profissional,<br />
além de fazer parte do CONFIAR.<br />
>> Existe um bom relacionamento entre os produtores florestais<br />
da Argentina e do Brasil?<br />
Argentina e Brasil fazem parte de uma mesma região produtiva<br />
e estamos unidos por uma visão comum de desenvolvimento<br />
sustentável da silvicultura e promoção de investimentos. Em<br />
particular, as empresas ligadas à indústria da pasta e do papel<br />
mantêm um diálogo constante. Vários parceiros da AFOA têm<br />
investimentos no Brasil e convidamos representantes do IBÁ (Indústria<br />
Brasileira de Árvores) para diversos eventos.<br />
Como tem sido administrado o mercado de carbono no setor<br />
florestal argentino?<br />
É um ponto nevrálgico da gestão da AFOA, pois precisamente<br />
no início de 2022, fomos uma das entidades impulsionadoras da<br />
criação da MCFN (Mesa Redonda Nacional de Carbono <strong>Florestal</strong>).<br />
Os últimos registros de 2023 mostram que projetos que cobrem<br />
uma área superior a 400 mil ha estão sendo avaliados, desenvolvidos<br />
e certificados por diferentes membros da entidade, o que<br />
equivale ao dobro da área de floresta perdida em 2022, segundo<br />
o Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável<br />
da Nação. Essa área também equivale a quase 20 vezes a área da<br />
Cidade de Buenos Aires, que possui 20,3 mil ha. Se esses projetos<br />
forem implementados, permitirão a captura e prevenção de<br />
manner. To meet its objectives, AFOA carries out the following<br />
actions: dialogues and articulates actions with the National<br />
State, provincial authorities, NGOs, and public and private<br />
institutions; promotes scientific and technical knowledge<br />
through the organization and participation in congresses,<br />
seminars, and lectures; promotes training and continuing<br />
education programs for work; participates in international<br />
forums; prepares and promotes notes of interest and sectoral<br />
studies, trains and informs journalists and opinion leaders; is<br />
a source for public officials and legislators; communicates and<br />
guides society and interest groups; provides information of interest<br />
to its members; promotes the sustainable management<br />
of native forests; and promotes and monitors laws and regulations<br />
that involve the Sectors. In addition, AFOA is a member<br />
of the Advisory Committee for Law 25.080 for the Promotion<br />
of Planted Forests, the National Council for the Certification<br />
of Labor Skills and Continuous Training of the Sector, as well<br />
as the Certification Bodies of Labor Skills of workers in the<br />
forestry, timber, and fire management segments, coordinates<br />
the Network of Forest Fire Management Consortia, participates<br />
in the Roundtable on Forest Carbon; is a member of<br />
the Civil Association responsible for the Administration of the<br />
National Forest Certification System approved with the PEFC<br />
seal; participates in the FSC certification system; is part of the<br />
INTA Advisory Board, is a partner; and member of the CD of<br />
Network of Institutions for the Technological Development of<br />
the Timber Industry (RITIM), promoting the strengthening of<br />
the network of continuing education institutions in the Sector,<br />
as well as the financing of training, participates in the INET<br />
Wood and Furniture Forum, collaborating in the guidance of<br />
professional training, and is part of CONFIAR.<br />
Is there a good relationship between Argentine and Brazilian<br />
forest producers?<br />
Argentina and Brazil are part of the same productive region,<br />
and a common vision of sustainable development of the<br />
forest and promotion of investments unites us. In particular,<br />
companies involved in the Pulp and Paper Sector maintain a<br />
constant dialogue. Several AFOA partners have investments<br />
in Brazil, and we have invited representatives of the Brazilian<br />
Tree Industry (IBÁ) to various events.<br />
How has the carbon market been managed in the Argentine<br />
Forest-based Sector?<br />
It is a neuralgic point in AFOA’s management, as precisely<br />
at the beginning of 2022, we were one of the driving forces<br />
behind the creation of the National Forest Carbon Roundtable<br />
(MCFN). The latest records from 2023 show that projects covering<br />
an area of more than four hundred thousand ha are being<br />
evaluated, developed, and certified by different members<br />
of the entity, which is equivalent to double the forest area lost<br />
in 2022, according to the Ministry of Environment and Sustainable<br />
Development of the Nation. This area is also equivalent<br />
to almost 20 times the area of the City of Buenos Aires, which<br />
has 20.3 thousand hectares. If these projects are implemented,<br />
they will allow for the capture and prevention of emissions<br />
46 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
emissões de um total de aproximadamente 50 milhões de toneladas<br />
de CO2 (gás carbônico), o que equivale a mais de 60% da<br />
meta de redução de emissões até 2030, estabelecida pela Argentina<br />
em seu Plano Nacional de Florestas e Mudanças Climáticas.<br />
Na Argentina, projetos de carbono florestal são desenvolvidos há<br />
mais de 15 anos em diferentes regiões e com diferentes tipos de<br />
abordagens, em aproximadamente 20 mil ha e com potencial de<br />
mitigação de mais de 1,6 milhão de toneladas de CO2, dos quais<br />
já foram mitigados mais de 500 mil toneladas de carbono. Os<br />
projetos de carbono florestal podem ser para evitar ou reduzir<br />
as emissões de carbono, por exemplo, conservando florestas<br />
nativas (desmatamento evitado) e melhorando a eficiência do<br />
uso produtivo da floresta ou plantação florestal (utilização melhorada),<br />
ou para capturar carbono através do desenvolvimento<br />
de plantações florestais e reflorestamento ou regeneração de<br />
florestas nativas. No âmbito do MCFN, existem atualmente projetos<br />
de carbono florestal em fase de avaliação, desenvolvimento<br />
e certificação em um total de 400 mil ha, o que permitiria capturar<br />
e prevenir emissões num total de cerca de 50 milhões de<br />
toneladas de CO2, o que é equivalente a mais de 60% da meta de<br />
redução de emissões para 2030 estabelecida pela Argentina em<br />
seu Plano Nacional para Florestas e Mudanças Climáticas para<br />
contribuir para a redução de emissões apresentada pela Argentina<br />
em sua NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) à<br />
Convenção-Quadro da ONU sobre Alterações Climáticas. Além<br />
disso, se na Argentina fossem desenvolvidos e certificados projetos<br />
de captura e redução de emissões em apenas 10% da área<br />
florestal do país, seria possível estimar preliminarmente uma<br />
redução de emissões de 400 milhões de toneladas de CO2, o que<br />
equivale a mais de quatro vezes a meta nacional. Hoje, a MCFN é<br />
composta por aproximadamente 40 empresas, instituições e pessoas<br />
focadas no setor florestal argentino, mas com uma visão de<br />
futuro multissetorial para um trabalho conjunto e integrador. Na<br />
verdade, os seus membros trabalham na conservação, melhor<br />
gestão e restauração de florestas nativas e na produção florestal,<br />
representando neste último caso 80% das plantações florestais<br />
do país.<br />
of a total of approximately 50 million tons of CO2, which is<br />
equivalent to more than 60% of the emission reduction target<br />
by 2030 established by Argentina in its National Plan for Forests<br />
and Climate Change. In Argentina, forest carbon projects<br />
have been developed for more than 15 years in different<br />
regions and with different approaches, in approximately 20<br />
thousand ha and with the potential to mitigate more than 1.6<br />
million tons of CO2, of which more than five hundred thousand<br />
tons of carbon have already been mitigated. Forest carbon<br />
projects can be used to avoid or reduce carbon emissions, for<br />
example, by conserving native forests (avoiding deforestation)<br />
and improving the efficiency of productive forest use or forest<br />
plantation (improved utilization) or capturing carbon through<br />
the development of forest plantations and reforestation or<br />
regeneration of native forests. Within the scope of the MCFN,<br />
there are currently forest carbon projects in the evaluation,<br />
development, and certification phase in a total of four hundred<br />
thousand ha, which would allow the capture and prevention<br />
of emissions totaling about 50 million tons of CO2, which<br />
is equivalent to more than 60% of the emission reduction<br />
target for 2030 established by Argentina in its National Plan<br />
for Forestry, to contribute to the reduction of emissions presented<br />
by Argentina in its Nationally Determined Contribution<br />
(NDC) to the UN Framework Convention on Climate Change.<br />
In addition, if projects to capture and reduce emissions in just<br />
10% of the Country’s forest area were developed and certified<br />
in Argentina, it would be possible to preliminarily estimate an<br />
emission reduction of four hundred million tons of CO2, which<br />
is equivalent to more than four times the national target.<br />
Today, MCFN is made up of approximately 40 companies, institutions,<br />
and people focused on the Argentine Forest-based<br />
Sector, but with a multisectoral vision of the future for joint<br />
and integrative work. In fact, its members work on the conservation,<br />
better management, and restoration of native forests<br />
and forest production, which, in the latter case, represents<br />
80% of the Country’s forest plantations.<br />
O setor florestal e florestal industrial pode ser uma fonte<br />
de crescimento econômico em uma base renovável e de<br />
baixa intensidade carbônica. É um dos setores com maior<br />
capacidade para aumentar o desenvolvimento regional de<br />
forma sustentável, proporcionando empregos tanto nas<br />
zonas rurais como nas urbanas<br />
48 www.referenciaflorestal.com.br
COLUNA<br />
As árvores são o<br />
grande motivo do<br />
desabastecimento de<br />
energia elétrica nas<br />
cidades. Será?<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Engenheiro <strong>Florestal</strong> e Segurança do Trabalho<br />
gabrielberger.com.br<br />
gabriel@gabrielberger.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
Com conhecimento técnico, cultura de segurança e consciência ambiental podemos<br />
promover o equilíbrio entre as árvores urbanas e a rede de energia elétrica<br />
N<br />
os últimos tempos, tenho visto um movimento<br />
que coloca nas árvores uma parcela significativa<br />
de responsabilidade pelo desabastecimento<br />
de energia elétrica em áreas urbanas.<br />
Embora as árvores desempenhem um papel<br />
na interrupção do fornecimento de energia, elas estão longe<br />
de serem as grandes culpadas por esse problema.<br />
É visto que a vegetação próxima às redes elétricas pode<br />
representar um risco potencial de interrupção do fornecimento<br />
de energia. Galhos que entram em contato com a<br />
rede elétrica podem causar interrupções no sistema. Além<br />
disso, em condições climáticas adversas, como tempestades<br />
e ventos fortes, árvores podem ser derrubadas, danificando<br />
os cabos e postes elétricos.<br />
Em vez de culpar as árvores, é necessário adotar uma<br />
abordagem voltada a promover a coexistência harmoniosa<br />
entre a vegetação urbana e as redes elétricas. Todos querem<br />
os benefícios que as árvores proporcionam e todos querem<br />
energia elétrica nas suas casas.<br />
Isso começa pela preparação de quem faz o manejo dessa<br />
vegetação. Trabalhei por quase 10 anos diretamente com<br />
equipes de manejo de árvores em redes aéreas de energia<br />
elétrica. Como Engenheiro <strong>Florestal</strong> e de Segurança, acompanhei<br />
o dia a dia e desafios dessas equipes e o impacto do<br />
desabastecimento de energia em função da vegetação.<br />
O que percebi nesse tempo e me convenço cada vez<br />
mais à medida em que continuo desenvolvendo treinamentos<br />
e acompanhamento de equipes de manejo, é que a<br />
técnica correta de poda é crucial para a convivência harmoniosa<br />
entre o vegetal e a rede.<br />
Quando o corte no galho não é realizado no lugar correto,<br />
a árvore não cicatriza a lesão e ocorre o crescimento<br />
de brotações no local. Esses pequenos galhos não trazem<br />
nenhum benefício para a árvore e se projetam rapidamente<br />
em direção a rede, provocando o desabastecimento de<br />
energia em pouco tempo.<br />
Como a árvore não cicatriza a lesão, a ferida fica aberta,<br />
funcionando como uma porta de entrada para fungos e bactérias,<br />
o que pode levar a degradação da madeira, enfraquecendo<br />
e desestabilizando a árvore. Esse é o grande motivo<br />
50 www.referenciaflorestal.com.br<br />
pelo qual as árvores tombam em caso de ventos fortes e<br />
temporais.<br />
Já quando a técnica correta é aplicada e o corte é realizado<br />
no lugar certo, a árvore cicatriza naturalmente a lesão,<br />
as brotações não crescem no local e a árvore segue o seu<br />
desenvolvimento normal. O tempo para o novo manejo é<br />
maior e as chances de novos galhos tocarem a rede é muito<br />
menor.<br />
As árvores só apresentam risco para o fornecimento<br />
de energia quando não são manejadas corretamente. Com<br />
conhecimento técnico, cultura de segurança e consciência<br />
ambiental podemos promover o equilíbrio entre as árvores<br />
urbanas e a rede de energia elétrica.<br />
Foto: divulgação
Conheça as:<br />
• Mangueiras Isobáricas;<br />
• Pressão de trabalho 140,<br />
210, 280, 350 e 420 bar;<br />
• Maior flexibilidade;<br />
• Alta resistência à<br />
abrasão, ao ozônio e ao<br />
envelhecimento;<br />
• Atende norma ISO 18752.<br />
Leia o QR Code<br />
e acesse nosso<br />
site<br />
Grupo<br />
@henningsmangueiras<br />
www.hennings.com.br
PRINCIPAL<br />
52 www.referenciaflorestal.com.br
Tradição, tecnologia<br />
E CUIDADO<br />
A Indústria de mangueiras<br />
e conexões catarinense<br />
conquista mercado através<br />
de atendimento único e alta<br />
qualidade de produtos<br />
Fotos: Emanoel Caldeira<br />
TRADITION,<br />
TECHNOLOGY AND CARE<br />
A HOSE AND FITTINGS COMPANY IN THE STATE OF<br />
SANTA CATARINA CONQUERS THE MARKET WITH<br />
UNIQUE SERVICE AND QUALITY PRODUCTS<br />
Março 2024<br />
53
PRINCIPAL<br />
O<br />
setor florestal vive dos detalhes. O trabalho, que<br />
aparenta estar ligado a árvores frondosas de<br />
15m ou 20m (metros), é, na verdade minucioso e<br />
preciso. Cada peça da engrenagem, que começa<br />
na preparação para o plantio e termina no corte<br />
das árvores, precisa estar alinhada corretamente. Para garantir<br />
resultado e performance no campo com produtividade e precisão,<br />
a Hennings traz ao mercado uma linha de produtos com qualidade<br />
reconhecida mundialmente e cuidado para atender as demandas<br />
de seus clientes de maneira personalizada.<br />
Fundada em 1979, na cidade de Blumenau (SC), a Hennings é<br />
especializada na condução de fluidos, oferecendo, ao longo desses<br />
mais de 40 anos, o que há de melhor em tubos rígidos, mangueiras<br />
hidráulicas flexíveis, dente de corte, juntas rotativas e conectores<br />
para os segmentos que atende. O trabalho da Hennings é focado<br />
em uma palavra: responsabilidade. Responsabilidade na qualidade<br />
de seus produtos, com o bem-estar dos colaboradores, na competitividade<br />
de serviços e produtos e, principalmente, na satisfação<br />
de seus clientes. Atualmente, a empresa conta com mais de 700<br />
colaboradores, uma estrutura fabril, estoque de mais de 30 mil<br />
produtos e filiais espalhadas por todo o Brasil.<br />
Michael Dalpiaz, gerente da divisão florestal da Hennings,<br />
explica que, para além das peças e produtos, a Hennings se estabeleceu<br />
no mercado como uma referência, focando sempre na<br />
melhor entrega possível para seus clientes. “A Hennings se aplica<br />
no entendimento e acompanhamento em campo de cada produto<br />
T<br />
he Forestry Sector thrives on detail. The work<br />
associated with 15m or 20m high softwood<br />
trees is, in fact, meticulous and precise.<br />
Every piece of equipment, from planting<br />
preparation to the felling of the trees, must<br />
be aligned correctly. To ensure results and performance in<br />
the field with productivity and precision, Hennings brings<br />
to the market a line of products with world-renowned<br />
quality and care to meet the demands of its customers in<br />
a personalized way.<br />
Founded in 1979 in the city of Blumenau (SC), Hennings<br />
specializes in the fluid conduction. For more than 40<br />
years, has offered the best in rigid pipes, flexible hydraulic<br />
hoses, cutting teeth, rotary joints and connectors for the<br />
segments it serves. Hennings’ work is focused on one<br />
word: responsibility – responsibility for the quality of its<br />
products, the well-being of its employees, the competitiveness<br />
of its services and products, and, above all, the<br />
satisfaction of its customers. At present, the Company has<br />
more than seven hundred employees, a manufacturing<br />
structure, a stock of more than 30 thousand products,<br />
and branches spread throughout Brazil.<br />
Michael Dalpiaz, Forestry Division Manager for Hennings,<br />
explains that, in addition to parts and products,<br />
Hennings has established itself as a benchmark in the market<br />
by always focusing on the best possible equipment for<br />
54 www.referenciaflorestal.com.br
oferecido pela empresa. Apenas assim podemos atender com total<br />
satisfação nossos clientes e fortalecer ainda mais a tradição da<br />
empresa”, destaca Michael.<br />
LINHA FLORESTAL<br />
Oferecer produtos de excelente qualidade em equipamentos<br />
florestais é fundamental por várias razões, como segurança na<br />
operação, tanto para a máquina quanto para o operador, além da<br />
durabilidade do equipamento, que diminui seu volume de manutenções,<br />
oferecendo rendimento e produtividade para os clientes.<br />
Nesse sentido, o que a Hennings quer levar para o campo é uma<br />
experiência completa, focada em satisfação e desempenho.<br />
No segmento florestal, a empresa oferece a linha de mangueiras<br />
Manuli, marca italiana que chega ao Brasil com exclusividade<br />
através da Hennings. A Manuli é hoje um sinônimo mundial de<br />
qualidade, confiabilidade, segurança e eficiência. As mangueiras<br />
e conexões da Manuli são projetadas para suportar o trabalho<br />
extremo presente no florestal, continuamente expostas em situações<br />
que desafiam cada um dos predicados do produto. Algumas<br />
das linhas de mangueiras da fabricante italiana trazidas ao Brasil<br />
pela Hennings são: Manuli Foremaster, Manuli Infinity, Manuli<br />
GoldenIso, entre outros modelos.<br />
A família de mangueiras Foremaster compreende a linha de<br />
mangueiras isobáricas altamente flexíveis da Manuli, compostas<br />
pelas linhas: Foremaster/21, Foremaster/28, Foremaster/35 e<br />
Foremaster/42, que são utilizadas para linhas hidráulicas de alta e<br />
super alta pressão com trabalho pesado. Sua gama de aplicação é<br />
vasta e completa, podendo ser utilizada em diversos equipamentos<br />
florestais, como cabeçotes harvester, forwarder, feller buncher,<br />
braços de tratores e todos os outros pontos que demandem a<br />
condução de fluidos.<br />
O modelo GoldenIso, que também segue o padrão de mangueira<br />
isobáricas, apresenta resistência e durabilidade nas mais<br />
adversas condições de trabalho. Composta pela linha GoldenIso/21,<br />
its customers. “Hennings is committed to understanding<br />
and monitoring every product offered by the Company.<br />
Only in this way can we serve our customers with total<br />
satisfaction and further strengthen the Company’s tradition,”<br />
says Dalpiaz.<br />
FOREST LINE<br />
Offer excellent products quality hoses for forestry equipment<br />
is essential for several reasons, such as operational<br />
safety, both for the machine and for the operator, and<br />
equipment durability, which reduces maintenance and<br />
provides performance and productivity to the customer. In<br />
this sense, what Hennings wants to bring to the field is a<br />
total experience focused on satisfaction and performance.<br />
In the forestry segment, the Company offers the Manuli<br />
hose line, an Italian brand that has arrived in Brazil exclusively<br />
through Hennings. Today, Manuli is synonymous<br />
worldwide with quality, reliability, safety, and efficiency.<br />
Manuli hoses and fittings are designed to withstand<br />
the extreme work present in forestry, which constantly<br />
exposes the product to situations that challenge each of<br />
its predicates. Some of the Italian manufacturer’s hose<br />
lines Hennings has brought to Brazil include the Manuli<br />
Foremaster, Manuli Infinity, and Manuli GoldenIso, among<br />
other models.<br />
The Foremaster hose family comprises Manuli’s<br />
range of highly flexible isobaric hoses, consisting of the<br />
Foremaster/21, Foremaster/28, Foremaster/35, and Foremaster/42<br />
lines, which are used for heavy-duty high- and<br />
super-high-pressure hydraulic lines. Its range of applications<br />
is vast and complete, and it can be used in various<br />
forestry equipment, such as harvester heads, forwarder<br />
heads, feller buncher heads, tractor arms, and all other<br />
points that require fluid movement.<br />
Março 2024<br />
55
PRINCIPAL<br />
GoldenIso/28, GoldenIso/35 e GoldenIso/42, essas mangueiras são<br />
desenvolvidas para integrar sistemas hidráulicos de alta e super<br />
alta pressão, sendo particularmente indicadas para ambientes de<br />
trabalhos robustos. Sua versatilidade é notável, abrangendo uma<br />
extensa gama de aplicações em equipamentos florestais, assim<br />
como as mangueiras da linha Foremaster. Já o modelo Infinity é<br />
fabricado em dois trançados de aço da Manuli. Além da estrutura<br />
base diferente, de forma que a mangueira Infinity exceda a performance<br />
da norma EN 857-2SC, apresentando maior resistência à<br />
fadiga, abrasão e com raio de curvatura reduzido, garantindo assim<br />
uma melhor performance em suas aplicações.<br />
Além das mangueiras, é essencial oferecer o melhor em conexões,<br />
como as juntas rotativas. Juntas rotativas, ou uniões rotativas,<br />
são dispositivos mecânicos projetados para permitir o movimento<br />
rotativo das mangueiras sem danificá-las no processo através da<br />
torção mecânica. São formadas por dois selos, um fixo, preso ao<br />
equipamento, e outro rotativo (preso à mangueira), que garantem<br />
a vedação das mangueiras durante os movimentos.<br />
A utilização das juntas rotativas é destinada à melhoria de<br />
quatro tópicos específicos: manutenção, eficiência, versatilidade e<br />
vida útil da mangueira. Quanto à manutenção, as juntas impedem a<br />
torção das mangueiras, evitando um volume excessivo de paradas<br />
para correções ou ajustes, o que resulta em maior eficiência no campo,<br />
pois a máquina permanece ligada, produzindo por mais tempo.<br />
Quanto à versatilidade, as uniões rotativas proporcionam um<br />
número maior de usos das mangueiras, levando a qualidade e<br />
resistência do produto para um novo patamar de possibilidade.<br />
Por consequência, a vida útil das mangueiras é ampliada, a segurança<br />
para o sistema onde estão aplicadas aumenta e o custo da<br />
operação é reduzido.<br />
The GoldenIso model, which also follows the isobaric<br />
hose standard, offers resistance and durability in the most<br />
adverse working conditions. Comprising the GoldenIso/21,<br />
GoldenIso/28, GoldenIso/35, and GoldenIso/42 lines,<br />
these hoses are designed to integrate high and super-high<br />
pressure hydraulic systems and are particularly suitable for<br />
robust working environments. Its versatility is remarkable,<br />
covering an extensive range of applications in forestry<br />
equipment, just as the hoses in the Foremaster line. The<br />
Infinity model, on the other hand, is made of two Manuli<br />
steel braids. In addition to the different base structures,<br />
the Infinity hose exceeds the performance of the EN 857-<br />
2SC standard, presenting greater resistance to fatigue and<br />
abrasion and with a reduced bending radius, thus ensuring<br />
better performance in its applications.<br />
In addition to hoses, it is essential to offer the best in<br />
connections, such as rotary joints. Rotary joints, or rotary<br />
unions, are mechanical devices designed to allow the<br />
hoses to rotate without being damaged in the process<br />
through mechanical twisting. They consist of two seals,<br />
a fixed one attached to the equipment and a rotating one<br />
(attached to the hose), which ensure the sealing of the<br />
hoses during movement.<br />
The use of rotary joints is designed to improve four<br />
specific issues: maintenance, efficiency, versatility, and<br />
hose life. As for maintenance, the joints prevent the hoses<br />
from twisting, avoiding an excessive volume of stops<br />
for corrections or adjustments, which results in greater<br />
efficiency in the field as the machine remains producing<br />
for longer.<br />
56 www.referenciaflorestal.com.br
DA FÁBRICA AO CAMPO<br />
Mais do que fabricar ou vender, para a Hennings, estar no<br />
campo é de suma importância. Carlos Altini, vendedor externo<br />
da Hennings, comenta que a empresa oferece uma gama de<br />
produtos completa. “Buscamos entender para depois atender o<br />
cliente, assim sabemos como levar o melhor produto de acordo<br />
com sua necessidade, proporcionando os melhores resultados na<br />
operação”, valoriza Carlos. Ele destaca que seu trabalho é parte da<br />
engrenagem que a Hennings oferece, pois há um time completo<br />
de especialistas dedicados a analisar os dados da operação e<br />
oferecer soluções personalizadas. “Quando o cliente nos chama,<br />
fazemos uma avaliação completa da situação e trazemos assim<br />
uma solução pensada exclusivamente para aquela operação.<br />
Assim construímos uma relação de confiança com cada cliente”,<br />
complementa Carlos.<br />
O vendedor externo ressalta que o conjunto entre campo,<br />
comercial e equipe técnica faz da Hennings um sinônimo de<br />
qualidade em todos seus estágios de atuação. “Na fábrica, nas<br />
vendas ou nas soluções técnicas, a Hennings entrega sempre o<br />
melhor e por isso construiu essa grande história com mais de 40<br />
anos de sucesso”, exalta Carlos.<br />
Buscamos entender para<br />
depois atender o cliente,<br />
assim sabemos como levar<br />
o melhor produto de acordo<br />
com sua necessidade,<br />
proporcionando os<br />
melhores resultados<br />
na operação<br />
As for versatility, rotary unions provide a greater<br />
number of uses for hoses, taking the quality and resistance<br />
of the product to a new level of possibility. As a result,<br />
the service life of the hoses is extended, the safety of the<br />
system where they are used is increased, and the cost of<br />
operation is reduced.<br />
FROM THE FACTORY TO THE FIELD<br />
For Hennings, being in the field is more than just manufacturing<br />
or selling; it is of paramount importance. Carlos<br />
Altini, Field Sales Representative for Hennings, explains<br />
that the Company offers a complete range of products.<br />
“We try to understand and then serve the customer, so we<br />
know how to get the best product according to their needs,<br />
providing the best results in the operation,” says Altini.<br />
Altini points out that his work is part of the equipment<br />
service that Hennings offers, as there is a whole team of<br />
specialists dedicated to analyzing the operation`s data<br />
and offering customized solutions. “When the customer<br />
calls us, we make a complete assessment of the situation<br />
and, thus, come up with a solution designed exclusively<br />
for that operation. This is how we build a relationship of<br />
trust with each client,” adds Altini.<br />
The Sales Representative points out that the combination<br />
of field, sales, and technical teams makes Hennings a<br />
synonym for quality in all its stages of operation. “In the<br />
factory, in sales, or in technical solutions, Hennings always<br />
delivers the best, and that is why it has built this great<br />
history with more than 40 years of success,” exalts Altini.<br />
Carlos Altini, vendedor<br />
externo da Hennings<br />
Março 2024<br />
57
CARBONO<br />
Foco em<br />
CARBONO<br />
Eucalipto é capaz de<br />
armazenar grandes<br />
quantidades de<br />
carbono em todo<br />
seu processo de<br />
crescimento<br />
Fotos: divulgação<br />
58 www.referenciaflorestal.com.br
E<br />
studo coordenado pela EMBRAPA (Empresa Brasileira<br />
de Pesquisa Agropecuária) Cerrados, em<br />
parceria com a UNB (Universidade de Brasília),<br />
mostra que os plantios de povoamentos de eucalipto<br />
podem armazenar grandes quantidades de<br />
carbono na biomassa da parte aérea e no solo, assim como<br />
nas áreas de Cerrado nativo, contribuindo para a mitigação<br />
de GEE (gases de efeito estufa), em especial o CO2 (gás carbônico).<br />
Os resultados indicam elevados níveis de carbono em<br />
plantios de eucalipto e na área de vegetação natural analisados<br />
(acima de 183,99 toneladas por hectare - t/ha), acumulado<br />
principalmente no solo, demonstrando que a espécie pode<br />
contribuir para a fixação de mais de 674,17 t/ha de CO2.<br />
As árvores, tanto naturais como plantadas, podem atuar<br />
como drenos de carbono, pois fixam grande quantidade de<br />
carbono pelo processo da fotossíntese e o alocam na biomassa<br />
da parte aérea (tronco e copa), nas raízes e na adição<br />
de resíduos orgânicos ao solo. Pesquisas sugerem que as<br />
florestas, de modo geral, têm papel fundamental não apenas<br />
no ciclo do carbono, mas também podem contribuir para minimizar<br />
o aquecimento global, reduzindo a circulação de GEE<br />
como o N2O (óxido nitroso), o CH4 (metano) e CO2.<br />
Alcides Gatto, pesquisador da UNB e um dos autores<br />
do estudo, afirma que a remoção de GEE da atmosfera por<br />
plantios florestais em savanas deve ser considerada, se não a<br />
longo prazo, pelo menos para compensações de carbono no<br />
curto prazo. “No caso de povoamentos de eucalipto, o corte<br />
é realizado aos 7 anos, aos 14 anos, e aos 21 anos do plantio<br />
para papel e celulose, que é o principal uso no Brasil”, explica<br />
Alcides.<br />
De acordo com o Relatório Anual 2022 da IBÁ (Indústria<br />
Brasileira de Árvores), o Brasil tem uma área aproximada de<br />
10 milhões de ha (hectares) de florestas plantadas, sendo 76%<br />
plantações de eucalipto destinadas a diversos fins comerciais,<br />
desde a produção de carvão, papel e celulose, mourões para<br />
cerca, postes de eletrificação e madeira para móveis e construção<br />
civil, com ciclos do plantio ao corte variando de cinco a<br />
vinte anos, dependendo do destino da madeira produzida.<br />
A pesquisadora da EMBRAPA Alexsandra de Oliveira,<br />
lembra que há diversos estudos sobre estoque de carbono no<br />
solo e mitigação de GEE em áreas de Cerrado convertidas em<br />
lavouras ou pastagens. Por outro lado, apesar da expansão<br />
da cultura do eucalipto no bioma, ainda há pouca informação<br />
quanto ao impacto dos plantios sobre os estoques de carbono<br />
Março 2024<br />
59
CARBONO<br />
e as emissões de GEE. Além disso, os pesquisadores apontam<br />
que muitas pesquisas estão restritas à mensurações do carbono<br />
na biomassa do solo e acima do solo, enquanto havia uma<br />
lacuna em estimar a quantidade de carbono nos diferentes<br />
compartimentos de plantios de eucalipto, como raízes e biomassa<br />
morta no Cerrado.<br />
Eloisa Ferreira, pesquisadora da EMBRAPA Recursos Genéticos<br />
e Biotecnologia, aponta que dada a importância das florestas<br />
na fixação de carbono, e como nos ecossistemas terrestres<br />
a vegetação e o solo são os principais drenos de carbono,<br />
informações sobre o carbono acima do solo e nas raízes são<br />
essenciais. “Essas informações servem para reduzir incertezas<br />
em métricas regionais sobre áreas de plantio de eucalipto no<br />
Cerrado, além de alimentarem modelos nacionais de armazenamento<br />
de carbono e mudanças climáticas”, completa Eloisa.<br />
Assim, o estudo buscou quantificar o estoque de carbono<br />
e a biomassa por compartimentos em plantios de eucalipto<br />
(híbrido Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis) de diferentes<br />
idades e estimar, por métodos diretos e indiretos, a<br />
biomassa e o estoque de carbono de uma área com vegetação<br />
nativa de Cerrado. O trabalho foi realizado na zona rural<br />
do Paranoá, em áreas vizinhas com dois plantios de eucalipto<br />
– uma com o clone EAC1528 de 4 anos e outra com o clone<br />
GG100 de 6 anos – e uma área de Cerradão, uma das formações<br />
vegetais de Cerrado.<br />
CARBONO DAS ÁRVORES<br />
A equipe realizou um inventário florestal para estudar a<br />
composição florística da área de Cerrado nativo. Foram encontradas<br />
84 espécies de 41 famílias botânicas. As espécies<br />
nativas mostraram diferentes capacidades de armazenamento<br />
de biomassa e carbono. O pau-terra (Qualea grandiflora),<br />
com 161 árvores/ha, foi a espécie que estocou mais carbono,<br />
2,87 t/ha (13% do total), cerca de 17,88 kg/ha de carbono por<br />
árvore. Por outro lado, o pau-terrinha (Q. parviflora), com 24<br />
árvores/ha, foi a espécie que mais estocou carbono por indivíduo:<br />
77,88 kg/ha.<br />
Para a biomassa e o carbono acumulado na parte aérea<br />
das árvores, foi observado que a madeira foi o componente<br />
com a maior contribuição (81,35% no plantio mais jovem e<br />
88,46% no eucalipto mais velho). Segundo os pesquisadores,<br />
no eucalipto, a madeira é a parte da planta que mais acumula<br />
biomassa e carbono, sendo que nas demais partes, como a<br />
casca, folhas e galhos, o acúmulo pode variar de acordo com<br />
as características da área estudada.<br />
O estoque de biomassa e o armazenamento de carbono<br />
aumentaram com a idade do plantio das árvores. No de 4<br />
anos, o carbono e a biomassa acumulados na parte aérea<br />
foram respectivamente de 62,1 t/ha (27,5% do total) e 141,1<br />
t/ha, enquanto no plantio com 6 anos foram de 81,7 t/ha<br />
(37,78% do total) e 189,7 t/ha. A principal reserva de carbono<br />
nas três áreas estudadas está no solo, que fixou cerca de 68%,<br />
58% e 84% do carbono total, respectivamente, nas áreas de<br />
eucalipto de 4 anos, de eucalipto de 6 anos e de Cerrado nativo.<br />
Foi observado que a concentração total de carbono no<br />
solo diminui exponencialmente com a profundidade.<br />
Essas informações servem para<br />
reduzir incertezas em métricas<br />
regionais sobre áreas de plantio<br />
de eucalipto no Cerrado, além de<br />
alimentarem modelos nacionais<br />
de armazenamento de carbono e<br />
mudanças climáticas<br />
Eloisa Ferreira, pesquisadora<br />
da EMBRAPA<br />
60 www.referenciaflorestal.com.br
MUDAS DE<br />
ARAUCÁRIA<br />
ENXERTADA<br />
(produção precoce do pinhão)<br />
Variedades;<br />
BRS 406, BRS 405, BRS 407, BRS 426, BRS 427, BRS 428<br />
Porte mais baixo;<br />
Maior produtividade;<br />
Mudas com produção precoce<br />
(média de 6 a 8 anos de idade).<br />
BOM RETIRO - MONTE CASTELO/SC
CARBONO<br />
DETALHES DA PESQUISA<br />
A pesquisadora Karina Pulrolnik, da EMBRAPA Cerrados,<br />
explica que a maior concentração de carbono na camada superficial<br />
(0 a 5 cm) se deve à deposição de material orgânico e<br />
à lenta decomposição em florestas plantadas e naturais, ricas<br />
em lignina e com uma alta relação carbono/nitrogênio, fatores<br />
que aumentam o tempo de decomposição da serapilheira<br />
e os níveis de carbono no solo. A densidade das raízes finas<br />
também contribui para o aumento dos níveis de carbono no<br />
solo, mesmo naqueles com baixa fertilidade natural, como os<br />
de Cerrado.<br />
Do total de carbono encontrado no perfil do solo de 0 a<br />
100 cm de profundidade, a camada de 0 a 30 cm representou<br />
48% do total na área de plantio de eucalipto de 4 anos, 50%<br />
no plantio de eucalipto de 6 anos e 52% no Cerrado nativo. As<br />
áreas de plantio de eucalipto com 4 anos de idade (154,23 t/<br />
ha) e de Cerrado nativo (154,69 t/ha) estocaram as maiores<br />
quantidades de carbono para todas as camadas de solo estudadas.<br />
Ou seja, após 4 anos da implantação do eucalipto,<br />
não houve redução de carbono no solo, enquanto o plantio<br />
de eucalipto de 6 anos apresentou os menores valores de carbono<br />
no solo (126,26 t/ha). “O plantio de eucalipto de 4 anos<br />
pareceu ter reposto os estoques de carbono do solo no 1m<br />
(metro) de profundidade, apesar de algumas perdas que possam<br />
ter ocorrido logo após o estabelecimento. Por outro lado,<br />
uma perda significativa de carbono no solo de 18% (28,43 t/<br />
ha) foi observada devido ao uso alternativo, onde uma área<br />
natural similar foi convertida em agricultura, principalmente<br />
lavoura de soja e, anos depois, transformada em um plantio<br />
de eucalipto de 6 anos”, comenta Alexsandra de Oliveira.<br />
A pesquisadora acrescenta que estudos científicos mostram<br />
diminuição nos níveis de carbono nos primeiros anos de<br />
conversão da vegetação natural para outros tipos de uso do<br />
solo, como lavouras de grãos, período em que uma proporção<br />
significativa de carbono do solo, que estava fisicamente<br />
protegida em agregados estáveis, é abruptamente oxidada,<br />
resultando na mineralização e na perda para a atmosfera sob<br />
a forma de CO2. As raízes tiveram menor contribuição para<br />
o armazenamento total de carbono – 4,9 t/ha na área com<br />
eucalipto de 4 anos, 1,9 t/ha no eucalipto de 6 anos e 3,1 t/<br />
ha no Cerrado nativo, considerando uma profundidade de 0 a<br />
60 cm de profundidade, o que representa, respectivamente,<br />
2,16%, 0,88% e 1,68% do carbono total nas áreas.<br />
Assim, enquanto o eucalipto de 6 anos teve o maior<br />
estoque de carbono na parte aérea, no eucalipto de 4 anos<br />
ocorreu o maior estoque de carbono nas raízes. Os pesquisadores<br />
apontam que a menor quantidade de raízes superficiais<br />
no plantio mais antigo pode estar relacionada à proporção de<br />
raízes que cresceram em profundidade à medida que a idade<br />
do plantio aumentava.<br />
EUCALIPTO JOVEM ESTOCOU MAIS CARBONO<br />
Apesar dos diferentes resultados de dinâmica de carbono<br />
entre os componentes das árvores, das raízes e do solo nas<br />
três áreas avaliadas, os estoques totais de carbono foram<br />
maiores no plantio de eucalipto mais jovem, com 4 anos de<br />
idade (226,23 t/ha), possivelmente em função da maior produção<br />
de biomassa nos estágios iniciais de crescimento – com<br />
o passar dos anos, o crescimento da planta diminui. Mas esse<br />
resultado, segundo os autores, indica a necessidade de mais<br />
estudos em escala de plantios comerciais e com diferentes<br />
idades para confirmar as similaridades dos dados encontrados<br />
nesse trabalho.<br />
Os pesquisadores destacam a notável capacidade das espécies<br />
florestais, nativas ou plantadas, em fixar o CO2, sempre<br />
apresentando saldo positivo, mesmo descontando as perdas<br />
por respiração, morte das plantas e retorno gradual do CO2<br />
fixado inicialmente para a atmosfera. Eles lembram, no entanto,<br />
que o carbono estocado é mantido nas árvores enquanto<br />
vivas, na serapilheira e na matéria orgânica do solo por décadas,<br />
e até milhares de anos, em formas orgânicas estáveis no<br />
solo.<br />
Fabiana Piontekowski Ribeiro, doutoranda pela UnB à<br />
época da pesquisa, afirma que essa pesquisa tem grande<br />
valia para a definição de metas e planos para os plantios de<br />
eucaliptos. “Isso valida a importância de florestas nativas e<br />
plantadas como drenos de GEE, em especial o CO2, pois mitigam<br />
as mudanças climáticas, mostrando relevância para a<br />
sustentabilidade local e para a geração de mercado de carbono”,<br />
completa Fabiana.<br />
62 www.referenciaflorestal.com.br
PLANTIO<br />
CONTROLE DE QUALIDADE<br />
EM MUDAS PARA OS<br />
PLANTIOS<br />
FLORESTAIS<br />
Por<br />
Marcelo Dionísio dos Santos - Consultor <strong>Florestal</strong> - Especialista em Controle de Qualidade e Silvicultura<br />
Pedro Francio Filho - Consultor <strong>Florestal</strong> - Diretor Francio Soluções Florestais<br />
E-mail: contato@franciosf.com.br<br />
Fotos: Francio Soluções Florestais<br />
S<br />
egundo Deming (1950 apud Horácio, 2016), não se<br />
pode gerir aquilo que não se mede, não se mede<br />
o que não se define, não se define o que não se<br />
entende e não há sucesso no que não se gerencia.<br />
Partindo desta linha de raciocínio, torna-se necessário<br />
gerir este ou qualquer outro processo de forma assertiva<br />
e quantitativa, acreditando que, esta quantificação e metodologia<br />
em controle de qualidade, trarão resultados que otimize os lucros,<br />
sistematizando os processos, fugindo ao máximo da subjetividade,<br />
alcançando melhores resultados, entendendo o que medir, porque<br />
medir, quem fará, quando será feito, como será feito, onde medir,<br />
e quanto custará o processo.<br />
Desta forma, a gestão da qualidade em atividades silviculturais<br />
focadas em mudas florestais, medidos através de parâmetros<br />
quantitativos e qualitativos confiáveis, construídos de forma<br />
metódica e sistemática, tornam-se extremamente necessários.<br />
Entender, medir e verificar as condições em que estas estão sendo<br />
recebidas, como alguns dos quesitos básicos para a formação<br />
de florestas de qualidade e alta produtividade refletem, dentre<br />
outros fatores, no retorno financeiro em função dos custos de<br />
implantação.<br />
Neste ínterim, as mudas que irão formar os maciços tornam-se,<br />
neste cenário, o principal insumo, foco desta discussão,<br />
não desmerecendo todos os outros que antecedem o plantio ou<br />
mesmo após ele.<br />
O sucesso na formação de florestas de alta produção depende,<br />
em grande parte, da qualidade das mudas plantadas, pois, além<br />
de terem que resistir às condições adversas do campo após o<br />
plantio, devem sobreviver e produzir árvores com crescimento<br />
volumétrico economicamente desejável (Gomes et al., 1991).<br />
Alcançar um resultado satisfatório não implica na estagnação<br />
de produtos e processos, pois não há nada tão excelente que não<br />
careça de melhorias, pois a inovação é um processo constante e<br />
dinâmico, não sendo diferente para o setor agroflorestal.<br />
64 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Acredita-se que as perdas ocasionadas por mudas de baixo<br />
padrão de qualidade podem chegar a 50% ou mais dependendo<br />
da intensidade e da forma em que as mudas apresentam suas<br />
qualidades aquém do necessário.<br />
A interpretação e, ou, falta de conhecimento do avaliador<br />
podem implicar em grandes perdas para o futuro maciço, acarretando<br />
replantios e onerando o custo de implantação, além de<br />
desuniformidade no crescimento das mudas em campo.<br />
O objetivo deste assunto não será como realizar de forma<br />
quantitativa o recebimento em campo, e sim demonstrar as características<br />
que as mudas, neste caso de eucalipto, deverão ter<br />
para atender às exigências em campo a que serão submetidas.<br />
O ideal é que as mudas adquiridas sejam provenientes de<br />
viveiros registrados no RENASEM (Registro Nacional de Sementes<br />
e Mudas) garantindo segurança do material, principalmente<br />
em doenças que podem impactar em muito a sobrevivência em<br />
campo;<br />
Os viveiros podem ser consultados no site da EMBRAPA:<br />
Fonte: https://www.embrapa.br/codigo-florestal/materiais-<br />
-de-propagacao-vegetativa.<br />
Na tabela da página ao lado, segue o demonstrativo das<br />
características ideais de mudas de eucalipto para se realizar um<br />
plantio satisfatório em campo, com percentuais acima de 95%<br />
de sobrevivência:<br />
A muda que se planta é a<br />
floresta que se colhe<br />
Pedro Francio Filho,<br />
consultor florestal
Características da padronização para análise do índice de qualidade do recebimento das mudas de eucalipto<br />
ITEM AVALIADO<br />
ALTURA DAS MUDAS<br />
NÚMERO DE PARES DE FOLHAS<br />
DANOS FÍSICOS E FITOSSANIDADE<br />
PRESENÇA DE BIFURCAÇÃO DO FUSTE (CAULE)<br />
E/OU RAMOS LATERAIS<br />
NUTRIÇÃO<br />
RUSTICIDADE<br />
DIÂMETRO DO COLETO<br />
CONSISTÊNCIA DO SUBSTRATO (AGREGAÇÃO)<br />
CARACTERÍSTICAS<br />
Medida a partir da inserção do caule (colo) no substrato,<br />
até o ápice da planta, ideal entre 25 cm a 40 cm;<br />
Maior ou igual a 3 pares de folhas, com exceção do ápice<br />
(último par menor de folhas);<br />
Verificação visual da parte aérea da planta a possíveis quebras,<br />
ataque de pragas e doenças;<br />
Verificação da presença de caule duplo ou presença de ramos<br />
em excesso na muda (ausência de toalete);<br />
Verificação da presença de deficiência nutricional, observadas por manchas<br />
e/ou queima nas folhas;<br />
Verificação da turgidez ou maturação da planta;<br />
Verificação do diâmetro, do caule próximo à base de inserção no substrato<br />
com paquímetro ou instrumento equivalente, ideal ≥ 2,5 mm;<br />
Verificação do estado de agregação das raízes no substrato;<br />
PRESENÇA DE RAÍZES ATIVAS<br />
Verificação da presença de raízes novas no substrato.<br />
Abaixo, definições detalhadas do quadro acima para melhor esclarecimento dos itens da tabela:<br />
Ápice<br />
Definições<br />
Altura da parte aérea<br />
DEFINIÇÃO:<br />
• Altura da parte aérea é a altura mensurada da borda<br />
superior do tubete até o ápice da muda<br />
Caule<br />
Pares de folhas<br />
desenvolvidas<br />
APTO<br />
MENSURAÇÃO:<br />
• Régua graduada, trena ou gabarito.<br />
Mudas com parte<br />
aérea ≥ (maior ou<br />
igual) a 25 cm e ≤<br />
(menor ou igual) a<br />
40 cm<br />
Coleto<br />
Tubete<br />
Borda superior do<br />
tubete<br />
INAPTO<br />
Mudas com parte aérea < (menor)<br />
que 25 cm e > (maior) a 40 cm<br />
Pares de folhas<br />
DEFINIÇÃO:<br />
• Mudas com área foliar compatível com o seu desenvolvimento,<br />
sendo considerado somente os pares de folhas desenvolvidas<br />
(não contar o ápice).<br />
MENSURAÇÃO:<br />
• Identificação visual e contagem dos pares de folhas<br />
Danos físicos<br />
DEFINIÇÃO:<br />
• Mudas que sofreram cortes, quebras, perda de ponteiro, rupturas<br />
ou ataque de doenças e insetos nas estruturas anatômicas.<br />
MENSURAÇÃO:<br />
• Identificação visual e contagem das mudas com danos físicos.<br />
APTO<br />
Mudas com no mínimo 03<br />
pares de folhas desenvolvidas<br />
INAPTO<br />
Mudas com menos de 03<br />
pares de folhas desenvolvidas<br />
INAPTO<br />
Mudas inaptas apresentam mais de 30% de danos em sua estrutura<br />
Março 2024<br />
65
PLANTIO<br />
Muda bifurcada<br />
DEFINIÇÃO:<br />
• Muda bifurcada é a muda que apresenta mais de um caule ou<br />
ramos laterais maiores que o ápice.<br />
MENSURAÇÃO:<br />
• Identificação visual e contagem das mudas com bifurcações<br />
Nutrição<br />
DEFINIÇÃO:<br />
• Mudas que apresentam indícios de deficiência nutricional,<br />
observadas por manchas e/ou queima nas folhas.<br />
MENSURAÇÃO: • Identificação visual e contagem das mudas com indícios<br />
de deficiência nutricional – considerar somente as folhas intermediárias.<br />
APTO<br />
INAPTO<br />
INAPTO<br />
Mudas inaptas apresentam mais de 30% de sua estrutura<br />
com indicativos de desnutrição<br />
Mudas rustificadas<br />
DEFINIÇÃO:<br />
• Muda rustificada é a muda madura, com aptidão para suportar as<br />
adversidades ambientais pós-plantio.<br />
MENSURAÇÃO:<br />
• Identificação visual da cor e textura tanto do fuste quanto das<br />
folhas (coriáceas);<br />
• Colocar a muda na posição vertical, fazendo uma leve curvatura do fuste<br />
em direção ao substrato (“meia lua”), soltando-a em seguida. Se ela voltar<br />
rapidamente ao estado original, está madura, senão, está verde.<br />
Diâmetro de coleto<br />
DEFINIÇÃO:<br />
• Diâmetro do coleto é o diâmetro da muda, imediatamente<br />
após a borda superior do tubete.<br />
MENSURAÇÃO:<br />
• Paquímetro ou gabarito com diâmetros.<br />
APTO<br />
INAPTO<br />
APTO<br />
INAPTO<br />
Mudas com coleto ≥<br />
(maior ou igual) 2,5 mm<br />
Mudas com coleto <<br />
(menor) 2,5 mm<br />
Substrato agregado<br />
DEFINIÇÃO:<br />
• Substrato consistente, é o resultado da agregação total deste ao sistema<br />
radicular, sem presença de bolsas de ar.<br />
• Quando o substrato não esta firme, ele se solta facilmente das<br />
raízes (esfacelamento).<br />
MENSURAÇÃO:<br />
• Identificação visual e contagem das mudas com substrato desagregado;<br />
• Retirar com cuidado a muda do tubete;<br />
• Coloque a muda na posição horizontal, balançando levemente para<br />
cima e para baixo).<br />
Raiz ativa<br />
DEFINIÇÃO:<br />
• Raízes ativas são as raízes fisiologicamente funcionais para a<br />
absorção de água e nutrientes para promover o desenvolvimento da planta.<br />
MENSURAÇÃO:<br />
• Identificação visual e contagem das mudas sem raízes ativas - retirar<br />
com cuidado a muda do tubete.<br />
Raiz principal<br />
APTO<br />
Substrato agregado e consistente<br />
INAPTO<br />
Substrato desagregado e flácido<br />
APTO<br />
Presença de raízes brancas e/ou<br />
amareladas – checar principalmente<br />
a raiz principal<br />
INAPTO<br />
Ausência total ou parcial (70% do<br />
substrato sem raízes brancas<br />
e/ou amareladas)<br />
No mundo globalizado, terão sucesso empresas que valorizam a administração, através da gestão da qualidade em tudo o que faz, buscando<br />
sempre a melhoria contínua em toda a sua cadeia produtiva, tornando-se um diferencial competitivo com agregação de valor em todos os seus<br />
produtos e processos, ao longo de sua existência.<br />
Conclui-se então que, o processo de avaliação final para a aceitabilidade das mudas em campo para plantio, torna-se indispensável, por constituir<br />
a principal matéria-prima formadora do povoamento florestal e, ainda que juvenil, tornar-se-á a futura floresta a ser colhida e processada<br />
na atividade comercial a que se destina.<br />
66 www.referenciaflorestal.com.br
MANEJO<br />
Do Brasil à<br />
EUROPA<br />
Governo apresenta política de<br />
manejo florestal no Amapá para<br />
países da União Europeia<br />
Fotos: divulgação<br />
68 www.referenciaflorestal.com.br
O<br />
governador do Estado do Amapá, Clécio<br />
Luís, apresentou a política de manejo florestal<br />
sustentável implantada no Amapá<br />
para embaixadores da UE (União Europeia),<br />
que reúne 27 países. O encontro foi realizado<br />
na Embaixada da Áustria, em Brasília (DF). O convite<br />
partiu do embaixador austríaco Stefan Scholz, que visitou<br />
o Amapá em novembro do ano passado e se surpreendeu<br />
com o sistema de manejo do conceito à prática. O diplomata<br />
estreitou laços com o governo para buscar cooperação em<br />
prol do desenvolvimento socioeconômico e da preservação<br />
do meio ambiente. “Minha visita ao Amapá foi uma verdadeira<br />
descoberta. A apresentação de fatos e números sobre<br />
o sistema de MFS (Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) do Estado é<br />
fantástico, desde o conceito até a prática, me ajudou a compreender<br />
melhor o papel do Amapá como líder nacional no<br />
ramo”, destacou Scholz.<br />
Março 2024<br />
69
MANEJO<br />
AMAPÁ É REFERÊNCIA NO MANEJO<br />
O modelo desenvolvido no Amapá é referência no Brasil<br />
e no mundo. Um dos exemplos é o maior projeto de MFS de<br />
base comunitária do país, gerido pela ATEXMA (Associação<br />
dos Trabalhadores do Assentamento Agroextrativista do Maracá),<br />
em Mazagão. Nessa iniciativa, o uso da floresta é feito<br />
de forma inteligente, por meio do estudo de quais árvores<br />
serão exploradas, e com responsabilidade social, ofertando<br />
o programa: Bolsa Floresta.<br />
Segundo o governador do Amapá, essa reunião serviu<br />
para estreitar laços e fortalecer o trabalho de quem realiza<br />
o MFS no Estado da região norte e foi direto na defesa da<br />
atividade. “Não é desmatamento, é manejo. O governo sabe<br />
o que tem dentro da floresta por meio do inventário e pode<br />
controlar a área”, destacou Clécio. Ainda sobre o tema, o<br />
risco de ter alguém tirando madeira de forma ilegal vai para<br />
zero e o que é produzido é feito de forma legalizada. “Esse<br />
é um dos projetos que vamos apresentar aos embaixadores,<br />
com o objetivo de mostrar como o Amapá é uma terra de<br />
oportunidades e que as pessoas que aqui vivem merecem<br />
os investimentos que estamos buscando”, valorizou Clécio.<br />
Minha visita ao Amapá foi<br />
uma verdadeira descoberta. A<br />
apresentação de fatos e números<br />
sobre o sistema de Manejo<br />
<strong>Florestal</strong> Sustentável do Estado é<br />
fantástico, desde o conceito até a<br />
prática, me ajudou a compreender<br />
melhor o papel do Amapá como<br />
líder nacional no ramo<br />
Fortalecendo as relações internacionais com o continente<br />
europeu, o encontro terá a presença de embaixadores<br />
no Brasil de países-membros da UE como Portugal, Croácia,<br />
Suíça, Noruega, Bélgica, Finlândia, Irlanda e Itália.<br />
POLÍTICAS AMBIENTAIS<br />
Entre os estados da Amazônia Legal, o Amapá garante<br />
o menor índice de desmatamento com uma redução de<br />
quase 15% entre 2022 e 2023. Além do MFS, também serão<br />
apresentadas outras políticas aplicadas pelo Estado, como<br />
as que foram apresentadas pelo governador na Conferência<br />
das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023<br />
(COP28), em Dubai.<br />
A expectativa do representante brasileiro é criar uma<br />
conexão entre os países e debater as possibilidades de<br />
cooperações econômicas e investimentos em diferentes projetos.<br />
“Quanto mais transparência sobre como os projetos<br />
funcionam, mais a gente ganha credibilidade, não só para o<br />
mercado, mas para o mundo entender que é possível olhar<br />
a Amazônia a partir do seu ativo florestal, mas também sabendo<br />
que aqui moram pessoas”, destacou Clécio Luís.<br />
Lucas Abrahao, o secretário de Estado de Relações Internacionais<br />
e Comércio Exterior, afirmou que o Amapá busca<br />
se apresentar à comunidade internacional como um Estado<br />
que cumpre acordos ambientais e climáticos, mas também<br />
que precisa e quer se desenvolver. “Estamos abertos a parcerias<br />
que possam impulsionar e transformar o nosso potencial<br />
em realidade”, ressaltou Lucas Abrahao.<br />
Stefan Scholz, embaixador<br />
da Áustria<br />
70 www.referenciaflorestal.com.br
Estudo de balanço de<br />
carbono para exportação<br />
de produtos florestais;<br />
Inventário de emissões de<br />
Gases de Efeito Estufa<br />
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MANEJO<br />
Quanto mais transparência sobre<br />
como os projetos funcionam,<br />
mais a gente ganha credibilidade,<br />
não só para o mercado, mas para<br />
o mundo entender que é possível<br />
olhar a Amazônia a partir do seu<br />
ativo florestal, mas também<br />
sabendo que aqui moram pessoas<br />
FUNDO AMAZÔNIA<br />
O Fundo Amazônia, criado pelo governo federal em<br />
2008, recebeu em 2023 um grande volume de novas doações<br />
da UE (20 milhões de euros), Alemanha (35 milhões de<br />
euros), Dinamarca (150 milhões de coroas dinamarquesas),<br />
além de países que não fazem parte da UE, como Reino Unido<br />
(80 milhões de libras), Suíça (5 milhões de francos suíços)<br />
e Noruega (maior doador histórico).<br />
A UE declarou apoiar, em setembro de 2023, um plano<br />
para impulsionar a proteção da Amazônia, comprometendo-<br />
-se a coordenar as contribuições financeiras dos membros<br />
do bloco e a garantir que o dinheiro seja gasto conforme<br />
previsto em seu esquema de investimento Global Gateway.<br />
Cerca de 260 milhões de euros foram prometidos por Espanha,<br />
Itália, Suécia, França, Alemanha e Holanda para conter<br />
o desmatamento na Amazônia.<br />
Durante a COP28, o governador do Amapá se reuniu<br />
com os embaixadores da Noruega e da Finlândia e os convidou<br />
a visitar o estado e manter contato, a fim de avançar na<br />
concretização de oportunidades discutidas na reunião, referentes<br />
à esfera de ciência, tecnologia, inovação, preservação<br />
ambiental e Fundo Amazônia.<br />
Clécio Luís, governador do Amapá<br />
Nesse âmbito, o governo do Amapá deu início à elaboração<br />
de um projeto com objetivo de proporcionar novos caminhos<br />
para a preservação do meio ambiente com recursos<br />
do Fundo Amazônia. As propostas buscam obter apoio para<br />
programas sustentáveis e modelos de referência no desenvolvimento<br />
econômico do Estado.<br />
Com mais de 90% das florestas preservadas, o Amapá<br />
possui um modelo global e exemplar de preservação<br />
baseado na bioeconomia, que alia a preservação das florestas<br />
com a sustentabilidade, como detalha o diretor de<br />
Desenvolvimento Ambiental da Sema (Secretaria de Estado<br />
do Meio Ambiente), Marcos Almeida. “Com o retorno do<br />
fundo, a ideia é formular esse plano e, assim, captar mais<br />
recursos para um maior monitoramento e preservação do<br />
nosso bioma, alinhando com o desenvolvimento sustentável,<br />
podendo gerar mais renda às comunidades locais. Essa<br />
capacitação é mais uma forma de integrar todas as secretarias<br />
estaduais a se adequar às diretrizes de propostas do<br />
programa”, pontuou Marcos.<br />
72 www.referenciaflorestal.com.br
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COMPOSTAGEM<br />
O poder de<br />
TRANSFORMAR<br />
Compostagem florestal é oportunidade<br />
para reaproveitar resíduos e gerar<br />
adubo para os ciclos florestais<br />
Fotos: divulgação<br />
74 www.referenciaflorestal.com.br
Aintensa produção de resíduos, a elevada concentração<br />
demográfica em núcleos urbanos,<br />
o alto consumo de alimentos gerados pela<br />
agroindústria em áreas rurais e urbanas têm<br />
demonstrado uma crescente preocupação<br />
para a humanidade com relação aos grandes impactos<br />
provocados ao meio ambiente. Esse fator tem sido agravado<br />
pela introdução de novas tecnologias de produção e<br />
marketing dos produtos em geral, incentivando, assim, a<br />
prática consumista e, consequentemente, grande geração<br />
de resíduos.<br />
A crescente preocupação com os problemas de poluição<br />
do meio ambiente, associado à escassez de recursos<br />
naturais, tem levado o homem a pensar mais seriamente<br />
sobre a reciclagem e o tratamento do lixo. O processo de<br />
compostagem é uma alternativa à destinação dos resíduos<br />
sólidos orgânicos e originados tanto no setor urbano,<br />
como no setor rural, e seu produto final é um material estabilizado,<br />
tipo húmus, chamado de composto. O composto<br />
produzido a partir dos resíduos orgânicos não representa,<br />
necessariamente, uma solução final para o problema da<br />
escassez de alimentos ou do saneamento ambiental, mas<br />
pode contribuir como um elemento redutor dos danos<br />
causados pela disposição desordenada do lixo no meio<br />
urbano e rural, propiciando a recuperação do solo agrícola<br />
exauridos pela ação de fertilizantes químicos aplicados<br />
indevidamente.<br />
Recentemente, o uso de fertilizantes orgânicos tem<br />
sido reclamado por grande parcela da população mundial,<br />
principalmente pelos movimentos naturalistas. Este<br />
movimento tem colaborado diretamente na difusão dos<br />
compostos orgânicos por exigirem produtos mais saudáveis<br />
e produzidos naturalmente sem adição de fertilizantes<br />
químicos. Esta mudança de hábitos e costumes estimula<br />
a agricultura a utilizar o composto produzido através de<br />
resíduos orgânicos, sendo mais uma alternativa viável e<br />
conciliatória dos dois grandes problemas mundiais: a fome<br />
e a poluição ambiental.<br />
COMPOSTAGEM NA PRÁTICA<br />
A compostagem inicialmente era um processo biológico<br />
destinado a produzir adubos orgânicos para plantios nas<br />
hortas dos agricultores. Esses agricultores recolhiam ou<br />
juntavam os estercos dos animais, principalmente do curral,<br />
da ordenha do leite ou do porquinho que era alimentado<br />
com os restos dos preparos e de ingestas dos alimentos<br />
produzidos diariamente na cozinha da casa e amontoados<br />
num cantinho da propriedade. Esse material amontoado<br />
era esquecido e, quando lembrado, servia de adubo para<br />
a horta. Não havia muito critério técnico e nem a pressa<br />
de ter um adubo orgânico. Era utilizado quando fosse necessário<br />
fazer um novo canteiro ou para plantar uma nova<br />
muda. Em outros casos, o excremento animal era colocado<br />
direto na terra para terminar a sua decomposição enter-<br />
Março 2024<br />
75
COMPOSTAGEM<br />
rada no solo ou, na forma líquida, era aplicado como um<br />
fertilizante orgânico.<br />
Nas áreas florestais, os manejos com cortes, supressões<br />
ou limpeza de troncos para utilização das empresas<br />
de papel e celulose podem ser utilizados e aproveitados<br />
em compostagens. Além dos galhos e folhas das áreas florestais,<br />
as cascas de algumas espécies arbóreas podem ser<br />
tratadas como solução e não como problemas destas áreas<br />
manejadas e utilizadas após uma boa compostagem para<br />
produção de insumos e para serem utilizadas nas próprias<br />
áreas de desenvolvimentos florestais.<br />
Em culturas florestais não é muito comum o manejo<br />
com aplicação de insumos, mas é comum limpar as áreas<br />
de produção para o desenvolvimento das espécies arbóreas<br />
e facilitar a sua colheita e preparo para destinação industrial.<br />
É possível chamar de manejo sustentável florestal<br />
com estas práticas, obtendo benefícios econômicos sem<br />
comprometer a preservação ambiental. Ao manejar estes<br />
resíduos adequadamente após os cortes das árvores, estes<br />
resíduos estarão tratados e prontos para ajudar no desenvolvimento<br />
das novas mudas recém plantadas ou cortadas<br />
facilitando o manejo florestal das espécies, sejam elas<br />
nativas ou manejadas, assim copiando as características de<br />
ambientes de florestas tropicais nativas.<br />
Atualmente, estão disponíveis no mercado equipamentos<br />
adequados para podas, cortes e supressão florestal,<br />
minimizando os riscos de operações manuais expondo<br />
a mão de obra a acidentes na operação. Da mesma forma<br />
estão disponíveis equipamentos de compostagem para<br />
trituração adequada das podas e galhos em partículas<br />
no tamanho necessário, revolvedores para aceleração<br />
de processo, e peneiras para a aplicação de material de<br />
qualidade nos solos, além de aplicadores, contínuos ou de<br />
bateladas, no período de preparo de solo para plantio de<br />
novas mudas.<br />
Para valoração de formação de produtos a partir dos<br />
resíduos florestais, o mercado está rico nos diversos equipamentos<br />
para atendimento à essa demanda e o mercado<br />
está necessitando da transformação dos novos insumos<br />
que podem ser gerados a partir dos resíduos florestais.<br />
Esses produtos podem ser simplesmente um insumo de<br />
potencialização mineral como um produto rico biologicamente<br />
para melhorar a qualidade do solo, minimizando a<br />
degradação ambiental.<br />
Pergunte ao Tomita<br />
A partir da próxima edição desse caderno<br />
contaremos com o especialista em<br />
compostagem José Tomita, que irá responder<br />
perguntas sobre compostagem. Tem dúvidas<br />
sobre o assunto? Então envie sua pergunta<br />
para jornalismo@revistareferência.com.br e<br />
saiba tudo sobre compostagem florestal.<br />
76 www.referenciaflorestal.com.br
OPERAÇÃO<br />
Força bruta<br />
EM CONJUNTO<br />
Fotos: divulgação<br />
Nova linha de equipamentos<br />
para controle de vegetação e<br />
limpeza de área mecanizada<br />
chega ao Brasil<br />
Preparar o terreno para o novo ciclo florestal é um<br />
passo chave para garantir o bom desenvolvimento<br />
das mudas. Esse procedimento vem ganhando<br />
cada vez mais importância dentro da silvicultura<br />
brasileira, graças ao empenho de profissionais que<br />
investiram e lutaram para que essa prática fosse reconhecida<br />
dentro da operação florestal. Agora recebe os reforços da Linha<br />
de equipamentos Prinoth, que chega ao Brasil através da<br />
SPARTA BRASIL, empresa especializada no fornecimento de<br />
equipamentos e implementos para o controle mecanizado de<br />
vegetação.<br />
A AHWI que foi incorporada pela Prinoth, empresa alemã<br />
com amplo conhecimento na fabricação de equipamentos<br />
para controle de vegetação, conta com 25 anos de tradição<br />
nesse mercado. A Prinoth tem uma grande gama de cabeçotes<br />
trituradores e combinados com seus veículos dedicados. São<br />
equipamentos com o mais alto padrão de qualidade e alto<br />
desempenho nas mais variadas condições que o terreno pode<br />
oferecer. Isso é consequência direta do empenho de engenheiros<br />
e especialistas da Prinoth, que se dedicam continuamente<br />
para levar as melhores soluções para seus clientes.<br />
78 www.referenciaflorestal.com.br
Celso Kossaka, diretor da Sparta Brasil, explica que a linha<br />
de equipamentos Prinoth é destinada para empresas e profissionais<br />
que já testaram outras soluções e que entendem que<br />
é necessária uma combinação de ferramentas adequadas para<br />
ter efetividade na produtividade, confiabilidade operacional e<br />
economia. “A SPARTA BRASIL tem o compromisso para que o<br />
cliente receba o melhor direcionamento para obter os melhores<br />
resultados e pronto atendimento de nosso suporte técnico,<br />
pois entendemos que trazer a Prinoth para o Brasil é ir de encontro<br />
com tudo aquilo que acreditamos e vislumbramos para<br />
o desenvolvimento florestal brasileiro”, destaca Celso.<br />
LINHA COMPLETA<br />
A linha de equipamentos Prinoth é dedicada a preparação<br />
do terreno para o novo ciclo florestal, mantendo os nutrientes<br />
no solo, evitando erosão e processando galhadas, raízes e<br />
folhas para o terreno de plantio. São equipamentos versáteis,<br />
potentes e com qualidade sem igual. A linha de implementos<br />
de tomada de força conta com oito modelos projetados para<br />
atender as mais diferenciadas demandas da operação florestal,<br />
com destaque para o M700m e o M650m. Os modelos com sistema<br />
de trituração e fresa formam a linha Ox Rotovators, que<br />
com três opções de tamanho e potência podem transformar o<br />
terreno com velocidade e eficiência, atingindo uma largura de<br />
trabalho de até 2,3m (metros) e 40 cm (centímetros) de profundidade.<br />
A SPARTA BRASIL tem o compromisso<br />
para que o cliente receba o melhor<br />
direcionamento para obter os<br />
melhores resultados e pronto<br />
atendimento de nosso suporte<br />
técnico, pois entendemos que trazer a<br />
Prinoth para o Brasil é ir de encontro<br />
com tudo aquilo que acreditamos e<br />
vislumbramos para o desenvolvimento<br />
florestal brasileiro<br />
Celso Kossaka, diretor da Sparta Brasil<br />
Os modelos Prinoth que mais se assemelham ao que é oferecido<br />
no Brasil estão presentes nas linhas Grizzly, hidráulicas<br />
para escavadeiras e em veículos frontais, mais utilizados em<br />
pás carregadeiras e minicarregadeiras, bem como na TDF, que<br />
transformam tocos de 45 cm em lascas em poucos segundos.<br />
O maior destaque da Prinoth são os veículos dedicados, onde<br />
a empresa apresenta de maneira combinada implementos<br />
desenvolvidos do início ao fim para o controle de vegetação<br />
mecanizada. A chamada linha Raptor parte de equipamentos<br />
pequenos, acionados via controle remoto e chega a modelos<br />
com mais de 25 toneladas.<br />
O diretor da SPARTA BRASIL destaca que as histórias de<br />
sucesso da Prinoth já são conhecidas ao redor do mundo e logo<br />
estarão presentes na realidade brasileira. “Temos relatórios<br />
e equipamentos Prinoth trabalhando a 4km/h (quilômetros<br />
por hora) na Austrália, transformando completamente áreas<br />
de tocos de eucaliptos rebaixados a uma profundidade de 30<br />
cm enquanto passa. Queremos que o florestal brasileiro possa<br />
conhecer e se encantar com o que a Prinoth pode fazer”, completa<br />
Celso.<br />
Março 2024<br />
79
EVENTO<br />
Controle de pragas<br />
FLORESTAIS<br />
Fotos:<br />
Workshop sobre formicida valoriza o<br />
conhecimento e as melhorias na tecnologia<br />
para aumentar a produtividade florestal<br />
REFERÊNCIA<br />
80 www.referenciaflorestal.com.br
Foi realizado em Curitiba (PR), no Campus de<br />
Ciências Agrárias da UFPR (Universidade Federal<br />
do Paraná), o Workshop sobre Inovações no<br />
Controle de Formigas Cortadeiras em plantações<br />
de Pinus spp., uma parceria entre IPEF (Instituto<br />
de Pesquisas e Estudos Florestais) e Syngenta, líder global<br />
no desenvolvimento de tecnologias para o mercado agrícola<br />
no mundo e uma das líderes nacionais no segmento<br />
de manejo a pragas florestais. O workshop faz parte do<br />
PPPIB (Programa de Pesquisa do Pinus) e tem apresentado<br />
resultados do novo formicida ATEXZO® Ant-F em todos os<br />
Estados onde a empresa atua.<br />
Lydiberto Santos, Head de Marketing LATAM de Professional<br />
Solutions da Syngenta, destacou o crescimento<br />
do segmento de silvicultura no Brasil e como isso impulsionou<br />
o trabalho da Syngenta para trazer novos produtos e<br />
atender as novas demandas do mercado. “Nos últimos 10<br />
anos ampliamos significativamente nosso portifólio e nossa<br />
equipe de florestal para poder evoluir e alcançar o melhor<br />
produto para nossos clientes. O resultado disso é o ATEX-<br />
ZO® Ant-F, que é um dos melhores produtos do segmento<br />
que trouxemos ao mercado até agora”, destaca Lydiberto.<br />
Ainda segundo o Head de Marketing, como o ciclo destes<br />
florestamentos é longo, com produção para ser colhida em<br />
7 ou 8 anos, é necessária uma gestão de manejo eficiente.<br />
“Em linhas gerais, o produto ajuda a controlar uma das pragas<br />
primárias mais danosas e uma espécie que infesta áreas<br />
plantadas de florestas, prejudicando o desenvolvimento e<br />
produtividade destas árvores essenciais para a produção de<br />
itens internos e de exportação, como madeira, carvão vegetal<br />
e celulose”, reforça Lydiberto.<br />
Henrique Ferreira, Gerente Técnico de Inseticidas, explicou<br />
que o funcionamento do ATEXZO® Ant-F tem como<br />
foco o controle das formigas-cortadeiras, principal praga<br />
que atinge os cultivos de eucalipto e pinus, sendo o maior<br />
lançamento da Syngenta neste ano para o setor de florestas<br />
plantadas. Por conta de sua composição com base na<br />
tecnologia PLINAZOLIN®, o inseticida atua direto no sistema<br />
nervoso de tais formigas, controlando a infestação do<br />
formigueiro e atingindo indiretamente a rainha da colônia.<br />
“Esse novo formicida tem contágio acelerado entre as<br />
formigas, tomando rapidamente todos os indivíduos, pois<br />
gera grande euforia e potencializa a disseminação. Uma vez<br />
disseminado, o segundo efeito é a diminuição constante da<br />
atividade das formigas em relação ao corte das folhas, que,<br />
por consequência, leva à desestruturação do formigueiro,<br />
evitando danos ao plantio florestal”, apontou Henrique<br />
sobre o novo produto que se mostrou eficaz contra as seis<br />
principais espécies de formigas cortadeiras presentes no<br />
Brasil.<br />
Hugo Gomes, Coordenador de Vendas Brasil, e Carolina<br />
Higasi, Gerente de Marketing T&L, dividiram o palco para<br />
destacar a atuação da Syngenta e a situação atual da silvicultura<br />
brasileira. “Hoje, o mercado de florestas brasileiras<br />
já representa 7,2% do industrial nacional e gera 2,6 milhões<br />
de empregos. Dentro desse universo giram mais de R$ 260<br />
bilhões no setor, e as pragas florestais representam R$ 4,4<br />
bilhões em perdas anuais”, enumerou Carolina. Já Hugo,<br />
ressaltou o que a Syngenta já faz. “Hoje já temos 18 produtos<br />
focados apenas no florestal”, complementou Hugo.<br />
Para finalizar, Norton Borges Junior, pesquisador da<br />
CMPC, apresentou os resultados dos testes feitos nos últimos<br />
3 anos com o formicida nas áreas de plantio da empresa<br />
localizados no Rio Grande do Sul. “As pragas florestais<br />
são os maiores inimigos dos plantios florestais e os resultados<br />
do ATEXZO® Ant-F foram excelentes, tendo eficácia de<br />
100% na eliminação de formigueiros, com um volume baixo<br />
de formicida aplicado”, relatou Norton.<br />
Março 2024<br />
81
PESQUISA<br />
INDIVIDUALIZAÇÃO DE COPAS<br />
DE EUCALYPTUS SPP. EM<br />
AMBIENTE SIG<br />
Fotos: divulgação<br />
FLAVO ELANO DANTAS DE SOUZA<br />
UFRN (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE)<br />
82 www.referenciaflorestal.com.br
O<br />
RESUMO<br />
aumento do acesso às informações geradas<br />
pelos drones e o baixo custo de sua utilização<br />
tem apresentado grande potencial para uso<br />
nos processos da silvicultura de precisão aplicada<br />
no desenvolvimento da gestão florestal<br />
no âmbito dos Estados do nordeste do Brasil, os quais historicamente,<br />
apresentam baixa produtividade no setor. Na busca<br />
por explorar o potencial da utilização dos drones na gestão<br />
florestal de baixo custo voltada para a cadeia produtiva do<br />
nordeste, o objetivo deste trabalho foi descrever de forma<br />
quantitativa a precisão das informações métricas extraídas<br />
de copas de Eucalyptus spp. existentes em um plantio experimental<br />
florestal representados em uma imagem RGB de alta<br />
resolução fornecida por um drone, a partir da confrontação<br />
de dados provenientes de uma OBIA (Classificação Supervisionada<br />
Orientada a Objetos) com dados de referência resultantes<br />
de uma VMR (vetorização manual). O estudo foi realizado<br />
na Área de Experimentação <strong>Florestal</strong> da EAJ (Escola Agrícola<br />
de Jundiaí) – UECIA (Unidade Acadêmica Especializada em<br />
Ciências Agrárias) da UFRN (Universidade Federal do Rio<br />
Grande do Norte). Foram vetorizadas manualmente (VMR) 64<br />
copas/árvores que delimitaram uma área de interesse dentro<br />
do ortomosaico de entrada. A camada classificada gerada<br />
pela OBIA para o ortomosaico foi recortada para a área de<br />
interesse, sendo possível a quantificação da porcentagem de<br />
uso e ocupação da terra para as classes de uso e ocupação do<br />
solo definidas para este trabalho, bem como a execução e a<br />
metodologia de IC (individualização de copas) desenvolvidas<br />
neste estudo, que proporcionaram a aferição das métricas das<br />
áreas das copas já amostradas pela VMR. Os dados obtidos<br />
foram categorizados como pareados e não paramétricos e as<br />
medianas foram submetidas à diferenciação estatística a um<br />
nível de 5% de significância através da aplicação do teste de<br />
Wilcoxon, pelo qual também foi constatado o seu TDE (Tamanho<br />
de Efeito). O teste de Wilcoxon revelou uma diferença<br />
significativa entre os métodos de mensuração das áreas comparadas<br />
(z= 1,1; p< 0,05), com tamanho de efeito pequeno.<br />
Contudo, segundo observação dos resultados, a metodologia<br />
empregada neste trabalho se provou eficaz na geração de informações<br />
pertinentes a gestão florestal de baixo custo.<br />
INTRODUÇÃO<br />
Com os avanços tecnológicos, tem havido transformações<br />
nos processos de produção silvicultural e agrícola. A silvicultura<br />
de precisão é um modelo de gestão que se baseia na coleta<br />
e análise de dados geoespaciais. Esta abordagem permite<br />
correlacionar as variáveis que influenciam a produtividade<br />
florestal por meio do geoprocessamento e cruzamento de<br />
TOP OF MIND EM<br />
PLANEJAMENTO<br />
FLORESTAL<br />
remsoft.com/woodstock-optimization-studio
PESQUISA<br />
dados (Vettorazzi; Ferraz, 2000). Tais ferramentas possibilitam<br />
uma tomada de decisão mais rápida, reduzindo os custos<br />
operacionais e o tempo de execução das atividades, além de<br />
aumentar a produtividade. Com isso, os processos de manejo<br />
e gestão florestal se tornam mais eficientes (G. Câmara; R.J.<br />
Ortiz et al., 2003).<br />
No âmbito desse modelo de gestão, atualmente, destaca-se<br />
o uso de drones para a coleta de informações e dados.<br />
Equipados com sensores ópticos de alta resolução espacial<br />
e integrados a sistemas de posicionamento geográfico (GPS/<br />
GNSS), os drones são capazes de reunir uma quantidade significativa<br />
de informações, ao cobrir extensas áreas em um curto<br />
período, com baixos custos operacionais.<br />
Isso possibilita a coleta de dados em locais de difícil acesso<br />
e flexibiliza as operações para momentos específicos de interesse,<br />
como fases fenológicas das plantas ou condições meteorológicas,<br />
por exemplo. Esses dados, quando combinados<br />
com conhecimentos técnicos em fotogrametria e ferramentas<br />
de geoprocessamento, geram informações altamente precisas<br />
que auxiliam em diversos processos ao longo da cadeia de<br />
produção silvicultural (Araújo, 2022).<br />
Com os contínuos avanços nas tecnologias empregadas<br />
na aerofotogrametria, tem-se obtido resultados cada vez mais<br />
precisos na estimativa de volume e biomassa em plantios<br />
84 www.referenciaflorestal.com.br
florestais por meio de métodos de PDI (processamento digital<br />
de imagens). Grande parte dos estudos de estimativa de produção<br />
florestal utiliza imagens de satélite e câmeras multiespectrais<br />
embarcadas em drones, que fornecem informações<br />
espectrais das bandas nas quais a vegetação tem maior resposta,<br />
como o infravermelho e o infravermelho próximo.<br />
O uso de drones apresenta vantagens em relação aos<br />
satélites, como uma maior resolução espacial e detalhamento.<br />
Embora as câmeras multiespectrais possam ser limitadas<br />
devido ao seu valor de mercado, é possível obter informações<br />
sobre a vegetação utilizando câmeras RGB convencionais, que<br />
captam a reflectância da vegetação na região visível do espectro<br />
eletromagnético (Araújo, 2022).<br />
No nordeste, a produção florestal ainda encontra muitas<br />
barreiras para o seu pleno desenvolvimento, principalmente<br />
na questão da disponibilidade dos recursos hídricos devido às<br />
condições de clima e solo. Aliado a essas questões, soma-se o<br />
baixo emprego de soluções tecnológicas nas iniciativas florestais<br />
para as atividades de reflorestamento da região, sobretudo<br />
na parcelas mais desprovidas da cadeia produtiva, os agricultores<br />
familiares. A principal atividade florestal no nordeste<br />
baseia-se no extrativismo ilegal vegetal de lenha para o uso<br />
em atividades das indústrias de cerâmica e gesso, bem como<br />
para o uso doméstico residencial (Padilha et al., 2022).<br />
Esta abordagem permite<br />
correlacionar as variáveis<br />
que influenciam a<br />
produtividade florestal por<br />
meio do geoprocessamento e<br />
cruzamento de dados<br />
Essa é uma versão parcial<br />
deste artigo, o material<br />
completo pode ser acessado<br />
através do QR Code:<br />
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padrão do cabeçote;<br />
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ferramentas de 4 lados<br />
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AGENDA<br />
AGENDA 2024<br />
Dubai Wood Show<br />
Data: 5 a 7<br />
Local: Dubai - EAU (Emirados Árabes<br />
Unidos)<br />
Informações: https://www.<br />
woodshowglobal.com/dubai<br />
Tech Forestry<br />
Data: 20 a 22<br />
Local: Lages (SC)<br />
Informações:<br />
https://techforestry.com.br/<br />
Expoforest<br />
Data: 10 a 14<br />
Local: Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)<br />
Informações:<br />
https://fexpocruz.com.bo/expoforest/<br />
MARÇO<br />
2024<br />
MARÇO<br />
2024<br />
ABRIL<br />
2024<br />
MAR<br />
2024<br />
TECH FORESTRY<br />
A realização da TechForestry – IV Feira de Tecnologia para<br />
Indústria de Madeira e Floresta -, tem como objetivo<br />
principal manter a atualização tecnológica, desde o<br />
plantio até o beneficiamento, além de gerar negócios e<br />
aproximar empresas e profissionais, criando informação<br />
para melhor produtividade e produtos de maior valor<br />
agregado. Serão 25 mil m2 (metros quadrados) de área<br />
externa, 2 mil m2 de área interna, exposição de trabalhos<br />
técnicos, espaço para micro e pequenas industrias, além<br />
de dois auditórios com mais de 40 palestras técnicas.<br />
ABR<br />
2024<br />
EXPOFOREST<br />
A Expoforest Bolívia destaca o que há de melhor na<br />
indústria madeireira em uma vitrine onde empresas<br />
do setor expõem móveis, serviços, ferramentas e tudo<br />
relacionado a esse material. São mais de cinco mil<br />
visitantes, em uma área com mais de 4 mil m2 de exibição<br />
onde o florestal boliviano recebe o principal foco. Durante<br />
a feira são realizadas competições corte de toras, reuniões<br />
de negócios com grandes representantes do setor e a<br />
valorização de todo o processo produtivo, partindo do<br />
plantio até os produtos manufaturados.<br />
Imagem: reprodução Imagem: reprodução<br />
86 www.referenciaflorestal.com.br
AGENDA 2024<br />
JULHO<br />
2024<br />
Demo Forest<br />
Data: 30 e 31<br />
Local: Bertrix (Bélgica)<br />
Informações:<br />
https://www.demoforest.be/en/<br />
SETEMBRO<br />
2024<br />
ASSINE AS PRINCIPAIS<br />
REVISTAS DO SETOR<br />
E FIQUE POR DENTRO<br />
DAS NOVIDADES!<br />
Lignum<br />
Data: 17 a 19<br />
Local: Curitiba (PR)<br />
Informações:<br />
https://lignumlatinamerica.com/<br />
INFORMAÇÃO<br />
A ALMA DO NEGÓCIO!<br />
FLORESTAL<br />
INDUSTRIAL<br />
PRODUTOS<br />
BIOMAIS<br />
OUTUBRO<br />
2024<br />
CELULOSE<br />
VI CBCTEM<br />
Data: 16 a 18<br />
Local: Pelotas (RS)<br />
Informações: https://www.cbctem.com.br/<br />
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O melhor<br />
DE CADA UM<br />
Por Kiko Campos,<br />
Formado em economia, tem MBA em<br />
comunicação, especialização em<br />
administração, inovação e negócios.<br />
Atualmente atua como gerente<br />
sênior de recursos humanos, do<br />
grupo Carrefour<br />
Conheça o que são soft<br />
skills e hard skills e como<br />
isso pode fazer diferença<br />
na relação com sua equipe<br />
88 www.referenciaflorestal.com.br<br />
O<br />
mercado exige cada vez mais profissionais completos, que tenham<br />
bem desenvolvidas soft skills e hard skills, de forma a se<br />
complementarem e permitirem uma atuação mais ampla. Nas<br />
descrições de vagas de emprego, é comum ver a exigência de<br />
uma combinação dos dois tipos de habilidades, afinal, ambos<br />
são necessários para uma performance de sucesso e para conquistar posições<br />
mais avançadas.<br />
Soft skills e hard skills são um conjunto de habilidades técnicas e comportamentais<br />
que ajudam o profissional a se destacar no mercado. Enquanto as hard<br />
skills são relacionadas ao conhecimento técnico, específico da profissão, as soft<br />
skills são características de perfil, mais ligadas ao comportamento. Em um currículo,<br />
as hard skills apareceriam nas áreas em que o candidato possui certificados<br />
e as soft skills seriam aquelas características que ajudam a construir melhor<br />
relacionamento com colegas, lideranças e clientes, por exemplo.<br />
As soft skills são traços de personalidade relevantes, habilidades sociais<br />
autodesenvolvidas que aumentam a capacidade de um profissional de realizar<br />
seu trabalho e que não são de uma área específica. Geralmente são adquiridas<br />
por meio de experiências de vida e de trabalho, podem ser aplicadas a uma<br />
série de funções e estão em demanda em diferentes indústrias. Esses atributos<br />
pessoais ajudam os profissionais a prosperar no local de trabalho, independentemente<br />
de seu nível de conhecimento, função ou setor e são mais difíceis de<br />
serem mensuradas. Exemplos de soft skills são: comunicação, liderança, solução<br />
de problemas, adaptabilidade, trabalho em equipe, ética, gerenciamento de<br />
tempo, diplomacia, inteligência emocional, criatividade, empatia, pensamento<br />
crítico, escuta ativa, flexibilidade e tomada de decisão.<br />
As hard skills são o conhecimento e as habilidades técnicas específicas de<br />
um trabalho, relevantes para o desempenho de funções de maneira eficaz em<br />
cada cargo e nível profissional. Ou seja, cada posição em uma empresa exigirá<br />
uma lista exclusiva de hard skills. São a espinha dorsal das atividades, indicando<br />
maestria e expertise para a realização de tarefas, são consideradas pré-requisitos<br />
em muitas profissões para que as responsabilidades sejam atendidas com<br />
segurança e qualidade. Elas podem ser desenvolvidas por meio de educação<br />
formal, cursos e treinamentos, e são mais fáceis de serem mensuradas. Já<br />
exemplos de hard skills são: diploma de graduação ou pós-graduação, certificado<br />
de cursos e treinamentos, computação na nuvem, marketing de SEO,<br />
codificação, escrituração, proficiência em uma língua estrangeira, segurança de<br />
rede e informação, análise estatística e mineração de dados, arquitetura web e<br />
estrutura de desenvolvimento, cirurgia, venda, gestão de fluxo de caixa, técnica<br />
de entrevista, catalogação de recursos informacionais e dados.<br />
ADAPTAR E APRENDER<br />
Por exemplo, se o candidato tem dificuldade de trabalhar em equipe, mas<br />
o emprego dos seus sonhos requer esta habilidade, você pode desenvolvê-la<br />
com atividades em grupo ou até mesmo a prática de um esporte de time ou um<br />
jogo de escape room. Se sua dificuldade é se comunicar de forma eficiente, por<br />
exemplo, o candidato pode participar de grupos de discussão ou observar como<br />
profissionais que dominam essa técnica se posicionam para aprender com eles,<br />
além de ler muito sobre esse assunto. Assim como fazer uma autorreflexão é<br />
importante, receber feedback de colegas, líderes e clientes é uma excelente maneira<br />
de desenvolver soft skills e hard skills. O feedback é uma ferramenta essencial<br />
para fortalecer soft skills e hard skills. Ao pedir feedback para terceiros,<br />
recebemos informações valiosas para o nosso crescimento pessoal e profissional.<br />
O mesmo deve ser feito para as demais pessoas com quem você trabalha:<br />
forneça feedback a elas, de forma educada e construtiva.
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e produtividade da tecnologia Alemã.<br />
A Prinoth é uma das empresas mais respeitadas mundialmente<br />
devido à sua grande capacidade produtiva e confiabilidade de seus<br />
equipamentos mesmo em situações de grande adversidade.<br />
São décadas de experiência que asseguram o desempenho<br />
necessário para seus projetos.<br />
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